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DIREITO TRIBUTÁRIO

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AULA 1

CONCEITO DE TRIBUTO

1) Prestação pecuniária – deve ser paga em dinheiro, prestação de dar.


Por isso não é possível pagar tributo com trabalho (in laborem), ou pagar
com produto (cerveja importada) – in natura.
A LC 104-2001 acrescentou o art. 156, XI – dação em pagamento de bens
imóveis como forma de extinção de crédito tributário. Por isso alguns dizem
que é uma exceção ao pagamento em dinheiro. Outros já dizem que é coisa
diferente porque trata de hipótese de extinção de crédito tributário (Luciano
Amaro).
O DF editou uma lei permitindo às ME e EPP pagar tributo mediante dação em
pagamento em bens móveis. O STF declarou a inconstitucionalidade dessa lei
com base em princípio administrativo.

2) Compulsória – obrigatoriedade que decorre da lei, independe da


manifestação de vontade. Não é obrigação contratual (contrato de aluguel)

3) Prevista em lei –
Lei formal – deve passar pelo processo legislativo. Não vale Portaria, instrução
normativa.
Lei material – comando abstrato e genérico
Só por LC – EC, IGF, Compet. Residual (art. 154, I, CF). O resto é lei ordinária.

4) Não é sanção –
Por isso tributo é diferente de multa (atividade ilícita).
Multa tributária (não pagou no prazo) não é tributo. Mas a multa tributária é
obrigação principal e é crédito tributário. Art. 113, $1 (penalidade pecuniária). O
objetivo é aplicar o mesmo regime jurídico para cobrar o tributo e a multa
tributária.
Nada impede que do exercício de atividades ilícitas surjam obrigações
tributárias válidas, plenamente eficazes. Ex. jogo do bicho, tráfico de drogas.
Princípio da interpretação objetiva do fato gerador – princípio non olet (art.
118). Art. 118, I – pouco importa se o ato é praticado pelo menor, alienado
mental. Mas quem responde é o responsável.
STJ: empresa comprou veículo, mas foi roubado no caminho. O STJ mandou
pagar o ICMS com o raciocínio de que houve a saída da mercadoria e pronto,
aplicando o princípio da interpretação objetiva do fato gerador.

5) Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada – ato


administrativo vinculado – a atividade de cobrança do agente público é
vinculada, não é discricionária.
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PRINCÍPIOS

Princípio da legalidade
Art. 150, I, CF – é vedado exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.
Reduzir ou extinguir tributo também exige lei (art. 97 do CTN). Ainda que não
houvesse esse artigo, pela simetria, deve exigir lei. As exceções do art. 97
(ressalvado) não valem mais.
Exceções:
1) O Poder Executivo pode ALTERAR alíquota II, IE, IPI e IOF
O STF declarou constitucional a alteração de alíquota pela CAMEX, por
Portaria do Min. Fazenda, como também pode ser por Decreto do
Presidente da República.
2) O Poder Executivo pode REDUZIR/RESTABELECER alíquota CIDE
Comb (ou CIDE Petróleo)
3) Convênio FIXA alíquota ICMS Comb – pode mexer a vontade, aumentar
e diminuir - CONFAZ (Conselho da Fazenda)
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Matérias que não se sujeitam ao princípio da legalidade:
a) Prazo de recolhimento de tributo (mudar do dia 10 para dia 2);
b) Atualização monetária e correção;
c) Obrigação tributária acessória – é qualquer obrigação diferente de
pagamento, ou seja, de fazer ou não fazer algo (ex: apresentar
declaração);

A expressão lei é lei mesmo, mas a expressão legislação tributária abarca


inclusive os atos infralegais (instrução normativa, portaria...).
Se não cumpre obrigação acessória, implica em multa que é obrigação
principal.
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Medida provisória em tributação
1) MP pode tratar de direito tributário
2) MP não pode tratar de matérias reservadas à LC (art. 146, CF)
3) Art. 62, $2, CF – REGRA: MP que INSTITUIR/MAJORAR IMPOSTOS só
produz efeitos no exercício financeiro (ano civil) seguinte se convertida
em lei até o último dia do exercício em que foi editada.
Exceções: II, IE, IPI, IOF e IEGuerra

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PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
Representa a obrigação de haver um prazo entre a publicação da lei que
institui ou majora o tributo e a cobrança do tributo instituído ou majorado.

O princípio da não-surpresa abrange o da anterioridade e o da


irretroatividade.

O princípio compõe-se de:


1) Anterioridade de exercício (AE) – só poderá ser cobrado no 1 dia do
exercício seguinte ao que foi publicada a lei.
2) Anterioridade Noventena (ou nonagesimal) – pode ser cobrado 90
dias após a publicação da lei.

Regra geral: é A. E. combinada com A. N. Porém, há muitas exceções


(12 exceções).
1) Só seguem a AE – IR, BC do IPTU e BC do IPVA
2) Só seguem a AN (basta contar os 90 dias) – Contribuição social para
seguridade social, IPI, Restabelecimento alíquota da CIDE Comb e
do ICMS Comb.
3) Não seguem NADA (Podem ser cobrados imediatamente) – II, IE,
IOF, IEG e EC (só calamidade pública ou guerra externa)

# O EC de investimento público de caráter urgente segue a regra geral.


As hipóteses do art. 148 da CF não são fatos geradores, mas são
situações que permitem a sua instituição.

Jurisprudência:
Sum 669, STF – norma legal que altera prazo de recolhimento não se
submete à anterioridade. NÃO APLICA A ANTERIORIDADE
Prorrogação de alíquota – o STF entendeu que não se aplica a
anterioridade porque a CF não falou em prorrogação, mas apenas em
instituição ou majoração. NÃO
Isenção – dispensa legal de pagamento. A lei que revoga a lei que
institui a isenção não respeita a anterioridade, segundo o STF. Porque
não está surgindo obrigação tributária, ela já existia, pois só havia
dispensa de pagamento. NÃO

!!!Art. 104, III, CTN – deve ser aplicada uma regra de AE para as leis
sobre impostos sobre patrimônio e renda. É exatamente o contrário da
Jurisp do STF.
Questão: o STF falou de um modo geral, não questionou o art. 104.
Logo, saber o contexto da questão (Prova TRF 5)
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PRINCÍPIO DA IGUALDADE
Art. 150, II
É permitido um tratamento diferenciado por razões extrafiscais (a
principal função vai além da arrecadação, mas serve para modular
condutas dos contribuintes, induzir, inibir comportamentos).
Qualquer tributo pode ter natureza extrafiscal. Naturalmente são: II, IE,
IPI,
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PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA (art. 145, $1, CF)
Apesar de escrito apenas aos impostos, o STF entende que o princípio
se aplica aos demais tributos.

O STF entende que não pode haver progressividade de alíquota para os


tributos reais, salvo se houver autorização expressa na CF.
São o IPTU e o ITR apenas que tem autorização na CF.
Antes da EC 29, não existia tributo progressivo.
Tributos reais são aqueles que se ligam a realidade econômica,
abstraindo a pessoa.

Progressividade fiscal do IPTU – em razão do valor do imóvel


Progressividade extrafiscal em razão do tempo para cumprir função
social - Art. 182, $4, CF – quanto mais tempo ficar sem cumprir a função
social.

Sum. 668 STF – antes da EC 29 só podia a progressividade extrafiscal.


Sum 656 STF – é inconstitucional a progressividade para o ITBI,
exatamente porque a CF não autoriza
Sum. 589 STF – é inconstitucional a progressividade em função do
número de imóveis

“Sempre que possível” – O STF está julgando recurso em que isso pode
mudar.
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Princípio da Uniformidade Geográfica (art. 151, I, CF)
O tributo federal deve ser uniforme em todo o território nacional.
Salvo: concessão de incentivos fiscais para promover o equilíbrio sócio
econômico entre as diferentes regiões do país.

Princípio da Uniformidade na tributação da renda (art. 151 II, CF) – só é


aplicável à renda.
A União não pode cobrar tributo de servidor do GDF maior do que o
cobrado do servidor federal.
Lido em 19/11/2010, 22/07/2011, 11/10/2011

Aula 2 – 10/11/2010

ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS (classificação pentapartida – STF)


1) Imposto
FG não vinculado – independe de qualquer atividade estatal. São
tributados pelos impostos aqueles fatos presuntivos de riqueza.
Art. 16, CTN

Receita não vinculada – a receita arrecadada com os impostos não tem


uma destinação específica. A arrecadação será utilizada para o que o
governo quiser, gastos gerais.

2) Taxa
Tributo duplamente vinculado – depende de uma atuação estatal e a
receita arrecadada tem uma finalidade específica.
Fato gerador –
a) prestação de serviço público específico e divisível de utilização
efetiva ou potencial – Especificidade - é aquele que é prestado a uma
determinada coletividade. Divisível – é a consequência do específico
– é a capacidade de identificar quanto cada contribuinte usufrui
daquele serviço.
Utilização em potencial – o serviço está disponível, mas não é utilizado.
# Iluminação pública NÃO pode ser cobrada por meio de taxa porque
não é divisível. Mas pode ser contribuição – CIP.
#Segurança pública também NÃO pode.
#Taxa de segurança pública no DF – é inconstitucional (TJDFT)
#Taxa cobrada para coleta de lixo domiciliar – é constitucional porque é
divisível. Porém se for taxa para limpeza urbana de ruas e praças aí não
pode taxa porque é geral.

b) poder de polícia (taxa de fiscalização) –


Para se cobrar é necessário que haja uma estrutura estatal equipada
para realizar a fiscalização.
Não se exige a fiscalização do contribuinte naquele ano, mas deve haver
fiscalização da atividade. (É potencial ?).
A BC tem que estar relacionada com o custo da prestação do serviço ou
custo para manter o exercício do poder de polícia. A intenção não é
lucrar, mas apenas manter o serviço de fiscalização.

#Art. 145, $2, CF – As taxas não poderão ter base de cálculo própria de
imposto. No imposto se leva em conta a riqueza de cada um. Já para a
taxa não importa a situação do contribuinte, por exemplo, taxa judiciária
(custas processuais).
Contudo o STF mitigou esse entendimento com a SV 29 porque não
pode haver “identidade integral” entre a BC do imposto e a BC da taxa
(Caso: taxa de SP que levava em conta a metragem do imóvel, o STF
entendeu constitucional...)

TAXA TARIFA
Tributo NÃO É TRIBUTO
Legal Contratual
Não admite rescisão Admite rescisão
Respeita os princípios Não se submete
constitucionais tributários
Só pode ser cobrada por Pode ser cobrada por PJDpúblico
PJDPúblico ou PJDPrivado prestadora de
serviço público
Serviços públicos indelegáveis só X
podem ser remunerados por taxa
Serviço público delegável Serviço público delegável

Água, luz – tarifa


O critério da obrigatoriedade, facultatividade não serve mais para
diferenciar (Ex. rodovia, pedágio... e se passar a pé, de bicicleta?)

TARIFA x PREÇO PÚBLICO


99% da doutrina – tarifa e preço público são iguais.
Alguns falam a diferença - Quando é um serviço público delegável – se
for PJDPúblico – preço público. Se for uma PJDPrivado – tarifa.

Súmula 595, STF – “é inconstitucional a taxa municipal de conservação


de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do ITR”.
Fundamentos: Não é serviço público divisível, e tem a mesma base do
ITR.

#Pedágio
Art. 150,V – pela literalidade seria um tributo.
Só há precedente antigo do STF dizendo que era taxa, tributo.
O STJ sempre tratou como tarifa.

Receita vinculada – para remunerar a prestação de serviço


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3) Contribuição de Melhoria
FG – valorização imobiliária decorrente de obra pública
A cobrança se sujeita a 2 limites:
a) Limite individual – valorização que o contribuinte teve
b) Limite geral – valor da obra
Ex. 6 chácaras. Estrada de terra. Governo asfalta a estrada. Lotes
valorizados em 20.000. Valor total da obra – 100.000. A CM não poderá
passar desses dois limites, na verdade será menor que 20.000

Recapeamento de estrada – não pode porque é atividade de


conservação, não é obra pública.

4) Contribuições Especiais

A regra do art. 4 e 5 do CTN só valia quando a classificação era


tripartida. Valia lá em 1966.
Já o inciso II do art. 4 não vale mais hoje, porque tanto as contribuições
especias e o empréstimo compulsório são diferenciados pela
destinação legal do produto e arrecadação (Prova TRF 5 Região)

4.1) Contribuição Social


4.1.1) para Seguridade Social
4.1.2) Outras Contribuições Sociais

4.2) Contribuição Interesse de Categorias Profissionais (ou Categoria


Econômica)
Ex. CREA, CRC, CRM, CRO, Cont. Sindical
Ex. Categoria econômica – Sistema “S” – SESI, SESC, SENAC

4.3) CIDE – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico


Ex. Contribuição para o SEBRAE, INCRA, CIDE-COMB, Adicional Tarifa
Portuário

4.4) CIP – Contribuição de Iluminação Pública

5) Empréstimo Compulsório
Art. 148, CF
Deve ser previsto por LC;
Exclusivo da União
Situações: CP, GE e IPU (só para o último - regra geral – anterioridade
de exercício e anterioridade nonagesimal; para as duas primeiras pode
cobrar imediatamente).
Não há fato gerador específico na CF.
O pagamento do EC é relação tributária. Mas a devolução não é
tributária e pode ser devolvida em títulos de dívida pública (não
precisa ser em dinheiro).
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IMUNIDADE TRIBUTÁRIA (art. 150, VI, CF) – só impostos


Limita a competência tributária.
Competência tributária – poder constitucional para instituir tributo. Só os
entes políticos têm.
Com a imunidade não surge nem mesmo a relação jurídico-tributária,
incide sobre a competência.
(Logo, a imunidade, atua antes da obrigação tributária?)

Na Isenção é diferente. A isenção é causa de exclusão do crédito


tributário (impede o nascimento do CT). Impede a constituição do CT.
Conforme o STF, a isenção é uma dispensa legal do pagamento do
tributo.
Não impede o surgimento da obrigação tributária, mas impede o
surgimento do CT.
Então, surge o FG, surge a obrigação tributária, mas o crédito tributário
não é constituído e, portanto, o ente não pode cobrar.

FG OT CT
______I_______Imunidade_______I________Isenção______I________
(impede o nascimento da RJT) (impede a constituição do CT)

Não incidência – a norma não incide porque o fato não se enquadra na


hipótese normativa.

Se estiver na CF, é sempre imunidade (mesmo se falar em isenção).

Art. 150, VI, a – imunidade apenas para impostos

a) Recíproca – aplica-se aos entes políticos. Também às autarquias e


FP nas suas finalidades essenciais. Se houver exploração de
atividade econômica, não há imunidade recíproca.

Empresas estatais – imunidade recíproca se aplica apenas àquelas que


prestam serviço público em regime de exclusividade. Porque aí não viola
a livre concorrência.
Ex. ECT, Infraero.

b) Templos de qualquer culto


Fundamento: impedir o Estado de exercer pressão sobre os templos.
O STF entende que não é apenas o templo, mas vale a igreja, a casa do
padre, cemitério, o dízimo, o carro, inclui o patrimônio. (O cemitério
privado, fora do patrimônio da igreja não tem imunidade).
Aluguel de imóvel vale desde que a receita dos aluguéis seja revertida
nas funções religiosas.
Prédios da UnB – aluguel – vale imunidade desde que seja revertida em
favor das finalidades da Universidade.

#Maçonaria – NÃO tem imunidade

c) Entidades de educação e assistência sem fins lucrativos, Sindicato


de Trabalhadores, Partidos Políticos e suas Fundações
Pode ter lucro, mas este lucro deve ser reinvestido.

Sum. 730 STF – a entidade fechada de previdência social não pode


receber contribuição dos beneficiários assistidos pela instituição

Sum 724 STF – é aplicado também pelo STF às alíneas “a” e “b” do art.
150.
Sum. 724 - AINDA QUANDO ALUGADO A TERCEIROS, PERMANECE IMUNE AO IPTU O IMÓVEL
PERTENCENTE A QUALQUER DAS ENTIDADES REFERIDAS PELO ART. 150, VI, "C", DA
CONSTITUIÇÃO, DESDE QUE O VALOR DOS ALUGUÉIS SEJA APLICADO NAS ATIVIDADES
ESSENCIAIS DE TAIS ENTIDADES.

# Imunidade ao SESI (entidade educacional sem fins lucrativos) – Info


2008 – A imunidade alcança os impostos que o ente imune realize o
FG.(Ou seja, a imunidade alcança os impostos incidentes apenas sobre
os FGs realizados pelos entes imunes). Logo, comprar cadeiras, mesas
não pode ser imune ao ICMS. Fund: quem pratica o FG – colocar em
circulação – é a loja. Mas quando dá aulas, aí não incidirá o ISS.

# Tributo indireto – o encargo financeiro é repassado para terceiro


Nesse caso, o STF entendeu que o SESI terá que arcar sim com o
repasse do encargo do ICMS.
Porém, quando o SENAC dá aulas, não paga ISS.

Logo, a imunidade não alcança o contribuinte de fato, mas só alcança o


contribuinte de direito.

# Info 2010 (final 1 semestre) – Estado PR isentou por lei prestação de


serviços público para entidade religiosa (contribuinte de fato), para
driblar a imunidade que não alcançava. A questão é que a isenção foi
feita por meio de lei, mas deveria ser por Convênio. Entretanto, o STF
disse que nesse caso não haveria o perigo de guerra fiscal, porque isso
não atrairia as igrejas. Logo, é uma exceção, isenção ICMS pode ser
por meio de lei.

d) Livros, jornais, periódicos e o papel destinado (Fund.: Liberdade


pensamento, expressão)
As anteriores são imunidades subjetivas, mas esta é objetiva.
Sum. 657 – abrange filme e papel fotográfico. A tinta não está abarcada.

Livro eletrônico, audiobook, livro em CD, DVD – NÃO É IMUNE (STF).


#Propaganda impressa em jornal – como é essencial para a
manutenção do jornal – é imune. Mas se for encarte solto, não é imune.
O conteúdo da publicação, do livro, jornal é irrelevante. Por isso, a lista
telefônica, revista pornô são imunes.

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

Só quem tem são os entes políticos.


É exercida através de leis.
É indelegável
Improrrogável (o não exercício não transfere a outro ente)

Competência Tributária Capacidade Ativa Tributária


Atribuição constitucional para Atribuição para cobrar, arrecadar
instituir tributos tributos (material)
Entes políticos PJDPúblico – entes políticos e Aut.
e Fundação #1
É feita através de lei É feita por atos administrativos
Indelegável Delegável
Improrrogável

#1 Sum. 396 STJ – exceção ao art. 119 do CTN – A Confederação


Nacional Agricultura é privada e tem capacidade tributária

Lido em 23-11-2010

Análise do CTN

Vigência da Legislação Tributária

Vigência no Espaço
Regra: territorialidade. A legislação terá vigência no espaço territorial do
ente que editou a norma.
Há 2 casos de aplicação extraterritorial do ente que editou:
a) Convênios – podem estipular a aplicação extraterritorial de uma
norma;
b) Lei Complementar
Art. 102, CTN

Art. 120, CTN – exemplo de aplicação extraterritorial –


desmembramento de Tocantins. Houve uma aplicação extraterritorial da
legislação do Goiás no Tocantins. É exemplo de novação subjetiva ativa.

Vigência no Tempo
LNormasDB – 45 dias, 3 meses.
Normas complementares.
Atos Normativos – data da publicação.
Decisão administrativa com eficácia normativa – 30 dias após publicação
Convênios – nas datas nele previstas
# Práticas reiteradas da Administração (também é norma complementar)
– Não há regra de vigência. É o costume da Administração.

Comentar art. 104 do CTN

Aula 3 –

O STF não aplica o inciso III do art. 104 do CTN, - logo, se extinguir
isenção pode cobrar no dia seguinte. Cuidado!!!

APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA


Regra – se aplica aos FG futuros e pendentes (subordinado a uma
condição suspensiva). Enquanto estiver pendente, a legislação alterada
que for sucedendo à outra é que será aplicada.

Quando se aplicará retroativamente?


1) Quando for norma meramente interpretativa (porém dessa aplicação
retroativa não pode resultar em penalidade);
2) Quando for norma referente à infração ou penalidade que seja mais
benéfica, desde que o ato não esteja definitivamente julgado. (O
STJ entende que é o trânsito em julgado judicial, não é o
administrativo).

O art. 150, III, “a” – princípio irretroatividade. Esse princípio não tem
exceção.
Pegadinha: os dois casos acima são exceção ao princípio da
irretroatividade (F), porque são coisas diferentes, um é sobre aplicação
outro (art. 150, III, a) é sobre cobrança.
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INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO

Os dois não têm o mesmo sentido teleológico.

1) Analogia
2) PGDTributário
3) PGDPúblico
4) Equidade

A analogia não pode ser usada para piorar a situação do contribuinte.


Nem a equidade pode ser para melhorar a situação (art. 108, $$ 1 e 2,
CTN).

Respeito aos Institutos de Direito Privado (art. 109 e 110, CTN)


O DT não pode alterar o conteúdo e conceito dos institutos de Dprivado,
mas pode atribuir apenas efeitos tributários.
Ex. Art. 195, I, b, CF. Antes da EC 20-98 a CF falava só em faturamento
(receita proveniente da exploração do objeto social) e não toda a receita
(aluguéis, aplicações financeiras...). Receita abrange faturamento.
Ex2. ISS sobre locação. STF declarou inconstitucional porque locação
não é serviço.

Interpretação Literal (art. 111)


Ex. tributação IR lucro presumido, prestador de serviços hospitalares.
PFN – só vale para os hospitais X laboratórios, clínicas. O STJ entende
que deve se estender a todos os prestadores. Fund: objetivo extrafiscal.

Interpretação benéfica em matéria de penalidade/infração quando


houver dúvida (art. 112)
Não vale para dispensa de tributo. Não existe in dubio pro contribuinte. É
só para penalidade ou infração.
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RELAÇÃO JURÍDICO-TRIBUTÁRIA

O não cumprimento da pena acessória faz surgir uma obrigação


principal de pagar multa. Mas essa obrigação principal deve estar em lei.
Obrigação principal – lei. Acessória – legislação tributária.

Hipótese de incidência – está na lei


Fato gerador – é uma situação de fato ou situação jurídica

FG situação jurídica é quando o fato escolhido pela norma tributária para


fazer surgir a obrigação já está qualificado por outro ramo do direito.
Ex. ITBI – FG é o registro definido no CC; Ex. ITCMD

FG situação de fato é quando o fato escolhido pela norma tributária não


está qualificado por nenhum outro ramo do direito.
Ex. FG do IR (riqueza), II

O FGSJurídica se considera ocorrido nos termos da legislação aplicável.


O FGSFato se considera ocorrido quando presentes circunstâncias
materiais necessárias.

O FGSJurídica pode conter:


a) Condição suspensiva – só com o implemento da condição
suspensiva é que ocorre o FG
b) Condição resolutória – o FG já ocorre desde já, desde o momento da
celebração do negócio (art. 117, II)

Princípio da Interpretação Objetiva do Fato Gerador (art. 118, CTN)

Ex. ICMS de mercadoria roubada é devida.


Ex. vendas inadimplidas não permite restituição. Venda cancelada
admite restituição.
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Parágrafo único do art. 116 do CTN
Evasão Fiscal – é prática ilícita, ilegal. Consiste em mascarar,
esconder, tentar alterar o FG realizado pelo contribuinte. Está associada
com a sonegação fiscal, fraude fiscal.
Em regra, a evasão fiscal é praticada após a ocorrência do FG.
Ex. eu vendo a mercadoria por 100, mas registro por 50.
Ex. antes do FG – eu emito uma nota fiscal por 50 e só depois eu vendo
a mercadoria por 100.

Elisão fiscal – é lícita, legal. É também identificada como planejamento


tributário. Consiste em evitar a ocorrência do FG ou praticá-lo de uma
forma menos onerosa. Em regra, é realizada antes da prática do FG.
Ex. o contribuinte opta pelo lucro real, lucro presumido ou como
SIMPLES – é uma opção dada pela lei.
Ex. de elisão após o FG – a escolha entre a simples e a completa
declaração do IR.

Elusão fiscal – é ilícita, ilegal. Consiste na realização de um NJ


simulado com o objetivo de esconder o FG de determinado tributo. É
chamado de abuso das formas. Ocorre uma aparência lícita, mas o
conteúdo é ilícito.
Ex. art. 156, $2, I, CF – imunidade de ITBI – fusão, extinção. 1 quer
comprar, outro quer vender imóvel. Então, os 2 abrem uma sociedade, 1
entra com o $ outro entra com o imóvel. Depois, extinguem a sociedade
e o que deu o $ sai com o imóvel e vice-versa.
Aqui é o parágrafo único do 116, CTN (cai muito em concurso) – a
autoridade administrativa poderá desconsiderar (o examinador fala
erradamente em desconstituir, alterar..., tá tudo errado). Também
cuidado que é LEI ORDINÁRIA.

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SUJEITO ATIVO
PJDPúblico, salvo CNAgricultura (Súmula STJ)

SUJEITO PASSIVO
Contribuinte – realizou o FG
Responsável – não realizou, mas tem obrigação por força de lei

A sujeição passiva não pode ser alterada por convenções particulares.


Ex. não importa que o contrato de locação tenha cláusula impondo
obrigação ao locatário de pagar IPTU, a obrigação é do locador.

SOLIDARIEDADE
A solidariedade afasta o benefício de ordem, NÃO EXISTE O benefício
de ordem.
Quem são solidariamente obrigados – art. 124, CTN –
STJ – o interesse comum do 124, I, não é apenas interesse
econômico/financeiro, não basta estar inserido num grupo econômico,
mas tem que realizar o FG (Ex. Banco Panamericano e SBT)
Efeitos da Solidariedade – art. 125
A interrupção da prescrição prejudica o contribuinte quando é a
pretensão da Fazenda. Mas o favorece quando é sua pretensão (ex.
restituição...)

CAPACIDADE TRIBUTÁRIA
Independe da capacidade civil. Com 10 anos, 2 dias..

DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO – ler em casa.

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

Responsabilidade
1) Por Sucessão
1.1) Na propriedade de um bem imóvel – o adquirente é responsável
pelos FG ocorridos até a data da aquisição. Porque os FG ocorridos
após a aquisição ele já é contribuinte.
Exceções:
a) se quando da aquisição é apresentada a certidão negativa; b) se a
aquisição do imóvel se der por hasta pública (leilão judicial)

1.2) Na propriedade de um bem móvel - o adquirente é responsável


pelos FG ocorridos até a data da aquisição. A diferença é que não
há exceção.
1.3) Causa Mortis (131, II, III)
O espólio é responsável tributário pelos FG ocorridos até a data da
abertura da sucessão.
Os herdeiros e sucessores são responsáveis pelos FG ocorridos até a
data da partilha
Se o FG ocorreu entre a abertura e a partilha o espólio é o próprio
contribuinte. Se o FG ocorreu após a partilha, os sucessores é que são
os contribuintes.
espólio sucessores
___+_Abertura____ _____________Partilha____ _____

1.4) Empresarial
1.4.1) Fusão, Transformação, incorporação e cisão – as empresas que
resultarem dessa operação comercial serão responsáveis pelos FG
ocorridos até a ocorrência dessa operação.

1.4.2) Extinção da PJ – sócio ou espólio do sócio que continua a mesma


atividade passa a ser responsável (pode ser sob a mesma ou outra
razão social)
(É possível que mesmo numa extinção regular de empresa, depois
apareçam novos débitos).

1.4.3) Aquisição de Estabelecimento Comercial ou Fundo de Comércio


O adquirente sempre será responsável pelos FG antes da aquisição,
mudará apenas o tipo de responsabilidade.
Responderá INTEGRALMENTE – se o alienante cessar a exploração de
qualquer atividade econômica ou apenas iniciá-la 6 meses após a
alienação.
Responderá SUBSIDIARIAMENTE – se o alienante continuar a
exploração de qualquer atividade econômica ou iniciá-la dentro de 6
meses após a alienação. (primeiro cobra do alienante, depois...)

Exceções:
A) A aquisição de qualquer bem em processo de falência não gera
responsabilidade tributária.
B) Em recuperação judicial não terá responsabilidade se adquirir filial ou
unidade produtiva isolada (Caso VARIG – o juiz considerou cada
linha de operação da VARIG como unidade isolada)

Porém, o $2 do art. 133 excepciona novamente, transformando na regra,


logo será responsável – a) sócio da sociedade falida; b) parente do
devedor falido; III - agente do falido (é o laranja)

$3 – o dinheiro arrecadado com as vendas é para pagar outros credores


que não o tributário. Extraconcursal – FG ocorridos após a decretação
da falência
--

2) De Terceiros
Art. 134 – Responsabilidade subsidiária – decorre de uma omissão ou
intervenção do responsável em relação ao contribuinte. Não decorre de
um ato ilícito.
Só ocorre se for impossível cobrar do contribuinte.
Há questão de concurso – é responsabilidade solidária (V) – pela
literalidade.
Mas é uma solidariedade que comporta benefício de ordem
expressamente prevista no CTN (diferente do p. único, 124).
Por isso, o STJ diz que é responsabilidade subsidiária. Cuidado!!!

As pessoas elencadas só podem ser responsabilizadas pela multa de


mora (moratória). Não caberia multa punitiva.

Art. 135 – Responsabilidade pessoal – decorre de um ato ilícito (excesso


de poder, infração de lei, contrato social ou estatutos.
Inclui as pessoas elencadas no art. 134. Então, se essas pessoas não
cometerem ato ilícito responderão subsidiariamente, mas se cometerem,
responderão pessoalmente.

Precedentes:
 STJ – o mero inadimplemento do tributo não gera
responsabilidade tributária do 135, é necessário que haja ato
ilícito.
 Apenas o sócio com o poder de gestão (representação) – é o
sócio representante de PJ - pode ser responsabilizado, o sócio
cotista não.
 A extinção irregular da sociedade implica responsabilidade do art.
135 porque configura o ato ilícito.
 Se o nome do responsável (sócio gerente) estiver na CDA
juntamente com a PJurídica, ao sócio caberá o ônus de provar
que não cometeu ato ilícito. (Não é possível excluir o nome do
sócio da CDA por meio de exceção de pré-executividade porque
esta não admite a dilação probatória necessária para provar que
não praticou ato ilícito. Contudo, se houver prova pré-constituída,
pode ser possível).

Lido em 26/11/2010, 28/07/2011


AULA 4 –

Sum. 430, STJ - O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera,
por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente,
Sum. 435 – STJ - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de
funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes,
legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.

Denúncia espontânea (art. 138, CTN)


É o ato de confessar que deve o tributo (autodenúncia) e pagar o tributo
devido. O efeito é excluir a responsabilidade pelas infrações. Livra o
contribuinte do pagamento das multas.

Deve ser realizada antes do início de qualquer procedimento de


fiscalização.

Jurisprudência
1) Só se aplica para obrigação tributária principal
2) Exclui apenas a multa, mas paga juros e correção monetária
normalmente;
3) Só é possível a DE com pagamento à vista (a FN comprou o art. 155-
A, $1, CTN).
4) A DE exclui qualquer tipo de multa (moratória, de ofício)
5) Súmula 360 – A DE não se aplica a lançamento por homologação
declarado regularmente, mas pagos a destempo.

Sum. 360, STJ - O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos
sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a
destempo.

CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO


Lançamento de ofício – a Fazenda constitui o crédito sem participação
do contribuinte. Ela constitui e notifica o contribuinte para pagar. Ex.
IPTU.
Lançamento por declaração – o contribuinte declara os dados
necessários (declaração simples de dados), em seguida, a Fazenda
constitui o CT, e então, notifica o contribuinte para o pagamento.

Lançamento por homologação – ocorre o FG, o contribuinte deve fazer o


pagamento antecipado (porque ele não vai esperar notificação alguma)
e depois deve apresentar uma declaração (relata o procedimento, o
valor). Depois a FN vai apenas homologar (confirmar, ratificar) a prática
do contribuinte.

#Sempre que o tributo não foi lançado por declaração corretamente ou


não foi homologado, a própria FN deverá lançar de ofício.

Passados 5 anos, homologação tácita.

Súmula 360 – STJ – Se eu declarei regularmente o IR, mas não paguei,


aí não se aplica a DE.

Fundamento: É porque o STJ entende que a declaração do


contribuinte já constitui o crédito tributário.

O melhor é não pagar e não declarar, porque aí se aplica a DE à


obrigação principal.

Outra situação: eu devo 100, mas só pago 50. Poderei aqui fazer DE
dos 50 não pagos, porque este não foi constituído.

Sumula 446 – Se declara e não paga, não faz jus a CND, porque o CT já
foi constituído.
Sum. 446, STJ - Declarado e não pago o débito tributário pelo contribuinte, é legítima a
recusa de expedição de certidão negativa ou positiva com efeito de negativa.

Isso é importante porque é uma forma de constituição de CT formada


pela jurisprudência, ou seja, a declaração constitui o CT.

--
Art. 142 – lançamento é um procedimento administrativo

ALTERAÇÃO DO LANÇAMENTO
Art. 145
1) Impugnação – recurso administrativo do contribuinte
2) Recurso de ofício – quando anula um crédito acima de valor
específico ocorre este caso (é parecido com reexame necessário). O
contribuinte ganhou.
3) Iniciativa de ofício, nas hipóteses do Art. 149 (erro de fato)
Erro de fato – falsa percepção de realidade. Permite a alteração do
lançamento para ser corrigido, desde que dentro prazo decadencial (p.
único do 149). Pode a Fazenda corrigir dentro do prazo de 5 anos.

Erro de direito (146) – mudar critério jurídico. Só aplica para fatos


geradores futuros.
Súmula 227 TFR – a mudança de critério jurídico não autoriza a revisão
do lançamento (ainda é aplicada pelo STJ).

Lançamento – Qual a Natureza Jurídica?


Declaratória – Luciano Amaro
Constitutiva –
Mista – declara a obrigação e constitui o crédito tributário (CESPE)

SUSPENSÃO DO CT
Impede apenas a cobrança, mas não impede o lançamento.
A suspensão da exigibilidade não dispensa o cumprimento das
obrigações acessórias

Art. 151

Moratória – é a dilação do prazo para pagamento do tributo. É a


postergação do prazo para pagamento.

Moratória geral – Lei (ente competente e da União)


Moratória Individual – Lei (requisitos) + Despacho administrativo

Há uma possibilidade de moratória heterônoma – União declarando


moratória de tributos estaduais e municipais (situação de calamidade).

Requisitos da lei – se sumirem, pode ser revogada


Art. 155, CTN
Com dolo, fraude, simulação – multa (“penalidade”) e juros
Sem dolo, fraude, simulação – só juros.

Isso se aplica à: Moratória, anistia, parcelamento, remissão e isenção.

--
Parcelamento – art. 155-A (na verdade, é espécie de moratória)

--
DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL
Súmula 112 STJ – só suspende se o depósito for integral e em dinheiro.

A vantagem de se fazer o depósito é que ele impede a fluência de juros


e multa.
Se o contribuinte perde, o depósito será convertido em renda.
O depósito já constitui o CT.
Se a ação foi extinta sem resolução do mérito, o depósito converte em
renda (STJ), salvo se for por ilegitimidade da Fazenda. É porque o
depósito já converteu a renda.
Outro argumento do STJ é que criaria prática de entrar com ação viciada
para acabar na extinção.
--
Recursos administrativos – enquanto não julgado em definitivo o
processo administrativo, estará suspensa.
SV 21 – é inconstitucional a exigência de depósito para recorrer
administrativamente
SV 24 – para os crimes materiais contra a ordem tributária, o MP deve
esperar a constituição definitiva do CT (fim do proc. Administrativo-
tributário) para ajuizar a denúncia.

--

É possível, antes mesmo da constituição do crédito, o contribuinte entrar


com ação judicial pedindo uma liminar de suspensão de exigibilidade.
Logo, antes mesmo da constituição do CT, pode-se suspendê-lo.

--

CAUSAS DE EXTINÇÃO

Pagamento

Imputação de pagamento – art. 163 (na prática não existe mais, porque
hoje você tem que fazer uma guia específica, então é difícil).

Quando a Fazenda tem que pagar algo a cidadão. Contribuinte queria


aplicar o art. 354 do CC analogicamente (art. 108, CTN) – imputar
primeiro nos juros. STJ disse que a lacuna é na legislação tributária. STJ
disse que imputação é apenas forma de pagamento, e não causa de
extinção, não sendo reserva de LC (146, III, b- crédito).
Explicando melhor:
O art. 108 diz que se não houver na legislação tributária eu aplico a
analogia. Aí o contribuinte diz que só pode LC por ser extinção de
crédito. O STJ diz que imputação não é extinção em si, mas apenas
forma de extinção. (Então, parece que o STJ admitiu?)
Tecnicamente, é melhor para o contribuinte incidir sobre juros (prof. não
soube explicar o porquê).

--
Art. 164
Consignação em pagamento – é quando o contribuinte quer pagar (e
não quer discutir aquele pagamento) mas existe um empecilho:

III – bitributação – dois entes cobrando pelo mesmo fato (# bis in idem –
uma pessoa cobrando duas vezes pelo mesmo fato)

Ex. bitributação – contribuinte entra com ação contra as duas entidades


tributantes e obtém a quitação do pagamento num primeiro momento.
Depois as duas Fazendas continuam brigando e o autor entra como
assistente daquele que tá cobrando menos (para, se ganhar, poder
levantar a final).
A J do STJ admite a consignação do que entende devido e continua
discutindo o excesso.

--
Pagamento Indevido – 165

Art. 162, $4 – estampilha (compro selo e coloco na mercadoria, significa


que eu paguei o tributo). Só que não mais existe essa modalidade.

Art. 166 – Repetição de indébito de tributo indireto


Tributo indireto
Contribuinte de Direito – realiza o FG e paga o tributo

O STJ entende que o contribuinte de fato não faz parte da relação


jurídica tributária. Logo o consumidor não tem legitimidade para ajuizar
ação. Quem tem que ir a juízo é o contribuinte de direito. Logo, a
legitimidade ad causam para repetição de indébito é do contribuinte
de direito apenas.

Súmula 162, STJ – Termo inicial da correção monetária é do pagamento


indevido.
Sum. 162 - NA REPETIÇÃO DE INDEBITO TRIBUTARIO, A CORREÇÃO
MONETARIA INCIDE A PARTIR DO PAGAMENTO INDEVIDO.

Súmula 188 – Juros – a partir do TJ da sentença (decisão definitiva) (p.


único do 167)
Súm. 188 - OS JUROS MORATORIOS, NA REPETIÇÃO DO INDEBITO TRIBUTÁRIO,
SÃO DEVIDOS A PARTIR DO TRANSITO EM JULGADO DA SENTENÇA

!!! Porém, se o índice aplicável for a taxa SELIC, o termo inicial não será
do TJ, mas do pagamento indevido. Porque a SELIC cumula juros e
correção monetária (aí, tendo CM deve incidir a partir do pagamento).

Também não pode cumular SELIC com qualquer outro índice.

A SELIC é taxa federal, mas pode ser aplicada para índices federais ou
estaduais se houver lei expressa.
--
Prazo para pedir a restituição do crédito – 5 anos contado da
extinção.
Pode pedir tanto na Administração ou no Judiciário (168).
Se nesse prazo ele for à Administração e esta negou, poderá entrar com
anulatória em 2 anos (169) – anulatória da denegatória.

Aula 5 – 10/01/2011

PRAZO PARA PEDIR RESTITUIÇÃO

Até 2004 (STJ) – o crédito está extinto com a homologação tácita. Logo,
o prazo para a ação de repetição de indébito nos TSLançamento por
Homologação era 5 (do pagto) + 5 (da homologação). Logo, o termo
inicial era da homologação. Na prática, o prazo era de 10 anos. Tese
dos 5 + 5 (art. 168 CTN).

Em 2005, a LC 118, no art. 3 e 4 diz: o crédito está extinto não com a


homologação, mas com o pagamento antecipado.

2 hipótese de retroatividade: a) legislação interpretativa e b) cominação


de penalidade. Art. 106, CTN.

Porém, o STJ declarou a inconstitucionalidade do art. 4 que manda


aplicar retroativamente, porque: fere a segurança jurídica, fere a
separação dos poderes (alterou entendimento jurisprudencial que fixava
o termo inicial na homologação).

O STJ admitiu a aplicação da lei apenas a partir de 09/06/2005, data de


vigência da LC 118.

Regra de transição para quem pagou antes da LC e ajuizou ação


apenas depois – aqui o STJ invocou o art. 2028 do CC. Não mais
prevalece porque acabou em junho do ano passado

A PFN ajuizou RE e levou ao STF a questão, o placar está 4 X 4.


Acompanhar!

RE 566631 (?) – outubro de 2011 – STF afastou a regra de transição e


adotou critério do ajuizamento da ação. Logo, se a ação foi ajuizada
antes da LC 118-05, termo inicial é a homologação (5+5), porém, se
ajuizada após a LC, termo inicial é o pagamento antecipado (prazo
quinquenal).

--

DECADÊNCIA x PRESCRIÇÃO

Os 2 são causas de extinção do CT.


Ambos são prazos.
Ambos correm contra a Fazenda.
Ambos são prazos de 5 anos.
Ambos podem ser decretados pelo juiz de ofício

DECADÊNCIA

1) É o prazo para a Fazenda constituir o CT através do lançamento.

2) Quando começa:

a) Termo inicial 1- primeiro dia do exercício seguinte ao qual poderia ter


sido lançado o tributo. Estão sujeitos os tributos sujeitos a
lançamento de ofício, o TSLH, sujeito a homologação quando houver
Dolo, F, S ou ausência total de pagamento.

b) Termo inicial 2 – a data do FG. Está sujeito apenas o TSLH quando


houver pagamento parcial sem D, F ou Simulação.

3) Não existem causas de suspensão da decadência


4) Interrupção – Art. 173, II – anulação de lançamento por vício formal
(faltou assinatura do fiscal...)

PRESCRIÇÃO
1) É o prazo para a Fazenda cobrar o CT (ajuizar EF).

2) Termo inicial – data da constituição definitiva do CT (quando não


couber mais recurso administrativo)

3) As causas de suspensão são as mesmas da suspensão da


exigibilidade do CT.
A J pacífica do STJ entende que a causa de suspensão do art. 2, $3 da
L. 6830/80 – inscrição em dívida ativa - não se aplica ao crédito tributário
(art. 146, III, b, CF – exige LC), mas se aplica apenas aos créditos não
tributários.

4) Causas de interrupção – parágrafo único do art. 174


a) Pelo despacho do juiz que ordena a citação – a interrupção retroage
à data da propositura da EF (STJ)

# Prescrição intercorrente – Art. 40 da L. 6830/80 – é explicado pela


Súmula 314 do STJ
Sum. 314 - Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o
processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição qüinqüenal
intercorrente.

Não encontra bens, suspende por 1 ano. Ocorre então quando o


processo fica arquivado por 5 anos sem que sejam localizados os bens
do devedor.
A extinção depende da oitiva da FN, na LEF (não é exigida na
prescrição do CTN).
$5 do art. 40 – dispensa a oitiva quando abaixo de certo valor

Súmula 409, STJ (Em execução fiscal, a prescrição ocorrida antes da propositura
da ação pode ser decretada de ofício (art. 219, § 5º, do CPC) – a prescrição do
CTN pode ser decretada de ofício. Mas também a da L. 6830 pode ser
de ofício (a própria LEF fala).

--
Continuação das causas de extinção do CT
COMPENSAÇÃO – encontro de contas entre credor e devedor

É possível compensar crédito vincendo – art. 170 do CTN


Só após o trânsito em julgado – Súmula 212 STJ – não pode em liminar
Súmula 213 – MS é ação adequada para se declarar o direito à
compensação, mas não cabe para realizar a compensação (exige
dilação probatória).

Súmula Vinculante 8 – são inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei


8.212-91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário.

--
Transação – concessões mútuas
Para o CTN só vale a transação judicial (só quando houver litígio)

--
Remissão – é o perdão de dívida
Remissão pode ser geral ou individual.
--

Conversão do depósito em renda – eu deposito para discutir

--
Súmula 461 do STJ (O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório
ou por compensação, o indébito tributário certificado por sentença declaratória
transitada em julgado).
Súmula 412 STJ – ação de repetição de tarifa de água e esgoto é regida
pelo CC – 10 anos para ajuizar.
Sum. 412 - A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao
prazo prescricional estabelecido no Código Civil
--

Decisão administrativa favorável ao contribuinte é irreformável (art. 156,


IX, CTN).
Se o contribuinte ganhou na esfera administrativa, não pode a FN ir a
juízo porque foi ela mesma que julgou favoravelmente o recurso
administrativo (STJ).
--
DAÇÃO EM PAGAMENTO EM BENS IMÓVEIS, na forma estabelecida
em lei. Depende de uma lei da U, E, DF e M. (Lei do DF que permitia de
bens móveis foi declarada inconstitucional porque viola o princípio da
licitação, senão o ente iria escolher)
--

EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Impede a constituição do CT (não haverá lançamento).


(Daí a D afirmar que a decadência seria uma causa de exclusão).
As causas de exclusão não dispensam o cumprimento das obrigações
acessórias, salvo se a legislação dispensar (ex. declaração de isento de
IRPF).

Pode ser de forma geral (lei) ou forma individual (lei + ato


administrativo).

Espécies:

ISENÇÃO
É dispensa legal do pagamento do tributo (STF).
Lei que revoga lei da isenção – NÃO aplica o princípio da anterioridade,
porque apenas o lançamento é dispensado (logo, pode cobrar de
imediato)

Isenção gratuita – a lei não estabelece condições para a fruição da


isenção

Isenção onerosa – a lei prevê condições


Súmula 544, STF X art. 178. A lei da isenção pode ser revogada a
qualquer tempo por lei, mas o contribuinte que já preencheu as
condições para usufruir a isenção já tem direito adquirido, por isso não
vai perder. A isenção em si não pode ser revogada, mas a lei pode.

Sum. 544 - ISENÇÕES TRIBUTÁRIAS CONCEDIDAS, SOB CONDIÇÃO ONEROSA, NÃO PODEM SER
LIVREMENTE SUPRIMIDAS

O art. 178 fala em 2 requisitos: prazo certo e determinada condição. Já a


Súmula 544 do STF fala em 1 só requisito – condição onerosa -, e tá
caindo somente este nas provas (marca V).

Art. 176, p. único – aplica o princípio da uniformidade geográfica.

A isenção é relativa ao crédito tributário do tributo

ANISTIA
É a exclusão do CT relativo à multa (penalidade).
Serve para multa não lançada. Se já for lançada será cabível remissão.

Não cabe anistia para atos praticados com D, F ou S.


Não é cabível quando o ato for além de infração tributária ou for crime
ou contravenção.
Não cabe no conluio, salvo disposição em contrário – crítica porque
conluio é acordo para fraude.

GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CT

Garantias – instrumento de natureza material


Privilégios – processual
As garantias previstas no CTN não são taxativas.
A natureza da garantia do CT não altera a natureza do crédito (o fato de
um crédito estar vinculado a imóvel não vai mudá-lo para crédito real,
continua tributário).

--
A responsabilidade pelo pagamento do CT é patrimonial, não pode
haver prisão por dívida.
Regra: a totalidade do patrimônio do devedor responde pelo CT,
inclusive os bens gravados com cláusula de impenhorabilidade ou
inalienabilidade.
Essas cláusulas não podem ser opostas ao Fisco.

Apenas os bens declarados impenhoráveis por força de lei estão


imunes, salvo o inciso I do art. 649 do CPC (os demais são
impenhoráveis).
--
BEM DE FAMÍLIA
Exceções à impenhorabilidade:
a) Bem de família voluntário – art. 1715, CC – pode apenas se for
tributo relativo ao imóvel

b) Bem de família legal – 2 exceções: pode: a) se for tributo relativo ao


imóvel, b) contribuição previdenciária de empregado que trabalhou
no imóvel (não pagou o INSS da empregada, pode perder a casa).

--

Fraude à execução – art. 185, CTN


Quando o devedor inscrito em DA, aliena ou onera seus bens ou rendas
ou simplesmente começa a alienar ou onerar (art. 185). A LC 118
antecipou o termo: basta que esteja inscrito em DA, não precisa estar
em curso o processo executivo.

Súmula 375 STJ – exige o registro da penhora no cartório ou a FN


provar que o comprador sabia
Sum 375 - O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do
bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente.

Art. 185-A – penhora on-line ou indisponibilidade eletrônica dos ativos


financeiros. Só aplica para créditos tributários, mas para o restante eu
aplico o 655-A do CPC.

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