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FINANÇAS NAS

EMPRESAS
UNIDADE 2

ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
TÓPICO 1
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
2 PRINCÍPIOS DO PROCESSO DE DECISÃO

As fases do processo de decisão orientado para a avaliação de projetos de


investimentos podem ser definidas conforme segue:

1. Reconhecimento da existência de uma oportunidade.


2. Procura e desenvolvimento de projetos diferentes.
3. Análise de projetos selecionados.
4. Escolha do melhor projeto.
5. Implantação e acompanhamento do melhor projeto.

73 Tópico 1
3 DECISÃO DO INVESTIMENTO

A decisão a ser tomada após a análise de viabilidade de um investimento não é tarefa fácil,
embora os cálculos demonstrem retorno positivo. Porém, existem variáveis incontroláveis,
aquelas sobre as quais o administrador não exerce controle, como, por exemplo, o mercado,
o clima, a legislação, entre outras.
Lapponi (1996) é específico quando relata que o analista deverá ser detalhista nas
informações, principalmente no que se refere aos fatores intangíveis. O porquê dessa
preocupação é justamente para deixar os acionistas bem informados sobre os riscos da
proposta, somente dessa forma haverá credibilidade e transparência na tomada de
decisão.

74 Tópico 1
4 DEFINIÇÃO DO INVESTIMENTO
É o processo de avaliar e selecionar investimentos de longo prazo mediante detalhamento
dos fluxos de caixa projetados, ou, podemos dizer que é o processo de elaboração de um
projeto. As decisões de investimento são sempre de longo prazo, envolvendo grandes
impactos na vida financeira de uma empresa, onde os desembolsos financeiros e os riscos
estão diretamente relacionados.

76 Tópico 1
4 DEFINIÇÃO DO INVESTIMENTO
As dúvidas quanto à viabilidade do projeto sempre vão existir. O administrador vai
sempre se perguntar: Será que a decisão tomada é a correta? Porém, as respostas
estão no futuro, através do fluxo de caixa e a taxa mínima de atratividade da
organização. É justamente a taxa mínima de atratividade ou custo de
oportunidade que terá de ser bem mensurada. Uma TMA avaliada com negligência
poderá trazer insatisfação aos acionistas. Já uma TMA superavaliada poderá
ocasionar o abandono de um bom projeto.

76 Tópico 1
4 DEFINIÇÃO DO INVESTIMENTO

Ao compararem o risco da simples ação de atravessar uma rua com um risco mais
complexo de construção de uma represa, os autores passaram a ideia de que a
análise de risco é subjetiva, ou seja, uma pessoa poderá entender que atravessar
uma avenida é um grande risco, porém outra pessoa distinta poderá entender que a
construção de uma represa não oferece grandes riscos, desde que exista um prévio
estudo de viabilidade e qual empresa está envolvida no projeto.

77 Tópico 1
4 DEFINIÇÃO DO INVESTIMENTO
Os motivos que levam uma organização a sair de uma zona de conforto e se
colocar numa posição de risco são apontados a seguir:

1. EXPANSÃO
2. SUBSTITUIÇÃO DE EQUIPAMENTOS
3. LANÇAMENTO DE NOVOS PRODUTOS
4. PROJETOS AMBIENTAIS

77 Tópico 1
5 CRITÉRIOS DE DECISÃO E MEDIDAS DE DESEMPENHO

A decisão de escolha pelo projeto A ou B deverá ser detalhista, fazendo com que
a opção de investimento selecionada no presente tenha sucesso, não
comprometendo o futuro de uma organização.

Lapponi (1996, p. 15) define que: “[...] os critérios de decisão tentam antecipar
bons resultados no futuro, fazendo com que os investimentos selecionados no
presente sejam consistentes com o objetivo de aumentar o valor da empresa”.

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6 TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE E EXPECTATIVA DE RETORNO
DO CAPITAL
O investidor tem mais de uma alternativa ou oportunidade de investir seu capital. Toda
vez que ele decide por uma alternativa de investimento, abandona outra alternativa,
renunciando a seu valor. Nesse momento de abandono, aquele lucro que ele dispensou
passará a ser um custo adicional na alternativa escolhida, tendo que ser descontado do
caixa projetado.

79 Tópico 1
7 PROJETOS INDEPENDENTES
Os projetos são independentes quando a decisão de aceitar ou rejeitar um
projeto não afeta a decisão de aceitar ou rejeitar nenhum outro projeto. Por
exemplo, comprar um novo veículo ou comprar uma nova máquina para
aumentar a produção.

Segundo Lapponi (1996, p.140): “Como a aceitação de um projeto não depende


da aceitação ou rejeição de outros projetos de investimento, a aplicação direta dos
critérios do método do VPL e do método da TIR dará a mesma
recomendação.”

80 Tópico 1
8 PROJETOS MUTUAMENTE EXCLUDENTES
São aqueles que possuem a mesma função e, por isso, competem uns com os
outros, de forma que a aceitação de um elimina a aceitação de outros. Por
exemplo, em um terreno de esquina, onde há um grande fluxo de veículos,
podemos construir uma loja ou um posto de gasolina.

80 Tópico 1
TÓPICO 2
MÉTODOS DE ANÁLISE DE
INVESTIMENTOS
2 TIPOS DE MÉTODOS DE ANÁLISE
2.1 MÉTODO PAYBACK SIMPLES
É um método de avaliação que mede o prazo necessário para recuperar o
investimento realizado. Este método não leva em consideração o custo de
capital da empresa.

87 Unid 2 Tópico 2 13 / 67
2.1 MÉTODO PAYBACK SIMPLES
2.1.1 CÁLCULO DO PAYBACK SIMPLES
Exemplo: Uma determinada companhia deseja saber a viabilidade de um
projeto de investimento. E para isto pretende investir $ 100.000,00, exigindo
retornos anuais de $ 30.000,00 durante cinco anos. Pede-se realizar uma
avaliação do projeto de investimento, considerando que o critério da empresa é
aceitar projetos de investimento que tenham um prazo de recuperação do valor
total do investimento menor que quatro anos.

88 Unid 2 Tópico 2 14 / 67
Recuperação do
Capital Investido

88 Unid 2 Tópico 2 15 / 67
2.1 MÉTODO PAYBACK SIMPLES
2.1.1 CÁLCULO DO PAYBACK SIMPLES
Portanto, o investimento será recuperado em 3,33 anos, ou três anos e quatro
meses, aproximadamente. Assim, a direção da empresa deverá aceitar este
projeto de investimento, pois o valor do PBS = 3,33 é menor que o valor de
quatro anos estabelecido pela direção.

Concluindo:
• Se PBS do projeto < 4 anos, deve ser aceito.
• Se PBS do projeto = 4 anos, não deve ser aceito.
• Se PBS do projeto > 4 anos, não deve ser aceito.

93 Unid 2 Tópico 2 16 / 67
2 TIPOS DE MÉTODOS DE ANÁLISE
2.2 MÉTODO PAYBACK DESCONTADO
Como os recursos alocados no investimento não são gratuitos, devemos incluir
seus custos ao longo do prazo de análise do projeto de investimento. Há duas
maneiras de incluir os custos:

- Acumulação do Valor Presente em cada ano do projeto;


- Saldo do Projeto com carregamento anual dos juros.

93 Unid 2 Tópico 2 17 / 67
2.2 MÉTODO PAYBACK DESCONTADO
2.2.1 CÁLCULO DO MÉTODO PAYBACK DESCONTADO
Exemplo: calcular o payback descontado, considerando que o custo de capital da
empresa é de 12% a.a. e o prazo máximo aceito para retorno do investimento é
quatro anos:

93 Unid 2 Tópico 2 18 / 67
93 Unid 2 Tópico 2 19 / 67
93 Unid 2 Tópico 2 20 / 67
2.2 MÉTODO PAYBACK DESCONTADO
2.2.1 CÁLCULO DO MÉTODO PAYBACK DESCONTADO
Critério do método do Payback Descontado: o procedimento para aplicar o
método do payback descontado é equivalente ao procedimento realizado no caso
do PBS. Começamos por estabelecer o prazo máximo tolerado pela empresa para
recuperar o capital investido. Por exemplo, se o prazo tolerado for igual a 3,5
anos, para que um projeto seja aceito deve apresentar um valor de PBD menor ou
igual a 3,5 anos. Resumindo:
• Se PBD do projeto < PBD máximo, deve-se aceitar o projeto.
• Se PBD do projeto = PBD máximo, deve-se aceitar o projeto.
• Se PBD do projeto > PBD máximo, deve-se rejeitar o projeto.

99 Unid 2 Tópico 2 21 / 67
2.2 MÉTODO PAYBACK DESCONTADO
2.2.1 CÁLCULO DO MÉTODO PAYBACK DESCONTADO
ANÁLISE DO MÉTODO DO PBD: A vantagem do método do PBD é considerar o
valor do dinheiro no tempo, pois o cálculo do PBD é realizado considerando o
custo de capital da empresa. Esse resultado tem os seguintes significados:

• O valor do PBD pode ser interpretado como o prazo de recuperação do investimento


remunerado no valor da taxa de juros que representa o custo de capital.
•O método do PBD continua tendo as desvantagens de não considerar todos os capitais do
fluxo de caixa, de ter que definir de forma subjetiva o prazo máximo tolerado e, ainda, a
empresa continuará com a tendência de aceitar projetos de curta maturação e baixa
rentabilidade e rejeitar projetos de maior maturação e alta rentabilidade.

99 Unid 2 Tópico 2 22 / 67
2 TIPOS DE MÉTODOS DE ANÁLISE
2.3 MÉTODO DO VALOR PRESENTE LÍQUIDO
O método VPL compara todas as entradas e saídas de dinheiro na data inicial do
projeto, descontando todos os valores futuros do fluxo de caixa a uma taxa de
juros que mede o custo de capital. É o mesmo que dizer que:
VPL = valor presente dos fluxos de entradas de caixa – investimento inicial.

99 Unid 2 Tópico 2 23 / 67
2 TIPOS DE MÉTODOS DE ANÁLISE
2.3 MÉTODO DO VALOR PRESENTE LÍQUIDO
Portanto, o critério do método do VPL estabelece que enquanto o valor
presente das entradas for maior que o valor presente das saídas, calculados
com a taxa de juros que mede o custo de capital, o projeto deve ser aceito.
Resumindo, sempre que:

• VPL > 0, o projeto deve ser aceito.


• VPL = 0, o projeto deve ser aceito.
• VPL < 0, o projeto não deve ser aceito.
O método do VPL pressupõe, implicitamente, que todos os retornos gerados
pelo projeto serão reinvestidos na taxa de juros que define o custo de capital.
99 Unid 2 Tópico 2 24 / 67
2.3 MÉTODO DO VALOR PRESENTE LÍQUIDO
2.3.1 CÁLCULO DO VPL
Exemplo 1: Utilizando os mesmos dados do exemplo do PBD, isto é, para um
investimento inicial de $ 600.000 e fluxos líquidos de caixa conforme
demonstrado abaixo, verificar se esse projeto deve ser aceito, sabendo que a
taxa de custo de capital é de 12% a.a.

99 Unid 2 Tópico 2 25 / 67
99 Unid 2 Tópico 2 26 / 67
2.3 MÉTODO DO VALOR PRESENTE LÍQUIDO
2.3.1 CÁLCULO DO VPL
Interpretação: VPL > 0. O capital de $ 600 remunerado à taxa de juros de 12% a.a.
foi recuperado e o projeto gerará um lucro extra, na data 0, de $ 121.388,00,
correspondente ao VPL. Pode-se afirmar que o retorno que este projeto está
trazendo para a empresa é maior que 12%. A interpretação deste resultado é que,
ao aceitar o projeto, a empresa estará aumentando sua riqueza em $ 121.388,00.
Dessa forma, utilizar o VPL para tomada de decisões facilita o alcance do
administrador financeiro, que é o de maximizar a riqueza do acionista ou do
proprietário.

99 Unid 2 Tópico 2 27 / 67
2.3 MÉTODO DO VALOR PRESENTE LÍQUIDO
2.3.1 CÁLCULO DO VPL
Os pontos fortes do método são a inclusão na análise de todo o fluxo de caixa e o
custo de capital. Como no valor da taxa de juros que mede o custo de capital está
considerado o risco, nas estimativas futuras do fluxo de caixa também está
considerado o risco.
As desvantagens do método do VPL são relacionadas com:
-necessidade de conhecer a taxa de juros que mede o custo de capital. Como a
taxa deve incluir o risco do projeto, a tarefa de definir o valor da taxa nem sempre
é fácil de realizar.
- resposta em valor monetário no lugar de ser em percentagem.

111 Unid 2 Tópico 2 28 / 67


2 TIPOS DE MÉTODOS DE ANÁLISE
2.4 MÉTODO DA TAXA INTERNA DE RETORNO
A Taxa Interna de Retorno (TIR) está intimamente relacionada com o VPL.
Tentamos com a TIR obter uma taxa de retorno para sintetizar os méritos de um
projeto. Além disso, desejamos que essa taxa seja “interna”, no sentido de que
dependa unicamente dos fluxos de caixa de determinado investimento, e não
de taxas oferecidas por outros investimentos.

111 Unid 2 Tópico 2 29 / 67


2 TIPOS DE MÉTODOS DE ANÁLISE
2.4 MÉTODO DA TAXA INTERNA DE RETORNO
O critério do método da taxa interna de retorno estabelece que enquanto o
valor da TIR for maior que o valor do custo de capital (k), o projeto deve ser
aceito. Isto é, sempre que:

• TIR > k, o projeto deve ser aceito;


• TIR = k, o projeto deve ser aceito;
• TIR < k, o projeto não deve ser aceito.

111 Unid 2 Tópico 2 30 / 67


2 TIPOS DE MÉTODOS DE ANÁLISE
2.4 MÉTODO DA TAXA INTERNA DE RETORNO
Em outras palavras: Com base na regra da TIR, um investimento é aceito se a TIR
é maior do que o retorno exigido. Caso contrário, deve ser rejeitado. O método
da TIR pressupõe, implicitamente, que todos os retornos gerados pelo projeto
serão reinvestidos em alternativas que rendam, pelo menos, a taxa interna de
retorno.

111 Unid 2 Tópico 2 31 / 67


2.4 MÉTODO DA TAXA INTERNA DE RETORNO
2.4.1 CÁLCULO DA TIR
Cálculo da taxa interna de retorno de um investimento sem o uso da calculadora
ou Excel, mas sim por regra de três, conforme a seguir:

Dividindo-se o somatório dos fluxos (R$ 70 milhões) pelo investimento (R$ 50


milhões), obtém-se 140%. Dividindo-se este valor por quatro anos, obtém-se
i = 35% ao ano, o valor inicial tentativo para o cálculo da taxa interna de retorno.

111 Unid 2 Tópico 2 32 / 67


2.4 MÉTODO DA TAXA INTERNA DE RETORNO
2.4.1 CÁLCULO DA TIR
Descontando-se os fluxos a essa taxa, encontra-se VPL (i=35%) = R$ 9,91 milhões.
Obviamente, necessita-se de uma taxa maior. Utilizando-se i = 50%, encontra-se
VPL (i=50%) = R$ - 1,85 milhão. Uma vez encontrados um valor presente positivo e
outro negativo, é possível fazer as aproximações para calcular a taxa interna de
retorno.

111 Unid 2 Tópico 2 33 / 67


2.4 MÉTODO DA TAXA INTERNA DE RETORNO
2.4.1 CÁLCULO DA TIR
Como, em milhão de reais, o VPL (35%) foi de R$ 9,91 milhões e o 50% foi de R$ -
1,85 milhões, pode-se dizer que, a partir de 50%, um aumento de R$ 11,75 milhões
no valor presente foi obtido descendo em 15% a taxa interna de retorno. Deseja-se
encontrar a percentagem que o fluxo total descontado, ou seja, que aumenta R$
1,85 milhão a partir de 50%. A seguinte relação pode ser feita:

111 Unid 2 Tópico 2 34 / 67


2.4 MÉTODO DA TAXA INTERNA DE RETORNO
2.4.1 CÁLCULO DA TIR
Exemplo 2: Dado o fluxo de caixa abaixo, verificar se o projeto deve ser aceito pelo
método da TIR, considerando um custo de capital de 13%.

111 Unid 2 Tópico 2 35 / 67


2.4 MÉTODO DA TAXA INTERNA DE RETORNO
2.4.1 CÁLCULO DA TIR
Através da HP 12C:
85000 chs
g cfo; Resposta: TIR = 9,70%.
12500 g cfj; Como TIR é menor que a
22.300 g taxa de custo de capital,
cfj; o projeto não deve ser
25.000 g cfj; aceito.
25000 g cfj;
30000 g cfj;
F IRR =
111 9,70%
Unid 2 a.p.Tópico 2 36 / 67
2.4 MÉTODO DA TAXA INTERNA DE RETORNO
2.4.1 CÁLCULO DA TIR
ANÁLISE DO SIGNIFICADO DA TIR:

- Todos os retornos gerados pelo projeto serão reinvestidos no valor da taxa


interna de retorno calculado;
-Quando calculamos com a Taxa Interna de Retorno (TIR), o valor presente de
todas as entradas do fluxo de caixa será igual ao valor presente do investimento;
-A maior vantagem do método da TIR é dar o resultado em forma de porcentagem
em vez de valor monetário.

111 Unid 2 Tópico 2 37 / 67


2 TIPOS DE MÉTODOS DE ANÁLISE
2.5 MÉTODO DA ANÁLISE INCREMENTAL -
CONFLITO VPL X TIR
Em projetos mutuamente excludentes, deveremos determinar um fluxo de caixa
incremental e aplicar a regra do VPL, já que o projeto que gerar maior valor em
unidades monetárias sempre será o aceito. O método da taxa interna de
retorno serve para dar maior consistência na escolha.

111 Unid 2 Tópico 2 38 / 67


2.5 MÉTODO DA ANÁLISE INCREMENTAL -
CONFLITO VPL X TIR
2.5.1 CÁLCULO DO CONFLITO VPL X TIR

111 Unid 2 Tópico 2 39 / 67


2 TIPOS DE MÉTODOS DE ANÁLISE
2.5 MÉTODO DA ANÁLISE INCREMENTAL -
CONFLITO VPL X TIR
A TIR de A é igual a 24% e a TIR de B é igual a 21%. Como esses investimentos
são mutuamente excludentes, podemos aceitar apenas um deles. A intuição nos
sugere que o investimento A é melhor, devido a seu maior retorno. Para verificar
se está correta esta análise, calcularemos o VPL desses investimentos para
diferentes taxas de retorno exigidas:

111 Unid 2 Tópico 2 40 / 67


2.5 MÉTODO DA ANÁLISE INCREMENTAL -
CONFLITO VPL X TIR
2.5.1 CÁLCULO DO CONFLITO VPL X TIR

111 Unid 2 Tópico 2 41 / 67


2.5 MÉTODO DA ANÁLISE INCREMENTAL -
CONFLITO VPL X TIR
2.5.1 CÁLCULO DO CONFLITO VPL X TIR
Se formos comparar os VPLs, veremos que um projeto é superior ao outro
dependendo da taxa de retorno exigida. Em nosso exemplo, as classificações por
VPL e TIR são conflitantes para algumas taxas de desconto. Se, por exemplo, a taxa
de retorno exigida for igual a 10%, o projeto B tem maior VPL, e, portanto, será o
escolhido, embora a melhor TIR seja do projeto A. Se a taxa de retorno exigida for
igual a 15% não haverá conflito de classificação: o projeto A é melhor tanto pelo
método do VPL como pela TIR.

111 Unid 2 Tópico 2 42 / 67


2.5 MÉTODO DA ANÁLISE INCREMENTAL -
CONFLITO VPL X TIR
2.5.1 CÁLCULO DO CONFLITO VPL X TIR
Pensar dessa maneira parece contrariar a intuição. Suponha que você dispõe de
duas alternativas de investimento. Um deles tem um retorno de 10% e o torna
imediatamente $ 100 mais rico. O outro tem 20% de retorno e o torna $ 50 mais
rico. Qual deles você preferiria? Preferiríamos ter $100 em vez de $ 50,
independentemente dos retornos, e, portanto, optamos pelo primeiro
investimento. Aplicando o mesmo raciocínio no exemplo abaixo, verificamos que
nem sempre o projeto com maior TIR deve ser aceito.

111 Unid 2 Tópico 2 43 / 67


2.5 MÉTODO DA ANÁLISE INCREMENTAL -
CONFLITO VPL X TIR
2.5.2 REGRA DO VALOR PRESENTE LÍQUIDO E
DA TAXA INTERNA DE RETORNO
Quando os projetos são mutuamente excludentes, para escolher o melhor projeto
aplicando o método da TIR será necessário realizar outro procedimento. Devemos
aplicar, obrigatoriamente, o método denominado Análise Incremental.

111 Unid 2 Tópico 2 44 / 67


2.5 MÉTODO DA ANÁLISE INCREMENTAL -
CONFLITO VPL X TIR
2.5.2 REGRA DO VALOR PRESENTE LÍQUIDO E
DA TAXA INTERNA DE RETORNO
Exemplo 1: A empresa está fazendo uma análise para escolher o melhor dentre
dois projetos, para expandir sua capacidade de produção. Os projetos são
mutuamente excludentes (apenas um projeto pode ser escolhido). Os fluxos de
caixa dos projetos são apresentados abaixo e, sabendo que o custo de capital é de
15% a.a., qual dos dois projetos seria o escolhido?

111 Unid 2 Tópico 2 45 / 67


111 Unid 2 Tópico 2 46 / 67
2.5 MÉTODO DA ANÁLISE INCREMENTAL -
CONFLITO VPL X TIR
2.5.2 REGRA DO VALOR PRESENTE LÍQUIDO E
DA TAXA INTERNA DE RETORNO
• Se TIR (B-A) > Custo de Capital → o projeto B é melhor que o projeto
A.
• Se TIR (B-A) < Custo de Capital → o projeto A é melhor que o projeto
B.
Ou:
• Se VPL (B-A) > 0, → o projeto B é melhor que o projeto A.
• Se VPL (B-A) < 0, → o projeto A é melhor que o projeto B.
Portanto, a análise incremental mostra que o projeto A deve ser o escolhido
porque o VPL do fluxo incremental é negativo e a TIR de 14,3% é menor do que o
111 47 / 67
custo de capital, de 15%.
TÓPICO 3
CONSTRUÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

48 / 67
2 FUNDAMENTADO FLUXO DE CAIXA

Conceitos – O Fluxo de Caixa é um documento de uso interno, com o objetivo de


controlar as entradas e saídas de recursos da empresa. O administrador financeiro
deve demonstrar tanta ou mais preocupação com o Fluxo de Caixa do que com o
lucro líquido apresentado na DRE (Demonstração dos Resultados do Exercício), pois
com o Fluxo de Caixa consegue-se identificar especificamente os pontos fracos de
sua administração financeira, quais os pontos em que foi eficiente e quais os que
precisa melhorar. É também chamado de Demonstração do Fluxo de Caixa.

122 Unid 2 Tópico 3 49 / 67


2 FUNDAMENTADO FLUXO DE CAIXA

A partir da elaboração do Fluxo de Caixa é possível verificar e planejar


eventuais excedentes e escassez de caixa, provocando medidas que venham a
sanar tais situações. O caixa é o centro dos resultados para tomada de
decisões financeiras, representando a disponibilidade imediata, diferenciando-
se do lucro, que é o resultado econômico contábil. Isto quer dizer que existe
diferença entre lucro e caixa.

122 Unid 2 Tópico 3 50 / 67


2 FUNDAMENTADO FLUXO DE CAIXA

O Fluxo de Caixa é conhecido também como Cash-flow, que é uma expressão


inglesa muito conhecida no meio financeiro. O Fluxo de Caixa projetado e real
da empresa representa uma importante informação gerencial. Através dessas
demonstrações do fluxo de caixa podem-se analisar as alternativas de
investimento, verificar quais motivos ocasionaram tais mudanças da situação
financeira da empresa, onde foi aplicado o lucro gerado e as eventuais
reduções do capital de giro.

122 Unid 2 Tópico 3 51 / 67


3 FATORES QUE AFETAM O FLUXO DE CAIXA

1 – Fatores Internos
• Aumento do prazo de vendas.
• Compras que não estão em linha com as projeções de vendas.
• Diferenças entre prazo médio de recebimento e pagamento.
• Ciclos de produção muito longos, afetando o prazo repassado pelo
fornecedor.
• Política salarial incompatível com as receitas e despesas.
• Distribuição de lucros.
• Custos financeiros altos.

122 Unid 2 Tópico 3 52 / 67


3 FATORES QUE AFETAM O FLUXO DE CAIXA

2 – Fatores Externos
• Diminuição das vendas por retração do
mercado.
• Novos concorrentes.
• Mudança de alíquota de impostos.
• Aumento da inadimplência.

122 Unid 2 Tópico 3 53 / 67


3 FATORES QUE AFETAM O FLUXO DE CAIXA
Para que serve o relatório de Fluxo de Caixa?
• Planejar e controlar as entradas e saídas de caixa num período de tempo
determinado.
• Auxiliar o empresário a tomar decisões antecipadas sobre a falta ou sobra
de
dinheiro na empresa.
• Verificar se a empresa está trabalhando com aperto ou folga financeira no
período avaliado.
• Verificar se os recursos financeiros são suficientes para tocar o negócio em
determinado período ou se há necessidade de obtenção de capital de giro.
...
122 Unid 2 Tópico 3 54 / 67
3 FATORES QUE AFETAM O FLUXO DE CAIXA
Funções de Administração de Caixa
1.Controlar os recursos financeiros que se encontram disponíveis nos bancos e
em caixa;
2. Elaborar e verificar a demonstração do fluxo de caixa realizado
3. Prover recursos para atender a escassez de caixa
4. Aplicar os recursos excedentes do caixa
5. Verificar alternativas de financiamento de capital de giro
6. Analisar antecipações de recebimentos e pagamentos.

122 Unid 2 Tópico 3 55 / 67


3 FATORES QUE AFETAM O FLUXO DE CAIXA
Para efetuar uma Demonstração de Fluxo de Caixa, trabalhamos com a
Demonstração de Resultados do Exercício e com Balanço Patrimonial. A DFC
prioriza a visualização dos recursos que a empresa efetivamente possui, divididos
em três fluxos básicos:

122 Unid 2 Tópico 3 56 / 67


3 FATORES QUE AFETAM O FLUXO DE CAIXA
-Fluxo Operacional – relaciona-se com a atividade da empresa, e inclui todas as
contas relacionadas à sua operação. Estoques, duplicatas a pagar e a receber,
salários e tributos estão neste fluxo.
-Fluxo de Investimentos – relaciona-se com o Ativo Permanente da empresa, ou
seja, com os bens relacionados ao desempenho de sua atividade, como: terrenos,
móveis, máquinas e equipamentos, etc.
-Fluxo de Financiamento – relaciona-se aos valores captados no mercado em
instituições financeiras ou através dos próprios sócios da empresa para financiar
as suas atividades.

122 Unid 2 Tópico 3 57 / 67


4 FATORES INTANGÍVEIS QUE INFLUENCIAM NO FLUXO DE
CAIXA DE UM PROJETO
Na proposta de um projeto de investimento está implícito que tudo que pode
acontecer no futuro está previsto nas estimativas do fluxo de caixa e que, ainda,
tudo acontecerá de forma prevista. Ou seja, é uma proposta sob condições de
certeza, onde todos os elementos que participam do projeto são quantificáveis.
Existem, entretanto, situações que são de difícil quantificação; por exemplo: qual
será a disponibilidade dos futuros recursos energéticos? Qual será o
comportamento futuro dos sindicatos, da legislação trabalhista, da legislação
tributária etc? Como a evolução tecnológica poderá afetar os negócios atuais?

122 Unid 2 Tópico 3 58 / 67


4 FATORES INTANGÍVEIS QUE INFLUENCIAM NO FLUXO DE
CAIXA DE UM PROJETO
De preferência, deve-se tentar quantificar esses fatores intangíveis ou avaliar o
grau de risco ou incerteza de cada fator, verificando os impactos desses fatores no
fluxo de caixa do projeto. Caso não seja possível quantificar os fatores intangíveis,
pode-se incluir essas dúvidas de uma maneira não quantitativa no projeto; por
exemplo, listando todos os fatores intangíveis, com comentários adequados
sobre as razões da inclusão e possíveis consequências.

122 Unid 2 Tópico 3 59 / 67


5 INVESTIMENTO

A implantação de um projeto de investimento com a intenção de aumento do


lucro de uma organização demandará um capital inicial para compra de
equipamentos ou outros ativos, incluindo despesas de frete, seguro e instalação.
Em alguns casos será necessário incluir outras despesas, por exemplo: as despesas
de treinamento do pessoal de operação e manutenção etc. Portanto, o
investimento relevante estará formado pela soma de todos os pagamentos que
serão realizados para deixar o equipamento em condições corretas de começar a
produzir.

122 Unid 2 Tópico 3 60 / 67


5 INVESTIMENTO

Se investimento se refere à substituição de um equipamento, o valor recebido


pela venda do equipamento substituído ajudará na formação do capital
necessário para o investimento inicial. Em alguns casos, será necessário incluir
as despesas para deixar o equipamento substituído em condições de venda
(desmontagens, consertos etc.). Também deve-se ter presente que todo
equipamento substituído tem um valor contábil e um valor de mercado, seja
para continuar realizando o mesmo serviço ou simples sucata.

122 Unid 2 Tópico 3 61 / 67


5 INVESTIMENTO

Exemplo 1: Um projeto de investimento exige que sejam realizados


investimentos em diversos equipamentos no valor total igual a $ 1.500.000,00.
Para a instalação desses ativos será necessário desembolsar em materiais e
mão de obra os valores de $ 250.000,00 e $ 100.000,00, respectivamente. Por
se tratar de uma instalação que inclui tecnologia de ponta, o pessoal de
operação e manutenção deverá receber treinamento especial no valor total de
$ 85.000,00. Considerando que todas essas atividades acontecem na data “0”
do fluxo de caixa, pede-se obter o valor do investimento relevante na data
“0”.

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5 INVESTIMENTO

SOLUÇÃO
Com os dados do problema, vamos obter o valor do investimento relevante de
$ 1.935.000,00.

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5 INVESTIMENTO

Exemplo 2: Continuando com o Exemplo 1, pede-se obter o valor do


investimento relevante na data “0”, considerando que com a venda de um
grupo de equipamentos será recebido o valor de $ 150.000,00. O valor
contábil desses ativos é igual a $ 125.000,00, e a alíquota do Imposto de Renda
é 35%.

SOLUÇÃO
Com os dados do problema, o quadro a seguir demonstra um investimento
relevante no valor de $ 1.793.750,00.

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5 INVESTIMENTO

Pode-se ver que com o resultado da venda será necessário pagar imposto
sobre o ganho de capital igual, observe o cálculo a seguir:

Venda do equipamento = $ 150.000,00


Valor contábil = ($ 125.000,00)
Ganho de capital = $ 25.000,00
Imposto de Renda (35%) = $ 8.750,00

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6 SITUAÇÕES ESPECIAIS QUE PODEM AFETAR O FLUXO DE
CAIXA PROJETO

A seguir apresentaremos algumas situações que podem gerar dúvidas quanto


à sua classificação como fluxo de caixa relevante (Vide página 129).

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7 VALOR RESIDUAL CONTÁBIL OU DE MERCADO
Durante a duração do projeto, ou de sua vida útil, todo equipamento ou
instalação tem um determinado valor monetário. Esse valor monetário pode
ser seu valor contábil ou seu valor de mercado para continuar realizando o
mesmo serviço, ou de simples sucata. Portanto, na data terminal do projeto, o
valor residual de toda a instalação, ou de apenas um equipamento, terá
sempre um valor contábil e um valor de mercado diferente de “0”. Nem
sempre o valor recebido pela venda é o valor líquido recebido pela empresa.
Em alguns casos, será preciso incluir as despesas necessárias para deixar o
equipamento substituído em condições de venda (desmontagem, consertos
etc...), diminuindo, portanto, o valor realmente conseguido pela venda.

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