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Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente 1(1):14-29, mai-out, 2010

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Artigo/Article
HORA DE TRABALHO PEDAGÓGICO COLETIVO EM BUSCA DA
QUALIDADE NA EDUCAÇÃO

Anelise Arendt Neuhaus1 Rosieli Alves Chiaratto2

1. Discentes do curso de pós graduação Latu Sensu em Gestão, Supervisão e Orientação


Escolar da Faculdade de Educação e Meio Ambiente (FAEMA).
2. Mestre em Saúde Coletiva, Doutora em Odontologia Preventiva e Social, Docente e
Coordenadora do Serviço Didático Pedagógico de Apoio (SEDA) da Faculdade de
Educação e Meio Ambiente (FAEMA).

RESUMO
O estudo focaliza, não só a importância como também a necessidade de um horário
semanal para discussões, reflexões e estudo dos professores na própria instituição, o qual é
previsto em lei. A Hora de Trabalho Pedagógico Coletivo ou HTPC muitas vezes, é
confundido, com um momento para colocar as correções em dia, escrever relatórios, enfim,
atividades que podem ser feitas neste horário também, desde que o objetivo maior não seja
ignorado: estudo, formação continuada, conhecimento das teorias da educação, busca
coletiva para dificuldades em sala embasados em autores e troca de experiências. É a busca
pela qualidade na educação de forma consciente. Elege através desta pesquisa, o
Coordenador Pedagógico como ponto chave neste processo, incentivando, facilitando e
colaborando com o docente na constante busca pela excelência de seu trabalho,
potencializando a interação entre professor e aluno. Cabe a ele o planejamento e a
efetivação destes momentos. Encerra citando casos que exemplificam a eficácia da HTPC
e seus resultados nos alunos.
Palavras-chave: HTPC; Coordenador Pedagógico; Qualidade.

ABSTRACT
The study focuses, not only the importance as also the necessity of a weekly time-table for
discussions, reflections and study of the teachers in the institution itself, what it is
predicted in law. The Working hour Pedagogic Vehicle or WHPV very often, is confused,
with a moment to put the corrections in day, in order that write reports, finally, activities
that can be done in this time-table also, since the biggest objective is not ignored: study,
continued formation, knowledge of the theories of the education, collective search for
difficulties in room embasados in authors and exchange of experiences. It is the search for
the quality in the education of conscious form. It elects through this inquiry, the Pedagogic
Coordinator as key point in this process, stimulating, being careless and contributing with
the teacher to the constant search for the excellence of his work, potencializando the
interaction between teacher and pupil. There falls to him the projection and the efetivação

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of these moments. It ends quoting cases that exemplify the efficiency of the WHPV and his
results in whose pupils this project took to serious, of whom it put the quality above the
difficulties.
Keywords: WHPV; Pedagogic Coordinator; Quality.

INTRODUÇÃO precisa de profissionais competentes e


comprometidos.
O que quer dizer Hora de Trabalho Sendo assim, o presente trabalho
Pedagógico Coletivo - HTPC? Qual seu divide-se em quatro partes. A primeira
objetivo? Onde deve acontecer? Tem aborda o professor como um eterno
previsão legal? De fato faz diferença na estudante e pesquisador, como um
qualidade da educação? É tentando “cientista da educação”. O professor
responder estas e outras perguntas, não fascinante entende a mente do aluno
menos importantes, que este trabalho (Cury, 2003, p. 58), mas para se chegar a
busca fundamentação. este patamar é necessário a busca
O tema proposto: HTPC, em busca incessante pelo saber. Para Christov
da qualidade na educação é relevante, (2005) a pesquisa deve fazer parte do
pois faz parte do cotidiano das escolas em cotidiano tanto do Coordenador
nosso país. Esta busca é de todos, mas Pedagógico quanto do professor, para
cabe à escola dar o primeiro passo usando que suas próprias teorias, apoiadas em
um espaço que é de direito, capacitando pesquisadores de renome, possam de fato
seus educadores. Quando a equipe ajudá-los em sua realidade de sala.
diretiva prioriza a formação continuada A segunda parte aborda a formação
todos saem ganhando, mas quem mais se continuada e o que de fato quer dizer esta
beneficia, sem sombra de dúvida, é o expressão. Fundamentado em Falsarella,
aluno. Christov, Zagury, Alves e outros, todos,
Romanelli (2003) deixa claro que o de uma maneira ou de outra, defendem
governo pode ajudar instituindo leis que que esta formação continuada pode e
favoreçam a educação, desde que existam deve acontecer na própria escola, durante
pessoas aptas e dispostas a colocá-las em o ano letivo, com datas previstas em
prática. Portanto o bom andamento da calendário e remunerada. O Coordenador
educação precisa muito mais do que leis, Pedagógico torna-se o responsável por

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esta formação. Consequentemente, ele diferentes, prioridades distintas. O
estará estudando, pesquisando e se agrupamento de pessoas gera conflitos,
autoformando para passar aos educadores descobrem-se fragilidades, mas também
as temáticas necessárias, tais como: estreitam-se laços, talentos vem à tona.
processo de ensino aprendizagem; o Através de projetos realizados,
desenvolvimento e a implantação da finaliza-se a pesquisa comprovando que,
Proposta Pedagógica, do Currículo apesar de tudo, o saldo pode ser muito
Escolar e de Programas Educacionais; o positivo. A qualidade na educação pode e
crescimento profissional dos educadores, deve ser alcançada, não hipoteticamente,
numa sistemática de educação mas de forma real, trazendo benefícios a
permanente; a utilização de toda a sociedade, começando com o
métodos/estratégias e recursos coordenador pedagógico, passando pelos
pedagógicos mais apropriados para o professores, objetivando os alunos e
desenvolvimento dos educandos, bem repercutindo na comunidade em geral.
como a adoção de outros procedimentos
que os favoreçam nesse sentido.
A terceira parte apresenta o tema Professor: estudante e pesquisador
deste trabalho: a HTPC. Surgiu de uma
necessidade em uma escola de São Paulo. Para Cury (2003, p. 58) “o primeiro
Os professores requisitaram um horário hábito de um professor fascinante é
semanal remunerado para que pudessem entender a mente do aluno e procurar
se dedicar ao estudo e reflexão e também respostas incomuns, diferentes daquelas a
a discussões coletivas das dificuldades que o jovem está acostumado”, para que
encontradas em sala, em busca de isso ocorra, não existe outra maneira
soluções. Para Falsarella (2004, p. senão pelo estudo.
55) os professores devem conhecer O professor, como tantos outros
ideias, teorias, para analisá-las, criticá- profissionais, é alguém que precisa de
las, mas acatá-las somente com o uso da estudo e reflexão constantes para
razão. aperfeiçoar sua prática, afinal, segundo o
Bruno (2005) salienta as dicionário Aurélio (1986, p.1398) ele é
dificuldades de se conseguir que uma “aquele que professa ou ensina uma
HTPC aconteça satisfatoriamente. O ciência, uma arte, uma técnica, uma
trabalho coletivo envolve concepções disciplina; mestre”. Bolzan (2002) cita o

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professor reflexivo, que aprende a partir O bom professor compreende este
da análise e da interpretação da sua processo e busca sua própria progressão
própria atividade, construindo assim, seu intelectual.
conhecimento surpreendendo seus alunos
e surpreendendo-se com eles. Entender o docente como um
profissional responsável apenas
O papel do educador é
pela transmissão do conhecimento é
fundamental. Observando a formação um conceito ultrapassado que vem
sendo questionado e revisto. A
inicial dos professores, pode-se
profissão “professor” assume uma
compreender como ensinam. É a lei do multiplicidade de faces. Na sua
relação com as crianças e os jovens,
exemplo que fala mais do que palavras,
ele não é mero informante, mas um
ou seja, há uma relação direta entre a formador. Dependendo de suas
posturas e atitudes, ele pode levar
ação do professor, a conduta e o
seus alunos a se perceberem como
rendimento dos alunos, sejam eles pessoas, como agentes em sua
própria vida e na vida da
crianças ou adultos prestes a se tornarem
coletividade, ou simplesmente
profissionais da educação. Portanto, à como receptores de uma cultura
social e escolar que nada lhe diz,
medida que o professor não se sente
muitas vezes vazia, alheia,
responsável pelo fracasso ou sucesso do descolada de sua realidade e que
não encontra ressonância em seu
aluno, é pouco provável que ele busque
ambiente cultural mais imediato.
aperfeiçoamento de sua ação docente. (FALSARELLA, 2004, p. 48)
Através de uma pesquisa mais
Sempre se ressalta a importância da
aprofundada Wilkinson (1998) buscou as
formação continuada dos professores. O
raízes hebraicas das palavras ensinar e
motivo é óbvio: o produto final deste
aprender que estão diretamente ligadas à
profissional é o aluno, ou melhor, o
docência e descobriu que tirando a
cidadão do mundo, o profissional do
prefixo e o sufixo destas duas palavras
futuro, que talvez dê aula, atenda pessoas
sobra a mesma raiz, ou seja, trata-se da
de alguma maneira ou mesmo governe
mesma palavra. Não tem como separar o
este país. É uma responsabilidade imensa,
ato de ensinar ao de aprender, são um!
de peso, sendo assim, a capacitação deve
“Ensinar, portanto, significa ocupar-se
estar em primeiro plano.
avidamente da aprendizagem dos alunos.
Também significa ‘persuadir’, ‘levar os
outros a fazer’ e ‘a impaciente busca de
uma ação’.” (WILKINSON, 1998, p. 21)

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Formação continuada professor, de forma que o incentive a
buscar sua autonomia através da
A expressão “formação continuada” apropriação contínua de saberes unindo a
é recente, surgiu na década de 1980. O teoria à prática.
termo, segundo Christov (2005), traz uma Para Falsarella (2004, p. 50)
crítica a nomenclaturas utilizadas formação continuada engloba:
anteriormente tais como: treinamento,
capacitação, reciclagem que não • A valorização do conhecimento
privilegiam a construção da autonomia docente e dos saberes profissionais
intelectual do professor, uma vez que se presentes no cotidiano escolar;
baseavam em propostas previamente • O local de trabalho como a base do
elaboradas a ser apresentadas aos processo;
professores para que as implementassem • A consideração das vivências e da
em sala de aula. experiência profissional construída
Carvalho e Simões apud Falsarella pelo professor;
(2004) realizaram um levantamento de • A articulação com o projeto da
artigos sobre o processo de formação escola;
continuada de professores, na década de • As especificidades da instituição
1990 e afirmam que, de modo geral, os escolar e da comunidade.
autores adotam uma concepção de
formação continuada como processo. Autores como Zagury (2006),
Dividem-se em três grupos: o primeiro vê Christov (2005), Falsarela (2004), entre
o processo como aquisição de outros, são unânimes em afirmar que a
informações e/ou competências, ou seja, capacitação deve existir e é importante
capacitação presencial ou à distância, que seja no horário trabalhado, ou seja,
através de módulos de ensino, cursos, remunerada. Faltam ao professor recursos
seminários, etc.; o segundo como prática financeiros e tempo para investir em sua
reflexiva no âmbito da escola e o terceiro carreira, o que o obriga a trabalhar em
une a prática reflexiva com as dimensões mais de um emprego para dar vida digna
sociopolíticas mais amplas. aos seus.
Os dois últimos grupos
desqualificam a imposição de saberes Ao remunerar o professor que
desconhecendo a real necessidade do estuda e reflete sobre a realidade de

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sala de aula e sobre novos métodos o Brasil e os outros países precisarão se
de ensino, a sociedade estará não
aproximar mais da ciência – e se afastar
apenas revigorando a auto-estima
docente, como possibilitando dos achismos”. Também critica o ensino
concretamente atualização
público brasileiro com dados
permanente, e ainda dando mostras
de que valoriza o saber e respeita o comprovados que 70% dos professores
profissional da Educação como
que dão aulas nas primeiras séries do
elemento fundamental para o
crescimento de uma nação. ensino fundamental estão entre os “menos
(Zagury, 2006, p. 179)
habilidosos e preparados para a função”.
Ou seja, com a base em ruínas, só se
Cabe às instituições onde se
consegue uma educação em eterna
prioriza a qualidade na educação,
decadência. Tentar sanar esta doença com
oferecer esta formação em serviço dentro
excelentes profissionais no ensino
das próprias escolas. O coordenador
superior não leva à cura, apenas mascara.
pedagógico é o responsável por esta
Schiefelbein aponta que estes excelentes
formação.
profissionais deveriam estar no início dos
Cecília Alves (2004) entende que a
estudos, no alicerce.
escola, como organização social, precisa
Como, porém, sanar uma ferida que
ser vista como este local de aprendizagem
está aberta há tanto tempo?
tanto para alunos quanto para professores,
Formação continuada através da
onde todos aprendem, mas também
HTPC (Hora de Trabalho Pedagógico
ensinam uns aos outros. Onde se busca o
Coletivo)! A qual, se acontecer na própria
saber científico e sua aplicação à prática
instituição, se torna prática, barata e
diária de cada um. A formação sendo
eficaz.
efetuada na própria escola vai buscar
sanar as necessidades concretas de cada
A concepção de educação
professor ou grupo de professores e suas
continuada como processo que se
turmas. Para Marin (1995) apud Alves, desenvolve no locus do trabalho
cotidiano, sem lapsos e
considerar a escola como local de
interrupções, e que auxilia os
formação é acima de tudo valorizar o profissionais a participarem
ativamente do mundo que os cerca
professor.
e a incorporarem esta vivência ao
O chileno Ernesto Schiefelbein, conjunto dos saberes e de sua
profissão, compõe uma visão mais
Doutor em educação pela Universidade
completa, mais rica e menos
de Harvard, em entrevista à revista Veja fragmentária. (FALSARELLA,
2004, p. 54)
(fev. 2009), afirmou que “para melhorar,
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além de formação, a discussão em grupo
sobre os rumos de cada unidade escolar.
Alves (2004, p. 18) traduz a fala de Marin apud Falsarella (2004, p. 55)
Falsarella de maneira simples, mas não ressalta que “os profissionais da educação
menos importante: “Trata-se, então, de não podem e não devem ser persuadidos
transformar a escola em um espaço e convencidos de ideias; eles devem
destinado à aprendizagem e ao sucesso conhecê-las, analisá-las, criticá-las, até
escolar”. Ou seja, a HTPC inserida no mesmo aceitá-las, mas mediante o uso da
projeto coletivo da escola, um espaço de razão”.
processo formativo permanente e De acordo com as pesquisas de
integrado à prática docente, para atender Oliveira (2006) uma atividade de HTPC é
as necessidades cotidianas identificadas composta pelos seguintes elementos:
pelo professor e buscando soluções sujeito, objeto, instrumentos, regras,
científicas e não “achismos”, como comunidade, divisão do trabalho e
ressalta Schiefelbein. Desta forma, é a resultado.
escola que decide sobre os conteúdos e a • O sujeito pode ser considerado o
metodologia a serem adotados. O indivíduo ou grupo engajado.
professor é visto e valorizado no seu • O objeto refere-se ao problema ao
verdadeiro papel: um cientista da qual a atividade está sendo direcionada,
educação. sendo possível moldá-lo e transformá-lo
com ajuda de instrumentos físicos e
simbólicos.
Hora do trabalho pedagógico coletivo • Os instrumentos são entendidos
como os meios utilizados nas relações
Segundo a pesquisadora Oliveira dos sujeitos sobre o objeto. Ex.: textos,
(2006), a Hora do Trabalho Pedagógico livros, vídeos e a própria língua como
Coletivo foi historicamente construída instrumento de mediação.
para ser um local de discussões sobre • A divisão do trabalho durante as
ensino-aprendizagem. É fruto de uma HTPCs se dá entre os sujeitos de modo
conquista dos professores de São Paulo. que tanto professores e coordenadores
Surgiu da necessidade de existência de tenham vez e voz para expor suas ideias.
um espaço dentro do horário de trabalho • As regras: as normas, as rotinas, os
do professor, no qual pudesse ocorrer, hábitos e os valores. Nesta atividade, as

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regras são estabelecidas inicialmente pela (normalmente Coordenadores
legislação que diz que os encontros Pedagógicos), o ano se encerra com
devem ser coletivos e ter a duração saldo positivo. Tanto os professores
mínima de duas horas semanais (Lei nº rendem-se à busca de conhecimento e
10.172/01 – 10.3:3). A partir destas, reflexão teoria-prática, quanto a
outras regras são estabelecidas por meio repercussão de todo este trabalho no
da negociação entre os sujeitos. rendimento dos alunos é visível.
• A Comunidade vem a ser todos Para Campos (2007), é difícil
aqueles que se relacionam indiretamente modificar o sistema cristalizado pelo
na construção do objeto. tempo, questionar práticas pedagógicas
que dão certo, ou parecem dar certo. Para
A reflexão não é um processo modificar a ação docente é importante
mecânico, nem simplesmente um
conhecer o “sistema de crenças” dos
exercício criativo de construção de
novas ideias, antes é uma prática professores, para então propor mudanças
que exprime o nosso poder para
que conscientizem a necessidade de se
reconstruir a vida social, ao
participar na comunicação, na auto-superarem no saber pedagógico e
tomada de decisões e na ação
nos conteúdos das disciplinas. As HTPCs
social. (KEMMIS apud BRUNO,
2005, p. 11) abrem espaço para esta auto-reflexão.
É importante salientar que o
Bruno (2005) salienta a dificuldade
trabalho coletivo desenvolve a
de se conseguir que a HTPC se realize a
humildade, o respeito mútuo, a admiração
contento. O fato de vários profissionais
pelo outro, descobrem-se habilidades e
com ideias, necessidades e expectativas
competências muitas vezes escondidas,
diferentes compartilharem o mesmo
mas também as fragilidades e
espaço/tempo para juntos buscarem
dependências de cada um. “Portanto, a
aprofundamento, reflexão e por que não,
autonomia se faz num contexto de
solução para seus alunos em particular,
relações, de contradições, de tensão e de
torna a HTPC um tanto tensa no início.
crítica sobre nós mesmos como docentes,
Mas existem projetos realizados por
nos outros e nas relações com que
pesquisadores da área que comprovam
estabelecemos uns com os outros.”
que mesmo com a reserva de alguns
(CAMPOS, 2007, p. 44)
professores, o tempo, a seriedade e a
Coletivo, de acordo com a
persistência dos líderes com a HTPC
etimologia da palavra, origina-se do

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latim “collectivu”, que abrange ou através de mais esta pesquisa, que é
compreende muitas coisas ou pessoas; possível. Porém, faz-se necessário
pertencente a, ou utilizado por muitos. comprovar com medidas palpáveis a
Para Bruno (2005, p. 14) veracidade das letras. Faz-se necessário
descrever projetos concretos, realizados,
Uma das dificuldades do trabalho elucidados.
coletivo está no confronto de
Descrevem-se, a seguir, quatro
expectativas e desejos dos sujeitos
envolvidos. (...) Desprendimento experiências vivenciadas positivamente
com relação às próprias convicções,
no sistema de HTPCs.
atenção para com as convicções do
outro e interesse para aprimorar ou
alterar profundamente umas e
outras, são exigências da
organização que se pretende HTPC de uma escola de periferia de
coletiva.
São Paulo

Nas HTPCs os professores


O primeiro projeto descrito é o de
colaboram coletivamente com seus
Noeli Aparecida Rodrigues de Oliveira, a
conhecimentos científicos já adquiridos
qual realizou um projeto em uma escola
ao longo de sua formação. Novamente
pública da periferia de São Paulo. A
de forma coletiva, buscam soluções
análise dos resultados mostra que o
adequadas às atividades oferecidas aos
espaço da HTPC pode ser transformado
alunos, conforme Oliveira (2006, p. 22,
em um espaço de reflexão e
grifo meu), é “um espaço importante em
aprendizagem.
que permitirá que o grupo envolvido em
A escola estudada atua com o
um movimento dialético colabore com o
Ensino Fundamental I, muitos alunos são
próprio desenvolvimento”.
filhos de presidiários ou ex-presidiários,
Tudo isso reflete comprovadamente
desempregados ou em situação de
nos resultados finais e na convivência
subemprego. Pelo menos 30% dessas
professor/aluno.
crianças vivem em situação de extrema
miséria e sua ausência na escola é
comum. Para muitos, a única renda
Projetos que deram certo
familiar vem de projetos sociais do
governo, como a bolsa escola e a bolsa
Qualidade e educação precisam ser
vistas como sinônimos. A teoria mostra,
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família, os quais são recebidos mediante McLaren e Giroux, dentre outros. Todos
os filhos na escola. apontam a importância de sessões
Oliveira, a pesquisadora, foi, na reflexivas de forma colaborativa. É uma
época, Coordenadora Pedagógica desta grande oportunidade de repensar os
escola e trabalhou com vinte professoras, objetivos, problematizar e assim,
das quais, cinco possuíam diploma de compreender a prática e seus resultados, e
Ensino Superior. Todas as professoras se necessário, modificar a forma de agir
moravam no mesmo bairro da escola. perante as situações do dia a dia, com
A coleta de dados deu-se no seus alunos, consigo mesma e com os
período de março a dezembro de 2004. colegas. A HTPC é um importante
As HTPCs aconteceram semanalmente, instrumento de formação continuada dos
com duração de duas horas cada. Foi professores, a qual deve ser muito bem
previamente combinado entre PCP planejada e aproveitada pelo PCP.
(Professor Coordenador Pedagógico) e Oliveira chegou à conclusão que
professoras que usariam uma hora para “não existem professores que não
estudo e reflexão todos juntos e uma hora queiram contribuir com o
ficaria livre para fazerem as atividades desenvolvimento de seus alunos; o que
que cada uma julgava necessário para o existe são professores que não sabem
momento, como corrigir cadernos, como fazê-lo”. Houve resistência por
preparar atividades, discutir assuntos parte das professoras quando, durante as
pertinentes a organização da escola ou discussões, ofereciam-se textos teóricos
receber pais, mesmo sabendo que preparo para embasar, buscar explicações e
e correção de atividades, por lei, são soluções para a prática. Outro problema
tarefas que devem ser feitas nas três horas encontrado pela pesquisadora foi o
semanais pagas para este fim. tempo. Normalmente era insuficiente.
Dentre as reflexões, foi mostrado Também não foi possível ajudar todas as
a importância da HTPC com base em crianças desmotivadas e que continuam
teóricos e finalizou-se, em dezembro, na escola sem terem desenvolvimento.
com uma discussão sobre a influência do Por outro lado, o trabalho colaborativo
trabalho feito nas HTPCs em sala de aula. entre coordenadora e professoras
A pesquisadora usou, como base possibilitou um avanço considerável na
para as reflexões, autores como qualidade de ensino. As professoras
Magalhães, Celani, Gitlin, Osawa e Rose, adquiriram conhecimentos teóricos que,

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ao final do estudo, já eram usados nas Projeto Noturno a partir de sua
discussões de forma natural. Este problemática. Com duas horas semanais
casamento sólido entre a teoria e a prática remuneradas para reuniões e um
também desenvolveu a PCP como professor para coordenar, os resultados
profissional, a qual tornou-se mais alcançados foram, em sua maioria,
qualificada para conduzir os momentos positivos: diminuição do índice de
de estudo e reflexão nas HTPCs, evasão; melhor relacionamento
aprendendo como lidar melhor com todo professor/aluno; dinamização das aulas;
este processo. professores mais centrados e alunos com
Algumas sessões reflexivas foram melhor rendimento.
filmadas e posteriormente algumas aulas Toda mudança gera insegurança e
também. Pôde ser feito assim, uma atrito. Neste caso a coesão do grupo foi
análise e uma relação teoria-prática. mais lenta e difícil, conseguida passo a
Oliveira, que atua como PCP passo. O trabalho coletivo, porém, levou
desde 1996, sempre acreditou na HTPC a uma mudança de postura nos
como espaço de formação e pôde professores. Sempre que os problemas
comprovar isso através de seu estudo. iam surgindo, o grupo achava uma
solução em conjunto. A cada semestre
fazia-se uma avaliação de todo o projeto.
Projeto noturno Um dos objetivos do projeto era
ver o aluno não apenas como um número,
O segundo projeto trata-se do mas antes de tudo como uma pessoa, que
“Projeto reestruturação técnico- precisava se integrar na escola, gostar das
administrativa e pedagógica do ensino de aulas e querer aprender. Para isso, foi
1º e 2º graus na rede estadual, no período necessário surgir uma mudança, primeiro
noturno”, que ficou conhecido como no professor, a qual automaticamente
Projeto Noturno, nos anos de 84 e 85 em refletiu no aluno.
São Paulo. Para o aluno aprender a trabalhar
A nomenclatura usada pela autora, em equipe e a pensar, é preciso primeiro,
Laurinda Ramalho de Almeida, em sua que o professor vivencie esta experiência.
tese de doutorado não foi a HTPC, porém
se assemelha, pois as escolas tiveram que
elaborar suas propostas de melhoria e seu Todos aprenderam a produzir textos

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Este projeto foi concretizado por Este programa de formação
Adilma de Souza Oliveira, de rendeu à Adilma o prêmio Victor Civita,
Itupiranga/PA, uma cidade que fica à categoria Escola.
beira da rodovia Transamazônica, onde Ana Amélia Inoue, selecionadora
placas, letreiros, cartazes ou autdoors não do Prêmio Victor Civita Educador Nota
existem, bancas de revistas ou jornais 10 na categoria Escola, destaca que o
também não. Os alunos tem contato com grande mérito do trabalho de Adilma foi
livros somente através da escola. Porém, priorizar o conhecimento didático nos
a própria escola não estava fazendo com encontros cuidadosamente
que estes livros fossem utilizados de planejados, atacando a necessidade da
maneira produtiva. Em 2006, Adilma escola, a qual era a leitura e interpretação
assumiu a coordenação da EMEF de textos.
Serafina Carvalho e resolveu mudar este
cenário. Primeira atitude: convocou os
professores de 1ª a 4ª série para participar O embrião deste trabalho!
de um programa de formação continuada
oferecida pela Secretaria da Educação, O horário de planejamento
com reuniões mensais, onde começaram a coletivo já é uma realidade nas escolas
ser discutidas maneiras eficientes de públicas, mas em instituições particulares
ensinar as turmas a ler e escrever. é mais complicado, pois não existe o
Concomitante, a cada quinze dias o professor substituto (aquele que entra na
encontro acontecia na própria escola com sala no lugar do professor titular, no dia
a coordenadora, para que houvesse a de planejamento).
discussão das didáticas aprendidas na Normalmente as redes particulares
formação convertidas à realidade de suas oferecem aulas extras que não são
salas. A troca de informações produziu disponibilizadas na rede pública, tais
um maior aprendizado das professoras. como: inglês, informática, educação
A formação continuada dos religiosa, musicalização, leitura, entre
educadores deu frutos em pouco tempo. outras, as quais são usadas pelos
O índice de aprovação nos primeiros anos professores para correção de cadernos e
do Ensino Fundamental saltou de 57%, apostilas. Foi o gancho usado neste
em 2004, para 87%, em 2007. projeto.

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O projeto se desenvolveu no Reorganizar horários não é fácil,
Centro Educacional A Mensagem da mesmo numa escola pequena, porém foi
Cruz, no município de Ariquemes, possível que os quatro professores
Rondônia, o qual teve que reorganizar os entrassem em sala somente às 11:00
horários para possibilitar este novo perfil horas para a última aula. Os alunos
de planejamento aos professores. tinham aulas de inglês, educação religiosa
Num primeiro momento houve ou recreação (era a mesma professora),
uma reunião com a direção (no caso a informática, leitura na Biblioteca. Os
presente pesquisadora era também a professores entraram em consenso que
coordenadora pedagógica do Ensino este horário com os alunos seria usado
Fundamental 1ª fase) para expor o projeto para correção de tarefas do dia anterior e
e verificar as possibilidades. registro na agenda e explicação do novo
Em seguida marcou-se uma dever de casa.
reunião com os professores para discutir a Um dos objetivos era manter o
possibilidade de uma manhã livre para tempo para correções, outro era que os
todos os regentes de sala, que no caso professores viessem de casa com o
eram somente quatro. Chegou-se a planejamento pronto ou quase pronto
conclusão da união de todas as aulas para se conversar sobre, trocar idéias e
extras num só dia, e que o dia ideal seria viabilizar materiais que fosse necessário,
na sexta-feira, pois a semana já teria afinal ele já era feito assim antes! O que
passado, o que facilitaria para o acabou acontecendo é que o
planejamento semanal dos professores e planejamento era feito no HTPC,
se algo ficasse pendente, ainda restaria o dificultando um pouco o objetivo central.
fim de semana para pôr em dia. Na sexta- Foi idealizado um HTPC desta
feira também, as crianças sempre estão forma:
cansadas, propensas a aproveitar mais • 7:30 h - Inicia-se com uma
atividades diversas do que conteúdo mensagem, seja ela em frase,
obrigatório. Como já estávamos quase na texto ou slides no notebook;
metade do ano, não foi possível para a • Estuda-se um tema requisitado
professora de inglês mudar seu dia (de pelos professores ou observado a
terça-feira para sexta-feira), em virtude necessidade pela coordenadora;
de ministrar aulas em outras escolas. • Avisos para a semana;
Organizou-se para as terças-feiras.

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Rev Cie Fac Edu Mei Amb 1(1):14-29, mai-out, 2010
Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente 1(1):14-29, mai-out, 2010
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• Lanche trazido por um integrante A problemática levantada neste
do grupo em sistema de rodízio; trabalho foca a dificuldade enfrentada
• Conversar sobre os planejamentos pela escola na capacitação de seus
da semana individualmente, idéias docentes e leva a confirmação de que a
e projetos para um futuro HTPC é a melhor solução. É sabido que
próximo; nas instituições públicas já existe o
• Tempo para correção de cadernos, horário de planejamento. Nas instituições
apostilas... particulares o professor utiliza as aulas

• 11:00 h – sala de aula. extras para isso. Todavia, é insuficiente e

Nem sempre foi possível seguir ele acaba usando parte do tempo que

este cronograma, por diversas razões que seria dedicado à sua família, ao seu lazer

às vezes foge ao controle, mas, as vezes e ao seu aprimoramento cultural. Este

que deram certo, foram excelentes. tempo a mais na carga horária do

Tivemos duas professoras que muitas professor para planejamento deveria, por

vezes decidiam e se organizavam para certo, ser remunerado.

trabalhar juntas com suas salas em A formação continuada, através

determinadas atividades, respeitando o da HTPC, no âmbito da escola e

grau de dificuldade de cada série, que remunerado, tem o papel de suprir uma

apesar de distintas, não impossibilitava a parte significativa deste vácuo.

ação. O horário de planejamento,

Enfim, o saldo positivo foi bem porém, só é produtivo para professores

maior, apesar de ter sido uma primeira que tem compromisso com a educação de

experiência tanto da instituição quanto da qualidade e vontade de fazer a diferença.

equipe. Os pilares da educação – aprender a


conhecer, a fazer, a conviver e a ser –
resumem os conteúdos que o líder,

CONSIDERAÇÕES FINAIS normalmente o Coordenador Pedagógico,


deve trabalhar na formação dos docentes.

A docência está entre as Para que haja esta

profissões que exigem estudo constante. conscientização, o Coordenador

Porém, devido à baixa remuneração e Pedagógico também deve ser um

excesso de trabalho, este estudo torna-se profissional comprometido com todo este

difícil. processo.

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A existência deste horário 4. FALSARELLA, Ana Maria.
possibilita ao coordenador identificar e Formação continuada e prática de sala de
satisfazer as necessidades legítimas do aula: os efeitos da formação continuada
professor e remover todas as barreiras na atuação do professor. Campinas, SP:
para que possa pesquisar formas Autores Associados, 2004. p 230.
diferenciadas de aplicar os conteúdos,
5. FERREIRA, Aurélio Buarque de
assegurando uma melhor assimilação por
Holanda. Novo dicionário da língua
parte dos alunos.
portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova
Espera-se que este tema apareça
Fronteira, 1986. p 1838.
cada vez mais nas pesquisas e trabalhos
científicos. Que a HTPC esteja cada dia
6. GUIMARÃES, Ana Archangelo. et al.
mais presente nas escolas, sendo
O Coordenador pedagógico e a educação
trabalhada de forma eficaz, na busca da
continuada. 8. ed. São Paulo: Loyola,
qualidade total na educação brasileira.
2005. p 55.
Chega de “achismos”!
7. LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e
pedagogos, para quê? 6. ed. São Paulo:
REFERÊNCIAS Cortez, 2002. p 208.

8. NOVA ESCOLA. São Paulo: Abril,


1. BOLZAN, Dóris Pires Vargas.
ano XXIII, n. 218, dez. 2008.
Formação de professores: compartilhando
e reconstruindo conhecimentos. Porto
9. OLIVEIRA, Noeli Aparecida
Alegre: Mediação, 2002. p 173.
Rodrigues de. A HTPC como espaço de
formação: uma possibilidade. In:
2. CAMPOS, Casemiro de Medeiros.
Dissertação de Mestrado. Pontifícia
Saberes docentes e autonomia dos
Universidade Católica de São Paulo,
professores. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
2006. p 113.
3. CURY, Augusto Jorge. Pais
10. ROMANELLI, Otaíza de Oliveira.
brilhantes, professores fascinantes. A
História da Educação no Brasil
educação dos nossos sonhos: formando
(1930/1973). 28 ed. Vozes. Petrópolis,
jovens felizes e inteligentes. Rio de
2003.
Janeiro: Sextante. 2003.

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11. SASS, Cecília Pescatore Alves;
SASS Odair (org.). Formação de
professores e campo de conhecimento.
São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004. p
204.

12. WILKINSON, Bruce H. As 7 leis do


aprendizado: como ensinar quase tudo a
praticamente qualquer pessoa. Venda
Nova, MG: Betânia, 1998. p 352.

13. VEJA, São Paulo: Abril, ed.2100,


ano 42, n.7 , fev. 2009.

14. ZAGURY, Tania. O professor refém:


para pais e professores entenderem por
que fracassa a educação no Brasil. 4. ed.
Rio de Janeiro: Record, 2006. p 301.

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