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Apostila 02
De acordo com Samanez (2005, p. 253) “são cinco as principais etapas do processo
de avaliação de um projeto de investimento ou valoração de um ativo real, a saber,”:
Estimativa dos fluxos de caixa incrementais, depois do imposto, esperados para o
projeto;
Avaliação do risco do projeto e determinação da taxa de desconto, (custo de
oportunidade do capital) para o desconto dos fluxos de caixa incrementais futuros
esperados;
Calculo dos indicadores econômicos, especialmente Valor Presente Líquido (VPL);
Reconhecimento das limitações do projeto, estimativa, valoração e incorporação na
análise dos intangíveis associados ao projeto;
Tomada de decisões;
Ainda conforme Samanez (2005, p. 253) “os projetos de investimentos podem ser
classificados de acordo com”:
Seu horizonte econômico (exemplo: projetos de curto e longo prazo);
Sua natureza (exemplo: projetos táticos – substituição de equipamentos; projetos
estratégicos – projetos de expansão);
Tipos de incertezas envolvidas (incerteza técnica, incerteza econômica/de mercado,
incerteza estratégica) e onde ocorrem principalmente (no custo, na receita, nos
impostos);
Dependência em relação a outros projetos (exemplo: projetos independentes e
projetos mutuamente excludentes).
Gitman (2010, p.366) afirma que payback é o tempo necessário para que a empresa
recupere o investimento inicial em um projeto, calculado a partir das entradas de caixa.
No caso de uma anuidade, o período de payback pode ser encontrado
dividindo-se o investimento inicial pela entrada de caixa anual.
(Se as entradas líquidas de caixa forem uniformes, bastará dividir o
investimento inicial pelas entradas anuais de caixa [BRAGA, 1995, p.283]).
No caso de uma série mista de entradas de caixa, as entradas de caixa anuais
precisam ser acumuladas até a recuperação do investimento inicial.
(Quando as entradas anuais forem desiguais, estas deverão ser acumuladas até
atingir o valor do investimento, apurando-se o prazo de retorno zero
[BRAGA, 1995, p.283]).
Conforme Braga (1995) quanto mais amplo for o horizonte de tempo considerado
maior será o grau de incertezas nas previsões. Deste modo, propostas de investimento com
menor tempo de retorno apresentam melhor liquidez e, consequentemente, menor risco.
Critérios de decisão:
Quando usamos o período de payback para tomar decisões de aceitação-rejeição,
aplicam-se os seguintes critérios de decisão:
Se o período de payback for menor do que o período máximo aceitável de
para recuperação do investimento, o projeto é aceito.
Se o período de payback for maior do que o período máximo aceitável de
para recuperação do investimento, o projeto é rejeitado.
Na concepção dos grandes investidores existe uma regra básica, quanto maior o
tempo de retorno de capital investido maior o risco de perda, ao contrario quanto
menor for o tempo de retorno, menor será a risco da empresa. Apesar de suas
restrições o indicador de retorno de capital é usado normalmente quando o risco de
um investimento e muito alto e os investidores tem interesse em recuperar
rapidamente o capital (BRIGHAM, 2001, p. 426).
Projetos que recuperam o capital investido mais cedo podem ser considerados mais
atraentes, visto que todas as receitas obtidas além desse período no tempo podem ser
consideradas como lucro. (DAMODARAN, 2004, p.256).
Se o prazo máximo tolerado pela empresa foi definido como menor ou igual a quatro
anos, a aquisição do novo equipamento deveria ser aceita, já que o payback foi de apenas 3
anos.
Administração Financeira e Orçamentária II - Apostila 02: Técnicas de Orçamento de Capital
Professora: Djessica Karoline Matte
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Bruni e Famá (2007) ainda ressaltam que o método payback simples só pode ser
aplicado quando o fluxo de caixa é do tipo simples (apenas uma mudança de sinal, sinal
negativo para o investimento e sinal positivo para os recebimentos).
Quando não é possível obter um saldo acumulado exatamente igual a zero, dois
procedimentos matemáticos podem ser empregados:
Se o fluxo de caixa estiver distribuído ao longo dos períodos analisados:
pode-se aplicar a regra de três.
Se o fluxo de caixa estiver concentrado apenas no final do período, deve-
se aproximar o valor obtido por meio de regra de três para o número
inteiro imediatamente superior.
Exemplo:
A Construtora Renova estuda a possibilidade de compra de um novo equipamento.
Os gastos associados a aquisição estão estimados em R$ 70.000,00, e os fluxos de caixa
incrementais projetados estão estimados em R$ 20.000,00 por ano, ao longo de 7 anos. O
valor residual do equipamento é considerado nulo. E o prazo de retorno do capital para que
este projeto seja aceito deve ser inferior ou igual a 5 anos. Verifique o prazo de retorno do
projeto, e se a empresa deve realizar este investimento.
4 meses
12 meses de
um ano
8 – 10 = 8 x 30 = 24
X – 30 10
24 dias
30 dias do mês
VP = __1__
(1+i)n
Ou seja:
Para o Período 1: 200/(1+0,15)1 = 173,91
Assim o Payback Descontado seria igual a: 2 + (74,86/131,50) = 2,56 anos,
convertendo em meses: 5 – 10 = 5 x 12 = 6
X – 12 10
12 meses de 6 meses
um ano
RELEMBRANDO!
1.4 Valor Presente
1.4.1 Calculando o Valor Presente (VP)
Como calcular o Valor presente – o fator valor presente é 1/(1+i)n para um único valor,
ou seja, quando temos um valor futuro e queremos encontrar o valor presente (valor na data
de hoje sem juros) dividimos o valor por esse fator. VP = __1__
VP = Valor Presente (1+i)n
1 = Fator Para descapitalizar um
valor futuro (VF)
i = Taxa Deve-se converter em números trazendo o para o valor
decimais para colocar na formula. presente (VP), basta
aplicar esta seguinte
n = Período Exemplo: 2% = 2/100 = 0,02
fórmula.
Exemplos:
1. Qual o valor presente de R$ 10.000,00 com vencimento para 3 meses a uma taxa de
juros a 2% ao mês?
VP = __1__ VP = __10.000__
1 = 10.000 (1+i)n (1+0.02)3
i = 2%
VP = __10.000__ = 9.433,96
n =3 1,06
Isso indica que: o valor da liquidação da dívida seria menor do que o valor nominal das
três últimas parcelas.
O método de Valor Presente Líquido (VPL) tem como finalidade em termos de valor
presente o impacto dos elementos futuros associados a um projeto ou uma
alternativa de investimento, ou seja, mede o valor presente dos fluxos de caixa
gerados pelo projeto ao longo de sua vida útil (SAMANEZ, 2005, p. 255).
Desta forma é possível afirmar que o VPL é o valor presente líquido, baseado em
pagamentos futuros descontados a uma taxa de juros apropriada menos o valor do
investimento inicial. É o calculo do quanto os futuros pagamentos somados aos custos iniciais
estariam valendo hoje, ou seja, o VPL (Valor Presente Líquido) é um método de análise de
investimento que ocorre através da decisão associada em estimar os fluxos de caixas futuros.
Para a utilização de qualquer método a empresa primeiramente deve definir uma taxa mínima
de atratividade sobre o capital investido.
Exemplos:
1. Uma empresa estuda a possibilidade de reformar uma máquina. A reforma está orçada
em R$ 200.000,00 e dará uma sobrevida de 5 anos ao equipamento, proporcionando uma
diminuição do custos operacionais da ordem de R$ 75.000,00 ao ano. Considerando o custo
de capital de 15% ao ano e usando o método do VPL, analise a viabilidade econômica da
reforma do equipamento.
VPL = __75.000__ + _75.000__ + _75.000__ + _75.000__ + _75.000__ - 200.000 =
(1+0.015)1 (1+0.04)2 (1+0.04)3 (1+0.04)4 (1+0.04)5
Entradas Investimento
Veja que o VPL é negativo, portanto trata-se de um investimento que não satisfaz a
expectativa de retorno de 2% ao mês, pois o somatório dos valores presentes de todas as
entradas de caixa são inferiores ao valor investimento.
Calculando na HP 12C:
Limpe os registros f CLX
Exemplo:
1. Uma empresa faz um investimento de R$ 100.000,00 e espera ganhar R$ 3.500,00 por
mês nos próximos 40 meses, sem valor residual. Considerando uma taxa de X% ao mês.
Calcule na HP 12C o VPL considerando as seguintes taxas: 0%, 0,5%, 1,5%.
Taxa VPL
0% R$
0,5% R$
1,0%
1,5% R$
2% R$
10,00%
8,00%
6,00%
4,00% TIR
2,00%
0,00%
5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%
-2,00%
-4,00%
-6,00%
A medida que o custo de capital aumenta, o valor presente líquido diminui. A TIR
representa o valor do custo de capital que torna o VPL nulo. Corresponde, portanto, a uma
taxa que remunera o valor do investimento no projeto(BRUNI e FAMÁ, 2007).
Obs.: A TIR (Taxa Interna de Retorno) não deve ser confundida com a TMA (Taxa
mínima de atratividade).
Quando utilizar – o conceito de TIR é utilizado para calcular a taxa i quando existe mais
de um tipo de pagamento e mais de um recebimento ou quando as mesmas não forem
uniformes (HOJI, 2003, p. 81).
Exemplo:
1. Considere a tabela a seguir, o qual apresenta as taxas de desconto e seu respectivo
valor atual líquido.
Segue abaixo a equação que iguala o valor presente do fluxo de caixa a zero (SANTOS,
2001, p.55):
Fcx = fluxo de caixa de cada período
i = taxa
FCX = _(1+i)n -1 - PV
n = período (1+i)n x1
PV = investimento
Exemplos:
1. Suponha uma operação de crédito direto ao consumidor para a compra de uma
máquina cujo valor a vista é de R$ 70.000,00 e que será adquirida em dez prestações mensais
de R$ 8.206,14. Qual é a TIR desta prestação?
70.000,00 CHS PV
8.206,14 PMT Entradas de caixa
com mesmo valor, a
10 n
partir do primeiro
i = 3% ao mês mês.
5.000,00 g CFo
1.500,00 CHS g CFj
Entradas de caixa
2.300,00 CHS g CFj mistas, a partir do
primeiro mês.
2.000,00 CHS g CFj
f IRR = 7,4530%
Observe que acabamos de utilizar uma nova tecla da calcular e a HP 12C, a tecla IRR.
Com ela é que se determina o custo efetivo do financiamento.
Prova real:
5.000 = 1.500 + 2.300,00 + 2.000
1 2
(1+0,07453) (1+0,07453) (1+0,07453)3
5.000 = 13,95,96 + 1992,01 + 1.612,03
5.000 = 5.000
3. Uma compra cujo valor a vista é de R$ 3.245,00 pode ser paga com uma entrada de R$
10% mais três parcelas mensais de R$ 1000,00, R$ 1200,00, R$ 14.000,00, respectivamente.
Considerando que a primeira parcel será paga três meses após a compra, qual o custo efetivo
do financiamento?
1.400 g CHj
f IRR = 5,24172
HOJI, Masakazu. Administração Financeira e Orçamentária. 9ªed, São Paulo: Atlas, 2010.