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4 ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS

SEÇÕES DESSE CAPÍTULO

• Métodos de Análise de Investimentos


4.1

• Taxa Mínima de Atratividade


4.2

• O método do período de Pay-back


4.3

• O método do Valor Presente Líquido – VPL


4.4

• O método da Taxa Interna de Retorno – TIR


4.5

A escassez dos recursos frente às necessidades ilimitadas faz com


que cada vez mais se procure otimizar sua utilização. A análise de inves-
timentos permite que se racionalize a utilização dos recursos de capital. E
para a solução de um problema de análise de investimentos, dentro da
complexidade do mundo atual, é necessário o conhecimento de técnicas
especiais estudadas em uma disciplina normalmente conhecida por Enge-
nharia Econômica. De acordo com as contingências ligadas aos investi-
mentos, à avaliação envolverá desde critérios puramente monetários (situ-
ação mais simples) até critérios de mensuração mais complexa, como van-
tagens estratégicas ou impacto ambiental.

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O desempenho de uma ampla classe de investimentos pode ser me-
dido em termos monetários e, neste caso, utilizam-se técnicas de enge-
nharia econômica fundamentadas na ciência chamada Matemática Finan-
ceira que, por sua vez, descreve as relações do binômio tempo e dinheiro.

A Engenharia Econômica também permite à análise de problemas


mais complexos, que envolvem situações de risco e incerteza e mesmo
decisões que abordam aspectos qualitativos como a coerência estratégica
do investimento. Nestes casos, a engenharia econômica, associada à ma-
temática financeira a outras matérias, como probabilidade, simulação ou
técnicas de análise de decisão.

Podemos ainda definir a Engenharia Econômica como um conjunto


de técnicas que permitem a comparação, de forma científica, entre os re-
sultados de tomadas de decisão referentes a alternativas diferentes. Nesta
comparação, as diferenças que marcam as alternativas devem ser expres-
sas tanto quanto possível em termos quantitativos. A alternativa mais eco-
nômica deve ser sempre escolhida após a verificação de que todas as va-
riáveis que influem no sistema foram estudadas. O número e as caracterís-
ticas dessas alternativas podem variar de problema para problema, ou,
melhor dizendo, para cada tipo de tomada de decisão. Agora, vamos irá
estudar alguns dos principais métodos utilizados na Engenharia Econômi-
ca para a escolha de projetos.

4.1 Métodos de análise de investimentos

Antes de você estudar os métodos de análise de investimento, se faz


necessário destacar alguns princípios básicos da Engenharia Econômica.
Princípios estes que limitam e caracterizam as possibilidades de emprego

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dos métodos. Além dos princípios fundamentais, vamos destacar o concei-
to e a importância do custo de oportunidade para as empresas.

A Engenharia Econômica como um conjunto de técnicas que nos


permite avaliar diferentes alternativas de investimentos de forma quantita-
tiva, não pode ser usada de qualquer forma. Por tanto, vamos listar alguns
princípios fundamentais para o emprego destas técnicas.

Segundo Hummell e Taschner (2012), alguns aspectos devem ser


levados em consideração quando vamos montar um modelo de tomada de
decisão em Engenharia Econômica. São eles:

1) não existe decisão a ser tomada considerando-se alternativa


única – isto significa que, para tomar qualquer decisão, devem ser
analisadas todas as alternativas e devem ser no mínimo duas, por-
que se fosse apenas uma, a decisão já estaria tomada. Como exem-
plo, podemos utilizar o caso de um produto que já está há algum
tempo no mercado, se ele apresentar sinais de baixa demanda, po-
demos como opção:

a) continuar com o produto atual no mercado, sem novas inversões


de capital;

b) remodelar o produto atual, mudando embalagem, por exemplo;

c) lançar um novo produto, desde sua concepção, para substituir o


atual.

2) só se podem comparar alternativas homogêneas para se po-


der comparar o seu resultado – isto significa que se as alternativas
forem diferentes não podemos compará-las, por exemplo: o que é

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melhor comprar um carro Flex por $ 40.000,00 ou um carro a gasoli-
na por $ 25.000,00? Não é possível tal comparação se não conse-
guimos a homogeneidade de dados de comparação, por exemplo, se
os dois carros têm a mesma capacidade de carga, a mesma quali-
dade de acabamento, o mesmo ano de fabricação, dentre outros. E
esta alternativa heterogênea é evidenciada também pelo fato que a
diferença de valores das duas alternativas, no caso, $ 15.000,00 po-
de ser aplicada no sistema financeiro, por exemplo;

3) apenas as diferenças de alternativas são relevantes – isto sig-


nifica que se as alternativas não forem diferentes, não podemos
compará-las, por exemplo, numa análise para decidir sobre o tipo de
ar-condicionado a comprar não é relevante saber o consumo de e-
nergia dos mesmos se ele for igual para ambos;

4) sempre serão considerados os juros sobre o capital – as al-


ternativas econômicas devem reconhecer o valor no tempo do di-
nheiro, isso porque, sempre existem alternativas/oportunidades de
se aplicar o dinheiro no sistema financeiro;

5) apenas o presente e o futuro são relevantes – em economia, o


passado geralmente não é considerado. Vamos pegar nosso exem-
plo do carro bicombustível do item dois. Imagine que você sempre foi
muito cuidadoso com ele e gastou no último ano R$ 5.000,00. Este
custo é passado não é porque você gastou os R$ 5.000,00 que o
mercado vai valorizá-lo por isso. Desta forma, seu carro será avalia-
do pelo valor de mercado independente do custo de oficina dele.

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4.2 Taxa Mínima de Atratividade – TMA

Como você acabou de ver, o dinheiro no tempo deve ser considera-


do para escolha dentre as alternativas de investimentos, desta forma, co-
mo estudamos na Matemática Financeira, a ferramenta que desloca o di-
nheiro no tempo é a taxa de juros. E para a tomada de decisão nas três
técnicas, que veremos nas próximas seções, temos que considerar a taxa
de juros denominada TMA. A taxa de mínima atratividade (TMA) é a taxa a
partir da qual o investidor considera que está obtendo ganhos financeiros.

Para uma empresa, a TMA seria equivalente ao seu custo de capital,


que é a taxa de retorno mínima sobre seus investimentos de maneira que
ela pudesse continuar com o mesmo nível de atividades indefinidamente.
Para uma pessoa comum, a TMA seria, provavelmente, a rentabilidade
proporcionada pela caderneta de poupança. Pois, caso esta pessoa guar-
dasse suas economias embaixo do colchão, ela estaria perdendo a opor-
tunidade de auferir o retorno da poupança. Já para o dono de uma empre-
sa, a TMA seria o custo de oportunidade de deixar de investir em sua em-
presa, ou seja, se guardar o dinheiro embaixo do colchão deixará de aufe-
rir os lucros que a empresa proporcionaria. Quando se fala de empresas, a
TMA é denominada de custo de capital e que está associado ao risco ine-
rente ao ramo de atividade de cada empresa. Por tanto, em função de on-
de aplicarmos nosso dinheiro, se não colocássemos no negócio analisado,
sempre vai se ter um custo, que pode ser baseado na TMA, ou seja, a
TMA é nosso custo de oportunidade.

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4.3 O método do período de Payback

Um dos métodos mais simples de análise de investimento. O pay-


back nada mais é do que calcular o número de períodos ou quanto tempo
o investidor irá precisar para recuperar o investimento realizado.

Muito embora o período payback quebre as regras fundamentais da


Matemática Financeira e da Engenharia Econômica, vamos começar com
esta técnica mais simples para chegar ao payback descontado que leva
em conta a taxa de juros dos períodos.

Segundo Casarotto Filho e Kopittke (2014), antes de aplicarmos


qualquer técnica de análise de investimento, devo fazer a seguinte pergun-
ta: qual é o objetivo da empresa que pretende investir? Antes o objetivo
das empresas se pautava no lucro imediato. Modernamente, com o adven-
to do planejamento estratégico, as empresas passaram a adotar a filosofia
e políticas de longo prazo. Troca-se o lucro imediato pelos máximos ga-
nhos em determinado horizonte de análise. Esta nova filosofia separa a
contabilidade de custos da contabilidade financeira. Vamos desenvolver os
métodos de cálculo do payback e do payback descontado a partir de um
exemplo. Imagine que sua empresa pretende resolver algum problema de
poluição gerado por efluentes tóxicos. Para resolver o problema, foram a-
presentados três projetos.

A figura 4.1, sumariza os fluxos de caixa dos três projetos de inves-


timentos durante quatro anos. Você deverá fazer sua escolha de acordo
com os métodos a serem discutidos. Suponha que a TMA da empresa seja
de 8%.

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Figura 4.1 – Fluxo de Caixa – FC dos projetos
Fonte: Miranda, 2009, p. 40.

Para se calcular o período de payback de um projeto, basta somar


os valores dos fluxos de caixa auferidos, período a período, até que essa
soma se iguale ao valor do investimento inicial. O período correspondente
à ultima parcela da soma será o período de payback procurado. O período
de payback é o método mais simples de se analisar a viabilidade de um
projeto ou investimento. Ele é definido como o número de períodos (anos,
meses, semanas) para se recuperar o investimento inicial. Use o método
do período de payback para avaliar os projetos da figura 4.2.

Figura 4.2 – Resolução do Projeto A


Fonte: Miranda, 2009, p. 40.

Comparando os três projetos:

- Projeto A. 2 anos de período de payback;

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- Projeto B. Entre 3 e 4 anos de período de payback;

- Projeto C. Entre 2 e 3 anos de período de payback.

Figura 4.3 – Resolução do Projeto B e C


Fonte: Miranda, 2009, p. 41.

O melhor projeto segundo o período de payback é o projeto A, pois


se paga em menos tempo. Note que este é um método bastante simples,
já que não considera o custo de oportunidade do dinheiro ao longo do
tempo. O payback descontado é uma técnica mais apropriada de análise
de investimentos.

4.3.1 Período de payback descontado

Este método é muito parecido com o anterior com o adicional de se


usar uma taxa de desconto antes de se proceder à soma dos fluxos de
caixa, ou seja, vamos atualizar cada parcela de entrada do fluxo de caixa
antes de diminuir do investimento inicial, atualizar, significa descontar a
taxa de juros. Use o payback descontado para analisar os projetos da figu-
ra 4.4 e 4.5. Use como taxa de desconto a TMA da empresa de 8%.

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Figura 4.4 – Resolução do Projeto A pelo Payback descontado
Fonte: Miranda, 2009, p. 42.

Agora que já atualizamos as parcelas do projeto, vamos diminuir do


fluxo de caixa.

Figura 4.5 – Fluxo de Caixa do Projeto A pelo Payback descontado


Fonte: Miranda, 2009, p. 42.

Você nunca vai receber o dinheiro de volta deste projeto, porque,


mesmo depois de quatro anos, o fluxo não se tornou positivo. Agora va-
mos resolver a projeto B.

O payback descontado está entre 3 e 4 anos, poderíamos chegar ao


número mais preciso fazendo uma interpolação por semelhança de triân-

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gulos, neste caso, o resultado seria 3,54 anos. Podemos ficar com o valor
entre 3 e 4 anos sem problemas, que nos daria por volta de 3 anos e meio.

Figura 4.6 – Fluxo de Caixa do Projeto B pelo Payback descontado


Fonte: Miranda, 2009, p. 43

Vamos agora resolver o projeto C.

Figura 4.7 – Fluxo de Caixa do Projeto C pelo Payback descontado


Fonte: Miranda, 2009, p. 43.

Comparando os três projetos:

- Projeto A. Não se recupera em 4 anos.

- Projeto B. Entre 3 e 4 anos de período de payback.

- Projeto C. Entre 2 e 3 anos de período de payback.

O melhor projeto segundo o payback descontado é o projeto C, pois


se paga em menos tempo. Entre estes dois métodos, o mais recomendado
seria o payback descontado, porque este leva em consideração o descon-
to do custo de oportunidade ao longo do tempo. Na próxima seção, vamos
ver mais uma técnica importante para nos auxiliar na tomada de decisão.

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4.4 O método do Valor Presente Líquido - VPL

O método do valor presente é uma das técnicas mais usadas na


análise de investimentos. O VPL consiste em atualizar o fluxo de caixa e
comparar este valor atualizado com o investimento inicial (FC0). O método
do valor presente (VPL) consiste em trazer para a data zero, usando como
taxa de desconto a TMA da empresa ou projeto, todos os fluxos de caixa
do investimento e somá-los ao valor do investimento inicial. Ou, ainda, é
uma técnica usada para análise de projetos. É obtido calculando-se o valor
presente de uma série de fluxos de caixa (pagamento ou recebimento)
com base em uma taxa de custo de oportunidade conhecida e subtraindo-
se o investimento inicial. Matematicamente, pode ser dado pela equação
abaixo:

Vamos calcular o VPL dos projetos da figura 4.1.

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Comparando os três projetos:

- Projeto A. VPL = –242,75, o projeto não deve ser aceito.

- Projeto B. VPL = 1.262,99, o projeto deve ser aceito.

- Projeto C. VPL = 963,27, o projeto deve ser aceito.

Entre os três projetos, o melhor é o B, porque apresenta o mai-


or VPL. Vamos ver os critérios de escolha segundo o método do VPL:

4.4.1 Cálculo do VPL na HP12C

Como exemplo para o cálculo, podemos calcular o VPL para um in-


vestimento de R$ 90.000,00 e fluxos de caixa líquidos de R$ 50.000,00 no
primeiro ano, R$ 40.000,00 no segundo ano e R$ 30.000,00 no terceiro
ano. A Taxa Mínima de Atratividade aceita para o investimento é de R$
12% ao ano. Na calculadora HP12C seguimos os seguintes passos:

Os passos para este cálculo são:

(A) 90.000 → CHS → g → CFo;


(B) 50.000 → g → CFj;
(C) 40.000 → g → CFj;
(D) 30.000 → g → CFj;
(E) 12 → i;

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(F) f → NPV.

O VPL resultante é o de R$ 7.884,02. Se quisermos também saber


qual a TIR deste investimento basta pressionar "f" e a tecla "IRR" e o resul-
tado é de 17,51% para este investimento.

4.4.2 Cálculo do VPL no Excel

Como exemplo vamos utilizar o exemplo do cálculo do VPL com a


calculadora HP12C. Calcular o VPL para um investimento de R$ 90.000,00
e fluxos de caixa líquidos de R$ 50.000,00 no primeiro ano, R$ 40.000,00
no segundo ano e R$ 30.000,00 no terceiro ano. A Taxa Mínima de Atrati-
vidade aceita para o investimento é de R$ 12% ao ano. Observe a figuras
4.8 e 4.9 a seguir.

Figura 4.8 – Cálculo do VPL no Excel – Parte I


Fonte: dados do autor.

Veja o resultado na figura 4.9. Temos então que o Valor Presente Lí-
quido do Projeto é de R$ 7.884,02. Portanto ele deve ser aceito.

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Figura 4.9 – Cálculo do VPL no Excel – Parte II
Fonte: dados do autor.

4.5 O método da Taxa Interna de Retorno (TIR)

Encontrar a TIR de um investimento é encontrar o percentual de


remuneração que o investimento oferece. Quando calculamos a TIR de
determinado investimento e/ou financiamento, estaremos extraindo dele o
percentual de ganho que ele oferece ao investidor, já que todas as entra-
das e saídas de caixa serão deslocadas para a data O, de tal forma que
não sobre ou falte dinheiro, logo, esta será a remuneração efetiva daquele
negócio analisado.

Matematicamente, esta taxa (TIR) pode ser encontrada resolvendo-


se a seguinte equação:

Vamos calcular a TIR dos projetos da figura 4.1.

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Comparando os três projetos:

- Projeto A. TIR = 3,39%.

- Projeto B. TIR = 19,95%.

- Projeto C. TIR = 21,23%.

Entre os três projetos o melhor é o C, porque apresenta a mai-


or TIR. O cálculo da TIR deve ser feito através de uma calculadora finan-
ceira ou um software com planilhas de cálculo financeiro. Com uma calcu-
ladora científica a única forma de se chegar aos resultados é por tentativa
e erro.

Critério de decisão da TIR para projetos independentes e sem res-


trição orçamentária: Escolhem-se os projetos que tenham a TIR ≥ TMA
(custo de oportunidade). Para uma carteira de projetos, deve-se escolher
aquele com maior TIR, desde que ela seja maior que a TMA da empresa.

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4.5.1 O método da Taxa Interna de Retorno (TIR) com o uso do MS
Excel

A função TIR do Excel calcula a Taxa Interna de Retorno de um in-


vestimento baseada no investimento inicial e em uma sequência de fluxos
de caixa positivos obtidos em intervalos regulares.

Sintaxe da função TIR =TIR (valores; estimativa)

Valores é o intervalo que contém os fluxos de caixa. O primeiro valor


do intervalo e os fluxos de caixa seguintes devem ter sinais distintos: por
exemplo, no caso de um investimento, o valor inicial é negativo e as recei-
tas subsequentes são valores positivos;

Estimativa é um parâmetro opcional. O Excel utiliza um método ite-


rativo para o cálculo da TIR: este método depende de um valor inicial arbi-
trário.

Imagine que você pretende comprar uma franquia, cujo investimento


inicial é de R$ 103.000,00. Segundo o franqueador, este investimento deve
gerar receitas líquidas anuais estimadas em R$ 30.000,00, R$ 35.000,00,
R$ 32.000,00, R$ 28.000,00 e R$ 37.000,00. Observe a planilha abaixo.

Figura 4.10 – Compra de uma franquia – cálculo da TIR - I


Fonte: dados do autor.

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Qual é a TIR deste projeto? Em outras palavras, qual é a taxa que
traz todos os fluxos de caixa ao valor presente de forma que a soma des-
tes valores seja zero? Os fluxos de caixa estão no intervalo G5:G10. Cal-
cularemos a TIR deste projeto na célula G11. Use a fórmula
=TIR(G5:G10), conforme a figura 4.11.

Figura 4.11 – Compra de uma franquia – cálculo da TIR - II


Fonte: dados do autor.

Vejamos o resultado.

Figura 4.12 – Compra de uma franquia – cálculo da TIR - III


Fonte: dados do autor.

A TIR de 17% é a taxa de desconto que torna o VPL deste investi-


mento nulo. Ela também pode ser interpretada como o retorno esperado
deste investimento.

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4.5.2 Cálculo de TIR na HP12C

A TIR se torna mais simples de resolver em uma calculadora finan-


ceira, como a HP 12c, uma das mais utilizadas.

Para o cálculo utilizamos as funções de cor azul da calculadora


quando acionamos a tecla "g" e as funções de cor laranja acionando o bo-
tão "f" para o cálculo da TIR onde vemos escrito "IRR".

Além destes, devemos deixar o valor inicial de investimento em valor


negativo, já que representa uma saída de dinheiro. Para isso selecionamos
este valor e, após, a tecla "CHS".

Os passos para o cálculo são:

1. Digitar o investimento inicial → CHS → g → CFo;


2. Digitar cada valor do fluxo de caixa → g → CFj;
3. Se algum fluxo de caixa se repete, basta selecionar a quantidade
dessa repetição → g → Nj;
4. Ao final descobrimos o valor da TIR pressionando f → IRR.

Como exemplo para o cálculo da TIR em um investimento de R$


90.000,00 e fluxos de caixa líquidos de R$ 50.000,00 no primeiro ano, R$
40.000,00 no segundo ano e R$ 30.000,00 no terceiro ano. A Taxa Mínima
de Atratividade aceita para o investimento é de R$ 12%. Na calculadora
HP12C seguimos os seguintes passos:

(A) 90.000 → CHS → g → CFo;


(B) 50.000 → g → CFj;
(C) 40.000 → g → CFj;
(D) 30.000 → g → CFj;

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(E) f → IRR.

Obtemos, então, a TIR de valor 17,51%.

Como a Taxa Interna de Retorno do Investimento é maior que a Ta-


xa Mínima de Atratividade, o investimento deve ser aceito.

Ponto Final (.)

Nessa unidade vimos que a análise de investimentos se baseia no


emprego de técnicas contábeis e financeiras para identificar qual melhor
alocação de investimento entre as diversas alternativas existentes. Ao se
processar os dados, equações e cálculos relativos ao ativo, é possível en-
xergar se existe rentabilidade, de quanto ela pode ser e se o investimento
está ou não dando certo. Sendo assim, pode-se afirmar que essa análise é
indispensável ao se considerar a realização de um investimento, pois ela
demonstra ser claramente uma ótima ferramenta de apoio a decisão do
investidor. Tendo em vista que todo investimento possui em si um risco
envolvido, a análise de investimento contribuirá para minimizá-los, tornan-
do a ação de investir mais lucrativa no longo prazo. Os métodos mais co-
muns para a análise de investimento apresentados foram: Payback, Valor
Presente Líquido – VPL e a Taxa Interna de Retorno – TIR.

Autoestudo

1. Abaixo apresentamos dois projetos de investimentos. Indique qual dos


projetos deve ser aceito considerando como ferramenta de análise o VPL e
o Payback descontado. A TMA dos Projetos é de 6% ao ano. Utilize o VPL
como ferramenta de decisão.

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PROJETO X PROJETO Y

Ano Fluxo de Caixa Inicial Ano Fluxo de Caixa Inicial

0 -80.000,00 0 -100.000,00

1 25.000,00 1 30.000,00

2 25.000,00 2 30.000,00

3 25.000,00 3 30.000,00

4 25.000,00 4 40.000,00

2. Um empresário está estudando realizar um investimento de $


8.000.000,00 com duração de 5 anos. Nesse período, o fluxo de caixa lí-
quido será constante no valor de $ 3.500.000,00 em cada ano. A TMA es-
perada para o investimento é de 16% ao ano. Calcule o VPL e o Payback
descontado.

3. Um auditor analisou as decisões de investimento de um gestor de uma


empresa pública. Analisando os papeis de trabalho, percebeu que, no pe-
ríodo em que o investimento foi realizado, havia a possibilidade de investir
em 3 projetos diferentes e que o custo do capital da empresa é de 20% a
ano. A Tabela abaixo exibe as Taxas Internas de Retorno (TIR) para cada
um dos projetos.

(A) Dois projetos são inviáveis.

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(B) O projeto A evidencia a melhor opção de investimento.

(C) O projeto B evidencia a pior opção de investimento.

(D) O projeto C é viável.

(E) O projeto B tem um VPL maio que o projeto A.

4. Um projeto de investimento na produção de tilápias demandou aporte de


capital inicial de R$ 70.000,00 e irá gerar, após um período, um retorno de
R$ 105.000,00. Assinale a alternativa que apresenta a Taxa Interna de Re-
torno (TIR) do investimento em questão.

5. A figura abaixo mostra o fluxo de caixa líquido de um projeto de investi-


mento.

Considere um projeto com investimento inicial de $ 30.000,00 e fluxo de


caixa estimado conforme o quadro apresentado. Sabendo que a taxa in-
terna de retorno (TIR) do investimento é 14,5%, qual é o Valor Presente
Líquido (VPL) do investimento?

6. Uma empresa avalia a possibilidade de investimento em dois projetos, A


e B, os quais são mutuamente excludentes. Utilizando-se de técnicas de
orçamento de capital, o administrador financeiro avaliou os fluxos de caixa
de projetos conforme segue:

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Considerando que o custo de capital da empresa é de 10% ao ano e que o
prazo de retorno de investimento aceitável pela empresa é de 4 anos, ava-
lie os itens a seguir.

I. Considerando o Valor Presente Líquido (VPL), a empresa deve escolher


o projeto A como mais viável, pois é o que apresenta o valor mais próximo
de zero.

II. Se a empresa basear sua escolha pela Taxa Interna de Retorno (TIR),
então deverá optar pelo projeto A, pois seu valor é maior que do projeto B
e do custo de capital da empresa.

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III. Considerando o Payback dos projetos, deve-se escolher o projeto B,
pois o retorno é o mais próximo do prazo aceitável pela empresa.

IV. Todas as técnicas de orçamento de capital analisadas apontam para


escolha do projeto.

Está(ão) correta(s) a(s) alternativa(s)

(A) I e II.

(B) II, apenas.

(C) II e III.

(D) I, II e III.

(E) I, II e IV.

7. Um gerente da Liquigás analisou quatro investimentos com característi-


cas semelhantes e chegou às seguintes Taxas Internas de Retorno (TIR)
de cada investimento:

Levando em consideração a Taxa Interna de Retorno de cada investimento


e o custo do capital da empresa de 18% a.a., quais são os projetos viá-
veis?

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Gabarito

Exercício 1

Payback descontado = 3 anos e 7 meses

Exercício 2

PROJETO - X
Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa Des- Fluxo de Caixa Descon-
Ano
Inicial contado tado Acumulado

0 -8.000.000,00 -8.000.000,00 -8.000.000,00

1 3.500.000,00 3.017.241,38 -4.982.758,62

2 3.500.000,00 2.601.070,15 -2.381.688,47

3 3.500.000,00 2.242.301,86 -139.386,61

4 3.500.000,00 1.933.018,84 1.793.632,23

5 3.500.000,00 1.666.395,55 3.460.027,79

TMA 16,00%

VPL 3.460.027,79

Payback descontado = 3 anos e 7 meses

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Exercício 3

Letra D.

Exercício 4

M = C (1 + i)n

105.000 = 70.000 (1 + i)1

105.000 / 70.000 = 1 + i

1,50 = 1 + i

1,50 – 1 = i

0,50 = i ou i = 50% a.a.

Exercício 5

VPL = – $ 30.000,00 + $ 11.000,00 + $ 9.880,00 + $ 7.498,00 + $ 5.458,00

(1 + 0,10)1

VPL = – $ 30.000,00 + $ 10.000,00 + $ 9.880,00 + $ 7.498,00 + $ 5.458,00

VPL = – $ 30.000,00 + $ 32.836,00

VPL = $ 2.836,00

Exercício 6

Letra B.

Exercício 7

São viáveis os projetos Z e W pois, são apresentam uma TIR > 18%.

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Referências bibliográficas

CASAROTTO FILHO; N. KOPITTKE, B. H. Análise de investimentos.


São Paulo: Atlas, 2014.

HUMMEL, P.; TASCHNER, M. Análise e decisão sobre investimentos e


financiamentos: Engenharia Econômica - teoria e prática. São Paulo:
Atlas, 2012.

MIRANDA, Joseane Borges de. Engenharia Econômica. Palhoça: Unisul


Virtual, 2009.

VIEIRA SOBRINHO, J. D. Matemática Financeira. São Paulo: Atlas,


2000.

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