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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 3

O QUE É ANÁLISE FUNDAMENTALISTA? 4

EM QUAIS PONTOS SE BASEIA A ANÁLISE FUNDAMENTALISTA? 5

ANÁLISE QUALITATIVA 6

DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS (DRE) 9

BALANÇO 12

PATRIMONIAL 12

ANÁLISES VERTICAL E HORIZONTAL 18

INDICADORES 20

CONSIDERAÇÕES FINAIS 25

GLOSSÁRIO 27

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INTRODUÇÃO

Quando fala-se sobre investimentos, uma das primeiras coisas


que vem à mente são os investimentos em ações. E junto a este
pensamento, também surge um certo receio, de que se trata
de algo extremamente perigoso, capaz de destruir seu dinheiro
do dia para a noite.

Sim. Realmente trata-se de um investimento em que o risco é


bem mais acentuado do que “investir” seu dinheiro na boa e
velha poupança. Porém, o que muitas pessoas não sabem é
que existem maneiras de se reduzir este risco. Obviamente que
não chegará a ser tão seguro quanto a poupança ou o tesouro
direto. Mas seguindo alguns procedimentos para não correr
riscos desnecessários, com certeza lhe permitirá fazer bons
aportes e formar uma sólida carteira de ativos.

E não caia na velha bobagem que muita gente desinformada


propaga: “Só quem é milionário pode ganhar dinheiro com
ações”. Qualquer um pode gerar renda através do investimento
em ações! O único bem que você terá que possuir é o
conhecimento. Somente o estudo lhe dará as condições
necessárias para começar a investir de forma segura e atingir a
tão sonhada liberdade financeira.

A leitura deste e-book trará a você, investidor(a), todo o


conhecimento necessário para saber avaliar bem uma ação
antes de investir. O segredo, já conto agora: é saber NÃO
ERRAR! Acreditamos fielmente na premissa de que “Ataques
ganham jogos. Defesas ganham campeonatos”. Portanto,
sabendo realizar uma boa análise, você formará uma sólida
base para se beneficiar ao máximo de seus investimentos.

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Então, aproveite!

O QUE É ANÁLISE
FUNDAMENTALISTA?

Ao analisar uma determinada ação, podemos partir por dois


caminhos distintos. O primeiro, está em um horizonte de curto
prazo, em caráter mais especulativo. E é justamente este que
chama mais a atenção de quem inicia na renda variável, devido
a possibilidade de ganhos expressivos em pouco tempo.

Esta modalidade de investimento se baseia, resumidamente,


em operações realizadas em curto período de tempo, a partir
do que denomina-se “análise técnica”. Este tipo de análise é
construída por meio de interpretações gráficas e estatísticas,
com o intuito de traçar tendências sobre as oscilações dos
preços dos ativos. As operações sob esta lógica tendem a ser
mais arriscadas e levam grande parte de seus investidores a
perder seus investimentos.

O segundo caminho a seguir ao se estudar sobre uma ação é


mirar retornos a longo prazo. Para isto, utiliza-se a “Análise
Fundamentalista”, onde se busca avaliar os fundamentos da
empresa a partir de seus resultados e do ambiente
macroeconômico em que ela está inserida. No final, tem-se
uma estimativa de seu valor intrínseco, munindo o investidor
de indicadores que lhe permitirão estimar se a empresa se
valorizará no tempo. E, consequentemente, irá gerar valor aos
seus acionistas.

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Em nenhum dos casos citados o investidor saberá ao certo o
que ocorrerá com o preço de sua ação. Porém, estatísticas
mostram que os investimentos em sólidas empresas a longo
prazo tendem a ser mais assertivos. E é justamente a análise
fundamentalista que lhe dará as bases para avaliar
corretamente uma companhia.

EM QUAIS PONTOS SE BASEIA A


ANÁLISE FUNDAMENTALISTA?

Dentre os principais critérios da análise fundamentalista,


destacam-se:

✔ Histórico da empresa;
✔ Nível de governança;
✔ Potencial de crescimento;
✔ Demonstrativo de resultados;
✔ Balanço patrimonial;
✔ Indicadores de preço;
✔ Indicadores de rentabilidade;
✔ Indicadores de endividamento;
✔ Indicadores de retorno do investimento;
✔ Margens de lucro.

Além dos principais fatores citados, a análise fundamentalista


também deve levar em consideração os aspectos
macroeconômicos, tanto global quanto no setor em que a
companhia está inserida.

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Ainda falando sobre o segmento setorial, o destaque que a
empresa possui em relação aos seus concorrentes pode ser
fundamental para conseguirmos avaliar seu potencial.

ANÁLISE QUALITATIVA

A análise qualitativa engloba todos os fundamentos subjetivos


que devem ser levados em consideração na avaliação de uma
determinada empresa. Em outras palavras, tudo o que não
pode ser mensurado objetivamente (com números), se
enquadra como um estudo qualitativo.

Na seção anterior, apresentamos alguns pontos primordiais


para a análise. Dentre os aspectos levantados, os três primeiros
possuem um caráter exclusivamente qualitativo. Além destes,
uma pequena parte do ambiente macroeconômico também
pode ser encaixada nesta classe.

Abaixo, descreveremos brevemente os pontos a serem


considerados em cada aspecto apresentado.

HISTÓRICO DA EMPRESA

Nos investimentos, principalmente em renda variável, a velha


premissa apresenta-se como verdade imutável: “O que ocorreu
no passado não garante que também ocorrerá no futuro”. E
realmente não garante.

Entretanto, a trajetória passada de uma companhia revela


muitos dados sobre ela. Além de descobrirmos alguns dos

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importantes marcos e acontecimentos ocorridos durante sua
existência, podemos confrontar seu desempenho com os
diversos cenários econômicos que a empresa possa ter
atravessado. Não somente a empresa, mas seu setor como um
todo.

O mundo está em constante mudança. Portanto, saber como a


companhia vem se modificando de acordo com as novas
necessidades é um ponto crucial para embasar qualquer
análise.

NÍVEL DE GOVERNANÇA

Por definição, governança corporativa é o sistema pelo qual as


empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e
incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios,
conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e
controle e demais partes interessadas.

Como resumo, a análise da governança corporativa de uma


empresa deixará evidente seus aspectos de gestão e estratégias
adotados. Uma boa governança atribui características
primordiais para o crescimento. E, por mais que esta seja uma
avaliação de carácter qualitativo, não é difícil encontrarmos
informações a respeito. Abaixo, seguem algumas perguntas
que facilmente podem ser obtidas.

✔ Como está dividido o quadro societário?


✔ É uma empresa com fortes ligações
familiares?
✔ O governo tem participação acionária?

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✔ A empresa possui uma boa equipe de
executivos?
✔ A empresa conta com conselheiros
experientes?
✔ Há muita rotatividade de funcionários?
✔ Os funcionários estão sempre motivados?
✔ Há boa transparência na divulgação de
resultados ou acontecimentos?

POTENCIAL DE CRESCIMENTO

O potencial de crescimento é um dos fatores que terá maior


peso durante o processo de análise. Uma empresa gera valor
aos seus acionistas a partir da geração de lucros que fomente o
aumento de seu patrimônio. Não há outra forma diferente
desta. Porém, existem condições e perspectivas que podem de
antemão corroborar ou não a expectativa deste crescimento.

A empresa pode, por exemplo, estar inserida em um ambiente


extremamente competitivo, onde a guerra por menores preços
traz suas margens de lucro cada vez mais próximas de zero. E o
cenário futuro sugere que cada vez mais esta competição irá se
acirrar.

Em outro caso quase oposto: A companhia detém uma enorme


parcela do mercado de tal forma que seja extremamente difícil
trabalhar com estratégias para se expandir ainda mais.

Em ambos os exemplos, o potencial de crescimento destas


empresas encontra-se limitado. Isto não quer dizer, porém, que

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ela não irá se ampliar. São apenas indicativos que deixam clara
a dificuldade. Mas, em casos da companhia possuir bons
fundamentos, boa governança e um histórico excelente de
superação, com certeza terá profissionais competentes que
estarão sempre buscando novas maneiras de se reinventar e
crescer.

DEMONSTRATIVO DE
RESULTADOS (DRE)

De forma resumida, o Demonstrativo de Resultados do


Exercício (DRE) permite aos investidores identificar todo o
dinheiro que entra (receitas) e que sai (custos e despesas) da
empresa em um determinado período. O DRE é uma exigência
imposta pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) às
companhias de capital aberto, devendo ser divulgado
trimestralmente.

Este demonstrativo, portanto, é uma importante ferramenta


para se avaliar uma determinada empresa. Com ele, podemos
observar, primeiramente, se o negócio encontra-se saudável ou
não, isto é, se a companhia tem obtido lucros com suas
atividades. Também, os DREs costumam trazer resultados
anteriores para servirem de comparativos com o atual
momento. É permitido, com isso, descobrir se as receitas, as
despesas e os lucros aumentaram ou diminuíram de um
período para o outro (seja de mês a mês, de semestre a
semestre ou de ano a ano).

Vamos nos atentar a um exemplo prático. A tabela abaixo


mostra os resultados divulgados pela Ambev no segundo

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trimestre de 2019 (2T19). Os valores monetários encontram-se
em R$ milhões e o volume refere-se à quantidade total de
bebidas vendidas, expressa em mil hectolitros.

Tabela 1. Resultados 2T19 divulgados pela Ambev.


Resultados 2T19 2T18 Variação
Volume 36.865,2 36.551,1 0,9%
Receita líquida 12.145,1 11,509,5 5,5%
Lucro bruto 7.183,8 7.127,2 0,8%
Margem bruta 59,1% 61,9% -280 pb
EBITDA ajustado 4.691,3 4.673,7 0,4%
Margem EBITDA 38,6% 40,6% -200 pb
Lucro líquido ajustado 2.712,1 2.335,4 16,1%

A intenção não é avaliar o DRE minunciosamente, e sim


explicar quais são as principais informações que são divulgadas
pelas empresas. Portanto, abaixo detalharemos o que significa
estes indicadores e como avaliá-los.

RECEITA

A receita indica todo o faturamento que a empresa obteve


durante um período. Esta receita pode ser expressa como
“Receita Bruta” ou como “Receita Líquida”.

A receita bruta, ou simplesmente “receita”, mostra literalmente


o quanto de dinheiro a companhia arrecadou. É como olhar
para um extrato bancário e somar todos os valores que
entraram na conta durante o mês, por exemplo. Já a receita
líquida, é a diferença entre a receita bruta e os custos referentes
à produção.

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Portanto, a receita só vai nos transmitir as informações de
quanto de dinheiro líquido está entrando na empresa, sendo
um indicador mais voltado para o ritmo de produção, vendas e
geração de recursos.

LUCRO

A grande maioria das pessoas, no mínimo, já ouviu falar sobre


lucro. Ele é definido como a diferença entre a receita líquida e
todos os demais custos e despesas da empresa. Ele é
fundamental para o crescimento do patrimônio e geração de
valor para a companhia. Não há negócio saudável, com um
lucro negativo (prejuízo).

Voltando ao nosso exemplo da Ambev, é comum a divulgação


do “Lucro líquido ajustado”. Todo resultado “ajustado” quer
dizer que neste não foram consideradas receitas ou despesas
não-recorrentes. No período contabilizado, pode ter havido
alguma receita proveniente de restituições, por exemplo. Ou de
qualquer outro meio que seja um evento aleatório ou não
regular, que impactará positiva ou negativamente mas que não
relata sobre o operacional em si.

Portanto, o lucro líquido ajustado nos dará a noção exata dos


resultados obtidos pela empresa.

EBITDA

O Ebitda é, talvez, o de mais difícil entendimento. Porém, é um


dos indicadores mais importantes e utilizados para as análises.

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De forma bem genérica, o Ebitda traduz o resultado
operacional da companhia, uma vez que em seu cálculo estão
excluídas as despesas financeiras (juros de impostos),
depreciações e amortizações. Portanto, o Ebitda representa a
geração de caixa da empresa advinda apenas de sua atividade
produtiva.

O comparativo entre o Editda e o Lucro nos dá os sintomas de


possíveis problemas de crescimento patrimonial. A empresa
pode ter bons resultados operacionais. Mas se as despesas com
impostos e depreciação forem muito altas, ela pode apresentar
prejuízo no fechamento do período.

BALANÇO PATRIMONIAL

O balanço patrimonial tem como um de seus objetivos, a


avaliação do valor contábil de uma empresa. Antes de tudo,
vamos definir a diferença primordial entre os valores contábil e
de mercado.

O valor contábil, segundo a definição, é a quantia pela qual um


ativo ou passivo está registrado na contabilidade da empresa.
De forma resumida, o valor contábil é aquele que avalia o real
preço do patrimônio da companhia em um determinado
instante. Já o valor de mercado engloba, além dos próprios
ativos e passivos, as expectativas do futuro desempenho da
empresa. Pode-se, portanto, dizer que o valor de mercado
agrega um caráter especulativo.

Voltando a atenção para o patrimônio, torna-se extremamente


importante sua avaliação para o cálculo de alguns índices que

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refletem a real situação da companhia. Com o balanço, é
possível: ter uma posição patrimonial da empresa e conhecer
todos os bens, direitos e obrigações em determinado período;
entender as fontes de recursos para os investimentos da
empresa; observar a sua evolução histórica para o
planejamento e ação futura; dentre outras funções.

Como pode ser visto na tabela abaixo, a estrutura do balanço é


dividida em duas partes, sendo que todos os ativos ficam do
lado esquerdo e os passivos e o patrimônio líquido do lado
direito. As contas são classificadas em termos de prazo, sendo
que as de curta maturação (os chamados circulantes) ficam na
parte superior. As contas da parte inferior são aquelas de longo
prazo.

Tabela 2. Balanço Patrimonial divulgado pela Ambev SA,


relativa ao segundo trimestre de 2019. Os valores mostrados
estão em R$ milhões.
Balanço Patrimonial – 2T19
Ativos 98.739,0 Passivos e Patrimônio Líquido 98.739,0
Ativo Circulante 27.356,0 Passivo Circulante 22.641,0
Caixa e equivalentes de
14.233,4 Contas a pagar 12.477,7
caixa
Aplicações financeiras 14,0 Instrumentos financeiros derivativos 419,0
Instrumentos financeiros
162,3 Empréstimos e financiamentos 2.564,0
derivativos
Contas a receber 4.103,1 Conta garantida 37,9
Estoques 6.197,6 Salários e encargos 1.071,6
IR e contribuição social a Dividendos e juros sobre o capital
523,4 896,9
recuperar próprio a pagar
Demais impostos a Imposto de renda e contribuição
1.019,2 1.416,8
recuperar social a recolher
Impostos, taxas e contribuições a
Outros ativos 1.103,1 2.283,7
recolher
Opção de venda concedida sobre
Ativo Não Circulante 71.383,0 participação em controlada e outros 1.330,7
passivos
Aplicações Financeiras 157,6 Provisões 142,7

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Instrumentos financeiros
0,0 Passivo Não Circulante 13.169,2
derivativos
IR e contribuição social a
3.807,0 Contas a pagar 80,9
recuperar
IR e contribuição social
3.110,5 Instrumentos financeiros derivativos 0,3
diferidos
Demais impostos a
570,5 Empréstimos e financiamentos 2.334,3
recuperar
Imposto de renda e contribuição
Outros ativos 1.610,3 2.476,0
social diferidos
Imposto de renda e contribuição
Benefícios a funcionários 64,2 2.117,7
social a recolher
Impostos, taxas e contribuições a
Investimentos 253,0 674,9
recolher
Opção de venda concedida sobre
Imobilizado 21.417,0 participação em controlada e outros 2.677,7
passivos
Intangível 5.881,1 Provisões 467,0
Ágio 34.511,8 Benefícios a funcionários 2.340,5
Patrimônio Líquido 62.928,8
Capital Social 57.801,0
Reservas 70.153,0
Ajuste de avaliação patrimonial (72.301,1)
Lucros acumulados 5.972,2
Patrimônio líquido de controladores 61.625,2
Participação de não controladores 1.303,6

ATIVOS

Os ativos representam as aplicações de recursos da empresa, e


incluem o caixa, títulos comercializáveis, os estoques, os
equipamentos, etc. Como já comentado, eles são
contabilizados na parte esquerda do balanço patrimonial.

São classificados como ativos circulantes, ativos realizáveis a


longo prazo e ativos permanentes, conforme o prazo de
maturação do ativo. Para toda aplicação de recursos, é
necessário um financiamento. Desse modo, a soma dos
passivos e do patrimônio líquido de uma empresa deve sempre
ser igual ao montante de seus ativos. Esta talvez seja a regra
mais básica da contabilidade.

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Os ativos são separados em duas classes, as quais estão
explicadas abaixo.

✔ Ativos Circulantes: Estes são os direitos


que a empresa possui e que consegue
realizar, ou seja, transformar em dinheiro
em um período inferior a um ano;
✔ Ativos não Circulantes: Já os ativos não
circulantes compõem os bens e direitos
com realização acima de um ano. Nele,
estão os direitos de mais longo prazo, no
Realizável de Longo Prazo e os bens da
empresa, como o Imobilizado e os
Investimentos.

PASSIVOS E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

No lado direito do balanço patrimonial, ficam as contas de


financiamento. Elas são divididas em passivo (capital de
terceiros) e patrimônio líquido (capital próprio). A relação entre
essas suas divisões é importante, pois mostra o quão
endividada uma empresa está. Vale citar que companhias com
muito capital de terceiros, em geral, estão mais sujeitas a riscos,
mas seriam financiadas a um custo menor, por outro lado.

Da mesma forma que anteriormente, os passivos também


podem ser divididos em duas classes (listadas abaixo).

✔ Passivo Circulante: obrigações com


vencimento de um prazo de até um ano,

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tais como: Fornecedores, Empréstimos e
Impostos;
✔ Passivo não Circulante: composto de
obrigações com vencimento superior a
um ano, como Empréstimos de Longo
Prazo.

Outra análise que pode ser feita com base no balanço


patrimonial é a do perfil das dívidas. É possível calcular a
parcela de passivos de curto prazo no montante total, sabendo
quantas contas vencerão nesse e quantas vencerão nos
próximos exercícios. Outro cálculo interessante é a do capital de
giro líquido, ou seja, a diferença entre os ativos circulantes da
empresa e os seus passivos circulantes. A empresa precisa
equilibrar os prazos de suas aplicações com o de suas origens.

FONTES DE RECURSOS

Uma das coisas mais importantes do balanço é analisar as


fontes e aplicações de recursos. Para que se tenha
rentabilidade, é importante que as fontes de recursos tenham
um custo menor do que a rentabilidade trazida pela aplicação
do investimento.

Consideremos um exemplo prático de como o balanço pode


ajudar neste quesito. Uma empresa de varejo avalia conseguir
mais prazo com seu fornecedor para comprar mercadorias ou
adquirir uma linha de crédito onerosa com um banco. Com
toda certeza é melhor ter mais prazo com o fornecedor se ele
não custar mais por isso. Com isso, pode-se fazer o estoque,
vender, receber e ter o lucro. Esse lucro seria menor se fosse
necessário o pagamento de um empréstimo no Banco.

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Outra questão da análise de recursos é o prazo de maturação
dos investimentos. Em caso de compra de um equipamento
que será utilizado por um bom tempo, o melhor a se fazer é
conseguir uma linha de crédito mais longa e poder pagar os
empréstimos com o resultado do investimento. E tudo isso é
possível analisar olhando para o Balanço Contábil.

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Já pensou poder contar com um time profissional que vai levar


em conta todos esses conceitos que já explicamos até aqui e
todos os outros que virão e entregar recomendações de
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ANÁLISES VERTICAL E HORIZONTAL

Todos os estudos dos resultados e balanços devem partir do


geral para o específico. Após ter uma visão global da empresa,
as análises horizontal e vertical são aplicadas com o intuito de
identificar as razões e estratégias adotadas pela empresa que
levaram àqueles resultados.

A análise horizontal consiste em realizar um comparativo


relativo à evolução dos números de um resultado para o outro,
em linha. Por exemplo, se olharmos uma linha da tabela 1
(mostrada abaixo) podemos ver o quanto evoluiu cada um dos
os dados de um ano para o outro. É esta a razão pela qual quase
sempre há uma coluna mostrando a variação percentual.

Resultados 2T19 2T18 Variação


Lucro líquido
2.712,1 2.335,4 16,1%
ajustado

Com a análise horizontal, é possível traçar tendências de


crescimento ou retração dos indicadores da companhia. Esta
ferramenta nos permite, de uma forma bem simples,
demonstrar todos os resultados no tempo, identificando
melhoras ou pioras.

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Já a análise vertical consiste em calcular o percentual de cada
item resultante de um todo. Podemos saber, por exemplo,
quanto cada conta do ativo e do passivo corresponde ao ativo
total e ao passivo total, respectivamente. No caso do DRE a
análise vertical serve para calcularmos as margens, sejam elas
de ebitda, ou de lucro, como apresentado abaixo.

Resultados 2T19
Receita líquida 12.145,1
EBITDA ajustado 4.691,3
Margem EBITDA 38,6%
Lucro líquido ajustado 2.712,1
Margem de Lucro 22,3%

Por meio da análise vertical podemos identificar a evolução por


níveis dos itens do balanço e dos resultados. Também, torna-se
de extrema importância a composição dos indicadores. O que
pode estar influenciando mais para a margem de lucro
demonstrar este valor? Ao olharmos os itens superiores,
podemos saber qual custo ou despesa está pesando mais neste
resultado.

No caso do balanço patrimonial, é possível perceber como


evoluíram os níveis de liquidez dos ativos e dos passivos da
empresa. Assim, teremos a exata noção de sua estrutura de
capital.

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INDICADORES

Os indicadores nada mais são do que métricas a serem usadas


como comparativo. E esta comparação pode ser realizada entre
empresas do mesmo segmento, por exemplo. Ou até mesmo
interna a companhia, como no caso de identificação do preço
de sua ação em relação a seu próprio patrimônio líquido.

Dentre todos os indicadores, podemos organizá-los em quatro


classes, as quais serão descritas a seguir. Porém, destacamos
que não se deve, sob hipótese alguma, basear as análises em
somente um indicador separadamente. E sim avaliando-os
dentro de todo um contexto mais amplo.

INDICADORES DE MERCADO

Este conjunto de índices relacionam alguns dos valores


contábeis com o valor de mercado da empresa. Eles tendem a
refletir, relativamente, a avaliação de todos os aspectos do
desempenho passado e do esperado para o futuro dos
acionistas. Também servem como comparativo entre
companhias do mesmo setor de atuação.

Abaixo estão listados os indicadores mais importantes e como


eles devem ser utilizados.

✔ LPA: Indica o Lucro líquido anual por


Ação. Serve apenas como uma forma de
normalizar o lucro.

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𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝐿𝑃𝐴 = 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝐴çõ𝑒𝑠

✔ VP: Indica o patrimônio líquido total por


Ação. Ele dirá qual é o real valor contábil
que cada ação possui.

𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑉𝑃 = 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝐴çõ𝑒𝑠

✔ P/L: Reflete a relação entre o preço da


ação (P) e o lucro por ação (LPA). Esta
razão indica quanto tempo (em anos) é
necessário para que o valor despendido
na compra do ativo retorne ao investidor
(supondo que todo o lucro seja
distribuído aos acionistas). Portanto,
quanto menor o P/L, mais rápido será este
retorno (“P/L menor, melhor”).

𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑎 𝐴çã𝑜
𝑃/𝐿 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝐴çã𝑜 (𝐿𝑃𝐴)

✔ P/VP: Reflete a relação entre o valor de


mercado e o valor contábil da empresa.
Se o indicador for igual a 1, significa que o
mercado está precificando a companhia
pelo seu exato valor de seu patrimônio
líquido. Portanto, quanto maior foi o valor
do P/VP, maior será o grau especulativo
da empresa. E quanto menor for a razão,
maior será a margem de segurança para

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o investimento (“se o P/VP estiver abaixo
de 1, melhor”).

𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑎 𝐴çã𝑜
𝑃/𝑉𝑃 = 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝐴çã𝑜

✔ Dividend Yield: Mostra a remuneração da


ação em relação a sua própria cotação.
Quanto maior o Dividend Yield, maior
será, percentualmente, o pagamento
recebido pelos dividendos da empresa
(“Maior DY, melhor”).

𝐷𝑖𝑣𝑖𝑑𝑒𝑛𝑑𝑜𝑠 𝐷𝑖𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢í𝑑𝑜𝑠
𝐷𝑌 = 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑎 𝐴çã𝑜

✔ EV/Ebitda: Indica a remuneração teórica


obtida a partir do somatório do valor de
mercado com a dívida líquida sobre o
Ebitda (“Quanto menor o valor, mais
atraente encontra-se a ação”).

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑀𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜+𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎𝑠
𝐸𝑉/𝐸𝑏𝑖𝑡𝑑𝑎 = 𝐸𝑏𝑖𝑡𝑑𝑎

INDICADORES DE ENDIVIDAMENTO

Os indicadores de endividamento nos permitem calcular o nível


de alavancagem da empresa, ou seja, o montante de
empréstimos presente em suas operações.

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Existem vários índices de endividamento. Porém, a seguir,
destacamos um deles em que julga-se mais importante.

✔ Dívida Bruta/Patrimônio: Também


conhecido como índice de alavancagem,
mostra o nível entre a dívida bruta que a
empresa possui com seu próprio
patrimônio líquido. Valores inferiores a 1
indicam que a empresa deve menos do
que ela vale (“Quanto mais abaixo de 1,
melhor. Valores muito acima de 1, evitar!”).

𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑎 (𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙)


Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 = 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜

INDICADORES DE LIQUIDEZ

Estes indicadores apontam, de forma geral, as relações entre os


ativos e passivos da empresa. Isto irá indicar basicamente a
capacidade da empresa em quitar suas obrigações.

Um dos indicadores mais importantes desta categoria é o


indicador de liquidez corrente, o qual está descrito abaixo.

✔ Liquidez Corrente: Mostra a capacidade


da empresa em quitar suas obrigações de
curto prazo. É a relação entre os ativos
que podem ser convertidos em dinheiro
de curto prazo com as obrigações
também de curto prazo (“Quanto mais
acima de 1, melhor”).

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𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒

INDICADORES DE RENTABILIDADE

Os indicadores de rentabilidade refletem os retornos obtidos,


sejam eles sobre a receita líquida, sobre o investimento ou
sobre o próprio patrimônio líquido, por exemplo.

A seguir destacamos dois indicadores importantes desta


categoria.

✔ ROE: Retorno sobre o patrimônio líquido.


O ROE indica o quanto uma empresa é
rentável ao relacionar o lucro líquido pelo
seu próprio patrimônio. Quanto maior
essa porcentagem, maior será a saúde
financeira (“Maior ROI, melhor”).

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑅𝑂𝐸 = 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜

✔ Margem Líquida: Mostra a relação entre o


lucro líquido da empresa com a receita
total gerada. Margens maiores indicam
que a empresa possui poucos custos e
despesas relacionadas a sua operação
(“Maior Margem, melhor!”).

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 = 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este e-book teve como objetivo apresentar a você, investidor,


todas as mais importantes técnicas para realizar uma boa
análise fundamentalista. A partir daqui, você está com a base
necessária para se aprofundar nos estudos e tomar as melhores
decisões sobre as empresas da bolsa.

As informações passadas neste documento te garantem


segurança, te munindo com as principais informações e
técnicas para saber, primeiro, a não ser como muitos
investidores que começam errado e terminam por perder
bastante dinheiro.

Repito: Acreditamos fielmente em que não perder é o principal


fundamento a ser seguido em qualquer forma de investimento.
Portanto, estudar, se disciplinar e ter paciência são três fatores
que te levarão ao sucesso a longo prazo no mercado financeiro.

Por fim, não deixe de acompanhar nossos relatórios sobre ações


e demais ativos para continuar sempre se atualizando e
escolhendo as melhores opções.

No mais, desejamos bons aprendizados e muito sucesso nos


investimentos!

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GLOSSÁRIO

Dívida Bruta: endividamento total, considerando empréstimos


e financiamentos. Não entra no cálculo o passivo operacional e
não oneroso.

Dívida Líquida: dívida bruta subtraída de caixa e aplicações


financeiras de alta liquidez. Considera apenas a parte do
endividamento não coberto pelas disponibilidades.

EBITDA: indicador de geração de caixa operacional bruta.


Considera os ganhos antes de depreciação, amortização,
despesas financeiras e imposto de renda.

Estrutura de Capital: proporção entre capital próprio e capital


de terceiros. Relaciona o endividamento total com o patrimônio
líquido, caracterizando a fonte de recursos para financiamento
das operações.

Lucro Bruto: resultado após descontar do faturamento


impostos sobre vendas, abatimentos, devoluções, descontos
incondicionais e custos de produtos ou serviços vendidos.

Lucro Operacional Líquido: lucro antes de juros e imposto de


renda, descontando apenas o ganho fiscal com as despesas
financeiras. EBIT*(1-alíquota de imposto de renda).

Payout: índice de dividendos pagos em relação ao lucro do


período. Divisão entre o montante distribuído aos acionistas e o
resultado líquido auferido pela empresa.

Resultado Líquido: última linha da demonstração de resultado


da empresa, após somadas todas as receitas e descontadas
todas as despesas. Pode ser lucro caso seja positivo e prejuízo
caso seja negativo.

26
ROE (Return On Equity): índice de retorno sobre o patrimônio
líquido. Divisão do lucro líquido divulgado pela parte residual
dos ativos da empresa, resultando no percentual de retorno ao
acionista.

Valor da Firma: resultado da soma do valor de mercado das


ações com a dívida líquida.

Valor de Mercado: valor total das ações negociadas no mercado.

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6. As rentabilidades dos instrumentos financeiros podem apresentar variações e seu
preço ou valor. Os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de
resultados futuros. A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos e taxas. As
informações presentes neste material são baseadas em simulações e os resultados
reais poderão ser significativamente diferentes. O analista se exime da
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utilização deste relatório ou conteúdo.
7. O investimento em ações é indicado para investidores com o perfil moderado e
agressivo. Operações alavancadas, em mercados de derivativos e opções podem
gerar perdas superiores ao patrimônio do investidor. Pedimos atenção e cuidado com
as operações alavancadas em ações (termo, aluguel, long&short, day-trade), opções e
mercados futuros (Índice, Dólar, Boi Gordo, Milho, etc).

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