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Capítulo 7: Custo de produção

CAPÍTULO 7
CUSTO DE PRODUÇÃO
OBSERVAÇÕES PARA O PROFESSOR
Os principais tópicos deste capítulo são:
 a diferença entre custos contábeis e custos econômicos de produção,
 as definições de custo total, custo médio e custo marginal no curto e no longo prazo,
 a representação gráfica do custo total, médio e marginal, e
 a minimização de custos, apresentada graficamente ao longo do capítulo e matematicamente no
apêndice.
É importante distinguir entre custos contábeis e econômicos para deixar claro para os
estudantes que uma situação com lucro (econômico) zero pode ser um equilíbrio de longo prazo.
As definições e gráficos das curvas de custo formam a base dos tópicos a serem discutidos no
Capítulo 8 (oferta da empresa), razão pela qual é recomendável dedicar bastante tempo à sua
discussão. Por fim, o problema de minimização de custos permite entender o processo de escolha,
por parte da empresa, dos insumos a serem utilizados na produção de determinada quantidade de
produto; tal discussão está baseada no conceito de isoquanta, apresentado no Capítulo 6. Além
desses tópicos, o capítulo permite discutir a idéia de utilização dos insumos até o ponto em que o
preço se iguala à receita do produto marginal do insumo (Capítulo 14). Este capítulo também
contém três seções que podem ser abordadas como tópicos especiais (produção com dois insumos,
mudanças dinâmicas nos custos e estimativa do custo) ou podem ser puladas, caso desejado.
A noção de custo de oportunidade constitui a base conceitual deste capítulo. A maioria dos
estudantes pensa nos custos no sentido estritamente contábil; é necessário, entretanto, que eles
passem a entender a diferença entre custo contábil, custo econômico e custo de oportunidade. O
conceito de custo de oportunidade do capital pode apresentar dificuldades para os estudantes, que
podem não entender a razão pela qual a taxa de locação do capital deve ser considerada
explicitamente pelos economistas. É importante, por exemplo, distinguir entre o preço de aquisição
dos equipamentos e o custo de oportunidade de usar tal equipamento. O custo de oportunidade do
tempo de um indivíduo também pode causar alguma confusão para os estudantes.
Após a discussão sobre custo de oportunidade, o capítulo avança em duas direções: na
primeira, apresentam-se os diferentes tipos de custo e de curvas de custo; na segunda, analisa-se o
problema da minimização de custos. Ambos os caminhos convergem para a discussão sobre custo
médio no longo prazo.
Embora a discussão das definições de custos total, fixo, médio e marginal, bem como das
relações gráficas entre eles, possa parecer tediosa e/ou pouco interessante para o estudante, trata-se
de material importante para a derivação da curva da oferta da empresa, no Capítulo 8. A
elaboração de exemplos numéricos baseados em tabelas de custos pode ser útil para esclarecer para
alguns estudantes as diferenças entre os vários tipos de custos. Explique que cada empresa tem um
único conjunto de curvas de custo baseadas na sua função de produção específica e na conseqüente
função de custo total. Discuta a importância dos rendimentos de escala e dos rendimentos
decrescentes na explicação do formato das curvas de custo. Os fatos de que o custo médio tende a
apresentar formato em U no curto prazo e de que o custo marginal intercepta as curvas de custo
médio e custo variável médio nos respectivos pontos de mínimo devem estar claros para os
estudantes. Após a discussão das curvas de custo, pode-se aplicar os conceitos apresentados na

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escolha do nível de produção que maximiza o lucro e na derivação da curva de oferta da empresa
e, portanto, do setor.
O problema de minimização de custos permite responder um tipo de pergunta diferente,
relativo à quantidade de insumos necessária para determinado nível de produção. Mostre aos
estudantes que a condição necessária para a minimização de custos, segundo a qual a razão dos
produtos marginais deve ser igual à razão dos custos dos insumos, é muito semelhante à condição
necessária para a maximização de lucros.
É necessária uma clara compreensão dos conceitos de custo no curto prazo e minimização
de custos para que os estudantes tenham condições de entender a derivação do custo médio no
longo prazo. No que diz respeito a este último tópico, enfatize que as empresas operam ao longo
das curvas de custo no curto prazo para cada nível do fator fixo e que os custos no longo prazo não
existem separadamente dos custos no curto prazo. O Exercício (6) ilustra a relação entre custos no
longo prazo e minimização de custos, ressaltando a importância do caminho de expansão. Mostre a
relação entre o formato da curva de custo no longo prazo e os rendimentos de escala.

QUESTÕES PARA REVISÃO

1. Uma empresa paga anualmente ao seu contador honorários no valor de $10.000. Trata-se
de um custo econômico?
Os custos explícitos são pagamentos efetivos, que incluem todos os custos que
envolvam uma transação monetária. Um custo implícito é um custo econômico que
não envolve necessariamente uma transação monetária, mas envolve o uso de
recursos. Quando uma empresa paga a seu contador $10.000 como honorários
anuais, ocorre uma transação monetária: o contador oferece seu tempo em troca de
dinheiro. Logo, os honorários anuais são custos explícitos.
2. A proprietária de uma pequena loja cuida pessoalmente do trabalho contábil. De que
forma você mediria o custo de oportunidade desse trabalho?
Os custos de oportunidade são calculados a partir da comparação entre o uso
corrente do recurso e seus usos alternativos. O custo de oportunidade do trabalho
contábil é o tempo que deixa de ser gasto em outras atividades, como a
administração de um negócio ou a realização de atividades de lazer. O custo
econômico do trabalho contábil é obtido calculando-se o maior valor monetário
que poderia ser obtido de outras atividades.
3. Diga se as afirmações a seguir são verdadeiras ou falsas e explique por quê.
a. Se um empresário não paga salário a si mesmo, o custo contábil é zero, mas o custo
econômico é positivo.
Verdadeira. Uma vez que não há transação monetária, não há custo contábil, ou
explícito. Entretanto, uma vez que o empresário poderia estar trabalhando em
qualquer outro lugar, há custo econômico, que é positivo, refletindo o custo de
oportunidade do tempo do empresário. O custo econômico é o valor da melhor
alternativa seguinte, ou o valor que o empresário ganharia se ele tivesse o melhor
emprego seguinte.
b. Uma empresa que tenha lucro contábil positivo não necessariamente tem lucro

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econômico positivo.
Verdadeira. O lucro contábil considera apenas os custos monetários, explícitos.
Uma vez que pode haver alguns custos de oportunidade que não tenham se
caracterizado totalmente como custos monetários explícitos, é possível que,
quando os custos de oportunidades forem acrescentados, o lucro econômico se
torne negativo. Isso indica que os custos da empresa não estão sendo empregados
do melhor modo.
c. Se uma empresa contrata um trabalhador atualmente desempregado, o custo de
oportunidade de utilizar os serviços desse trabalhador é zero.
Falso. O custo de oportunidade mede o valor do tempo do trabalhador, que tende
a ser diferente de zero. Embora o trabalhador esteja temporariamente
desempregado, ele ainda tem habilidades, que têm um valor e tornam maior do
que zero o custo de oportunidade da contratação do trabalhador. Além disso, uma
vez que o custo de oportunidade é o equivalente da melhor opção seguinte do
trabalhador, ele pode encontrar um trabalho melhor em que suas habilidades
sejam utilizadas de maneira mais eficiente. Há também a possibilidade de que ele
faça trabalho não remunerado, como cuidar voluntariamente de crianças ou
pessoas idosas, que tem valor para a pessoa que está recebendo o serviço.
4. Suponhamos que o trabalho seja o único insumo variável no processo produtivo. Se o
custo marginal de produção vai diminuindo à medida que mais unidades são produzidas, o
que podemos dizer sobre o produto marginal do trabalho?
O produto marginal do trabalho deve ser crescente. O custo marginal da produção
mede o custo adicional de uma unidade a mais de produção. Se os custos forem
decrescentes, então dever ser necessário menos unidades de trabalho para fazer a
unidade adicional de produção, uma vez que o custo adicional se refere ao custo
adicional do trabalho. Se são necessárias menos unidades de trabalho adicional para
que se faça uma unidade a mais de produção, então o produto marginal (produção
adicional feita por uma unidade adicional de trabalho) deve ser crescente. Observe
também que CMgL = w/PMgL, de modo que CMg é decrescente e, portanto, PMg L
deve ser decrescente para qualquer valor de w.
5. Suponhamos que um fabricante de cadeiras descubra que a taxa marginal de substituição
técnica de trabalho por capital em seu processo produtivo seja substancialmente maior do
que a razão entre a taxa de locação das máquinas e o custo do trabalho na linha de
montagem. De que forma você acha que ele deveria alterar sua utilização de capital e
trabalho para poder minimizar seu custo de produção?
Para minimizar o custo, o fabricante deveria usar uma combinação de capital e
trabalho tal que a taxa de substituição de capital por trabalho no seu processo
produtivo seja igual à taxa de troca entre capital e trabalho nos mercados externos.
O fabricante estaria em melhor situação se aumentasse o uso de capital e reduzisse
o uso de trabalho, diminuindo a taxa marginal de substituição técnica, TMST. Ele
deveria continuar a substituir trabalho por capital até o ponto em que a TMST fosse
igual à razão entre a taxa de locação do capital e o salário pago aos trabalhadores.
A TMST, neste caso, é igual a PMgK/PMgL. À medida que o fabricante usa mais K
e menos L, o PMgK diminuirá e o PMgL aumentará, dos quais ambos diminuirão a
TMST até que esta seja igual à razão dos preços dos insumos (taxa do aluguel sobre
capital dividida pela taxa do trabalho).
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6. Por que as linhas de isocusto são retas?


A linha de isocusto representa todas as possíveis combinações de trabalho e capital
que podem ser adquiridas a um dado custo total. A inclinação da linha de isocusto é
a razão entre os preços dos insumos trabalho e capital. Se os preços dos insumos
são fixos, a razão desses preços é fixa e a linha de isocusto é reta. A linha de
isocusto não é reta apenas quando a razão dos preços dos insumos varia conforme
as quantidades utilizadas também variam.
7. Suponha que o custo marginal de produção esteja crescendo. Você pode dizer se o custo
variável médio está diminuindo ou aumentando? Explique.
Um custo marginal crescente é compatível com um custo variável médio crescente
ou decrescente. Se o custo marginal for menor (maior) que o custo variável médio,
cada unidade adicional de produção adicionará ao custo total menos (mais) que as
unidades anteriores, o que implica que o CVMe está diminuindo (aumentando).
Logo, é necessário saber se o custo marginal é maior que o custo variável médio
para determinar se o b é crescente ou decrescente.
8. Suponha que o custo marginal de produção seja maior que o custo variável médio. Você
pode dizer se o custo variável médio está diminuindo ou aumentando? Explique.
Para que o custo variável médio seja crescente (decrescente), cada unidade
adicional de produção deve adicionar ao custo variável mais (menos) que as
unidades anteriores, na média. Portanto o custo marginal é maior (menor) do que o
custo variável médio. Na verdade, o ponto onde o custo marginal excede o custo
variável médio é também aquele em que o custo variável médio começa a
aumentar.
9. Se as curvas de custo médio de uma empresa apresentam formato em U, por que sua
curva de custo variável médio atinge seu nível mínimo em um nível de produção mais baixo
do que a curva de custo médio total?
O custo total é igual ao custo fixo mais o custo variável. O custo total médio é igual
ao custo fixo médio mais o custo variável médio. Em um gráfico, a diferença entre
as curvas de custo total e custo variável médio, ambas em formato de U, é a curva
do custo fixo médio. Se o custo fixo for positivo, o custo variável médio mínimo
deve ser menor do que o custo total médio mínimo. Além disso, dado que o custo
fixo médio diminui continuamente à medida que aumenta a produção, o custo total
médio deve continuar a diminuir mesmo após o custo variável médio ter atingido
seu ponto de mínimo, pois a redução no custo fixo médio é inicialmente maior do
que o aumento no custo variável médio. A partir de um certo nível de produção, a
redução no custo fixo médio torna-se menor do que o aumento no custo variável
médio, de modo que o custo total médio passa a aumentar.
10. Se uma empresa apresenta rendimentos crescentes de escala até determinado nível de
produção e os custos começam a subir conforme a produção, o que você pode dizer a
respeito do formato da curva de custo médio no longo prazo dessa empresa?
Quando a empresa apresenta rendimentos crescentes de escala, sua curva de custo
médio no longo prazo apresenta inclinação descendente. Quando a empresa
apresenta rendimentos constantes de escala, sua curva de custo médio no longo
prazo é horizontal. Se a empresa apresenta inicialmente rendimentos crescentes de

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escala e depois rendimentos constantes de escala, sua curva de custo médio no


longo prazo inicialmente cai e depois se torna horizontal.
11. De que forma uma variação no preço de um insumo pode alterar o caminho de expansão
da empresa no longo prazo?
O caminho de expansão descreve a combinação de insumos que a empresa deve
escolher para obter cada nível de produção com o mínimo custo. Tal combinação
depende da razão entre os preços dos insumos: se o preço de um insumo muda, a
razão de preços também muda. Por exemplo, se o preço de um insumo aumenta,
deve-se comprar uma quantidade menor do insumo para manter o custo total
constante, e o intercepto da linha de isocusto no eixo do insumo em questão se
move na direção da origem. Além disso, a inclinação da linha de isocusto, dada
pela razão de preços, muda. À medida que a razão de preços muda, a empresa
substitui o insumo que se tornou relativamente mais caro pelo insumo mais barato.
Logo, o caminho de expansão se inclina na direção do eixo do insumo
relativamente mais barato.
12. Explique a diferença entre economias de escala e economias de escopo. Por que um pode
estar presente sem o outro?
As economias de escala se referem à produção de um bem e ocorrem quando
aumentos proporcionais nas quantidades de todos os insumos levam a um aumento
mais do que proporcional na produção. As economias de escopo se referem à
produção de mais de um bem e ocorrem quando o custo da produção conjunta dos
bens é menor do que a soma dos custos de produzir cada bem separadamente. Não
há relação direta entre rendimentos crescentes de escala e economias de escopo, de
modo que a produção pode apresentar uma característica sem a outra. Veja o
Exercício (14) para um caso com rendimentos constantes de escala e economias de
escopo.
13. O caminho de expansão da empresa é sempre uma linha reta?
Não. Se o caminho de expansão da empresa é uma linha reta, a empresa sempre
usa capital e trabalho na mesma proporção. Se a razão capital/trabalho muda à
medida que a produção aumenta, o caminho de expansão não é uma linha reta.
14. Qual a diferença entre economias de escala e rendimentos de escala?
As economias de escala medem a relação entre custo e produção, ou seja, quando a
produção dobra, o custo dobra, mais do que dobra ou não chega a dobrar. Os
rendimentos de escala medem o que acontece com a produção quando todos os
insumos dobram.

EXERCÍCIOS
1. Joe, um programador de computadores que ganhava $50.000 por ano, pede demissão e
abre sua própria empresa de software, instalada em um imóvel próprio que ele antes
alugava por $24.000 anuais. No primeiro ano do negócio, ele teve as seguintes despesas:
$40.000 do salário pago a ele mesmo; $0 de aluguel; $25.000 de outras despesas. Calcule o
custo contábil e o custo econômico associados à empresa de Joe.
O custo contábil representa as despesas reais, que são $40.000 + $0 + $25.000 =

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Capítulo 7: Custo de produção

$65.000. O custo econômico inclui o custo contábil, mas também leva em conta o
custo de oportunidade. Portanto, o custo econômico incluirá, além do custo
contábil, um adicional de $24.000, pois Joe abre mão de $24.000 ao não alugar o
imóvel, e um adicional de $10.000, pois ele paga a si mesmo um salário que está
$10.000 abaixo que o do mercado ($50.000 – $40.000). O custo econômico é,
portanto, de $99.000.
2. a. Preencha as lacunas da tabela a seguir.
Unidades Custo Custo Custo Custo Custo fixo Custo Custo
produzida fixo variável total marginal médio variável total
s médio médio
0 100 0 100 -- -- 0 --
1 100 25 125 25 100 25 125
2 100 45 145 20 50 22,5 72,5
3 100 57 157 12 33,3 19 52,3
4 100 77 177 20 25 19,25 44,25
5 100 102 202 25 20 20,4 40,4
6 100 136 236 34 16,67 22,67 39,3
7 100 170 270 34 14,3 24,3 38,6
8 100 226 326 56 12,5 28,25 40,75
9 100 298 398 72 11,1 33,1 44,2
10 100 390 490 92 10 39 49

b. Desenhe um gráfico que mostre o custo marginal, o custo variável médio e o custo total
médio, com o custo no eixo vertical e a quantidade no eixo horizontal.
O custo total médio tem formato de U e alcança o mínimo quando a produção é 7,
com base na tabela acima. O custo variável médio também tem formato de U e
alcança o mínimo quando a produção é 3. Observe na tabela que o custo variável
médio está sempre abaixo do custo total médio. A diferença entre os dois custos é
o custo fixo médio. O custo marginal é primeiro decrescente, para uma
quantidade 3, com base na tabela, e então aumenta à medida que q aumenta. O
custo marginal deve apresentar intersecção com o custo variável médio e o custo
total médio em seus respectivos pontos mínimos, embora isso não seja refletido
com precisão nos números da tabela. Se fossem dadas as funções específicas no
problema, em vez de apenas uma série de números, então seria possível encontrar
o ponto exato da intersecção entre o custo marginal e o custo total médio e entre o
custo marginal e o custo variável médio. As curvas tendem a apresentar
intersecção a uma quantidade que não é um número inteiro e, assim, não estão
listadas na tabela acima.
3. Uma empresa tem um custo fixo de produção de $5.000 e um custo de produção
marginal constante de $500 por unidade.
a. Qual é a função de custo total da empresa? E de custo médio?
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O custo variável da produção de uma unidade adicional, o custo marginal, é


constante para $500, então CV = $500 e CVT = CV/q = $500q/q = $500. O custo
fixo é $5.000 e o custo fixo médio é $5.000/q. A função de custo total é o custo
fixo somado ao custo variável ou CT = $5.000 + $500q. O custo total médio é a
soma do custo variável médio e do custo fixo médio: CTM = $500 + $5.000/q.
b. Se quiser minimizar o custo total médio, a empresa deve optar por ser muito
pequena ou muito grande? Explique.
A empresa deve optar por ter uma produção muito grande porque o custo total
médio continuará a diminuir à medida que q aumentar. À medida que q se tornar
infinitamente grande, o CTM será igual a $500.
4. Suponhamos que uma empresa deva pagar um imposto anual que corresponde a uma
quantia fixa, independentemente de apresentar alguma produção ou não.
a. Como esse imposto afetaria os custos fixos, marginais e variáveis da empresa?
O custo total, CT, é igual ao custo fixo, CF, mais o custo variável, CV. Os custos
fixos não variam com a quantidade produzida. Dado que o imposto, F, é um valor
fixo, os custos fixos da empresa aumentam no valor do imposto. Logo, o custo
médio, dado por (CF + CV)/q, e o custo fixo médio, dado por CF/q, aumentam no
valor da taxa média do imposto F/q. Observe que o imposto não afeta o custo
variável médio. Além disso, tendo em vista que o custo marginal é a variação no
custo total associada à produção de uma unidade adicional e que o valor do imposto
é constante, o custo marginal não se altera.
b. Agora suponhamos que o imposto seja proporcional ao número de unidades
produzidas. Novamente, como esse imposto afetaria os custos fixos, marginais e
variáveis da empresa?
Seja t o imposto por unidade. Quando um imposto é cobrado sobre cada unidade
produzida, os custos variáveis aumentam em tq. O custo variável médio aumenta
em t, e, dado que o custo fixo é constante, o custo (total) médio também aumenta
em t. Além disso, dado que o custo total aumenta em t para cada unidade adicional,
o custo marginal também aumenta em t.
5. Segundo um recente artigo da Business Week:
Durante a queda nas vendas de automóveis, a GM, a Ford, e a Chrysler
decidiram que era mais econômico vender automóveis com prejuízos para
locadoras do que despedir funcionários. Isso porque é caro fechar e abrir
fábricas, em parte porque os acordos atuais com os sindicatos da indústria
automobilística prevêem a obrigatoriedade de as empresas pagarem salários a
muitos trabalhadores, mesmo que estes não estejam trabalhando.

Quando o artigo menciona a venda de carros com prejuízos, está se referindo ao


lucro contábil ou econômico? Explique brevemente como eles se distinguem nesse
caso.
Quando o artigo menciona a venda de carros com prejuízos, está se referindo ao
lucro contábil. O artigo afirma que o preço obtido na venda dos automóveis para
as locadoras era menor do que o custo contábil. O lucro econômico seria a
diferença entre o preço e o custo de oportunidade dos automóveis. Tal custo de
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Capítulo 7: Custo de produção

oportunidade representa o valor de mercado de todos os insumos utilizados na


produção dos automóveis. O artigo menciona que as empresas automobilísticas
devem pagar a seus trabalhadores mesmo que estes não estejam trabalhando (e,
portanto, produzindo automóveis). Isso implica que os salários pagos a tais
trabalhadores são custos irreversíveis e, conseqüentemente, não entram no custo
de oportunidade da produção. Por outro lado, os salários são incluídos nos custos
contábeis, que devem, portanto, ser maiores do que os custos de oportunidade.
Logo, o lucro contábil deve ser menor do que o lucro econômico.

6. Suponhamos que a economia entre em recessão e o custo da mão de obra caia 50%, com
perspectiva de que venha a permanecer em tal nível por um longo tempo. Mostre
graficamente de que forma essa variação de preço do trabalho em relação ao preço do
capital influenciaria o caminho de expansão da empresa.
A figura a seguir mostra uma família de isoquantas e duas curvas de isocusto. As
unidades de capital são medidas no eixo vertical, e as unidades de trabalho, no eixo
horizontal. (Observação: ao desenharmos essa figura, presumimos que a função de
produção que dá origem às isoquantas apresenta rendimentos constantes de escala,
o que resulta num caminho de expansão linear. Entretanto, os resultados a seguir
não dependem dessa hipótese.)
Se o preço do trabalho diminui enquanto o preço do capital é constante, a curva de
isocusto gira para fora em torno de seu intercepto no eixo do capital. Como o
caminho de expansão é o conjunto de pontos nos quais a TMST é igual à razão dos
preços, à medida que as curvas de isocusto giram para fora, o caminho de expansão
gira na direção do eixo do trabalho. Com a redução do preço relativo do trabalho, a
empresa utiliza mais trabalho à medida que a produção aumenta.

7. O custo para um passageiro voar do ponto A até o ponto B é de $50.000. A companhia


aérea executa essa rota quatro vezes por dia, às 7h, às 10h, às 13h e às 16h. O primeiro e o
último vôos vão lotados, com 240 passageiros. O segundo e o terceiro vão com metade da
capacidade. Calcule o custo médio por passageiro de cada vôo. Suponha que a companhia
o contrate como consultor de marketing e queira saber que tipo de cliente deve tentar
atrair — o cliente dos horários de pico (o primeiro e o último vôos) ou o cliente dos vôos
vazios (os dois do meio). Que orientação você lhes daria?
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Capítulo 7: Custo de produção

O custo médio por passageiro é $50.000/240 para os vôos lotados e $50.000/120


para os vôos com metade da capacidade. A companhia aérea deveria se concentrar
em atrair mais clientes dos vôos vazios a fim de reduzir o custo médio por
passageiro nesses vôos. O custo médio por passageiro já está minimizado para os
dois vôos dos horários de pico.
8. Você é gerente de uma fábrica que produz motores em grande quantidade por meio de
equipes de trabalhadores que utilizam máquinas de montagem. A tecnologia pode ser
resumida pela função de produção:
q = 5KL
onde q é o número de motores, K é o número de máquinas e L, o número de equipes de
trabalho. Cada máquina é alugada ao custo r de $10.000 por semana e cada equipe custa w
= $5.000 por semana. O custo dos motores é dado pelo custo das equipes e das máquinas
mais $2.000 de matérias-primas por máquina. Sua fábrica possui 5 máquinas de
montagem.
a. Qual a função de custo de sua fábrica, isto é, quanto custa produzir q motores?
Quais os custos médios e marginais para produzir q motores? Como os custo médios
variam com a produção?
K é fixo no nível de 5. A função de produção no curto prazo é, portanto, q = 25L.
Isso implica que, para qualquer nível de produção q, o número de equipes de
trabalho contratadas será L = q/25. A função de custo total, portanto, é dada pela
soma dos custos de capital, trabalho e matérias-primas:
CT(q) = rK + wL + 2.000q = (10.000)(5) + (5.000)(q/25) + 2.000q
= 50.000 + 2.200q
A função de custo médio é dada por:
CMe(q) = CT(q)/q = (50.000 + 2.200q)/q
e a função de custo marginal é dada por:
CMg(q) = CT/Q = 2.200
Os custos marginais são constantes e os custos médios são decrescentes (devido
ao custo fixo de capital).
b. Quantas equipes são necessárias para produzir 250 motores? Qual o custo médio
por motor?
Para produzir q = 250 motores, são necessárias L = q/25 ou L = 10 equipes de
trabalho. O custo médio é dado por
CMe(q = 250) = [50.000 + 2.200(250]/250 = 2.400.
c. Solicitaram a você que fizesse recomendações para o projeto de uma nova fábrica.
O que você sugeriria? Em particular, se o objetivo fosse minimizar o custo total de
produção a qualquer nível de q, com que relação capital/trabalho (K/L) a nova
fábrica deveria operar??
Agora, abandonamos a hipótese de que K é fixo no nível de 5. Devemos encontrar
a combinação de K e L que minimiza os custos para qualquer nível de produção q.
A regra de minimização de custo é dada por:
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Capítulo 7: Custo de produção

Para calcular o produto marginal do capital, observe que, se aumentarmos K em 1


unidade, q aumentará em 5L, de modo que PMgK = 5L. Analogamente, observe
que, se aumentarmos L em 1 unidade, Q aumentará em 5K, de modo que PMgL =
5K. Matematicamente,
PMgK = Q/K = 5L e PMgL = Q/L = 5K.
Inserindo essas fórmulas na regra de minimização de custo, obtemos:
5L/r = 5K/w  K/r =5.000/10.000 = 1/2.
A nova fábrica deveria operar com uma razão capital/trabalho de 1 para 2.
Observe que a empresa está operando atualmente com essa razão capital/trabalho.
9. A função de custo no curto prazo de uma empresa é expressa pela equação CT = 200 +
55q, em que CT é o custo total e q é a quantidade total produzida, ambos medidos em
dezenas de milhares de unidades.
a. Qual é o custo fixo da empresa?

Quando q = 0, CT = 200, de modo que o custo fixo é igual a 200 (ou $200.000).

b. Caso a empresa produzisse 100.000 unidades de produto, qual seria seu custo variável
médio?

Com 100.000 unidades, q = 100. O custo variável é 55q = (55)(100) = 5.500 (ou
$5.500.000). O custo variável médio é CVMe/q = $5.500/100 = $55, ou $55.000.
c. Qual seria seu custo marginal de produção?
Com um custo variável médio constante, o custo marginal é igual ao custo variável
médio, $55 por unidade (ou $55.000).
d. Qual seria seu custo fixo médio?
Para q = 100, o custo fixo médio é CFMe/q = $200/100 = $2, ou $2.000.
e. Suponhamos que a empresa faça um empréstimo e expanda sua fábrica. Seu custo
fixo subirá em $50.000, porém seu custo variável cairá para $45.000 por 10.000
unidades. O custo dos juros (J) também entra na equação. Cada aumento de 1% na
taxa de juros eleva os custos em $3.000. Escreva a nova equação de custo
O custo fixo muda de 200 para 250. medido em milhares. O custo variável diminui
de 55 para 45, também medido em milhares. O custo fixo também inclui
pagamento de juros: 3J. A equação do custo é
C = 250 + 45q + 3J.
10. Um fabricante de cadeiras contrata sua mão-de-obra para a linha de montagem por $30
por hora e calcula que o aluguel de suas máquinas seja de $15 por hora. Suponhamos que
uma cadeira possa ser produzida utilizando-se 4 horas entre tempo de trabalho e de
máquina, sendo possível qualquer combinação entre os insumos. Se a empresa estiver
utilizando atualmente 3 horas de trabalho para cada hora de máquina, ela está minimizando
seus custos de produção? Em caso afirmativo, qual a razão disso? Em caso negativo, de que

102
Capítulo 7: Custo de produção

forma a empresa poderia melhorar essa situação? Ilustre graficamente a isoquanta e as


duas linhas de isocusto para a combinação atual de trabalho e capital e para a combinação
ótima de trabalho e capital.
Se a empresa pode produzir uma cadeira utilizando quatro horas de trabalho ou
quatro horas de capital, máquinas, ou qualquer combinação dos insumos, então a
isoquanta é uma linha reta com inclinação de –1 e interceptos em K = 4 e L = 4,
conforme mostra a figura a seguir.
A linha de isocusto, CT = 30L + 15K tem inclinação de –30/15 = –2 com o capital
no eixo vertical e interceptos em K = CT/15 e L = CT/30. O ponto de custo mínimo
é uma solução de canto, onde L = 0 e K = 4. Nesse ponto, o custo total é $60. São
ilustradas no gráfico duas linhas de isocusto. A primeira está além da origem e
representa o custo mais alto ($105) de usar 3 unidades de trabalho e 1 de capital.
Para a empresa a opção ótima será mover-se para a segunda linha de isocusto, que
está mais próxima da origem e representa um custo mais baixo ($60). Em geral, a
empresa quer estar na linha de isocusto mais baixa possível, que é a linha de
isocusto mais baixa que ainda apresenta intersecção com a isoquanta dada.

11. Suponhamos que a função de produção de uma empresa seja q = 10L½K½. O custo de
uma unidade de trabalho é $20 e o custo de uma unidade de capital é $80.
a. Atualmente, a empresa está produzindo 100 unidades e acredita que as quantidades
de trabalho e capital minimizadoras de custo sejam 20 e 5, respectivamente. Ilustre
isso graficamente, usando isoquantas e linhas de isocusto.
A isoquanta é convexa. As quantidades ótimas de trabalho e capital são dadas
pelo ponto em que a linha de isocusto é tangente à isoquanta. A linha de isocusto
tem inclinação de 1/4, dado que o trabalho está no eixo horizontal. O custo total é
CT = $20 * 20 + $80 * 5 = $800, assim a linha de isocusto tem a equação $800 =
20L + 80K. No gráfico, o ponto ótimo é o A.

103
Capítulo 7: Custo de produção

b. A empresa agora quer aumentar a produção para 140 unidades. Se o capital é fixo
no curto prazo, quanto trabalho será necessário? Ilustre isso graficamente e calcule
o novo custo total da empresa.
O novo nível do trabalho é 39,2. Para obter esse valor, use a função de produção
q = 10L1/2K1/2 e substitua a produção por 140 e o capital por 5. O novo custo é CT
= $20 * 39,2 + $80 * 5 = $1.184. A nova isoquanta para uma produção de 140
está acima e à direita da isoquanta antiga para uma produção de 100. Uma vez
que o capital é fixo no longo prazo, a empresa se moverá horizontalmente para a
nova isoquanta e o novo nível do trabalho. Esse é o ponto B no gráfico a seguir.
Isso não tende a ser o ponto de minimização do custo. Dado que a empresa quer
aumentar a produção, tende a empregar mais capital no longo prazo. Observe
também que há pontos na nova isoquanta que estão abaixo da nova linha de
isocusto. Todos esses pontos envolvem o emprego de mais capital.

c. Identifique graficamente o nível de capital e trabalho minimizador de custos no


longo prazo, caso a empresa queira produzir 140 unidades.
Esse é o ponto C no gráfico acima. Quando a empresa está no ponto B, não está
minimizando os custos. Para ela a opção ótima será empregar mais capital e
menos trabalho e se mover para a nova linha de isocusto. Todas as três linhas de
isocusto acima são paralelas e têm a mesma inclinação.
d. Se a taxa marginal de substituição técnica for K/L, calcule os níveis ótimos de
capital e trabalho necessários para produzir 140 unidades.
Estabeleça que a taxa marginal de substituição técnica é igual à razão dos custos
dos insumos de modo que Agora insira isso na função de
104
Capítulo 7: Custo de produção

produção para K, iguale q a 140 e resolva para

O novo custo é CT = $20 * 28 + $80 * 7 ou $1.120.

*12. A função de custo de uma empresa fabricante de computadores, relacionando seu custo
médio de produção, CMe, com sua produção cumulativa, Q (em milhares de computadores
produzidos), e com o tamanho de sua fábrica em termos de milhares de computadores
produzidos anualmente, q, para uma produção na faixa de 10.000 a 50.000 computadores, é
expressa pela equação
CMe = 10 – 0,1Q + 0,3q.
a. Existe um efeito de curva de aprendizagem?
A curva de aprendizagem descreve a relação entre a produção cumulativa e os
insumos necessários para produzir uma unidade de produção. O custo médio mede
os requisitos de insumo por unidade de produção. Existe um efeito de curva de
aprendizagem se o custo médio cai à medida que aumenta a produção cumulativa.
No caso em questão, o custo médio diminui à medida que aumenta a produção
cumulativa, Q. Logo, existe um efeito de curva de aprendizagem.
b. Existem economias ou deseconomias de escala?
As economias de escala podem ser medidas calculando-se a elasticidade custo-
produção, que medem a variação percentual do custo da produção resultante de um
aumento percentual na produção. Há economias de escala se a empresa pode dobrar
sua produção com menos do que o dobro do custo. Há economias de escala porque
o custo médio da produção diminui à medida que a produção aumenta, devido ao
efeito de aprendizagem.
c. Ao longo de sua existência, a empresa já produziu um total de 40.000 computadores e
está produzindo 10.000 máquinas este ano. No ano que vem, ela planeja aumentar
sua produção para 12.000 computadores. Será que seu custo médio de produção
aumentará ou diminuirá? Explique.
Primeiro, calcule o custo médio no ano corrente:
CMe1 = 10 – 0,1Q + 0,3q = 10 – (0,1)(40) + (0,3)(10) = 9.
Segundo, calcule o custo médio no ano seguinte:
CMe2 = 10 – (0,1)(50) + (0,3)(12) = 8,6.
(Observação: a produção cumulativa aumentou de 40.000 para 50.000.)
O custo médio diminuirá devido ao efeito da aprendizagem.
13. Suponhamos que a função de custo total no longo prazo para uma empresa seja expressa
pela equação cúbica: CT = a + bq + cq2 + dq3. Mostre (utilizando o cálculo integral) que essa
função de custo é consistente com a curva de custo médio com formato em U, pelo menos
para alguns valores dos parâmetros a, b, c e d.
Para mostrar que a equação de custo cúbico implica uma curva de custo médio com
formato em U, utilizamos álgebra, cálculo e a teoria econômica para impor
restrições sobre os sinais dos parâmetros da equação. Essas técnicas são ilustradas
no exemplo abaixo.
105
Capítulo 7: Custo de produção

Primeiro, se a produção é igual a zero, então, CT = a, onde a representa os custos


fixos. No curto prazo, os custo fixos são positivos, a > 0, porém, no longo prazo,
em que todos os insumos são variáveis, a = 0. Logo, impomos a restrição de que a
deve ser zero.
Em seguida, sabendo que o custo médio deve ser positivo, divide-se CT por Q:
CMe = b + cQ + dQ2.
Essa equação é simplesmente uma função quadrática, que pode ser representada
graficamente em dois formatos básicos: formato em U e formato em U invertido.
Estamos interessados no formato em U, ou seja, em uma curva com um ponto de
mínimo (custo médio mínimo), em vez do formato em U invertido, com um ponto
de máximo.
No ponto de mínimo, a inclinação deve ser zero, assim a primeira derivada da
curva de custo médio com relação a Q deve ser igual a zero. Para uma curva de
CMe com formato em U, a segunda derivada da curva de custo médio deve ser
positiva.
A primeira derivada é c + 2dQ; a segunda derivada é 2d. Se a segunda derivada
deve ser positiva, d > 0. Se a primeira derivada deve ser igual a zero, resolvendo
para c em função de Q e d obtemos: c = –2dQ. Se d e Q são positivos, c deve ser
negativo: c < 0.
A restrição sobre b baseia-se no fato de que, no seu ponto de mínimo, o custo
médio dever ser positivo. O ponto de mínimo ocorre quando c + 2dQ = 0.
c
Resolve-se para Q em função de c e d: Q    0 . Em seguida, substitui-se Q por
2d
esse valor na nossa expressão de custo médio e simplifica-se a equação:

, ou

o que implica que . Dado que c2 > 0 e d > 0, b deve ser positivo.

Em resumo, para curvas de custo médio de longo prazo com formato em U, a deve ser
zero, b e d devem ser positivos, c deve ser negativo e 4db > c2. Entretanto, as
condições não asseguram que o custo marginal seja positivo. Para assegurar que o
custo marginal possua um formato em U e que seu ponto de mínimo seja positivo,
utilizando o mesmo procedimento, ou seja, resolvendo para Q no custo marginal
mínimo c / 3d , e substituindo na expressão do custo marginal b + 2cQ + 3dQ2,
encontramos que c2 deve ser menor que 3bd. Observe que os valores dos parâmetros
que satisfazem essa condição também satisfazem 4db > c2; o contrário, porém, não é
verdadeiro.
Por exemplo, sejam a = 0, b = 1, c = –1, d = 1. O custo total é Q – Q2 + Q3; o custo
médio é 1 – Q + Q2; e o custo marginal é 1 – 2Q + 3Q2. O custo médio mínimo é
Q = 1/2 e o custo marginal mínimo é 1/3 (suponha que Q seja medido em dúzias de

106
Capítulo 7: Custo de produção

unidades, de modo que não há produção de unidades fracionadas). Veja a figura a


seguir.

14. Uma empresa de computadores produz hardware e software utilizando a mesma fábrica
e os mesmos trabalhadores. O custo total da produção de unidades de hardware, H, e de
unidades de software, S, é expresso pela equação:
CT = aH + bS – cHS,
onde a, b e c são positivos. Será que essa função de custo total condiz com a presença de
economias ou deseconomias de escala? E com economias ou deseconomias de escopo?
Há dois tipos de economias de escala a se considerar: economias de escala
economias de escala multiproduto e economias de escala específicas para cada
produto. Aprendemos na Seção 7.5 que as economias de escala multiproduto para o
caso de dois produtos, SH,S, são dadas por

onde CMgH é o custo marginal de produção de hardware e CMgS é o custo marginal


de produção de software. As economias de escala específicas para cada produto
são:

onde CT(0,S) implica a não-produção de hardware e CT(H,0) implica a não-


produção de software. Sabe-se que o custo marginal de um insumo é a inclinação
do custo total com relação àquele insumo. Sendo
,
107
Capítulo 7: Custo de produção

obtém-se CMgH = a – cS e CMgS = b – cH.


Inserindo tais expressões nas fórmulas de SH,S, SH, e SS:
aH  bS  cHS
SH ,S  ou
Ha  cS   Sb  cH
aH  bS  cHS
S H ,S   1 , porque cHS > 0. Além disso,
H a  S b  2 cH S

, ou

e similarmente

Há economias de escala multiproduto, SH,S > 1, porém rendimentos de escala


específicos para cada produto constantes, SH = SS = 1.
Temos economias de escopo se SC > 0, onde (a partir da equação (7.8) no texto):

, ou,

, ou

Dado que tanto cHS quanto CT são positivos, ocorrem economias de escopo.

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