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FACULDADE DE ECONOMIA

ANÁLISE E AVALIAÇÃO
DE PROJECTOS
I Trimestre
Ano Lectivo 2021/22
OBJECTIVO DA DISCIPLINA
Geral

Dotar os estudantes de conhecimentos necessários para análise e


avaliação de projectos de activos reais, na perspectiva financeira.

Específicos

Desenvolver aptidões para realizar estudos técnicos, comerciais,


financeiros e institucionais de projectos de investimentos:
Estudar o mercado de modo a perceber a combinação perfeita da procura
e da oferta, que determinam a viabilidade comercial de um projecto;
Determinar a necessidade de investimento quer em activos fixos como em
necessidade de fundo de maneio de acordo com as condições do
mercado e especificidade do negócio;
Prever os proveitos e custos de um projecto;
Calcular os fluxos de caixa de um projecto;
Avaliar projectos de investimentos por meio de indicadores económicos e
financeiro.
PROGRAMA
• CAPÍTULO I. – CONCEITOS E ENQUADRAMENTO

• 1.1 – Investimento e Projecto de Investimento


• 1.2 – Investimento vs Poupança
• 1.3 – A decisão de investir
• 1.4 – Ópticas de avaliação de projectos de investimento
• 1.5 – Investimentos reais vs Investimentos financeiros
• 1.6 – Classificação de projectos de investimento
• 1.7 – Etapas e ciclo de um projecto

• CAPÍTULO II. – ESTUDOS DE VIABILIDADE DE UM PROJECTO
• 2.1 – Estudos de mercado
• 2.2 – Estudos técnicos, económicos, financeiros e administrativos
• 2.3 – O Plano de Negócios

• CAPÍTULO III. – CRITÉRIOS E MÉTODOS DE AVALIAÇÃO


• 3.1 – O Cash-flow de um projecto
• 3.2 – Breve considerações sobre cálculo financeiro
• 3.3 – O custo de oportunidade de um projecto de investimento
• 3.4 – Critérios e medidas de rendibilidade de um projecto: VAL, TIR,
Payback, IRP
Bibliografia Recomendada
1. Análise de Projectos de Investimento
• Autor: Hélio Barros – Edições Silabo
Assuntos de Importância:
• Estudo de Mercado – Método dos Mínimos Quadrados;
• Estudo Técnico do Investimento – Listagem de Despesa Técnica de Exploração

2. Análise de Projectos de Investimento


• Autor: Omar Mithá – Escolar Editora

3. Concepção e Análise de Projectos de Investimento


• Autor: Albertino Marques – 3º Edição - Edições Silabo
Assuntos de Importância:
• As Variantes de um projecto;
• Alguns erros e omissões na elaboração de um projecto;
• O Ponto Crítico das Vendas;
• Os diferentes tipos de custos e benefícios de um projecto;
• Consideração de Cálculo Financeiro.

4. Gestão Financeira – Análise de Investimento
• Autor: Eduardo Sá Silva, Marcos Queirós – 2ª Edição
Assuntos de Importância:
• Determinantes de um projecto de investimento;
• Estudos complementares de um projecto de Investimento
CAPÍTULO I
CONCEITOS E ENQUADRAMENTO
1.1 – Investimento e Projecto de Investimento
Investimento na perspectiva financeira

• É óptica da empresa e do empresário, corresponde à


aplicação de capitais ou de activos monetários próprios ou
alheios .

• A ênfase incide na aplicação em sentido monetário e, nesta


perspectiva, para se realizar um investimento é necessário que
exista uma expectativa de recuperação dos valores investidos
e de uma remuneração adicional - o lucro.
#Aplicação de fundos escassos que geram rendimento durante um certo tempo,
de forma a maximizar a riqueza da empresa#

Investimento na perspectiva económica

• No limite, e globalmente, investimento significa acumulação


de possibilidades de produção, quer directamente através de
projectos produtivos, quer indirectamente através de
projectos não directamente produtivos mas que, de uma
forma ou outra, contribuem para a dinamização da
actividade económica, o crescimento da produtividade, o
aumento do produto e dos rendimentos sociais e para a
melhoria das condições de vida em geral.
#Acumulação de possibilidades de produção durante um determinado tempo
que visam aumentar o PIB, equilibrar a balança de pagamento e melhorar as
condições de vida da população#

Projecto de investimento

• Um projecto de investimento é portanto simultaneamente


uma ideia e um plano de investimento que se propõe
afectar recursos escassos a uma aplicação particular, de
entre as diferentes aplicações alternativas, com o
objectivo de obter um rendimento durante um certo
tempo, que remunere adequadamente a aplicação.
#Proposta de aplicação de recursos durante um certo tempo, com o objectivo de
obter retorno superior ao investimento#
1.2. INVESTIMENTO VS POUPANÇA
Investimento
• Aplicação de recursos, em determinado período de tempo com
vista a obtenção de rendimentos superiores (lucro);

Poupança
• A parte do rendimento não destinada ao consumo nem ao
investimento;
• Poupar é não gastar.

#A poupança condiciona futuros investimentos e o investimento condiciona


futuras poupanças#

Relação entre poupança e Investimento

Lucro Poupança

Investimento Este lucro pode ser


poupado ou
reinvestido.
1.3. A decisão de investir
• A decisão de investimento designa-se genericamente por projecto.
O projecto é um conceito entendido em duas acepções:
enquanto plano (intenção) de investimento e enquanto estudo
(processo escrito) da intenção de investimento (negócio). Como o
estudo é a tradução no papel da intenção de investimento, as
duas acepções são equivalentes, sendo reunidas no dossier do
projecto de investimento. O estudo decorre da exigência por parte
das fontes de financiamento (Capital Próprios e Capital Alheio).
• Porque que as empresas investem?
• As empresas investem porque na sua actividade geram
excedentes financeiros, excedentes estes que os acionistas não
querem consumir, optando por investi-los. Outrossim, é a
necessidade crescimento e desenvolvimento da empresa.

Na perspectiva empresarial

• Quando a empresa decide investir, espera gerar um resultado


que remunere o investimento realizado.
• A decisão assenta fundamentalmente no resultado da análise
da rentabilidade dos projectos, pois é este o aspecto que
mais directamente interessa ao empresário privado neste
contexto.
• Ou seja, o empresário decide investir quando existe
perspectivas de retorno superior (lucro) ao investimento.

• Valor do projecto = Benefício – Investimento > 0



Na perspectiva macroeconómica

• A decisão, além da consideração dos aspectos de


rentabilidade, sempre subjacentes, tem a ver com os múltiplos
efeitos , directos e indirectos, que um projecto pode repercutir
em diferentes domínios da economia e da sociedade e com
a utilização alternativa dos recursos escassos que utiliza em
investimento (custo de oportunidade).

#efeitos económicos e sociais:


(PIB, BP , EMPREGO,...)#
1.4. ÓPTICAS DE AVALIAÇÃO DE PROJECTOS
DE INVESTIMENTOS
1.4.1. Óptica financeira

 Avaliação técnica: preocupa-se com o engineering e o


design das instalações e equipamentos do projecto,
estimando os custos de investimento e os custos operativos
da construção e operação do projecto.
 Avaliação comercial: trata das condições de compra de
bens de serviços necessários à implementação do projecto e
das condições de compra e venda (mais exatamente do
marketing) da fase de operação do projecto. É uma
avaliação que envolve em geral um estudo de mercado,
que identifica clientes e os concorrentes, as quantidades e os
preços de venda da conta de exploração previsional do
projecto, assim como o fundo de maneio.

 Avaliação institucional: trata de questões relacionadas com a
gestão do projecto em particular com o sistema de gestão e o
tipo de organização, do pessoal a adoptar na fase de construção
e na fase de operação.

• Nesta óptica temos:

 Perspectiva da empresa
 Perspectiva do empresário

Perspectiva da Avalia a rendibilidade
Empresa do negócio/projecto
Objectivo:
(To firm) ou seja o património
global do projecto.
Mostra-nos o valor do Maximizar o valor
projecto e/ou empresa. da empresa
Perspectiva do Avalia o património
Empresário líquido criado pelo Maximizar o valor do
(To equity) projecto, ou seja, o empresário/acionista
montante destino aos
acionista/promotores

1.4.2. Óptica Económica e Social

• A avaliação económica e social do projecto de investimento é o


estudo de apoio à tomada de decisão pública relativamente ao
projecto. Em geral distingue-se a avaliação económica, que mede
o contributo do projecto para o bem-estar da população e o seu
contributo para os objectivos da política económica nacional da
avaliação social, que mede o impacto de determinada acção
sobre aspectos sociais. A avaliação social de projectos de
investimento, avalia a contribuição do projecto para objectivos
sociais, designando-se por vezes por impactO social (por ex., a
distribuição do rendimento, a fixação da população, a melhoria da
condições de vida, em particular da nutrição, saúde, educação e
aspectos culturais da população relacionada com o projecto).

1.4.3. Óptica Ambiental

• A avaliação ambiental do projecto avalia as implicações em


termos do meio ambiente físico devido ao projecto, focando
em particular aspectos relacionados com a poluição. É
igualmente designado por impacto ambiental.

• Podemos concluir que existem quatro tipos de avaliação: a


avaliação financeira, a avaliação económica, a avaliação
social e a avaliação ambiental.
• A avaliação financeira é a “mãe” de todas as outras
avaliações, já que o seu algoritmo de suporte, designado por
orçamento de capital constitui a infraestrutura de todas as
outras formas de avaliação.
1.5. INVESTIMENTOS REAIS VS
INVESTIMENTOS FINANCEIROS
1.5.1. Investimento Real

• Investimento real é, pois, todo o «sacrifício», consubstanciado numa


troca de satisfação atual (associada ao custo) por satisfação
futura (associada a benefícios esperados incertos), tendo como
objetivo a produção (venda) de bens ou a prestação de serviços.
• Características do investimento real:
a) Deve estar associado ao negócio da empresa (ter impacto
sobre o volume de negócio – motivação subjacente a
aquisição: aumentar/melhorar a produção e/ou serviço)
b) O retorno é incerto.

1.5.2. Investimento Financeiro

• Investimento financeiro é a aplicação de recursos com vista a


rentabilização de excedentes financeiros ao longo do tempo.

• Características do Investimento Financeiro:


a) Não está associado ao negócio da empresa (a motivação
subjacente a aquisição é simplesmente rentabilizar os
excedentes financeiros)
b) O retorno é quase certo e mensurável.
1.6 – CLASSIFICAÇÃO DE PROJECTO DE INVESTIMENTO

1.6.1. Quanto ao sector de actividade

• Projectos agrícolas;

• Projectos industriais;

• Projectos comerciais;

• Projectos de serviços.
...
1.6.2. Quanto a natureza do investidor

• Projectos públicos:

 são aqueles desenvolvidos pela entidade pública.

• Projectos privados:

 são projectos desenvolvidos pelos particulares


...
1.6.3. Quanto a relação com a actividade produtiva
• Projectos directamente produtivos: são aqueles que
desenvolvem actividades directamente produtivas, dando
origem a bens e serviços transacionáveis no mercado;
• Projectos indirectamente produtivos: são projectos que
desenvolvem actividades de suporte às actividades produtivas,
garantindo a sua implementação (p.e, projectos de infra-
estruturas);
• Projectos sociais: são projectos não relacionados com a
actividade produtiva, cujo objectivo é o de garantir o
funcionamento do sistema político e social, prosseguindo o
objectivo de melhoria do bem-estar e coesão social.
...
1.6.4. Quanto ao objectivo de investimento
• Investimento de reposição ou substituição: são normalmente os
mais frequentes, não aumentam a capacidade da empresa e
são os que apresentam menos incerteza. Com efeito, os
elementos a considerar no estudo dos projectos, são
essencialmente constituídos por factores internos da empresa,
limitando-se em geral os externos à avaliação de preços de
aquisição e cessão de equipamentos. Ou seja, é um
investimento que substitui equipamentos usados ou obsoletos
por equipamentos novos com as mesmas características
técnicas dos equipamentos substituídos (mesmas capacidades
de produção e custos de produção). – usura física; avarias e
progresso tecnológico.
...
• Investimento de modernização ou racionalização: É um
investimento que substitui equipamentos usados ou obsoletos
por equipamentos novos com características técnicas
diferentes de forma a permitirem quer produzir mais aos custos
antigos quer produzir o mesmo com custos mais baixos.
• Investimento de expansão: É um investimento que permite
aumentar a capacidade de produção, permitindo à empresa
fazer face ao aumento da procura, sem modificar a natureza
dos produtos.
• Investimento de diversificação ou inovação: É um investimento
que permite produzir novos produtos, possibilitando a fazer face
a alterações na preferência dos consumidores.
...

• Investimento estratégico ou de elevado potencial tecnológico:


É um investimento cujo objectivo é o de dar uma vantagem
estratégica à empresa numa perspectiva dinâmica. Muitas
vezes este investimento possui rendibilidade financeira nula ou
dificilmente mensurável, como os investimentos em
publicidade, na formação de pessoal, as despesas de R&D ou
os investimentos devidos as exigências legais, tipo os
investimentos antipoluição.
...
1.6.5. Quanto a relação entre investimentos

• Projectos independentes: São projectos não relacionados quer


em termos técnicos, quer em termos financeiros ou comerciais,
sendo por isso implementáveis simultaneamente. É o tipo de
projecto padrão das metodologias de avaliação de projectos.
...
• Projectos dependentes: são projectos em que a
implementação de um induz a implementação do outro. A
dependência pode ser complementar ou alternativa. A
complementaridade pode ser de diferentes tipos:
complementaridade comercial ou complementaridade
técnica, situação em que os dois projectos têm que ser
analisados conjuntamente; complementaridade sequencial,
situação em que a adopção de um projecto depende da
adopção anterior (complementaridade sequencial positiva) do
outro projecto ou da não adopção posterior
(complementaridade sequencial negativa) do outro projecto.
Este tipo de projecto designa-se correntemente projectos
complementares. Os projectos alternativos designam-se
projectos mutuamente exclusivos.
...
1.6.6. Quanto a cronologia dos fluxos de caixa

• Projectos convencionais: são aqueles que possuem um ou mais


períodos de despesa, seguidos de um ou mais períodos de
receitas.

• Projectos não convencionais: são projectos que apresentam


fluxos de despesas intercalados com fluxos de receitas.
...
1.6.7. Quanto ao contexto geográfico

• Projectos de investimentos nacional: Quando o capital próprio


pertence a residentes no país.

• Projecto de investimento estrangeiro: Quando o capital próprio


pertence a residentes no estrangeiro.
...
1.6.7. Quanto ao contexto geográfico

• O investimento estrangeiro se classifica em:


• Investimento directo estrangeiro: quando o investimento
estrangeiro é efectuado directamente pelo investidor
estrangeiro que exerce o controlo directo sobre o investimento.
Por exemplo, as filias constituídas por multinacionais no
estrangeiro.
• Investimento indirecto estrangeiro ou investimento de portfólio:
quando o investimento estrangeiro é realizado indirectamente,
o investidor não constrói um investimento de raiz, limitando-se a
adquirir participação em empresas existentes, sem exercer
controlo directo sobre o negócio.
...
1.6.8. Quanto a dimensão

• Projectos pequenos: Os que não têm qualquer impacto sobre o


nível geral de preços.

• Projectos grande: Quando exercem influência sobre o nível


geral de preços.
1.7 – ETAPAS E CICLO DE UM PROJECTO

1ª fase: Identificação do projecto

Esta fase desenvolve-se a partir da identificação e


selecção de oportunidades de investimentos existentes
num determinado contexto empresarial, regional, sectorial,
nacional e internacional.

#identificação de necessidades a satisfazer – criação de ideias de


negócio#
...
2ª fase: Preparação ou Elaboração de Projecto

• Corresponde a uma actividade de pesquisa e demonstração de


que o projecto é importante do ponto de vista técnico, económico
e financeiro.
• Pré-viabilidade: avalia-se o projecto a luz da estratégia da
empresa, tendo em consideração as variantes que se
colocam, as perspectivas de mercado, os aspectos técnicos,
etc. Nesta fase tratam-se todas as questões que mais tarde
serão aprofundadas na fase de viabilidade, e que nesta fase
são tratadas de forma exploratória, tendo em consideração as
diferentes variantes que se colocam.
...
2ª fase: Preparação ou Elaboração de Projecto

• Viabilidade: optando-se por uma variante, formula-se


definitivamente o projecto, aprofundando o estudo elaborado
na pré-viabilidade, de modo a avaliar o projecto.
...
3ª fase: Avaliação e Decisão

• Nesta fase verifica-se se os capitais investidos geram


retornos desejados, tendo em conta a perspectiva do
promotor. Em função disso, decide-se pela
implementação ou não do projecto. Na eventualidade
do projecto ser rejeitado, o mesmo pode ser
reconsiderado, promovendo-se novos estudos para a sua
concretização.
...
4ª fase: Execução/Implementação

• Nesta fase proceder-se-á à revisão dos estudos técnicos e


financeiros efectuados, do calendário de realização de
projectos, etc., não só no sentido de aprofundar
detalhadamente as operações a realizar, mas também ter em
linha de conta o período de tempo decorrido entre a primeira
e a quarta etapa, actualizando para efeito os preços dos
bens utilizados na eventualidade do referido período ter sido
bastante longo e tal se justifique. Serão desencadeadas as
acções necessárias para pôr em funcionamento o projecto:
construção civil, montagem de equipamentos, recrutamento
e formação de pessoal, lançamento do sistema de gestão,
contratos de funcionamento, etc.
...
5ª fase: Funcionamento e Controlo

• Verificar se se cumpre o calendário de realizações dos


investimentos, analisar os desvios de funcionamento e
levar a cabo as necessárias acções correctivas.
CAPÍTULO II
ESTUDO DE VIABILIDADE DE UM
PROJECTO
2.1. BREVES CONSIDERAÇÕES
Os estudos de viabilidade de um projecto desenvolvem-se na fase
de elaboração ou preparação do projecto. Estes estudos fornecem
informações que servirão de base para a tomada de decisão.
Neste contexto, e antes de passar à fase de avaliação financeira,
económica e social referidas, utilizando os critérios e tecnícas
adequados para o efeito, procede-se já aqui a algumas formas de
avaliação, que nos levam a concluir se o projecto é ou não viável
numa segunda aproximação. Portanto, esta fase de preparação do
projecto deverá conduzir-nos à desição de o eliminar ou passar à
fase de avaliação final, após sucessivas melhorias e reciclagens.
Estas reciclagem deverão centrar-se basicamente nos seguintes
aspectos: Comerciais (fornecedores, clientes, concorrência,
segmento e distribuição); Técnicos (equipamentos, tecnologia e
infraestruturas); Financeiros (liquidez e solvabilidade); Gestão
(planeamento, organização, direccção e controlo).
2.2. ESTUDO DE MERCADO
O estudo de mercado também designado por avaliação comercial,
pretende determinar:

 A quota de mercado da empresa


 O preço de venda do produto
 A política de distribuição a adoptar pela empresa

O objectivo do estudo de mercado é o de determinar o valor da


produção, a dimensão da tecnologia a adoptar e o valor das vendas.
O estudo de mercado determina, conjuntamente com o estudo técnico, o
custo das existências vendidas e consumidas.

No estudo de mercado faz-se principalmente a análise da oferta (análise


SWOT) e da procura (através de métodos de previsão da procura).
...
Com o objectivo de determinar a quota de mercado, o preço de venda e
a política de distribuição a adoptar estuda-se:

 A procura passada e presente


 A procura futura
 A estrutura de mercado incluindo quotas de mercado de cada
empresa.

Estudo procura passada e presente

O estudo da procura passada e presente é o ponto de partida do estudo


de mercado e serve de base à previsão da procura futura. Este estudo
pode ser feito de duas formas:

i. Através de inquéritos; e
ii. Registos estatísticos.
...
Métodos de previsão da procura

Existem vários métodos para prever a procura, mas abordaremos


apenas um método:

i. Modelo econométrico;
Os passos de um modelo econométrico são (Gujarati, 1995:3):
- Especificação das hipótese teórica e consequente modelo
matemático;
- Especificação do modelo econométrico;
- Obtenção de dados;
- Estimação de parâmetros;
- Teste de hipótese;
- Previsão.
...
...
...
Estudo das redes de distribuição e de clientela

• Estudada a produção, o consumo e o preço médio do bem,


no presente e no passado, há que investigar o procedimento
utilizado na distribuição do produto: rede de lojas, franchising,
agentes exclusivos, grossistas, concessionários, etc.
• O estudo da rede de distribuição faz-se investigando o
funcionamento do mercado, lendo relatórios e falando com
técnicos do sector; isto é, estuda-se a localização e o
funcionamento dos produtores concorrentes, redes de
distribuição utilizadas e as vantagens específicas que
dominam. É ainda importante perceber os clientes o seu
estrato sócio-económico, sexo, idade, religião, hábitos,
motivações, atitudes, etc., de modo a adaptar o produto as
necessidades e preferências do consumidor e prever
alterações futuras.
2.3 – ESTUDOS TÉCNICOS, ECONÓMICOS,
FINANCEIROS E ADMINISTRATIVOS
A realização de estudos técnicos, económicos, financeiros e
administrativos vai dar origem a quatro planos principais:
 Plano de investimento: activo fixo (tangível e intangível) e fundo
de maneio

 Plano de exploração: proveitos e Custos

 Plano de financiamento: capitais próprios e capital alheio

 Balanços previsionais: activo, capital próprio e passivo

Obs: com base nesses planos são elaborados outros planos/mapas


complementares…
2.1 – Estudos técnicos, económicos, financeiros e administrativos

Exercício nº 1

Dados
Investimento: Valor de aquisição Vida útil (anos)
- Equipamento 500 000,00 5
- Construções 2 500 000,00 20

Financiamento:
- Empréstimo 900 000,00
- Período 3anos

- Taxa de juro 10%


Vendas, Custos e Política de Fundo de Maneio
1 2 3
Vendas 1 000 000,00 1 500 000,00 2 000 000,00
CV 15% 20% 30%
CF 20 000,00 20 000,00 20 000,00
Cliente 10 000,00 15 000,00 20 000,00
Existências 5 000,00 7 000,00 9 000,00
Fornecedores 1 000,00 2 000,00 3 000,00

Imposto S/Lucro 30%


Resolução

1. Plano de Investimento
0 1 2 3
Investimento em imobilizado -3 000 000,00
Working Capital (WC) 14 000,00 6 000,00 6 000,00
Total -3 000 000,00 14 000,00 6 000,00 6 000,00

1.1. Fundo de Maneio


1 2 3
Cliente 10 000,00 15 000,00 20 000,00
Existência 5 000,00 7 000,00 9 000,00
Fornecedor 1 000,00 2 000,00 3 000,00
FM 14 000,00 20 000,00 26 000,00
WC 14 000,00 6 000,00 6 000,00
2. Plano de exploração
1 2 3
Vendas (+) 1 000 000,00 1 500 000,00 2 000 000,00
CV (-) 150 000,00 300 000,00 600 000,00
CF (-) 20 000,00 20 000,00 20 000,00
EBITDA (=) 830 000,00 1 180 000,00 1 380 000,00
Amortizações (-) 225 000,00 225 000,00 225 000,00
EBIT (=) 605 000,00 955 000,00 1 155 000,00
Juros (-) 90 000,00 60 000,00 30 000,00
EBT ou RAI (=) 515 000,00 895 000,00 1 125 000,00
Imposto (-) 154 500,00 268 500,00 337 500,00
NEE ou RLE (=) 360 500,00 626 500,00 787 500,00
3. Plano de Amortização do financiamento (Quotas Constantes)

1 2 3
(D)Dívida no início 900 000,00 600 000,00 300 000,00
(J)Juros (10%) 90 000,00 60 000,00 30 000,00
(R) Reembolso (=D/n) 300 000,00 300 000,00 300 000,00
(P) Prestação (=J+R) 390 000,00 360 000,00 330 000,00
Dívida no fim 600 000,00 300 000,00 0,00
4. Balanço Previsional
1 2 3
Activo
Activo não corrente
- Equipamento 400 000,00 300 000,00 200 000,00
- Construções 2 375 000,00 2 250 000,00 2 125 000,00
Total de ANC 2 775 000,00 2 550 000,00 2 325 000,00

Activo corrente
- Existências 5 000,00 7 000,00 9 000,00
- Clientes 10 000,00 15 000,00 20 000,00
- Disponibilidades 271 500,00 817 000,00 1 523 500,00
Total do AC 286 500,00 839 000,00 1 552 500,00
Total do Activo 3 061 500,00 3 389 000,00 3 877 500,00

Capital Próprio e Passivo


Capital Próprio
- Capital social 2 100 000,00 2 100 000,00 2 100 000,00
- Resultados transitados 0,00 360 500,00 987 000,00
- Resultado líquido do exercício 360 500,00 626 500,00 787 500,00
Total CP 2 460 500,00 3 087 000,00 3 874 500,00

Passivo
- Empréstimo de ML prazo 600 000,00 300 000,00 0,00
- Fornecedores 1 000,00 2 000,00 3 000,00
Total Passivo 601 000,00 302 000,00 3 000,00
CP + Passivo 3 061 500,00 3 389 000,00 3 877 500,00
Cálculos auxiliares ao Balanço Previsional

4.1. Amortização do Imobilizado


V0 Vida útil Am. Exerc. Am. Ac. VC
- Equipamento 500 000,00 5,00 100 000,00 300 000,00 200 000,00
2 500 2 125
- Construções 000,00 20,00 125 000,00 375 000,00 000,00
3 000 2 325
000,00 225 000,00 675 000,00 000,00
1.2. Plano financeiro (POAF ou DOAF)
1 2 3
(O) Origens:
- RLE 360 500,00 626 500,00 787 500,00
- Amortizações 225 000,00 225 000,00 225 000,00
- Capital social 2 100 000,00
- Empréstimos obtidos 900 000,00
- Desinvestimento em FM
- Suprimento de sócios
Total 3 585 500,00 851 500,00 1 012 500,00
(A) Aplicações:
- Investimento em imobilizado 3 000 000,00
- Investimento em FM 14 000,00 6 000,00 6 000,00
- Distribuição de dividendos
- Reembolso de empréstimos 300 000,00 300 000,00 300 000,00
Total 3 314 000,00 306 000,00 306 000,00

(ST) Saldo de tesouraria (=O-A) 271 500,00 545 500,00 706 500,00
(DI) Disponibilidade inicial (=DFn-1) 0,00 271 500,00 817 000,00
(DF) Disponibilidade final (=ST+DI) 271 500,00 817 000,00 1 523 500,00
2.4 – PLANO DE NEGÓCIOS

É um documento que planea e organiza a forma de


implementação de uma ideia de negócio.
É através do Plano de Negócios que se tem uma noção
mais concreta da realidade do mercado em que se
idealizou implementar um negócio e as diversas nuances
que este negócio poderá enfrentar caso se decida
avançar com a sua implentação.
...
Resumidamente, um plano de negócios aceitável deve
incorporar os seguintes elementos:

1. Identificação da Empresa;
Descrever de forma clara e completa a identidade jurídica
da empresa: nome da empresa (caso já tenha); ano da
fundação (caso já tenha); razão social e nome fantasia
(caso já tenha); objecto (caso já tenha); constituição
jurídica (caso já tenha), etc.
...
2. Definição do Negócio;
Onde se faz a contextualição e a descrição do negócio
de uma forma mais generalizada. Pode-se (deve-se) tratar
de aspectos como: Histórico (Como surgiu a ideia do
negócio?); Descrição Geral do Negócio (Que
oportunidade de negócio pretende empresa explorar?);
Missão (a razão de ser da empresa, o seu propósito, para
quê ela existe); Visão (obectivo a longo prazo).

3. Área / Sector de Actuação


Descrever e apontar as principais características (e
particularidades) que identificam o sector ou a área em
que a empresa pretende actuar.
...
4. Identificação ou Tipo de Produto e/ou Serviço;
Deve-se apresentar de forma clara e objectiva o que a
empresa pretende oferecer (produto e ou serviço).

5. Quadro de Pessoal;
O pessoal e as suas qualificações com o qual a empresa conta
para implementar o negócio, assim como a participação de
terceiros (caso haja).

6. Cronograma da implementação do negócio;


Onde se deve apresentar um cronograma da execução física
da implementação do negócio, onde forma clara se deve
declarar o que prevê fazer em cada uma das fazes até a sua
implementação efectiva.
...
7. Legislação Aplicável;
Onde se deve fazer o enquadramento legal de acordo às
leis e/ou decretos aplicáveis ao tipo de negócio e no local
em que se pretende implementar.

8. Análise do Contextual;
Na análise do contexto do mercado deve-se considerar a
área, o sector e o mercado de actuação. Analisar as
tendências e suas possíveis implicações/impactos para a
empresa. Investigar sobre as tendências políticas,
econômicas, tecnológicas, sociais, culturais e até
ideológicas.
...
9. Análise dos Factores Chave de Sucesso;
Descrever os ítens/factores que sem os quais o negócio
não tem “pernas para andar”.

10. Análise Interna;


Muito ligada à análise anterior, aqui deve-se fazer uma
avaliação do potencial e das fragilidades da empresa em
pontos fortes (vantagens a serem aproveitadas ou
desenvolvidas) e pontos fracos (vulnerabilidades a serem
transformadas ou contornadas), ou seja, de factores cujo
controlo dependem da própria empresa.
...

11. Plano Estratégico;


Com base em uma visão de futuro, os empreendedores devem:
• Descrever a posição e a situação almejada (Estipular prazos);
• Estruturar o Caminho a ser Seguido (Como a empresa irá se
desenvolver e se manter no mercado?);
• Identificar e descrever os principais desafios (Quais são? O
que será feito a respeito?);
• Identificar e descrever os potencias problemas (Quais são? O
que será feito a respeito?).
...
12. Plano Financeiro;
Onde os principais pontos a serem considerados e definidos na área
financeira são:
• O Levantamento de todos os custos (fixos e variáveis, custos
de operação e de implementação);
• Projecção da receita;
• Projecção das vendas;
• Projecção do capital necessário (recursos necessários);
• Projeção dos cash-flows (entradas e saídas);
• Planos de contigências (Plano B) (o que será feito se algo
não sair conforme o esperado? Rever as alternativas);
• Escolha dos investidores (buscar, definir critérios de
entrada/saída e a forma de participação no negócio);
• Controladores (como saber se os objectivos estão ou não a
ser alcançados? criar e acompanhar os indicadores)
CAPÍTULO III. – MÉTODO E TÉCNICAS
DE AVALIAÇÃO DE PROJECTOS DE
INVESTIMENTO
3.1 – O Cash-flow de um Projecto

A análise de um projecto de investimento passa pela valoração dos


activos que o projecto cria. O valor desses activos depende dos
cash-flows que geram durante a sua vida útil económica.

O cash-flow é a variável que mede a rendibilidade financeira de um


projecto de investimento. Nesta perspectiva, considera-se um
projecto financeiramente viável quando:

Cash-flows gerados > Investimento


3.2 - Cash-flow vs lucro contabilístico

Cash-flow:

 Recebimento e Pagamento

Lucro contabilístico:

 Princípio da especialização
...

Elementos Cash-flows DR
(+) Vendas - Considera apenas os - Considera o momento da
recebimentos ocorrência em obediência ao
princípio da especialização do
exercício

(-) Custos - Considera os custos - Considera o momento da


desembolsáveis (exclui-se as ocorrência em obediência ao
amortizações e provisões); princípio da especialização do
- Mesmo sendo custos exercício
desembolsáveis, considera
apenas os custos
efectivamente pagos.

(-) Imposto - Quando pago - Quando apurado


Cash-flow do último ano – Valor residual/terminal

Ao cash-flow do último ano, adiciona-se o valor residual do


imobilizado após a vida útil do projecto. Este valor representa um
cash-flow in assumindo que a empresa venderá estes imobilizados
pelo valor residual (recuperação de fundos).

VR = VT + FM do último ano => valor a recuperar

VT = VM – Imposto S/ + Valia

+/- Valia = VM – VC
O valor residual vs Valor terminal

Valor residual: é o valor contabilístico do imobilizado


Valor terminal: é o valor de mercado de mercado deduzido de
imposto sobre a mais-valia.
Mais-valia: quando o valor de mercado é superior ao valor
contabilístico.
3.3 - Tipos de Cash-flows

Podemos considerar três tipos de cash-flows:

i. Cash-flow de investimento;
ii. Cash-flow de exploração/operacional;
iii. Cash-flow de financiamento.

Podemos ainda classificar os cash-flows como:


 Cash-flow in (Entrada)
 Cash-flow out (Saída)
3.4 - Cálculo do Cash-flow

3.4.1 – Método Indirecto

CF = EBIT*(1-T) + AR – WC + VR – CAPEX , ou = RLE + AR – WC + VR –


CAPEX + E.Finx(1-T)

CF to Firm

Onde:
CAPEX – Capital Expenditures (Despesas de Capital);
AR – Maortizações;
E. Fin – Existência Final.
No cálculo dos Cash-flows também temos que distinguir a
perspectiva de avaliação: da empresa e do empresário. A fórmula
abaixo apresentada considera os custos financeiros e os reembolso
do financiamento, quando avalia-se na perspectiva do empresário.

CF = RLE + AR – WC + VR – CAPEX – REEMBOLSOS + EMPRÉSTIMOS

CF to Equity
3.4.2 – Método Directo

(+) Vendas
(-) Créditos concedidos no período
(+) Créditos concedidos de períodos anteriores
(=) Cash-Flow In (Entrada) - A

(+) Custos
(-) Créditos obtidos no período
(+) Créditos obtidos de períodos anteriores
(+/-) Variação das Existências
(=) Cash-Flow Out (Saída) - B

(A-B) Cash-Flow Operacional


Exercício de Aplicação

Dados:

Io = 40 000,00 Vida útil = 5 anos


CP 40%
CA 60%

Financiamento:
Taxa de juro -
10%
Peródo = 3 anos
Reembolsos constantes
...
Informações Adicionais:
1 2 3
Compras 20 000,00 25 800,00 28 100,00
Existências 1 050,00 1 875,00 2 115,00
Clientes 3 025,00 3 150,00 4 050,00
FSE 10 500,00 12 750,00 13 020,00

PMR = 30 dias
PMP = 30 dias
PMA = 30 dias

Imposto s/lucro: 30% (são pagos no ano corrente)

Pretende-se o cálculo dos Cash Flows:


a) Na perspectiva da empresa e do empresário;
b) Assumindo que os impostos são pagos no ano seguinte, na perspectiva da empresa e do
empresário.
Resolução

a) Na Perspectiva da Empresa e do Empresário

*Cálculo do Fundo de Maneio

1 2 3
Existências 1 050 1 875 2 115
Clientes 3 025 3 150 4 050
Fornecedores 1 644 2 121 2 310
FM 2 431 2 904 3 855
WC 2 431 473 951
...
a1) Na Perspectiva da Empresa

*Método Indirecto
CFO - Perspectiva da empresa (to firm)
1 2 3
(+) Vendas 36 804 38 325 49 275
(-) CMVMC 12 775 22 813 25 733
(-) FSE 10 500 12 750 13 020
(=) EBITDA 13 529 2 763 10 523
(-) Amortizações 8 000 8 000 8 000
(=) EBIT 5 529 -5 238 2 523
(-) Imposto 1 659 0 757
(=) RLE 3 870 -5 238 1 766
(+) Amortizações 8 000 8 000 8 000
(-) WC 2 431 473 951
(=) Cash-flow Operacional 9 439 2 289 8 815
...

*Método Directo

CFO - perspectiva da empresa (to firm)


1 2 3
(+) Vendas 36 804 38 325 49 275
(-) Créditos concedidos no período 3 025 3 150 4 050
(+) Créditos concedidos de períodos anteriores 0 3 025 3 150
(=) Cash-Flow In (Entrada) - A 33 779 38 200 48 375

(+) Custos 31 275 43 563 46 753


(-) Créditos obtidos no período 1 644 2 121 2 310
(+) Créditos obtidos de períodos anteriores 0 1 644 2 121
(+/-) Variação das Existências 1 050 825 240
(+) Impostos pagos 1 659 0 757
(-) Custos não desembolsáveis 8 000 8 000 8 000
(=) Cash-Flow Out (Saída) - B 24 340 35 911 39 560

(A-B) Cash-Flow Operacional 9 439 2 289 8 815


...
a2) Na perpectiva do Empresário

* Método Indirecto

CFO - Perspectiva do empresário (to equity)


1 2 3
Vendas 36 804 38 325 49 275
CMVMC 12 775 22 813 25 733
FSE 10 500 12 750 13 020
EBITDA 13 529 2 763 10 523
Amortizações 8 000 8 000 8 000
EBIT 5 529 -5 238 2 523
Juros 2 400 1 600 800
RAI 3 129 -6 838 1 723
Imposto 939 0 517
RLE 2 190 -6 838 1 206
Amortizações 8 000 8 000 8 000
WC 2 431 473 951
Cash-Flow Operacional 7 759 689 8 255
...

a2) Cálculo Auxiliar

Plano de Amotização do Financiamento


1 2 3
Dívida no início 24 000 16 000 8 000
Juros 2 400 1 600 800
Reembolso 8 000 8 000 8 000
Prestação 10 400 9 600 8 800
Dívida no fim 16 000 8 000 0
...
a2) Na perpectiva do Empresário

* Método Directo
CFO - perspectiva do empresário (to equity) 1 2 3
(+) Vendas 36 804 38 325 49 275
(-) Créditos concedidos no período 3 025 3 150 4 050
(+) Créditos concedidos de períodos anteriores 0 3 025 3 150
(=) Cash-Flow In (Entrada) - A 33 779 38 200 48 375

(+) Custos 33 675 45 163 47 553


(-) Créditos obtidos no período 1 644 2 121 2 310
(+) Créditos obtidos de períodos anteriores 0 1 644 2 121
(+/-) Variação das Existências 1 050 825 240
(+) Impostos pagos 939 0 517
(-) Custos não desembolsáveis 8 000 8 000 8 000
(=) Cash-Flow Out (Saída) - B 26 020 37 511 40 120

(A-B) Cash-Flow Operacional 7 759 689 8 255


...
b) Assumindo que os impostos são pagos no ano seguinte, na perspectiva da empresa e
do empresário:

1 2 3
Existências 1 050 1 875 2 115
Clientes 3 025 3 150 4 050
Fornecedores 1 644 2 121 2 310
Estado 1 659 0 757
FM 772 2 904 3 099
WC 772 2 132 194
...
b1) Na Perspectiva da Empresa

*Método Indirecto

CFO - Perspectiva da empresa (to firm)


1 2 3
Vendas 36 804 38 325 49 275
CMVMC 12 775 22 813 25 733
FSE 10 500 12 750 13 020
EBITDA 13 529 2 763 10 523
Amortizações 8 000 8 000 8 000
EBIT 5 529 -5 238 2 523
Imposto 1 659 0 757
RLE 3 870 -5 238 1 766
Amortizações 8 000 8 000 8 000
WC 772 2 132 194
Cash-flow Operacional 11 098 630 9 572
...
b1) Na Perspectiva da Empresa

*Método Directo
CFO - perspectiva da empresa (to firm) 1 2 3
(+) Vendas 36 804 38 325 49 275
(-) Créditos concedidos no período 3 025 3 150 4 050
(+) Créditos concedidos de períodos anteriores 0 3 025 3 150
(=) Cash-Flow In (Entrada) - A 33 779 38 200 48 375

(+) Custos 31 275 43 563 46 753


(-) Créditos obtidos no período 3 303 2 121 3 066
(+) Créditos obtidos de períodos anteriores 0 3 303 2 121
(+/-) Variação das Existências 1 050 825 240
(+) Impostos pagos 1 659 0 757
(-) Custos não desembolsáveis 8 000 8 000 8 000
(=) Cash-Flow Out (Saída) - B 22 681 37 570 38 803

(A-B) Cash-Flow Operacional 11 098 630 9 572


...
b2) Na Perspectiva do Empresário

*Método Indirecto

CFO - Perspectiva do empresário (to equity)


1 2 3
Vendas 36 804 38 325 49 275
CMVMC 12 775 22 813 25 733
FSE 10 500 12 750 13 020
EBITDA 13 529 2 763 10 523
Amortizações 8 000 8 000 8 000
EBIT 5 529 -5 238 2 523
Juros 2 400 1 600 800
RAI 3 129 -6 838 1 723
Imposto 939 0 517
RLE 2 190 -6 838 1 206
Amortizações 8 000 8 000 8 000
WC 1 492 1 412 434
Cash-flow Operacional 8 698 -250 8 772
...
b2) Na Perspectiva do Empresário

*Método Directo
CFO - perspectiva do empresário (to equity) 1 2 3
(+) Vendas 36 804 38 325 49 275
(-) Créditos concedidos no período 3 025 3 150 4 050
(+) Créditos concedidos de períodos anteriores 0 3 025 3 150
(=) Cash-Flow In (Entrada) - A 33 779 38 200 48 375

(+) Custos 33 675 45 163 47 553


(-) Créditos obtidos no período 2 583 2 121 2 826
(+) Créditos obtidos de períodos anteriores 0 2 583 2 121
(+/-) Variação das Existências 1 050 825 240
(+) Impostos pagos 939 0 517
(-) Custos não desembolsáveis 8 000 8 000 8 000
(=) Cash-Flow Out (Saída) - B 25 081 38 450 39 603

(A-B) Cash-Flow Operacional 8 698 -250 8 772


3.5 - Breves Considerações Sobre Cálculo Financeiro
...
3.6 – O Custo de Oportunidade de um Projecto/Custo do Capital

• Qual deve ser a taxa de actualizar no projecto?

A resposta é inequívoca: a taxa de actualização do projecto deve


ser igual ao custo do capital O custo do capital do projecto é,
portanto, a taxa que desconta os cash-flows e permite obter o VAL.
Como a taxa de desconto ou taxa de juro do projecto é um preço
de mercado, o custo do capital é o preço dos fundos investidos no
projecto, isto é, a taxa de rendibilidade que o investimento no
projecto deve proporcionar para que o valor de mercado da
empresa se mantenha sem alteração ou aumente.
...
O risco empresarial é igual a risco económico mais o risco financeiro.
O aumento do endividamento aumenta a rendibilidade e
consequentemente o risco. Em função disso, o custo de capital da
empresa distingue-se do custo de capital do empresário:
• Perspectiva da empresa (CF to firm) =>WACC (custo médio
ponderado do capital);
• Perspectiva do empresário (CF to equity) => Re (custo do capital
próprio);
...
...
3.7 - Critérios e medidas de rendibilidade de um projecto

Os critérios de avaliação aqui apresentados são baseados em cash-


flows e por excelência, critérios de avaliação da rendibilidade dos
projectos de investimento. Dentre os vários existentes podemos
destacar:
O VAL (Valor Actualizado Líquido);
Payback (Período de recuperação);
TIR (Taxa interna de rentabilidade);
IRP (Índice de rentabilidade do projecto).
...
3.7.1. O VAL

O critério do VAL é mais favorecido por quase todos manuais de


avaliação financeira de projectos, principalmente por ser o critério
mais consistente no contexto da seleção de projectos mutuamente
exclusivos. O VAL é o somatórios dos CF´s líquidos actualizados.

Condição: Se o VAL > 0 – aceitar;


Se o VAL < 0 - rejeitar
...
...

Verifica-se que:

O investidor investe 100.000;


O projecto remunera o capital que se mantém investido à taxa de
10%;
O investidor recupera o investimento inicial (isto é, 100.000);
O projecto gera um excedente de 79.644, que é o VAL;
...

Este critério, embora seja favorecido por todos os manuais de


avaliação de projectos, pela sua coerência, simplicidade de cálculo
e consistência no contexto da seleção de projectos, possui alguns
inconvenientes:
• Sensibilidade face a taxa de actualização;
• Não considera a solvabilidade do projecto ao longo da sua vida
útil;
• Interpretação.
...
3.7.2 - O Payback (período de recuperação)

O período de recuperação é um critério de avaliação de projectos


que atende apenas ao período de tempo que o projecto leva a
recuperar o capital investido. O período de tempo necessário para
as receitas recuperarem a despesa em investimento é o período de
recuperação.
...
...
Resolução

1º Passo: Ver o último ano com CF actualizado e acumulado


negativo; (ex. 2º ano);
2º Passo: Calcular o CF médio mensal do ano seguinte em que o CF
actualizado e acumulado é positivo:

3º Passo: Calcular o número de meses necessário para cobrir o valor


em falta (ex. -48.760,33):
...

4º Passo: Calcular o número de dias: 0,73*30 dias = 22 dias.

Solução: o período de recuperação de investimento é de 2 anos, 9


meses e 22 dias
...

O período é um critério muito simples, adequado à avaliação de


projectos em contexto de risco, ou com ciclo de vida curto.
Desvantagem:
• Não é adequado à avaliação de projectos de longa duração;
• Para um projecto ser aceitável o período de recuperação deve
ser inferior a um período máximo fixado pelo investidor. A fixação do
período máximo admissível é subjectiva não existindo regras que o
permitam justificar.
...
Condição:

Período de recuperação > Vida útil do projecto/Período máximo


fixado pelo investidor => rejeitar;
Período de recuperação < Vida útil do projecto/Período máximo
fixado pelo investidor => aceitar.
...

3.7.3 - A TIR (Taxa Interna de Rentabilidade)

A TIR é a taxa de actualização do projecto que dá o VAL nulo.


Define-se portanto por:

A TIR iguala o cash-flow de exploração ao cash-flow de investimento,


anulando o VAL.
Condição: TIR > Ta => Aceitar;
TIR < Ta => Rejeitar
...
...

Resolução:

Hipótese A:
1º Passo – Encontrar um VAL1 que seja positivo muito próximo a zero
e um VAL2 que seja negativo muito próximo a zero. A taxa que
usarmos para calcular o VAL1 será a TAXA1 e a taxa que usarmos
para calcular o VAL2 será a TAXA2;
2º Passo – Interpolar:
(TAXA2 – TAXA1)= (VAL2 – VAL1)
(TIR – TAXA1) = (0 – VAL1)
...

Resolução:

Hipótese B:
1º Passo – Multiplicar a TAXA1*VAL2 e a TAXA2*VAL1, e somar os
resultados;
2º Passo – Somar o VAL1 + VAL2;
3º Passo – Multiplicar a variável “TIR” pela soma do VAL1+VAL2 e
igualar a soma do 1º passo;
4º Passo – Isolar TIR
...

Hipótese A:

TAXA1 = 10% e VAL1 = 79.644;


TAXA2 = 35% e VAL2 = (626)
(- 626 – 79.644)=(0,35-0,1)
( 0 – 79.644) = (TIR – 0,1)
TIR = 0,348
...

Hipótese B:

TAXA1 = 10% e VAL1 = 79.644;


TAXA2 = 35% e VAL2 = (626);
0,1 = 79.644
0,35 = 626
0,1*626 = 62,6
0,35*79.644 = 27.875,4
62,6 + 27.875,4 = 27.938
...

Hipótese B:

VAL1 = 79.644
VAL2 = (626)
VAL1+VAL2
79.644 + 626 = 80.270
TIR*80.270 = 27.938
TIR = 27.938 80.270 = 0,348
...
OBS: De forma a minimizar o erro aconselha-se que a TIR seja determinada
por aproximações e que a amplitude entre as duas taxas não ultrapasse
5%. (ex. taxa1 34% e taxa2 35% : dá-nos um valor mais exato – TIR igual a
34,7%, diferente da primeira taxa).

Interpretação: a TIR é a taxa de rendibilidade que remunera o capital que


se mantém investido, e que simultaneamente permite reembolsar o capital
investido.
A TIR é um critério que atende ao valor do dinheiro no tempo, valorizando
os cashflows actuais mais do que os cash-flows futuros; trata-se de um
critério muito popularizado pelos técnicos de avaliação de projectos,
gozando de elevada aceitação. Desvantagem:
• A TIR não é adequada à seleção de projectos de investimentos, a
não ser quando é determinada a partir do cash-flow relativo
...
3.7.4 - IRP (Índice de Rentabilidade do Projecto)

Este indicador relaciona o cash-flow de exploração com o cash-flow


de investimento, sendo:

Este indicador mede quantos CF´s foram gerados por cada unidade
de investimento.
...
Condição:

IRP = 1 => indiferença;


IRP > 1 => aceitar;
IRP < 1 => rejeitar.

Exemplo:

Significa que cada kz investido gerou 1,79 de CF, verifica-se um


excedente de 0,79 Kz.

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