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AULA 1
CONCEITO DE TRIBUTO
3) Prevista em lei –
Lei formal – deve passar pelo processo legislativo. Não vale Portaria, instrução
normativa.
Lei material – comando abstrato e genérico
Só por LC – EC, IGF, Compet. Residual (art. 154, I, CF). O resto é lei ordinária.
4) Não é sanção –
Por isso tributo é diferente de multa (atividade ilícita).
Multa tributária (não pagou no prazo) não é tributo. Mas a multa tributária é
obrigação principal e é crédito tributário. Art. 113, $1 (penalidade pecuniária). O
objetivo é aplicar o mesmo regime jurídico para cobrar o tributo e a multa
tributária.
Nada impede que do exercício de atividades ilícitas surjam obrigações
tributárias válidas, plenamente eficazes. Ex. jogo do bicho, tráfico de drogas.
Princípio da interpretação objetiva do fato gerador – princípio non olet (art.
118). Art. 118, I – pouco importa se o ato é praticado pelo menor, alienado
mental. Mas quem responde é o responsável.
STJ: empresa comprou veículo, mas foi roubado no caminho. O STJ mandou
pagar o ICMS com o raciocínio de que houve a saída da mercadoria e pronto,
aplicando o princípio da interpretação objetiva do fato gerador.
Princípio da legalidade
Art. 150, I, CF – é vedado exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.
Reduzir ou extinguir tributo também exige lei (art. 97 do CTN). Ainda que não
houvesse esse artigo, pela simetria, deve exigir lei. As exceções do art. 97
(ressalvado) não valem mais.
Exceções:
1) O Poder Executivo pode ALTERAR alíquota II, IE, IPI e IOF
O STF declarou constitucional a alteração de alíquota pela CAMEX, por
Portaria do Min. Fazenda, como também pode ser por Decreto do
Presidente da República.
2) O Poder Executivo pode REDUZIR/RESTABELECER alíquota CIDE
Comb (ou CIDE Petróleo)
3) Convênio FIXA alíquota ICMS Comb – pode mexer a vontade, aumentar
e diminuir - CONFAZ (Conselho da Fazenda)
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Matérias que não se sujeitam ao princípio da legalidade:
a) Prazo de recolhimento de tributo (mudar do dia 10 para dia 2);
b) Atualização monetária e correção;
c) Obrigação tributária acessória – é qualquer obrigação diferente de
pagamento, ou seja, de fazer ou não fazer algo (ex: apresentar
declaração);
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PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
Representa a obrigação de haver um prazo entre a publicação da lei que
institui ou majora o tributo e a cobrança do tributo instituído ou majorado.
Jurisprudência:
Sum 669, STF – norma legal que altera prazo de recolhimento não se
submete à anterioridade. NÃO APLICA A ANTERIORIDADE
Prorrogação de alíquota – o STF entendeu que não se aplica a
anterioridade porque a CF não falou em prorrogação, mas apenas em
instituição ou majoração. NÃO
Isenção – dispensa legal de pagamento. A lei que revoga a lei que
institui a isenção não respeita a anterioridade, segundo o STF. Porque
não está surgindo obrigação tributária, ela já existia, pois só havia
dispensa de pagamento. NÃO
!!!Art. 104, III, CTN – deve ser aplicada uma regra de AE para as leis
sobre impostos sobre patrimônio e renda. É exatamente o contrário da
Jurisp do STF.
Questão: o STF falou de um modo geral, não questionou o art. 104.
Logo, saber o contexto da questão (Prova TRF 5)
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PRINCÍPIO DA IGUALDADE
Art. 150, II
É permitido um tratamento diferenciado por razões extrafiscais (a
principal função vai além da arrecadação, mas serve para modular
condutas dos contribuintes, induzir, inibir comportamentos).
Qualquer tributo pode ter natureza extrafiscal. Naturalmente são: II, IE,
IPI,
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PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA (art. 145, $1, CF)
Apesar de escrito apenas aos impostos, o STF entende que o princípio
se aplica aos demais tributos.
“Sempre que possível” – O STF está julgando recurso em que isso pode
mudar.
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Princípio da Uniformidade Geográfica (art. 151, I, CF)
O tributo federal deve ser uniforme em todo o território nacional.
Salvo: concessão de incentivos fiscais para promover o equilíbrio sócio
econômico entre as diferentes regiões do país.
Aula 2 – 10/11/2010
2) Taxa
Tributo duplamente vinculado – depende de uma atuação estatal e a
receita arrecadada tem uma finalidade específica.
Fato gerador –
a) prestação de serviço público específico e divisível de utilização
efetiva ou potencial – Especificidade - é aquele que é prestado a uma
determinada coletividade. Divisível – é a consequência do específico
– é a capacidade de identificar quanto cada contribuinte usufrui
daquele serviço.
Utilização em potencial – o serviço está disponível, mas não é utilizado.
# Iluminação pública NÃO pode ser cobrada por meio de taxa porque
não é divisível. Mas pode ser contribuição – CIP.
#Segurança pública também NÃO pode.
#Taxa de segurança pública no DF – é inconstitucional (TJDFT)
#Taxa cobrada para coleta de lixo domiciliar – é constitucional porque é
divisível. Porém se for taxa para limpeza urbana de ruas e praças aí não
pode taxa porque é geral.
#Art. 145, $2, CF – As taxas não poderão ter base de cálculo própria de
imposto. No imposto se leva em conta a riqueza de cada um. Já para a
taxa não importa a situação do contribuinte, por exemplo, taxa judiciária
(custas processuais).
Contudo o STF mitigou esse entendimento com a SV 29 porque não
pode haver “identidade integral” entre a BC do imposto e a BC da taxa
(Caso: taxa de SP que levava em conta a metragem do imóvel, o STF
entendeu constitucional...)
TAXA TARIFA
Tributo NÃO É TRIBUTO
Legal Contratual
Não admite rescisão Admite rescisão
Respeita os princípios Não se submete
constitucionais tributários
Só pode ser cobrada por Pode ser cobrada por PJDpúblico
PJDPúblico ou PJDPrivado prestadora de
serviço público
Serviços públicos indelegáveis só X
podem ser remunerados por taxa
Serviço público delegável Serviço público delegável
#Pedágio
Art. 150,V – pela literalidade seria um tributo.
Só há precedente antigo do STF dizendo que era taxa, tributo.
O STJ sempre tratou como tarifa.
4) Contribuições Especiais
5) Empréstimo Compulsório
Art. 148, CF
Deve ser previsto por LC;
Exclusivo da União
Situações: CP, GE e IPU (só para o último - regra geral – anterioridade
de exercício e anterioridade nonagesimal; para as duas primeiras pode
cobrar imediatamente).
Não há fato gerador específico na CF.
O pagamento do EC é relação tributária. Mas a devolução não é
tributária e pode ser devolvida em títulos de dívida pública (não
precisa ser em dinheiro).
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FG OT CT
______I_______Imunidade_______I________Isenção______I________
(impede o nascimento da RJT) (impede a constituição do CT)
Sum 724 STF – é aplicado também pelo STF às alíneas “a” e “b” do art.
150.
Sum. 724 - AINDA QUANDO ALUGADO A TERCEIROS, PERMANECE IMUNE AO IPTU O IMÓVEL
PERTENCENTE A QUALQUER DAS ENTIDADES REFERIDAS PELO ART. 150, VI, "C", DA
CONSTITUIÇÃO, DESDE QUE O VALOR DOS ALUGUÉIS SEJA APLICADO NAS ATIVIDADES
ESSENCIAIS DE TAIS ENTIDADES.
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
Lido em 23-11-2010
Análise do CTN
Vigência no Espaço
Regra: territorialidade. A legislação terá vigência no espaço territorial do
ente que editou a norma.
Há 2 casos de aplicação extraterritorial do ente que editou:
a) Convênios – podem estipular a aplicação extraterritorial de uma
norma;
b) Lei Complementar
Art. 102, CTN
Vigência no Tempo
LNormasDB – 45 dias, 3 meses.
Normas complementares.
Atos Normativos – data da publicação.
Decisão administrativa com eficácia normativa – 30 dias após publicação
Convênios – nas datas nele previstas
# Práticas reiteradas da Administração (também é norma complementar)
– Não há regra de vigência. É o costume da Administração.
Aula 3 –
O STF não aplica o inciso III do art. 104 do CTN, - logo, se extinguir
isenção pode cobrar no dia seguinte. Cuidado!!!
O art. 150, III, “a” – princípio irretroatividade. Esse princípio não tem
exceção.
Pegadinha: os dois casos acima são exceção ao princípio da
irretroatividade (F), porque são coisas diferentes, um é sobre aplicação
outro (art. 150, III, a) é sobre cobrança.
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INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO
1) Analogia
2) PGDTributário
3) PGDPúblico
4) Equidade
RELAÇÃO JURÍDICO-TRIBUTÁRIA
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SUJEITO ATIVO
PJDPúblico, salvo CNAgricultura (Súmula STJ)
SUJEITO PASSIVO
Contribuinte – realizou o FG
Responsável – não realizou, mas tem obrigação por força de lei
SOLIDARIEDADE
A solidariedade afasta o benefício de ordem, NÃO EXISTE O benefício
de ordem.
Quem são solidariamente obrigados – art. 124, CTN –
STJ – o interesse comum do 124, I, não é apenas interesse
econômico/financeiro, não basta estar inserido num grupo econômico,
mas tem que realizar o FG (Ex. Banco Panamericano e SBT)
Efeitos da Solidariedade – art. 125
A interrupção da prescrição prejudica o contribuinte quando é a
pretensão da Fazenda. Mas o favorece quando é sua pretensão (ex.
restituição...)
CAPACIDADE TRIBUTÁRIA
Independe da capacidade civil. Com 10 anos, 2 dias..
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
Responsabilidade
1) Por Sucessão
1.1) Na propriedade de um bem imóvel – o adquirente é responsável
pelos FG ocorridos até a data da aquisição. Porque os FG ocorridos
após a aquisição ele já é contribuinte.
Exceções:
a) se quando da aquisição é apresentada a certidão negativa; b) se a
aquisição do imóvel se der por hasta pública (leilão judicial)
1.4) Empresarial
1.4.1) Fusão, Transformação, incorporação e cisão – as empresas que
resultarem dessa operação comercial serão responsáveis pelos FG
ocorridos até a ocorrência dessa operação.
Exceções:
A) A aquisição de qualquer bem em processo de falência não gera
responsabilidade tributária.
B) Em recuperação judicial não terá responsabilidade se adquirir filial ou
unidade produtiva isolada (Caso VARIG – o juiz considerou cada
linha de operação da VARIG como unidade isolada)
2) De Terceiros
Art. 134 – Responsabilidade subsidiária – decorre de uma omissão ou
intervenção do responsável em relação ao contribuinte. Não decorre de
um ato ilícito.
Só ocorre se for impossível cobrar do contribuinte.
Há questão de concurso – é responsabilidade solidária (V) – pela
literalidade.
Mas é uma solidariedade que comporta benefício de ordem
expressamente prevista no CTN (diferente do p. único, 124).
Por isso, o STJ diz que é responsabilidade subsidiária. Cuidado!!!
Precedentes:
STJ – o mero inadimplemento do tributo não gera
responsabilidade tributária do 135, é necessário que haja ato
ilícito.
Apenas o sócio com o poder de gestão (representação) – é o
sócio representante de PJ - pode ser responsabilizado, o sócio
cotista não.
A extinção irregular da sociedade implica responsabilidade do art.
135 porque configura o ato ilícito.
Se o nome do responsável (sócio gerente) estiver na CDA
juntamente com a PJurídica, ao sócio caberá o ônus de provar
que não cometeu ato ilícito. (Não é possível excluir o nome do
sócio da CDA por meio de exceção de pré-executividade porque
esta não admite a dilação probatória necessária para provar que
não praticou ato ilícito. Contudo, se houver prova pré-constituída,
pode ser possível).
Sum. 430, STJ - O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera,
por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente,
Sum. 435 – STJ - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de
funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes,
legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.
Jurisprudência
1) Só se aplica para obrigação tributária principal
2) Exclui apenas a multa, mas paga juros e correção monetária
normalmente;
3) Só é possível a DE com pagamento à vista (a FN comprou o art. 155-
A, $1, CTN).
4) A DE exclui qualquer tipo de multa (moratória, de ofício)
5) Súmula 360 – A DE não se aplica a lançamento por homologação
declarado regularmente, mas pagos a destempo.
Sum. 360, STJ - O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos
sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a
destempo.
Outra situação: eu devo 100, mas só pago 50. Poderei aqui fazer DE
dos 50 não pagos, porque este não foi constituído.
Sumula 446 – Se declara e não paga, não faz jus a CND, porque o CT já
foi constituído.
Sum. 446, STJ - Declarado e não pago o débito tributário pelo contribuinte, é legítima a
recusa de expedição de certidão negativa ou positiva com efeito de negativa.
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Art. 142 – lançamento é um procedimento administrativo
ALTERAÇÃO DO LANÇAMENTO
Art. 145
1) Impugnação – recurso administrativo do contribuinte
2) Recurso de ofício – quando anula um crédito acima de valor
específico ocorre este caso (é parecido com reexame necessário). O
contribuinte ganhou.
3) Iniciativa de ofício, nas hipóteses do Art. 149 (erro de fato)
Erro de fato – falsa percepção de realidade. Permite a alteração do
lançamento para ser corrigido, desde que dentro prazo decadencial (p.
único do 149). Pode a Fazenda corrigir dentro do prazo de 5 anos.
SUSPENSÃO DO CT
Impede apenas a cobrança, mas não impede o lançamento.
A suspensão da exigibilidade não dispensa o cumprimento das
obrigações acessórias
Art. 151
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Parcelamento – art. 155-A (na verdade, é espécie de moratória)
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DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL
Súmula 112 STJ – só suspende se o depósito for integral e em dinheiro.
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CAUSAS DE EXTINÇÃO
Pagamento
Imputação de pagamento – art. 163 (na prática não existe mais, porque
hoje você tem que fazer uma guia específica, então é difícil).
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Art. 164
Consignação em pagamento – é quando o contribuinte quer pagar (e
não quer discutir aquele pagamento) mas existe um empecilho:
III – bitributação – dois entes cobrando pelo mesmo fato (# bis in idem –
uma pessoa cobrando duas vezes pelo mesmo fato)
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Pagamento Indevido – 165
!!! Porém, se o índice aplicável for a taxa SELIC, o termo inicial não será
do TJ, mas do pagamento indevido. Porque a SELIC cumula juros e
correção monetária (aí, tendo CM deve incidir a partir do pagamento).
A SELIC é taxa federal, mas pode ser aplicada para índices federais ou
estaduais se houver lei expressa.
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Prazo para pedir a restituição do crédito – 5 anos contado da
extinção.
Pode pedir tanto na Administração ou no Judiciário (168).
Se nesse prazo ele for à Administração e esta negou, poderá entrar com
anulatória em 2 anos (169) – anulatória da denegatória.
Aula 5 – 10/01/2011
Até 2004 (STJ) – o crédito está extinto com a homologação tácita. Logo,
o prazo para a ação de repetição de indébito nos TSLançamento por
Homologação era 5 (do pagto) + 5 (da homologação). Logo, o termo
inicial era da homologação. Na prática, o prazo era de 10 anos. Tese
dos 5 + 5 (art. 168 CTN).
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DECADÊNCIA x PRESCRIÇÃO
DECADÊNCIA
2) Quando começa:
PRESCRIÇÃO
1) É o prazo para a Fazenda cobrar o CT (ajuizar EF).
Súmula 409, STJ (Em execução fiscal, a prescrição ocorrida antes da propositura
da ação pode ser decretada de ofício (art. 219, § 5º, do CPC) – a prescrição do
CTN pode ser decretada de ofício. Mas também a da L. 6830 pode ser
de ofício (a própria LEF fala).
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Continuação das causas de extinção do CT
COMPENSAÇÃO – encontro de contas entre credor e devedor
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Transação – concessões mútuas
Para o CTN só vale a transação judicial (só quando houver litígio)
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Remissão – é o perdão de dívida
Remissão pode ser geral ou individual.
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Súmula 461 do STJ (O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório
ou por compensação, o indébito tributário certificado por sentença declaratória
transitada em julgado).
Súmula 412 STJ – ação de repetição de tarifa de água e esgoto é regida
pelo CC – 10 anos para ajuizar.
Sum. 412 - A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao
prazo prescricional estabelecido no Código Civil
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Espécies:
ISENÇÃO
É dispensa legal do pagamento do tributo (STF).
Lei que revoga lei da isenção – NÃO aplica o princípio da anterioridade,
porque apenas o lançamento é dispensado (logo, pode cobrar de
imediato)
Sum. 544 - ISENÇÕES TRIBUTÁRIAS CONCEDIDAS, SOB CONDIÇÃO ONEROSA, NÃO PODEM SER
LIVREMENTE SUPRIMIDAS
ANISTIA
É a exclusão do CT relativo à multa (penalidade).
Serve para multa não lançada. Se já for lançada será cabível remissão.
GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CT
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A responsabilidade pelo pagamento do CT é patrimonial, não pode
haver prisão por dívida.
Regra: a totalidade do patrimônio do devedor responde pelo CT,
inclusive os bens gravados com cláusula de impenhorabilidade ou
inalienabilidade.
Essas cláusulas não podem ser opostas ao Fisco.
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