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SECRETARIA DE FAZENDA DO ESTADO DE ALAGOAS

SUPERINTENDÊNCIA ESPECIAL DA RECEITA ESTADUAL


GERÊNCIA DE TRIBUTAÇÃO

PARECER GET Nº XXXXXXXXX

PROCESSO: XXXXXXXXXXXXX
INTERESSADO: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
CACEAL: XXXXXXXXXXX
CNPJ: XXXXXXXXXXXXXXXXX

EMENTA: Consulta fiscal. Isenção de ICMS prevista na Lei nº 6.539/2004 aplicável


apenas a operações e prestações internas e de importação do exterior.

ANÁLISE E FUNDAMENTAÇÃO

A XXXXXXXXXXXXXXX, pessoa jurídica com sede no estado de São Paulo, vem


apresentar CONSULTA FISCAL questionando a incidência do Diferencial de Alíquota nas
operações de venda que realiza entre ela e a Administração Pública Direta do Estado de
Alagoas.

Informa a consulente que o Diferencial de Alíquota está sendo devidamente recolhido,


até o momento, com base na Lei nº 7.734/2015, todavia, a consulente alega que a Lei nº
6.539/2004, como também o Decreto nº 3.976/2008 traria uma possível ISENÇÃO em
relação as suas operações.

Nestes termos, a consulente questiona:

“Nas vendas interestaduais destinadas à Administração Pública Estadual Direta do


Estado de Alagoas e suas Fundações e Autarquias, bom como às suas polícias,
Secretarias, Sistema Penitenciário, e demais órgãos que integram o aparato de
segurança pública, é correto concluir que não há diferencial de alíquota a ser
recolhido a Alagoas?”

É o relatório.

Conforme informa a consulente, empresa tem sede no estado de São Paulo, esta vende e
remete suas mercadorias ao Estado de Alagoas, ou seja, tratando-se de operação de venda
interestadual.

A consulente questiona se a isenção prevista na Lei nº 6.539, de 03 de dezembro de


2004, e no Decreto nº 3.976, de 11 de fevereiro de 2008, seria aplicável às suas operações;
vejamos o disposto no art. 1º deste decreto:

Art. 1º Este Decreto disciplina a isenção prevista na Lei nº 6.539, de 3 dezembro


de 2004, relativamente às operações e prestações internas e de importação do
exterior na aquisição de bens, mercadorias e serviços, efetuadas por órgãos da
Administração Pública Estadual Direta, suas Fundações e Autarquias. (grifamos)

Observa-se que a isenção prevista na Lei nº 6.539/2004 e no Decreto nº 3.976/2008


somente se aplica a operação de importação ou quando o fornecedor é sediado em Alagoas,
entre outros requisitos, tais exigências ficam claras quando se lê as disposições dos art. 2º e 3º
do citado decreto, se não, vejamos:

Decreto nº 3.976, de 11 de fevereiro de 2008

Art. 2º Ficam isentas do ICMS as operações e prestações internas e a importação


do exterior de bens, mercadorias ou serviços adquiridos por órgãos da
Administração Pública Estadual Direta, suas Fundações e Autarquias.
§ 1º A isenção de que trata o "caput" fica condicionada:
(...)
IV - à regular inscrição do contribuinte-fornecedor no Cadastro de Contribuintes
do Estado de Alagoas - CACEAL; e
V - ao credenciamento do contribuinte para a realização da operação ou
prestação isenta, nos termos do art. 3º. (grifamos)

Art. 3º O estabelecimento interessado em fornecer bens, mercadorias ou serviços


para órgãos da Administração Pública Estadual Direta, suas Fundações e
Autarquias, com a isenção prevista no art. 2º, deverá solicitar credenciamento
prévio à Superintendência da Receita Estadual.
§ 1º Somente será credenciado o contribuinte:
I - regular no Cadastro de Contribuintes do Estado de Alagoas - CACEAL;
II - estabelecido no território de Alagoas;(grifamos)
(...)

Conclui-se, portanto, que a isenção prevista na legislação citada não se aplica às


operações interestaduais realizadas pela consulente, estando esta sujeita ao diferencial de
alíquota previsto na Emenda Constitucional nº 87, de 16 de abril de 2015, e na legislação
tributária estadual, Lei nº 7.734, de 25 de setembro de 2015.

Lei nº 7.734/2015:

Art. 1º Esta Lei disciplina a exigência do Imposto sobre Operações relativas à


Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte
Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação - ICMS nas operações e
prestações que destinem bens e serviços a consumidor final não contribuinte do
imposto localizado em outra unidade da federação, de que trata a Emenda
Constitucional nº 87, de 16 de abril de 2015.
Art. 2º Nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor
final não contribuinte do ICMS localizado em outra unidade da federação, adotar-
se-á a alíquota interestadual e caberá à unidade federada de localização do
destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna da
unidade federada destinatária e a alíquota interestadual, observada a transição
prevista no art. 5º.
Art. 3º Nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor
final não contribuinte do ICMS localizado neste Estado, a responsabilidade pelo
recolhimento do ICMS correspondente à diferença entre a alíquota interna e a
interestadual, de que trata o art. 2º, é do remetente do bem ou serviço.
Parágrafo único. O recolhimento do imposto de que trata o caput deste artigo,
deverá ser efetuado a cada operação ou prestação, quando da saída do bem ou do
início da prestação do serviço.

CONCLUSÃO

Ante o exposto, conclui-se que a isenção de ICMS prevista na Lei nº 6.539/2004 e no


Decreto nº 3.976/2008 não se aplica às operações interestaduais realizadas pela consulente,
estando esta sujeita ao recolhimento do diferencial de alíquota previsto na Emenda
Constitucional nº 87/2015, e na legislação tributária estadual, Lei nº 7.734/2015.

Gerência de Tributação, em Maceió, 13 de setembro de 2019.

_________________________
Bruno Medeiros Chaves – AFRE
Em assessoramento

De acordo. Encaminho à apreciação do Sr. Superintendente Especial da Receita


Estadual.

Gerência de Tributação, em Maceió, de de 2019.

______________________________________
Jacque Damasceno Pereira Júnior
Gerente de Tributação

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