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CUSTOS
MICROECONOMIA I (1GE105)
II – CONCEITOS BÁSICOS
4. CUSTOS
4.1. CUSTOS RELEVANTES PARA A DECISÃO
4.2. FUNÇÕES CUSTO
4.3. CUSTOS E DIMENSÃO DAS EMPRESAS
4. CUSTOS
Leituras obrigatórias
Mata, J, op. cit., pp. 153-176
Link: https://s.up.pt/q3ke
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4. CUSTOS
Objetivos de aprendizagem
Distinguir entre diferentes tipo de custos, como custos Determinar a curva de custo total de curto e longo prazo a partir de
contabilísticos e custos económicos, custos explícitos e implícitos, uma função de produção;
custo de oportunidade, custos afundados e custos não afundados;
Ilustrar graficamente a relação entre as curvas de custo total de
Conhecer os principais tipos de custos relevantes para a tomada de curto e longo prazo;
decisão;
Entender a alteração das curvas de custo de longo prazo com o
Conhecer as funções de custo das empresas; preço dos inputs;
Entender o conceito de minimização dos custos da empresa no Derivar as curvas de custo médio e de custo marginal de curto e
longo prazo; longo prazo a partir da curva de custo total correspondente;
Ser capaz de usar a estática comparada para analisar as Entender e distinguir entre os conceitos de custo médio de curto
consequências da alteração do preço dos inputs e da quantidade prazo, custo marginal de curto prazo, custo variável médio, custo
produzida; fixo médio;
Entender o problema de minimização do custo de produção da Entender o conceito de economias e deseconomias de escala;
empresa no curto prazo e analisar a escolha dos fatores de
produção; Entender o conceito de economias de gama e de experiência;
Traçar e entender o conceito de curva de custo total de curto e Identificar algumas das formas funcionais mais comuns utilizadas
longo; para estimar funções de custo total.
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4. CUSTOS
4.1. Custos relevantes para a decisão
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4. CUSTOS
4.1. Custos relevantes para a decisão
Custos explícitos: custos que envolvem uma despesa ou gasto monetário direto. Como
os salários dos trabalhadores, despesas com eletricidade, água, seguros,
telecomunicações, combustíveis, etc.
Custos implícitos: custos que não envolvem um fluxo monetário direto, mas que são
efetivamente incorridos e devem ser considerados na tomada de decisão da empresa.
Não há contudo qualquer obrigação contratual de pagamento, como as rendas a que a
empresa renuncia por não arrendar as suas instalações ou por não alugar os seus
equipamentos.
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4. CUSTOS
4.1. Custos relevantes para a decisão
Custos relevantes
O conceito de custo relevante é o conceito de custo de oportunidade.
Considere que uma empresa tem que decidir entre um conjunto de alternativas
mutuamente exclusivas (A, B, C, D) sendo que B é melhor do que D, que é melhor do
que A, que por sua vez é melhor do que C.
Custo de oportunidade
Exemplo:
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4.1. Custos relevantes para a decisão
Custo de oportunidade
O custo de oportunidade de uma decisão é o valor da melhor alternativa sacrificada,
quando outra alternativa é escolhida, ou seja, o valor que a empresa obteria se fizesse
a melhor aplicação possível daquele recurso.
Exemplo 1: A empresa Peixe e Peixe, S.A. é detentora de uma fábrica de conservas na cidade Dragão Azul. A fábrica é proprietária das suas próprias
instalações, as quais se encontram já amortizadas. Admita que o Plano Diretor Municipal permite a construção de apartamentos naquela localização.
O terreno no qual a fábrica se encontra instalada tem 10000m2. O preço médio dos terrenos para construção de habitação, naquela localização é de
1000€/m2. Como calcularia o custo de oportunidade? Porquê?
Exemplo 2: O João é dono de uma empresa de serviços informáticos. Neste momento está a analisar se deve ou não continuar a sua atividade
empresarial em 2015. No estudo que realizou considerou o total dos custos em que tinha que incorrer (salários dos trabalhadores, custos variáveis,
amortizações, juros, impostos, etc.) no valor de 70000€/ano. Contudo o João recebeu uma proposta para trabalhar numa empresa de informática na
Califórnia auferindo um salário de 250000€/ano. Qual o custo de oportunidade do negócio, se o João resolver continuar em Portugal e manter a
empresa a funcionar?
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4. CUSTOS
4.1. Custos relevantes para a decisão
Custo de oportunidade
Os custos de oportunidade são utilizados para avaliar as diversas alternativas
(mutuamente exclusivas) com que a empresa se defronta. Os custos de oportunidade
dependem das alternativas que a empresa tem quando toma uma dada decisão.
Exemplo: Admita que está previsto um concerto para o fim de ano e que cada bilhete custa 50€. Admita ainda que comprou 2 bilhetes. No momento
da compra o custo de oportunidade dos bilhetes é o preço dos bilhetes, ou seja 100€. Admita agora que há uma procura excedentária de bilhetes e
que os bilhetes se esgotaram logo que foram postos à venda. No dia seguinte, na internet, vendiam-se 2 bilhetes a 150€. Qual o custo de
oportunidade dos bilhetes?
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4. CUSTOS
4.1. Custos relevantes para a decisão
Custo de oportunidade
Para as empresas o custo de oportunidade de utilizar um dado fator de produção é o
preço corrente do fator produtivo no mercado.
No exemplo anterior, para um consumidor, o custo de oportunidade é, no momento da compra, o preço dos bilhetes: se não comprar os bilhetes ele
poupa 100€. Mas, no dia seguinte, é o que ganha (o que deixa de ganhar) se (não) revender os bilhetes: 150€. Em ambos os casos o custo de
oportunidade por unidade de bem (fator) é o preço de mercado do bem (fator).
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4.1. Custos relevantes para a decisão
Custo de oportunidade
Assim, por exemplo, admitam que uma empresa de construção metálica adquiriu há
seis meses aço no valor de 1M€. Hoje o valor de mercado do aço que se encontra em
stock e que a empresa vai começar a utilizar na produção é de 1,2M€. Qual o custo de
oportunidade do aço há 6 meses? E hoje?
O custo de oportunidade hoje é distinto da despesa em aço que a empresa realizou há
6 meses. De facto, há seis meses as opções eram comprar (e gastar 1M€) ou não
comprar (e poupar 1M€): o custo de oportunidade da decisão de adquirir o aço é de
1M€.
Hoje, a decisão da empresa é usar o aço que tem em stock para a produção dos
produtos da empresa ou vender o aço no mercado. Se vender o aço no mercado a
empresa recebe 1,2M€. Esse é o custo de oportunidade de usar o aço na produção.
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4.1. Custos relevantes para a decisão
Custo de oportunidade
Os custos de oportunidade são diferentes porque há diferentes alternativas, para
decisões diferentes em circunstâncias diferentes.
Em ambos os casos o custo de oportunidade foi avaliado tomando como referência o
preço do recurso no mercado. O custo de oportunidade de um recurso é o que a
empresa poupa (ou ganha) por não utilizar o recurso.
Podia, há seis meses, não adquirir o aço (poupava o custo do aço no mercado) ou pode
hoje não utilizar o aço e vendê-lo no mercado.
Em qualquer dos casos o custo de oportunidade é o preço de mercado do recurso, no
momento da tomada de decisão: o preço do aço há seis meses quando decidiu entre
comprar ou não comprar; o preço do aço hoje quando decide entre utilizar o aço na
produção ou vendê-lo.
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4. CUSTOS
4.1. Custos relevantes para a decisão
Os custos que são refletidos nas contas das empresas são os custos explícitos.
Os custos explícitos são insuficientes para a tomada de decisões.
Para a tomada de decisões todos os custos em que a empresa incorre, sejam explícitos
ou implícitos, são relevantes.
Exemplo: a utilização de recursos próprios tem que ser considerada para calcular os custos económicos e determinar o lucro económico.
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4.1. Custos relevantes para a decisão
Para determinados ativos o valor atual pode ser muito diferente do valor de aquisição,
sobretudo quando os equipamentos se tornam rapidamente obsoletos.
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4.1. Custos relevantes para a decisão
Exemplo: se a empresa detém as suas próprias instalações esse custo não é em regra reportado contabilisticamente (para além das
depreciações/amortizações) mas deve ser considerado do ponto de vista económico.
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4.1. Custos relevantes para a decisão
Custos afundados
Custos afundados (sunk costs): são custos irrecuperáveis no caso da empresa querer
encerrar a sua atividade. São custos que não podem ser evitados quando a empresa
decide encerrar. São custos em que a empresa já incorreu e que não consegue
recuperar independentemente das decisões que toma.
Os custos afundados não fazem parte dos custos de oportunidade.
Custos não afundados (nonsunk costs): custos em que a empresa incorre apenas se
toma uma determinada decisão.
Exemplo: admita que vai construir uma pista de bowling. A construção da pista custa 1M€ e a pista não tem qualquer uso alternativo.
Para decidirmos se construímos ou não a pista, o custo da pista (1M€) não é um custo afundado, porque antes de construir esse custo pode ser
evitado. Mas após a construção da pista, o custo da pista é um custo afundado (se quisermos decidir se vamos abrir a pista ou se a vamos encerrar)
porque o investimento realizado não pode ser recuperado ou pode ser apenas parcialmente recuperado (neste caso o valor do custo afundado seria o
valor do investimento que não pode ser recuperado).
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4.1. Custos relevantes para a decisão
Custos afundados
Os custos afundados são custos irreversíveis, irrecuperáveis se a empresa decidir
interromper a sua atividade. A irreversibilidade dos custos está associada, em regra, a
duas características dos ativos da empresa: a durabilidade e a especificidade.
Durabilidade: se o investimento se amortizar num período curto o valor do
investimento pode ser rapidamente incorporado no produto a que dá origem; o valor
residual é baixo e portanto os custos afundados serão baixos. Contudo os investimentos
têm em geral efeitos (benefícios) económicos que se fazem sentir por períodos
alargados de tempo. Admitam que a empresa realizou o investimento necessário ao
início de operações, que uma parte significativa desse investimento são bens de
equipamento e instalações e que confrontada com a deterioração das condições de
mercado a empresa decidiu encerrar as instalações. Neste caso a empresa não vai
conseguir recuperar uma grande parte do valor do investimento inicial.
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4. CUSTOS
4.1. Custos relevantes para a decisão
Custos afundados
Especificidade: Se os bens forem muito específicos de uma dada atividade, se não
forem facilmente utilizáveis por outras atividades, os custos afundados podem ser
elevados. O custo do fator produtivo é um custo afundado se não existir nenhum uso
alternativo para esse fator.
Exemplo: Um estudo de mercado para lançar um produto novo; um estudo de uma marca publicitária; uma linha de caminho de ferro para servir uma
mina ou uma fábrica (versus o material circulante); as tuneladoras do metro de Lisboa.
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4. CUSTOS
4.1. Custos relevantes para a decisão
Para efeito de cálculo económico que valor deve ser atribuído a um ativo?
O seu custo de oportunidade. Para efeito de cálculo económico o valor relevante é
quanto a empresa deixa de poder receber por usar o ativo. Assim, no cálculo do valor
de um investimento futuro o valor a atribuir é o custo de oportunidade do
investimento: se em vez de investir 1M€ num negócio decidisse colocar 1M€ em
produtos financeiros, com uma taxa de remuneração de 10%/ano. Como valorizar um
ativo?
Suponha que a empresa, no momento zero, pondera comprar uma máquina que custa
10.000€. Depois da máquina instalada, se a empresa quiser desfazer-se da máquina,
não consegue obter mais de 500€.
CO antes de fazer o investimento (comprar a máquina) = 10.000€
CO depois de realizar o investimento (máquina comprada e instalada) = 500€
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4.1. Custos relevantes para a decisão
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4.1. Custos relevantes para a decisão
Para estimar os custos de uma decisão devem considerar-se apenas os custos que são
efetivamente influenciados pela decisão em avaliação.
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4.2. Funções custo
Para tomar decisões a empresa deve comparar os diferentes níveis de custo em que
incorre quando produz diferentes quantidades com os diferentes níveis de receita
associados a cada uma das quantidades.
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4.2. Funções custo
Custos fixos são custos que não variam com a quantidade produzida, custos em que a
empresa incorre independentemente da quantidade produzida.
Exemplos: o custo de um equipamento, as rendas das instalações ou as amortizações das instalações, o valor das licenças e alvarás, etc.
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4.2. Funções custo
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4.2. Funções custo
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4.2. Funções custo
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4.2. Funções custo
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4.2. Funções custo
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4.2. Funções custo
CmdPL(Q) = CT(Q)/Q
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4.2. Funções custo
CmgPL(Q) = ∆CT(Q)/∆Q
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4.2. Funções custo
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4.2. Funções custo
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4.2. Funções custo
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4.2. Funções custo
CFM(Q) = CFT(Q)/Q
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4.2. Funções custo
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4.2. Funções custo
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4.2. Funções custo
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4.2. Funções custo
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4.2. Funções custo
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4.2. Funções custo
A curva de custo total de curto prazo está acima da curva de longo prazo.
Quando a quantidade é tal que a quantidade de input fixo utilizada (no curto prazo)
coincide com a quantidade ótima desse fator no longo prazo, a curva de curto prazo e a
de longo prazo coincidem.
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4.2. Funções custo
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4.2. Funções custo
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4.2. Funções custo
A envolvente do CmdPL
As curvas de CmdPC estão
acima da curva de CmdPL
exceto nos pontos
assinalados.
Se a empresa quisesse
produzir Q=1, no longo
prazo deveria escolher
uma dimensão K1; Q=2,
K2; mas se produzir Q=2
no curto prazo, com K1, o
custo seria C.
(B&B, op. cit., p. 251)
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4.2. Funções custo
A envolvente do CmdPL
As curvas de CmdPC estão
acima da curva de CmdPL
exceto nos pontos A, B e
D.
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4.3. Custos e dimensão das empresas
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4.3. Custos e dimensão das empresas
Se a 𝜖CT,Q < 1 => CmgPL < CmdPL, pelo que o CmdPL é decrescente com Q. A função custo
exibe economias de escala.
Se a 𝜖CT,Q > 1 => CmgPL > CmdPL, pelo que o CmdPL é crescente com Q. A função custo
exibe deseconomias de escala.
Se a 𝜖CT,Q = 1 => CmgPL = CmdPL, pelo que o CM é invariável com Q.
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4.3. Custos e dimensão das empresas
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4.3. Custos e dimensão das empresas
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4.3. Custos e dimensão das empresas
Economias de gama
Existem economias de gama se a produção de um conjunto de produtos por uma
mesma empresa, é feita de forma mais eficiente (a um menor custo) do que a produção
dessa mesma quantidade dos mesmos produtos por por empresas diferentes,
produzindo cada uma um só produto.
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4.3. Custos e dimensão das empresas
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4.3. Custos e dimensão das empresas
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4.3. Custos e dimensão das empresas
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4.3. Custos e dimensão das empresas
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4.3. Custos e dimensão das empresas
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4.3. Custos e dimensão das empresas
Economias de experiência
A variação dos custos à medida que varia o volume de produção acumulado pode ser
representada por uma função do tipo:
-b
QC =CQ1
Economias de experiência
O que é o volume de produção acumulado?
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4.3. Custos e dimensão das empresas
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