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Boletim Icms nº 09 Maio / 2012 1ª Quinzena
Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.
ICMS/PA
SIMPLES NACIONAL
Procedimentos quanto ao ICMS
ROTEIRO
1. INTRODUÇÃO
2. OBRIGATORIEDADE EM RELAÇÃO À NOTA FISCAL ELETRÔNICA (NFe)
3. OBRIGATORIEDADE EM RELAÇÃO AO SPED FISCAL
4. CÓDIGOS CRT E CSOSN
5. DEVOLUÇÃO DE MERCADORIAS
6. VENDA PARA ENTREGA FUTURA
7. BONIFICAÇÃO, DOAÇÃO E BRINDE
1. INTRODUÇÃO
Instituído pela Lei Complementar nº 123/2006 o atual Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições – Simples Nacional –
consiste em um tratamento tributário diferenciado, que implica, normalmente, em uma carga tributária menor de tributos a recolher, bem como na
simplificação do cumprimento de obrigações acessórias.
Como se trata de um tratamento diferenciado é natural que o fisco estabeleça procedimentos mais específicos, inclusive em relação às operações de
circulação de mercadorias, sujeitas à tributação do ICMS. Diferentemente das empresas do regime normal de tributação – lucro presumido ou real – os
contribuintes optantes pelo Simples Nacional estão dispensados de certas exigências fiscais.
Abordaremos nesta matéria algumas operações de circulação de mercadorias sob a ótica destes contribuintes e também alguns aspectos quanto à
emissão dos documentos fiscais.
É importante destacar que muitas das orientações fiscais destinadas aos contribuintes optantes por este regime tributário encontramse dispostas na
Resolução 094/2011, emitida pelo Conselho Gestor do Simples Nacional, que aborda vários aspectos deste regime simplificado, como inscrição,
atividades permitidas, obrigações acessórias, situações de exclusão, dentre outros.
2. OBRIGATORIEDADE EM RELAÇÃO À NOTA FISCAL ELETRÔNICA (NFe)
A nota fiscal eletrônica (NFe) está prevista no artigo 182A do Regulamento do ICMS do Pará, aprovado pelo Decreto 4.676/2001. Em regra, é de uso
obrigatório para todos os contribuintes do ICMS a partir de 1º de janeiro de 2012, nos termos do artigo 1º da Instrução Normativa nº 003/2012 emitida
pelo fisco paraense. Assim, aqueles que até esta data emitiam nota fiscal modelo 1 ou 1/A devem remeter suas mercadorias acompanhadas da NFe.
Contudo, excepcionalmente as empresas optantes pelo Simples Nacional tiveram a obrigatoriedade prorrogada para o dia 1º de julho de 2012, conforme
disposição da própria Instrução Normativa 003/2010.
Independentemente de estar enquadrada no regime tributário do Simples Nacional existem ainda três situações que obrigam ao uso da NFe, nos
termos da cláusula segunda do Protocolo 042/2009:
Operações Interestaduais;
Operações à Órgãos da Administração Pública direta ou indireta;
Operações com o exterior (importação e exportação)
3. OBRIGATORIEDADE EM RELAÇÃO AO SPED FISCAL
Até o final do ano de 2011 estavam obrigados à apresentação dos arquivos do sped fiscal somente os contribuintes relacionados no anexo único da
Instrução Normativa 008 de 16 de fevereiro de 2011.
Contudo, conforme a própria Instrução Normativa 008/2011, que também dispõe dos procedimentos quanto à apresentação do Sped Fiscal, ficam os
contribuintes paraenses, de modo geral, obrigados à entrega a partir do mês de referência janeiro de 2012.
Mais uma vez o fisco abre exceção para os contribuintes optantes pelo Simples Nacional, sendo que até então não há uma data definida para que
todos estes contribuintes passem a apresentar o arquivo.
Lembrando que, caso o contribuinte faça a opção voluntária ao sped fiscal o prazo para a entrega do arquivo é até o décimo quinto dia do mês
subsequente, conforme própria Instrução Normativa Nº 08/2011.
4. CÓDIGOS CRT E CSOSN
Com a entrada em vigor do manual do contribuinte versão 4.0.1 passa a vigorar também a nova versão da nota fiscal eletrônica, versão 2.00., assim,
os contribuintes optantes pelo Simples Nacional deverão adotar novos códigos em substituição aos atuais códigos de situação tributária (CST). São
códigos que, conforme veremos abaixo, detalham melhor as operações que estão sendo realizadas, especificamente em relação à substituição
tributária, pois indicam de forma detalhada cada situação.
Os novos códigos foram previstos no Ajuste SINIEF n. 3/2010 e assim se dispõem:
Código Campo CRT Código de regime tributário
http://www.econeteditora.com.br/boletim_icms/boicmspa/pa12/boletim09/icms_pa_simples_nacional.php 1/3
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1 SIMPLES NACIONAL (será preenchido pelo contribuinte quando for optante pelo Simples Nacional.)
SIMPLES NACIONAL EXCESSO DE SUBLIMITE DE RECEITA BRUTA (será preenchido pelo contribuinte optante pelo
2 Simples Nacional mas que tiver ultrapassado o sublimite de receita bruta fixado pelo estado/DF e estiver impedido de recolher o
ICMS/ISS por esse regime, conforme arts. 19 e 20 da LC 123/06.)
3 REGIME NORMAL (será preenchido pelo contribuinte que não estiver na situação 1 ou 2.)
Código Campo CSOSN Código de Situação da Operação do Simples Nacional
Tributada pelo Simples Nacional com permissão de crédito (Classificamse neste código as operações que permitem a indicação
101
da alíquota do ICMS devido no Simples Nacional e o valor do crédito correspondente.)
Tributada pelo Simples Nacional sem permissão de crédito (Classificamse neste código as operações que não permitem a
102 indicação da alíquota do ICMS devido pelo Simples Nacional e do valor do crédito, e não estejam abrangidas nas hipóteses dos
códigos 103, 203, 300, 400, 500 e 900.)
Isenção do ICMS no Simples Nacional para faixa de receita bruta (Classificamse neste código as operações praticadas por
103 optantes pelo Simples Nacional contemplados com isenção concedida para faixa de receita bruta nos termos da Lei Complementar
nº 123, de 2006.)
Tributada pelo Simples Nacional com permissão de crédito e com cobrança do ICMS por substituição tributária (Classificamse
201 neste código as operações que permitem a indicação da alíquota do ICMS devido pelo Simples Nacional e do valor do crédito, e
com cobrança do ICMS por substituição tributária.)
Tributada pelo Simples Nacional sem permissão de crédito e com cobrança do ICMS por substituição tributária (Classificamse
neste código as operações que não permitem a indicação da alíquota do ICMS devido pelo Simples Nacional e do valor do crédito,
202
e não estejam abrangidas nas hipóteses dos códigos 103, 203, 300, 400, 500 e 900, e com cobrança do ICMS por substituição
tributária.)
Isenção do ICMS no Simples Nacional para faixa de receita bruta e com cobrança do ICMS por substituição tributária
203 (Classificamse neste código as operações praticadas por optantes pelo Simples Nacional contemplados com isenção para faixa
de receita bruta nos termos da Lei Complementar nº 123, de 2006, e com cobrança do ICMS por substituição tributária.)
Imune (Classificamse neste código as operações praticadas por optantes pelo Simples Nacional contempladas com imunidade do
300
ICMS.)
Não tributada pelo Simples Nacional (Classificamse neste código as operações praticadas por optantes pelo Simples Nacional
400
não sujeitas à tributação pelo ICMS dentro do Simples Nacional.)
ICMS cobrado anteriormente por substituição tributária (substituído) ou por antecipação (Classificamse neste código as operações
500
sujeitas exclusivamente ao regime de substituição tributária na condição de substituído tributário ou no caso de antecipações.)
Outros (Classificamse neste código as demais operações que não se enquadrem nos códigos 101, 102, 103, 201, 202, 203, 300,
900
400 e 500.)
Nota explicativa contida no Ajuste SINIEF n. 03/2010:
“O Código de Situação da Operação no Simples Nacional – CSOSN será usado na Nota Fiscal Eletrônica exclusivamente quando o Código de Regime
Tributário – CRT for igual a “1”, e substituirá os códigos da Tabela B – Tributação pelo ICMS do Anexo Código de Situação Tributária – CST do
Convênio s/nº de 15 de dezembro de 1970.”
5. DEVOLUÇÃO DE MERCADORIAS
Em função de seus negócios muitas empresas do simples adquirem mercadorias ou produtos de empresas do regime normal e em alguns casos estas
mercadorias precisam ser devolvidas, em função de defeitos de fabricação, pedidos incorretos ou qualquer outro motivo.
Vale lembrar que muitas destas notas fiscais apresentam o destaque do ICMS e IPI e precisam ser considerados no momento da emissão da nota
fiscal de devolução por parte do contribuinte optante pelo Simples Nacional.
Sabemos que, quanto às aquisições, as empresas optantes pelo Simples não se creditarão destes impostos, ainda sim poderá haver dúvidas em
relação à devolução de tais mercadorias, mais precisamente em relação ao preenchimento da nota fiscal de devolução.
De acordo com a Resolução nº 094 de 2011 do Conselho Gestor do Simples Nacional (CGSN), parágrafo 5º, artigo 57, o contribuinte do Simples
Nacional fará constar no campo “informações complementares” do documento fiscal modelo 1 ou 1/A, ou mesmo no corpo deste documento, além dos
dados da nota fiscal de aquisição também os valores referentes à base de cálculo do imposto destacado anteriormente, mas não poderá se utilizar dos
campos próprios de destaque dos impostos.
No entanto, conforme disposição do próprio artigo 57, parágrafo 7º, desta Resolução, no caso de devolução mediante nota fiscal eletrônica, caberá ao
contribuinte optante pelo Simples Nacional indicar no campo próprio do ICMS o valor deste imposto, bem como sua base de cálculo, correspondentes à
nota fiscal de entrada. Esta observação vale tanto para as devoluções como também para as notas fiscais de entrada emitidas por conta das
importações efetuadas.
Uma dúvida recorrente é em relação ao imposto sobre produtos industrializados IPI, pois seu valor compõe o valor total da nota fiscal, sendo assim a
nota fiscal de devolução poderá ser emitida com o valor total acrescido do valor correspondente ao IPI, porém, lembrando que não se trata de destaque
do IPI, pois o valor será mencionado em “informações complementares”, apenas a emissão da nota fiscal de saída deverá ocorrer considerando o
mesmo valor total da nota fiscal de entrada.
6. VENDA PARA ENTREGA FUTURA
A venda para entrega futura está prevista nos artigos 554 ao 558 do Regulamento do ICMS/PA, e será utilizada quando determinada mercadoria não for
entregue na ocasião do faturamento, ou seja, a legislação fiscal permite a emissão da nota fiscal de venda propriamente dita com entrega posterior da
mercadoria, conforme acertado entre as partes, seja por impossibilidade do destinatário de receber a mercadoria naquele momento ou mesmo em
atendimento a um prazo de entrega anteriormente estabelecido.
Sendo assim primeiramente será emitida a nota fiscal para simples faturamento, com as seguintes informações:
CFOP: 5.922/6.922
Natureza da operação: Simples faturamento Venda para entrega futura
Informações complementares: Observar neste campo da nota fiscal as informações relevantes para a operação, como, por exemplo, data da efetiva
entrega, caso já seja conhecida.
http://www.econeteditora.com.br/boletim_icms/boicmspa/pa12/boletim09/icms_pa_simples_nacional.php 2/3
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Esta nota fiscal representa receita para o emitente, pois mesmo que a mercadoria ainda não tenha sido entregue há condições para o recebimento
financeiro, situação na qual entendemos que esta nota fiscal já deve ser tributada no PGDAS.
Após um determinado prazo ocorrerá a saída física da mercadoria anteriormente faturada, de acordo com o CFOP indicado a seguir, lembrando que,
como a tributação já ocorreu na nota fiscal de simples faturamento, esta nota não será tributada, será emitida apenas para acompanhar o transporte da
mercadoria.
CFOP: 5.116/5.117 ou 6.116/6.117
Natureza da operação: Venda de produção do estabelecimento originada de encomenda para entrega futura. / Venda de mercadoria adquirida ou
recebida de terceiros originada de encomenda para entrega futura.
Informações complementares: Mencionar o número e data da emissão da correspondente nota fiscal de simples faturamento.
Uma questão frequentemente lembrada na ocasião da saída de mercadoria faturada em uma operação normal, sem que seja para entrega futura, é se a
legislação estabelece um prazo limite para a saída física do material após a emissão do documento fiscal. Não há definição para tal limite, a nota fiscal
deverá ser emitida por ocasião da saída da mercadoria ou produto, mas é claro que podem ocorrer alguns imprevistos que acabam por atrasar a saída,
em um ou talvez dois dias, porém não é recomendado deixar ultrapassar muitos dias da emissão da nota, pois justamente para estes casos os
contribuintes poderiam se utilizar da operação de venda para entrega futura.
7. BONIFICAÇÃO, DOAÇÃO E BRINDE
As bonificações, assim entendidas as remessas de mercadorias normalmente comercializadas pelo contribuinte, em caráter não oneroso, são
tributadas pelo ICMS, no caso das empresas do regime normal de tributação. O mesmo não ocorre com as empresas do Simples Nacional.
Conforme estabelecido na Lei Complementar n. 123/2006 os contribuintes optantes pelo Simples sofrerão a tributação do ICMS somente pelas receitas
auferidas, seja na venda de mercadorias ou prestação de serviços. Como na operação de bonificação, em regra, não representa receita para estes
contribuintes não caberá recolhimento do ICMS.
O mesmo entendimento se aplica à remessas em doação visto que a operação também não implica em ganhos financeiros.
Os brindes, produtos que não pertencem a linha normal de comercialização do contribuinte, igualmente não serão tributados, visto serem remessas
esporádicas de produtos promocionais sem a intenção direta de auferir lucro.
ECONET EDITORA EMPRESARIAL LTDA
Autor: Reginaldo Ramos
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