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Caminhando

pelos gráficos

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Sobre este e-book
No e-book “Negociando Ações” comentamos sobre os participantes do mercado, a
importância de encarar o investimento em ações como um negócio, o
funcionamento do home broker, os custos envolvidos, a importância do foco e a
elaboração de uma estratégia. Resumindo, apresentamos uma visão geral para
quem quer começar a investir no mercado de ações, destacando pontos de
atenção.

>> O e-book “Negociando Ações” está disponível no site averatrading.com.


Neste e-book, vamos comentar sobre a análise técnica de uma forma simples sem
ter como objetivo esgotar o assunto, detalhar indicadores, mas permitir que o
investidor iniciante em ações possa fazer uma análise crítica mínima do
movimento de uma ação, contribuindo para proteger o seu capital.

Vale lembrar que o objetivo da análise técnica não é prever com precisão o
próximo movimento do mercado ou de uma determinada ação.

Analisar um gráfico nos ajudará a entender o que já aconteceu com uma ação,
permitindo identificar os riscos envolvidos e consequentemente, nos alertando
sobre a importância de definir um limite para perda ou ganho.

Acompanhar o movimento do preço por um gráfico não nos dá o controle da


situação, mas nos permite entender o que já aconteceu e então, avaliarmos se
devemos montar uma posição, sair ou permanecer.

Qual o próximo movimento do preço?

Com base em padrões de comportamento, podemos até fazer previsões com


relação ao próximo objetivo do preço, mas isso não significa certeza.

No final deste e-book, você não se tornará um analista técnico e nem um “mago”
das previsões, mas acreditamos que você compreenderá que analisar um gráfico
pode ser uma ferramenta interessante para que você não fique dependente
totalmente de analistas ou amigos.
Você no comando!

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Conteúdo
1. ANÁLISE FUNDAMENTALISTA ............................................................... 1

2. ANÁLISE TÉCNICA (PARA SIMPLIFICAR, GRÁFICA) ................................ 3

3. AONDE CONSULTAR OS GRÁFICOS? ..................................................... 6

4. TIPOS DE GRÁFICOS ............................................................................. 9

5. TEMPO GRÁFICO (PERIODICIDADE) .................................................... 11

6. SUPORTE E RESISTÊNCIA .................................................................... 16

7. LINHAS DE TENDÊNCIA ...................................................................... 18

8. FORMAÇÕES DE REVERSÃO ............................................................... 21

9. INDICADORES .................................................................................. 22

10. VOLUME ........................................................................................... 23

11. CHECK LIST ........................................................................................ 24

“Aprender é a única coisa de que a mente


nunca se cansa, nunca tem medo e nunca
se arrepende.” Leonardo da Vinci

Abril/2018
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1. ANÁLISE FUNDAMENTALISTA

Antes de comentar sobre análise técnica ou gráfica, faremos uma breve


apresentação sobre o que consiste a análise fundamentalista e como
pode haver uma sobreposição entre esta e a análise técnica.

A análise fundamentalista foca na determinação do valor da ação de uma


empresa, a partir de dados financeiros da empresa, dados
macroeconômicos, política monetária e outras informações que podem
refletir no preço da ação.

Figura 1: Balanço Patrimonial Consolidado da PETROBRAS. Fonte: Terminal Enfoque.

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A escola fundamentalista pressupõe que o mercado de capitais não é
eficiente em termos de informações ao admitir que o preço corrente de
uma ação não reflete instantaneamente todas as informações relevantes
sobre a empresa. O processo decisório (comprar ou vender) dessa escola
de análise de investimento envolve a avaliação do valor teórico da ação, o
qual corresponde ao seu “preço justo”.

Para realizar a análise fundamentalista de uma empresa é preciso avaliar a


geração de lucros, taxa de crescimento, receitas, custos, capacidade
gerencial, o impacto de medidas econômicas internas e externas, etc.
Então, surge a primeira pergunta:

Você acha que um analista fundamentalista é capaz de acompanhar


todas as empresas ou setores?

Não! O analista fundamentalista tende a se especializar em apenas um


setor ou grupo de empresas, devido as particularidades.

PREÇO “JUSTO” PREÇO REAL


(analista (definido pelo
fundamentalista) mercado)

Um analista fundamentalista pode até chegar a conclusão de que o preço


de um ação negociada no mercado está bem abaixo do preço “justo”
(calculado pelo analista com base nos dados da empresa, macroeconomia
e premissas), mas isto não garante que o preço da ação subirá no
mercado. É preciso que esta expectativa do analista esteja em
convergência com as expectativas de outros analistas.

É neste ponto que entra o “timing”, identificar o melhor momento para


comprar uma ação e então, a análise gráfica pode ser útil.

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2. ANÁLISE TÉCNICA (PARA SIMPLIFICAR, GRÁFICA)

A escola técnica estuda o movimento passado do preço e do volume de


negociação de uma ação, de um índice ou de um contrato futuro e não se
resume apenas a leitura de gráficos. No entanto, neste e-book focaremos
apenas nos gráficos, sem citar técnicas que podem suportar ou enriquecer
uma análise gráfica.

O preço de uma ação, segundo a escola técnica, se ajusta ao conteúdo das


informações, porém não de forma imediata. O ajuste do preço percorre
uma série de etapas, dependendo do comportamento dos grupos dos
“bem informados” no processo de difusão das informações relevantes.

O analista técnico busca identificar tendências, ações do ponto de vista


emocional no mercado e acredita que o efeito é tudo que ele quer ou
precisa saber.

Figura 2: Gráfico diário ITUB4 (ação preferencial do ITAÚ UNIBANCO).

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Apesar dos “puristas” de cada escola estarem em oposição, criticando-se
mutuamente, podemos dizer que as duas escolas se complementam.
Usualmente, utiliza-se a abordagem fundamentalista para identificar
oportunidades de investimentos e a abordagem técnica para definir o
momento de entrada e saída (“timing”) de uma operação.

Análise Fundamentalista

• O que comprar ou vender?

Análise Técnica

• Quando comprar ou vender?

Devo comprar hoje?


Não existe uma ferramenta que possa responder com 100% de acerto a
pergunta acima. No entanto, a análise técnica pode ajudar na formulação
de uma resposta mais próxima, ou melhor, com uma probabilidade de
acerto maior.

Se houvesse uma técnica para responder com certeza a pergunta acima,


provavelmente o mercado não oscilaria. O que faz com que os mercados
existam é a divergência de expectativas entre os participantes. Um
player acha que vai subir, mas o outro acredita que pode cair. Esta
divergência é o que movimenta o mercado.

Vale salientar que a expectativa é algo volátil e que pode mudar devido a
uma nova informação ou necessidade de um player.

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O preço é reflexo do comportamento psicológico da massa do
inconsciente coletivo. Os sentimentos de confiança, o excesso de
otimismo, a ambição, e por outro lado, o pânico, o medo e o pessimismo,
são os combustíveis que irão mover o mercado para cima ou para baixo.
Portanto, a previsão do preço futuro está centrada no comportamento
das pessoas que compõe a massa de investidores.

EXPECTATIVA PROBABILIDADE

Dica: Leia o post “Alguns números do mercado e uma reflexão” postado


em 30/03/18 no site averatrading.com.

O movimento do mercado é a caracterizado por uma série de “zig-zags”


ou “ondas”. Esses “zig-zags” assemelham-se a uma série de sucessivas
ondas, com topos e fundos bem definidos, isto é, movimentos de alta e de
baixa nas cotações. A direção desses topos e fundos define a tendência
do mercado, ou seja, topos e fundos sucessivamente ascendentes
definem uma tendência de alta, topos e fundos sucessivamente
descendentes definem uma tendência de baixa e, por fim, topos e fundos
nivelados definem um mercado sem tendência ou indefinido (mercado
lateral)

Figura 3: Tendência de alta. Figura 4: Tendência de baixa.

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O estudo do movimento dos preços é centrado no estudo da psicologia
humana, mais especificamente no estudo do comportamento dos
investidores que atuam no mercado. Este comportamento é identificável
e é possível caracterizá-lo como um padrão em um gráfico. Os padrões se
repetem, pois é da natureza humana reagir da mesma maneira em
situações semelhantes. A identificação desses padrões poderá ajudar na
sinalização dos movimentos futuros.

O valor de uma ação reflete o encontro entre os que acreditam que a


ação irá se valorizar versus aqueles que pensam o contrário. Poderíamos
complementar que o comportamento do preço reflete o medo e ambição
dos participantes do mercado.

3. AONDE CONSULTAR OS GRÁFICOS?

Atualmente, as principais corretoras já oferecem, gratuitamente,


ferramentas gráficas (como por exemplo, a plataforma Tradezone). Uma
outra possibilidade de consultar os gráficos, gratuitamente, é no site
www.tradingview.com.

Se você costuma acompanhar


o mercado mais de perto ou
gosta do assunto, vale a pena
avaliar a contratação de um
software. As corretoras
costumam fazer parcerias com
algumas empresas de
software de análise e
oferecem a assinatura com
desconto.

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Figura 5: Exemplo de tela do tradezone disponível no home broker de uma
corretora.

Figura 6: Site tradingview.com.

No site tradingview.com, no campo “ticker”, digite o código da ação que


você quer consultar, como por exemplo, BBAS3 (ação ordinária do Banco
do Brasil). Depois que carregar a página, clique no botão “Interactive
Chart”.

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Figura 7: Banco do Brasil (BBAS3) no tradingview.com.

Figura 8: Gráfico diário, do tipo candle, da BBAS3 no tradingview.

Visualizado o gráfico, o próximo passo é navegar pelo menu ferramentas


disponível no lado esquerdo e escolher o período (semanal, diário ou 60
minutos) na parte superior do gráfico. A partir de agora, você já não
precisa mais acreditar apenas em um analista ou um amigo, você pode
avaliar, por mais simples que seja a sua avaliação, entender a
recomendação ou levantar alguns questionamentos.

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4. TIPOS DE GRÁFICOS

Existem diversas maneiras de representar o comportamento das ações


através de gráficos, os mais conhecidos pelo mercado são: gráfico de
linha, gráfico de barra e candlestick.

Neste e-book, trabalharemos com gráfico de linha ou candlestick, pois o


objetivo é simplificar, isto é, permitir que o iniciante no mercado de renda
variável realize uma análise crítica mínima, sem a necessidade de se
aprofundar. Além disso, não temos como objetivo criar dificuldades ou
tornar cansativo o aprendizado.

Figura 9: Gráfico diário de linha de VALE3 (ações ordinárias da VALE DO RIO DOCE).

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Figura 10: Gráfico diário de candle de VALE3 (ações ordinárias da VALE DO RIO
DOCE).

O que é melhor o gráfico de linha ou de candlestick?

O melhor é aquele que te atende. Não existe uma regra sobre qual o
gráfico que devemos utilizar em uma análise. O importante é analisar!

O gráfico candlestick era utilizado no Japão para prever o preço do arroz.


Durante o século XVIII, Munehisa Homma tornou-se um legendário
“trader” de arroz por ter ganhado uma fortuna utilizando o gráfico de
candle. Dizem que Homma executou mais de 100 operações consecutivas
com lucro.

O candlestick popularizou-se no Ocidente na década de 90 com os


trabalhos de Steve Nison, autor do famoso livro “Japanese Candlestick
Charting Techniques”. Neste tipo de gráfico, o investidor visualiza o preço
máximo, mínimo, abertura e fechamento em cada candle formado.

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Figura 11: Representação do candle.

O gráfico de candles é composto por duas partes: corpo e sombras. O


corpo é a parte entre a abertura e o fechamento. Caso a abertura tenha
sido inferior ao fechamento, indica um período de alta, podendo o corpo
ter a cor branca ou verde, de acordo com o gosto do analista. Se o
fechamento foi menor que a abertura, indica um período de baixa,
podendo o corpo ter a cor preta ou vermelha.

O tamanho do corpo e as sombras de apenas um candle ou um conjunto


de candles em determinado período podem apresentar uma determinada
interpretação com relação ao movimento do preço de uma ação.

Para trabalhar com o gráfico de candlestick é interessante que o investidor


estude os padrões. Caso contrário, é melhor o investidor optar pelo
gráfico de linha que é construído através da ligação dos preços de
fechamento de cada período. Se o investidor estiver trabalhando com o
gráfico diário, este será formado através da ligação do preço de
fechamento de cada dia. Se estiver utilizando o gráfico de 15 minutos,
este será formado pelo valor de fechamento a cada 15 minutos.

O gráfico de linha é simples de ser utilizado, permitindo traçar linhas de


tendência, níveis de suporte e resistência.

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5. TEMPO GRÁFICO (PERIODICIDADE)

Neste e-book, assumiremos que os leitores não estão interessados em


realizar daytrade (comprar e vender uma ação no mesmo dia) e nem se
aprofundar demasiadamente na análise técnica.

Neste caso, o investidor que não tem tempo ou interesse de acompanhar


o mercado no intraday, poderá trabalhar com os seguintes tempos
gráficos: semanal, diário ou 60 minutos.

60
Semanal Diário
minutos

Um ponto importante é que as técnicas de análises são válidas em


qualquer tempo gráfico.

Imagine um helicóptero
sobrevoando uma cidade.
Quanto mais alto, menos
detalhes o piloto terá da cidade.
O piloto primeiro sobrevoa alto,
abrindo mão dos detalhes, tendo
como objetivo identificar os
principais pontos, limites.

Depois, o piloto reduz a altitude, permitindo que ele comece a identificar


alguns detalhes da cidade. E por último, ele foca em um bairro ou região.

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Figura 12: Gráfico semanal da B3SA3 (ação ordinária da B3) a partir de janeiro de
2015 até março de 2018.

Figura 13: Gráfico diário da B3SA3 (ação ordinária da B3) a partir de janeiro de 2015
até março de 2018.

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Observe que quanto menor o tempo gráfico, mais detalhes teremos com
relação ao comportamento. Podemos começar a nossa análise do gráfico
semanal e depois, partir para o gráfico diário e de 60 minutos.

Comportamento do
preço no gráfico
semanal

Comportamento do
preço no gráfico
diário

Figura 14: Gráfico semanal da B3SA3 (ação ordinária da B3) a partir de janeiro de
2015 até março de 2018, destacando um período no gráfico diário.

Navegar por diferentes tempos gráficos, do maior para o menor, nos


permitirá identificar pontos mais fortes onde ocorreram “brigas” entre
comprados e vendidos. Estes níveis de “briga” são chamados de suporte e
resistência que explicaremos a seguir.

Ainda no gráfico diário da B3SA3, observe que no topo formado em


novembro de 2016 teve uma “briga” mais forte entre vendidos e comprados
do que no topo de julho de 2016. No topo formado em novembro de 2016,
por três vezes os comprados tentaram superar a faixa de 18,00, mas não
tiveram sucesso.

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Jul/16
nov/16

Figura 15: Gráfico diário da B3SA3 (ação ordinária da B3) a partir de janeiro de 2015
até janeiro de 2017, comparando o topo formado em julho de 2016 com o topo de
novembro de 2016.

O teste por três vezes do topo na faixa de 18,00, a partir de novembro de


2016, indicava que quando este patamar fosse superado, provavelmente,
os preços retornariam a tendência de alta.

Foi justamente isso que aconteceu, quando o nível de 18,00 foi superado,
a ação ordinária da B3SA3 retornou ao processo de alta, atingindo em
março de 2018, o valor de 26,00. Para o investidor que comprou no
rompimento em 18,50 em 09/02/17, a alta de B3SA3 de fevereiro/17 até
março/18 significou um retorno aproximado de 40% em 1 ano.

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vendedores

resistência
suporte

compradores

Figura 16: Gráfico diário da B3SA3 (ação ordinária da B3) a partir de janeiro de 2015
até março de 2018 – suporte e resistência.

Com base na Figura 16, podemos observar que o nível de 18,00 foi uma
resistência em novembro de 2016. Com o rompimento dos 18,00, em
fevereiro de 2017, este nível de 18,00 passou a funcionar como um
suporte.

Este exemplo de B3SA3 não tem como objetivo alimentar uma ideia de
que é possível ter sucesso em 100% das operações, mas sim que com um
simples conceito de análise técnica, podemos operar com mais
consciência. Em seguida, apresentaremos com mais detalhes os conceitos
de suporte e resistência.

Lembre-se!
O nosso objetivo não é adivinhar qual será o próximo movimento da ação,
mas sim entender por onde o preço “caminhou” e a partir daí, traçar uma
estratégia.

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6. SUPORTE E RESISTÊNCIA

As pessoas lembram dos preços que lhe propiciaram lucros ou prejuízos.


Em função disto, começam a ocorrer formação de barreiras nos preços
difíceis de serem ultrapassados. Estas barreiras são chamadas de regiões
de suporte e resistência.

Nos movimentos de alta, a barreira é conhecida como resistência e nos


movimentos de baixa, como suporte. Em movimentos laterais, os níveis
de suporte e de resistência ocorrem simultaneamente. Estes níveis são
importantes, pois são nestes patamares que serão travadas as “batalhas”
entre compradores e vendedores.

A “quebra” de suportes ou resistências normalmente é seguida de


movimentos acelerados nos preços, fruto de fechamento de posição por
parte dos “vendidos ou “comprados” e reposicionamento dos investidores
que perderam a disputa. Assim, quando um suporte é rompido, ocorre
uma vitória dos vendedores. No caso inverso, em que há o rompimento de
uma resistência, dizemos que os compradores é que foram os vitoriosos.

Quanto mais vezes o mercado testar uma linha de suporte ou resistência, e


ela não for rompida, maior será a confiabilidade na barreira de preços.

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resistência

resistência
suporte

suporte

Figura 17: Suportes e resistências em uma tendência de alta.

resistência

resistência
suporte

suporte

Figura 18: Suportes e resistências em uma tendência de baixa.

Outro ponto a ser enfatizado é que antigas resistências tornam-se novos


suportes e antigos suportes se convertem em novas resistências. Um
exemplo desta afirmação pode ser constatado no gráfico diário da B3SA3
apresentado na Figura 16 deste e-book.

O princípio da inversão pode ser aplicado em suportes e resistências.


Como o nome sugere, o princípio está relacionado com a inversão de
papéis, ou seja, uma resistência quando rompida passa a funcionar como
suporte e vice-versa.

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7. LINHAS DE TENDÊNCIA

O mercado não se movimenta em linha reta, mas com impulsos e


correções com a aparência de um “zig-zag”. Apesar de sabermos disso,
quando observamos uma ação subindo com força, um fantasma pode
nos assombrar e então, com medo de ficar de fora do movimento e
achar que nunca mais haverá uma correção do preço da ação, nos
precipitamos e executamos uma compra na alta.

Pode até demorar a acontecer, mas a correção vai acontecer e então,


podemos viver a angústia de ver o valor da ação se distanciar do nosso
preço de entrada.

As linhas de tendência são traçadas ligando-se dois pontos máximos não


consecutivos de um movimento ondulatório em baixa, gerando uma
linha de resistência (linha de tendência de baixa), ou ligando-se dois
pontos mínimos não consecutivos de um movimento ondulatório de
alta, criando uma linha de suporte (linha de tendência de alta).

topo
linha de
movimento do tendência de
topo
preço alta (LTA)
fundo

fundo

Figura 19: Linha de tendência de alta (LTA) ou linha de suporte.

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linha de
topo
tendência de
topo
baixa (LTB)
fundo
fundo
movimento do
preço
Figura 20: Linha de tendência de baixa (LTB) ou linha de resistência.

1. Tendência de alta: ao longo do tempo, o preço configura topos e


fundos em valores cada vez mais elevados.
2. Tendência de lado: o preço da ação apresenta topos e fundos no
mesmo nível.
3. Tendência de baixa: ao longo do tempo, topos e fundos em valores
cada vez mais baixos.

O rompimento de uma linha de tendência, que representa o limite de


suporte ou resistência, sugere que o ritmo de andamento do preço
sofrerá uma alteração ou mudança no seu sentido.

Alguns analistas aguardam dois fechamentos abaixo da linha de suporte


para considerar que o suporte foi rompido. Estas regras também são
utilizadas no rompimento de resistências.

Não é o rompimento de uma linha de tendência de baixa que fará com


que o preço suba. O que faz o preço de uma ação subir é o aumento
dos compradores. A linha de tendência é uma referência que foi
respeitada até determinado momento. Por este motivo, não podemos
criar na nossa mente uma expectativa de que se uma linha de tendência
de baixa foi rompida, com certeza o preço só subirá a partir de agora.
Não existe esta regra!

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Devo aceitar uma perda?

O fato é que não é possível ter certeza no mercado de ações. Se


ignorarmos os movimentos e optarmos por fechar uma posição apenas
quando tivermos ganho, podemos ter que esperar muito (às vezes, meses
ou anos) para que a operação ofereça um retorno que justifique o tempo
de permanência na operação. Do que estamos falando?

Custo de oportunidade!

Quantas oportunidades você está perdendo, enquanto insiste com uma


operação que não caminha ao seu favor?

Para quem quer ter certeza, a pergunta é: O que é melhor: comprar uma
ação sem ter conhecimento do movimento do preço ou ter referências
que nos permitem saber aonde estamos pisando?

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8. FORMAÇÕES DE REVERSÃO

Um movimento de alta é caracterizado por topos e fundos crescentes, isto


é, os topos e fundos formados sucessivamente são superiores aos
anteriores. Quando o preço não consegue atingir ou superar um topo
superior ou um fundo inferior ao do movimento anterior, diz-se que o
mercado apresentou uma fraqueza e pode indicar um esgotamento da
tendência. Durante estas fraquezas surgem determinadas formações,
como por exemplo, topos e fundos duplos ou até mesmo triplos, ombro-
cabeça-ombro normal ou invertido.

Como o objetivo deste e-book não é esgotar o assunto análise técnica,


não apresentaremos as formações de reversão e deixaremos como “dever
de casa” para aqueles que querem se aprofundar no assunto.

No movimento de alta, as quedas são


acompanhadas por uma redução do volume,
indicando que o desequilíbrio a favor da
oferta se dá pelo recuo dos compradores e
não pelo aumento dos vendedores. Este
comportamento continuará até que um
movimento acompanhado do crescimento de
volume indique que o preço está se
deslocando na direção contrária, não mais
pelo recuo dos compradores, mas pelo
aumento dos vendedores.

“A gente tropeça sempre nas pedras


pequenas, porque as grandes a gente logo
enxerga.” Provérbio Japonês.

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9. INDICADORES

Na análise técnica, além de avaliar o comportamento do preço com base


em um gráfico de linha ou candle, o investidor pode utilizar diversos
indicadores que permitem acompanhar as tendências, identificar
possíveis regiões de esgotamento, perceber qual é a força dominante no
mercado, diminuir o risco da operação, entre outros aspectos.

Existem dois tipos de indicadores: os rastreadores de tendências e os


osciladores. Os primeiros são usados pelos analistas para identificar
reversões das tendências principais ou de longo prazo e funcionam muito
bem, desde que o mercado esteja em uma tendência definida. Por outro
lado, são péssimos auxiliares, se o preço estiver em um movimento
lateral.

Já os osciladores são usados


pelos analistas para identificar
mudanças na direção dos
movimentos secundários, ou
seja, aquelas que ocorrem
durante as acumulações ou
correções das tendências
principais.

“O amador se preocupa com o lucro, o


profissional se preocupa em diminuir as
perdas.” Alain Farley, trader.

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10. VOLUME

O volume é expresso como sendo a quantidade de ações negociadas


durante um tempo específico (diário, semanal, mensal). A análise do
volume é um fator importante da análise técnica, pois ele indica a
intensidade do movimento do preço de uma determinada ação, índice ou
contrato futuro.

Níveis altos de volume são muito comuns no início de uma nova


tendência ou de confirmação de tendência, isto é, no rompimento de
figuras de reversão ou figuras de confirmação de tendência.

O volume pode ajudar a visualizar a força da tendência atual do mercado.


Um mercado em alta deve ter aumento de volume a medida que o preço
sobe e, diminuição de volume a medida que o preço cai (processo de
correção). Um sinal de força de um mercado em queda geralmente é
identificado pelo aumento do volume quando o preço cai e diminuição de
volume quando o preço sobe (processo de correção).

Volume

Comportamento do
preço ao longo do
tempo

Figura 21: Gráfico diário da ABEV3 (ação ordinária da AMBEV) com o volume na
parte superior.

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11. CHECK LIST

Qual o movimento e
Qual o seu objetivo? tendência do índice
Curto, médio ou longo (Ibovespa)? Topos e
prazo? fundos ascendentes ou
descendentes?

Qual o movimento e
tendência da ação A ação analisada
analisada? Topos e acompanha a tendência
fundos ascendentes ou do mercado (Ibovespa)?
descendentes?

É possível identificar
Quais os níveis de uma figura de reversão
suporte e resistência? (topo duplo, fundo
duplo ou OCO)?

Houve rompimento de
O volume está
alguma linha de suporte
aumentando ou
ou resistência
diminuindo?
recentemente?

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Algumas regras de ouro
1. Aprenda a operar de acordo com a tendência do mercado.

2. Aprenda a comprar na baixa e vender na alta (não tente comprar na


mínima e vender na máxima).

3. Não aumente posição perdedora.

4. Aprenda a utilizar o “stop loss”. Ao fazer uma compra, por exemplo,


coloque um preço de venda no primeiro suporte, abaixo do preço
de compra, ou estabeleça um percentual de perda para sair da
posição.

5. Corte rapidamente os prejuízos, mas deixe os lucros crescerem.

6. Não dê ouvidos a “conselhos de amigos”, provavelmente eles sabem


menos que você. Siga o seu plano!

7. Aprenda a operar de forma disciplinada. Estabeleça o que irá fazer e


quando observar um sinal para comprar ou vender, faça sem hesitar.

“Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não


precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se
conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória
sofrerá também uma derrota. Se você não conhece o
inimigo e nem a si mesmo, perderá todas as batalhas.”
Sun Tzu, a Arte da Guerra.

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Referências:

1. Murphy, John. Technical Analysis of the Financial Markets. New


York Institute of Finance.
2. Fischer, Robert. Fibonacci Applications and Strategies for Traders.
Wiley Trader´s Advantage.
3. Tavares, Miguel Dirceu Fonseca. Análise Técnica: Gráfico de Barras.
Avaliação de Investimentos em Ações. IBMEC.
4. Tavares, Miguel Dirceu Fonseca. Análise Técnica Aplicada aos
Mercados Futuros. IBMEC.
5. Treuherz, Rolf Mário. Como investir em ações no Brasil. Editora
Edgard Blücher Ltda.
6. West, George e Firedfertig, Marc. Especulador Eletrônico. Makron
Books.
7. Sklarew, Arthur. Techniques of a Professional Commodity Chart
Analyst.

Imagens:
https://pixabay.com/pt/

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