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Analise Técnica Explicada

Análise técnica é uma técnica utilizada por traders e investidores com o


objetivo de identificar as condições que indiquem se determinado ativo
financeiro deve ser comprado ou vendido, e assim obter lucro nas operações
na bolsa de valores. Além dos padrões gráficos, a análise técnica também faz
uso de inúmeros indicadores técnicos para ajudar nestas operações. Neste
post veremos a analise técnica explicada para seus trades.

Analise Técnica Explicada: o Livro


Escrito por um renomado especialista e pioneiro da educação na área, Martin J.
Pring, este livro é considerado a bíblia da análise técnica.
Amplamente reconhecido no setor de investimentos como o guia mais importante
sobre o assunto, as técnicas do livro tentam oferecer, com precisão, maneiras de
prever os eventos futuros com base em como eles se comportaram no passado.

O autor ajuda todos os tipos de investidores a prever movimentos de preços com


precisão confiável, através de uma mistura de teorias e técnicas.

Atualmente (Junho/2019) em sua 5ª edição.


O que é Análise Técnica?
Esta escola de análise é a mais utilizada em todo mundo por traders, desde os
iniciantes aos veteranos.
Derivada da análise gráfica, pode ser vista como uma “evolução” da mesma.
A análise técnica também faz uso das ferramentas de análise gráfica, entretanto,
há a adição de indicadores técnicos (daí o “técnica” do nome da escola).
Há dezenas de indicadores técnicos no mercado, cada um com sua característica,
mas, o que todos têm em comum é que tentam identificar melhores pontos de
entradas e saídas de trades.
A metodologia da análise técnica (chamaremos de AT daqui em diante) consiste
em tentar prever o movimento dos ativos analisados (ações, contratos
futuros, forex, etc) com base no histórico de preços e volume negociados.
Para a escola de AT, o preço de um determinado ativo já reflete toda e qualquer
informação referente à ele, ou seja, para esta escola o comportamento dos preços
passados pode determinar o comportamento futuro.
Este comportamento futuro pode ser no curto, médio ou longo prazo, sendo útil
tanto para o day trade quanto para swing trade ou buy and hold.

A AT identifica padrões e tendências na atividade dos negociantes do mercado e


traça cenários mais prováveis de acontecer para o futuro.

Enquanto a análise fundamentalista se baseia em lucros, dividendos, múltiplos das


empresas, macroeconomia e etc, a AT somente olha para o gráfico, sendo parte
fundamental de toda análise.

A Teoria de Dow e a Análise Técnica


O Pai da Analise Tecnica
Charles H. Dow (1851~1902) foi o jornalista americano co-fundador da Dow Jones
& Company com Edward Jones e Charles Bergstresser.
Ele também inventou o Dow Jones Industrial Average (DJIA) como parte de sua
pesquisa sobre os movimentos do mercado.
Os Seis Princípios Básicos
A Teoria de Dow é baseada em seis princípios que formam o seu alicerce:

1. O Mercado Precifica Tudo


A teoria da Dow opera na Hipótese do Mercado Eficiente (HME), que afirma que
esses preços incluem todas as informações disponíveis. Em outras palavras,
essa abordagem é a antítese da economia comportamental. O lucro potencial,
vantagem competitiva, competência em gestão e outros fatores já estão
precificados no mercado, mesmo que nem todo participante conheça todos
ou alguns destes. Assim, os preços das ações e índices incorporam
rapidamente novas informações assim que estiverem disponíveis.

2. O Mercado Tem Três Principais Tendências


1 – O “movimento principal” (movimento primário ou tendência primária) pode
durar de menos de um ano a vários anos, podendo ser de alta ou baixa.
2 – O “swing médio” (reação secundária ou reação intermediária) pode durar de
dez dias a três meses e sofrer de 33% a 66% da variação do preço primário,
sendo este desde o swing médio anterior ou início do movimento principal.
3 – O “swing curto” (movimentos menores) varia de horas a um mês ou um
pouco mais.Os três movimentos podem ser simultâneos: um swing curto dentro
de um swing médio de baixa que está dentro de um movimento principal de
alta.

3. As Tendências Têm Três Fases


Uma tendência principal passará por três fases.
1) Acumulação: num mercado de alta (Bull Market) a fase de acumulação
começa quando os investidores mais bem informados (geralmente traders
experientes e grandes instituições) formam suas posições. Os preços se
movimentam de forma lenta e dentro de uma canal durante esta fase.
Geralmente, ela acontece no final de uma tendência de baixa, onde os
investidores comuns acreditam que é provável que haja mais uma queda, pois, a
perspectiva geral é pessimista. Para o smart money, entretanto, é um bom ponto
de entrada no mercado.
2) Participação Pública e Excesso: quando o preço sai da fase de acumulação,
uma nova tendência começa a se tornar visível, e então a fase de participação
dos traders e investidores começa. Cada vez mais traders e investidores aderem
à tendência, impulsionando os preços mais para o alto. Quanto mais a tendência
durar, mais os investidores entrarão no mercado, gerando momentum.Excesso:
a fase de participação do público é a mais longa das três fases do mercado e, no
final, ela formará um excesso, onde a tendência se acelera ainda mais. Durante
este período, a euforia e o otimismo irracional muitas vezes entram no mercado,
levando a um comportamento do tipo bolha. É nesta fase que o smart
money começa a se desfazer de suas posições, pois, esses mercados são frágeis e
extremamente voláteis.
3) Distribuição: esta é a origem e a fase inicial de um mercado de baixa (bear
market), sendo o oposto da fase de acumulação. Quando os investidores
informados se desfazem de suas posições durante a fase de excesso, eles agora
entrarão em novas posições vendidos durante a fase de distribuição. Nesta fase,
o mercado tende a estar sobre-comprado, embora os traders e investidores mal
informados ainda acreditem que mais otimismo está a caminho.

4. As Médias do Mercado Devem Confirmar Umas às Outras


Para que uma tendência seja estabelecida, os índices ou as médias do mercado
devem confirmar uns aos outros. Isso significa que os sinais que ocorrem em
um índice devem corresponder aos sinais dos outros. Se, por exemplo, Ibovespa
está confirmando uma nova tendência de alta, mas, o IBR-X permanece em uma
tendência de queda, os traders não devem presumir que uma nova tendência
tenha começado.

5. O Volume Deve Confirmar a Tendência


A Dow acreditava que o volume confirmava as tendências de preço. Quando os
preços se movem com um volume baixo, pode haver muitas explicações
diferentes. Quando os preços são acompanhados de alto volume, Dow
acreditava que isso representava a visão de mercado verdadeira, pois, se muitos
participantes estão ativos em um determinado ativo e o preço se move
significativamente em uma direção, essa é a direção na qual o mercado antecipa
o movimento contínuo.

6. Tendências Persistem Até Que Uma Clara Reversão Ocorra


Para Dow, as tendências existiam apesar do ruído de mercado, onde eles podem
se mover, temporariamente, na direção oposta à tendência, mas, logo retomarão
o movimento anterior. A tendência deve receber o benefício da dúvida durante
essas reversões. Determinar se uma reversão é o início de uma nova tendência
ou um movimento temporário na tendência atual não é fácil e ferramentas de
análise técnica tentam prever isto, embora elas possam ser interpretadas de
diferentes formas por diferentes investidores.
Muitos analistas técnicos consideram a Teoria de Dow e seu estudo como a
principal premissa da AT moderna.

Analise Técnica Funciona?


Quando usada de forma a tentar entender qual o provável movimento de um
determinado ativo, ela pode funcionar muito bem.

A AT é mais uma ferramenta que o trader deve usar com cuidado, sempre levando
em conta o contexto de sua análise.
Não se pode afirmar com certeza se determinada análise feita usando as
ferramentas fornecidas pela AT está correta.

Entretanto, traders mais experientes conseguem empregá-la com bastante acerto.

Análise Técnica: Por Que é a Mais Usada no Mundo?


Muitos traders trabalham no curto prazo, sendo day trade ou swing trade.

Apesar da importância dos fundamentos dos ativos, a movimentação no curto


prazo pode ser prevista com certa acurácia usando a AT.

Fora que no maior mercado do mundo, que é o de Forex (com mais de 5 trilhões
de dólares negociados todos os dias), os traders não têm acesso à todas
informações como as fornecidas pela bolsa, sendo a AT a principal ferramenta de
análise para eles.
O Mercado Visual
Você já deve ter ouvido esta frase (ou talvez não).

O que ela quer dizer é que muitos traders têm como referência padrões
desenhados no gráfico.

O que significa dizer que quando determinados padrões são desenhados é


esperado um determinado comportamento, sendo esta expectativa o sinal de
entrada ou saída de um trader.
Veremos mais a frente os conceitos de suporte e resistência: estas são linhas
traçadas no gráfico onde mostram um determinado nível de preço que o ativo não
consegue ultrapassar.
Quando o ativo atinge essas linhas, geralmente, é um sinal de compra ou venda
(dependendo das condições de mercado e o tal do contexto).

AT vs. Análise Fundamentalista


Por que utilizar a AT e não a análise fundamentalista?

São conceitos muitos diferentes: a escola fundamentalista, como o próprio nome


sugere, analisa os fundamentos das empresa, tais como: lucro, fluxo de caixa,
expectativas futuras e etc.

Os analistas usam os demonstrativos das empresas (DRE) e seus balanços para


fazer sua análise.

Para investidores, como o famoso Warren Buffett, o que importa são os


fundamentos da empresa, logo, estes investidores de longo prazo fazem uso da
análise fundamentalista para tomar suas decisões sobre a compra ou venda de
uma determinada ação.
Uma Questão de Horizonte
Para o longo prazo, faz mais sentido os fundamentos da empresa, afinal, os ruídos
de curto e médio prazo podem e irão existir e impactar no preço de uma empresa
com bons fundamentos.

Contudo, no longo prazo a tendência é o preço da ação de uma boa empresa subir.

Para o analista técnico, estes ruídos são oportunidades: mesmo numa tendência de
alta, quando um determinado ativo atingir um determinado nível técnico onde vá,
possivelmente, sofrer uma correção para baixo, o trader entra vendido para se
aproveitar deste ruído.

O Fundamentalista e a AT
Não é porque o fundamento de uma empresa é bom que o investidor não deve
fazer uso da AT.

O investidor que faz buy and hold pode se aproveitar de momentos de baixa e alta
para maximizar seus lucros.
Vamos olhar as imagens abaixo:
Vamos, primeiro, entender o gráfico: é o gráfico da empresa Petrobrás (PETR4)
que vai de Janeiro de 2002 até Abril vemos de 2002 até Junho de 2019.

As linhas verdes são as de mercado de alta e a em vermelha de mercado de baixa.

Supondo que o investidor tenha comprado em Janeiro de 2002 e só vendido em


Junho de 2019, o seu ganho foi de 747,70%. Um ganho sensacional!

Agora, vamos supor uma situação diferente, onde o investidor fez uso da AT para
sair e entrar das suas posições. Serão no total três trades. Vamos olhar os gráficos
abaixo:

Aqui, o investidor compra em Janeiro de 2002 e vende no final de Outubro de


2008, quando a ação confirma a quebra da tendência de alta. Ganho de 441,85%.
Nesta segunda etapa, o investidor espera a confirmação de uma tendência de baixa
e vende a ação em Abril de 2011. O investidor zera sua posição (recompra) em
Junho de 2017, quando há a quebra da tendência de baixa. Ganho de 53,42%.

Na terceira e última etapa, o investidor compra no início da tendência de alta e


vende em Junho de 2019. Ganho de 118,00%.

Agora, vamos comparar o ganho do investidor sem e com a AT no gráfico abaixo:

O que temos: considerando que o investidor tenha iniciado seus investimentos


com R$ 1.000, utilizando técnicas simples de AT ele conseguiria, na situação
proposta, um ganho 2,29 maior do que somente comprando e segurando a ação.
Isto porque estamos considerando que ele não se desfez de suas ações
quando o mercado entrou em pânico em 2016.
Unindo Forças
Claro que este é um exemplo hipotético e que olhando o gráfico passado tudo ficar
fácil.

O importante aqui não é se apegar aos números ou à Petrobrás em si, mas,


entender que as duas análises podem andar de mãos dadas para maximizar o lucro
do investidor de longo prazo.

Bem como o trader de curto prazo pode se aproveitar dos fundamentos da


empresa, sejam eles bons ou ruins, para fazer seus trades, aproveitando um ruído
de mercado.

Como Utilizar a AT
Para prever o comportamento futuro do preço de um ativo usando a AT, vamos
precisar de um gráfico.

Além do gráfico, usaremos, também, alguns indicadores técnicos.

Vamos agora entender os principais elementos que compõe nosso gráfico de


análise.

Candlesticks
O gráfico de candlesticks (ou gráfico de velas) foi inventado pelos japoneses em
torno de 1700 para acompanhar o preço do arroz, e hoje é um “padrão” na análise
de gráficos.
O que cada candle nos mostra dos preços:

 Abertura
 Fechamento
 Máxima
 Mínima
Os candlesticks podem ser de alta ou de baixa, sendo representados pela cor verde
ou branca no primeiro caso e vermelha ou preta no segundo, como no gráfico
abaixo:
Estrutura de um Candlestick.
Um candlestick de alta é considerado como tal quando o preço de fechamento do
mesmo se encontra acima do preço de abertura, e o contrário vale para o de baixa.

Cada candlestick num gráfico representa um período de tempo ou um determinado


número de negócios realizado.

Vamos observar os gráficos abaixo:

Dólar futuro: gráfico de 5 minutos.


O gráfico acima é o do contrato de dólar futuro, onde cada candlestick representa 5
minutos de negociação.

Dólar futuro: gráfico de 400 trades.


Este gráfico também é do dólar futuro, porém, cada candlestick representa 400
negócios (trades) realizados.
Tempo ou Negócio, Qual o Melhor?
Esta é uma dúvida muito comum: qual melhor para usar?

Não há resposta correta ou errada, há apenas preferência e tecnicalidades.

Quando um ativo é pouco líquido, seu gráfico fica com buracos quando analisado
com candlesticks de tempo:

AALR3: candlesticks de 5 minutos.


Cada traço que você vê no gráfico da empresa AALR3 sem corpo e sombra é uma
janela de 5 minutos onde não houve negócio.
Observe agora a mesma empresa, no mesmo dia, com gráfico de negócios (trades):
AALR3: candlesticks de 10 trades.
Agora faz mais sentido para os olhos, não?

Acima temos o gráfico da AALR3 onde cada candlestick representa 10 negócios


realizados.

Para ativos pouco negociados (pouco líquidos), o gráfico de trades é a melhor


opção.

Suportes e Resistências / Topos e Fundos


Os topos e fundos são padrões gráficos formados que nos indicam,
respectivamente, um nível máximo e mínimo que o ativo atingiu no período
analisado.

Esses topos e fundos se formam, pois, quando chegam em determinados níveis de


preço a pressão da contraparte é mais forte e leva o preço para o outro lado.
Por exemplo, quando chega num determinado nível de preço onde a força
compradora enfraquece e a vendedora se fortalece, o preço reverte, formando um
topo:

Dólar futuro com topos e fundos.


Este é o gráfico diário do dólar futuro.

Note como ao se aproximar dos círculos em verde a pressão vendedora é maior


que a compradora, levando o preço para baixo.

O contrário acontece quando o preço se aproxima dos círculos vermelhos: a


pressão compradora é maior que a vendedora, revertendo o preço.

As linhas traçadas são suportes e resistências formados por estes topos e fundos.

Vale lembrar que nem todo topo é topo nem todo fundo é fundo: o trader deve
analisar se é relevante o bastante o determinado topo ou fundo para ser
classificado como tal:
Dólar futuro e pontos interessantes.
Voltando ao gráfico de dólar futuro, vamos analisar os círculos em amarelo e azul
agora.

Os círculos amarelos não representam nada: são apenas ruídos. Poderíamos ter
feito muito mais deles, mas, só iria poluir demais a imagem.

O círculo e linha em azul é bem interessante: note como a força compradora foi
forte neste ponto, fazendo o preço voltar para cima e buscar o topo no primeiro
círculo.

No segundo círculo azul, observe que o dólar futuro trabalhou alguns dias nesta
região antes de conseguir furar este “suporte secundário”.

Vale observar que o mesmo nível de preço que serviu como suporte/fundo, ao ser
vencido serviu como resistência/topo no curto prazo.
Tendências
A importância da correta identificação dos topos e fundos é para identificar,
corretamente, a tendência de um ativo.

Qualquer ativo/mercado pode estar em três estados:

1. Em consolidação (lateral, de lado, sem tendência).


2. Em tendência de alta.
3. Em tendência de baixa.
Mercado em Consolidação
Um mercado lateral é definido por topos e fundos paralelos, na mesma região de
preço.
O preço não precisa ser exatamente igual, mas, sim, uma região onde o mercado
trabalha.

Mercado lateral.
O gráfico acima, do índice Ibovespa Futuro diário, mostra um mercado lateral.

Note como o mercado está andando de lado, sem tendência definida e dentro de
um range de negociação.
Quando o mercado extrapola as linhas de suporte e resistência, logo voltam para
dentro da área de negociação.

Importante ressaltar que os mercados ficam laterais em torno de 70% do


tempo (ou até mais dependendo do período analisado).
Lembra da teoria de Dow?

Pois bem, um mercado consolidado pode tanto estar em acumulação como em


distribuição.

Mercado em Tendência de Alta


Um mercado em tendência de alta é definido por topos e fundos ascendentes.

Mercado em tendência de alta.


Acima temos o índice futuro semanal.

Notamos, claramente, a tendência de alta pelo topos e fundos ascendentes.

Quando traçamos as retas, o que temos?

O que chamamos na AT de LTA, ou Linha de Tendência de Alta.


Da mesma forma que um mercado lateral trabalha dentro de uma região definida,
o mercado em tendência também.

A diferença é que esta região é ascendente, e não lateral.

Mercado em Tendência de Baixa

Mercado em tendência de baixa.


Novamente, temos o índice futuro semanal.

Desta vez, entretanto, observamos uma tendência de baixa.

As duas retas paralelas formam a LTB, ou Linha de Tendência de Baixa.

Assim como nos gráficos anteriores, o mercado trabalha dentro de uma região
descendente.

Médias Móveis
Talvez o mais popular instrumento usado na AT, as médias móveis são retas que
“seguem” o preço.

Elas podem ser calculadas de várias maneiras, sendo as mais populares as Médias
Móveis Simples (MMS) e Médias Móveis Exponenciais (MME).
A partir das médias de preços dos últimos ‘x’ períodos, onde ‘x’ é escolhido pelo
trader, as médias são calculadas.

Média Móvel Simples


A MMS é uma média simples, que soma os preços dos últimos períodos e divide por
‘n’:

Fórmula da média móvel simples.

Gráfico com média móvel simples.


No gráfico acima temos o índice futuro diário com duas médias móveis: uma
calculada com os últimos 9 períodos (verde) e outra com os últimos 40 períodos
(amarela).

Média Móvel Exponencial


A MME usa no seu cálculo uma ponderação onde dá maior participação aos últimos
períodos analisados, sendo, assim, mais responsiva aos preços mais novos.

Gráfico com média móvel exponencial.


Comparando este gráfico com o anterior, notamos como a média móvel
exponencial é mais responsiva, fazendo curvas mais sinuosas.
Cruzamento de Médias Móveis
Esta técnica consiste na compra ou venda do ativo quando houver o cruzamento,
para cima ou para baixo, de duas médias móveis.

Cruzamento de médias móveis.


Como podemos observar no gráfico acima, dependendo das condições de mercado
esta técnica pode funcionar muito bem, dando bons sinais de compra e venda.

Entretanto, é necessário o cuidado ao empregar esta técnica, visto que ela pode
render muitos sinais falsos:
Cruzamento de médias móveis com falsos sinais.
Repare quantos sinais foram dados no intervalo de tempo do gráfico acima, que
compreende das 15h57 até 16h33: todos falsos.

Índice de Força Relativa


Este indicador, também conhecido pelo acrônimo IFR, é um indicador de
momentum.

O que ele faz é analisar o tamanho das mudanças recentes no preço para então
dizer se o ativo está sobre-comprado ou sobre-vendido.
A escala vai de 0 a 100, onde, tradicionalmente, um valor de 30 ou menos indica
uma condição de sobre-venda (geralmente, um sinal para compra) e um valor de
70 ou mais indica uma condição sobre-compra (geralmente, um sinal para venda).
Cálculo do IFR

Fórmula do IFR.
MG = Média simples dos preços de fechamento do ativo quando apresentou ganho.
MP = Média simples dos preços de fechamento do ativo quando apresentou perda.

Reversão vs. Continuidade

O IFR é um indicador que tem que ser entendido.

A ideia comum é que quando o IFR atinge a banda inferior (de 30 ou menos), o
movimento de venda está perdendo o fôlego, dando um sinal para entrar
comprado.

Assim como quando o IFR atinge a banda superior (70 ou mais), o movimento de
compra está perdendo o fôlego, dando um sinal para entrar vendido.

Pode até funcionar:


IFR #1.
Acima, neste gráfico diário de PETR4, vemos como o IFR funciona perfeitamente,
indicando uma compra e uma venda cirúrgica.

Agora, vamos olhar o gráfico abaixo:


IFR #2.
Veja que o IFR não sai do sinal de sobre-venda, entretanto, o ativo não sobe.

Se o trader entrar comprado em cada sinal dado, vai tomar stop o dia inteiro.

O que aconteceu?

Nada, apenas uma má leitura do sinal.

O IFR pode tanto indicar sobre-compra e sobre-venda como a continuidade de


um momentum.
No caso do gráfico #2, o ativo (no caso, PETR4) segue em queda contínua e o IFR
indica que o momentum de venda é contínuo ao longo do dia.

Contexto
Simples assim: contexto importa!
Como uma “regra básica”, se o ativo estiver lateral durante o dia, o IFR como sinal
de sobre-compra e venda vai funcionar bem.

Caso o ativo esteja em forte tendência, o IFR vai servir como um confirmação da
continuidade do momentum.
MACD

Moving Average Convergence Divergence, ou “Convergência e Divergência


de Médias Móveis”, este é mais um indicador de momentum.
A composição do MACD é a que segue:

 Linha MACD: diferença entra a MME (média móvel exponencial) de 12


períodos (curto-prazo) e a MME de 26 períodos (longo-prazo).
 Linha de Sinal: MME de 9 períodos.
 Histograma: Linha MACD – Linha de Sinal.
Os Sinais
Este indicador nos dá 3 sinais:

1. Compra – quando a linha do MACD cruza para cima da linha de sinal.


2. Venda – quando a linha do MACD cruza para baixo da linha de sinal.
3. Reversão de tendência – quando a direção das linhas do indicador
divergem da direção dos preços, indicando um enfraquecimento do
momentum atual e uma possível reversão.
Vamos olhar o gráfico abaixo:
MACD
Note como alguns dos sinais de compra e venda funcionam bem e outros
nem tanto.

Mais um vez, o contexto importa.

Conclusão
Muito mais do que tentar acertar exatamente as entradas e depender de fórmulas
matemáticas, o trader deve ler e interpretar as informações fornecidas pelos
indicadores.
Os indicadores podem, em determinado dia, funcionar perfeitamente!

Contudo, pode ser que no dia seguinte o trader devolva tudo e mais um pouco por
ter confiado nos indicadores e aumentado a mão.
O grande lance para os indicadores funcionarem continuamente é a calibragem dos
mesmos.

O timeframe selecionado para operar (1 minuto, 5 minutos, 7 minutos, 15 minutos,


etc) e os períodos selecionados para os cálculos dos indicadores, irão influenciar os
sinais, ou seja, dependendo da configuração do seu gráfico e dos seus indicadores
os sinais serão diferentes.

O que concluímos com isso: não há uma fórmula única para geração de sinais
confiáveis!
Dará muito mais trabalho recalibrar seu gráfico e indicador a todos instante do que
compreendê-lo dentro do que já está acostumado a trabalhar.

A AT é uma grande aliada dos traders quando usada com sabedoria e quando o
trader não põe fórmulas matemáticas acima de sua capacidade analítica.

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