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M.E.B.

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DE UMA DAS VARAS

CÍVEIS DA JUSTIÇA FEDERAL DE SÃO PAULO/SP

SÉRGIO LUIS BORGES CRUZ, brasileiro, solteiro,

estudante de direito, portador da cédula de identidade RG nº 38.359.160-0 e

inscrito no CPF/MF sob o n° 458.797.008-52, residente e domiciliado na Rua

Eurico Sodré, nº 986, cs 02, Vila Medeiros, São Paulo/SP, CEP 02216-010,

telefone(s): 11 98582-3052, e-mail: sluislive@hotmail.com, através de sua

advogada constituída (instrumento de procuração em anexo), vem,

respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro no art. 5º, inciso LXIX, da

Constituição Federal, impetrar o presente

MANDADO DE SEGURANÇA

COM PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR

contra ato coator do Mag.º Reitor da Universidade São Judas Tadeu, endereço

de e-mail desconhecido, que pode ser notificado na R. Taquari, nº 546, Mooca,

São Paulo/SP, CEP 03166-000, vinculado, para fins do art. 6º da Lei do Mandado

de Segurança, à USJT - Universidade São Judas Tadeu, CNPJ nº

43.045.772/0001-521.

1
http://emec.mec.gov.br/emec/consulta-cadastro/detalhes-ies/d96957f455f6405d14c6542552b0f6eb/MjAz

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DA JUSTIÇA GRATUITA

O impetrante é estudante do último ano do curso de Direito e no

momento não está nem trabalhando, nem realizando estágio profissional, não

possuindo, portanto, nenhuma remuneração que lhe permita arcar com qualquer

despesa processual. Requer, portanto, desde já, a concessão do benefício da

Justiça Gratuita, nos termos do art. 98 do Código de Processo Civil.

DA ADEQUAÇÃO DA VIA MANDAMENTAL

Adequa-se perfeitamente o procedimento especial de Mandado de

Segurança para a proteção do direito líquido e certo do impetrante, que ora se

demonstra, sendo inexistente a necessidade de dilação probatória, uma vez que

todos os documentos acostados ao presente se bastam para comprovação do ato

omissivo ilegal praticado pelo impetrado e a letra da lei é a própria comprovação

do direito líquido e certo.

DA TEMPESTIVIDADE

Nos termos da legislação especial que disciplina o mandado de

segurança, o prazo para requerê-lo é de 120 (cento e vinte) dias contados da

ciência, pelo interessado, do ato coator.

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O ato arbitrário se consolidou em 14/11/2019, data em que o

impetrado, de forma omissiva, através de ato da Coordenadora do Curso de

Direito da USJT, feriu o direito do impetrante, conforme se aduz a seguir.

DA LEGITIMIDADE PASSIVA DO IMPETRADO

A autoridade coatora apontada, Mag.º Reitor da instituição de ensino,

em que o impetrante está matriculado em curso de terceiro grau, é a responsável

legal pela lesão ao seu direito líquido e certo, porque é a autoridade máxima

daquela universidade.

Ademais, Excelência, o impetrado é o representante legal da

instituição de ensino, no exercício da função delegada pelo Poder Público – ensino

superior.

DOS FATOS

O impetrante é de origem muito humilde e, através de Bolsa de 100%

do ProUni – Programa Universidade para Todos (doc. anexo – declaração de

bolsa), ingressou no curso superior de Direito da USJT - Universidade São Judas

Tadeu e está regularmente matriculado no 9º (nono) e penúltimo semestre do

referido curso, sob o Registro Acadêmico (RA) nº 81523080 (doc. anexo –

declaração de matrícula).

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Na data de hoje, o impetrante encontra-se aprovado nas 06 (seis)

disciplinas cursadas neste segundo semestre de 2019, quais sejam, (1) Direito

Ambiental II, (2) Direito Civil: Família e Sucessões, (3) Direito Internacional

Privado, (4) Direito Tributário, (5) Prática Penal e (6) Prática Trabalhista.

Em seu histórico escolar (doc. anexo) ainda não foram atualizadas as

situações destas disciplinas, porém, no sistema interno de acompanhamento e

registro das disciplinas cursadas pelos alunos da universidade pode-se verificar

que o impetrante obteve as referidas aprovações, com excelente desempenho

(doc. anexo – prints das aprovações).

Seu desempenho, neste semestre, foi (Disciplina / Nota Total) o

seguinte:

- Direito Ambiental II: 97,00

- Direito Civil: Família e Sucessões: 75,00

- Direito Internacional Privado: 98,00

- Direito Tributário: 100,00

- Prática Penal: 93,00

- Prática Trabalhista: 100,00

Assim, verifica-se que o impetrante já está apto a cursar o 10º e

último semestre do curso de Direito, que se dará no próximo semestre, sendo

prevista a conclusão do seu curso para junho de 2020.

Pois bem, Excelência.

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O impetrante foi aprovado no concurso público para o cargo de

Analista Jurídico do Ministério Público Estadual, edital nº 01/2018 (doc.

anexo) e, surpreendentemente, foi nomeado muito antes daquilo que esperava

– dadas as vagas declaradas no edital, sendo apenas 05 no total, dentre as quais

01 para candidatos negros e 01 para deficientes, e dada a sua posição na lista

de classificados, sendo o 9º (nono) classificado dentre os candidatos negros

aprovados (doc. anexo – classificação final), bem como, considerando também o

ritmo de nomeações ocorrido no concurso anterior para o mesmo cargo 2, outrora

denominado “Analista de Promotoria”.

Sua nomeação, para o cargo de Analista Jurídico do MPE, foi

publicada no Diário Oficial na data de 17/12/2019 (doc. anexo – nomeação D.O.),

com prazo de 30 (trinta) dias para posse, conforme e-mail enviado ao

impetrante, pelo MPE, com instruções para o ingresso no cargo (doc. anexo – e-

mail de instruções). O impetrante solicitou, ao MPE, a prorrogação do prazo para

a posse (doc. anexo – requerimento de prorrogação), porém a resposta a esta

solicitação é discricionária e ainda não se obteve retorno.

Diante do tramitar do certame, antevendo a sua nomeação antes do

prazo que imaginava quando se inscreveu no certame, o impetrante solicitou, à

universidade, a abreviação de seu curso superior para a emissão urgente de

seu diploma (doc. anexo – e-mail de solicitação), documento exigido para a

posse no cargo (doc. anexo – formulário ingressantes).

2
https://www.vunesp.com.br/MPSP1501/

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A solicitação foi enviada à coordenação do curso na data de

04/11/2019, mais de 30 (trinta) dias antes da publicação da sua nomeação.

Porém, diante da ausência de resposta, o impetrante reiterou sua solicitação na

data de 13/11/2019 (doc. anexo – reiteração da solicitação), quando, novamente,

a coordenação quedou-se inerte, caracterizando-se a desrespeitosa omissão que

perdura até o presente momento.

Para o próximo semestre, em 2020, o impetrante precisa ser

aprovado nas seguintes 07 (sete) disciplinas, dentre as quais 04 (quatro) são de

prática e apenas 03 (três) de disciplinas teóricas:

- Direito Civil: Família e Sucessões

- Direito Processual Penal III

- Medicina Legal e Psicologia Judiciária

- Prática Civil

- Prática Constitucional e Administrativa

- Prática Empresarial

- Prática Tributária.

O Trabalho de Conclusão de Curso do impetrante também já foi e

apresentado, tendo obtido, nesta disciplina, a aprovação necessária (doc. anexo –

print do cumprimento do TCC).

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Em seu histórico escolar, emitido pelo sistema interno de

acompanhamento e registro das disciplinas cursadas pelos alunos, o que se

verifica, portanto, é que, além das disciplinas em que o impetrante já fora

aprovado nos semestres anteriores e além das disciplinas indicadas como

“cursando”, deste segundo semestre de 2019 (Ciclo 5 Módulo A), restam (i) as

07 mencionadas disciplinas do próximo semestre, programadas para 2020, das

quais o impetrante necessita de avaliação antecipada, e (ii) mais 03 “Atividades”

que constam “a cursar”, em que duas delas, “Ebradi – Preparatório para OAB”

e “Libras”, são eletivas, conforme a indicação da natureza da disciplina na

coluna denominada “Nat” e uma delas é a “Adapti”, uma atividade online para

aprimoramento dos conhecimentos dos alunos em disciplinas do ensino médio 3

em que o impetrante já se encontra habilitado, ou seja, já cumpriu os créditos da

disciplina. Assim, as duas “atividades – a cursar” não são obrigatórias para a

obtenção do diploma do curso superior para o impetrante.

Isso tudo para dizer que as únicas pendências do impetrante,

junto à instituição de ensino, para obtenção do seu diploma no curso

s uperior de Direito, são as 07 (sete) disciplinas “a cursar”, indicadas no seu

histórico escolar.

Diante do ótimo desempenho do impetrante em todas as matérias

cursadas desde o primeiro semestre do curso, tendo sido aprovado em todas,

sem nenhum registro de dependências, parece muito plausível que o impetrante

3
Cf. o Manual do Aluno da USJT, pág. 62: https://cdn.usjt.br/app/uploads/2018/10/Manual-Sao-
Judas- 2018-01-10.pdf

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não terá grandes dificuldades em lograr êxito em avaliação especial a ser

aplicada pela universidade para a obtenção de aprovação nas 07 disciplinas que,

ordinariamente, deveriam ser cursadas no ano que vem.

Diante da previsão legal do direito de abreviação do curso superior

para alunos que demonstrem extraordinário aproveitamento nos estudos e,

também, diante da omissão da instituição de ensino, mesmo depois de instada a

viabilizar a antecipação da emissão do diploma do impetrante, restou configurada

a lesão ao seu direito.

Conforme se verifica através de seu histórico escolar, o impetrante é,

sim, detentor de excelentes notas nas disciplinas do curso de Direito – a maioria

acima da média 9,0 (nove), como já dito. Mas é importante demonstrar que o

impetrante, de fato, se enquadra como possuidor de extraordinário

aproveitamento nos estudos, para além de suas notas nas disciplinas já

concluídas.

Durante o decorrer do curso superior de Direito, o impetrante foi

premiado com o Prêmio Guilherme de Almeida, dado aos melhores alunos da

USJT. No ano de 2015, sagrou-se em 2º lugar dentre os melhores alunos de todo

o Curso de Direito; no ano de 2016, sagrou-se em 4º lugar entre os melhores

alunos do primeiro semestre e em 1º lugar entre os alunos do segundo semestre;

no ano de 2017, sagrou-se em 2º lugar entre os melhores alunos do 2º semestre;

no ano de 2018, sagrou-se em 3º lugar entre os melhores alunos do 2º semestre

(docs. anexos – certificados dos prêmios).

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O impetrante também foi premiado em 1º lugar no Concurso de

Poesias Prof. Fábio Teixeira, da USJT, no ano de 2015, pela poesia “Das Dores

Perdidas” (doc. anexo), o que também indica que o mesmo seja um aluno de

excelente desempenho acadêmico.

Em outra oportunidade, no ano de 2017, foi também premiado por

outra poesia, “Aylan Kurdi”, pela Academia Volta Redondense de Letras (doc.

anexo – e-book da Academia, poesia premiada publicada na página 204-206).

Entre fevereiro de 2018 e novembro de 2019, o impetrante realizou

estágio profissional no MPF – Ministério Público Federal, após aprovação na 12ª

colocação em processo seletivo, dentre 104 candidatos concorrentes às vagas, o

que também serve como um bom indicativo de ter realizado aproveitamento

escolar acima da média durante o curso de Direito, até aqui (doc. anexo – planos

de atividade do estágio e classificação no processo seletivo).

E além do concurso em questão, para Analista Jurídico do MPE, o

impetrante também foi aprovado em outros dois certames recentemente,

sendo o concurso para o cargo de Analista Judiciário do Tribunal Regional do

Trabalho 2ª Região e o concurso para o cargo de Escrevente Técnico do Tribunal

de Justiça de São Paulo, o que também demonstra ter, realmente, aproveitado de

forma extraordinária seus estudos no curso de Direito (docs. anexos – lista de

aprovados TRT02 e lista de aprovados TJSP).

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Importante também informar que o Regimento Geral 4 da Universidade

São Judas Tadeu não menciona o instituto da abreviação do curso superior, mas

isso não impede que a instituição de ensino a defira ao impetrante, uma vez que a

legislação federal o prevê.

Assim, S.M.J., está comprovado que o impetrante bem se enquadra

nas exigências da lei para a obtenção de seu diploma, de forma antecipada,

através da abreviação do curso superior, desde que seja aprovado nas avaliações

que deverão ser aplicadas pela USJT.

DO DIREITO LÍQUIDO E CERTO

A omissão ao requerimento do impetrante, desde 04/1/2019, data em

que o impetrante enviou o primeiro requerimento via e-mail, caracteriza-se como

negativa ao seu pedido, ferindo seu direito líquido e certo previsto na Lei de

Diretrizes e Bases da Educação, indo na contramão do sentido da lei, ao negar ao

aluno, com excelente desempenho acadêmico, a possibilidade de ser avaliado

para a obtenção da emissão antecipada de seu diploma, diante da necessidade

urgente da EXPEDIÇÃO do mesmo para cumprimento de requisitos para posse

em cargo público.

“Considera-se ‘líquido e certo’ o direito, ‘independentemente de

sua complexidade’, quando os fatos a que se deva aplica-lo

4
https://cdn.usjt.br/app/uploads/2018/01/Regimento-Geral-da-Universidade-S%C3%A3o-Judas-2018.pdf

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sejam demonstráveis ‘de plano’; é dizer, quando independam

de dilação probatória, sendo comprováveis por documentação

acostada quando da impetração da segurança ou, então,

requisitada pelo juiz, se o documento necessário estiver em

poder de autoridade que recuse fornecê-lo (art. 6º, Lei 12.016).

Posto que esta medida judicial destina-se a ‘proteger’ o direito

violado ou que esteja sob iminente ameaça de violação, o juiz,

em sendo requerido pela parte, deverá liminarmente, inaudita

altera parte, suspender o ato impugnado, caso sejam

relevantes os fundamentos do pedido e haja risco de que, não

sendo adotada tal providência, resulte ineficaz a decisão final,

se vier a ser concessiva a segurança” 5. gn

O direito líquido e certo, in casu, está previsto na Lei de Diretrizes e

Bases da Educação, nº 9.394/1996, que prescreve o direito de abreviação do

curso superior para alunos que comprovarem extraordinário aproveitamento

escolar, que é o caso do impetrante. Vejamos:

Lei nº 9.394/1996

Art. 47. Na educação superior, o ano letivo regular,

independente do ano civil, tem, no mínimo, duzentos dias de

trabalho acadêmico efetivo, excluído o tempo reservado aos

exames finais, quando houver.

(...)

5
Bandeira de Mello, Celso Antonio; Curso de Direito Administrativo, 32ª Edição, Editora Malheiros, pág. 982

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§ 2º Os alunos que tenham extraordinário aproveitamento

nos estudos, demonstrado por meio de provas e outros

instrumentos de avaliação específicos, aplicados por

banca examinadora especial, poderão ter abreviada a

duração dos seus cursos, de acordo com as normas dos

sistemas de ensino.

A jurisprudência dos nossos tribunais dá conta de que o aluno,

quando requer abreviação do curso nos termos da Lei de Diretrizes e Bases da

Educação, tem o direito de ser avaliado, quanto à sua extraordinariedade, pela

própria instituição de ensino, caso haja a necessidade imediata e comprovada de

seu diploma. Vejamos:

ADMINISTRATIVO - ENSINO SUPERIOR - ABREVIAÇÃO DA

DURAÇÃO DE CURSO DE DIREITO. 1. Os alunos que tenham

extraordinário aproveitamento nos estudos, demonstrado por

meio de provas e outros instrumentos de avaliação específicos,

aplicados por banca examinadora especial, poderão ter

abreviada a duração dos seus cursos, de acordo com as

normas dos sistemas de ensino, a teor do disposto no art. 47, §

2º, da Lei 9.394/1996. 2. A instituição de ensino superior

inicialmente deferiu o pedido de abreviação do curso de Direito.

Quando faltava avaliação específica de uma disciplina, a

universidade indeferiu o pedido sob a assertiva de não haver

norma interna a respaldar esse requerimento. 3. De acordo

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com o parecer do Ministério Da Educação e Cultura CNE/CES

60/2007, o 47, § 2º, da Lei de Diretrizes e Bases carece de

regulamentação, podendo as instituições de ensino se valer de

sua autonomia didático-científica para aplicá-lo diretamente. 4.

Demonstrou a impetrante, seja pelas aprovações e notas

obtidas em todas as disciplinas já cursadas, seja pelas

significativas aprovações em concursos públicos, ter

extraordinário aproveitamento nos estudos para fundamentar o

requerimento de abreviação de duração do curso de Direito.

(TRF-3 - REOMS: 11846 MS 0011846-51.2011.4.03.6000,

Relator: DES. FED. MAIRAN MAIA, 06/09/2012, 6ª TURMA)

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. ENSINO

SUPERIOR. APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO.

ABREVIAÇÃO DO CURSO DE DIREITO. COLAÇÃO DE

GRAU. EXPEDIÇÃO DO CERTIFICADO DE CONCLUSÃO DE

CURSO. REEXAME NECESSÁRIO DESPROVIDO. 1.

Cuida-

se de remessa oficial em mandado de segurança no qual a

impetrante objetiva provimento judicial para determinar à IES a

realização do procedimento de abreviação do curso superior

em Direito, a fim de tomar posse no cargo de Analista Judiciário

- Área Fim no Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul, em

decorrência de aprovação em concurso público. 2. Em

observância ao curso processual, verifica-se que apenas após a

determinação judicial proferida em sede liminar as

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autoridades impetradas foram compelidas a submeter a

impetrante à avaliação da banca examinadora especial para

fins de abreviação do curso de Direito. Dessa forma, o caso

vertente não se subsume à perda superveniente do interesse

processual, mas sim à confirmação da medida judicial que

confirmou a liminar e concedeu a segurança, consolidando-se o

objeto do presente writ. 3. Mesmo que satisfativa, a concessão

da liminar não enseja a perda de objeto do mandamus, cujo

mérito deve ser examinado para que a decisão provisória

proferida seja ou não confirmada. 4. Assim, não merece

acolhimento a preliminar de carência de ação por perda do

objeto, apresentada pela parte impetrada nas informações

prestadas, na medida em que, conforme consignado pelo

provimento de primeira instância, o cumprimento da obrigação

deu-se após a concessão da liminar proferida, medida que

necessita de confirmação. 5. O art. 47, § 2º, da Lei 9.394/1996

prevê o direito à abreviação do curso para os alunos com

extraordinário aproveitamento nos estudos, o que é

demonstrado mediante provas e outros instrumentos de

avaliação específicos, os quais são aplicados por banca

examinadora especial composta para esta finalidade. 6.

Incumbe à comissão de avaliação aplicar as provas e divulgar

os resultados para, uma vez aprovado o aluno, assegurar-lhe a

colação de grau e a expedição do certificado de conclusão do

respectivo curso. 7. Verifica-se que a lei de regência não traz

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em seu bojo a permissão para a Instituição de Ensino Superior

estabelecer, por meio de regulamentação, outros pré-

requisitos, como por exemplo, a média de notas, para

possibilitar a abreviação de estudos. 8. Na hipótese dos autos,

a impetrante realizou razoável demonstração de que possui um

extraordinário aproveitamento nos estudos para fundamentar o

pleito de abreviação de duração do curso de Direito, na medida

em que obteve aprovação em concurso público de nível

superior e também foi aprovada no XVIII Exame de Ordem

Unificado. 9. Não se mostra razoável impedir a aceleração dos

estudos da impetrante, aprovada em certame público de nível

superior, dependendo somente da conclusão dos estudos para

ser empossada no cargo público, especialmente quando a

demora na finalização do curso de Direito ocorreu por

circunstâncias alheias à sua vontade, como na espécie, que se

deu em razão de greve dos professores da UFMS. 10.

Restando comprovada a violação ao direito líquido e certo da

impetrante, que ensejou a concessão da segurança, e tendo em

vista a necessidade de resguardar a manutenção da situação

fática consolidada pelo tempo, diante do princípio da segurança

jurídica, a sentença deve ser mantida. 11. Não há condenação

em honorários advocatícios em sede de mandado de

segurança, nos termos do artigo 25 da Lei nº 12.016/2009 e das

Súmulas 105 do STJ e 512 do STF. 12. Reexame necessário

não provido. (TRF-3 - ReeNec - REEXAME

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M.E.B.

NECESSÁRIO / MS 5002806-47.2017.4.03.6000; Relator(a)

Desembargador Federal CECILIA MARIA PIEDRA

MARCONDES; Órgão Julgador 3ª Turma)

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. ENSINO

SUPERIOR. APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO DE

NÍVEL SUPERIOR. ABREVIAÇÃO DE CURSO

UNIVERSITÁRIO. COLAÇÃO DE GRAU E EXPEDIÇÃO DE

DIPLOMA. POSSIBILIDADE. SITUAÇÃO FÁTICA

CONSOLIDADA. I - No caso em exame, cumpridos os

requisitos necessários para obtenção da abreviação do curso

de ensino superior, nos termos do art. 47, § 2º, da Lei de

Diretrizes de Bases da Educação Nacional, afigura-se

juridicamente possível a antecipação da colação de grau da

discente e, consequentemente, a expedição do seu diploma de

graduação no Curso de Licenciatura em Pedagogia, mormente

em se tratando de hipótese, como no caso, em que a

impetrante necessita do diploma para tomar posse em

concurso público de nível superior. Precedentes deste egrégio

Tribunal. II - Ademais, diante do lapso temporal decorrido

desde a prolação da decisão que concedeu liminarmente a

tutela mandamental pleiteada, objeto do presente writ, deve-se

reconhecer a aplicação, na espécie, da teoria do fato

consumado, haja vista que o decurso do tempo consolidou uma

situação fática de há muito amparada por decisão judicial,

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M.E.B.

sendo desaconselhável a sua desconstituição, neste contexto

processual. III - Remessa oficial desprovida. Sentença

confirmada. (TRF-1 - REOMS 0018895-86.2011.4.01.4000 / PI;

Relator DES. FED. SOUZA PRUDENTE; 17/06/2013; 5ª

Turma)

APELAÇÃO - MANDADO DE SEGURANÇA - ABREVIAÇÃO

DE CURSO SUPERIOR - ART. 47, §2º LEI 9.394/96 - ATO

DISCRICIONÁRIO - CONTROLE DO DEVIDO PROCESSO

LEGAL ADMINISTRATIVO PELO JUDICIÁRIO - ART. 5º,

LXXVIII, CRFB - PROVIMENTO - SENTENÇA ANULADA 1. A

matéria em debate no presente mandado de segurança diz

respeito ao direito do impetrante de ser avaliado por uma banca

examinadora especial da instituição de ensino superior e, em

caso de aprovação, obter a abreviação do curso de graduação,

a tempo de ser admitido no cargo para o qual obteve

aprovação em concurso público. 2. A sentença julgou extinto o

processo, sem resolução do mérito, sob o fundamento de que a

constituição de banca examinadora especial é ato

discricionário, ficando a critério da instituição decidir acerca de

sua conveniência e oportunidade, não podendo ser impugnado

por via de mandado de segurança. 3. O art. 5º, inciso LXXVIII,

da Constituição Federal de 1988, trazido pela Emenda

Constitucional nº 45, assegurou a todos o tempo razoável do

processo judicial e também do processo administrativo. Assim,

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M.E.B.

e em obediência ao princípio da eficiência, não se pode permitir

que a Administração Pública postergue, indefinidamente, a

conclusão de um procedimento administrativo. 4. Em que pese

o entendimento de que a abreviação do curso de graduação

prevista no §2º do art. 47 da Lei nº 9.394/96 é uma medida

administrativa discricionária, que implica um procedimento que

apenas a administração pode decidir, segundo os critérios de

conveniência e oportunidade, deve, o Poder Judiciário exercer

o controle do devido processo legal administrativo, nos termos

do inciso LXXVIII do art. 5º da Lei Maior, aqui violado. 5. Por

mais complexo que seja o procedimento administrativo

necessário para a avaliação do direito do impetrante de ser

submetido a uma avaliação especial e, em consequência, obter

a abreviação de seu curso de graduação, o administrado não

pode ficar, ad eternum, aguardando uma posição, positiva ou

negativa, acerca dos requerimentos que formula ao Poder

Público. Isso porque o princípio da eficiência traz ínsita a idéia

de celeridade e simplicidade, sem procrastinações, sem

delongas desnecessárias e outros meios que possam impedir

que o processo cumpra sua finalidade, consubstanciada na

prática do ato decisório final. 6. Recurso conhecido e provido.

Sentença anulada. (TRF-2 – AC 562709; Relator DES. FED.

GUILHERME CALMON NOGUEIRA DA GAMA; 29/10/2012; 6ª

TURMA)

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M.E.B.

Insta salientar que, em caso de deferimento urgente da liminar para a

avaliação do impetrante nas disciplinas remanescentes do último semestre do

curso de direito, o diploma só será expedido caso haja a sua aprovação na

avaliação a ser aplicada.

DA TUTELA LIMINAR

A Lei do Procedimento Especial do Mandado de Segurança prevê a

concessão de medida liminar quando (i) houver fundamento relevante e (ii)

quando do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida:

Art. 7º Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:

(...)

III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando

houver fundamento relevante e do ato impugnado puder

resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida,

sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito,

com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica. gn

FUMUS BONI JURIS

O fundamento relevante é a necessidade imediata da emissão do diploma

do impetrante para que possa tomar posse no cargo para o qual fora aprovado em

concurso público, com base na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que prevê a

abreviação de curso superior em casos excepcionais.

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M.E.B.

DATA MAXIMA VENIA, toda a documentação juntada aos autos, declarada

autêntica pela patrona do impetrante, nos termos do art. 425, IV, do CPC, evidencia a

plausibilidade do direito.

PERICULUM IN MORA

E caso a ordem seja concedida apenas ao final deste mandamus,

Excelência, certamente a medida não será mais eficaz, pois o impetrante já terá perdido

o prazo máximo para a posse. Contudo, sem o documento necessário, a anulação de sua

nomeação é certa.

Ou seja, Excelência, o perigo de dano é o próprio perecimento do direito,

para o que o saudoso professor Hely Lopes Meirelles já ensinava: “...Casos há – e são

frequentes – em que o tardio reconhecimento do direito do postulante enseja seu total

aniquilamento”6.

Ademais, não se aplica o requisito da reversibilidade da decisão, pois a

impetrante somente terá seu diploma emitido antecipadamente se aprovada na avaliação

segundo os critérios da própria universidade.

DO PEDIDO

Diante de todo o exposto, o impetrante requer, de Vossa Excelência:

6
Hely Lopes Meyrelles, Mandado de Segurança, Malheiros Editores, 14ª ed., pág. 57

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M.E.B.

a) A concessão de medida liminar, inaudita altera parte, para ordenar o

impetrado a providenciar a imediata avaliação do impetrante nas disciplinas

necessárias, que faltam ser concluídas para a sua formação no curso de Direito

e, sendo este aprovado, que seja providenciada a imediata emissão e entrega

do seu diploma, sob pena de multa, a favor do autor, por dia de

descumprimento;

b) Diante da exiguidade do tempo para salvaguardar o seu direito e considerando

o período de recesso forense, o impetrante requer autorização para que ele

mesmo providencie, pessoalmente, a protocolização da intimação do impetrado,

servindo a decisão judicial como ofício;

c) Lhe sejam concedidos os benefícios da Justiça Gratuita;

d) A notificação do Ministério Público para que emita seu parecer;

e) Ao final, que seja julgado procedente o presente Mandado de Segurança, com

a concessão definitiva da ordem, nos termos da letra “a” deste pedido.

Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 para fins fiscais.

A advogada do impetrante atesta, para os fins do art. 425, IV, do

CPC, sob as penas da lei, a autenticidade das cópias anexadas à presente.

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M.E.B.

Nestes termos, pede deferimento.

São Paulo, 19 de dezembro de 2019.

MARCELA BARRETTA – OAB/SP 224.259

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