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UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E EMPRESARIAIS

GESTÃO FINANCEIRA E BANCÁRIA

Mercados Financeiros

TEMA: Avaliação de Açcões(Análise Fundamental)

Avaliação de obrigações

Docente: Amisse Victorino

Discente: Código:

Yuna Jennifer Nabingo 201931091

MAPUTO, Dezembro de 2021


Índice

MAPUTO, Dezembro de 2021


Introdução
Quando se fala sobre investimentos, uma das primeiras coisas que vem à mente são os
investimentos em ações. E junto com este pensamento também surge um certo receio de que
é algo extremamente perigoso, capaz de destruir seu dinheiro do dia para a noite.

Sim. Realmente trata-se de um investimento com risco bem mais acentuado do que “investir”
seu dinheiro na boa e velha poupança. Porém, o que muitas pessoas não sabem é que existem
maneiras de reduzir esse risco. Obviamente não chegará a ser tão seguro quanto a poupança
ou o Tesouro Direto, mas seguindo alguns procedimentos para não correr riscos
desnecessários, com certeza lhe permitirá fazer bons aportes e formar uma sólida carteira de
ativos.

Obrigações são títulos de crédito representativos de dinheiro proveniente de empréstimo


concedido, do ponto de vista do investidor.
As obrigações podem vencer juros anualmente ou semi-anualmente (semestralmente). Esse
juro quando calculado na data de emissão chama-se juro de cupão ou simplesmente cupão.
É o juro que uma obrigação paga durante a sua vida e esse juro é constante.

MAPUTO, Dezembro de 2021


1.  Avaliação das acções

Ao avaliarmos as acções temos que saber se elas são ordinárias ou preferenciais.

Acções ordinárias – São aquelas acções normais cujos detententores mantêm direitos de
controlo da sociedade (a propriedade da empresa) além de outros direitos associados ao facto
de ser detententor de uma fracção do capital social da empresa. Conferem os direitos de
gestão da empresa, votar sobre os destinos da sociedade e usufruir de todos os restantes
direitos particulares. O dividendo para estas acções dependerá das políticas da empresa sobre
os dividendos e a existência de lucros.

Acções preferenciais – São acções que se caracterizam por proporcionar direitos especiais
aos seus possuidores; pagam dividendo fixo previamente acordado, ao longo da sua
existência. O principal direito que as diferencia das acções ordinárias é o facto de incorporar
dividendo fixo a ser pago sempre que a empresa realize lucros, independentemente das
políticas de dividendos.Assaf Neto (1999).

2. Análise Fundamental

Em que consiste a Análise Fundamental

álise fundamental tem o objetivo de avaliar alternativas de investimento a partir do


processamento de informações obtidas junto às empresas, aliadas ao entendimento da
conjuntura macroeconômica e do panorama setorial nos quais a companhia se insere,
passando pela análise retrospectiva de suas demonstrações financeiras e estabelecendo
previsões para o seu desempenho.

Cabe à análise fundamental estabelecer o valor justo para uma empresa, respaldando decisões
de investimentos. A premissa básica da análise fundamentalista é de que o valor justo para
uma empresa se dá pela definição da sua capacidade de gerar lucros no futuro.(Mercado de
Capitais Autor: Francisco Cavalcanti)

O segundo caminho a seguir ao se estudar sobre uma ação é mirar retornos a longo prazo.
Para isto, utiliza-se a “Análise Fundamentalista”, onde se busca avaliar os fundamentos da

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empresa a partir de seus resultados e do ambiente macro-econômico em que ela está inserida.
No final, tem-se uma estimativa de seu valor intrínseco, munindo o investidor de indicadores
que lhe permitam decidir se a empresa se valorizará ao longo do tempo. E,
consequentemente, irá gerar valor aos seus acionistas.Entre os principais critérios da análise
fundamentalista,destacam-se as seguintes avaliações:

 Histórico da empresa;

 Nível de governança;

 potencial de crescimento;

 Lucro;

 Demonstrativo de resultados;

 Balanço patrimonial;

 Indicadores de preço;

 Indicadores de rentabilidade;

 Indicadores de endividamento;

 Indicadores de retorno do investimento;

Além dos principais fatores citados, a análise fundamentalista também deve levar em
consideração os aspectos macroeconômicos, tanto global quanto no setor em que a
companhia está inserida.

Ainda falando sobre o segmento setorial, o destaque que a empresa possui em relação aos
seus concorrentes pode ser fundamental para conseguirmos avaliar seu potencial.

A análise qualitativa engloba todos os fundamentos subjetivos que devem ser levados em
consideração na avaliação de uma determinada empresa. Em outras palavras, tudo o que não
pode ser mensurado objetivamente (com números) se enquadra como um estudo qualitativo.

Na seção anterior, apresentamos alguns pontos primordiais para a análise. Dentre os aspectos
levantados, os três primeiros possuem um caráter exclusivamente qualitativo. Além destes,
uma pequena parte do ambiente macroeconômico também pode ser encaixado nesta classe.A
seguir, descreveremos brevemente os pontos a serem considerados em cada aspecto
apresentado.

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-HISTÓRICO DA EMPRESA

Nos investimentos, principalmente em renda variável, a velha premissa apresenta-se como


verdade imutável: “O que ocorreu no passado não garante que também ocorrerá no futuro”. E
realmente não garante.

-NÍVEL DE GOVERNANÇA

Por definição, governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais


organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre
sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes
interessadas.

Como resumo, a análise da governança corporativa de uma empresa deixará evidente seus
apectos de gestão e estratégias adotadas. Uma boa governança atribui características
primordiais para o crescimento.

- POTENCIAL DE CRESCIMENTO

O potencial de crescimento é um dos fatores que terá maior peso durante o processo de
análise. Uma empresa gera valor aos seus acionistas a partir da geração de lucros que fomente
o aumento de seu patrimônio. Não há outra forma diferente desta. Porém, existem condições
e perspectivas que podem, de antemão, corroborar ou não a expectativa deste crescimento.

-DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS (DRE)

De forma resumida, o Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) permite aos


investidores identificarem todo o dinheiro que entra (receitas) e que sai (custos e despesas) da
empresa em um determinado período. O DRE é uma exigência imposta pela Comissão de
Valores Mobiliários (CVM) às companhias de capital aberto, devendo ser divulgado
trimestralmente.

-RECEITA

A receita indica todo o faturamento que a empresa obteve durante um período. Esta receita
pode ser expressa como “Receita Bruta” ou “Receita Líquida”.

Portanto, a receita só vai nos transmitir as informações de quanto de dinheiro líquido está
entrando na empresa, sendo um indicador mais voltado para o ritmo de produção, vendas e
geração de recursos.

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-LUCRO

A grande maioria das pessoas já, no mínimo, ouviu falar sobre lucro. O lucro é definido como
a diferença entre a receita líquida e todos os demais custos e despesas da empresa. Ele é
fundamental para o crescimento do patrimônio e geração de valor para a companhia. Não há
negócio saudável com um lucro negativo (prejuízo).

- EBITDA

O Ebitda é, talvez, o de mais difícil entendimento. Porém, é um dos indicadores mais


importantes e utilizados para as análises.

De forma bem genérica, o Ebitda traduz o resultado operacional da companhia, uma vez que
em seu cálculo estão excluídas as despesas financeiras (juros de impostos), depreciações e
amortizações. Portanto, o Ebitda representa a geração de caixa da empresa advinda apenas de
sua atividade produtiva.

- BALANÇO PATRIMONIAL

O balanço patrimonial tem como um de seus objetivos a avaliação do valor contábil de uma
empresa. Antes de tudo, vamos definir a diferença primordial entre os valores contábil e de
mercado.

-ATIVOS

Os ativos representam as aplicações de recursos da empresa e incluem caixa, títulos


comercializáveis, estoques, equipamentos etc. Como já comentado, eles são contabilizados na
parte esquerda do balanço patrimonial.

São classificados como ativos circulantes, ativos realizáveis a longo prazo e ativos
permanentes, conforme o prazo de maturação do ativo. Para toda aplicação de recursos, é
necessário um financiamento. Desse modo, a soma dos passivos e do patrimônio líquido de
uma empresa deve sempre ser igual ao montante de seus ativos. Esta talvez seja a regra mais
básica da contabilidade.

Os ativos são separados em duas classes, as quais estão explicadas a seguir:

• Ativos Circulantes:

Estes são os direitos que a empresa possui e que consegue realizar, ou seja, transformar em
dinheiro em um período inferior a um ano;

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• Ativos não Circulantes:

Já os ativos não circulantes são os bens e direitos com realização acima de um ano. Nele
estão os direitos de mais longo prazo, no Realizável de Longo Prazo e os bens da empresa,
como o Imobilizado e os Investimentos.

-PASSIVOS E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

No lado direito do balanço patrimonial ficam as contas de financiamento. Elas são divididas
em passivo (capital de terceiros) e patrimônio líquido (capital próprio). A relação entre essas
suas divisões é importante, pois mostra quão endividada uma empresa está. Vale citar que
companhias com muito capital de terceiros, em geral, estão mais sujeitas a riscos, mas seriam
financiadas a um custo menor, por outro lado.

• Passivo Circulante: obrigações com vencimento de prazo até um ano, tais como:
fornecedores, empréstimos e impostos;

• Passivo não Circulante: composto de obrigações com vencimento superior a um ano,


como empréstimos de Longo Prazo.

-FONTES DE RECURSOS

Uma das coisas mais importantes do Balanço é analisar as fontes e aplicações de recursos.
Para que se tenha rentabilidade é importante que as fontes de recursos tenham um custo
menor do que a rentabilidade trazida pela aplicação do investimento.

-ANÁLISES VERTICAL E HORIZONTAL

Todos os estudos dos resultados e balanços devem partir do geral para o específico. Após ter
uma visão global da empresa, as análises horizontal e vertical são aplicadas com o intuito de
identificar as razões e estratégias adotadas pela empresa que levaram àqueles resultados.

-INDICADORES

Os indicadores nada mais são que métricas a serem usadas como comparativo. E esta
comparação pode ser realizada entre empresas do mesmo segmento, por exemplo. Ou até
mesmo internamente na companhia, como no caso de identificação do preço de sua ação em
relação a seu próprio patrimônio líquido.

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3. Avaliação das obrigações

Obrigações são títulos de crédito representativos de dinheiro proveniente de empréstimo


concedido, do ponto de vista do investidor.

As obrigações podem vencer juros anualmente ou semi-anualmente (semestralmente). Esse


juro quando calculado na data de emissão chama-se juro de cupão ou simplesmente cupão. É
o juro que uma obrigação paga durante a sua vida e esse juro é constante.

Portanto, o cupão é constante porque foi calculado na base do valor nominal das obrigações. 

Modelo Básico

M – valor nominal de maturação ao par (transacção à taxa de juro de mercado da data de


emissão).

Kd – taxa de retorno esperada (exigida ou requerida) numa obrigação;

n – número de anos que faltam para a maturação

V=Vo – Valor actual da obrigação

I – Juro do cupão (taxa de juro de mercado da data de emissão)

t – tempo que falta para a maturação

Numa obrigação, até a data do seu vencimento as pessoas recebem juros e no último dia da
obrigação recebem o último juro mais valor nominal.

Valorizar uma obrigação significa determinar o valor actual dessa obrigação; quanto vale
uma obrigação no intervalo entre a emissão e a maturação.

Na emissão pagamos o valor nominal da obrigação e na maturação recebemos o último juro e


o valor nominal.

A vida útil da obrigação é determinada na sua data de emissão.

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O valor actual de uma obrigação é a actualização dos valores de cupões a receber mais
o valor nominal; ou seja, o somatório dos juros futuros esperados e o valor nominal dessa
obrigação.

Valor das Obrigações em pagamentos semi-anuais

As obrigações são, normalmente, pagas semi-anualmente ou semestralmente.

Se a taxa de juro nominal declarada é referente a um período maior ao período de


capitalização/actualização, a taxa para esse período é calculada pelo critério de
proporcionalidade de taxas.

Cálculo da taxa de juro de uma obrigação ou taxa interna de rendibilidade das


obrigações – Yield to Maturity (YTM)

Yield to Maturity (YTM) – é a taxa interna de rendibilidade de uma obrigação. Se


comprarmos hoje uma obrigação por certo preço (diferente do valor nominal) qual seria a
taxa de juro (Kd) que ganharíamos até atingir o seu vencimento?

Problemas com a YTM

 1. A ideia da YTM é que todos os fluxos de caixa (todos os recebimentos) são reinvestidos à
mesma taxa, o que pode não ser verdade, porque o investidor poderia fazer investimento
diferente, a uma taxa diferente.

 
2. Não podemos determinar YTM sem conhecer o preço. YTM não permite chegar ao preço.
É a procura e a oferta de capitais no mercado que determina o preço das obrigações.

3. YTM dá-nos uma média aproximada da rendibilidade da aplicação nas obrigações.

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Taxa de resgate

É a taxa com a qual se podem resgatar (pagar) as obrigações. Resgatar as obrigações significa
retirá-las do mercado (pagá-las) antes da data de maturação. Isto acontece como
consequência da baixa da taxa de juro no mercado.

Este fenómeno dá-se quando o emitente da obrigação retira os direitos aos detentores de


mantê-las até a data de maturação, resgatando-as.

Acontece as vezes que, se a taxa de juro cair, a empresa que já tinha contraído um
empréstimo a uma taxa de juro maior vê-se a necessidade de substituir as antigas obrigações
(mais caras) pelas novas (mais baratas).

Assim, a pessoa que detém a obrigação já não vai ter a possibilidade de ganhar YTM, porque
as obrigações vão ser retiradas. É claro que para os detentores isto não é benéfico.

V – Preço da obrigação hoje

N – Número de anos que faltam até a data de resgate

CP – Call price (preço de resgate)

 Risco de taxas de juro em obrigações

É o risco a que os investidores se expõem devido às mudanças das taxas de juro de mercado,
levando a que os investidores realizem perdas ou ganhos financeiros.

Esta variação da taxa de juro refere-se ao período de tempo a que a pessoa se encontra
adstrita a um investimento numa obrigação. Por causa desta oscilação das taxas de juro, o
investidor pode incorrer em perdas ou ganhos extraordinários do capital.

O risco é tanto maior quanto maior for o período que falta para a maturação das obrigações.

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No caso em que a taxa de juro baixa, o obrigacionista tem um ganho implícito (de
oportunidade) porque recebe de juros mais do que poderia receber se tivesse comprado agora.

 O emissor das obrigações por outro lado tem perdas implícitas porque agora poderia pedir
empréstimo a custos mais baixo.

CONCLUSÃO

A análise fundamental é um método de estudo, avaliação e comparação de ativos, empresas e


até mesmo para o cenário econômico geral. Através de indicadores, conceitos e fundamentos
específicos, o investidor poderá identificar oportunidades e tomar decisões melhor
informadas.

Aprendi mais sobre a análise fundamental ou análise fundamentalista é um método de estudo,


avaliação e comparação de ativos, empresas e até mesmo para o cenário econômico geral.
Através de indicadores, conceitos e fundamentos específicos, o investidor poderá identificar
oportunidades e tomar decisões melhor informadas.

Revi desde os conceitos teóricos dessa ferramenta até suas aplicações práticas.É importante
lembrar que, no mercado de ações, não existem garantias. Dessa forma, a análise
fundamentalista é um recurso utilizado para reduzir os riscos no investimento, ajudando a
identificar os ativos com maior potencial.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSAF NETO, Alexandre. Mercado financeiro. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

BASU, S. Investment performance of common stocks in relation to their price-earnings


ratios: a test of the efficient market hypothesis. Journal of finance, v. 32, n. 3, p. 663-
682, jun. 1977.

BERNSTEIN, Peter L.; DAMODARAN, Aswath. Administração de investimentos.


Porto Alegre: Bookman, 2000.

BODIE, Zvi; KANE, Alex; MARCUS, Alan J. Fundamentos de investimentos. 3. ed.


Porto Alegre: Bookman, 2000.

CAPAUL, C.; ROWLEY, I.; SHARPE, W. F. International value and growth stocks
returns. Financial analysts journal, v. 49, p. 27-36, 1993.

CAVALCANTE, Francisco; MISUMI, Jorge Yoshio. Mercado de capitais. Rio de


Janeiro: Elsevier, 2002.

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 5. ed. São
Paulo: Prentice Hall, 2002.

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