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Pergunta - 3347
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PARECER Nº 053/2017–GTRE/CS
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1 – Como a Consulente deverá proceder quando da venda a consumidor final, pessoa jurídica, estabelecida em
outra UF, ou pessoa física, quanto ao possível DIFAL, para as seguintes mercadorias: combustíveis (gasolina, etanol e óleo
diesel), lubrificantes derivados de petróleo, lubrificantes não derivados de petróleo, peças (filtros automotivos, escapamentos,
etc) e aditivos automotivos?
2 – A Consulente deverá adotar procedimento fiscal diferenciado quando a UF de destino for São Paulo ou Santa
Catarina?
3 – Se a conclusão da presente consulta concluir pelo recolhimento do DIFAL à outra UF, como proceder quanto
ao direito de ressarcimento do ICMS anteriormente pago ao Estado de Goiás, pelo regime de substituição tributária?
O Estado de Goiás entende que a operação de comercialização de mercadorias, de forma presencial (via
balcão), é fato gerador do ICMS diferencial de alíquotas, conforme exposto no Parecer nº 175/2016-GTRE/CS, excertos
abaixo:
1 – É devido o diferencial de alíquotas – DIFAL nas vendas realizadas presencialmente (balcão) para não contribuintes do
ICMS de outras UF´s, com entrega efetiva do bem no momento da aquisição (sem frete)?
A resposta ao presente quesito é sim. A sistemática disposta no Convênio ICMS 93/2015 independe se a aquisição foi
efetuada à distância ou presencialmente. Vale ressaltar que a operação interestadual, com emissão de Nota Fiscal
Eletrônica – NF-e, modelo 55, destinada a consumidor final não contribuinte do ICMS, é suficiente para caracterizar a
exigência do cálculo do DIFAL, nos termos do Convênio retromencionado.
Destacamos que a aquisição de mercadorias de consumo direto e imediato pelo próprio adquirente, tais como:
combustíveis (abastecimento direto no veículo), refeições, lanches, bebidas, etc, não constituem fato gerador do ICMS
diferencial de alíquotas para o Estado de Goiás, conforme enunciado do Parecer nº 328/2016-GTRE/CS, in verbis:
Entendemos que a aquisição de mercadorias, tais como combustíveis, lanches, bebidas e refeições, com consumo
imediato, no local da aquisição, por um preposto da Consulente, constitui uma operação interna da unidade da Federação -
UF onde ocorre o consumo direto e imediato.
Ao passo que as mercadorias adquiridas e não consumidas direta e imediatamente pela Consulente, ou por seu preposto,
caracterizam venda interestadual.
Ante o exposto, entendemos que, apenas com relação às peças utilizadas na manutenção de veículos da empresa, é
devido o diferencial de alíquotas, haja vista que é material de uso e consumo agregado ao ativo imobilizado da Consulente.
O cálculo deverá ser realizado utilizando-se da fórmula constante no art. 65 do Decreto nº 4.852/97 – Regulamento do
Código Tributário Estadual – RCTE.
Ressaltamos que a aquisição de combustíveis e lubrificantes derivados de petróleo constitui fato gerador do
ICMS à unidade da Federação onde ocorrer o consumo, conforme demonstrado no Parecer nº 389/2016–GTRE/CS,
descrição a seguir:
O art. 155, inciso X, alínea ‘b’ e § 4º, inciso I, ambos da Constituição Federal, dispõe que o ICMS sobre combustíveis e
lubrificantes derivados de petróleo caberá ao Estado onde ocorrer o consumo, conforme transcrição abaixo:
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
(...)
§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte:
I - nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de petróleo, o imposto caberá ao Estado onde ocorrer o
consumo;
Ante o exposto, passamos à resposta ao quesito formulado pela Consulente.
Item 1 – A Constituição Federal disciplina que o ICMS relativo ao combustível, derivado de petróleo, é devido à unidade
federada onde ocorrer o consumo.
O entendimento desta Gerência sobre a matéria foi exarado no Parecer nº 328/2016-GTRE/CS, por meio do qual ficou
consignado que o ICMS relativo ao abastecimento (aquisição) de combustíveis derivados de petróleo por veículo de
empresa, estabelecida em outra UF, que esteja transitando por Goiás, é devido a este Estado. O mesmo entendimento
estendemos, por analogia, aos lubrificantes derivados de petróleo.
Assim, concluímos que a utilização de combustíveis e lubrificantes, derivados de petróleo, por veículo transportador de
empresa goiana, em outra UF, não constitui fato gerador do ICMS - diferencial de alíquotas para Goiás, haja vista a
disposição constitucional de que o imposto dessas mercadorias cabe à UF onde ocorrer o consumo.
O Convênio ICMS 93/2015 estipulou as regras para o cálculo e recolhimento do ICMS diferencial de alíquotas,
trazendo em seu bojo que as referidas operações devem ser acobertadas por Nota Fiscal Eletrônica – NF-e, modelo 55.
Também consigna que o contribuinte do imposto, remetente do bem, deve observar a legislação da unidade federada de
destino do mesmo, conforme transcrição abaixo:
Cláusula segunda Nas operações e prestações de serviço de que trata este convênio, o contribuinte que as realizar deve:
I - se remetente do bem:
(...)
c) recolher, para a unidade federada de destino, o imposto correspondente à diferença entre o imposto calculado na forma
da alínea “a” e o calculado na forma da alínea “b”.
(...)
Cláusula terceira-A As operações de que trata este convênio devem ser acobertadas por Nota Fiscal Eletrônica - NFe,
modelo 55, a qual deve conter as informações previstas no Ajuste SINIEF 07/05, de 30 de setembro de 2005.
(...)
Cláusula sexta O contribuinte do imposto de que trata a alínea “c” dos incisos I e II da cláusula segunda, situado na
unidade federada de origem, deve observar a legislação da unidade federada de destino do bem ou serviço.
Após as explanações acima, passamos às respostas aos quesitos formulados pela Consulente.
Itens 1 e 2 – O Convênio ICMS 93/2015 estabelece que o remetente do bem, quando efetuar operação com
destino a consumidor final contribuinte ou não do imposto, localizado em outra unidade da Federação, deve observar a
legislação tributária desta, para fins de recolhimento do ICMS diferencial de alíquotas, conforme cláusula sexta do mesmo.
Ressaltamos que o entendimento desta Gerência é de que o ICMS proveniente do abastecimento (aquisição) de
combustíveis derivados de petróleo por veículo de empresa ou pessoa física, estabelecidas em outra UF, que estejam
transitando por Goiás, é devido a este Estado. O mesmo entendimento estendemos, por analogia, aos lubrificantes derivados
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de petróleo, haja vista a disposição constitucional de que o imposto dessas mercadorias cabe à UF onde ocorrer o consumo
(abastecimento), nos termos do art. 155, § 4º, inciso I, da Constituição Federal. Assim, não haverá recolhimento de ICMS
diferencial de alíquotas sobre a operação de abastecimento (aquisição) de combustível e lubrificantes derivados de petróleo.
Item 3 – Quando a Consulente efetuar operação destinada a consumidor final contribuinte ou não do imposto,
estabelecido em outra unidade da Federação, com recolhimento do ICMS diferencial de alíquotas, de mercadoria já alcançada
pela substituição tributária, poderá se creditar do ICMS recolhido antecipadamente, conforme disposto no art. 45, inciso II, do
Anexo VIII, do RCTE.
É o parecer.
Goiânia, 16 de março de 2017.
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