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SENTENÇA
I. RELATÓRIO
Trata-se de Ação Civil Pública com pedido liminar proposta pelo Ministério Público do
Estado de Sergipe em face do Estado de Sergipe, Antônio Carlos Valadares e João Alves Filho, aduzindo
os motivos fáticos e argumentações jurídicas que seguem:
O autor narra que instaurou Inquérito Civil – PROEJ nº 17.19.01.0014, para apurar o fato de
que o Estado de Sergipe continua pagando subsídio mensal aos ex-governadores Albano do Prado
Pimentel Franco, Antônio Carlos Valadares e João Alves Filho, bem como à viúva do ex-governador
Marcelo Deda Chagas, Eliane Aquino Custodio, violando, assim, a decisão do Supremo Tribunal Federal
emitida na ADI nº 4544/SE, em que fora declarada, por unanimidade, a inconstitucionalidade do art. 263
da Constituição do Estado de Sergipe.
Assinado eletronicamente por LUIS GUSTAVO SERRAVALLE ALMEIDA, Juiz(a) de 3ª Vara Cível de Aracaju,
em 19/01/2022 às 11:26:20, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
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Conta que em relação aos outros dois, a orientação da Procuradoria-Geral do Estado foi pelo
retorno aos pagamentos, uma vez que os benefícios foram adquiridos com base no art. 155 da
Constituição Estadual de 1967, ou seja, anterior à atual. Lado outro, informou que o pagamento feito à
Eliane Aquino Custodio se dá com fundamento na Lei nº 7.746/2013.
Discorre que o STF julgou inconstitucional o art. 263 da Constituição Estadual, na ADI nº
4544/SE, com efeitos ex tunc, de modo que aos benefícios concedidos não mais subsiste embasamento de
ordem legal e/ou constitucional, sobretudo diante da Constituição Federal de 1988 e a ruptura com o
cenário jurídico anterior.
Adiante, no que tange à alegação dos requeridos de que teriam contribuído para a previdência
estadual, aduz que não se trata de benefício previdenciário, mas sim pensão especial, e que, caso tenha
havido o desconto em favor do Órgão Previdenciário, este deverá fazer o devido levantamento do período
de contribuição, para que o interessado possa utilizá-lo da forma que entender conveniente.
Lado outro, afirma que o benefício é pago com base na Constituição Estadual de 1967, na
redação posta pela Emenda Constitucional nº11 de 1979, e que, em que pese o mandato do requerido
tenha se encerrado já na vigência da atual Constituição, o direito fora adquirido em 15 de setembro de
1987, de modo que tal direito previdenciário deverá persistir.
Advoga que também contribuiu para o regime de previdência, de modo que, como qualquer
outro contribuinte, tem direito a aposentadoria.
Sobre a liminar em específico, afirma que se trata de verba de natureza alimentar e que
inexiste a alegada urgência, sobretudo porque se trata de pensão paga desde 1991. Diante disso, refuta o
deferimento do pleito de urgência.
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Juntou procuração de pág. 242.
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Intimado para se manifestar sobre a produção de outras provas, o requerido Antônio Carlos
Valadares, em 13/07/2020, pugnou que fosse requerido ao SERGIPEPREVIDÊNCIA a juntada de
documentos que informem as contribuições realizadas na época em que foi Governador de Sergipe e as
demais eventuais contribuições anteriores e posteriores a isso.
Intimado para se manifestar sobre a produção de outras provas, o requerido João Alves Filho,
em 14/07/2020, requereu a expedição de ofícios à Secretaria de Estado da Administração (SEAD), à
Secretaria de Estado do Planejamento Orçamento e Gestão (SEPLAG), ao Sergipe Previdência (IPES
previdência) e à Procuradoria do Estado de Sergipe (PGE) para que os aludidos órgãos apresentem o
inteiro teor do processo administrativo que concedeu a pensão especial e vitalícia ao Réu, ora
peticionante, bem como forneçam o histórico de contribuição previdenciária e/ou salários de contribuição
do Ex-Governador João Alves Filho.
É o relatório.
II.FUNDAMENTAÇÃO.
De início, insta salientar que a decisão proferida em sede liminar fora minuciosa e trabalhou
com todos os argumentos levantados nos autos, pelo que mantenho o posicionamento ali transcrito.
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em 19/01/2022 às 11:26:20, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
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A questão passa em saber se o julgamento proferido na ADI 4544/SE atinge ou não as
pensões especiais dos requeridos, uma vez que adquiridas, segundo defendem, com base na Constituição
Estadual de 1967, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 11/1979.
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Tribunal Pleno, DJe de 22/08/1997. 3. Ação julgada procedente para declarar a
inconstitucionalidade do art. 11 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
da Constituição do Estado do Piauí. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes
autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em julgar procedente o
pedido formulado na ação direta para declarar a inconstitucionalidade do art. 11 do
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição do Estado do
Piauí, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, em sessão
plenária presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do
julgamento. Não participou, justificadamente, deste julgamento, o Ministro Gilmar
Mendes. Ausentes, justificadamente, os Ministros Celso de Mello e Cármen Lúcia.
Brasília, 14 de agosto de 2019. Ministra Rosa Weber Relatora”
No caso sob análise, verifico que o requerido Antônio Carlos Valadares foi governador do
Estado de Sergipe entre 15 de março de 1987 a 15 de março de 1991, de maneira que, conforme aduz,
exerceu o cargo em caráter permanente, por prazo não inferior a seis meses, sob a égide da Constituição
Estadual de 1967. Já o requerido João Alves Filho teria exercido seu mandato inteiramente enquanto em
vigor a Constituição passada, tendo seu direito garantido após parecer da Procuradoria do Estado nº
195/87, de 05/06/1987. Diante disso, ambos sustentam que possuem direito adquirido ao pagamento da
pensão e que a decisão de inconstitucionalidade do art. 263 da Constituição Estadual não pode lhes
alcançar.
Pois bem, cediço que, como regra, a declaração de inconstitucionalidade possui efeitos ex tunc
e erga omnes, ressalvado efeito diverso proferido pelo Supremo Tribunal Federal (art. 27 e 28 da Lei nº
9.8.68/1999). Desta forma, o julgamento na ADI 4544/SE seguiu a regra, na medida em que não houve
modulação dos efeitos, de maneira que o art. 263 da CE deixou de existir desde o seu nascedouro, ou seja,
teve sua inconstitucionalidade declarada retroativamente.
Ressalto que tal dispositivo constitucional é repetição idêntica ao art. 155 da Emenda
Constitucional Estadual nº 11/1979, in verbis:
Ora, sendo de idêntica redação ao art. 263, que fora declarado inconstitucional pelo STF,
deve-se entender que houve também a declaração de não recepção do art. 155 da antiga CE. Trata-se,
aqui, de analisar se tal norma pré-constitucional fora recepcionada pela atual Constituição Federal,
controle que ora se faz de forma difusa.
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“(...) E, por fim, também o juiz ou tribunal, de ofício, quando tenham as partes
silenciado a respeito. Na instância ordinária, tanto em primeiro como em segundo
grau de jurisdição, pode o órgão judicial suscitar a inconstitucionalidade de norma
aplicável às hipóteses, não se operando a respeito, a preclusão. (…)” (O Controle de
Constitucionalidade no Direito Brasileiro. 3ª Edição. Ed. Saraiva. Pág. 82)
“2. STF, RTJ, 95:202, 1981, RE 86,161-GO, rel. Min. Soares Munoz. No controle
incidental, a decretação de inconstitucionalidade, sempre que necessária para o
julgamento da causa, deve ser feita de ofício pelo juiz. Aplica-se aqui a regra geral
de que as questões de direito – de que é exemplo, evidentemente, saber se uma
norma é constitucional ou não – sempre podem ser conhecidas por iniciativa oficial,
independentemente de terem sido suscitadas pelos interessados. (...)”
Penal. Processo Penal. Roubo. Arma branca. Revogação do artigo 157, § 2.º, I do
Código Penal. Inconstitucionalidade por vício de formalidade do artigo 4.º da Lei n.º
13.654/2018. Publicação de texto do projeto de lei aprovado pela Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal sem a previsão de revogação da
norma. Violação ao artigo 58, § 2.º, I da Constituição Federal. Incidente suscitado.
Acolhimento. Cláusula de reserva de plenário. Remessa ao tribunal pleno. I - O
acolhimento pelo órgão fracionário deste tribunal acerca da arguição de
inconstitucionalidade suscitada de ofício por esta relatoria, recomenda remessa da
matéria ao tribunal pleno a fim de deliberar acerca do levantado incidente.
Inteligência dos artigos 948 e 949, II do Código de Processo Civil c/c os artigos 478 e
479 do Regimento Interno deste Tribunal. Embargos sobrestados até final
julgamento pelo Tribunal Pleno acerca do acolhido Incidente de
Inconstitucionalidade do artigo 4.º da Lei n.º 13.654/2018 que revogou o Inciso I,do §
2.º, do artigo 157 do Código Penal. Unanimidade.(TJ-MA - ED:
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00012933420158100031 MA 0259172019, Relator: ANTONIO FERNANDO BAYMA
ARAUJO, Data de Julgamento: 17/09/2019, PRIMEIRA CÂMARA CRIMINAL, Data de
Publicação: 27/09/2019 00:00:00)
Sendo de conteúdo idêntico ao art. 263 da CE, que fora declarado inconstitucional, pelos
mesmos fundamentos expostos pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADI 4.544, penso que o
art. 155 da CE/1967, com redação dada pela Emenda nº 11/79, não foi recepcionado por ferir de morte
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princípios constitucionais basilares como a isonomia, republicano e moralidade administrativa. Em
tempos hodiernos não mais se justifica a percepção de tais pagamentos.
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No caso em debate, os requeridos advogam que teriam direito adquirido à pensão, já que
implementaram as condições necessárias a tanto sob o manto da Carta anterior. Ocorre que, como visto, o
art. 155 da CE/1967, com a redação dada pela Emenda nº 11/79, não fora recepcionado, de modo que não
se há falar em direito adquirido a regime jurídico, ainda mais quando violador de norma constitucional.
“Apesar do parecer ora mencionado não ter sido aprovado pela Procuradoria Geral
do Estado, coaduno do entendimento apresentado pela ilustre procuradora Dra.
Tatiana Arruda, a qual conclui no sentido de que, com a entrada em vigor da
Constituição Federal de 1988, o pagamento de pensão especial a ex-governadores
restou absolutamente erradicada no mundo jurídico.
Importante ressaltar que o artigo 155 da Constituição Estadual do Estado de Sergipe
de 1967 possui idêntica redação ao artigo 263 da Constituição Estadual do Estado de
Sergipe de 1989. Vejamos:
“Art. 155. Cessada a investidura no Cargo de Governador do Estado, quem o tiver
exercido em caráter permanente e por prazo não inferior a seis meses fará jus, a
título de representação, a um subsídio mensal e vitalício igual aos vencimentos do
cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça.”
“Art. 263. Cessada a investidura no cargo de Governador do Estado, quem o tiver
exercido em caráter permanente e por prazo não inferior a seis meses fará jus, a
título de representação, a um subsídio mensal e vitalício igual aos vencimentos do
cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça.”
Segundo entendimento do STF, “O vício da inconstitucionalidade é congênito à lei e
há de ser apurado em face da Constituição vigente ao tempo de sua elaboração. Lei
anterior não pode ser inconstitucional em relação à Constituição superveniente; nem
o legislador poderia infringir Constituição futura. A Constituição sobrevinda não
torna inconstitucionais leis anteriores com ela conflitantes: revoga-as. Pelo fato de
ser superior, a Constituição não deixa de produzir efeitos revogatórios. Seria ilógico
que a lei fundamental, por ser suprema, não revogasse, ao ser promulgada, leis
ordinárias. A lei maior valeria menos que a lei ordinária. 2. Reafirmação da antiga
jurisprudência do STF, mais que cinqüentenária.” (STF - ADI: 2 DF, Relator: Min.
PAULO BROSSARD, Data de Julgamento: 06/02/1992, Tribunal Pleno, Data de
Publicação: DJ 21-11-1997 PP-60585 EMENT VOL-01892-01 PP-00001)
Com efeito, nos termos dos fundamentos supra mencionados, tendo em vista que o
artigo 155 da Constituição Estadual do Estado de Sergipe de 1967 possui idêntica
redação ao artigo 263 da Constituição Estadual de 1989, não há como se considerar
que este permaneça vigente no mundo jurídico.
No mais, em que pese não tenha sido tema de insurgência no presente agravo de
instrumento, observo que na decisão ora combatida o magistrado de 1º Grau analisa
minuciosamente argumento apresentado na ação civil pública no sentido de que os
requeridos fazem jus à pensão especial por ter contribuído para a previdência
estadual no período em que exerciam o cargo de governador.
Conforme ressaltado pelo douto julgador a quo, a pensão especial concedida aos
ex-governadores não se trata de benefício previdenciário. Conforme o nosso
ordenamento jurídico, os benefícios previdenciários devem ser pagos a servidores
efetivos, o que não é o caso dos autos.
Assim, caso tenha havido o desconto em favor do órgão previdenciário enquanto o
agravante exercia o cargo de governador do Estado, deverá ser feito o devido
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levantamento do período de contribuição, para utilização, caso queira o agravante,
em outro benefício previdenciário, se direito tiver, não havendo que se falar em
direito adquirido à recebimento da pensão especial em questão.”
Insta salientar, diversamente do que aduzem os pleiteados, que a verba em debate não possui
natureza jurídica previdenciária, conforme bem já assentou o STF, quando do julgamento da ADI nº
3.853, segundo abaixo vemos:
No julgamento desta ADI, a Min. Relatora, Carmém Lúcia, após discorrer acerca dos
institutos do subsídio, benefício, vantagem, provento e pensão, assim manifestou-se:
“O que sob o rótulo normativo se apelidou subsídio, subsídio não é. No direito, como
se sabe, o nome não transforma a realidade sob a qual ele se encobre. Também não
se tem ali uma pensão de graça, como insiste em afirmar a Assembleia Legislativa
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sul-matogrossense, porque pensão, no sistema jurídico vigente, não se confunde com
graça, somente podendo ocorrer nos casos e condições legalmente previsto.
(…)
Com efeito, não se pode falar em benefício de ordem previdenciária, como desejam os
acionados. Ora, tendo sido recolhidas contribuições sobre o indigitado “pagamento estadual singular”,
cabe a estes moverem as medidas cabíveis seja para eventual devolução, seja para computação de prazo
para, ai sim, serem aposentados como outros cidadãos o fazem.
Desta forma, pela ruptura do ordenamento jurídico ante a nova Constituição Federal e a não
recepção do art. 155 da CE/1967, com a redação dada pela Emenda nº 11/79, desaparece do mundo
jurídico o dispositivo que fundamentou as impugnadas pensões.
III - DISPOSITIVO
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Diante da sucumbência dos requeridos, condeno-os ao pagamento dos honorários advocatícios
no valor de R$ 1.100,00 (um mil e cem reais), nos termos do artigo 85 do CPC, rateado em partes iguais
entre os demandados.
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