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CAPÍTULO 7
CUSTO DE PRODUÇÃO
OBSERVAÇÕES PARA O PROFESSOR
Os principais tópicos deste capítulo são:
a diferença entre custos contábeis e custos econômicos de produção,
as definições de custo total, custo médio e custo marginal no curto e no longo prazo,
a representação gráfica do custo total, médio e marginal, e
a minimização de custos, apresentada graficamente ao longo do capítulo e matematicamente no
apêndice.
É importante distinguir entre custos contábeis e econômicos para deixar claro para os
estudantes que uma situação com lucro (econômico) zero pode ser um equilíbrio de longo prazo.
As definições e gráficos das curvas de custo formam a base dos tópicos a serem discutidos no
Capítulo 8 (oferta da empresa), razão pela qual é recomendável dedicar bastante tempo à sua
discussão. Por fim, o problema de minimização de custos permite entender o processo de escolha,
por parte da empresa, dos insumos a serem utilizados na produção de determinada quantidade de
produto; tal discussão está baseada no conceito de isoquanta, apresentado no Capítulo 6. Além
desses tópicos, o capítulo permite discutir a idéia de utilização dos insumos até o ponto em que o
preço se iguala à receita do produto marginal do insumo (Capítulo 14). Este capítulo também
contém três seções que podem ser abordadas como tópicos especiais (produção com dois insumos,
mudanças dinâmicas nos custos e estimativa do custo) ou podem ser puladas, caso desejado.
A noção de custo de oportunidade constitui a base conceitual deste capítulo. A maioria dos
estudantes pensa nos custos no sentido estritamente contábil; é necessário, entretanto, que eles
passem a entender a diferença entre custo contábil, custo econômico e custo de oportunidade. O
conceito de custo de oportunidade do capital pode apresentar dificuldades para os estudantes, que
podem não entender a razão pela qual a taxa de locação do capital deve ser considerada
explicitamente pelos economistas. É importante, por exemplo, distinguir entre o preço de aquisição
dos equipamentos e o custo de oportunidade de usar tal equipamento. O custo de oportunidade do
tempo de um indivíduo também pode causar alguma confusão para os estudantes.
Após a discussão sobre custo de oportunidade, o capítulo avança em duas direções: na
primeira, apresentam-se os diferentes tipos de custo e de curvas de custo; na segunda, analisa-se o
problema da minimização de custos. Ambos os caminhos convergem para a discussão sobre custo
médio no longo prazo.
Embora a discussão das definições de custos total, fixo, médio e marginal, bem como das
relações gráficas entre eles, possa parecer tediosa e/ou pouco interessante para o estudante, trata-se
de material importante para a derivação da curva da oferta da empresa, no Capítulo 8. A
elaboração de exemplos numéricos baseados em tabelas de custos pode ser útil para esclarecer para
alguns estudantes as diferenças entre os vários tipos de custos. Explique que cada empresa tem um
único conjunto de curvas de custo baseadas na sua função de produção específica e na conseqüente
função de custo total. Discuta a importância dos rendimentos de escala e dos rendimentos
decrescentes na explicação do formato das curvas de custo. Os fatos de que o custo médio tende a
apresentar formato em U no curto prazo e de que o custo marginal intercepta as curvas de custo
médio e custo variável médio nos respectivos pontos de mínimo devem estar claros para os
estudantes. Após a discussão das curvas de custo, pode-se aplicar os conceitos apresentados na
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Capítulo 7: Custo de produção
escolha do nível de produção que maximiza o lucro e na derivação da curva de oferta da empresa
e, portanto, do setor.
O problema de minimização de custos permite responder um tipo de pergunta diferente,
relativo à quantidade de insumos necessária para determinado nível de produção. Mostre aos
estudantes que a condição necessária para a minimização de custos, segundo a qual a razão dos
produtos marginais deve ser igual à razão dos custos dos insumos, é muito semelhante à condição
necessária para a maximização de lucros.
É necessária uma clara compreensão dos conceitos de custo no curto prazo e minimização
de custos para que os estudantes tenham condições de entender a derivação do custo médio no
longo prazo. No que diz respeito a este último tópico, enfatize que as empresas operam ao longo
das curvas de custo no curto prazo para cada nível do fator fixo e que os custos no longo prazo não
existem separadamente dos custos no curto prazo. O Exercício (6) ilustra a relação entre custos no
longo prazo e minimização de custos, ressaltando a importância do caminho de expansão. Mostre a
relação entre o formato da curva de custo no longo prazo e os rendimentos de escala.
1. Uma empresa paga anualmente ao seu contador honorários no valor de $10.000. Trata-se
de um custo econômico?
Os custos explícitos são pagamentos efetivos, que incluem todos os custos que
envolvam uma transação monetária. Um custo implícito é um custo econômico que
não envolve necessariamente uma transação monetária, mas envolve o uso de
recursos. Quando uma empresa paga a seu contador $10.000 como honorários
anuais, ocorre uma transação monetária: o contador oferece seu tempo em troca de
dinheiro. Logo, os honorários anuais são custos explícitos.
2. A proprietária de uma pequena loja cuida pessoalmente do trabalho contábil. De que
forma você mediria o custo de oportunidade desse trabalho?
Os custos de oportunidade são calculados a partir da comparação entre o uso
corrente do recurso e seus usos alternativos. O custo de oportunidade do trabalho
contábil é o tempo que deixa de ser gasto em outras atividades, como a
administração de um negócio ou a realização de atividades de lazer. O custo
econômico do trabalho contábil é obtido calculando-se o maior valor monetário
que poderia ser obtido de outras atividades.
3. Diga se as afirmações a seguir são verdadeiras ou falsas e explique por quê.
a. Se um empresário não paga salário a si mesmo, o custo contábil é zero, mas o custo
econômico é positivo.
Verdadeira. Uma vez que não há transação monetária, não há custo contábil, ou
explícito. Entretanto, uma vez que o empresário poderia estar trabalhando em
qualquer outro lugar, há custo econômico, que é positivo, refletindo o custo de
oportunidade do tempo do empresário. O custo econômico é o valor da melhor
alternativa seguinte, ou o valor que o empresário ganharia se ele tivesse o melhor
emprego seguinte.
b. Uma empresa que tenha lucro contábil positivo não necessariamente tem lucro
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econômico positivo.
Verdadeira. O lucro contábil considera apenas os custos monetários, explícitos.
Uma vez que pode haver alguns custos de oportunidade que não tenham se
caracterizado totalmente como custos monetários explícitos, é possível que,
quando os custos de oportunidades forem acrescentados, o lucro econômico se
torne negativo. Isso indica que os custos da empresa não estão sendo empregados
do melhor modo.
c. Se uma empresa contrata um trabalhador atualmente desempregado, o custo de
oportunidade de utilizar os serviços desse trabalhador é zero.
Falso. O custo de oportunidade mede o valor do tempo do trabalhador, que tende
a ser diferente de zero. Embora o trabalhador esteja temporariamente
desempregado, ele ainda tem habilidades, que têm um valor e tornam maior do
que zero o custo de oportunidade da contratação do trabalhador. Além disso, uma
vez que o custo de oportunidade é o equivalente da melhor opção seguinte do
trabalhador, ele pode encontrar um trabalho melhor em que suas habilidades
sejam utilizadas de maneira mais eficiente. Há também a possibilidade de que ele
faça trabalho não remunerado, como cuidar voluntariamente de crianças ou
pessoas idosas, que tem valor para a pessoa que está recebendo o serviço.
4. Suponhamos que o trabalho seja o único insumo variável no processo produtivo. Se o
custo marginal de produção vai diminuindo à medida que mais unidades são produzidas, o
que podemos dizer sobre o produto marginal do trabalho?
O produto marginal do trabalho deve ser crescente. O custo marginal da produção
mede o custo adicional de uma unidade a mais de produção. Se os custos forem
decrescentes, então dever ser necessário menos unidades de trabalho para fazer a
unidade adicional de produção, uma vez que o custo adicional se refere ao custo
adicional do trabalho. Se são necessárias menos unidades de trabalho adicional para
que se faça uma unidade a mais de produção, então o produto marginal (produção
adicional feita por uma unidade adicional de trabalho) deve ser crescente. Observe
também que CMgL = w/PMgL, de modo que CMg é decrescente e, portanto, PMg L
deve ser decrescente para qualquer valor de w.
5. Suponhamos que um fabricante de cadeiras descubra que a taxa marginal de substituição
técnica de trabalho por capital em seu processo produtivo seja substancialmente maior do
que a razão entre a taxa de locação das máquinas e o custo do trabalho na linha de
montagem. De que forma você acha que ele deveria alterar sua utilização de capital e
trabalho para poder minimizar seu custo de produção?
Para minimizar o custo, o fabricante deveria usar uma combinação de capital e
trabalho tal que a taxa de substituição de capital por trabalho no seu processo
produtivo seja igual à taxa de troca entre capital e trabalho nos mercados externos.
O fabricante estaria em melhor situação se aumentasse o uso de capital e reduzisse
o uso de trabalho, diminuindo a taxa marginal de substituição técnica, TMST. Ele
deveria continuar a substituir trabalho por capital até o ponto em que a TMST fosse
igual à razão entre a taxa de locação do capital e o salário pago aos trabalhadores.
A TMST, neste caso, é igual a PMgK/PMgL. À medida que o fabricante usa mais K
e menos L, o PMgK diminuirá e o PMgL aumentará, dos quais ambos diminuirão a
TMST até que esta seja igual à razão dos preços dos insumos (taxa do aluguel sobre
capital dividida pela taxa do trabalho).
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Capítulo 7: Custo de produção
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Capítulo 7: Custo de produção
EXERCÍCIOS
1. Joe, um programador de computadores que ganhava $50.000 por ano, pede demissão e
abre sua própria empresa de software, instalada em um imóvel próprio que ele antes
alugava por $24.000 anuais. No primeiro ano do negócio, ele teve as seguintes despesas:
$40.000 do salário pago a ele mesmo; $0 de aluguel; $25.000 de outras despesas. Calcule o
custo contábil e o custo econômico associados à empresa de Joe.
O custo contábil representa as despesas reais, que são $40.000 + $0 + $25.000 =
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$65.000. O custo econômico inclui o custo contábil, mas também leva em conta o
custo de oportunidade. Portanto, o custo econômico incluirá, além do custo
contábil, um adicional de $24.000, pois Joe abre mão de $24.000 ao não alugar o
imóvel, e um adicional de $10.000, pois ele paga a si mesmo um salário que está
$10.000 abaixo que o do mercado ($50.000 – $40.000). O custo econômico é,
portanto, de $99.000.
2. a. Preencha as lacunas da tabela a seguir.
Unidades Custo Custo Custo Custo Custo fixo Custo Custo
produzida fixo variável total marginal médio variável total
s médio médio
0 100 0 100 -- -- 0 --
1 100 25 125 25 100 25 125
2 100 45 145 20 50 22,5 72,5
3 100 57 157 12 33,3 19 52,3
4 100 77 177 20 25 19,25 44,25
5 100 102 202 25 20 20,4 40,4
6 100 136 236 34 16,67 22,67 39,3
7 100 170 270 34 14,3 24,3 38,6
8 100 226 326 56 12,5 28,25 40,75
9 100 298 398 72 11,1 33,1 44,2
10 100 390 490 92 10 39 49
b. Desenhe um gráfico que mostre o custo marginal, o custo variável médio e o custo total
médio, com o custo no eixo vertical e a quantidade no eixo horizontal.
O custo total médio tem formato de U e alcança o mínimo quando a produção é 7,
com base na tabela acima. O custo variável médio também tem formato de U e
alcança o mínimo quando a produção é 3. Observe na tabela que o custo variável
médio está sempre abaixo do custo total médio. A diferença entre os dois custos é
o custo fixo médio. O custo marginal é primeiro decrescente, para uma
quantidade 3, com base na tabela, e então aumenta à medida que q aumenta. O
custo marginal deve apresentar intersecção com o custo variável médio e o custo
total médio em seus respectivos pontos mínimos, embora isso não seja refletido
com precisão nos números da tabela. Se fossem dadas as funções específicas no
problema, em vez de apenas uma série de números, então seria possível encontrar
o ponto exato da intersecção entre o custo marginal e o custo total médio e entre o
custo marginal e o custo variável médio. As curvas tendem a apresentar
intersecção a uma quantidade que não é um número inteiro e, assim, não estão
listadas na tabela acima.
3. Uma empresa tem um custo fixo de produção de $5.000 e um custo de produção
marginal constante de $500 por unidade.
a. Qual é a função de custo total da empresa? E de custo médio?
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Capítulo 7: Custo de produção
6. Suponhamos que a economia entre em recessão e o custo da mão de obra caia 50%, com
perspectiva de que venha a permanecer em tal nível por um longo tempo. Mostre
graficamente de que forma essa variação de preço do trabalho em relação ao preço do
capital influenciaria o caminho de expansão da empresa.
A figura a seguir mostra uma família de isoquantas e duas curvas de isocusto. As
unidades de capital são medidas no eixo vertical, e as unidades de trabalho, no eixo
horizontal. (Observação: ao desenharmos essa figura, presumimos que a função de
produção que dá origem às isoquantas apresenta rendimentos constantes de escala,
o que resulta num caminho de expansão linear. Entretanto, os resultados a seguir
não dependem dessa hipótese.)
Se o preço do trabalho diminui enquanto o preço do capital é constante, a curva de
isocusto gira para fora em torno de seu intercepto no eixo do capital. Como o
caminho de expansão é o conjunto de pontos nos quais a TMST é igual à razão dos
preços, à medida que as curvas de isocusto giram para fora, o caminho de expansão
gira na direção do eixo do trabalho. Com a redução do preço relativo do trabalho, a
empresa utiliza mais trabalho à medida que a produção aumenta.
Quando q = 0, CT = 200, de modo que o custo fixo é igual a 200 (ou $200.000).
b. Caso a empresa produzisse 100.000 unidades de produto, qual seria seu custo variável
médio?
Com 100.000 unidades, q = 100. O custo variável é 55q = (55)(100) = 5.500 (ou
$5.500.000). O custo variável médio é CVMe/q = $5.500/100 = $55, ou $55.000.
c. Qual seria seu custo marginal de produção?
Com um custo variável médio constante, o custo marginal é igual ao custo variável
médio, $55 por unidade (ou $55.000).
d. Qual seria seu custo fixo médio?
Para q = 100, o custo fixo médio é CFMe/q = $200/100 = $2, ou $2.000.
e. Suponhamos que a empresa faça um empréstimo e expanda sua fábrica. Seu custo
fixo subirá em $50.000, porém seu custo variável cairá para $45.000 por 10.000
unidades. O custo dos juros (J) também entra na equação. Cada aumento de 1% na
taxa de juros eleva os custos em $3.000. Escreva a nova equação de custo
O custo fixo muda de 200 para 250. medido em milhares. O custo variável diminui
de 55 para 45, também medido em milhares. O custo fixo também inclui
pagamento de juros: 3J. A equação do custo é
C = 250 + 45q + 3J.
10. Um fabricante de cadeiras contrata sua mão-de-obra para a linha de montagem por $30
por hora e calcula que o aluguel de suas máquinas seja de $15 por hora. Suponhamos que
uma cadeira possa ser produzida utilizando-se 4 horas entre tempo de trabalho e de
máquina, sendo possível qualquer combinação entre os insumos. Se a empresa estiver
utilizando atualmente 3 horas de trabalho para cada hora de máquina, ela está minimizando
seus custos de produção? Em caso afirmativo, qual a razão disso? Em caso negativo, de que
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Capítulo 7: Custo de produção
11. Suponhamos que a função de produção de uma empresa seja q = 10L½K½. O custo de
uma unidade de trabalho é $20 e o custo de uma unidade de capital é $80.
a. Atualmente, a empresa está produzindo 100 unidades e acredita que as quantidades
de trabalho e capital minimizadoras de custo sejam 20 e 5, respectivamente. Ilustre
isso graficamente, usando isoquantas e linhas de isocusto.
A isoquanta é convexa. As quantidades ótimas de trabalho e capital são dadas
pelo ponto em que a linha de isocusto é tangente à isoquanta. A linha de isocusto
tem inclinação de 1/4, dado que o trabalho está no eixo horizontal. O custo total é
CT = $20 * 20 + $80 * 5 = $800, assim a linha de isocusto tem a equação $800 =
20L + 80K. No gráfico, o ponto ótimo é o A.
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Capítulo 7: Custo de produção
b. A empresa agora quer aumentar a produção para 140 unidades. Se o capital é fixo
no curto prazo, quanto trabalho será necessário? Ilustre isso graficamente e calcule
o novo custo total da empresa.
O novo nível do trabalho é 39,2. Para obter esse valor, use a função de produção
q = 10L1/2K1/2 e substitua a produção por 140 e o capital por 5. O novo custo é CT
= $20 * 39,2 + $80 * 5 = $1.184. A nova isoquanta para uma produção de 140
está acima e à direita da isoquanta antiga para uma produção de 100. Uma vez
que o capital é fixo no longo prazo, a empresa se moverá horizontalmente para a
nova isoquanta e o novo nível do trabalho. Esse é o ponto B no gráfico a seguir.
Isso não tende a ser o ponto de minimização do custo. Dado que a empresa quer
aumentar a produção, tende a empregar mais capital no longo prazo. Observe
também que há pontos na nova isoquanta que estão abaixo da nova linha de
isocusto. Todos esses pontos envolvem o emprego de mais capital.
*12. A função de custo de uma empresa fabricante de computadores, relacionando seu custo
médio de produção, CMe, com sua produção cumulativa, Q (em milhares de computadores
produzidos), e com o tamanho de sua fábrica em termos de milhares de computadores
produzidos anualmente, q, para uma produção na faixa de 10.000 a 50.000 computadores, é
expressa pela equação
CMe = 10 – 0,1Q + 0,3q.
a. Existe um efeito de curva de aprendizagem?
A curva de aprendizagem descreve a relação entre a produção cumulativa e os
insumos necessários para produzir uma unidade de produção. O custo médio mede
os requisitos de insumo por unidade de produção. Existe um efeito de curva de
aprendizagem se o custo médio cai à medida que aumenta a produção cumulativa.
No caso em questão, o custo médio diminui à medida que aumenta a produção
cumulativa, Q. Logo, existe um efeito de curva de aprendizagem.
b. Existem economias ou deseconomias de escala?
As economias de escala podem ser medidas calculando-se a elasticidade custo-
produção, que medem a variação percentual do custo da produção resultante de um
aumento percentual na produção. Há economias de escala se a empresa pode dobrar
sua produção com menos do que o dobro do custo. Há economias de escala porque
o custo médio da produção diminui à medida que a produção aumenta, devido ao
efeito de aprendizagem.
c. Ao longo de sua existência, a empresa já produziu um total de 40.000 computadores e
está produzindo 10.000 máquinas este ano. No ano que vem, ela planeja aumentar
sua produção para 12.000 computadores. Será que seu custo médio de produção
aumentará ou diminuirá? Explique.
Primeiro, calcule o custo médio no ano corrente:
CMe1 = 10 – 0,1Q + 0,3q = 10 – (0,1)(40) + (0,3)(10) = 9.
Segundo, calcule o custo médio no ano seguinte:
CMe2 = 10 – (0,1)(50) + (0,3)(12) = 8,6.
(Observação: a produção cumulativa aumentou de 40.000 para 50.000.)
O custo médio diminuirá devido ao efeito da aprendizagem.
13. Suponhamos que a função de custo total no longo prazo para uma empresa seja expressa
pela equação cúbica: CT = a + bq + cq2 + dq3. Mostre (utilizando o cálculo integral) que essa
função de custo é consistente com a curva de custo médio com formato em U, pelo menos
para alguns valores dos parâmetros a, b, c e d.
Para mostrar que a equação de custo cúbico implica uma curva de custo médio com
formato em U, utilizamos álgebra, cálculo e a teoria econômica para impor
restrições sobre os sinais dos parâmetros da equação. Essas técnicas são ilustradas
no exemplo abaixo.
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Capítulo 7: Custo de produção
, ou
o que implica que . Dado que c2 > 0 e d > 0, b deve ser positivo.
Em resumo, para curvas de custo médio de longo prazo com formato em U, a deve ser
zero, b e d devem ser positivos, c deve ser negativo e 4db > c2. Entretanto, as
condições não asseguram que o custo marginal seja positivo. Para assegurar que o
custo marginal possua um formato em U e que seu ponto de mínimo seja positivo,
utilizando o mesmo procedimento, ou seja, resolvendo para Q no custo marginal
mínimo c / 3d , e substituindo na expressão do custo marginal b + 2cQ + 3dQ2,
encontramos que c2 deve ser menor que 3bd. Observe que os valores dos parâmetros
que satisfazem essa condição também satisfazem 4db > c2; o contrário, porém, não é
verdadeiro.
Por exemplo, sejam a = 0, b = 1, c = –1, d = 1. O custo total é Q – Q2 + Q3; o custo
médio é 1 – Q + Q2; e o custo marginal é 1 – 2Q + 3Q2. O custo médio mínimo é
Q = 1/2 e o custo marginal mínimo é 1/3 (suponha que Q seja medido em dúzias de
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Capítulo 7: Custo de produção
14. Uma empresa de computadores produz hardware e software utilizando a mesma fábrica
e os mesmos trabalhadores. O custo total da produção de unidades de hardware, H, e de
unidades de software, S, é expresso pela equação:
CT = aH + bS – cHS,
onde a, b e c são positivos. Será que essa função de custo total condiz com a presença de
economias ou deseconomias de escala? E com economias ou deseconomias de escopo?
Há dois tipos de economias de escala a se considerar: economias de escala
economias de escala multiproduto e economias de escala específicas para cada
produto. Aprendemos na Seção 7.5 que as economias de escala multiproduto para o
caso de dois produtos, SH,S, são dadas por
, ou
e similarmente
, ou,
, ou
Dado que tanto cHS quanto CT são positivos, ocorrem economias de escopo.
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