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Boletim ICMS n° 08 - Abril/2017 - 2ª Quinzena

Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.

ICMS/SP

BONIFICAÇÃO
Tratamento Tributário

ROTEIRO

1. INTRODUÇÃO
2. CONCEITO DE BONIFICAÇÃO
3. FATO GERADOR DO ICMS
4. BASE DE CÁLCULO DO ICMS
5. TRIBUTAÇÃO NORMAL
5.1. Emissão do documento fiscal pelo remetente
5.2. Lançamento na Escrituração Fiscal Digital (EFD) pelo remetente
5.3. Crédito pelo destinatário
5.4. Lançamento na Escrituração Fiscal Digital (EFD) pelo destinatário
6. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA
6.1. Substituto tributário
6.1.1. Emissão do documento fiscal pelo remetente
6.1.2. Lançamento na Escrituração Fiscal Digital (EFD) pelo remetente
6.1.3. Lançamento da Escrituração Fiscal Digital (EFD) pelo destinatário
6.2. Substituído tributário
6.2.1. Emissão do documento fiscal pelo remetente
6.2.2. Lançamento na Escrituração Fiscal Digital (EFD) pelo remetente
6.2.3. Lançamento na Escrituração Fiscal Digital (EFD) pelo destinatário
7. DIFERENCIAL DE ALÍQUOTAS
7.1. Operações destinadas a contribuintes do ICMS
7.2. Operações destinadas a não contribuintes do ICMS
8. SIMPLES NACIONAL

1. INTRODUÇÃO

A presente matéria trata os aspectos atinentes da operação de bonificação de mercadorias.

Para tanto, serão abordados, conceitos, emissão de documentos fiscais até sua escrituração fiscal, com base no RICMS/SP,
aprovado pelo Decreto n° 45.490/2000.

2. CONCEITO DE BONIFICAÇÃO

Considera-se bonificação a remessa gratuitamente de mercadorias a um determinado adquirente. Esta operação ocorre com
maior frequência quando há faturamento de uma quantidade de produto ao preço normal, mas sendo entregue a uma
quantidade de mercadoria ou produto maior do que o normal para aquele preço acertado, ou seja, muito conhecida como a
expressão “compre 2 leve 3”.

A bonificação de mercadorias é uma prática muito comum no meio comercial, visto que, o vendedor por sua total liberalidade
distribui mercadorias gratuitamente aos seus clientes, com a finalidade de aumentar o volume de vendas ou até mesmo divulgar
seus produtos.

3. FATO GERADOR DO ICMS

De acordo com o artigo 2°, inciso I, do RICMS/SP, ocorre o fato gerador do ICMS na saída de mercadorias a qualquer título,
independentemente do ato jurídico realizado pelo contribuinte.

Art. 2° Ocorre o fato gerador do imposto:


I - na saída de mercadoria, a qualquer título, de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento
do mesmo titular;

Portanto, observa-se que o imposto é exigido independentemente do aspecto econômico da operação, ou seja, havendo ou não
gratuidade.

4. BASE DE CÁLCULO DO ICMS


Em regra, a base de cálculo é o valor da operação, incluindo-se, entre outros, o valor das mercadorias a título de bonificação,
conforme dispõe o artigo 37, § 1°, item 1, do RICMS/SP.

Artigo 37. Ressalvados os casos expressamente previstos, a base de cálculo do imposto nas hipóteses do artigo 2° é
(Lei 6.374/89, art. 24, na redação da Lei 10.619/00, art. 1°, XIII):
I - quanto às saídas de mercadorias aludidas nos incisos I, VIII, IX e XV, o valor da operação;
(...)
§ 1° Incluem-se na base de cálculo:
1 - seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, descontos concedidos sob condição, bem
como o valor de mercadorias dadas em bonificação;
(...)

Contudo, nos termos do artigo 38 do RICMS/SP, na falta do preço da mercadoria a base de cálculo do imposto é:

a) o preço corrente da mercadoria ou de sua similar no mercado atacadista do local da operação ou, na sua falta, no mercado
atacadista regional, caso o remetente seja produtor, extrator ou gerador, inclusive de energia;

b) o preço FOB estabelecimento industrial à vista, caso o remetente seja industrial;

c) o preço FOB estabelecimento comercial à vista, nas vendas a outros comerciantes ou industriais, caso o remetente seja
comerciante.

Para as regras tratadas nas alíneas "b" e "c" acima, deverá ser adotado sucessivamente:

a) o preço efetivamente cobrado pelo estabelecimento remetente na operação mais recente;

b) caso o remetente não tenha efetuado venda de mercadoria, o preço corrente da mercadoria ou de sua similar no mercado
atacadista do local da operação ou, na falta deste, no mercado atacadista regional.

Na hipótese da alínea "c", caso o remetente não efetuar vendas a outros comerciantes ou industriais ou, em qualquer caso, se
não houver mercadoria similar, a base de cálculo será equivalente a 75% do preço de venda corrente no varejo, observado as
regras "b" e "c" do parágrafo anterior.

5. TRIBUTAÇÃO NORMAL

Os subtópicos a seguir serão apresentados a tributação das saídas de mercadorias a título de bonificação.

5.1. Emissão do documento fiscal pelo remetente

De acordo com o artigo 127, § 19, do RICMS/SP é permitida a inclusão de operações enquadradas em diferentes Códigos
Fiscais de Operações e Prestações (CFOP) numa mesma nota fiscal, hipótese em que estes serão indicados neste campo e no
quadro "EMITENTE" e no quadro "DADOS DO PRODUTO", na linha correspondente a cada item, após a descrição do produto.

Diante do exposto na legislação paulista, fica claro que, salvo eventual posicionamento diverso dado pelo Fisco, a remessa da
mercadoria a título de bonificação poderá ser feita de duas maneiras:

a) com a mesma nota fiscal relativa à venda da mercadoria;

b) com nota fiscal específica para a operação.

Desta forma, nas operações de saídas de mercadoria a título de bonificação, o estabelecimento remetente deverá emitir Nota
Fiscal, modelos 1 ou 1-A ou Nota Fiscal Eletrônica (modelo 55), caso o contribuinte esteja obrigado à emissão desse
documento, contendo, além dos demais requisitos, as seguintes informações:

a) no campo natureza da operação, a expressão: “Bonificação”;

b) no campo do CFOP, o código 5.910 (operações internas) ou o 6.910 (operações interestaduais), conforme o caso;

c) do valor do ICMS: quando devido, calculado pela alíquota interna ou interestadual, dependendo da operação realizada;

d) no campo do CST: o código X00 “tributado integralmente”, se for o caso, para empresas tributadas pelo regime normal, e o
CSOSN 400, para empresas optantes pelo Simples Nacional.

5.2. Lançamento na Escrituração Fiscal Digital (EFD) pelo remetente

Conforme os parâmetros apresentados no Guia Prático EFD-ICMS/IPI - Versão 2.0.20, a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) de
bonificação deverá ser lançada na Escrituração Fiscal Digital (EFD) pelas empresas do Regime Periódico de Apuração (RPA).
O lançamento deverá ser efetuado mediante preenchimento dos seguintes registros:

a) Registro C100: neste registro serão lançados os totais de valores apresentados na nota fiscal, com destaque do valor do
imposto, em se tratando de operação tributada;
b) Registro 0450: (Tabela de informação complementar do documento fiscal) este registro tem por objetivo identificar todos os
dados mencionados no campo “Informações Complementares” da nota fiscal exigidas pela legislação;

c) Registro C110: neste registro devem ser discriminadas em registros "filhos próprios" as informações relacionadas com
documentos fiscais, processos, Cupons Fiscais, documentos de arrecadação e locais de entrega ou coleta que foram
explicitamente citadas no campo "Informações Complementares" da nota fiscal. É importante frisar que no campo 2 (COD. INF)
deste registro será informado o código da informação complementar previamente cadastrado no Registro 0450;

d) Registro C170: este registro é obrigatório para discriminar os itens da nota fiscal, inclusive em operações de entrada de
mercadorias acompanhadas de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) de emissão de terceiros. É importante ressaltar que este registro
é dispensado para as Notas Fiscais Eletrônicas (NF-e) de emissão própria.

e) Registro C190: o registro C190 (analítico do documento fiscal) é sempre obrigatório e deve ser totalmente preenchido, pois
representa a escrituração dos documentos fiscais totalizados por CST, CFOP e alíquota de ICMS. O campo “ALIQ_ICMS”
somente será preenchido se no documento fiscal for destacado a alíquota do ICMS. Quanto aos outros campos deve ser
informado o código de CST, código de CFOP, bem como os valores da operação, base de cálculo do ICMS e da substituição
tributária se houver.

5.3. Crédito pelo destinatário

O artigo 59, do RICMS/SP dispõe sobre o princípio da não-cumulatividade na qual o contribuinte poderá compensar o imposto
devido em cada operação ou prestação com o anteriormente cobrado, relativamente à mercadoria entrada ou à prestação de
serviço tributada pelo imposto por este ou outro Estado ou pelo Distrito Federal.

Deste modo, nos termos do artigo 61 do RICMS/SP, o contribuinte poderá creditar do valor do ICMS relativo à entrada, desde
que, a mercadoria tenha uma saída tributada, ou haja previsão expressa de manutenção de crédito para os casos em que a
mercadoria for contemplada por benefício fiscal ou não incidência do ICMS na saída subsequente, observando-se as hipóteses
de vedação do crédito prevista no artigo 66 do RICMS/SP.

5.4. Lançamento na Escrituração Fiscal Digital (EFD) pelo destinatário

O estabelecimento destinatário e que esteja obrigado à entrega do arquivo relativo à EFD, deverá escriturar a entrada do
documento fiscal recebido em bonificação e preencher os seguintes registros descritos abaixo, conforme Guia Prático EFD-
ICMS/IPI - Versão 2.0.20:

a) Registro C100 (dados do documento fiscal): neste registro serão lançados os totais de valores apresentados na nota fiscal,
com destaque do valor do imposto, se a entrada permitir crédito ao destinatário.

b) Registro C170 (itens do documento fiscal): este registro é obrigatório para discriminar os itens da nota fiscal, inclusive em
operações de entrada de mercadorias acompanhadas de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) de emissão de terceiros.

c) Registro C190 (registro analítico do documento): este registro deverá apresentar a escrituração dos documentos fiscais
totalizados por Código de Situação Tributária (CST), Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP) e Alíquota de ICMS.

d) Registro 0450 (tabela de informação complementar do documento fiscal) este registro tem por objetivo identificar todos os
dados mencionados no campo “Informações Complementares” da nota fiscal exigidas pela legislação;

e) Registro C110 (informação complementar da nota fiscal): neste registro devem ser discriminadas em registros "filhos
próprios" as informações relacionadas com documentos fiscais, processos, Cupons Fiscais, documentos de arrecadação e
locais de entrega ou coleta que foram explicitamente citadas no campo "Informações Complementares" da nota fiscal. É
importante frisar que, no campo 2 (COD. INF) deste registro será informado o código da informação complementar cadastrado
no Registro 0450.

6. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

A substituição tributária é um regime pelo qual a responsabilidade pelo pagamento do imposto, em relação às operações ou
prestações subsequentes, é atribuída a um contribuinte específico.

6.1. Substituto tributário

A legislação atribui a um contribuinte do imposto ou a depositário a qualquer título a responsabilidade pelo seu pagamento,
hipótese em que assumirá a condição de substituto tributário.

Considerando que a substituição tributária é um imposto recolhido antecipadamente pelo contribuinte, nas operações em
bonificação de mercadorias, destaca-se normalmente o valor referente ao imposto devido por substituição tributária caso ocorra
operações subsequentes, conforme artigo 261 do RICMS/SP, estando o contribuinte remetente na qualidade de substituto
tributário em relação à mercadoria comercializada.

6.1.1. Emissão do documento fiscal pelo remetente

Nos termos do artigo 273 do RICMS/SP, o contribuinte substituto efetua o recolhimento da substituição tributária, e a nota fiscal
será emitida da seguinte forma:
a) no campo natureza da operação, a expressão: “Bonificação”;

b) no campo do CFOP, o código 5.910 (operações internas) ou o 6.910 (operações interestaduais), conforme o caso;

c) do valor do ICMS: quando devido, calculado pela alíquota interna ou interestadual se for o caso;

d) no campo do CST: o código X10 “Tributada e com cobrança do ICMS por substituição tributária” para empresas tributadas
pelo regime normal, se for o caso, e para as empresas optantes pelo Simples Nacional poderá ser utilizado o código CSOSN
900 (Outras) devido a tributação não ocorrer no PGDAS como será mencionado no tópico 8.

e) no campo “informações complementares” informar a cada mercadoria, o valor da base de cálculo da substituição tributária,
bem como o valor do imposto retido por substituição tributária, conforme artigo 273, § 5°, do RICMS/SP.

6.1.2. Lançamento na Escrituração Fiscal Digital (EFD) pelo remetente

De acordo com o Guia Prático EFD-ICMS/IPI - Versão 2.0.20, a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) de bonificação deverá ser lançada
na Escrituração Fiscal Digital (EFD) pelas empresas do RPA. O lançamento deverá ser efetuado mediante preenchimento dos
seguintes registros:

a) Registro C100 (dados do documento fiscal): neste registro serão lançados os totais de valores apresentados na nota fiscal,
com destaque do valor do imposto, em se tratando de operação tributada;

b) Registro 0450: (tabela de informação complementar do documento fiscal) este registro tem por objetivo identificar todos os
dados mencionados no campo “Informações Complementares” da nota fiscal exigidas pela legislação;

c) Registro C110 (informação complementar da nota fiscal): neste registro será informado o código relativo à informação
complementar constante no documento fiscal, que foi previamente cadastrado por meio do Registro 0450.

d) Registro C170 (itens do documento fiscal): este registro é obrigatório para discriminar os itens da nota fiscal, inclusive em
operações de entrada de mercadorias acompanhadas de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) de emissão de terceiros. É importante
ressaltar que este registro é dispensado para as Notas Fiscais Eletrônicas (NF-e) de emissão própria.

e) Registro C190 (registro analítico do documento): este registro deverá apresentar a escrituração dos documentos fiscais
totalizados por Código de Situação Tributária (CST), Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP) e Alíquota de ICMS.

f) Registro E100 (período da apuração do ICMS): neste registro deverá ser apresentada a data inicial e final da apuração do
ICMS a título de substituição tributária, assim como, os registros filhos.

g) Registro E200 (período da apuração do ICMS substituição tributária): este registro deve ser demonstrado para cada UF onde
o informante seja inscrito como substituto tributário, inclusive para o seu Estado, nas operações internas que envolvam
substituição, e também para UF para a qual o declarante tenha comercializado e que não tenha inscrição como substituto.

h) Registro E210: (Apuração do ICMS - Substituição Tributária) este registro tem por objetivo informar valores relativos à
apuração do ICMS de substituição tributária, mesmo nos casos de períodos sem movimento, porém é importante mencionar
que este registro será totalizado pelo sistema.

i) Registro E250 (obrigações do ICMS recolhido ou a recolher - substituição tributária): este registro deve ser apresentado para
detalhar os pagamentos realizados ou a realizar, referentes à apuração devido por Substituição Tributária do período, por
Estado. Sendo assim, a soma deste registro deverá ser igual ao valor informado no registro E210.

6.1.3. Lançamento na Escrituração Fiscal Digital (EFD) pelo destinatário

Conforme o Guia Prático EFD-ICMS/IPI - Versão 2.0.20, o estabelecimento destinatário na condição de contribuinte substituído
e que esteja obrigado à entrega do arquivo relativo à EFD deverá escriturar a entrada do documento fiscal recebido em
bonificação e preencher os seguintes registros descritos abaixo:

a) Registro 0450: (tabela de informação complementar do documento fiscal) este registro tem por objetivo identificar todos os
dados mencionados no campo “Informações Complementares” da nota fiscal exigidas pela legislação;

b) Registro 0460 (tabela de observações do lançamento fiscal): este registro serão informadas anotações de escrituração
determinadas pela legislação pertinente aos lançamentos fiscais. Ou seja, devem ser cadastradas informações do documento
fiscal, assim como: os valores do imposto retido e da respectiva base de cálculo da substituição tributária.

c) Registro C100 (dados do documento fiscal): este registro devem ser lançados as informações da nota fiscal, porém os
campos referente ao valor do imposto, base de cálculo e alíquota não devem ser indicados, tendo em vista que, a saída será
sem débito do imposto.

d) Registro C110: neste registro devem ser discriminadas em registros "filhos próprios" as informações relacionadas com
documentos fiscais, processos, Cupons Fiscais, documentos de arrecadação e locais de entrega ou coleta que foram
explicitamente citadas no campo "Informações Complementares" da nota fiscal. É importante frisar que, no campo 2 (COD. INF)
deste registro será informado o código da informação complementar cadastrado no Registro 0450;
e) Registro C170 (itens do documento fiscal): este registro é obrigatório para discriminar os itens da nota fiscal, inclusive em
operações de entrada de mercadorias acompanhadas de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) de emissão de terceiros.

f) Registro C190 (registro analítico do documento): este registro deverá apresentar a escrituração dos documentos fiscais
totalizados por Código de Situação Tributária (CST), Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP) e Alíquota de ICMS.

g) Registro C195 (Observação do lançamento fiscal ): este registro deve ser informado sempre que ocorrer ajustes nos
documentos fiscais. Estas informações equivalem às observações que são lançadas na coluna "Observações" dos Livros
Fiscais.

6.2. Substituído tributário

O contribuinte substituído é aquele que adquire a mercadoria com ICMS da substituição tributária já retida e promoverá saídas
subsequentes da mesma mercadoria. O contribuinte substituído que receber a mercadoria com imposto retido anteriormente na
nota fiscal, nas suas operações realizadas no Estado de São Paulo, emitirá nota fiscal sem o destaque do ICMS próprio e do
ICMS substituição tributária.

Dessa forma, na situação de operação interna de contribuinte substituído, ao remeter mercadorias bonificadas, cujo imposto já
tenha sido retido anteriormente por substituição tributária, este deverá emitir documento fiscal, sem destaque do valor do
imposto, conforme determina o artigo 274 do RICMS/SP.

6.2.1. Emissão do documento fiscal pelo remetente

Na situação do contribuinte substituído, ao realizar remessas de bonificação de mercadorias cujo imposto já tenha sido retido
anteriormente, deverá emitir documento fiscal da seguinte forma:

a) no campo natureza da operação, a expressão: “Bonificação”;

b) no campo do CFOP, o código 5.910 (operações internas) ou o 6.910 (operações interestaduais), conforme o caso;

c) do valor do ICMS: sem destaque do valor do imposto;

d) no campo do CST: o código X60 “ICMS cobrado anteriormente por substituição tributária”, para empresas tributadas pelo
regime normal, e o CSOSN 500 ”ICMS cobrado anteriormente por substituição tributária (substituído) ou por antecipação”, se o
remetente for do Simples Nacional.

e) no campo de informações complementares, deverá constar a seguinte indicação: "Imposto Recolhido por Substituição -
Artigo.....do RICMS/SP", conforme disposição do artigo 274, do RICMS/SP. Também deverá constar relativamente a cada
mercadoria a base de cálculo da substituição tributária e o valor do imposto retido por substituição tributária, segundo o artigo
274, § 3°, do RICMS/SP.

6.2.2. Lançamento na Escrituração Fiscal Digital (EFD) pelo remetente

Conforme os parâmetros apresentados no Guia Prático EFD-ICMS/IPI - Versão 2.0.20, a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) de
bonificação deverá ser lançada na Escrituração Fiscal Digital (EFD) pelas empresas do regime periódico de apuração. Segundo
o artigo 274, do RICMS/SP, o contribuinte substituído que efetuar a saída de mercadorias em bonificação deverá lançar sem
débito do imposto e deverá preencher os seguintes registros da EFD descritos abaixo:

a) Registro C100 (dados do documento fiscal): este registro devem ser lançadas as informações da nota fiscal, porém os
campos referente ao valor do imposto, base de cálculo e alíquota não devem ser indicados, tendo em vista que não haverá
débito do imposto;

b) Registro 0450 (Tabela de informação complementar do documento fiscal): este registro tem por objetivo identificar todos os
dados mencionados no campo “Informações Complementares” da nota fiscal exigidas pela legislação;

c) Registro C110: neste registro devem ser discriminadas em registros "filhos próprios" as informações relacionadas com
documentos fiscais, processos, Cupons Fiscais, documentos de arrecadação e locais de entrega ou coleta que foram
explicitamente citadas no campo "Informações Complementares" da nota fiscal. É importante frisar que, no campo 2 (COD. INF)
deste registro será informado o código da informação complementar cadastrado no Registro 0450;

d) Registro C170: este registro é obrigatório para discriminar os itens da nota fiscal, inclusive em operações de entrada de
mercadorias acompanhadas de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) de emissão de terceiros. É importante ressaltar que este registro
é dispensado para as Notas Fiscais Eletrônicas (NF-e) de emissão própria.

e) Registro C190 (registro analítico do documento): este registro deverá apresentar a escrituração dos documentos fiscais
totalizados por Código de Situação Tributária (CST) e Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP), assim como, os
campos alíquota do ICMS, valor do ICMS, base de cálculo do ICMS ST e valor do ICMS ST devem ser preenchidos com
valores zerados considerando que se trata de uma operação sem débito do imposto.

6.2.3. Lançamento na Escrituração Fiscal Digital (EFD) pelo destinatário


Conforme o Guia Prático EFD-ICMS/IPI - Versão 2.0.20, o estabelecimento destinatário na condição de contribuinte substituído
e que esteja obrigado à entrega do arquivo relativo à EFD deverá escriturar a entrada do documento fiscal recebido em
bonificação e preencher os seguintes registros descritos abaixo:

a) Registro 0450: (tabela de informação complementar do documento fiscal) este registro tem por objetivo identificar todos os
dados mencionados no campo “Informações Complementares” da nota fiscal exigidas pela legislação.

b) Registro 0460 (tabela de observações do lançamento fiscal): este registro serão informadas anotações de escrituração
determinadas pela legislação pertinente aos lançamentos fiscais. Ou seja, devem ser cadastradas informações do documento
fiscal, assim como: os valores do imposto retido e da respectiva base de cálculo da substituição tributária.

c) Registro C100 (dados do documento fiscal): este registro devem ser lançados as informações da nota fiscal, porém os
campos referente ao valor do imposto, base de cálculo e alíquota não devem ser indicados, tendo em vista que, não houve
débito do remetente e se ocorrer a saída também será sem débito do imposto.

d) Registro C110: neste registro devem ser discriminadas em registros "filhos próprios" as informações relacionadas com
documentos fiscais, processos, Cupons Fiscais, documentos de arrecadação e locais de entrega ou coleta que foram
explicitamente citadas no campo "Informações Complementares" da nota fiscal. É importante frisar que, no campo 2 (COD. INF)
deste registro será informado o código da informação complementar cadastrado no Registro 0450.

e) Registro C170 (itens do documento fiscal): este registro é obrigatório para discriminar os itens da nota fiscal, inclusive em
operações de entrada de mercadorias acompanhadas de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) de emissão de terceiros.

f) Registro C190 (registro analítico do documento): este registro deverá apresentar a escrituração dos documentos fiscais
totalizados por Código de Situação Tributária (CST), Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP) e Alíquota de ICMS,
assim como, os campos alíquota do ICMS, valor do ICMS, base de cálculo do ICMS ST e valor do ICMS ST devem ser
preenchidos com valores zerados considerando que se trata de uma operação sem débito do imposto.

g) Registro C195 (Observação do lançamento fiscal ): este registro deve ser informado sempre que ocorrer ajustes nos
documentos fiscais. Estas informações equivalem às observações que são lançadas na coluna "Observações" dos Livros
Fiscais.

7. DIFERENCIAL DE ALÍQUOTAS

O diferencial de alíquotas corresponde à diferença entre a alíquota interna deste Estado e a interestadual praticada na
operação comercial, sendo assim, somente haverá diferença se a alíquota interna for superior a interestadual. Segundo o artigo
2°, incisos VI, XIV, XVI, XVII e XVIII, e artigo 115, inciso XV-A, do RICMS/SP, ocorre o fato gerador do diferencial de alíquotas:

a) na entrada, em estabelecimento de contribuinte, de mercadoria oriunda de outro Estado destinada a uso ou consumo ou ao
ativo permanente;

b) na utilização, por contribuinte localizado neste Estado, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em outra unidade
federada com destino a este Estado e não esteja vinculada a operação ou prestação subsequente alcançada pela incidência do
imposto;

c) na entrada em estabelecimento de contribuinte sujeito às normas do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos
e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - “Simples Nacional”, de mercadorias, oriundas de
outro Estado ou do Distrito Federal;

d) na saída de mercadoria ou bem de estabelecimento localizado em outra unidade federada com destino a consumidor final
não contribuinte localizado neste Estado;

e) no início da prestação de serviço de transporte iniciada em outra unidade federada com destino a este Estado, não vinculada
a operação ou prestação subsequente alcançada pela incidência do imposto e cujo tomador não seja contribuinte localizado
neste Estado.

7.1. Operações destinadas a contribuintes do ICMS

Na hipótese em que o destinatário no Estado de São Paulo for contribuinte e enquadrado no RPA (Regime Periódico de
Apuração) e receber mercadoria a título de bonificação de contribuinte localizado em outro Estado para destinação a ativo
imobilizado ou uso e consumo, haverá a incidência do diferencial de alíquotas, devendo o contribuinte paulista realizar o
recolhimento do imposto em conformidade com o artigo 117 do RICMS/SP.

Se o destinatário no Estado de São Paulo for contribuinte do Simples Nacional e destinar a mercadoria recebida a título de
bonificação, para industrialização, comercialização, ativo imobilizado ou uso e consumo, deverá proceder com o recolhimento
do diferencial de alíquotas, de acordo com o artigo 115, inciso XV-A, alínea “a”, do RICMS/SP.

Portanto, é imprescindível o contribuinte observar as regras de diferencial de alíquotas mesmo que as mercadorias sejam
recebidas a título de bonificação, tendo em vista que, ocorre o fato gerador do imposto na entrada em território paulista de
mercadorias destinadas para as referidas finalidades, independente de ter sido recebida de forma gratuita.

7.2. Operações destinadas a não contribuintes do ICMS


Com as regras da Emenda Constitucional 87/2015 e Convênio ICMS 93/2015 que passou a vigorar a partir de 01.01.2016, nas
operações interestaduais destinadas a consumidores finais não contribuintes do imposto (ICMS) deverá ser observada a
alíquota interestadual (4%, 7% ou 12%) e recolher o diferencial de alíquotas partilhado para Unidade Federada de origem e
destino.

Diante disso, surgem dúvidas se nas operações interestaduais de bonificação destinadas a não contribuintes haverá o
recolhimento da partilha do ICMS.

Portanto, o Estado de São Paulo manifestou seu posicionamento através da Resposta Consulta n° 8.967/2016 na qual dispõe
que a saída de mercadoria a título de bonificação é uma operação normalmente tributada pelo ICMS, sendo assim, na remessa
de mercadoria em bonificação com destino a consumidor final não contribuinte localizado em outro Estado deverá ser aplicada
a alíquota interestadual e realizar o recolhimento do diferencial de alíquotas, repartindo o montante entre o Estado de origem e
de destino, conforme determina o artigo 36 das Disposições Transitórias, do RICMS/SP.

8. SIMPLES NACIONAL

De acordo com o artigo 18, § 4°, da Lei Complementar n° 123/2006, as empresas optantes pelo regime do Simples Nacional
somente tributam as operações quando há receita auferida, sendo assim, a remessa de mercadoria em bonificação não
constituirá receita para a empresa, consequentemente não terá tributação no PGDAS-D.

Ressalta-se que não compõem a receita bruta para as empresas optantes pelo Simples Nacional, a remessa de mercadorias a
título de bonificação, doação ou brinde, desde que seja incondicional e não haja contraprestação por parte do destinatário,
conforme artigo 2°, § 4°-B, inciso III, da Resolução CGSN n° 94/2011.

O contribuinte do Simples Nacional emitirá documento fiscal para acobertar a circulação da mercadoria com código de CFOP
5.910 ou 6.910 e com código CSOSN 400 (Não tributada pelo Simples Nacional). Nas operações com mercadorias sujeitas a
substituição tributária na condição de contribuinte substituto deverá ser utilizado o mesmo CFOP de bonificação e o código
CSOSN 900 (Outros), tendo em vista que, a legislação não apresenta código de CSOSN específico nesta situação.

Já nas operações internas sujeitas a substituição tributária na condição de contribuinte substituído deverá ser utilizado o código
de CFOP 5.910 e com código de CSOSN 500 (ICMS cobrado anteriormente por substituição tributária (substituído) ou por
antecipação).

ECONET EDITORA EMPRESARIAL LTDA


Autora: Gisleide Wanessa dos Santos

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