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FINANÇAS NAS

EMPRESAS
UNIDADE 1

INTRODUÇÃO ÀS FINANÇAS
NAS EMPRESAS
TÓPICO 1
APRESENTANDO FINANÇAS NAS
EMPRESAS
2 O QUE SÃO FINANÇAS?

Finanças é a ciência que estuda a estrutura de capital das organizações, bem


como os fatores internos e externos que poderão influenciar sobre a sua
capacidade de investimento e geração de recursos. Podemos resumidamente
dizer que finanças são a arte de gerenciar recursos, buscando sempre agregar
valor ao capital do investidor, respeitando sempre os princípios da ética
profissional.

3 Tópico 1
3 ÁREAS DE OPORTUNIDADE
3.1 SERVIÇOS
O segmento de serviços é o que mais cresce dentro de uma economia globalizada,
seja no setor de logística, no de comércio, de indústria e financeiro. A prestação de
serviços na área financeira é bem diversificada, como discriminaremos a seguir:

5 Tópico 1
3 ÁREAS DE OPORTUNIDADE
3.1 SERVIÇOS
• Analista financeiro
• Gerente de investimentos
• Gerente de financiamento
• Analista de crédito
• Gerente de fundo de pensão
• Gerente de operações de câmbio

5 Tópico 1
3 ÁREAS DE OPORTUNIDADE

3.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA


A administração financeira trata de qualquer atividade financeira de fins
lucrativos ou não. Compreende um conjunto de operações destinadas à
formação de recursos monetários indispensáveis ao pagamento dos fatores de
produção e sua distribuição, bem como o planejamento das transações
comerciais e financiamentos. A formação de recursos destinados aos
pagamentos dos fatores de produção e distribuição dos recursos compreende:

• Planejar transações comerciais.


• Financiamentos.

6 Tópico 1
3 ÁREAS DE OPORTUNIDADE
3.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
A circulação de fluxo financeiro pode ser estruturada em três fases:

a) Origem dos recursos;


b) Utilização dos recursos;
c) Consumo dos recursos.

6 Tópico 1
3.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
3.2.1 FUNÇÃO
A função financeira tem como objetivo base a obtenção de fundos suficientes
para manter o negócio em operação. Manter o negócio em operação significa
usar da melhor forma os recursos obtidos. Basicamente, a função financeira se
preocupa com todos os problemas que são associados com a origem e aplicação
do capital, com eficiência e eficácia.

7 Tópico 1
3.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
3.2.2 OBJETIVO
O objetivo da administração financeira é econômico, ou seja, gerar lucro ao sócio e
acionista. Hoji (2004, p. 21) descreve que: “Para a administração financeira, o objetivo
econômico das empresas é a maximização de seu valor de mercado, pois dessa forma
estará sendo aumentada a riqueza de seus proprietários” (acionistas de sociedades
por ações ou sócios de outros tipos de sociedades).

7 Tópico 1
3.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
3.2.3 ATIVIDADES EMPRESARIAIS
Podemos dizer que há três tipos de atividades dentro de uma organização. Uma
empresa, seja ela indústria, comércio ou serviços, tem suas operações de rotina, ou
seja, compra, paga, produz, vende e recebe. Para manter essas operações, necessita de
recursos, sejam esses próprios ou de terceiros, logo, precisa buscar financiamentos
para poder alocar em seus projetos. De acordo com Hoji (2004,p. 22), “as atividades de
uma empresa podem ser agrupadas, de acordo com a natureza, em: operações,
investimentos e financiamentos”.

7 Tópico 1
3.2.3 ATIVIDADES EMPRESARIAIS
3.2.3.1 ATIVIDADES OPERACIONAIS
As atividades operacionais estão diretamente relacionadas ao negócio de uma
organização, ou seja, são realizadas com a finalidade de proporcionar a expectativa de
gerar retorno sobre o capital investido. Ainda Hoji (2001, p. 22) diz que: “as atividades
operacionais são refletidas em contas integrantes da Demonstração do Resultado, que
geram o lucro (ou prejuízo) operacional.
Exemplos: compras de matérias-primas, vendas, salários, aluguel etc.”

10 Tópico 1
3.2.3 ATIVIDADES EMPRESARIAIS
3.2.3.2 ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS
Nesse grupo são classificadas as atividades executadas em consequência das
decisões de aplicações de recursos em caráter temporário ou permanente, para dar
suporte a atividades operacionais. As atividades de investimentos correspondem às
contas classificadas no balanço patrimonial, em investimentos temporários e em
ativo permanente. Exemplos: compras de maquinaria, integralização de capital de
empresas controladas, aplicações financeiras de curto e longo prazos etc.

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3.2.3 ATIVIDADES EMPRESARIAIS
3.2.3.3 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS
As atividades de financiamentos refletem os efeitos das decisões tomadas sobre a
forma de financiamento das atividades de operações e de investimentos. As atividades
classificadas nesse grupo correspondem às contas classificáveis no passivo financeiro e
no patrimônio líquido. Exemplos: captação de empréstimos bancários, emissão de
debêntures, integralização de capital da empresa etc.

11 Tópico 1
3.2.3 ATIVIDADES EMPRESARIAIS
3.2.3.4 RELAÇÃO ENTRE A DEMONSTRAÇÃO DE
RESULTADO E AS ATIVIDADES EMPRESARIAIS
A demonstração de resultado está diretamente relacionada às atividades operacionais
que influenciam no resultado. Atualmente a contabilidade reconhece que, qualquer
que seja a receita ou despesa dentro de uma empresa, será considerada operacional.

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3.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
3.2.4 SISTEMA GLOBAL DA FUNÇÃO FINANCEIRA
O Sistema Global da Função Financeira está baseado nas principais áreas de
decisão financeira, das quais podemos identificar três:

• A decisão do investimento
• A decisão de distribuição de lucros
• A decisão de financiamentos.

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3.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

3.2.5 FUNÇÕES DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO


Hoji (2004, p. 25) relata que: “A administração financeira dentro de uma empresa é
exercida por pessoas ou grupo de pessoas que podem ter diferentes denominações,
como: vice-presidente de finanças, diretor financeiro, controller e gerente financeiro”.
Todas as funções apresentadas por Hoji (2004), acima, são sinônimos de administrador
financeiro.

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3.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
3.2.5 FUNÇÕES DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO
• Análise de registro e informações contábeis
• Projeção do movimento de fundos
• Aplicação dos fundos excedentes
• Fornecimento de informações à alta administração
• Elaboração de planos para fontes de uso de fundos a curto e a longo prazo

11 Tópico 1
3.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

3.2.6 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA ADMINISTRAÇÃO


FINANCEIRA DE UMA EMPRESA DE GRANDE PORTE
Numa empresa de médio e grande porte, a estrutura financeira fica evidenciada,
com uma diretoria financeira, auditoria, gerente financeiro e contador.

11 Tópico 1
3.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

3.2.7 RELAÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA COM A


CONTABILIDADE
Administradores financeiros empregam os contadores para preparar os demonstrativos
financeiros que fornecem informações sobre a lucratividade – Demonstrativo do Resultado
do Exercício – e sobre a posição financeira da empresa – Balanço Patrimonial. Já o
Demonstrativo de Fluxo de Caixa é um relatório que fornece uma análise detalhada da
maneira como o caixa foi gerado e indica como foi utilizado na condução de cada fase do
negócio.

11 Tópico 1
3.2.7 RELAÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA COM A
CONTABILIDADE

3.2.7.1 REGIME DE COMPETÊNCIA


O regime de competência reconhece as receitas no momento da venda e as despesas
quando elas ocorrem. Já a administração financeira tem como funções básicas: o
planejamento, o controle de entrada e saída de dinheiro, ou seja, os recursos
necessários ao funcionamento das empresas. Para isso, adota o regime de caixa.

11 Tópico 1
3.2.7 RELAÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA COM A
CONTABILIDADE

3.2.7.2 REGIME DE CAIXA


O regime de caixa reconhece as receitas e as despesas somente quando acontecem as
entradas e saídas de caixa (dinheiro). O administrador financeiro deve, portanto, utilizar
os demonstrativos contábeis que são as principais fontes de informação da empresa,
porém com a preocupação de analisá-los sob
o ponto de vista do fluxo de caixa.

11 Tópico 1
3.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

3.2.8 RELAÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA COM A


ECONOMIA
O administrador financeiro precisa conhecer a teoria de preços, os aspectos envolvidos na
oferta e demanda e outros conceitos que possam auxiliá-lo a gerenciar as finanças da
empresa de forma eficaz. Além disso, deve estar atento a todas as mudanças ocorridas na
conjuntura econômica e que possam afetar de alguma forma as atividades da empresa.
Também o princípio da análise marginal, que consiste no estudo dos custos e benefícios
adicionais gerados por uma determinada escolha de investimento.

11 Tópico 1
3.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

3.2.8 RELAÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA COM A


ECONOMIA
• Análise marginal
• Aparelho circulatório do dinheiro
• Organização do movimento de fundos
• Organização dos serviços de obtenção de recursos (Recursos Próprios e de Terceiros

11 Tópico 1
3.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

3.2.9 BALANÇO PATRIMONIAL


Consiste na simples relação dos recursos da firma, tais como: caixa, valores a receber,
estoques, máquinas e equipamentos de um lado, e direitos sobre estes ativos, de
outro lado, que compreende somas, dívidas a credores, investimentos da empresa.

11 Tópico 1
3.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

3.2.10 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


Esta demonstração visa avaliar as modificações ocorridas no saldo da conta de lucros ou
prejuízos acumulados, defrontando dois exercícios. Exemplo: Saldo inicial de lucros ou
prejuízos acumulados.

11 Tópico 1
3.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
3.2.11 DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA
O fluxo de caixa é a previsão de entradas e saídas de recursos monetários, por um
determinado período. Essa previsão deve ser feita com base nos dados levantados nas
projeções econômico-financeiras atuais da empresa, porém levando em consideração a
memória de dados que respaldará essa mesma previsão. O principal objetivo dessa
previsão é fornecer informações para a tomada de decisões, tais como: prognosticar as
necessidades de captação de recursos; aplicar os excedentes de caixa nas alternativas
mais rentáveis para
a empresa sem comprometer a liquidez.

11 Tópico 1
TÓPICO 2
ESTRUTURA DE CAPITAL
2 CUSTO DE CAPITAL
Denomina-se custo de capital a exigência mínima por parte dos acionistas que são os
detentores do capital próprio, somada à exigência dos donos do capital alheio, ou de
terceiros, que são os agentes financeiros. Logo os recursos são alocados no ativo, do
qual vai se exigir uma taxa mínima de atratividade, que seria o ponto de equilíbrio, ou
seja, o mínimo de retorno necessário para remunerar os credores e acionistas.

34 Tópico 2
2 CUSTO DE CAPITAL

2.1 CUSTO DE CAPITAL PRÓPRIO


Denominamos custo de capital próprio a expectativa de retorno por parte do acionista, por
ocasião de um investimento. Segundo Assaf Neto (2005, p. 364), “[...] é o retorno desejado
pelos acionistas de uma empresa em suas decisões de aplicação de capital próprio”.

35 Tópico 2
2 CUSTO DE CAPITAL

2.2 CUSTO DE CAPITAL DE TERCEIROS


O custo do capital de terceiros é a remuneração exigida pelos fornecedores de
empréstimos e financiamentos, recursos estes que, conjuntamente com o capital
próprio, serão alocados no ativo. É importante lembrar que sua remuneração é
contratual, ou seja, é exigida em contrato prévio, portanto, se a empresa der uma
rentabilidade acima das expectativas, o agente financeiro se contentará com o que foi
previamente contratado.

35 Tópico 2
2 CUSTO DE CAPITAL

2.3 CUSTO DE OPORTUNIDADE


O investidor tem mais de uma alternativa ou oportunidade de investir seu capital. Toda
vez que ele decide por uma alternativa de investimento, deixa de lado outras
alternativas, renunciando, portanto, ao lucro que teria recebido com uma dessas
alternativas. Esse é o custo de oportunidade, cujo valor é definido pelo custo da
melhor alternativa rejeitada, mantendo o mesmo nível de risco do investimento.

36 Tópico 2
3 CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL - CMPC

O custo de capital é a taxa de juros requerida pela empresa de forma que


consiga satisfazer os seus fornecedores de capital (capital próprio e capital de
terceiros). É considerado médio, porque faz-se o somatório das fontes de
financiamento de capital próprio e de terceiros, dividindo pelo total do capital
que foi alocado na empresa. É considerado ponderado, porque cada capital tem
um peso, ou seja, custo específico.

36 Tópico 2
3 CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL – CMPC
3.1 CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL BRUTO
No custo médio ponderado de capital bruto não incide o percentual de
Imposto de Renda sobre o capital de terceiros.

37 Tópico 2
3 CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL – CMPC
3.1 CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL BRUTO

37 Tópico 2
3 CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL – CMPC
3.2 CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL LÍQUIDO
O custo médio ponderado de capital líquido considera a mesma base de cálculo do
bruto, porém, sobre o capital de terceiros incide a alíquota de Imposto de Renda.

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3 CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL – CMPC

3.2 CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL LÍQUIDO


Capital próprio = $ 10.000,00 com um custo de 10% ao ano Capital de
terceiros = $ 15.000,00 com um custo de 15% ao ano Imposto de Renda = 30%

38 Tópico 2
3 CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL – CMPC

3.2 CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL LÍQUIDO

39 Tópico 2
TÓPICO 3
GESTÃO BASEADA EM VALOR
2 A CONTABILIDADE E A GESTÃO FINANCEIRA DAS EMPRESAS

Um dos grandes desafios para qualquer empresa, independente do tamanho,


segmento, grupo econômico ou espaço geográfico de atuação, corresponde à
obtenção de lucratividade na medida adequada à manutenção de suas atividades
operacionais, geração de recursos suficientes para pagamento dos seus
compromissos e suporte às estratégias de crescimento.

45 Tópico 3
2 A CONTABILIDADE E A GESTÃO FINANCEIRA DAS EMPRESAS

Diante deste contexto de controle, avaliação de desempenho e gestão financeira, a


Contabilidade constitui-se no principal meio de mensuração e avaliação de resultados.
Por meio de demonstrações contábeis, os gestores de uma companhia conseguem
obter um conjunto de informações capaz de auxiliá-los na avaliação do desempenho
financeiro de suas organizações.

46 Tópico 3
3 CAPACIDADES DIFERENCIADORAS

Capacidades diferenciadoras são entendidas como estratégias adotadas que permitem


às empresas atuarem com um nível de diferenciação em relação a seus concorrentes
de mercado, assumindo uma vantagem competitiva e maior agregação de valor a seus
proprietários. O objetivo de uma capacidade diferenciadora
é permitir que a empresa apure um retorno esperado que exceda ao custo de
oportunidade do capital investido, elevando seu preço de mercado. O desempenho
verificado no passado não garante o sucesso no futuro.

46 Tópico 3
4 ESTRATÉGIAS FINANCEIRAS

Dentro da gestão em agregar valor ao acionista, a estratégia financeira é evidenciada


em três níveis de atividades, que são: operacionais, financiamentos e investimentos. A
relação da criação de valor e as atividades operacionais dá-se quando a empresa
consegue girar mais rápido seus estoques, racionalizar mão de obra, cortar despesas
administrativas, e maior eficiência na distribuição dos produtos. A criação de valor
através de financiamento das atividades ocorre quando há a substituição de recursos
próprios pelos de terceiros, acontecendo o benefício originário das despesas de juros.

47 Tópico 3
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4 ESTRATÉGIAS FINANCEIRAS
4.1 VALOR ECONÔMICO AGREGADO – EVA ou VEA
O objetivo do EVA é demonstrar ao acionista que o seu capital está agregando
valor, ou seja, demonstrar que o retorno superou o custo do capital.
Baseando-se no fato de que a estrutura de capital de uma organização é composta
por capitais próprios e capitais de terceiros, o custo do capital de terceiros é
facilmente evidenciado nas despesas financeiras, porém o custo do capital próprio
fica omitido.

45 Tópico 3
4 ESTRATÉGIAS FINANCEIRAS

4.1 VALOR ECONÔMICO AGREGADO – EVA ou VEA


O EVA, além de mensurar o custo da estrutura de capital implantada, também
consegue planejar formas de maximizar o capital no futuro:

1 Eficiência Operacional;
2 Eficiência Financeira;
3 Crescimento Rentável;
4 Racionalização do Capital.

O EVA é simplesmente o lucro após o Imposto de Renda (um número bastante


utilizado), menos o custo total do capital.

46 Tópico 3
5 CONFLITO VALOR VERSUS LUCRO
Dentro da criação de valor, administrador é todo aquele profissional que tem a
capacidade de tomar ou participar de decisões que impactem diretamente o fluxo de
caixa e o lucro da empresa, estando permanentemente envolvido com a análise de
projetos, no seu significado mais amplo. O objetivo desses administradores consiste em
tomar decisões que elevem o valor de mercado das suas companhias. Caso a empresa
tenha ações negociadas em bolsa de valores, a capacidade de seus gestores de gerar
lucros crescentes se traduzirá na alta da cotação das
ações nos pregões.

50 Tópico 3
51
5 CONFLITO VALOR VERSUS LUCRO
Considerando que uma empresa está avaliando a venda de um ativo avaliado em R$
500.000,00, o lucro operacional decorrente desse investimento é de
R$ 80.000,00, e o custo de capital (taxa de atratividade) identificado com essa
unidade de negócio atinge 20%.

Venda de um ativo (unidade de negócio) $ 500.000,00


Lucro Operacional desse investimento $ 80.000,00

51 Tópico 3
5 CONFLITO VALOR VERSUS LUCRO
Sob a ótica gerencial visando o lucro, a manutenção do ativo pode ser considerada
atraente, contribuindo de forma positiva na formação do resultado operacional da
empresa. No entanto, se o objetivo é agregar riqueza a seus acionistas, a manutenção
do investimento é um indicativo de desvalorização do valor de mercado da empresa.
Seu retorno (R$ 80/R$ 500 = 16%) é insuficiente para remunerar os proprietários de
capital em sua rentabilidade mínima exigida de 20%, ou seja:

Lucro Operacional R$ 80.000,00


Custo de Capital (20% de R$ 500.000,00) (R$ 100.000,00)
Valor Criado (Destruído) (R$ 20.000,00)

51 Tópico 3
5 CONFLITO VALOR VERSUS LUCRO
Logo, concluímos que a contabilidade não consegue perceber a perda de valor do
capital próprio, sendo que no caso do capital de terceiros essa perda torna- se
evidente, já que existem saídas periódicas de caixa para o pagamento de juros. E
muitas vezes não conseguimos perceber que o capital próprio é muito mais caro que
o capital de terceiros, devido ao grau de exigência do investidor, por isto que a
ferramenta EVA torna-se importante, conseguindo mostrar esta evidência. A
administração financeira considera que o lucro operacional é formado pelas
operações da empresa, não importando quais fontes de recursos estão financiando
as operações.

51 Tópico 3
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5 CONFLITO VALOR VERSUS LUCRO
O lucro operacional de $ 1.800,00 equivale ao resultado líquido dos acionistas da
empresa (antes do Imposto de Renda), na hipótese de suas operações serem
financiadas exclusivamente por capital próprio. Utilizando passivos onerosos
(empréstimos e financiamentos) para financiar seus ativos, o resultado dos acionistas
(lucro antes do Imposto de Renda) reduz-se para
$ 1.600,00 pela presença de encargos financeiros cobrados sobre as dívidas.

53 Tópico 3
6 COMO DETERMINAR O EVA
Resumidamente, podemos calcular o EVA utilizando a seguinte fórmula:

EVA = ROL – CMPC% x CT


onde:
ROL é o resultado líquido operacional;
CMPC% é o custo médio ponderado de capital; CT é o
capital total.

54 Tópico 3
6 COMO DETERMINAR O EVA
Para exemplificar, se uma organização tem um investimento em imobilizado em $
3.000.000,00, destes, $ 2.400.000,00 foram tomados junto a bancos, a uma taxa de
6% a.a., a diferença são recursos próprios a um custo de 9% a. a. A empresa
apresenta um resultado operacional líquido livre de impostos no valor de $
450.000,00. Resumindo, o cálculo do EVA poderá ser realizado deduzindo-se do
resultado operacional o custo de cada fonte de capital classificada pela empresa,
conforme quadro a seguir:

54 Tópico 3
54
7 ESTRUTURA PATRIMONIAL

56 Tópico 3
7 ESTRUTURA PATRIMONIAL
7.1 ATIVO OPERACIONAL
É onde são feitos os investimentos necessários para que a empresa consiga gerar
receitas (caixa, duplicatas a receber, estoques, máquinas, equipamentos, veículos,
construções etc.).

56 Tópico 3
7 ESTRUTURA PATRIMONIAL

7.2 PASSIVO OPERACIONAL


São os passivos tidos como não onerosos (passivos de funcionamento), que não
provocam encargos financeiros se liquidados nos prazos concedidos (fornecedores,
impostos a recolher, salários a pagar, encargos sociais a recolher etc).

56 Tópico 3
7 ESTRUTURA PATRIMONIAL

7.3 ATIVO OPERACIONAL LÍQUIDO


É a diferença entre Ativo Operacional e Passivo Operacional. É a parcela em que a
empresa deve buscar financiamento fora da operação (com capitais próprios e/ou
capitais de terceiros).

56 Tópico 3
7 ESTRUTURA PATRIMONIAL
7.4 CAPITAIS DE TERCEIROS
São empréstimos de curto e longo prazo obtidos através de bancos, emissão de
debêntures e outras formas.

56 Tópico 3
7 ESTRUTURA PATRIMONIAL
7.5 CAPITAIS PRÓPRIOS
Representam os “financiamentos” dos acionistas. É dinheiro integralizado
pelos acionistas + lucros retidos + reservas (Patrimônio Líquido).

56 Tópico 3
7 ESTRUTURA PATRIMONIAL
7.5 CAPITAIS PRÓPRIOS
Exemplo: Considerando o Ativo Operacional Líquido (AOL) apresentado acima, calcular
o retorno mínimo (lucro operacional) que este AOL deve gerar, sendo o custo de capital
de terceiros de 6% a.a.; o custo de capital próprio de 9% a.a. e a alíquota de I.R. de
30%.

56 Tópico 3
7 ESTRUTURA PATRIMONIAL
7.5 CAPITAIS PRÓPRIOS
Custo Médio Ponderado de Capital bruto:
CCT - $ 5.000 a 6% a.a. (bruto ou antes do I.R. e Contribuição Social) CCP - $ 5.000 a
9% a.a. (bruto ou antes do I.R. e Contribuição Social) Alíquota do I.R. e
Contribuição Social = 30%.

56 Tópico 3
7 ESTRUTURA PATRIMONIAL
7.5 CAPITAIS PRÓPRIOS

O que separa a taxa bruta (7,50%) da


taxa líquida (6,60%) é a alíquota do
Imposto de Renda.

56 Tópico 3

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