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Em face da publicação do Decreto nº 5.635/2017 - DOE TO de 09.05.2017 - Rep. DOE TO de 11.05.2017, este procedimento foi atualizado.

Tópico atualizado: 3. NOTA FISCAL DE REMESSA DE MERCADORIAS EM DEMONSTRAÇÃO

ICMS/TO - Demonstração

Resumo: Este texto aborda o tratamento fiscal aplicado nas operações de remessa e retorno de mercadorias em demonstração, que
normalmente serão efetuadas com incidência do ICMS.

Sumário

1. QUADRO SINÓTICO
2. CONCEITO
3. SUSPENSÃO
4. REMESSA DE MERCADORIAS EM DEMONSTRAÇÃO
   
4.1 Retorno de mercadoria remetida para demonstração no retorno após 60 dias
5. NOTA FISCAL DE RETORNO DE MERCADORIAS EM DEMONSTRAÇÃO
6. EMISSÃO DA NOTA FISCAL DE ENTRADA NO RETORNO PROMOVIDO POR NÃO CONTRIBUINTE
7. TRANSMISSÃO DE PROPRIEDADE DE MERCADORIA REMETIDA EM DEMONSTRAÇÃO
   
7.1 Operações entre contribuintes
   
7.2 Operações entre contribuinte e não contribuinte
8. MODELOS DE NOTAS FISCAIS
   
8.1 Remessa em demonstração
   
8.1.1 Escrituração - Principais reflexos na EFD
   
8.1.1.1 Registro C100
   
8.1.1.2 Registro C190
   
8.1.1.3 Registro C110 
   
8.2 Retorno de demonstração
   
8.2.1 Escrituração - Principais reflexos na EFD
   
8.2.1.1 Registro C100
   
8.2.1.2 Registro C190
9. PENALIDADE 
.

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1. QUADRO SINÓTICO

Nas relações comerciais, é comum a necessidade de comprovação da qualidade ou da eficiência de determinado produto. Nessa
oportunidade, ocorre a remessa de mercadorias em demonstração.

Veremos, neste texto, o tratamento fiscal aplicado nas operações de remessa e retorno de mercadorias em demonstração, observando-se
que, em face da publicação do Decreto nº 5.966/2019
, os dispositivos do RICMS-MG/2002
, aprovado pelo Decreto nº 2.912/2006
, que versam sobre a matéria foram revogados e, atualmente, seguem os procedimentos do Ajuste Sinief nº 2/2018
. No quadro a seguir,
sintetizamos os principais tópicos:

.
Principais Regras

Operação pela qual o contribuinte remete, a terceiros, mercadorias com valor comercial e em quantidade necessária para se conhecer o
Conceito
produto e, uma vez que retornem ao estabelecimento de origem em até 60 dias, poderá estar sob o abrigo da suspensão do imposto.

   
Nota
As notas fiscais de remessa e retorno deverão ser emitidas sem destaque do imposto. Veja
tópicos 3
e
4
.
fiscal

   

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2. CONCEITO

Considera-se demonstração a operação pela qual o contribuinte remete, a terceiros, mercadorias com valor comercial e em quantidade
necessária para se conhecer o produto e haverá suspensão do ICMS desde que retornem ao estabelecimento de origem em até 60 dias (real
ou simbolicamente em virtude de transmissão da propriedade).


Nota
O Ajuste Sinief nº 2/2018
revoga, com efeitos a contar de 1º.06.2018, o Ajuste Sinief nº 8/2008
, que disciplina sobre as remessas
de mercadorias destinadas à demonstração. Observa-se que, no Ajuste Sinief nº 2/2018
, também foi estabelecida a suspensão do
ICMS na remessa e no retorno, desde que seja observado o prazo de retorno de 60 dias ao estabelecimento de origem e forma de
emissão da NF-e nessas hipóteses e também na transmissão da propriedade de mercadoria remetida para demonstração.

(
RICMS-TO/2006
, art. 408-A
,
caput; Ajuste Sinief nº 2/2018
)

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3. SUSPENSÃO

Fica suspenso o imposto incidente na saída de mercadoria remetida para demonstração, inclusive com destino a consumidor ou usuário final,
condicionado ao retorno da mercadoria ao estabelecimento de origem em até 60 dias, contados da data da saída. A suspensão abrange,
inclusive, o recolhimento do imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota interestadual,
previsto no Convênio ICMS nº 93/2015
. Na ocasião do retorno pelo destinatário, será aplicado o mesmo tratamento, ou seja, estará
suspenso o ICMS. Contudo, existem situações em que a suspensão é interrompida e o imposto passa a ser devido:
a) na transmissão da propriedade;
b) no decurso do prazo de 60 dias sem que ocorra a transmissão da propriedade ou o retorno da mercadoria, sujeitando-se o
recolhimento espontâneo à atualização monetária e aos acréscimos legais, na forma descrita no subtópico 4.1 deste texto.

(Ajuste Sinief nº 2/2018


, cláusula quarta)

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4. REMESSA DE MERCADORIAS EM DEMONSTRAÇÃO

Na saída de mercadoria destinada à demonstração, o contribuinte deverá emitir nota fiscal, que conterá, além dos requisitos previstos no
regulamento e demais normas tributárias, as seguintes indicações:
a) no campo natureza da operação: "Remessa para Demonstração";
b) no campo do CFOP: o código 5.912 (operação interna) ou 6.912 (operação interestadual), conforme o caso;
c) sem destaque do ICMS;
d) no campo relativo às Informações Adicionais, as expressões: "Mercadoria remetida para demonstração" e "Imposto suspenso nos
termos do Ajuste Sinief 02/18".

(Ajuste Sinief nº 2/2018


, cláusula quinta)

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4.1 Retorno de mercadoria remetida para demonstração no retorno após 60 dias

Como já salientado, a legislação prevê as hipóteses em que a suspensão deixa de existir e o imposto passa a ser devido. É o que ocorre, por
exemplo, quando o retorno da mercadoria foi efetuado somente após o prazo fixado de 60 dias.

Nesse caso, o remetente deve emitir outra nota fiscal, com destaque do imposto, se devido, que, além dos demais requisitos, deve conter:
a) no campo de identificação do destinatário: os dados do adquirente;
b) a referência da chave de acesso da nota fiscal original;
c) a expressão "Emitida nos termos da cláusula quinta do Ajuste Sinief 02/18".

Se devido, o recolhimento do imposto, com atualização monetária e acréscimos legais, relativo:


a) à operação própria do remetente, deve ser realizado por guia de recolhimento definida pela respectiva unidade federada de origem da
operação que no Estado de Tocantins corresponde ao Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais (Dare);
b) à diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota interestadual, na hipótese de o destinatário ser consumidor final,
deve ser feito:
b.1) em conformidade com o disposto na cláusula quarta do Convênio ICMS nº 93/2015, quando se tratar de não contribuinte do ICMS;
b.2) na forma definida na legislação da Unidade da Federação de destino, quando se tratar de contribuinte do ICMS.


Nota
O Convênio ICMS nº 93/2015
dispõe sobre os procedimentos a serem observados nas operações e nas prestações que destinem bens e
serviços a consumidor final não contribuinte do ICMS, localizado em outra Unidade da Federação.
Para o cálculo do ICMS devido ao Estado de destino, temos a seguinte fórmula:
ICMS destino = [BC x ALQ intra] - ICMS origem
Onde:
BC = base de cálculo do imposto;

ALQ inter = alíquota interestadual aplicável à operação ou prestação;


ALQ intra = alíquota interna aplicável à operação ou prestação no Estado de destino.
A base de cálculo mencionada na fórmula é única e corresponde ao valor da operação, observado o disposto no § 1º do art. 13
da Lei
Complementar nº 87/1996
.
(Convênio ICMS nº 93/2015
, cláusula segunda, § 1º-A)

(
RICMS-TO/2006
, art. 408-A
; Ajuste Sinief nº 2/2018
, cláusula quinta, § 1º)

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5. NOTA FISCAL DE RETORNO DE MERCADORIAS EM DEMONSTRAÇÃO

No retorno de mercadorias que tenham sido remetidas para demonstração, nas operações entre contribuintes do imposto, o estabelecimento
que devolver a mercadoria deverá emitir a nota fiscal. Se, dentro do prazo de 60 dias, sem destaque do imposto, além dos demais requisitos,
deve conter:
a) como natureza da operação: Retorno de Demonstração, com o nome do estabelecimento de origem como destinatário;
b) no campo do CFOP: os códigos 5.913 (operação interna) ou 6.913 (operação interestadual), conforme o caso. Classificam-se nesses
códigos as remessas em devolução de mercadorias ou bens recebidos para demonstração;
c) a referência da chave de acesso da nota fiscal pela qual tiver recebido a mercadoria em seu estabelecimento;
d) no campo relativo às Informações Adicionais, a expressão: "Imposto suspenso nos termos da cláusula quarta do Ajuste Sinief
02/18";
e) no campo "Informações Complementares" da nota fiscal, é conveniente anotar a seguinte expressão: "Retorno de mercadoria enviada
para demonstração referente a Nota Fiscal nº ..., emitida em .../.../...(data da nota fiscal de remessa)".

Se, decorrido o prazo de 60 dias, com destaque do imposto, aplicam-se a mesma base de cálculo e a mesma alíquota constante da nota fiscal
de que trata o tópico 4.1 deste texto.


Nota
A anotação prevista no item "e" não se encontra prevista nem na legislação federal nem em Tocantins, ficando a critério do contribuinte
adotá-la como forma de controle da operação. Tratando-se de NF-e, recomenda-se ainda preencher o campo "Documento Fiscal ou CT-e
Referenciado".

(
RICMS-TO/2006
, art. 408
; Ajuste Sinief nº 2/2018
, cláusula sétima)

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6. EMISSÃO DA NOTA FISCAL DE ENTRADA NO RETORNO PROMOVIDO POR NÃO CONTRIBUINTE

Na hipótese de remessa de mercadorias em demonstração a não contribuinte do ICMS, quando do retorno destas, o estabelecimento de
origem (contribuinte do ICMS) deverá emitir nota fiscal para acobertar a entrada (retorno) dessas mercadorias, e esta deve acompanhar a
mercadoria ao seu estabelecimento de origem.

Se o retorno estiver dentro do prazo de 60 dias, além dos demais requisitos exigidos, deverá conter as seguintes indicações:
a) CFOP: 1.913 (operação interna) ou 2.913 (operação interestadual), conforme o caso;
b) natureza da operação: "Retorno de mercadoria ou bem remetido para demonstração";
c) no campo relativo às Informações Adicionais, a expressão: "Imposto suspenso nos termos da cláusula quarta do Ajuste Sinief
02/18".

Se decorrido o prazo de 60 dias, com destaque do imposto, aplicam-se a mesma base de cálculo e a mesma alíquota constante da nota fiscal
de que trata o tópico 3.1 deste texto, contendo as informações ali previstas.

(
RICMS-TO/2006
, art. 408
; Ajuste Sinief nº 2/2018
, cláusula sexta)

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7. TRANSMISSÃO DE PROPRIEDADE DE MERCADORIA REMETIDA EM DEMONSTRAÇÃO

Veremos, neste tópico, os procedimentos a serem observados quando o destinatário decidir por adquirir a mercadoria, situação em que
haverá a transmissão da propriedade.

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7.1 Operações entre contribuintes

Em se tratando de adquirente contribuinte ou obrigado à emissão de nota fiscal, o estabelecimento adquirente deverá emitir nota fiscal, sem
destaque do valor do imposto, que, além dos demais requisitos, deverá conter:
a) no campo de identificação do destinatário: os dados do estabelecimento de origem;
b) como natureza da operação: "Retorno Simbólico de Mercadoria em Demonstração";
c) CFOP 5.949 ou 6.949;
d) a referência da chave de acesso da nota fiscal pela qual tiver recebido a mercadoria em seu estabelecimento;
e) no campo relativo às Informações Adicionais, a expressão: "Imposto suspenso nos termos do Ajuste SINIEF 02/18".

Pela venda, o estabelecimento transmitente deverá emitir nota fiscal, com destaque do imposto, se devido, que, além dos demais requisitos,
deverá conter:
a) no campo de identificação do destinatário: os dados do adquirente;
b) o CFOP adequado à venda, com destaque do valor do imposto;
c) a referência da chave de acesso da nota fiscal emitida por ocasião da remessa para demonstração;
d) no campo relativo às Informações Adicionais: "Transmissão da Propriedade de mercadoria remetida para Demonstração".

(
RICMS-TO/2006
, art. 408-A
; Ajuste Sinief nº 2/2018
, cláusula nona)

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7.2 Operações entre contribuinte e não contribuinte

Em se tratando de adquirente não contribuinte ou não obrigado a emissão de nota fiscal, o estabelecimento transmitente deverá emitir a
nota fiscal de retorno sem destaque do imposto, identificada como de entrada de mercadoria, que, além dos demais requisitos, deverá
conter:
a) como natureza da operação: "Entrada Simbólica em Retorno de Mercadoria remetida para Demonstração";
b) no campo do CFOP: o código 1.949 ou 2.949;
c) a referência das chaves de acesso da nota fiscal emitida por ocasião da remessa para demonstração;
d) no campo relativo às Informações Adicionais, a expressão: "Imposto suspenso nos termos da cláusula quarta do Ajuste Sinief 02/18".

Pela venda, emitir nota fiscal com o CFOP adequado à venda, com destaque do valor do imposto, que, além dos demais requisitos, deverá
conter:
a) no campo de identificação do destinatário: os dados do adquirente;
b) a referência da chave de acesso da nota fiscal da remessa para demonstração;
c) no campo relativo às Informações Adicionais: "Transmissão da Propriedade de mercadoria remetida para Demonstração".

(
RICMS-TO/2006
, art. 408-A
; Ajuste Sinief nº 2/2018
, cláusula quinta)

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8. MODELOS DE NOTAS FISCAIS

Exemplificamos, a seguir, a visualização do Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica (Danfe) referente às notas fiscais de remessa e
retorno de mercadoria em demonstração. Ressaltamos que o contribuinte deverá preencher todos os campos da nota no momento de sua
emissão, em conformidade com as exigências previstas na legislação vigente.

Nos exemplos a seguir, alguns campos do Danfe deixaram de ser preenchidos, haja vista o fato de o documento ser apenas ilustrativo.

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8.1 Remessa em demonstração


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8.1.1 Escrituração - Principais reflexos na EFD

Ao contribuinte que estiver obrigado à apresentação da Escrituração Fiscal Digital (EFD), para lançamento fiscal da Nota Fiscal Eletrônica
(NF-e) apresentada no subtópico 8.1, a título exemplificativo, apresentamos, a seguir, o preenchimento dos principais registros/campos.

Salientamos que, para a efetiva geração da EFD, outros registros deverão ser apresentados, devendo o contribuinte observar as disposições
do Ato Cotepe/ICMS nº 44/2018
e posteriores alterações, bem como o Guia Prático da Escrituração Fiscal Digital - EFD-ICMS/IPI.

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8.1.1.1 Registro C100

Este registro destina-se ao lançamento dos totais de valores apresentados na nota fiscal. Para a NF-e exemplificada, teríamos o
preenchimento da seguinte forma:

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8.1.1.2 Registro C190

Registro analítico de documento fiscal. Este registro tem por objetivo representar a escrituração dos documentos fiscais totalizados por CST,
CFOP e alíquota de ICMS.

Para exemplo em questão, teríamos o seguinte preenchimento:

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8.1.1.3 Registro C110

Este registro destina-se ao lançamento da informação apresentada no campo "Informações Complementares" na nota fiscal. Para a NF-e
exemplificada, teríamos o preenchimento da seguinte forma:

.
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8.2 Retorno de demonstração

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8.2.1 Escrituração - Principais reflexos na EFD

Ao contribuinte que estiver obrigado à apresentação da EFD, para lançamento fiscal da NF-e apresentada no subtópico 8.2, a título
exemplificativo, apresentamos, a seguir, o preenchimento dos principais registros/campos.

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8.2.1.1 Registro C100


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8.2.1.2 Registro C190

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9. PENALIDADE

As ações contrárias aos procedimentos determinados na legislação tributária implicam ao contribuinte penalidades que são capituladas
segundo o ato irregular praticado e estão previstas nos arts. 47
a 52
da Lei nº 1.287/2001
.

O contribuinte deve, então, estar atento ao correto procedimento relativo à emissão dos documentos fiscais, à escrituração fiscal, à
apresentação de informações ou ao pagamento do imposto, de forma que sejam evitados prejuízos decorrentes da aplicação de multas.

Sobre o assunto, consulte também o procedimento que aborda as hipóteses de


infrações e as respectivas penalidades.

(Lei nº 1.287/2001
, arts. 47
a 52
)

Legislação Referenciada

RICMS-MG/2002

Ajuste Sinief 02/18

Ajuste Sinief nº 2/2018

Ajuste Sinief nº 8/2008

Ato Cotepe/ICMS nº 44/2018

Convênio ICMS nº 93/2015


Decreto nº 2.912/2006

Decreto nº 5.966/2019

Lei Complementar nº 87/1996

Lei nº 1.287/2001

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