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DIFAL
LAURIANE BELAROZA
Emenda Constitucional 87/2015
Neste projeto, foi adotado o entendimento de que o remetente da mercadoria ou bem ou o prestador
do serviço de transporte é o sujeito passivo direto do imposto correspondente ao DIFAL na qualidade
de contribuinte, e não na qualidade de responsável tributário. O adquirente ou o tomador não
contribuinte, pela natureza que encerra, não devem integrar a relação jurídico-tributária.
Local da operação ou prestação
O projeto propõe que seja acrescentado o inciso V ao art. 11 da Lei Complementar nº 87/1996 ,
para definir que o local da operação ou da prestação, para os efeitos da cobrança do imposto e
definição do estabelecimento responsável pelo DIFAL, é:
Foi proposta a alteração da redação do inciso XIII e acrescentados os incisos XIV a XVI do art. 12 da Lei
Complementar nº 87/1996 , para dispor que se considera ocorrido o fato gerador do ICMS no momento:
a) da utilização, por contribuinte, de serviço de transporte cuja prestação se tenha iniciado em outro Estado e não
esteja vinculada a operação ou prestação subsequente;
b) do início da prestação de serviço de transporte interestadual de qualquer natureza, nas prestações não
vinculadas a operação ou prestação subsequente cujo tomador não seja contribuinte do imposto domiciliado ou
estabelecido no Estado de destino;
c) da entrada no território do Estado de bem ou mercadoria oriundo de outro Estado adquirido por contribuinte do
imposto e destinado ao seu uso ou consumo ou à integração ao seu ativo imobilizado; e
A redação atual do inciso XIII do art. 12 da Lei Complementar nº 87/1996 apenas prevê o momento da ocorrência
do fato gerador na prestação de serviço de transporte destinada a contribuinte do imposto.
Base de cálculo do DIFAL para contribuinte e
não contribuinte
O PLP nº 32/2021 propõe a inclusão dos incisos IX e X e dos §§ 1º, 3º, 6º e 7º ao art. 13 da Lei
Complementar nº 87/1996 , para dispor que a base de cálculo do Difal, tanto nas operações
a) o valor da operação ou prestação no Estado de origem, para o cálculo do imposto devido a esse Estado; e
b) o valor da operação ou prestação no Estado de destino, para o cálculo do imposto devido a esse Estado.
a) a alíquota prevista para a operação ou prestação interestadual, para estabelecer a base de cálculo da operação
ou da prestação no Estado de origem; e
b) a alíquota prevista para a operação ou prestação interna, para estabelecer a base de cálculo da operação ou
prestação no Estado de destino.
Operações e prestações interestaduais
destinadas a não contribuintes
Nas seguintes hipóteses, a base de cálculo do Difal será o valor da operação ou o preço do
serviço, tanto para o cálculo do imposto devido ao Estado de origem como o devido ao Estado de
destino (base única):
Para estabelecer a base de cálculo da operação ou da prestação será utilizada a alíquota prevista
para a operação ou prestação interna no Estado de destino.
Valores que integram a base de
cálculo
Integram a base de cálculo do ICMS, inclusive quanto ao Difal:
a) o montante do próprio imposto, constituindo o respectivo destaque mera indicação para fins de
controle;
b) o valor correspondente a:
b.1) seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, bem como descontos
concedidos sob condição; e
b.2) frete, caso o transporte seja efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta e ordem e seja
cobrado em separado.
Não integra a base de cálculo do ICMS o montante do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI),
quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à
comercialização, configurar fato gerador de ambos os impostos.
Utilização dos créditos
a) a legislação aplicável à operação ou prestação específica, incluindo soluções de consulta e decisões em processo
administrativo fiscal de caráter vinculante;
c) as informações sobre benefícios fiscais ou financeiros e regimes especiais que possam alterar o valor a ser recolhido; e
O portal mencionado também deverá conter ferramenta que permita a apuração centralizada do imposto e a emissão das
guias de recolhimento para cada ente da federação.
Os Estados e o Distrito Federal definirão em conjunto os critérios técnicos necessários para a integração e unificação entre
os portais das respectivas secretarias de fazenda dos Estados ou do Distrito Federal.
Operações e Prestações interestaduais destinadas
a não contribuintes realizadas por empresas
sujeitas ás normas do Simples Nacional
Tendo como justificativa a decisão, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ao julgar a Ação Direta
de Inconstitucionalidade (ADI) nº 5.469/DF, que declarou inconstitucional, entre outras, a
Cláusula nona do Convênio ICMS nº 93/2015, que estendia aos contribuintes sujeitos às normas
do Simples Nacional a aplicação do Convênio ICMS nº 93/2015 , por disciplinar matéria
reservada à Lei Complementar, também tramita no Senado Federal o Projeto de Lei
Complementar (PLP) nº 33/2021.
Saliente-se que o STF já havia concedido Medida Cautelar na ADI nº 5.464/DF, suspendendo a
aplicação da Cláusula nona do Convênio ICMS nº 93/2015 desde 12.02.2016.
A decisão do STF na ADI nº 5.469/DF, ao modular os efeitos do julgamento da
inconstitucionalidade da Cláusula nona do Convênio ICMS nº 93/2015, o fez a partir da data da
concessão da Medida Cautelar, ou seja, desde 12.02.2016.
Esse PLP propõe que seja acrescentada a alínea "i" ao inciso XIII do § 1º do art. 13 da Lei Complementar nº
123/2016, para excluir do regime de tributação unificado das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte
(Simples Nacional), o ICMS incidente sobre operações e prestações interestaduais destinadas a consumidor final
não contribuinte do referido imposto, relativo à diferença entre a alíquota interna do Estado de destino e a
interestadual, passando a reger-se pela legislação aplicável às demais pessoas jurídicas, assim como já acontece na
incidência do Difal devido ao Estado de destino, nas hipóteses de operações e prestações interestaduais destinadas
a consumidor final contribuinte do ICMS.
Frise-se que o PLP foi objeto de duas Emendas Parlamentares, que até o momento não foram votadas pelo Senado
Federal:
a) Emenda nº 1 - propõe a entrada em vigor das suas disposições a partir de 01.01.2027, com a justificativa de que
a nova forma de cobrança estabelecida no PLP nº 33/2021 irá onerar os contribuintes e que os efeitos da
pandemia da Covid-19 prejudicaram especialmente as Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, com o
entendimento de que é necessário um período de vacatio legis mais adequado à realidade da nossa economia; e
b) b) Emenda nº 2 - propõe a entrada em vigor das suas disposições, entra em vigor na data de sua publicação e
produz efeitos a partir do 1º dia do ano seguinte ao de sua publicação e após decorridos 90 dias desta,
adequando a redação, conforme dispõem às alíneas "b" e "c" do inciso III do art. 150 da Constituição Federal de
1988 , que dispõe que é proibido cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei
que os instituiu ou aumentou e antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei.
Contribuinte do Simples Nacional
também devem pagar o DIFAL?
Segundo a Cláusula nona do Convênio ICMS 93/2015 os contribuintes
optantes pelo Simples Nacional também são obrigados ao recolhimento do
DIFAL para outra unidade federada.
Porém o Ministro Dias Toffoli suspendeu a eficácia da Clausula nona através
da Ação de Inconstitucionalidade nº 5464. Ou seja, não existe cobrança de
DIFAL caso o remetente da mercadoria seja do Simples Nacional.
DIFAL “por dentro” e “por fora”