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20/10/2023, 14:26 Análise Técnica de ações: aprenda a interpretar gráficos e índices - InfoMoney

Análise Técnica de ações: aprenda a


interpretar gráficos e índices
Quando um investidor já sabe o que são ações e como
investir nelas, o próximo passo é descobrir qual método irá
usar para saber quais são as ações que têm maior chance de
subir ou cair.
14/10/2022 18h23 • Atualizado há 1 ano

(Crédito: Shutterstock)

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Tópicos

Na hora de investir em alguma ação ou derivativo, as duas


principais escolas que auxiliam o investidor a tomar essa decisão
são a análise fundamentalista e a análise técnica.

Frequentemente, a análise técnica é vista como o caminho mais


curto, pois não depende de muitas equações nem de um
extenso estudo sobre o setor, o negócio de uma empresa e suas
particularidades, como ocorre na análise fundamentalista.

Nesse guia você vai entender o que é e como utilizar a análise


técnica para investir em ações.

O que é análise técnica de ações


Também chamada de análise gráfica, é uma forma de prever os
movimentos das ações utilizando-se do histórico delas por meio
do gráfico.

A análise técnica foi popularizada pelo jornalista Charles Dow,


fundador do Wall Street Journal e que também empresta seu
nome ao mais tradicional índice acionário dos Estados Unidos, o
Dow Jones.

Para Dow, um investidor que tivesse apenas informações


públicas (ou seja, não tivesse acesso a informações privilegiadas)
à sua disposição dificilmente conseguiria lucrar com uma ação

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tentando precificá-la de modo mais eficiente do que o mercado


inteiro.

“Os preços descontam tudo, exceto os atos divinos”, dizia o


jornalista.
Isso significa que tirando em casos de eventos imponderáveis
como desastres naturais, ataques terroristas ou epidemias, os
preços dos ativos sempre refletiriam todas as informações
disponíveis em um determinado momento.

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Assim, a oscilação nas cotações não teria tanto a ver com a visão
dos investidores acerca da condução dos negócios por uma
empresa, mas refletiria a percepção psicológica das pessoas que
investem a respeito do que é caro ou barato para uma ação.

O gráfico, portanto, seria uma ferramenta mais eficiente para


prever para onde vai um ativo, pois mostra historicamente em
quais patamares os investidores costumam ficar mais otimistas
ou pessimistas com um papel.

Há quem defina a análise técnica como a arte de analisar


movimentos que ocorreram no passado para interpretar o
presente e projetar o futuro. Em suma, é o estudo dos preços ao
longo do tempo.

Para que serve e quem utiliza a análise


técnica
A análise técnica é uma estratégia eficiente para quem quer
fazer operações de curto prazo. É de certo modo correto dizer
que a análise fundamentalista é a ferramenta do investidor,
enquanto a análise técnica é a ferramenta do especulador.

Isso porque a imprevisibilidade e às vezes mesmo a


irracionalidade que cerca a oscilação de um ativo em períodos
mais curtos acaba sendo uma aliada do investidor que olha para
o gráfico e não para os fundamentos.

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O objetivo central é identificar uma tendência, operar a favor


dela e sair da operação ao verificar sinais de que essa tendência
está sendo revertida.

As operações costumam ser feitas ao longo de um dia (day


trade), por alguns pregões, durante algumas semanas (swing
trade) ou, no máximo, por poucos meses.

Existem três tendências principais que um ativo pode ter em um


momento:

de alta (acumulação), caracterizada por um gráfico com


topos e fundos ascendentes;
de baixa (distribuição), quando os topos e fundos estão cada
vez mais baixos;
de lateralização, que é quando o preço do papel oscila
dentro de uma banda bem definida sem subir ou cair muito.

Análise técnica funciona?


Segundo um estudo de Thomas N. Bulkowski realizado por 14
anos em mais de 500 ações americanas, a análise técnica
conseguiu prever corretamente de 80% a 90% dos movimentos
nas cotações.

Outras pesquisas mostram taxas semelhantes, de modo que há


praticamente um consenso acadêmico em pelo menos 70% de
efetividade.

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Um dos mais bem sucedidos investidores/especuladores do


mundo, George Soros, dono de uma fortuna de US$ 8,6 bilhões
de acordo com a revista Forbes, é um usuário convicto dos
gráficos em suas operações.

Além de ser um método menos trabalhoso de dominar, a análise


técnica é uma ferramenta bastante ágil e objetiva.

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Um investidor que analise o gráfico de uma ação pode


determinar um preço-alvo no qual venderá a ação com o lucro
esperado e um stop loss, patamar em que venderá a ação com
um prejuízo aceitável.

Portanto, utilizando-se da ferramenta corretamente, ele pode


tirar as emoções de jogo e definir um preço para entrar e um
preço para sair da operação.

Leia também: Análise de balanços: o que Warren Buffett avalia


nas empresas investidas?

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Críticas à análise técnica


Apesar dos estudos que defendem sua eficácia, não faltam
críticas à análise técnica no mercado financeiro.

Muitos analistas fundamentalistas dizem que o pressuposto de


que é possível prever o desempenho futuro de um papel
conforme seu histórico de preços é completamente equivocado.

Eles afirmam que a performance passada de uma ação é


praticamente irrelevante diante de questões da vida real da
empresa como a situação do seu caixa, o pagamento de
dividendos, o endividamento etc.

Há quem acuse o pensamento de curto prazo defendido pelos


analistas técnicos como responsável pelo fracasso da imensa
maioria dos day traders, uma vez que muitos entram
despreparados e em busca de enriquecimento rápido e acabam
queimando o próprio patrimônio.

Porém, grandes defensores da análise técnica como o trader


colombiano Oliver Velez, argumentam que o erro desses
investidores é psicológico.

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Na opinião dele, a ganância quando se está ganhando dinheiro


e o medo quando se está perdendo fazem com que o
especulador mude de estratégia sem qualquer embasamento
racional durante uma operação, com resultados catastróficos.

“Se eu colocar como regra que não vou ganhar ou perder mais
de US$ 50, não há motivo para ter medo. Se você investiu US$
100 e caiu para US$ 50, você zera a operação sem pensar duas
vezes. Se subir para US$ 150, você embolsa o lucro. Se o
investidor não fugir da sua estratégia inicial, suas chances de
sucesso aumentam consideravelmente.”

Principais gráficos de ações


Existem três gráficos que o investidor pode usar para entender a
evolução do preço de uma ação no tempo:

gráfico de linhas;
gráfico de barras;
candlestick.

De todos, o candlestick é o mais utilizado na análise técnica, pois


o gráfico de linhas só mostra a evolução dos preços de
fechamento sem revelar como se comportou o ativo durante o
dia, e o de barras não é eficaz em representar as viradas que
ocorrem durante um pregão.

Em um gráfico de candlestick, cada uma das barras parecidas


com velas (por isso se chamam candles) representa o
movimento de um ativo em um determinado período.

Leia Também: Análise Técnica: dicas e sinais de que é


hora de vender suas ações

Em um gráfico diário, o corpo, que é a parte grossa do candle,


mostrará o quanto a ação subiu ou caiu da abertura até o
fechamento. Se o candle for branco, verde ou azul, o dia foi de
alta, se for preto ou vermelho, o dia foi de queda.

Já o fio que sai do candle é o movimento não predominante do


ativo naquele período. Ou seja, os momentos em que a ação
operou com queda em relação ao nível de abertura em um dia
no qual fechou em alta ou o avanço momentâneo do papel em
um dia de baixa.

Indicadores da análise técnica


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Para saber quando há uma mudança de tendência apenas


olhando para o gráfico, os analistas técnicos identificaram uma
série de padrões.

Suporte e resistência
O mais famoso e mais utilizado é o de suporte e resistência. Os
suportes são regiões de preço que costumam atrair
compradores sempre que a ação atinge aquele patamar. Ou seja,
o papel sobe após atingir aquela cotação.

(Arte: Leonardo Albertino/InfoMoney)

As resistências, ao contrário, são regiões de preços que


costumam atrair vendas. Ou seja, a ação geralmente cai após
bater naquela cotação.

Figura

Uma regra importante na análise técnica é a da bipolaridade,


que significa que o suporte, quando rompido se torna uma
resistência e a resistência, quando superada, torna-se um
suporte.

Figuras de alta/baixa

Há também as figuras formadas pelos candles que geralmente


são seguidos por uma alteração no comportamento dos preços.

Entre os padrões de mudança de tendência para alta alguns são


nomes bastante famosos como o engolfo, que ocorre quando a
mínima, a máxima e todo o corpo do candle de um período são

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mais relevantes que o candle do período anterior. Sinal de que a


ação deve começar a subir.

(Arte: Leonardo Albertino/InfoMoney)

O martelo, que é um candle com longa sombra para baixo, em


torno de 2,5 vezes maior que o corpo do candle. Entre outras
figuras.

(Arte: Leonardo Albertino/InfoMoney)

Já os padrões de baixa mais famosos são o engolfo em que a


máxima registrada em um pregão é maior que a da sessão
anterior, mas o ativo fecha em baixa com uma mínima menor
que a do dia anterior.

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(Arte: Leonardo Albertino/InfoMoney)

A estrela cadente, que é como um martelo, porém invertido.


Entre outras figuras.

(Arte: Leonardo Albertino/InfoMoney)

É importante ressaltar a importância de se combinarem


indicadores de análise técnica para aumentar o grau de
assertividade sobre um determinado movimento. É raro
encontrar traders que entrem em uma operação só por
identificarem um candle com figura promissora. O mais comum
é que usem essas figuras de forma complementar a indicadores
como suporte e resistência, médias móveis, IFR e Bandas de
Bollinger.

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Outro ponto a se destacar é que uma figura de reversão de


tendência tem maior chance de estar correta quanto maior for o
volume de negócios do ativo quando essa figura apareceu.

Por isso, os analistas técnicos sempre ou quase sempre colocam


a evolução do volume na parte de baixo do gráfico.

Médias Móveis
Um dos indicadores mais utilizados em análise técnica é o de
médias móveis. Como o próprio nome diz, ele funciona tirando a
média dos preços de um ativo durante um determinado período.

Por exemplo, um traçado de médias móveis de dois dias é


formado pelos preços médios do papel nos dois dias anteriores.
Ao colocar em um gráfico de candlestick, as médias móveis
aparecem como linhas que evoluem junto com a cotação do
ativo.

Há dois tipos de médias móveis possíveis, as aritméticas e as


exponenciais. A diferença da segunda para a primeira é que nas
médias móveis exponenciais os preços mais recentes possuem
peso maior que os preços mais antigos.

Existem diversas estratégias possíveis com médias móveis. Os


analistas técnicos lembram que os preços de um ativo não ficam
por muito tempo longe das médias móveis, e quando se
distanciam muito costumam retornar para a linha da média.

(Arte: Leonardo Albertino/InfoMoney)

Outra estratégia bastante utilizada é colocar mais de uma média


móvel no gráfico. É comum o uso, por exemplo, de uma média
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móvel de 20 ou 21 períodos e outra de 200.

A analista Pamela Semezzato, da Rico Investimentos, conta que


usa as médias destes dois períodos porque mostram uma região
de interesse para retomada de uma tendência.

“Se o ativo está em tendência primária de alta, é normal que o


preço se afaste da média aritmética de 200 períodos no gráfico
diário ou semanal. Em momentos como o da crise do
coronavírus em março pudemos perceber que muitos ativos
lateralizaram nessa média de 200, por isso foi possível detectar
uma mudança de tendência”, explica.

Bandas de Bollinger
As Bandas de Bollinger são indicadores estatísticos de
volatilidade complementares às médias móveis, mostrando a
dispersão dos preços de um ativo. Ou seja, calculam os desvios-
padrão da distribuição normal de preços para definir o quanto
as cotações podem ficar acima ou abaixo da média móvel.

No gráfico, as Bandas de Bollinger aparecem como bandas


superiores e inferiores que acompanham uma linha central que,
normalmente (na calibragem padrão), é a média móvel de 20
períodos.

(Arte: Leonardo Albertino/InfoMoney)

A estratégia prática relacionada às Bandas de Bollinger é verificar


quando o candle dos preços encosta na banda inferior ou
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superior das bandas, afastando-se da média móvel.

Se a cotação bate na banda inferior, o normal é voltar a subir em


direção à média, e quando toca na superior é frequente que caia
de novo em direção à média.

Pamela lembra que como as bandas calculam dois desvios-


padrão, o preço trabalha 95% do tempo dentro das bandas, de
acordo com o que ocorre em qualquer distribuição normal
estatística.

Índice de Força Relativa


Já o Índice de Força Relativa (IFR) é um oscilador, cujo objetivo
principal é mostrar regiões de sobrecompra ou sobrevenda de
um ativo. Ele relaciona a média das cotações nos últimos “n” dias
em que o papel subiu dividido por “n” com a média nos últimos
“n” dias em que a ação caiu também dividida por “n”.

A escala de variação do IFR é de 0 a 100 e a região considerada


como sobrecompra, onde o papel tende a cair para voltar a um
padrão razoável de negociação, é acima de 70. Já a zona
chamada de sobrevenda, na qual a ação deve subir, é aquela
abaixo de 30.

O IFR aparece como um traçado dentro de uma escala na parte


de baixo de um gráfico.

(Arte: Leonardo Albertino/InfoMoney)

Fibonacci
Baseado nas conclusões do matemático Leonardo Fibonacci a
partir do estudo do crescimento de uma população de coelhos
no século XIII, o método de Fibonacci na análise técnica se

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apropria da proporção áurea (1,618) para indicar a magnitude


do próximo movimento de impulsão ou correção de um ativo.

Chama-se impulsão o movimento a favor da tendência, como


uma alta dentro de uma tendência ascendente ou uma queda
em uma tendência descendente. Já as correções são os
movimentos de queda dentro de uma tendência de alta ou de
alta dentro de uma tendência de queda.

Ao se projetar Fibonacci em um gráfico, o investidor pode


traçar o tamanho da impulsão anterior a partir do seu fundo ou
topo para tentar prever para onde vai o papel na trajetória atual.

(Arte: Leonardo Albertino/InfoMoney)

Com isso, vão aparecer no gráfico cinco linhas horizontais: a


primeira parte do topo ou fundo do movimento anterior; a
segunda representa 38,2% (nada mais que 100 – 61,8 da
proporção áurea) daquele movimento; a terceira é 50% da
trajetória; a quarta é 61,8% (a própria proporção áurea); e a
quinta é 100% do movimento anterior.

Pode-se projetar ainda uma sexta linha que é a dos 161,8%,


chamada de expansão de Fibonacci, que costuma ser usada
pelos traders como o alvo da operação.

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Vale lembrar que é impossível adivinhar quando um ativo atingiu


seu fundo ou topo, então Fibonacci é sempre projetado quando
já há sinais suficientes de que uma nova tendência se formou.
Ao contrário de outras ferramentas, ele não serve para apontar
reversões de tendência.

O analista Giba Coelho, da XP Investimentos, é um entusiasta de


entradas quando o ativo atinge a terceira linha de Fibonacci, a
dos 50% da trajetória anterior. Sua estratégia consiste em
comprar a ação quando ela está sobre a linha dos 50% e colocar
como alvo de venda a linha dos 161,8%. Já o stop loss, que é o
ponto de zeragem para minimizar as perdas da operação ele
coloca na segunda linha, a dos 38,2%.

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