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2017­5­17 Boletim­ICMS

Boletim Icms nº 09 Maio / 2012 ­ 1ª Quinzena

Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.

ICMS/PA

   
 SIMPLES NACIONAL
Procedimentos quanto ao ICMS

ROTEIRO

1. INTRODUÇÃO
2. OBRIGATORIEDADE EM RELAÇÃO À NOTA FISCAL ELETRÔNICA (NF­e)
3. OBRIGATORIEDADE EM RELAÇÃO AO SPED FISCAL
4. CÓDIGOS CRT E CSOSN
5. DEVOLUÇÃO DE MERCADORIAS
6. VENDA PARA ENTREGA FUTURA
7. BONIFICAÇÃO, DOAÇÃO E BRINDE

1. INTRODUÇÃO

Instituído  pela  Lei  Complementar  nº  123/2006  o  atual  Regime  Especial  Unificado  de  Arrecadação  de  Tributos  e  Contribuições  –  Simples  Nacional  –
consiste  em  um  tratamento  tributário  diferenciado,  que  implica,  normalmente,  em  uma  carga  tributária  menor  de  tributos  a  recolher,  bem  como  na
simplificação do cumprimento de obrigações acessórias.

Como se trata de um tratamento diferenciado é natural que o fisco estabeleça procedimentos mais específicos, inclusive em relação às operações de
circulação de mercadorias, sujeitas à tributação do ICMS. Diferentemente das empresas do regime normal de tributação – lucro presumido ou real – os
contribuintes optantes pelo Simples Nacional estão dispensados de certas exigências fiscais.

Abordaremos  nesta  matéria  algumas  operações  de  circulação  de  mercadorias  sob  a  ótica  destes  contribuintes  e  também  alguns  aspectos  quanto  à
emissão dos documentos fiscais.

É importante destacar que muitas das orientações fiscais destinadas aos contribuintes optantes por este regime tributário encontram­se dispostas na
Resolução  094/2011,  emitida  pelo  Conselho  Gestor  do  Simples  Nacional,  que  aborda  vários  aspectos  deste  regime  simplificado,  como  inscrição,
atividades permitidas, obrigações acessórias, situações de exclusão, dentre outros.

2. OBRIGATORIEDADE EM RELAÇÃO À NOTA FISCAL ELETRÔNICA (NF­e)

A nota fiscal eletrônica (NF­e) está prevista no artigo 182­A do Regulamento do ICMS do Pará, aprovado pelo Decreto 4.676/2001. Em regra, é de uso
obrigatório para todos os contribuintes do ICMS a partir de 1º de janeiro de 2012, nos termos do artigo 1º da Instrução Normativa  nº  003/2012  emitida
pelo fisco paraense. Assim, aqueles que até esta data emitiam nota fiscal modelo 1 ou 1/A devem remeter suas mercadorias acompanhadas da NF­e.

Contudo, excepcionalmente as empresas optantes pelo Simples Nacional tiveram a obrigatoriedade prorrogada para o dia 1º de julho de 2012, conforme
disposição da própria Instrução Normativa 003/2010.

Independentemente  de  estar  enquadrada  no  regime  tributário  do  Simples  Nacional  existem  ainda  três  situações  que  obrigam  ao  uso  da  NF­e,  nos
termos da cláusula segunda do Protocolo 042/2009:

­ Operações Interestaduais;

­ Operações à Órgãos da Administração Pública direta ou indireta;

­ Operações com o exterior (importação e exportação)

3. OBRIGATORIEDADE EM RELAÇÃO AO SPED FISCAL

Até o final do ano de 2011  estavam  obrigados  à  apresentação  dos  arquivos  do  sped  fiscal  somente  os  contribuintes  relacionados  no  anexo  único  da
Instrução Normativa 008 de 16 de fevereiro de 2011.

Contudo, conforme a própria Instrução  Normativa  008/2011,  que  também  dispõe  dos  procedimentos  quanto  à  apresentação  do  Sped  Fiscal,  ficam  os
contribuintes paraenses, de modo geral, obrigados à entrega a partir do mês de referência janeiro de 2012.

Mais  uma  vez  o  fisco  abre  exceção  para  os  contribuintes  optantes  pelo  Simples  Nacional,  sendo  que  até  então  não  há  uma  data  definida  para  que
todos estes contribuintes passem a apresentar o arquivo.

Lembrando  que,  caso  o  contribuinte  faça  a  opção  voluntária  ao  sped  fiscal  o  prazo  para  a  entrega  do  arquivo  é  até  o  décimo  quinto  dia  do  mês
subsequente, conforme própria Instrução Normativa Nº 08/2011.

4. CÓDIGOS CRT E CSOSN

Com a entrada em vigor do manual do contribuinte versão 4.0.1 passa a vigorar também a nova versão da nota fiscal eletrônica, versão 2.00., assim,
os  contribuintes  optantes  pelo  Simples  Nacional  deverão  adotar  novos  códigos  em  substituição  aos  atuais  códigos  de  situação  tributária  (CST).  São
códigos  que,  conforme  veremos  abaixo,  detalham  melhor  as  operações  que  estão  sendo  realizadas,  especificamente  em  relação  à  substituição
tributária, pois indicam de forma detalhada cada situação.

Os novos códigos foram previstos no Ajuste SINIEF n. 3/2010 e assim se dispõem:

Código Campo CRT ­ Código de regime tributário

http://www.econeteditora.com.br/boletim_icms/bo­icms­pa/pa­12/boletim­09/icms_pa_simples_nacional.php 1/3
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1 SIMPLES NACIONAL (será preenchido pelo contribuinte quando for optante pelo Simples Nacional.)
SIMPLES  NACIONAL  ­  EXCESSO  DE  SUBLIMITE  DE  RECEITA  BRUTA  (será  preenchido  pelo  contribuinte  optante  pelo
2 Simples Nacional mas que tiver ultrapassado o sublimite de receita bruta fixado pelo estado/DF e estiver impedido de recolher o
ICMS/ISS por esse regime, conforme arts. 19 e 20 da LC 123/06.)
3 REGIME NORMAL (será preenchido pelo contribuinte que não estiver na situação 1 ou 2.)
Código Campo CSOSN ­ Código de Situação da Operação do Simples Nacional
Tributada pelo Simples Nacional com permissão de crédito (Classificam­se neste código as operações que permitem a indicação
101
da alíquota do ICMS devido no Simples Nacional e o valor do crédito correspondente.)
Tributada  pelo  Simples  Nacional  sem  permissão  de  crédito  (Classificam­se  neste  código  as  operações  que  não  permitem  a
102 indicação da alíquota do ICMS devido pelo Simples Nacional e do valor do crédito, e não estejam abrangidas nas hipóteses dos
códigos 103, 203, 300, 400, 500 e 900.)
Isenção  do  ICMS  no  Simples  Nacional  para  faixa  de  receita  bruta  (Classificam­se  neste  código  as  operações  praticadas  por
103 optantes pelo Simples Nacional contemplados com isenção concedida para faixa de receita bruta nos termos da Lei Complementar
nº 123, de 2006.)
Tributada  pelo  Simples  Nacional  com  permissão  de  crédito  e  com  cobrança  do  ICMS  por  substituição  tributária  (Classificam­se
201 neste código as operações que permitem a indicação da alíquota do ICMS devido pelo Simples Nacional e do valor do crédito, e
com cobrança do ICMS por substituição tributária.)
Tributada  pelo  Simples  Nacional  sem  permissão  de  crédito  e  com  cobrança  do  ICMS  por  substituição  tributária  (Classificam­se
neste código as operações que não permitem a indicação da alíquota do ICMS devido pelo Simples Nacional e do valor do crédito,
202
e não estejam abrangidas  nas  hipóteses  dos  códigos  103,  203,  300,  400,  500  e  900,  e  com  cobrança  do  ICMS  por  substituição
tributária.)
Isenção  do  ICMS  no  Simples  Nacional  para  faixa  de  receita  bruta  e  com  cobrança  do  ICMS  por  substituição  tributária
203 (Classificam­se neste código as operações praticadas por optantes pelo Simples Nacional contemplados com isenção para faixa
de receita bruta nos termos da Lei Complementar nº 123, de 2006, e com cobrança do ICMS por substituição tributária.)
Imune (Classificam­se neste código as operações praticadas por optantes pelo Simples Nacional contempladas com imunidade do
300
ICMS.)
Não  tributada  pelo  Simples  Nacional  (Classificam­se  neste  código  as  operações  praticadas  por  optantes  pelo  Simples  Nacional
400
não sujeitas à tributação pelo ICMS dentro do Simples Nacional.)
ICMS cobrado anteriormente por substituição tributária (substituído) ou por antecipação (Classificam­se neste código as operações
500
sujeitas exclusivamente ao regime de substituição tributária na condição de substituído tributário ou no caso de antecipações.)
Outros (Classificam­se neste código as demais operações que não se enquadrem nos códigos 101, 102, 103, 201, 202, 203, 300,
900
400 e 500.)

Nota explicativa contida no Ajuste SINIEF n. 03/2010:

“O Código de Situação da Operação no Simples Nacional – CSOSN será usado na Nota Fiscal Eletrônica exclusivamente quando o Código de Regime
Tributário  –  CRT  for  igual  a  “1”,  e  substituirá  os  códigos  da  Tabela  B  –  Tributação  pelo  ICMS  do  Anexo  Código  de  Situação  Tributária  –  CST  do
Convênio s/nº de 15 de dezembro de 1970.”

5. DEVOLUÇÃO DE MERCADORIAS

Em função de seus negócios muitas empresas do simples adquirem mercadorias ou produtos de empresas do regime normal e em alguns casos estas
mercadorias precisam ser devolvidas, em função de defeitos de fabricação, pedidos incorretos ou qualquer outro motivo.

Vale  lembrar  que  muitas  destas  notas  fiscais  apresentam  o  destaque  do  ICMS  e  IPI  e  precisam  ser  considerados  no  momento  da  emissão  da  nota
fiscal de devolução por parte do contribuinte optante pelo Simples Nacional.

Sabemos  que,  quanto  às  aquisições,  as  empresas  optantes  pelo  Simples  não  se  creditarão  destes  impostos,  ainda  sim  poderá  haver  dúvidas  em
relação à devolução de tais mercadorias, mais precisamente em relação ao preenchimento da nota fiscal de devolução.

De  acordo  com  a  Resolução  nº  094  de  2011  do  Conselho  Gestor  do  Simples  Nacional  (CGSN),  parágrafo  5º,  artigo  57,  o  contribuinte  do  Simples
Nacional fará constar no campo “informações complementares” do documento fiscal modelo 1 ou 1/A, ou mesmo no corpo deste documento, além dos
dados da nota fiscal de aquisição também os valores referentes à base de cálculo do imposto destacado anteriormente, mas não poderá se utilizar dos
campos próprios de destaque dos impostos.

No entanto, conforme disposição do próprio artigo 57, parágrafo 7º, desta Resolução, no caso de devolução mediante nota fiscal eletrônica, caberá ao
contribuinte optante pelo Simples Nacional indicar no campo próprio do ICMS o valor deste imposto, bem como sua base de cálculo, correspondentes à
nota  fiscal  de  entrada.  Esta  observação  vale  tanto  para  as  devoluções  como  também  para  as  notas  fiscais  de  entrada  emitidas  por  conta  das
importações efetuadas.

Uma dúvida recorrente é em relação ao imposto sobre produtos industrializados ­ IPI, pois seu valor compõe o valor total da nota fiscal, sendo assim a
nota fiscal de devolução poderá ser emitida com o valor total acrescido do valor correspondente ao IPI, porém, lembrando que não se trata de destaque
do  IPI,  pois  o  valor  será  mencionado  em  “informações  complementares”,  apenas  a  emissão  da  nota  fiscal  de  saída  deverá  ocorrer  considerando  o
mesmo valor total da nota fiscal de entrada.

6. VENDA PARA ENTREGA FUTURA

A venda para entrega futura está prevista nos artigos 554 ao 558 do Regulamento do ICMS/PA, e será utilizada quando determinada mercadoria não for
entregue na ocasião do faturamento, ou seja, a legislação fiscal permite a emissão da nota fiscal de venda propriamente dita com entrega posterior  da
mercadoria,  conforme  acertado  entre  as  partes,  seja  por  impossibilidade  do  destinatário  de  receber  a  mercadoria  naquele  momento  ou  mesmo  em
atendimento a um prazo de entrega anteriormente estabelecido.

Sendo assim primeiramente será emitida a nota fiscal para simples faturamento, com as seguintes informações:

CFOP: 5.922/6.922

Natureza da operação: Simples faturamento ­ Venda para entrega futura

Informações  complementares:  Observar  neste  campo  da  nota  fiscal  as  informações  relevantes  para  a  operação,  como,  por  exemplo,  data  da  efetiva
entrega, caso já seja conhecida.

http://www.econeteditora.com.br/boletim_icms/bo­icms­pa/pa­12/boletim­09/icms_pa_simples_nacional.php 2/3
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Esta  nota  fiscal  representa  receita  para  o  emitente,  pois  mesmo  que  a  mercadoria  ainda  não  tenha  sido  entregue  há  condições  para  o  recebimento
financeiro, situação na qual entendemos que esta nota fiscal já deve ser tributada no PGDAS.

Após um determinado prazo ocorrerá  a  saída  física  da  mercadoria  anteriormente  faturada,  de  acordo  com  o  CFOP  indicado  a  seguir,  lembrando  que,
como a tributação já ocorreu na nota fiscal de simples faturamento, esta nota não será tributada, será emitida apenas para acompanhar o transporte da
mercadoria.

CFOP: 5.116/5.117 ou 6.116/6.117

Natureza  da  operação:  Venda  de  produção  do  estabelecimento  originada  de  encomenda  para  entrega  futura.  /  Venda  de  mercadoria  adquirida  ou
recebida de terceiros originada de encomenda para entrega futura.

Informações complementares: Mencionar o número e data da emissão da correspondente nota fiscal de simples faturamento.

Uma questão frequentemente lembrada na ocasião da saída de mercadoria faturada em uma operação normal, sem que seja para entrega futura, é se a
legislação estabelece um prazo limite para a saída física do material após a emissão do documento fiscal. Não há definição para tal limite, a nota fiscal
deverá ser emitida por ocasião da saída da mercadoria ou produto, mas é claro que podem ocorrer alguns imprevistos que acabam por atrasar a saída,
em  um  ou  talvez  dois  dias,  porém  não  é  recomendado  deixar  ultrapassar  muitos  dias  da  emissão  da  nota,  pois  justamente  para  estes  casos  os
contribuintes poderiam se utilizar da operação de venda para entrega futura.

7. BONIFICAÇÃO, DOAÇÃO E BRINDE

As  bonificações,  assim  entendidas  as  remessas  de  mercadorias  normalmente  comercializadas  pelo  contribuinte,  em  caráter  não  oneroso,  são
tributadas pelo ICMS, no caso das empresas do regime normal de tributação. O mesmo não ocorre com as empresas do Simples Nacional.

Conforme estabelecido na Lei Complementar n. 123/2006 os contribuintes optantes pelo Simples sofrerão a tributação do ICMS somente pelas receitas
auferidas,  seja  na  venda  de  mercadorias  ou  prestação  de  serviços.  Como  na  operação  de  bonificação,  em  regra,  não  representa  receita  para  estes
contribuintes não caberá recolhimento do ICMS.

O mesmo entendimento se aplica à remessas em doação visto que a operação também não implica em ganhos financeiros.

Os  brindes,  produtos  que  não  pertencem  a  linha  normal  de  comercialização  do  contribuinte,  igualmente  não  serão  tributados,  visto  serem  remessas
esporádicas de produtos promocionais sem a intenção direta de auferir lucro.

ECONET EDITORA EMPRESARIAL LTDA
Autor: Reginaldo Ramos

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