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Existem vários tipos de investimento que podem ser diferenciados logo ao início pelo seu meio, como comprar
uma casa ou um carro, investir em ações, até mesmo fazer um curso pode ser considerado um meio investimento.
Assim, o que no fundo liga todos os tipos de investimento é o conceito do próprio investimento, o seu
fim/objetivo, uma linha temporal que começa no presente com o despender de capital, que por norma é um recurso
escasso, e que acaba com uma perspetiva futura de aumento ou rentabilização desse mesmo capital.
Mas se há um meio e um fim também tem de haver um início, a decisão de investir está sempre
profundamente ligada ao Custo de Oportunidade: “Devo investir agora ou espero que algo mais rentável apareça?
Poderei não investir agora, mas e se não aparecer nada mais rentável? Perderei esta oportunidade!”.
Para além disto a decisão de investir prende-se também pelas características do investidor. O cidadão comum
normalmente investe quando “entropeça” numa boa oportunidade, como comprar uma casa ou um que está abaixo do
preço de mercado.
Mas um verdadeiro investidor tem que procurar as melhores e mais rentáveis maneiras de investir o seu
capital, para isso tem de ter uma visão de futuro ou uma perspetiva mais alargada tendo assim que recorrer a estudos
de análise de mercado para apoiar uma decisão mais assertiva e com o menor risco possível de perda de capital.
Assim, um aluno assenta a sua decisão de escolher o seu curso universitário conciliando perspetivas/gostos
pessoais com o que será mais rentável ou terá mais saída no mercado de trabalho, um empresário assenta a decisão
de investir fundamentalmente na análise da rentabilidade dos projetos, por outro lado, a decisão de um aforrador
assenta na remuneração que espera receber comprando títulos ou ações ou fazendo depósitos a prazo e na confiança
que deposita nas instituições em que faz as suas aplicações enquanto que os gestores públicos para além dos aspetos
de rendibilidade, sempre presentes, tem que considerar outros aspetos, nomeadamente os efeitos diretos e indiretos
em diferentes domínios da economia com a utilização alternativa dos recursos, sempre escassos.
TIPOS DE INVESTIMENTO
Como vimos anteriormente, qualquer investimento tem sempre como propósito o aumento do capital
despendido, e este capital não é necessariamente sinónimo de dinheiro. Dinheiro compra capital, mas não é capital.
Capital representa meios de produção (terra, trabalho e capital). Hoje em dia, o capital das empresas é composto por
capital físico, capital humano e capital intangível.
Como tal, teremos vários tipos de investimentos que se diferenciam não só pelo tipo de capital que está a ser
investido, mas também pelo objetivo secundário desse investimento, porque o objetivo principal será sempre o retorno
financeiro. Deste modo teremos investimentos:
De Expansão – Para aumentar a capacidade da oferta e, portanto, implicam estudos de rendibilidade. Permite
fazer face a aumentos da procura.
De Inovação - Têm por objetivo a redução dos custos de funcionamento e a produção de novos produtos ou
aperfeiçoamento dos existentes ou atingir novos mercados. Isto exige estudos de mercado e da coocorrência e as suas
reações á inovação.
De Modernização - É um investimento que substitui equipamentos usados ou obsoletos por equipamentos
novos com características técnicas diferentes de forma a permitirem mais produção aos custos antigos e/ou produzir o
mesmo com custos mais baixos.
Estratégicos - Procuram reduzir os riscos da empresa a médio longo prazo promovendo as condições mais
favoráveis ao desenvolvimento da empresa e ao êxito dos seus projetos. Este tipo de investimento vai em contraponto
com o objetivo principal de investimento de aumentar a rentabilidade pois possui rentabilidade nula ou dificilmente
mensurável como os investimentos em publicidade, na formação de pessoal, as despesas de I&D ou os investimentos
devidos a exigências legais, como os investimentos antipoluição.
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FASES DE UM PROJETO DE INVESTIMENTO
Num projeto de investimento percorremos várias fases fundamentais que visam a diminuição do risco e
escortinam a viabilidade do investimento. Após a decisão de investir importa ainda fazer um Follow-Up do desempenho
e, se possível, fazer algum ajuste seguindo um pouco a metodologia PDCA.
Desiste
Estudos técnicos que irão descrever qual a dimensão aconselhável do projeto tendo em conta a
disponibilidade tecnológica, de edificação (espaço, plantas, localização…), de matérias-primas e de outros
inputs como mão-de-obra especializada.
Previsão de Custos iniciais com os estudos de mercado, técnicos, de rentabilidade e de financiamento, mas
também os custos inerentes a todo o projeto como os custos com terrenos, construção, aquisição de
equipamentos, imobilização incorpóreas, matérias-primas e outros materiais, impostos e taxas, custos com
mão-de-obra e despesas de estabelecimento
Investimento Inicial correspondem ao capital fixo corpóreo e incorpóreo e ao acréscimo de fundo de maneio
necessário para um adequado funcionamento do projeto
Cash-Flows (CF) ou Fluxos de exploração é o resultado da diferença entre as receitas (R) e os custos (C) de
exploração. CF = R – C
Assim, o que pretendemos calcular para obter uma previsão de viabilidade do projeto de investimento e
consequentemente o cálculo do seu risco, será:
Este cálculo acarreta vantagens e desvantagens. A vantagem deste dado é que dá ao investidor uma noção
temporal para a recuperação do investimento inicial, o que será uma grande vantagem para perceber se este período
vai entrar numa fase de previsão de crescimento ou recessão económica (avaliação do risco), contudo a sua
desvantagem é que ignora a rentabilidade e o CF do projeto após o PR, como tal este dado deve ser acompanhado de
outros indicadores para perspetivar e validar um investimento.
Podermos ainda dizer que quanto maior for o PRI maior será o risco do investimento devido á
imprevisibilidade dos mercados.
O Valor Atualizado Líquido (VAL) traduz o valor, no momento presente, do excedente de fundos gerados
pelo projeto, uma vez recuperado o capital investido e é calculado pelo somatório dos valores dos fluxos de caixa
positivos e negativos futuros originados pelo projeto e sujeitos à Taxa de Atualização (TA) e compará-los com o valor
do investimento.
A Taxa de Atualização é a rendibilidade que o investidor exige para implementar um projeto de investimento.
Esta é uma taxa de juros sem risco (indexada às taxas de juros das Obrigações do Tesouro) acrescida de um prémio
de risco estabelecido para o tipo de projeto em causa e taxa de inflação.
Assim percebemos que, quanto maior for a TA menor será o VAL e maior será a exigência de
rendabilidade por parte do investidor.
Mas para além deste pressuposto/limitação existem outros. É necessário escolher, previamente, uma TA e
mantém-se constante ao longo do período em análise, que de resto será o elemento que mais vai influenciar a
rendabilidade do projeto, isto faz com que para o mesmo VAL haja exigências de investimento diferentes, tudo
dependerá de uma maior ou menor TA.
Desta forma, qualquer mudança de variáveis no cálculo do VAL deverá ser atualizada até ao Ano 0,
assim não podemos pressupor uma TA para o Ano 0 e uma TA diferente par os anos seguintes, isto para que haja
uma querência na análise comparativa de diferentes projetos de investimento.
Estas limitações criam vantagens e desvantagens da análise financeira utilizando o VAL:
Vantagens – Para além da facilidade de cálculo e de aplicação, uma vez conhecida uma taxa de atualização
apropriada, o VAL é conceptualmente mais perfeito e complexo que o PRI uma vez que considera a totalidade dos
fluxos assim como o custo de oportunidade do capital utilizado.
Desvantagens – Como já foi referido anteriormente, para o mesmo VAL pode haver necessidades de
investimento diferentes, tudo dependerá de uma maior ou menor TA, pois este cálculo é muito sensível a este valor, o
que leva a uma diferente classificação racional podendo mesmo induzir a erro.
Deste modo a TA será sempre a problemática, logo do início pela dificuldade da determinação segura de
uma TA mais apropriada, depois pelo pressuposto que esta será imutável ao longo do período de investimento o que
por fim mostra que o VAL não é conclusivo para a análise comparativa de projetos com vidas económicas diferentes.
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Taxa Interna de Rentabilidade (TIR) traduz a taxa de atualização que, aplicada a dois conjuntos de cash-flows
respetivamente negativos e positivos, os torna equivalentes, ou seja, a taxa de atualização que torna nulo o VAL do
projeto.
Ou seja, este método pressupõe que os fluxos intermédios serão reinvestidos ou refinanciados a uma taxa
constante e sempre igual à TIR do projeto, assim a empresa poderia financiar o projeto sem que o mesmo se
saldasse numa perda líquida para a empresa, desta forma poderemos calcular a TIR segundo a equação:
Mas esta equação é de difícil cálculo matemático pois não conseguimos isolar i da equação e colocá-lo em
evidência. A sua resolução apenas é possível por aproximações sucessivas que terminam com a determinação de
duas taxas de atualização, a última para a qual o VAL é positivo e a primeira para a qual o VAL é negativo. A diferença
entre -VAL e +VAL não pode ser superior a 50% pois quanto maior for a diferença entre estas duas taxas, maior será a
dimensão possível do erro da taxa determinada relativamente à verdadeira TIR e posteriormente aplicação dos dados
obtidos com as aproximações numa interpolação linear.
Outra forma de resolver a equação da TIR é através da interpolação linear utilizando meios informáticos.
Uma das vantagens deste método é que retorna uma taxa de juros que é fácil de ser comunicada e
compreendida.
Para além disto, fornece um valor relativo, o Custo de Oportunidade de Capital, que permite o
estabelecimento de um termo de comparação e que abaixo do qual os projetos deverão ser recusados, resultando
assim numa ferramenta essencial para a análise e avaliação de projetos de investimento.
Contudo, partilha a mesma desvantagem que a TA e que é comum a todas as ferramentas de análise por
estimativa, o pressuposto de que os fluxos intermédios são reinvestidos ou refinanciados à mesma taxa da TIR,
o que pode não ser realista.
CONCLUSÃO
Podemos assim concluir que todos os projetos de investimento têm uma taxa de riso associada, sendo
necessário recorrer a várias ferramentas de análise para que essa taxa de risco seja a menor possível de modo que o
investidor possa escolher entre os projetos mais seguros de forma a evitar perdas de capital.
Contudo esta análise terá sempre como pressupostos valores meramente estimativos, vejamos e exemplo do
ano 2020, as estimativas no final do ano 2019 é que 2020 seria um ano de crescimento económico com baixas taxas
de inflação o que levaria a uma TA baixa e consequentemente a uma VAL alta e uma TIR baixa (pois o Custo de
Oportunidade de Capital seria atingido mais facilmente os projetos seriam mais facilmente validados) e que
conjuntamente com uma perspetiva de elevados Cash Flows poderia dar uma indicação que um determinado projeto
de investimento teria uma maior rendabilidade com uma baixa necessidade de investimento e PRI menor do que irá ter
na verdade com o abrandamento da economia mundial gerada pelo surto de Covid-19 que ninguém previa. Logo, neste
momento há investidores a perder muito dinheiro com projetos que teriam tido uma avaliação muito positiva em 2019.
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BIBLIOGRAFIA
Sebenta de Introdução á Economia disponibilizada no Moodle pelo Professor Fernando Valente.
Análise de Investimentos - Conceitos Iniciais, Técnicas de Análise de Investimentos – Aspetos
Teóricos do Prof. Me. Jefferson Dias.
https://www.academia.edu/12621087/Análise_de_Investimentos_Conceitos_Iniciais_Técnicas_de_Anál
ise_de_Investimentos_Aspectos_Teóricos