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Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.
COMÉRCIO EXTERIOR
1. INTRODUÇÃO
2. VEDAÇÕES
3. HABILITAÇÃO
4. TRIBUTAÇÃO NO DESEMBARAÇO
5. NOTA FISCAL DE ENTRADA
6. GUARDA DOS DOCUMENTOS
7. VEDAÇÃO AOS CRÉDITOS
8. EQUIPARAÇÃO INDUSTRIAL (IPI)
9. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
1. INTRODUÇÃO
Este regime tinha diversos impedimentos operacionais, incluindo a importação de qualquer produto.
O Simples Nacional não tem mais qualquer impedimento às operações de importação ou exportação, ou seja, não será desenquadrado do regime por realizar tais
operações, desde respeitadas as restrições detalhadas na matéria abaixo.
2. VEDAÇÕES
Um estabelecimento optante pelo Simples Nacional não tem impedimento para operar no comércio exterior através de importação ou exportação.
Todavia, há restrição quanto aos produtos importados, conforme a Lei Complementar n° 123/2006. Assim, o optante pelo Simples Nacional não pode importar:
- veículos;
- motocicletas; ou
- combustíveis.
3. HABILITAÇÃO
A habilitação para os optantes do Simples Nacional tem os mesmos procedimentos das empresas do regime normal.
http://www.econeteditora.com.br/aduaneiro/radar_siscomex.php
Algumas unidades da RFB não estão deferindo habilitação aos enquadrados no MEI, pelas particulares do regime não permitirem a análise da capacidade
financeira estabelecida na IN 1.288/2012
4. TRIBUTAÇÃO NO DESEMBARAÇO
O estabelecimento optante pelo Simples não está desobrigado do pagamento dos tributos incidentes no desembaraço aduaneiro, Imposto de Importação, IPI, Pis-
Importação, Cofins-Importação e ICMS.
§ 1° O recolhimento na forma deste artigo não exclui a incidência dos seguintes impostos ou contribuições, devidos na qualidade de contribuinte ou responsável,
em relação aos quais será observada a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas:
(...)
(...)
XII - Contribuição para o PIS/Pasep, Cofins e IPI incidentes na importação de bens e serviços;
(...)
Em atendimento à legislação estadual, e com base na IN 680/2006, artigo 54, o importador deve emitir nota fiscal de entrada, modelo 55, para retirar as mercadorias
do recinto alfandegado.
Art. 54. Para retirar as mercadorias do recinto alfandegado, o importador deverá apresentar ao depositário os seguintes documentos:
III - Nota Fiscal de Entrada emitida em seu nome, ou documento equivalente, ressalvados os casos de dispensa previstos na legislação estadual.
Alguns Estados dispensam a emissão para a saída da aduana, podendo a mercadoria circular com a Declaração de Importação. Deve ser observada a legislação
estadual para esta hipótese.
No que tange à emissão de Nota Fiscal, preventivamente recomenda-se que deverá haver o destaque dos tributos de importação.
Com relação ao ICMS, de acordo com o que dispõe os § 8° e § 9° do artigo 59 da Resolução CGSN 140/2018, a qual disciplinou algumas hipóteses que o
contribuinte optante Simples Nacional deverá emitir a nota fiscal eletrônica com destaque do imposto, por mais que este contribuinte esteja vedado da apropriação
do crédito do ICMS.
§ 8° Ressalvado o disposto no § 4°, na hipótese de emissão de documento fiscal de entrada relativo à operação ou prestação prevista no inciso XII do art. 5°, a ME
ou a EPP fará a indicação da base de cálculo e do ICMS porventura devido no campo "Informações Complementares" ou, em sua falta, no corpo do documento,
observado o disposto no art. 67. (Lei Complementar n° 123, de 2006, art. 26, inciso I e § 4°)
§ 9° Na hipótese de emissão de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), modelo 55, não se aplicará o disposto nos §§ 5° a 8°, e a base de cálculo e o ICMS porventura
devido devem ser indicados nos campos próprios, conforme estabelecido em manual de especificações e critérios técnicos da NF-e, baixado nos termos do Ajuste
SINIEF que instituiu o referido documento eletrônico. (Lei Complementar n° 123, de 2006, art. 26, inciso I e § 4°)
A tabela a seguir, indica os CST/CSOSN indicados aos optantes pelo Simples Nacional.
Tributos CST/CSOSN
ICMS 900
IPI 49
PIS 99
COFINS 99
No entanto, é válido informar que de acordo com § 4°, art. 59 da Resolução CGSN n° 140/2018, nas Notas Fiscais de empresas optantes pelo Simples Nacional não
poderá haver o destaque dos tributos nos campos próprios, mas somá-los ao Total da Nota, devido a apuração do Simples Nacional.
Apesar de haver esta previsão legal, no que tange às Notas Fiscais de Importação, o destaque de tributos não influenciará para fins de apuração de tributos.
Art. 57. O depositário deverá arquivar, em boa guarda e ordem, pelo prazo de cinco anos, contado do primeiro dia útil do ano seguinte àquele em que tenha sido
realizada a entrega da mercadoria ao importador:
II - as cópias dos demais documentos referidos no art. 54, quando exigida sua retenção;
IV - a autorização expressa da autoridade aduaneira para entrega da mercadoria, nas hipóteses previstas nesta Instrução Normativa.
§ 1° A organização dos arquivos deverá permitir a localização dos documentos e a recuperação das informações mediante a indicação do número da declaração
aduaneira ou do conhecimento de carga.
§ 2° As cópias dos documentos referidos nos incisos II e III do art. 54, quando exigida sua retenção, deverão ser firmadas pelo depositário e pelo importador ou seu
representante, declarando igualdade em relação ao original apresentado.
Conforme o artigo 23 da LC n° 123/2006, os estabelecimentos optantes pelo Simples Nacional não têm direito a crédito e nem pode transferi-los à outras empresas,
ainda que os recolhidos por ocasião do desembaraço aduaneiro:
Art. 23. As microempresas e as empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional não farão jus à apropriação nem transferirão créditos relativos a
impostos ou contribuições abrangidos pelo Simples Nacional.
CRÉDITOS
REGIME DESTINAÇÃO
Imposto de Importação IPI Pis Cofins ICMS
A LC n° 123/2006, no artigo 18, parágrafo 5°, dispõe sobre a tributação pelo Anexo II para as atividades industriais, mas não menciona as atividades que equiparam
o estabelecimento à indústria.
Boletim Comércio Exterior n° 04 - Fevereiro/2013 - 2ª Quinzena
Considerando o disposto no parágrafo 4° do mesmo artigo, verifica-se que a escolha do Anexo, para tributação no Simples Nacional, depende da qualidade das
receitas e não dos estabelecimentos.
Assim, a tributação pelo Anexo II é reservada às receitas provenientes de mercadorias industrializadas pelo estabelecimento.
Portanto, o importador que optar pelo Simples Nacional, terá receitas com vendas de produtos e não receita de industrialização, sendo tributado pelo Anexo I.
Nota Econet: A Solução de Divergência Cosit n° 004/2014, publicada no DOU de 30.05.2014, modifica o entendimento anteriormente dado, e indica que,
quando se tratar de atividade desenvolvida que traz a equiparação, cabe a utilização do Anexo II, ainda que não haja atividade industrial realizada pela
empresa.
9. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
Não há qualquer obrigação acessória, devida ao fisco Federal pelas operações de importação.
O desembaraço aduaneiro já cumpre toda a obrigação de informação ao fisco quanto ao importador, exportador estrangeiro, mercadorias e produtos.