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Livro Eletrônico

Aula 02

Economia do Setor Público e da Regulação p/ TCU (Auditor Federal de


Controle Externo) 2018
Heber Carvalho, Daniel Saloni

08871811712 - weslei pereira


Profs Heber Carvalho e Daniel Saloni
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Sumário
1. CUSTOS DE PRODUÇÃO ................................................................................................ 3

1.1. CUSTOS ECONÔMICOS X CUSTOS CONTÁBEIS ........................................................................................ 3

1.2. CUSTOS IRREVERSÍVEIS, IRRECUPERÁVEIS OU AFUNDADOS (SUNK COSTS)........................................... 5

1.3. CUSTOS FIXOS (CF), VARIÁVEIS (CV) E CUSTO TOTAL (CT) ...................................................................... 7

1.4. CUSTO MÉDIO E CUSTO MARGINAL ........................................................................................................ 8

1.5. CURTO X LONGO PRAZO.......................................................................................................................... 9

1.6. CUSTOS NO CURTO PRAZO.................................................................................................................... 10


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1.6.1. Curvas de custo fixo, variável e total.......................................................................................................................10

1.6.2. Curvas de custo fixo médio, variável médio e marginal ......................................................................................... 11

1.6.3. Relação entre as curvas de custo médio e marginal............................................................................................... 16

1.7. CUSTOS NO LONGO PRAZO ................................................................................................................... 20

àF à àU à à à à à à à à à à à à à .....................22

1.7.2. Curva de custo total de longo prazo .......................................................................................................................26

1.7.3. Curva de custo marginal de longo prazo .................................................................................................................26

1.7.4. Economias e deseconomias de escopo ...................................................................................................................28

2. A HIPÓTESE DE MAXIMIZAÇÃO DOS LUCROS .............................................................. 32

3. CONCORRÊNCIA PERFEITA ......................................................................................... 36

3.1. CURVAS DE RECEITA DA FIRMA (EM CONCORRÊNCIA PERFEITA)......................................................... 39

3.2. CURVAS DE CUSTO ................................................................................................................................ 40

3.3. EQUILÍBRIO DA FIRMA NO CURTO PRAZO ............................................................................................ 41

3.4. ÁREAS DE LUCRO TOTAL, RECEITA TOTAL E CUSTO TOTAL .................................................................. 42

3.5. CURVA DE OFERTA DA FIRMA NO CURTO PRAZO................................................................................. 43

3.6. CURVA DE OFERTA DA INDÚSTRIA NO CURTO PRAZO ......................................................................... 47

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3.7. EQUILÍBRIO DA FIRMA NO LONGO PRAZO ............................................................................................ 47

3.8. O CASO DA CURVA DE OFERTA NEGATIVAMENTE INCLINADA ............................................................. 49

3.10. O CASO DA CURVA DE OFERTA HORIZONTAL ..................................................................................... 50

MAIS QUESTÕES COMENTADAS ..................................................................................... 56

LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS ........................................................................... 64

GABARITO ..................................................................................................................... 71

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Olá caros(as) amigos(as),

Na aula de hoje, veremos os custos de produção e o mercado de concorrência perfeita. Entraremos


à à à à à à à à à à à à à à à
estarão formados (demanda, oferta, elasticidades, produção, custos). A aula ficou um pouco grande, uma
vez que estamos procurando colocar desde já o máximo de conteúdo do curso para vocês. Assim, vocês já
podem ir aprofundando os estudos. E aí, todos prontos? Então, aos estudos!

1. CUSTOS DE PRODUÇÃO

O primeiro item da aula que nós veremos é a importantíssima diferenciação que existe no enfoque
que é dado pelos economistas em relação ao conceito de custo. Para eles, o custo é algo visto de uma
forma um pouco diferente daquela vista pelos contadores e pela maioria de nós.

1.1. CUSTOS ECONÔMICOS X CUSTOS CONTÁBEIS

Em primeiro lugar, devemos definir o que são custos. Tanto para a economia quanto para a
contabilidade, os custos se referem aos preços ou remunerações dos fatores de produção (capital e mão-de-
obra, principalmente).

No entanto, há uma diferença entre o conceito econômico de custo e o conceito contábil usual. O
custo contábil leva em conta o pagamento ou a utilização dos fatores de produção. O custo econômico leva
em conta o melhor ganho que se poderia obter empregando-se esse fator em outra atividade que não a
produção da firma. Assim, podemos estatuir que o custo econômico leva em conta o custo de
oportunidade do fator de produção.

O custo econômico leva em conta o custo de oportunidade do fator de


produção.

Deixe-me explicar melhor. Suponha uma empresa que utiliza instalações próprias. Ou seja, ela não
necessita pagar aluguel. No conceito contábil, não haverá custo, pois a empresa não desembolsa nenhum
valor, nem adquire obrigações a respeito de aluguéis. No conceito econômico, entretanto, a análise é
diferente. Para um economista, esta empresa poderia ter recebido um aluguel por este espaço caso
decidisse não utilizá-lo como parte de suas instalações. Esse aluguel não recebido corresponde aos custos
de oportunidade de utilização do espaço, devendo ser incluído como parte dos custos econômicos das
atividades da empresa.

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Imagine agora uma loja de roupas em que a própria dona resolve trabalhar de vendedora e gerente
ao mesmo tempo. Neste caso, também não temos nenhum custo contábil envolvido na transação. No
entanto, o negócio incorre em um custo de oportunidade, pois sua proprietária poderia ter recebido um
salário trabalhando como vendedora e gerente em outro lugar. Esse custo de oportunidade é considerado
um custo econômico, mas não um custo contábil.

O termo custo de oportunidade à à à à à o que se deixa de


ganhar à à à à à à à à à à à àP à à à à
custos de oportunidade também são chamados de custos alternativos ou custos implícitos. A
à à -se à particularidade de tais custos (de oportunidade) não envolverem
desembolso monetário. Essa característica faz com que os custos de oportunidade sejam, na maioria das
vezes, estimados de forma um tanto quanto subjetiva.

Por exemplo, suponha que você tenha decidido pedir demissão do emprego para estudar para
concurso durante 12 horas por dia, afinal, você quer ser aprovado o mais breve possível. Qual seria o custo
de oportunidade ou custo implícito/alternativo desta decisão? O custo de oportunidade seria o que você
deixou de ganhar caso estivesse trabalhando. Veja que, do ponto de vista contábil, a decisão não
representa custo, pois, nos meses que estiver estudando, você não pagará para estudar. Mas a decisão
representa um alto custo de oportunidade.

Como existe essa diferenciação entre custos contábeis e econômicos, logicamente, também existe a
diferenciação entre lucro econômico e lucro contábil. Neste, utilizamos os custos explícitos (aqueles que
significam desembolso). Naquele, utilizamos não só os custos explícitos mas também os custos implícitos,
de forma a obtermos o custo de oportunidade total (custos explícitos + custos implícitos), que é mais
abrangente que o custo contábil. Assim,

Lucro contábil = receita total custos explícitos totais


Lucro econômico = receita total custo de oportunidade total
ou
Lucro econômico = receita total (custos explícitos + implícitos)

O lucro econômico é geralmente mais baixo (nunca mais elevado) do que os lucros contábeis,
porque o lucro econômico resulta, como já dissemos, da diferença entre a receita total e os custos de
oportunidade totais, que incluem os custos explícitos e implícitos, ao passo que o lucro contábil resulta da
diferença entre a receita total e os custos explícitos, somente. Logo, é possível para a firma ter lucro
contábil positivo e lucro econômico zero. Nós dizemos, em economia, que se uma firma realiza lucro
econômico zero, ela então está tendo lucro normal.

Lucro normal = lucro econômico zero

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Sei que esta afirmação é um tanto estranha. Vamos explicar melhor isto. Lucro normal é a quantia
mínima de lucro necessária para manter os recursos empregados e a firma funcionando. Para
esclarecermos a questão, vamos apresentar um exemplo em que a empresa obtém lucro econômico igual a
zero. Suponha que esta empresa é dona das instalações, do capital de giro e o seu dono trabalha como
administrador/gerente. Logo, haverá custos de oportunidade (custos implícitos) referentes ao aluguel,
juros e salários que se deixam de ganhar:
Tabela 01:
Item Lucro contábil Lucro econômico
Receita total 100 100
Custos explícitos 70 70
Custos implícitos - 30
- Salários - 10
- Juros - 10
- Aluguel - 10
Lucro 30 0

Constatamos então que a empresa obteve lucro econômico zero, mas obteve lucro contábil positivo
(30). Um lucro econômico igual a zero (lucro normal) significa que a empresa obteve receita suficiente para
cobrir os custos de oportunidade totais (explícitos + implícitos). Isto (lucro econômico zero) é condição
suficiente para que o empresário permaneça no negócio, uma vez que consegue exatamente remunerar
todos os fatores de produção.

Se a receita total for maior que o custo de oportunidade total (custos implícitos + explícitos), então
o lucro econômico será positivo e a firma terá lucros extraordinários (ou lucro econômico puro, ou lucro
econômico positivo). Se o custo de oportunidade total é maior que a receita total, haverá lucro econômico
negativo ou prejuízo econômico.

1.2. CUSTOS IRREVERSÍVEIS, IRRECUPERÁVEIS OU AFUNDADOS (SUNK COSTS)

Custo irreversível é um custo que foi feito e que não poderá ser recuperado ou revertido. Como não
podem ser recuperados, os custos irreversíveis não deveriam ter nenhuma influência sobre as decisões da
empresa (na análise econômica, a visão dos economistas, ao contrário da visão dos contadores, é voltada
para o futuro. Como o custo irreversível já foi realizado e não pode mais ser recuperado, então, não deve
possuir qualquer influência sobre as decisões).

Suponha uma firma que gastou com a compra de um equipamento bem específico e que só tem
utilidade no processo produtivo desta firma. Assim, tal equipamento não poderá ser convertido para outro
uso nem poderá ser revendido no futuro. O gasto com este equipamento caracteriza-se como custo
irreversível. Como ele não tem uso alternativo, seu custo de oportunidade é zero.

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Em virtude de possuir custo de oportunidade zero, o gasto com tal equipamento nem deve ser
incluído como parte dos custos da empresa. A decisão de adquiri-lo pode ter sido boa ou não. Como
sabemos, a análise econômica é voltada para o futuro. Então, como o custo de oportunidade é zero, tal
gasto não deve influenciar as decisões da empresa.

Se o equipamento pudesse ser utilizado de outra maneira ou revendido para outra empresa, aí sim,
a máquina teria um custo de oportunidade (um custo econômico). Esse custo de oportunidade seria
representado pelo que custo de empregá-la em vez de vendê-la ou alugá-la para outra firma.

Suponha que você pretende s à à à à à à à à à à à


aulas todos os dias inclusive aos sábados e domingos, no valor de R$ 3000. Para garantir a matrícula, o
dono do curso disse que você deveria pagar R$ 500 à vista e que tal valor não seria reembolsado em caso
de desistência. Você acreditou no dono do curso e pagou os R$ 500, de tal forma que a despesa total com o
curso será de R$ 3500. Entretanto, você descobriu que existe outro curso, com as mesmas características e
qualidade, que está custando R$ 3100, portanto, R$ 400 mais barato. Qual dos dois cursos você deveria
fazer? A resposta é: o primeiro. O valor que você pagou e não será devolvido (R$ 500) representa um custo
irreversível e não deve influenciar a sua decisão. Para você, o custo econômico do primeiro curso será R$
3000, enquanto o segundo curso possui custo econômico de R$ 3100. Se o segundo curso custasse R$
2900, você deveria adquiri-lo, mesmo sabendo que desperdiçou R$ 500.

1. (CESPE/Unb Analista de Controle Externo TCE/AC) - O custo de oportunidade da


decisão de tirar férias é mais elevado para funcionários públicos do que para profissionais
liberais bem sucedidos como alguns médicos e advogados.

Comentários:
O custo de oportunidade da decisão de tirar férias é o que se deixou de ganhar caso decidisse
ficar trabalhando nas férias (um salário extra, provavelmente). Como profissionais liberais bem
sucedidos ganham mais que funcionários públicos, para eles, o custo de oportunidade da
decisão de tirar férias é maior, pois eles deixam de ganhar mais dinheiro que os funcionários
públicos (na verdade, o custo de oportunidade de tirar férias dos funcionários públicos é nulo,
pois estes não deixam de receber salário em virtude das férias ).

Gabarito: Errado

2. (CESPE/Unb Ciências Econômicas UEPA) - O custo de oportunidade de imóveis


utilizados pelos seus donos para sediar empresas de sua propriedade é nulo visto que,
nesses casos, não há pagamentos de aluguéis que onerem os custos contábeis dessas
empresas.

Comentários:
O custo de oportunidade de imóveis utilizados pelos seus donos é o que deixa de ser ganho caso
o dono tivesse, por exemplo, locado seu imóvel a terceiros. Neste caso, o custo de oportunidade
seria o valor do aluguel que não está sendo ganho pelo proprietário. Assim sendo, está incorreta
a assertiva pois o custo de oportunidade não é nulo (apenas o custo contábil é nulo).

Gabarito: Errado

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3. (CESPE/Unb Analista de Controle Externo TCDF) - Para um estudante brasileiro, os


custos de oportunidade de cursar um MBA nos Estados Unidos da América, em regime de
dedicação exclusiva, correspondem aos gastos com tudo aquilo de que o estudante abre
mão para fazer o curso, como os salários não ganhos em alguma atividade remunerada ou
o ganho em capital humano que deixa de obter se participasse de outro curso.

Comentários:
O custo de oportunidade de cursar um MBA inclui tudo o que se deixa de ganhar, caso tivesse
decidido não cursá-lo. Assim, além dos próprios gastos que serão incorridos para custear o MBA,
dentro do custo de oportunidade, há aquilo que se deixa de ganhar caso estivesse, por exemplo,
trabalhando e auferindo salários ou fazendo outro curso e adquirindo outros conhecimentos.

Gabarito: Certo

4. (CESPE/Unb Técnico Científico Banco da Amazônia) - O custo de oportunidade da


decisão de assumir um novo emprego, cujo salário é superior àquele pago na ocupação
anterior, inclui tanto o valor da remuneração atual como o aumento do tempo de
transporte necessário para se chegar ao novo local de trabalho.

Comentários:
O custo de oportunidade de se assumir um novo emprego é o que se deixou de ganhar caso não
tivesse tomado essa decisão. Assim, esse custo inclui o salário do emprego antigo, bem como
todos os seus benefícios, entre os quais citamos, conforme está na assertiva, o menor tempo de
transporte que era necessário para se chegar ao trabalho.

Gabarito: Certo

5. (CESPE/Unb Área Economia e Finanças Certificação BB) - Custos afundados devem ser
considerados nas tomadas de decisão.

Comentários:
Os custos afundados não devem ser considerados nas tomadas de decisão, pois seu custo de
oportunidade é nulo, tendo em vista que os custos incorridos não podem mais ser recuperados.

Gabarito: Errado

6. (CESPE/Unb Área Economia e Finanças Certificação BB) - Custos afundados têm custos
de oportunidades muito altos.

Comentários:
Conforme vimos, os custos afundados possuem custos de oportunidade nulos. Sendo assim, a
assertiva está errada.

Gabarito: Errado

1.3. CUSTOS FIXOS (CF), VARIÁVEIS (CV) E CUSTO TOTAL (CT)

Custo total (CT) é o custo de todos os fatores de produção que uma empresa usa na produção.
Alguns fatores de produção variam quando aumentamos ou reduzimos a produção; outros se mantêm
fixos.

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Os custos dos fatores fixos são custos fixos (CF), e os custos dos fatores variáveis são custos
variáveis (CV). Assim, podemos dividir o custo total em duas partes: custos fixos e variáveis.

CT = CF + CV

Custos fixos não variam com o nível de produção (exemplo: aluguel, manutenção das instalações,
salários da diretoria, etc). Como estes custos não variam com o nível de produção, eles devem ser pagos
mesmo que não haja produção. A única maneira de a empresa eliminar totalmente os custos fixos é
deixando de operar.

Custos variáveis são custos que variam quando o nível de produção varia (exemplo: gasto com
matéria-prima, pagamento de bônus aos funcionários, etc).

Apesar dos exemplos colocados acima, não há uma definição absoluta do que é fixo e do que é
variável. Saber quais custos são variáveis e quais são fixos depende do prazo com o qual estamos lidando.
Em um curto espaço de tempo (01 ou 02 meses, por exemplo), a maioria dos custos é fixa. Isso ocorre
porque, nesse período, a empresa não tem muitas condições de alterar a sua estrutura de custos (em tão
pouco tempo, não há como reduzir os pedidos de matéria-prima, nem deixar de pagar os funcionários, por
exemplo). Por outro lado, em um longo período de tempo (02 ou 03 anos, por exemplo), a maioria dos
custos é variável. Em um período maior, a empresa tem condições de alterar a sua estrutura de custos:
demitir/contratar trabalhadores, comprar mais/menos matérias-primas, adquirir novas instalações, etc.

Então veja que a classificação em custo fixo ou variável dependerá do horizonte temporal em
análise. Continuaremos falando sobre isso mais tarde, continue lendo.

1.4. CUSTO MÉDIO E CUSTO MARGINAL

O custo marginal é o aumento de custo (total) provocado pela produção de uma unidade
adicional de produto. Ele nos informa quanto custará aumentar a produção em uma unidade. Por
exemplo, suponha que uma determinada empresa tenha produção de 200 e, para aumentá-la em 01
unidade (passar para produção=201), seja necessário aumentar o custo total de 150 para 175. Neste caso,
o custo marginal será 25 (acréscimo/aumento de custo).

Segue de forma algébrica o Cmg:

Como o custo fixo não apresenta variação quando ocorrem alterações no nível da produção da
empresa, o custo marginal também pode ser conceituado como sendo apenas o aumento no custo

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variável ocasionado por uma unidade extra de produto. Podemos então representar também desta
maneira o Cmg:

Custo médio é o custo total dividido pelo nível de produção (pela quantidade de produtos
produzidos). Em outras palavras, é o custo por unidade de produto, ou custo unitário. Por exemplo,
suponha uma firma com produção de 200 e custo (total) de 150, o custo médio ou unitário será
150/200=0,75.

Segue de forma algébrica o CTme (vamos utilizar apenas Cme):

Nós vimos que o custo total (CT) pode ser dividido em uma parte fixa (CF) e outra parte variável
(CV). O custo total médio (CTme) também possuirá dois componentes: o custo fixo médio (CFme) e o custo
variável médio (CVme). Assim:

Nota  a partir de agora, quando citarmos a palavra custo, na verdade, estamos querendo falar do custo
total. Quando citamos somente a palavra custo médio, entenda também como custo total médio.

1.5. CURTO X LONGO PRAZO

Agora que vimos os tipos de custos, vamos nos voltar às diferenças entre os custos no curto e no
longo prazo. Nesse contexto, temos que nos ater à diferenciação que existe entre fatores de produção fixos
e variáveis.

Fatores fixos são aqueles cuja quantidade não pode ser alterada rapidamente, enquanto os fatores
variáveis são aqueles cuja quantidade pode variar mais facilmente.

Como já sabemos, o curto prazo é o período de tempo em que determinados tipos de fatores não
podem ser aumentados ou reduzidos, qualquer que seja o nível de produção. Assim, a produção só poderá
ser aumentada ou reduzida se aumentarmos ou reduzirmos a quantidade utilizada de fatores variáveis. A
rigor, a existência de ao menos um fator fixo já nos serve para configurar uma situação de curto prazo. O
longo prazo, por outro lado, é o período de tempo em que todos os fatores são variáveis.

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Agora que já aprendemos a diferenciar os diversos tipos de custos, nós veremos como eles se
comportam. Tal comportamento será dividido em duas partes: curto e longo prazo. Inicialmente veremos o
comportamento e as curvas de custo no curto prazo. Após isso, o mesmo será feito à análise de longo
prazo. Nesta última análise, serão feitas algumas comparações entre as curvas de custo de curto e longo
prazo.

1.6. CUSTOS NO CURTO PRAZO

Nesta análise de curto prazo, assim como fizemos na teoria da produção, consideraremos a
existência de dois fatores de produção: mão-de-obra (L) e capital (K). O fator fixo (não variável) será o
capital e fator variável será a mão-de-obra.

1.6.1. Curvas de custo fixo, variável e total

Acompanhe as definições e as construções das diversas curvas de custo a partir dos dados da tabela
02, que mostra o comportamento usual dos custos de produção:

Tabela 02:
Custo Custo
Custo Custo
Custo Custo Custo fixo variável
Produção médio marginal
fixo variável total médio médio
(Q) (Cme) (Cmg)
(CF) (CV) (CT) (CFme) (CVme)
CT/Q CT Q
CF/Q CV/Q
0 180 0 180 - - - -
1 180 90 270 180 90 270 90
2 180 120 300 90 60 150 30
3 180 135 315 60 45 105 15
4 180 165 345 45 41,25 86,25 30
5 180 225 405 36 45 81 60
6 180 360 540 30 60 90 135

A figura 1 mostra como as medidas de custos fixo, variável e total mudam de acordo com mudanças
no nível de produção. O seu eixo vertical é utilizado para colocar o custo em R$, enquanto o eixo horizontal
é utilizado para indicar a quantidade produzida. Observe que o custo fixo, CF, não varia com a produção,
sendo representado por uma linha horizontal em R$ 180.

O custo variável, CV, é zero quando a produção é zero, e então aumenta continuamente à medida
que a produção se eleva.

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A curva de custo total, CT, é determinada adicionando-se verticalmente as curvas de custo fixo e
de custo variável. Pelo fato de o custo fixo ser constante, a distância vertical entre as duas curvas é sempre
de R$ 180.

Custo
em R$
Fig. 1
600
= CV + CF

400 CV

200 CF
CF=180

Quantidade
0 1 2 3 4 5 6 produzida (Q)

1.6.2. Curvas de custo fixo médio, variável médio e marginal

Montaremos agora os mesmos gráficos (o custo no eixo vertical e a produção no eixo horizontal), só
que contendo as curvas de CFme, CVme e Cmg; tudo a partir dos dados da tabela 01.

Iniciemos então pela curva de custo fixo médio. Como o custo fixo é uma constante (um valor que
não muda), o CFme diminui à medida que a produção aumenta, significando que cada parcela de produto
responde por uma parcela menor de custo fixo. Isso é mostrado graficamente na figura 02, onde temos a
curva de CFme. A curva de CFme inclina-se para baixo e para a direita em toda a sua extensão (possui
inclinação decrescente) e, à medida que a produção aumenta, aproxima-se do eixo das quantidades sem,
entretanto, tocá-lo.

Algebricamente, isto é bem tranquilo de entender. Se CFme=CF/Q, e o CF é constante e o Q


aumenta, então, logicamente, quando se aumenta o Q, o valor de CFme diminuirá. Por isso, a curva do
custo fixo médio é decrescente em toda a sua extensão.

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Custo
em R$
Fig. 2 - CFme
180

120

60

CFme
Quantidade
0 1 2 3 4 5 6 produzida (Q)

Não confunda a curva do custo fixo médio (CFme) com a curva do custo fixo (CF).
Esta é uma reta horizontal, enquanto aquela é decrescente.

Curva de custo variável médio (CVme): inicialmente, a CVme decresce e depois cresce, apresentando a
à à à U àO

Custo
em R$
Fig. 3 - CVme
180

120

60 CVme

Quantidade
0 1 2 3 4 5 6 produzida (Q)

Nota  no nosso exemplo retirado da tabela 02, o custo variável médio inicialmente decresce, mas
isso não acontecerá necessariamente. Podemos ter casos em que a curva do CVme inclina-se logo de início
para cima (não é o mais comum, mas pode acontecer). Para fins de prova, se nada for dito, considere a
à àCV à à à à U

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Curva de custo médio (Cme): o custo médio é a soma do custo fixo médio e do custo variável médio.
á à à à àC à à à à à à à àCF à à àCV àI à à -se
para baixo em virtude da curva de custo fixo médio ser bastante decrescente para baixos níveis de
produção. Mas, em seguida, o custo fixo médio perde importância e o custo variável médio começa a
crescer. A partir deste momento, em virtude do aumento do CVme, a curva do custo total médio torna-se
ascendente. Assim, a curva do Cme à à à à à U à à crescente devido
ao custo fixo médio e, em seguida, crescente devido ao custo variável médio). Observe:

Custo
em R$ Fig. 4 - Cme

300

200

100 Cme

Quantidade
0 1 2 3 4 5 6 produzida (Q)

Oà à à U à à à à à à à à à à à à à à à
fatores fixos e variávei à à à à à à à à à à à U à à à à à
variável médio). No início, enquanto a produção é baixa e vai aumentando, tanto a eficiência dos fatores
fixos quanto dos fatores variáveis está aumentando. Isto faz com que, pelo menos inicialmente, haja
redução dos custos fixos médios e variáveis médios trazendo, em decorrência disso, uma redução no custo
médio. Assim, inicialmente, quando a produção é baixa, a curva de custo médio é decrescente, em virtude
da alta eficiência dos fatores.

Entretanto, em determinado instante, o aumento no custo variável médio começa a crescer em tal
valor que supera a permanente diminuição no custo fixo médio. A partir deste ponto, que ocorre somente
depois de a produção atingir um determinado valor, o custo médio começa a crescer com o aumento da
produção. Nesta parte da curva de Cme, a inclinação é ascendente. Na figura 4, isso ocorre a partir do nível
de produção Q=4.

Outro fator que explica a disposição da curva de custo médio (inicialmente decrescente e depois
à à à à U à à à à à à à à à à
produção. Na aula 02, nós vimos que, no curto prazo, com somente um fator variável, a curva de
produtividade média é inicialmente crescente e depois decrescente.

Mesmo sem estudar economia, ainda que inconscientemente, todos nós sabemos que a
produtividade está inversamente relacionada ao custo. Isto é, quanto maior a produtividade, menor o
custo. O mesmo ocorre em relação à produtividade média e ao custo médio e às suas respectivas curvas.

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Como os dois apresentam comportamento inverso (produtividade alta = custo baixo), suas curvas terão
comportamento inverso. Observe as duas curvas:

Nota  lembre que estamos trabalhando com o curto prazo e estamos também considerando que
o fator fixo é o capital e o fator variável é a mão-de-obra.

Figura 5

Produtividade
Custo
média
médio

Pme Cme

A curva da produtividade média é A curva do custo médio é


inicialmente crescente e depois inicialmente decrescente e
decrescente. depois crescente.

Essa relação inversa entre as curvas também pode ser comprovada matematicamente, mas tal
demonstração não nos cabe agora, pois fugiria da objetividade a que nos propomos. O que você precisa
saber é que o comportamento do PmeL e do CVme, e de suas respectivas suas curvas, é antagônico.
Quanto maior a PmeL, menor o CVme, e vice-versa. Como a curva de custo (total) médio é em formato de
U à à à CVme e esta tem comportamento oposto àquele da curva da PmeL, então, também é
correto entendermos que a curva de custo (total) médio também é o oposto da curva de PmeL.

Curva de custo marginal (Cmg): regra geral, a curva de Cmg, assim como a curva do Cme, declina
à à à à à à à à à à à à à à U àV

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Custo
em R$ Fig. 6 - Cmg

150
Cmg

100

50

Quantidade
0 1 2 3 4 5 6 produzida (Q)

áà à à à à à U à à à à à à da produção. De
acordo com esta, com um único fator de produção variável (curto prazo), o produto marginal inicialmente
cresce, atinge um máximo e depois, em virtude da lei dos rendimentos (ou retornos) marginais
decrescentes, declina. Quando o produto marginal é ascendente, o custo marginal será descendente;
quando o produto marginal é descendente, o custo marginal é ascendente. Ou seja, o comportamento da
produtividade e do custo é inverso: quando aquela cresce (é crescente), esta diminui (é descendente), e
vice-versa.

O nosso raciocínio em relação às curvas do PmgL e do Cmg deve ser o mesmo adotado quando
explicamos as curvas do PmeL e do Cme. Ou seja, o comportamento do PmgL e do Cmg, e de suas
respectivas suas curvas, é antagônico. Quanto maior a PmgL, menor o Cmg, e vice-versa. Veja o formato
antagônico das curvas:

Figura 7

Produtividade
Custo
marginal marginal
Cmg

PmgL

A curva da produtividade marginal é A curva do custo marginal é


inicialmente crescente e depois, inicialmente decrescente e
devido à lei dos rendimentos depois crescente.
decrescentes, torna-se decrescente.

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1.6.3. Relação entre as curvas de custo médio e marginal

Na figura 8, nós temos um sistema de curvas de custo no curto prazo. Observe:

Custo
em R$
Fig. 8

300

200
Cmg

100 Cme
B
CVme
A
25
Quantidade
0 1 2 3 4 5 6 produzida (Q)

Veja que, no curto prazo, com exceção da curva do custo fixo médio, CFme (não representada no
à à à à à à à à à à à U àI à à à à
custos médios/marginais declinam e posteriormente crescem.

Agora, voltemos atenção especial para a curva do custo marginal. Observe que ela, não
coincidentemente, toca as curvas de custo médio e variável médio exatamente em seus pontos mínimos.
Tais intersecções ocorrem nos pontos A e B da figura 08.

Analisemos, primeiramente, a intersecção da curva de custo marginal com o ponto de mínimo da


curva de custo médio. Para níveis de produção menores que B (à esquerda de B), o Cmg é menor que o
Cme, uma vez que a curva de Cmg está abaixo da curva de Cme. Nestes níveis de produção, o acréscimo de
custo (Cmg) é inferior ao custo médio anterior, de forma que o incremento de custo (Cmg) fará baixar a
média (Cme), fazendo com que a curva de Cme seja inclinada para baixo. Ou seja, quando Cmg<Cme, a
curva do Cme é decrescente ou inclinada para baixo.

Quando o acréscimo de custo (Cmg) é maior que o custo médio anterior, é natural que este
incremento no custo (Cmg) puxe a média (Cme) para cima, fazendo com que a curva de Cme incline-se para
cima. Ou seja, quando Cmg>Cme, a curva do Cme é crescente ou inclinada para cima. Esta situação
acontece para os níveis de produção localizados à direita do ponto B, uma vez que nesta região a curva de
Cmg está acima da curva de Cme.

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Como consequência do exposto nos dois últimos parágrafos, nós também temos que a curva do
custo marginal intercepta a curva do custo médio exatamente em seu ponto de mínimo (ponto B). Ou
seja, quando Cmg=Cme, então, Cme é mínimo.

Como segunda análise, podemos adotar as mesmas conclusões para a curva do Cmg em relação à
curva CVme. Assim, para níveis de produção à esquerda do ponto A, quando o Cmg for menor que o
CVme, a curva do CVme será decrescente. À direita do ponto A, quando o Cmg for maior que o CVme, a
curva do CVme será ascendente. Ao mesmo tempo, a curva do Cmg intercepta a curva do CVme em seu
ponto mínimo, de forma que, quando Cmg=CVme, então, CVme é mínimo.

Para finalizar o tópico referente às curvas de custo no curto prazo, seguem algumas conclusões
(tente lê-las sempre visualizando principalmente na figura 08, pois a memorização ocorrerá mais
facilmente):

a) Quando Cmg<Cme, então, a curva de Cme é descendente.

b) Quando Cmg>Cme, então, a curva de Cme é ascendente.

c) Quando Cmg=Cme, então, Cme é mínimo.

d) Quando Cmg<CVme, então, a curva de CVme é decrescente.

e) Quando Cmg>CVme, então, a curva do CVme é crescente.

f) Quando Cmg=CVme, então, CVme é mínimo.

g) A curva do Cmg passa sobre o ponto mínimo tanto da curva de custo variável quanto da
curva de custo médio.

h) A curva de custo fixo médio é decrescente em toda a sua extensão.

Vejamos agora alguns exercícios sobre o comportamento dos custos no curto prazo:

7. (CESPE/Unb Banco da Amazônia) - A curva de custo marginal passa pelos pontos de


mínimo das curvas de custo variável e de custo médio.

Comentários:
É exatamente o que podemos verificar por meio da figura 08 da aula e comentado
exaustivamente no item 1.6.3.

Gabarito: Certo

8. (CESPE/Unb Banco da Amazônia) - A curva de custo médio alcançará seu ponto de


mínimo quando o custo médio se igualar ao custo marginal.

Comentários:
Exatamente como cobrado na questão 07, nós temos que a curva de custo marginal corta a
curva de custo médio no seu ponto mínimo.

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Gabarito: Certo

9. (CESPE/Unb Analista do MPU) - A distância vertical entre as curvas de custo total e de


custo variável é igual ao custo fixo.

Comentários:
Custo total (CT) é o custo de todos os fatores de produção que uma empresa usa na produção.
Alguns fatores de produção variam quando aumentamos ou reduzimos a produção; outros se
mantêm fixos. Os custos dos fatores fixos são custos fixos (CF), e os custos dos fatores variáveis
são custos variáveis (CV). Assim, podemos dividir o custo total em duas partes: custos fixos e
variáveis.

CT = CF + CV

A curva de custo total, CT, é determinada adicionando-se verticalmente as curvas de custo fixo e
de custo variável. Pelo fato de o custo fixo ser constante, a distância vertical entre as curvas de
custo total e custo variável será igual ao custo fixo.

Custo
em R$
= CV + CF
A distância vertical
entre as curvas de
custo total e variável é CV
igual ao custo fixo.

CF

Quantidade
0 produzida (Q)
Gabarito: Certo

10. (CESPE/Unb Analista dos Correios ECT) - Define-se custo marginal como o acréscimo
no custo variável necessário para produzir uma unidade a mais de produto.

Comentários:
Normalmente, conceitua-se o custo marginal como sendo o acréscimo no custo total necessário
para produzir 01 unidade a mais de produto. No entanto, o custo total é dividido em custo fixo e
variável, e o acréscimo de 01 unidade de produto não faz mudar o custo fixo. Assim, todo o
acréscimo que ocorre no custo total em virtude da produção adicional é sentida somente no
custo variável, de tal forma que também é correto conceituarmos o custo marginal como sendo
o acréscimo de custo variável necessário para produzir uma unidade a mais de produto.

Gabarito: Certo

11. (CESPE/Unb Técnico de Planejamento e Pesquisa IPEA) - O custo marginal é o


aumento de custo variável em que a empresa incorre pela diminuição de uma unidade
extra de produto.

Comentários:
áà à à à à à à à à à à que o correto seria
à à

Gabarito: Errado

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12. (CESPE/Unb Técnico de Planejamento e Pesquisa IPEA) - O custo total médio da


produção é a soma, para cada nível de produção, dos custos fixos e variáveis.

Comentários:
Esta é uma questão perigosa. Ela está errada, pois o custo total médio é a soma do custo fixo
médio e do custo variável médio. A soma dos custos fixos e variáveis, como diz a assertiva, nos
remete ao custo total, e não ao custo total médio.

Gabarito: Errado

13. (CESPE/Unb Economista Ministério do Esporte) - As horas extras necessárias para


elevar a produção durante o período que antecede ao Natal constituem um exemplo
típico de fator variável e, portanto, as despesas com o pagamento dessas horas são
computadas no custo variável das empresas.

Comentários:
O custo variável é aquele que varia quando o nível de produção muda. Pois bem, o pagamento
de horas extras serve justamente para variar (aumentar) o nível de produção, na medida em que
serve para incentivar os funcionários a trabalhar mais e, por consequência, aumentar a
produção. Assim, podemos entender sim que o pagamento de horas extras faz parte do custo
variável.

Gabarito: Certo

Enunciado para as questões 14, 15 e 16:


Considere uma firma em que os seus custos dependam somente dos seus níveis de produção.
Acerca das curvas de custos de produção desta firma no curto prazo, julgue os itens
subsequentes.

14. (CESPE/Unb Técnico Municipal Economia Pref. Vila Velha) - Na região da curva onde
os custos variáveis médios estão aumentando, os custos marginais são superiores aos
custos médios.

Comentários:
Se você visualizar a figura 08, verá que na região onde os custos variáveis estão aumentando
(são crescentes), os custos marginais são superiores aos custos variáveis médios (e não
necessariamente aos custos médios).

Gabarito: Errado

15. (CESPE/Unb Técnico Municipal Economia Pref. Vila Velha) - O custo fixo médio
permanece constante quando a produção aumenta.

Comentários:
O custo fixo médio decresce quando a produção aumenta. Quem permanece constante quando
a produção aumenta é o custo fixo.

Gabarito: Errado

16. (CESPE/Unb Técnico Municipal Economia Pref. Vila Velha) - O custo marginal e o
custo variável são os mesmos na primeira unidade de produção.

Comentários:
Quando a produção é igual a zero, o custo marginal é zero, e o custo variável também é zero. Na
primeira unidade de produção (Q=1), o acréscimo de custo variável será igual ao próprio custo
variável. Como sabemos, o acréscimo de custo variável é igual ao custo marginal. Então, na

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primeira unidade de produção (Q=1), o custo marginal e o custo variável são iguais. Para uma
melhor visualização, veja os dados da tabela 02.

Gabarito: Certo

1.7. CUSTOS NO LONGO PRAZO

Como já é sabido, o longo prazo é definido como o período de tempo em que todos os insumos são
variáveis. Nesta situação, a firma, além de variar o insumo mão-de-obra, varia também o insumo capital.
Assim, no longo prazo, caso a empresa queira aumentar a produção, ela pode pensar tanto em aumentar a
mão-de-obra quanto o fator capital (construindo novas instalações, por exemplo).

O longo prazo também pode ser visto, para fins didáticos, como um horizonte de planejamento. Ou
seja, é um período de tempo para o qual a firma planeja suas instalações do tamanho mais adequado
(planeja o nível mais adequado de capital) em relação a um planejado nível de produção. Uma vez
concluídas as novas instalações, a firma passa a operar no curto prazo (não há alteração das instalações).
Na realidade, nós podemos dizer que a produção ocorre mesmo é no curto prazo (com o capital fixo),
enquanto o planejamento ocorre no longo prazo (dois fatores variáveis).

Como muitas decisões são fixas no curto prazo, mas variáveis no longo prazo, as curvas de custos de
longo prazo das empresas diferem de suas curvas de custos de curto prazo. São nessas diferenças que nos
concentraremos agora, a começar pelas curvas de custos médios de curto e de longo prazo.

Imaginemos uma firma para a qual existam 3 possíveis tamanhos de fábrica: a fábrica 1, pequena; a
fábrica 2, média; e a fábrica 3, grande. Quando a empresa está dentro do curto prazo, as instalações não
são mudadas. Assim, nós podemos dizer que cada tamanho de fábrica possuirá uma curva de custo médio
de curto prazo1. Então nós teremos uma curva de custo médio de curto prazo (CmeCP) para a fábrica
pequena, para a média e para grande, conforme se vê na figura 09.

1
Inicialmente, concentraremos a análise nas diferenças entre as curvas de custos médios de curto e longo
prazo. Após essa análise, passaremos para as diferenças nas curvas de custo total e marginal de curto e
longo prazo.

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Fig. 9

Custo CmeCP1 - fábrica


Médio pequena CmeCP3 - fábrica
grande
CmeCP2 - fábrica
de tamanho médio CmeLP
140
130
110
100
O
ESCALA ÓTIMA DE PRODUÇÃO,
onde o CmeLP é mínimo e
coincide com o mínimo da curva
de CmeCP que lhe é tangente.

Quantidade
Q1 Q2 Q’2 Q3 produzida (Q)

A curva CmeCP1 representa a curva de custo médio de curto prazo, considerando um tamanho
pequeno de fábrica; CmeCP2 refere-se à curva de custo médio considerando um tamanho médio de fábrica
e, por fim, a CmeCP3, consideramos uma fábrica de tamanho grande. A curva CmeLP representa a curva de
custo médio de longo prazo da empresa, onde ela poderá escolher qualquer tamanho de fábrica, uma vez
que pode variar o fator de produção capital.

Ressalto que foi nossa opção representar apenas três curvas de custo médio de curto prazo (fábrica
pequena, média e grande), mas nós poderíamos desenhar infinitas curvas de custo médio de curto prazo,
para infinitos tamanhos de fábrica (infinitas quantidades de capital). Colocamos apenas três por motivos
didáticos.

Se a fábrica estiver no curto prazo com a quantidade de capital equivalente a uma fábrica pequena,
ao escolher determinado nível de produção, ela estará na CmeCP 1 em virtude da fábrica ser pequena. Se
ela escolher, por exemplo, produzir Q1, então o custo será 140. Se ela desejar produzir Q 2 e mantiver o
tamanho pequeno da fábrica (mantiver o capital fixo), o custo médio será altíssimo, uma vez que este será
o ponto onde Q2 intercepta CmeCP1 (será um ponto bastante alto no gráfico; nem é possível representar no
espaço que destinamos à figura 09). Neste caso, onde a empresa deseja produzir Q2, será melhor a
empresa aumentar o tamanho da fábrica. Caso aumente o tamanho das instalações, passando a ser uma
fábrica de tamanho médio, a empresa estará na CmeCP 2. Assim, ao produzir Q2, o custo médio será 100.
Observe que, no nível de produção Q2, será melhor ter uma fábrica de tamanho médio a ter uma de
tamanho pequeno. Ao mesmo tempo, para produzir Q 2, não é necessário (nem é bom!) ter uma fábrica de
tamanho grande. Se a produção for Q2 e o tamanho da fábrica é grande2, o custo médio será 130. Para o
mesmo nível de produção, se a fábrica é média, o custo médio será 100.

Veja que, em longo prazo, para cada nível de produção, a firma deve escolher um tamanho de
fábrica (quantidade de capital) adequado. Não adianta ter uma fábrica pequena se quiser produzir muito;

2
Se o tamanho da fábrica é grande, a empresa estará na curva de curto prazo CmeCP 3.

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também não adianta ter uma fábrica grande e produzir pouco. Cada nível de produção possui um tamanho
de fábrica ótimo. O tamanho ótimo de fábrica para Q 1 é dado pela fábrica pequena, para o nível Q 2 é dado
pela fábrica média, para o nível Q3, pela fábrica grande, e assim por diante.

Ressalto mais uma vez que aquelas curvas de curto prazo da figura 9 são apenas três exemplos das
inúmeras possibilidades que existem. Por exemplo, se a firma adotar um tamanho médio de fábrica3 e
à àQ 2, seu custo médio será aumentado de 100 para 110. Entretanto, deve haver outra curva
de custo médio de curto prazo ali dentro (e que representa outro tamanho de fábrica) em que é possível
àQ 2 a um custo menor que 110.

Bem, acredito que nós já entendemos que, em longo prazo, a firma pode variar o capital e a mão-
de-obra de forma a se situar na curva de custo médio de curto prazo que mais lhe convenha. Agora,
necessitamos caracterizar a curva de custo médio de longo prazo (CmeLP).

A curva de custo médio de longo prazo (CmeLP) corresponde à envolvente inferior das curvas de
custo médio de curto prazo, ou seja, a curva tangente inferior que passa por estas últimas. A CmeLP
à à à à à à U à à à à à à e as curvas de curto prazo. Além disso, as curvas
de curto prazo estão na curva de longo prazo ou acima dela. Como decorrência disso, os custos médios no
longo prazo tendem a ser inferiores àqueles de curto prazo e isto ocorre porque no longo prazo as
empresas têm mais flexibilidade para ajustar o seu estoque de capital e reduzir o custo médio, o que não
acontece no curto prazo. De fato, no longo prazo, as empresas podem escolher a curva de custo médio de
curto prazo que mais lhe convenha, mas, no curto prazo, têm de utilizar a curva que escolheram no
passado.
A escala ótima de produção será o ponto mais baixo da curva de custo médio de longo prazo,
onde temos menor custo médio mínimo. Nesse ponto (ponto O da figura 9), o custo médio mínimo da
curva de longo prazo coincide com o ponto mínimo da curva de custo médio de curto prazo que a
tangencia.

Devo ressaltar que você deve ficar atento a escala ótima (custo médio mínimo de longo prazo) é a
única situação em que o mínimo da curva de custo médio de longo prazo coincide também com o mínimo
da curva de custo médio de curto prazo. Observe que, nos outros pontos de tangência, isso não ocorre.

F U
deseconomias de escala

Nós vimos que o forma à à U à à à à à àno curto prazo é explicado pela teoria
da produção e pela hipótese dos rendimentos marginais decrescentes. No trecho descendente da CmeCP,
os rendimentos marginais são crescentes e os custos decrescentes. Por outro lado, no trecho ascendente
da CmeCP, que é o mais relevante, os rendimentos marginais são decrescentes e os custos crescentes.

3
Se ela adotar o tamanho médio de fábrica, estará na curva de curto prazo CmeCP2.

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O U longo prazo é explicado pelas economias de escala e deseconomias


de escala.

Na teoria da produção (longo prazo), aprendemos que rendimentos crescentes de escala é a


situação em que, por exemplo, dobramos os insumos e a produção mais que dobra. Rendimentos
decrescentes de escala é a situação em que a produção menos que dobra ao duplicarmos os insumos.

Nesse contexto, em teoria de custos, nós temos o conceito de economias de escala em que, por
exemplo, dobramos a produção e os custos são menos que dobrados. Da mesma forma, existem as
deseconomias de escala quando a duplicação da produção corresponde a mais do que o dobro dos custos
anteriores.

Assim, temos:

Teoria Termo Conceito


Dobram-se os insumos  mais que
Rendimentos crescentes
Produção no dobra a produção
longo prazo Dobram-se os insumos  menos
Rendimentos decrescentes
que dobra a produção
Dobra-se a produção  menos que
Economias de escala
Custos no dobram os custos
longo prazo Dobra-se a produção  mais que
Deseconomias de escala
dobram os custos

Quando o custo decresce com o aumento da produção, dizemos que há economias de escala.
Assim, nós sabemos que o trecho em que a CmeLP é inclinada negativamente (trecho decrescente) é
explicado pela existência de economias de escala. Observe que o trecho descendente da curva do CmeLP
nos mostra justamente isto: a produção cresce, e o custo médio decresce.

De forma inversa, quando a CmeLP é positivamente inclinada, há deseconomias de escala e o


custo médio aumenta com o aumento da produção.

Quando a CmeLP é plana ou possui inclinação nula, há retornos constantes de escala. Nesse rumo, o
ponto O (a escala ótima da figura 09) é um ponto onde temos retornos constantes de escala, pois a
inclinação4 da CmeLP naquele ponto é nula. Assim, você pode guardar consigo a conclusão de que a firma
minimiza o custo médio de longo prazo no ponto em que sua escala de produção apresenta retornos
constantes de escala.

4
A inclinação de uma curva em determinado ponto é medida pela reta tangente àquela curva no ponto
considerado. Na figura 09, se traçarmos uma reta tangente à curva do CmeLP exatamente no ponto O,
teremos uma reta deitada, ou horizontal. Ou seja, esta reta terá inclinação nula. Por isso, no ponto O, de
escala ótima, temos retornos constantes de escala (pois a inclinação é nula, indicando que o custo médio
não muda com o aumento da produção).

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Fig. 10
Custo

Retornos constantes de C
escala: custo médio não
se altera com o aumento
de produção.

Deseconomias de escala:
Economias de escala: custo médio cresce com
custo médio decresce o aumento de produção.
com o aumento de
produção. Quantidade
0 produzida (Q)

Retornos constantes de escala é a situação em que aumentamos a produção e não há alteração do


custo médio de longo prazo. Ou seja, não temos nem economias de escala, nem deseconomias de escala.

Na aula 01, nós aprendemos conceitos com nomes bastante semelhantes quando estudamos a
teoria da produção no longo prazo. Você pode estar se perguntando se aqueles nomes (rendimentos de
escala) guardam alguma relação com os nomes que acabamos de aprender (economias de escala). Para fins
de prova, você pode entender que:

 Rendimentos crescentes de escala = economias de escala;


 Rendimentos constantes de escala = retornos constantes de escala;
 Rendimentos decrescentes de escala = deseconomias de escala.

Nota  na verdade, Pindyck e Rubinfeld5 explicam em seu livro que a situação de economias de
escala é mais ampla que a situação de rendimentos crescentes de escala (aquela poderia englobar também
produções com rendimentos constantes de escala). No entanto, o livro deles é o único com essa
observação e, pelo que vi nas provas, as igualdades acima são aceitas como verdade absoluta. Até a
ANPEC6, em seus testes, adota as igualdades acima, sem qualquer restrição. Então, faremos o mesmo.
As economias de escala, situação onde, à medida que o produto cresce, o custo médio tende a cair
(trecho descendente da CmeLP), são explicadas pelos seguintes motivos:

 Divisão e especialização do trabalho: se a empresa opera em uma escala maior, os funcionários


podem se especializar nas atividades em que são mais produtivos;

 Preços dos fatores de produção: por comprar insumos em grandes quantidades e, assim, ter maior
poder de negociação, a empresa pode consegui-los a preço mais baixo;

5
Microeconomia, 6ª.edição, página 201, editora Pearson.
6
Banca examinadora das provas de ingresso aos cursos de pós-graduação em Economia.

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 Flexibilidade na combinação dos insumos: quando a escala é maior, a firma pode adquirir tanto
equipamentos muito caros (que só são viáveis após determinados tamanhos mínimos) quanto
aqueles mais baratos. Enfim, em escalas maiores, o administrador possui maior flexibilidade para
escolher;

 Indivisibilidade de operações financeiras: firmas maiores têm mais facilidade na obtenção de


empréstimos perante os bancos.

As deseconomias de escala, situação onde, à medida que o nível de produção cresce, o custo médio
tende a se elevar (trecho ascendente da CmeLP), são explicadas por:

 Gestão administrativa: os problemas de administração e supervisão tornam-se mais complicados à


medida que a empresa cresce;

 Preço crescente dos fatores de produção: as vantagens em comprar em grandes quantidades


podem desaparecer quando um certo limite for alcançado. A partir daí, os preços dos insumos pode
crescer, acarretando aumento nos custos de produção.

As economias de escala são medidas em termos de elasticidade de custo de produção, ECP, que é o
percentual de mudança no custo (total) de produção devido a um aumento de 1% no nível de produto. Veja
a expressão algébrica:

Q à à à à à à à à à à CT CTà à à à
Q Q à ECP é menor que 1 e temos economias de escala. Quando os custos aumentam mais que
proporcionalmente à à CT CTà à à à Q Q àE CP é maior que 1 e temos deseconomias de
àQ à à à à à à à à CT CTà à Q Q àE CP=1, e temos
retornos constantes de escala.
N à à à C Qà à à à à à (Cmg), enquanto CT/Q é o custo médio (Cme).
Assim:

Quando os custos não chegam a aumentar proporcionalmente à produção, o custo marginal é


menor que o custo médio (ambos diminuem), ECP<1 e há economias de escala. Quando os custos
aumentam mais que proporcionalmente à produção, o custo marginal é maior que o custo médio (ambos
aumentam), ECP>1 e há deseconomias de escala. Quando Cmg=Cme, ECP=1 e temos retornos constantes de
escala.

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1.7.2. Curva de custo total de longo prazo

A exemplo do que ocorre com relação entre as curva de custo médio de curto e longo prazo, a
curva de custo total de longo prazo também será a envoltória inferior das curvas de custo total de curto
prazo. Observe:

Custo Fig. 11

CTCP3

CTCP2
CTCP1

Quantidade
0 produzida (Q)

Veja que a situação é bastante parecida com aquela verificada para as curvas de custo médio de
curto e longo prazo. No longo prazo, devido à maior flexibilidade de utilização dos insumos, o custo total
também será menor que no curto prazo. Graficamente, isto equivale a dizer que a curva de custo total será
inferior (é a envoltória inferior) às curvas de curto prazo.

1.7.3. Curva de custo marginal de longo prazo

No curto prazo, nós vimos que a curva de custo marginal é inicialmente decrescente e depois
crescente. Ela também corta a curva de custo médio em seu ponto de mínimo. No longo prazo, a situação é
igual. A única diferença está no fato de que a curva de custo marginal de longo prazo cortará a curva de
custo médio de longo prazo em seu ponto mínimo. Observe:

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Fig. 12
Custo

CmgLP

Quantidade
0 produzida (Q)

A curva de custo médio de longo prazo é mais plana que as curvas de custo médio de curto prazo,
logo a curva de custo marginal de longo prazo também será menos inclinada. Ao mesmo tempo, o CmgLP
também corta a curva de CmeLP em seu ponto mínimo. À esquerda deste, quando o CmgLP é menor que o
CmeLP, a curva de CmeLP é decrescente; à direita deste, quando o CmgLP é maior que o CmeLP, a curva de
CmeLP é crescente. Veja que tudo é igual ao que tínhamos na relação entre Cmg e Cme no curto prazo.

Ademais, veja que a intersecção da curva de custo marginal de longo prazo e a curva de custo
médio de longo prazo representa a escala ótima da firma, uma vez que, ali, temos o custo médio mínimo.
Ao mesmo tempo, a escala ótima da firma (ponto O) é o ponto em que o mínimo da curva de CmeLP é igual
ao mínimo da curva de CmeCP. A curva de CmgCP, por sua vez, também cortará a curva de CmeCP em seu
ponto mínimo. Ou seja, na escala ótima, os custos marginais de curto e longo prazo serão iguais, pois suas
curvas também se interceptarão no ponto O. Veja:

Custo Fig. 13

CmeCP CmgCP
C
CmgLP
O Na escala ótima, os custos
marginais e médios de curto
e longo serão iguais.

Quantidade
0 produzida (Q)

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1.7.4. Economias e deseconomias de escopo

Imagine duas empresas produzindo, cada uma, um produto diferente, mas com a mesma alocação
de fatores de produção. Suponha, por exemplo, duas firmas, uma que produz xampu e outra que produz
condicionador para cabelos. As duas possuem a mesma alocação de fatores de produção (mão-de-obra e
capital equivalentes).

Economias de escopo é a situação em que a produção conjunta de uma única empresa é maior que
as produções obtidas por duas empresas diferentes. No nosso exemplo do primeiro parágrafo, uma única
empresa, produzindo os dois bens (xampu e condicionador), poderia produzir mais que duas empresas
separadas produzindo, cada uma, um produto diferente.

Oà à à à à à à àN à à à à à à
ocorrem quando a produção de firmas diferentes possui, de certa forma, o mesmo objetivo, ou o mesmo
escopo. Este é o caso das firmas de xampus e de condicionadores: o escopo é o mesmo, a limpeza e
tratamento de cabelos. Por exemplo, se a firma que produz xampu se juntasse à firma que produz
à à à à à à à à à à à à à à à à
de forma que as duas juntas produziriam mais xampus e condicionadores do que a soma da produção dos
dois bens considerando as firmas atuando separadamente ou, ainda, poderiam produzir a mesma
quantidade de xampus e condicionadores, porém com custo menor.

Deseconomias de escopo ocorrem quando uma empresa apresenta uma produção conjunta que
seja menor do que a obtida por empresas separadas. Isto pode ocorrer no caso de as produções separadas
não terem o mesmo escopo (mesma finalidade), ou ainda se a produção de um produto for de alguma
forma conflitante com a produção do segundo produto7.

Um exemplo de economias de escopo ocorre nos serviços de utilidade pública. Por exemplo, as
à à à à à à à à à à à à à sponsáveis pela
produção dos seguintes bens: instalação do gás nas residências e manutenção das redes e tubulações. Seria
melhor do que uma firma prover o gás, outra realizar as instalações nas residências e uma outra fazer a
manutenção das tubulações. O mesmo se aplica ao caso das companhias de energia elétrica. São estas que,
além de fornecerem energia elétrica, realizam a manutenção de toda a rede urbana, troca de postes,
modernização/troca de transformadores, etc.

Acima, nos conceitos de economias e deseconomias de escopo, nós comparamos as produções de


duas firmas, juntas ou separadas. A comparação envolvendo os custos e (não a produção) também é
válida.

N à à à à à à à à à à à à à à à
custo (total ou médio) de produzir os bens por uma única empresa seria menor do que aquele caso
houvesse mais de uma empresa produzindo. Deseconomias de escopo seria a situação em que o custo de

7
Um produto pode, por exemplo, exigir bastante capital (máquinas), ao passo que outro pode ser feito
quase que inteiramente de modo artesanal (uso em maior parte de mão-de-obra). Neste caso, os dois
produtos até podem ter o mesmo escopo, mas a produção conjunta dos dois será conflitante, de forma que
haverá deseconomias de escopo.

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produzir os bens por mais empresas seria menor do aquele verificado caso somente uma firma os
produzissem.

Vejamos agora alguns exercícios sobre o comportamento dos custos no longo prazo:

17. (CESPE/Unb Banco da Amazônia) - Em uma escolha de produção ótima, os custos


marginais de curto prazo se igualam aos custos de produção de longo prazo.

Comentários:
Conforme comentado e visto na figura 13, está correta a assertiva. Apenas segue a observação
à à à à à à à à à à à à à à
sentença. Assim, o mais claro seria:

Em uma escolha de produção ótima, os custos marginais de curto prazo se igualam aos custos
marginais de produção de longo prazo.

Lembre-se sempre disso: nas provas do CESPE, sentenças incompletas são consideradas
sentenças verdadeiras. Isso é muito importante para quem vai fazer provas de economia desta
banca.

Gabarito: Certo

18. (CESPE/Unb Analista de Controle Externo TCE/AC) - Em presença de economias de


escala, a curva de custo médio de longo prazo é horizontal.

Comentários:
Em presença de economias de escala, a CmeLP é descendente. Ela será horizontal que houver a
presença de retornos constantes de escala.

Gabarito: Errado

19. (CESPE/Unb Analista de Controle Externo TCE/AC) - Em presença de rendimentos


crescentes de escala, o custo unitário não se altera com o nível de produção.

Comentários:
Em primeiro lugar, saiba que quando um livro ou uma questão de prova menciona custo unitário
(CT/Q), isto quer dizer o mesmo que custo médio (Cme), ok?! O custo médio não se altera com o
nível de produção quando tivermos a presença de retornos constantes de escala. Se tivermos a
presença de economias de escala (rendimentos crescentes), o custo unitário decresce com o
aumento de produção.

Gabarito: Errado

20. (CESPE/Unb Analista de Comércio Exterior MDIC) - O fato de um supermercado reduzir


seus custos administrativos em decorrência da abertura de uma nova filial é compatível
com a existência de economias internas de escala dentro dessa empresa.

Comentários:
Quando o supermercado abre uma nova filial, possivelmente, ele terá condições de reduzir o
custo médio de produção. Por exemplo, com apenas 01 supermercado operando, há que se

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contratar todo um setor administrativo para cuidar de diversos aspectos ligados à administração
da empresa (contabilidade, setor financeiro, setor de RH, etc). Com a abertura de mais 01
supermercado, provavelmente, não há necessidade de dobrar a quantidade de funcionários do
setor administrativo, de tal forma que o acréscimo de produção proveniente da abertura de um
novo supermercado será proporcionalmente superior ao acréscimo de custo, se levarmos em
conta essa questão do setor administrativo. Esta situação é condizente com a presença de
economias de escala (custo médio decresce com o aumento de produção).

Gabarito: Certo

21. (CESPE/Unb Analista de Meio Ambiente SEAMA) - A existência de rendimentos


crescentes de escala na produção de grandes empresas é compatível com o fato de que
uma maior escala de operações facilita o uso de tecnologias mais avançadas, que
envolvem o uso de métodos de produção em massa, altamente capital-intensivos.

Comentários:
Uma maior escala de operações (empresas grandes, com muitas máquinas, fábricas, instalações,
etc) permite à firma trabalhar com tecnologias mais avançadas, mais caras, com maior
capacidade. Ou seja, quando se trabalha em grande escala, há maior flexibilidade na combinação
dos fatores de produção, e a firma pode investir na compra de mais máquinas (isto é chamado
de produção de capital-intensivo, ou seja, com grande uso do fator de produção capital, em vez
do fator de produção mão-de-obra). Isto é um dos motivos que ocasiona a presença de
economias de escala, ou rendimentos crescentes de escala (para rever os motivos que provocam
as economias de escala, veja a página 27). Assim sendo, está correta a assertiva.

Gabarito: Certo

22. (CESPE/Unb Economista Pref. Rio Branco) - Em presença de rendimentos crescentes de


escala na fabricação de determinado bem, é economicamente mais vantajoso concentrar
a produção em uma única empresa que dispersá-la entre muitas empresas pequenas.

Comentários:
Quando temos economias de escala (rendimentos crescentes de escala), é melhor apenas uma
empresa operar no mercado, pois ela terá condições de reduzir o custo unitário à medida que
aumenta sua produção. Nós veremos no estudo dos monopólios que isto é um dos fatores que
explicam a própria existência dos monopólios e que, consequentemente, é também justamente
um dos motivos que enseja a regulação econômica do governo.

Gabarito: Certo

23. (CESPE/Unb Consultor Legislativo Senado) - A fusão das empresas Brahma e Antárctica
em uma única empresa, a AmBev, explica-se, em parte, pela existência de economias de
escala que permitem que o custo da produção conjunta seja inferior à soma dos custos de
produção das empresas quando elas operam independentemente.

Comentários:
A fusão de Brahma e Antártica em uma única empresa pode fazer com que os custos conjuntos
de produção possam ser reduzidos. Ou seja, tal situação é condizente com a ideia básica das
economias de escala: redução de custos médios à medida que se aumenta a produção.

Nota à à à à à à à à à à à à à à à à
também estaria correta. Então, veja que os conceitos são bem parecidos e podemos ter os dois
ao mesmo tempo, como também não podemos ter. Assim, podemos ter uma produção que
tenha ao mesmo tempo economias de escala e economias de escopo; ou, ainda, tenha ao
mesmo tempo economias de escala mas tenha também deseconomias de escopo (ou seja, não
há qualquer relação de incomptabilidade entre os conceitos).

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Gabarito: Certo
......

Agora, para variar, vejamos uma questão da ESAF, pois ela traz de forma bem clara e objetiva o
conceito de Economias de escopo:

24. (ESAF Analista de Planejamento e Orçamento MPOG) - Considere a seguinte afirmação


(adaptada do glossário apresentado no site www.fazenda.gov.br/seae/documentos/
Glossario.html):
A E
conjuntamente, pelo menos dois produtos/serviços, é __________ do que o custo de duas ou
mais firmas produzem separadamente estes mesmos produtos/serviços, a preços dados dos
insumos. De forma ___________ às economias de escala, as economias de escopo podem
também ser entendidas como _________ nos _________ derivadas da produção conjunta de

Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.


a) custo marginal, menor, similar, reduções, custos médios
b) custo médio menor, diferentemente, reduções, custos médios
c) custo total, menor, similar, reduções, custos médios
d) custo médio, menor, similar, reduções, custos marginais
e) custo total, menor, diferente, elevações, lucros médios

Comentários:
Conforme explicado nos dois últimos parágrafos do item 1.7.4:

á àE à à à à à à CUSTO TOTAL de uma firma para produzir


conjuntamente, pelo menos dois produtos/serviços, é MENOR do que o custo de duas ou mais
firmas produzem separadamente estes mesmos produtos/serviços, a preços dados dos insumos.
De forma SIMILAR às economias de escala, as economias de escopo podem também ser
entendidas como REDUÇÕES nos CUSTOS MÉDIOS derivadas da produção conjunta de bens
à à à à à

Gabarito: C

25. (CESPE/Unb Economista Ministério da Saúde) - Há economia de escopo quando o


custo de produção de dois bens de uma empresa é menor do que os custos de produção
conjuntos de duas empresas diferentes, cada uma produzindo um único produto.

Comentários:
É a definição exata (uma delas!) das economias de escopo.

Gabarito: Certo

26. (CESPE/Unb Pesquisador INPI) - A existência de economias de escopo na produção de


determinados bens é compatível com a utilização de processos produtivos que envolvam
deseconomias de escala.

Comentários:
Exatamente como afirmamos na nota dos comentários da questão 24, não existe
incompatibilidade entre as economias/deseconomias de escala e as economias/deseconomias
de escopo. Assim, podemos ter uma produção com economias de escopo e, ao mesmo tempo,
economias de escala.

Veja, então, que não existe necessariamente uma relação direta entre economias de escala e
economias de escopo. Uma empresa fabricante de dois produtos pode ter vantagens
decorrentes de economias de escopo, mesmo que seu processo produtivo envolva
deseconomias de escala.

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Ou seja, é compatível tal situação (economias de escopo e deseconomias de escala), de tal forma
que a assertiva é correta.

Gabarito: Certo

2. A HIPÓTESE DE MAXIMIZAÇÃO DOS LUCROS

Antes de adentrarmos a fundo no estudo da nossa primeira estrutura de mercado (a concorrência


perfeita), no item 3, devo falar da condição de maximização dos lucros. Resolvi fazer isto em um tópico
separado, pois esta condição de maximização de lucros que eu vou explicar para vocês vale para qualquer
firma, independentemente do mercado em que ela esteja (concorrência perfeita, monopólio, oligopólio,
etc).
Em nossas análises, estaremos a todo instante supondo que o objetivo das firmas é a maximização
de lucros e que o seu equilíbrio acontece neste momento. Esta suposição decorre da racionalidade
econômica de supor que o objetivo do empresário é, a todo o momento, buscar o nível de produção que
maximize o seu lucro.
Ressalto que existem várias teorias que procuram explicar o que realmente as firmas buscam ou o
seu objetivo. Algumas dizem que elas buscam maximizar a participação no mercado; outras dizem que elas
buscam maximizar a margem sobre os custos (maximizar o mark up).
A teoria que utilizaremos em nosso curso é a chamada teoria neoclássica ou marginalista, cujo
pressuposto básico é o de que as firmas buscam maximizar os lucros (receitas MENOS despesas).
Indo direto ao que interessa, vamos estatuir a condição de maximização de lucros da empresa,
válida para qualquer mercado:

A empresa maximiza lucros quando o custo marginal (Cmg) se iguala à receita


marginal (Rmg).

Maximização de lucros  Rmg=Cmg

Mas o que é receita marginal?


O conceito é bem parecido com o de custo marginal, só que avaliando sob o ponto de vista
da receita, é claro.
A receita marginal é o acréscimo na receita total decorrente da produção e venda de uma
unidade a mais de um bem produzido.
Exemplo: suponha uma firma produtora de cervejas e que, em determinado momento, ela
venda 10.000 garrafas por mês e tenha uma receita total (Receita Total = preços x

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quantidades) de R$ 30.000. Pense agora que ela aumenta a produção em 01 unidade e,


como consequência, a receita total vá para R$ 30.003. Qual foi o acréscimo na receita total
em decorrência desta garrafa adicional de cerveja vendida?
A resposta é fácil, o acréscimo na receita total foi de R$ 3,00. Assim, a Receita marginal é
igual a 3 para essa última garrafa produzida e vendida.
10.000 garrafas  Receita total = 30.000
10.001 garrafas  Receita total = 30.003  Receita marginal = 3
Algebricamente, podemos representar a receita marginal da seguinte maneira:

Pois bem, vamos analisar essa condição de maximização de lucros, para que o entendimento fique
claro. Em primeiro lugar, gostaria de ressaltar que essa condição vale para qualquer estrutura ou tipo de
mercado, independentemente se é curto ou longo prazo. Assim, qualquer empresa (estando inserido em
um mercado monopolista, oligopolista, concorrência perfeita, etc), estando no curto ou no longo prazo,
buscará produzir até o ponto em que o seu custo marginal de produção seja igual à receita marginal. Por
isso, resolvi colocar esse item separado na aula.
Existem variadas maneiras de provarmos este teorema da maximização de lucros dentro da nossa
abordagem marginalista da teoria firma. Faremos uma demonstração intuitiva, sem cálculos.
Pense comigo e tente responder às seguintes perguntas:
- O que acontece se a empresa está com um nível de produção tal em que a receita marginal seja
superior ao custo marginal?
- E o que acontece se o custo marginal for superior à receita marginal?
No primeiro caso, a firma está estimulada a aumentar a produção, uma vez que o fazendo, estará
aumentando os lucros. Isto ocorre justamente porque a receita adicional decorrente da produção adicional
(receita marginal) é superior ao custo adicional (custo marginal). Ou seja, produzir mais significa ter mais
lucro, uma vez que o acréscimo de receita será superior ao acréscimo de custo.
No segundo caso, a firma deve reduzir a produção, uma vez que o fazendo, estará aumentando os
lucros. Isto ocorre porque se reduzir a produção, o decréscimo de custo (custo marginal) será superior ao
decréscimo de receita (receita marginal). Ou seja, reduzindo a produção, o custo total será reduzido em
montante maior que a redução na receita total, fazendo os lucros aumentarem.
Esquematicamente, temos o seguinte:

Empresário AUMENTA a produção Empresário REDUZ a produção

Nível de
produção
Rmg > Cmg Rmg < Cmg (Q)
Rmg = Cmg

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Observe que, se a receita marginal é superior ao custo marginal de produção, é interessante para o
empresário continuar produzindo, pois se o fizer, o lucro será aumentado. No entanto, à medida que a
produção aumenta (caminhamos para a direita), o custo marginal de produção vai crescendo (lembre que o
custo marginal, em regra, é crescente com o aumento da produção) e chega uma hora em que ele passa a
ser maior que a receita marginal. Quando isto ocorre (Rmg<Cmg), o empresário deve reduzir a produção.
Quando o custo marginal é maior que a receita marginal, o empresário deve reduzir a produção,
pois a redução de custo proveniente da redução de produção é superior que a redução de receita. Logo, se
reduzir a produção (quando Cmg>Rmg), haverá aumento de lucro.
O único ponto em que não é possível aumentar os lucros é exatamente onde a receita marginal é
igual ao custo marginal. Este ponto representa o equilíbrio da firma (lucro máximo).
Podemos resumir desta forma o que foi colocado nos parágrafos acima:

 Se Rmg > Cmg; aumenta-se a produção;


 Se Cmg > Rmg; reduz-se a produção;
 Se Cmg = Rmg; não se altera a produção (a firma está no lucro máximo).

Diante do exposto, percebe-se que, nos casos em que os valores da receita e custo marginal são
diferentes, a firma estará sempre buscando aumentar ou reduzir a produção. O único ponto em que ela
estará em equilíbrio (não sendo possível aumentar os lucros) é onde o custo marginal é igual à receita
marginal.
Por fim, destaco que esta condição de maximização de lucros reflete um dos princípios da
racionalidade econômica, que explica que na margem Isto é, quando
algum consumidor ou empresa toma uma decisão econômica, ele(a) pensará naquela decisão em uma
perspectiva incremental, adicional à na margem à à marginal; sendo este último o termo preferido dos
economistas.
Assim, uma empresa que está na dúvida se aumenta ou não a produção, se contrata ou não mais
um empregado, pensará assim: quanto a mais eu vou ganhar8? Quanto a mais eu vou ter de gastar9? Se,
por exemplo, o que ela ganhar a mais (marginalmente) superar o que vai ter de gastar a mais
(marginalmente), a produção será aumentada; caso contrário, não. Se o ganho adicional for igual ao gasto
adicional, nada será feito (a produção não se altera).
Por fim, ressalto mais uma vez que esta condição de maximização de lucros vale para qualquer
estrutura de mercado (concorrência perfeita, monopólio, oligopólio, concorrência monopolística, etc),
tanto para o curto quanto para o longo prazo.

8
Em economês: qual será minha receita marginal?
9
Em economês: qual será meu custo marginal?

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Vejamos agora alguns exercícios sobre esta questão da maximização dos lucros. Estas questões
se apresentam extremamente simples :

27. (CESPE/Unb - Banco da Amazônica) - Empresas monopolistas e empresas em mercados de


concorrência perfeita maximizarão seus lucros quando suas receitas marginais e seus
custos marginais se igualarem.

COMENTÁRIOS:
Moleza, não?! Esta nem precisa comentar, certo!?

GABARITO: CERTO

28. (CESPE/Unb Analista do MPU) A regra de que o lucro é maximizado quando a receita
marginal é igual ao custo marginal é válida para todas as empresas, sejam competitivas ou
não.

GABARITO: CERTO

29. (CESPE/Unb - Ciências Econômicas UEPA) - A regra segundo a qual as empresas


maximizam seus lucros quando a receita marginal iguala-se ao custo marginal aplicase
unicamente às empresas que atuam em mercados competitivos.

COMENTÁRIOS:
Aplica-se a qualquer estrutura de mercado.

GABARITO: ERRADO

30. (CESPE/Unb Analista do Meio Ambiente SEAMA) - Quando a fabricação de uma


unidade adicional de um determinado produto conduz a um aumento no custo total
superior ao aumento da receita total, a necessidade daí decorrente de se restringir a
produção desse bem contradiz a hipótese de maximização de lucros nesse mercado.

COMENTÁRIOS:
Quando o aumento no custo total é superior ao aumento na receita total, o custo marginal é
superior à receita marginal. Nesse caso, deve-se reduzir a produção, pois haverá redução do
custo marginal em montante superior à redução da receita marginal, de forma que o custo total
será reduzido em montante maior que a redução da receita total, havendo, portanto, aumento
dos lucros. Restringir a produção neste caso, portanto, não contradiz, mas se alinha com a
hipótese de maximização de lucros.

GABARITO: ERRADO

Passadas estas noções iniciais, podemos iniciar a análise mais pormenorizada das estruturas de
mercado, a começar pela concorrência perfeita.

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3. CONCORRÊNCIA PERFEITA

A essência do modelo de concorrência perfeita é a de que o mercado é inteiramente impessoal, no


sentido de que o mercado é tão diversificado, possui tantos produtores e tantos consumidores que não
à à à à àO à à à à à à à à àXà à à à
da empresa Y, que é rival direta da empresa W e assim por diante.
O fato de o mercado em concorrência perfeita (também chamado de mercado competitivo) ser
inteiramente impessoal à à à à à à à à à à à à à
vendedores no mercado; ao mesmo tempo, os compradores não reconhecem a sua competitividade vis-à-
vis10. Vale ressaltar que estamos falando da rivalidade no sentido de concorrência direta entre os agentes
econômicos.
Quando vemos a concorrência entre as empresas produtoras de automóveis, por exemplo, há uma
concorrência direta ou pessoal entre as firmas. É possível para os compradores reconhecer a
competitividade vis-à-vis; sabe-se que a Fiat é rival da Ford, e que essas duas são rivais da GM. Ou seja, os
consumidores percebem uma competição de forma mais pessoal ou vis-à-vis entre as firmas. Este conceito
de concorrência, entretanto, aplica-se ao mundo empresarial, mas não à teoria econômica. Para esta, a
concorrência perfeita é aquela em que há total impessoalidade nas transações de mercado.
Assim, quando a Hyundai vai à televisão e diz que o Tucson é o melhor carro do mundo (?!) e, na
propaganda seguinte, a Volkswagen diz que os seus carros são os mais confiáveis, temos um exemplo de
concorrência, mas apenas para o mundo empresarial. Esta concorrência é feita de forma pessoal, vis-à-vis.
Este mercado, portanto, para a teoria econômica, não configura uma concorrência perfeita.
Por outro lado, quando você vai à Rua 25 de Março, em São Paulo, ou à Rua Uruguaiana, no Rio de
Janeiro, comprar DVDs pirateados a R$ 2,00 a unidade, certamente, a concorrência entre os vendedores é
feita de forma impessoal e os compradores não reconhecem a competitividade vis-à-vis, de forma pessoal
ou personalizada, então, neste caso, temos um mercado que se assemelha ou poderia ser enquadrado
como concorrência perfeita para a teoria econômica.
Basicamente, são quatro as condições que definem a concorrência perfeita. Juntas, estas condições
garantem um mercado livre e impessoal, no qual as forças da demanda e da oferta determinam os preços e
as quantidades transacionadas. Explicaremos agora essas quatro condições:

1) Atomicidade (grande número de pequenos vendedores e compradores)


Todos os agentes econômicos devem ser pequenos em relação ao mercado, de forma a não exercer
à à à à àá à à à à à à à à à à
à à à à o não tenha condições de afetar os preços.
A principal consequência desta atomicidade (grande número de vendedores e compradores) é o
fato de que as empresas e os consumidores simplesmente aceitarão o preço que o mercado impõe. Desta
forma, o preço dos bens é decidido pelo mercado e os vendedores e consumidores apenas aceitam este

10
Frente a frente.

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preço. Podemos dizer, portanto, que, em concorrência perfeita, empresas e consumidores são tomadores
(ou aceitadores) de preços11.
O fato de a empresa ser uma aceitadora de preços, bastante pequena em relação ao mercado, tem
uma importante consequência para a curva de demanda com a qual a empresa individualmente se
defronta. Por ser tomadora de preços, a empresa praticará exatamente o preço determinado pelo
mercado. Se decidir vender o produto acima deste preço determinado pelo mercado, nenhum consumidor
adquirirá o produto. Ao mesmo tempo, não venderá abaixo do preço de mercado, pois a firma não é boba!
Deste modo, a curva de demanda com a qual a empresa se defronta será uma reta horizontal exatamente
no nível do preço de mercado. Por isso, dizemos que a curva de demanda individual da empresa, em
concorrência perfeita, é uma reta horizontal. Veja:

DEMANDA DE MERCADO E DEMANDA INDIVIDUAL


(FIRMA ISOLADA) EM MERCADOS COMPETITIVOS
Figura 14
Não haverá demanda para
Preço Demanda de o produto, caso a firma
s mercado O adote preço acima do O
mercado
PE2
E1 DFIRMA
PE1 E1 PE1

Demanda para a
firma competitiva
DMERCADO
QE1 Quantidade QE1
de produtos

a) MERCADO TOTAL b) FIRMA


INDIVIDUAL
Veja, através da figura 14.b, que o preço que a firma isolada deve praticar é aquele mesmo preço
de equilíbrio do mercado (PE1). Se a firma praticar um preço acima de P E1, simplesmente não haverá
interseção entre este preço (PE2) e a curva de demanda, pois só há qualquer demanda quando o preço é
PE1. Isto é, ela deve praticar exatamente o preço de equilíbrio decidido pelo mercado (P E1). Se praticar um
preço acima do mercado, ninguém comprará o produto. De forma oposta, pela racionalidade econômica,
ela não venderá o produto por um preço à à à à à à à à à à à à
Por fim, o fato de a curva de demanda para a firma ser horizontal nos permite concluir que a
demanda para a firma em concorrência perfeita é infinitamente elástica ou perfeitamente elástica,
conforme aprendemos na aula 01.

2) Produto homogêneo
Uma segunda condição da concorrência perfeita é que o produto de qualquer vendedor num
mercado de concorrência perfeita deve ser homogêneo ao produto de qualquer outro vendedor. Esta

11
Também denominados de price-takers.

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homogeneidade pode ser encontrada quando os produtos de todas as empresas em um mercado são
substitutos perfeitos entre si.
Neste caso, nenhuma empresa pode elevar o preço de seu produto acima do preço de mercado,
porque todos os consumidores trocariam o consumo do seu produto pelo consumo dos produtos das
outras empresas, que são substitutos perfeitos, em virtude da homogeneidade.
Um exemplo clássico de produtos homogêneos são os produtos primários (matérias-primas,
produtos agrícolas, etc). Como a qualidade destes produtos primários é bastante similar entre os
produtores, não faz diferença para os compradores de quem eles estão comprando o produto. Ou seja,
temos uma impessoalidade nas transações.
Como exemplo destes produtos primários, temos os produtos agrícolas (feijão, milho, algodão),
petróleo, gás, minérios, metais como o ferro, alumínio, cobre, ouro, etc. Esses produtos caracterizados pela
sua homogeneidade são chamados de commodities.
Em contrapartida, quando os produtos não são homogêneos, cada empresa pode elevar seu preço
acima do preço praticado pelo concorrente, desde que seu produto seja de qualidade superior,
descaracterizando, portanto, a homogeneidade.

3) Livre mobilidade de fatores de produção (recursos) livre entrada e saída


Esta pré-condição implica que cada fator de produção ou recurso pode imediatamente entrar e sair
do mercado como resposta a mudanças em suas condições (alterações de preços, por exemplo).
Baseado neste pressuposto, temos outros dele decorrentes:
 O fator de produção mão-de-obra é móvel, podendo mudar de uma empresa para outra;
 Os requisitos para exercer qualquer trabalho por parte da mão-de-obra são poucos, simples e fáceis
de aprender;
 Os fatores de produção estão disponíveis para todas as empresas, ou seja, não existe insumo ou
fator de produção que seja monopolizado por um proprietário ou produtor.
 Novas empresas podem entrar e sair livremente, sem maiores dificuldades. Neste ponto, ressalto
que se, grandes investimentos ou patentes/licenças iniciais são necessários, então, não temos livre
entrada e saída, nem livre mobilidade de recursos.

4) Perfeito conhecimento
Os consumidores devem ter perfeito conhecimento dos preços, caso contrário eles podem comprar
a preços altos quando outros menores estão disponíveis. Os produtores, similarmente, devem conhecer
seus custos tão bem quanto os preços, a fim de atingir o lucro máximo. Lembre-se de que supomos que as
firmas sempre buscam maximizar os lucros e a existência de desinformações que afastem a firma desse seu
objetivo não se coaduna com as características da concorrência perfeita.
Vendo estas quatro características acima, podemos ser levados à conclusão de que não existe
nenhum mercado perfeitamente competitivo (concorrência perfeita). Essa é uma questão polêmica, mas
várias bancas (o CESPE/Unb é uma delas) aceitam os mercados agrícolas como um exemplo clássico de
concorrência perfeita. Mas a regra geral é que os mercados, na vida real, no cotidiano, não sejam
organizados sob a forma de concorrência perfeita. A partir daí, você pode se perguntar: por que é que
estudamos algo que é extremamente difícil de ser verificado na realidade?
Existem várias respostas, mas, para os nossos objetivos, basta uma: devemos estudar porque cai no
concurso.

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3.1. CURVAS DE RECEITA DA FIRMA (EM CONCORRÊNCIA PERFEITA)

Nós já vimos que a curva de demanda individual da firma, na concorrência perfeita, é uma reta
horizontal, na mesma linha do preço de mercado P 0 (figura 014b). Definiremos agora qual será a curva da
receita média (Rme) e da receita marginal (Rmg) da firma.
A receita média (Rme) é a receita total por unidade de produto vendida. Algebricamente,
Rme=RT/Q. Como a receita total é preço multiplicado pelas quantidades (RT=P.Q); então:

Ou seja, a receita média de uma firma é o próprio preço unitário de mercado do bem (Rme=P).
Obs: essa afirmação de que a receita média é igual ao preço também é válida para qualquer estrutura de
mercado (concorrência perfeita, monopólio, etc).
A receita marginal (Rmg) é o acréscimo na à à RT à à à à à à à
à Q àá à à à à à à àQ à à à à àà à à
à à à à à à àá à à à à à à à Q à à à à
exatame à à à à à àN à à à à à à RT à à à àPà à à Qà à à à
1. Assim,

Note que a receita marginal da firma, na concorrência perfeita, também é igual ao preço de
mercado do bem (esta afirmação só é válida para a concorrência perfeita, pois somente nela a curva de
demanda individual da firma é horizontal, como está nas figuras 14 e 15). Se fizermos o mesmo
procedimento para qualquer nível de produção, a receita marginal será sempre igual a P.

Importante: na concorrência perfeita (e somente nela), a receita marginal é igual


ao preço.

Concorrência perfeita  Rmg=P

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A conclusão a que chegamos é que as curvas de demanda, da receita média e da receita marginal
serão equivalentes, isto é, serão linhas retas horizontais ao nível do preço de equilíbrio do mercado. Na
figura 15, este preço é P

P (R$)
Fig. 15

RT=P
P0 P=Rme=Rmg
Q=1

A receita total (RT) é PxQ. Assim, a RT,


para determinado nível de produção Q=2, é
a área abaixo da curva de demanda da
firma, representada pela área cinza.
Quantidade
0 1 2 3 4 5 6 produzida (Q)

Por fim, a receita total, dado um nível de produção (Q), será exatamente a área abaixo da curva de
demanda limitada pela linha que passa por Q. Na figura 15, nós apontamos a receita total (área do
retângulo cinza) para o nível de produção Q=2. A receita total (RT) é PxQ, ou seja, é a base do retângulo (Q)
multiplicada pela altura do mesmo (P).
Dica: em reg à à à à à à à à à à à à à à
à à à àP à à à à à à à à à à à à à à à
total. O retângulo abaixo da curva do custo médio indica o custo total, o retângulo abaixo da curva do
custo variável médio indica o custo variável, e assim por diante.

3.2. CURVAS DE CUSTO

As curvas de custos são as mesmas vistas na aula passada, onde estudamos os custos.

Custo Fig. 16
em R$

Cmg

Cme
B
CVme
A

(Q)
0

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Ou seja, aquelas curvas que nós estudamos na teoria dos custos nos servem também na análise das
estruturas de mercado (elas servem para qualquer estrutura de mercado).

3.3. EQUILÍBRIO DA FIRMA NO CURTO PRAZO

Conforme provado no item 15, a firma está em equilíbrio (maximização de lucros) quando a receita
marginal é igual ao custo marginal. Na concorrência perfeita, a receita marginal é igual ao preço (Rmg=P),
de forma que o equilíbrio é alcançado quando Cmg=P. Assim, a firma inserida em um mercado de
concorrência perfeita terá o seu equilíbrio quando a curva do custo marginal interceptar a linha do preço
(que é igual à linha da Rmg). Veja:

Custo Fig. 17
em R$
Cmg

A B
P P=Rme=Rmg

(Q)
0 QA QB

Importante: como na concorrência perfeita, Rmg=P, e o equilíbrio (maximização de lucros) de qualquer


firma é atingido quando Rmg=Cmg, então, na concorrência perfeita (somente nela), a firma se equilibra
quando Cmg=P. Este nível de preço existente na concorrência perfeita, que é igual ao custo marginal, é
chamado de preço socialmente ótimo.
A princípio, pode nos parecer que há dois equilíbrios (pontos A e B), pois há dois níveis de
produção, QA e QB, em que o Cmg=P=Rmg. No entanto, apenas em um deles o lucro é maximizado. Observe
que o ponto A não pode ser o ponto de maximização de lucros, uma vez que, se aumentarmos a produção
além de QA, o lucro será aumentado. À direita de QA e à esquerda de QB, a receita marginal (acréscimo de
receita) é maior que o custo marginal (acréscimo de custos), o que indica que os lucros serão aumentados
se aumentarmos a produção além de QA até QB.
Se é assim, o que temos então no ponto A, ao nível de produção Q A? No ponto A, ao nível de
produção QA, onde Rmg=Cmg=P, ocorre o ponto de prejuízo total máximo. O prejuízo (Prej) pode ser
entendido como a diferença entre os custos totais (CT) e a receita total (RT). Assim,

Prej = CT RT

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Matematicamente, não é difícil demonstrar por que o ponto A é o ponto de prejuízo máximo. Mas
tal demonstração não nos interessa. Apenas guarde o seguinte: no lucro máximo, o custo marginal é
crescente; no prejuízo máximo, o custo marginal é decrescente.
Vemos, então, que a igualdade entre o preço e o custo marginal é condição necessária para a
maximização de lucro, mas, geralmente, não constitui condição suficiente. O fato de encontrarmos um
ponto onde o preço é igual ao custo marginal não significa que encontramos o ponto de lucro máximo.
Mas, por outro lado, se encontrarmos o ponto de lucro máximo, sabemos que, obrigatoriamente, o preço
tem que igualar-se ao custo marginal.
Assim, podemos definir de forma mais precisa a situação de lucros máximos na concorrência
perfeita:

Rmg = P = Cmg  sendo Cmg crescente

Se Cmg é decrescente, e P=Cmg, temos prejuízo máximo.


No entanto, se cair na sua prova uma questão em que a banca afirme que o lucro máximo é
atingido quando preço é igual a custo marginal. Você deve marcar certo ou errado?
Primeiro, você deve verificar se se trata de concorrência perfeita. Se não for concorrência perfeita,
então é errado (apenas em concorrência perfeita, temos P=Cmg, nas outras estruturas, temos Rmg=Cmg).
Agora, se for concorrência perfeita, você deve marcar certo, pois esta é a regra geral (lucro máximo
 P C àá à à à à à à à à à à à à à à à
concorrência perfeita, haverá lucros à à à à à à à à à à à
sempre torna a assertiva incorreta, tendo em vista que se tivermos custo marginal decrescente e, ao
mesmo tempo, P=Cmg, teremos prejuízo máximo e não lucro máximo.

3.4. ÁREAS DE LUCRO TOTAL, RECEITA TOTAL E CUSTO TOTAL

Acompanhe as explicações pela figura 18.


A receita total (RT), conforme visto na figura 15, será a área abaixo da curva de demanda da firma
(não é a curva de demanda do mercado! Esta é negativamente inclinada) limitada pela linha do nível de
produção (Q) no equilíbrio (quando Cmg=Rmg=P; isto ocorre no ponto A da figura 18). Na figura 18, a RT
será a área representada pelo retângulo 0_QE_A_P.
O custo total (CT) pode ser encontrado através da curva de custo médio. O custo médio (Cme), por
definição, é CT/Q. Observando a equação, vemos de modo claro que CT=CmexQ. Vejamos:

O custo total, então, será o custo médio (Cme) multiplicado por (Q). O valor de (Q) é a quantidade
produzida no equilíbrio, QE (quando Cmg=P). O Cme será o preço (ou custo) encontrado quando a linha

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vertical que sai do nível de produção de equilíbrio (Q) encontra a curva do Cme (na figura 18, isso ocorre no
ponto B). O custo total (CT) será a multiplicação de (Q) pelo (Cme). Na figura 18, o CT é a área do retângulo
0_QE_B_Cme, que é a área abaixo da curva de custo médio para o nível de produção Q E, onde a firma
maximiza lucros (onde P=Cmg).
O lucro total (LT) será a diferença entre a receita total (RT) e o custo total (CT). Por conseguinte, a
área representativa do lucro total será a área da receita total menos a área do custo total. Na figura 18, o
LT será a área Cme_B_A_P.

Custo Fig. 18
em R$
Cmg

A
P P=Rme=Rmg
Cme
Cme
B

(Q)
0 QE

3.5. CURVA DE OFERTA DA FIRMA NO CURTO PRAZO

Em primeiro lugar, devemos relembrar o que é curva de oferta: é a curva que relaciona a produção
da firma (oferta) de acordo com o nível de preços do mercado. Então, o ponto chave para determinar a
curva de oferta da firma é traçar uma curva que mostre níveis de quantidades (níveis de produção Q)
para cada nível de preço que o mercado imponha à firma.
Na figura 19, diagrama a, nós temos o trecho ascendente da curva de custo marginal de uma firma.
Suponha que o nível de preço seja P 1. A este nível de preço, a firma está em equilíbrio no ponto 1 (onde
P=Cmg), e ofertará (produzirá) Q1 produtos. Se o preço aumentar para P 2, a firma ofertará Q2 (no ponto 2,
teremos novamente P=Cmg). Se o preço aumentar para P 3, a oferta será Q3 (no ponto 3, teremos também
P=Cmg) e assim por diante. No diagrama b, nós temos uma curva que representa as diversas quantidades
ofertadas (quantidades produzidas) relacionadas a diversos níveis de preços. Ora, a curva que relaciona
preços e quantidades ofertadas/produzidas é a nossa famosa curva de oferta. Então, pelo que se vê na
figura 19, a curva de oferta da firma, no curto prazo e na concorrência perfeita, é derivada a partir do
trecho ascendente da curva de custo marginal.

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Figura 19

Derivação da curva de oferta a curto prazo de um


produtor em concorrência perfeita
Preço
s Curva de Curva de
Cmg oferta
3
P3 O3
2 O2
P2
1 O1
P1

Q
Q1 Q2 Q3 Q1 Q2 Q3
a) Posições de equilíbrio a b) Quantidades ofertadas nos
curto prazo para a firma. equilíbrios de curto prazo da

Entretanto, isto (curva de oferta = curva de Cmg) é apenas a regra geral e necessitamos neste
momento refinar nossa análise.

Pode haver situações em que, mesmo estando no trecho ascendente da curva de custo marginal, a
firma optará por não produzir ou não ofertar produtos. Acompanhe o raciocínio pela figura 20. Imagine
que o preço de mercado do produto seja P 1. A este nível de preço, a Rmg será igual a P 1 e o equilíbrio da
firma acontecerá no ponto 1 quando P 1=Rmg1=Cmg1. Neste equilíbrio, a produção/oferta seria Q1, mas se
isto acontecer, a firma incorrerá em prejuízos. Vejamos por quê:
Figura 20
Custo Cmg
em R$ Cme

CVme
3
P3 P3=Rmg3=Rme3=Cmg3
CVme A 2
P2 P2=Rmg2=Rme2=Cmg2
1
P1 P1=Rmg1=Rme1=Cmg1

(Q)
0 Q1 Q2 Q 3

Se o preço for P1 e a firma produzir Q1 (equilíbrio no ponto 1), a receita total será a área do
retângulo 0_Q1_1_P1. No entanto, neste ponto 1, o custo variável médio de Q1 é CVme (o total do custo
variável será a área do retângulo 0_Q1_A_CVA). Observe que, produzindo Q1, a firma obtém menos receita
do que deve pagar de custo variável, uma vez que a receita média (P 1) é menor que o custo variável médio

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(CVme). Então, podemos concluir que, produzindo a este nível, a firma teria que pagar custos variáveis
à à à àP à à à à à à à à à à à à à à
teria que pagar os custos fixos, que são a diferença entre o custo total e o custo variável. Diante disto,
pergunto-lhe se é interessante produzir se o preço for P 1? A resposta, obviamente, é não! A firma terá
custos variáveis superiores à receita total e ainda terá que pagar os custos fixos. Ou seja, prejuízo certo!
Se o preço for P3, a firma produzirá Q3 (equilíbrio no ponto 3). Neste nível de produção, a receita
média (P3) obtida será maior que os custos variáveis médios, uma vez que o ponto de equilíbrio 3 (onde
P3=Rme3=Cmg3) está acima da intersecção da linha vertical que sai de Q 3 e intercepta a curva do CVme. Ou
seja, ao preço P3 e ao nível de produção Q3, a receita total supera os custos variáveis. Diante disto,
pergunto-lhe: é interessante produzir? A resposta não é tão fácil, mas já lhe adianto que é positiva, sim, a
firma deve produzir.
Observe que, no ponto 3, a receita média supera os custos variáveis médios, mas não supera o
custo total médio, uma vez que a curva do Cme está bem acima do nível de P 3. Como o custo (total) médio
é maior que a receita média, podemos concluir que o custo total também será maior que a receita total.
Ainda que tenhamos a receita total superando os custos variáveis, o custo total supera a receita total em
virtude do custo fixo, que é a diferença entre o custo total e o custo variável. Se a receita total superasse o
custo total, o ponto de equilíbrio estaria acima da curva de Cme (custo total médio). Desta forma, no ponto
3, temos a seguinte situação: a receita total serve para pagar os custos variáveis e apenas uma parte dos
custos fixos.
Mesmo que os custos fixos superem a diferença entre a receita total e os custos variáveis, a
empresa deve continuar a produzir. A justificativa para isso está na própria definição de custos fixos. Se a
firma decidir parar de produzir, não haverá redução nos custos fixos, uma vez que eles não dependem do
nível de produção. Em outras palavras, se a firma pára de produzir, não há redução de custos fixos.
Então, ainda que os custos fixos superem o montante a maior da receita total sobre os custos
variáveis, a firma deve continuar a produzir. Nesta situação a firma apresentará prejuízos 12, mas ela não
deve paralisar a produção, pois assim teria que pagar todos os custos fixos. Dessa forma, se pára, tem que
pagar todo o custo fixo. Se produz, a receita total permite pagar todos os custos variáveis e ainda uma
parte dos custos fixos, de tal forma que o prejuízo será menor.
Se o preço for P2, no ponto de mínimo do CVme, em que temos o equilíbrio P 2=Cmg, a receita
média (P2) será exatamente igual aos custos variáveis médios; por conseguinte, a receita total será igual
aos custos variáveis. Neste caso, será indiferente para a firma produzir ou não, pois, produzindo ou não, o
prejuízo será exatamente igual ao valor dos custos fixos13.
Diante do exposto, resumimos assim as possíveis situações em que pode se encontrar o preço do
produto em relação ao nível de custos variáveis médios da firma:

12
Nesta situação em que os custos fixos superam a diferença entre a receita total e os custos variáveis,
temos o seguinte: CF > RT – CV => CF + CV > RT => CT > RT => PREJUÍZO.
13
Lucro/prejuízo=RT–CT => Lucro/prejuízo=RT– CF –CV => Se RT=CV, então, Lucro/prejuízo= –CF.

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Situação Decisão da firma


A firma não produz (não há oferta), uma vez que a receita total não
P < CVme
cobre nem os custos variáveis.
A firma produz (há oferta), mesmo que o nível de custos fixos faça com
que o custo total supere a receita total. Neste caso, a empresa deve
P > CVme
produzir, pois a receita total pagará os custos variáveis e uma parte dos
custos fixos, reduzindo o prejuízo.
A firma é indiferente entre produzir ou não produzir. Em qualquer uma
P = CVme
destas duas situações, o prejuízo será igual ao valor dos custos fixos.

Vale ressaltar que se tivermos um nível de preço que esteja acima da curva do Cme (P > Cme),
então, neste caso, a receita média (que é o próprio preço) será superior ao custo (total) médio. Por
conseguinte, a receita total será superior ao custo total (custos variáveis + custos fixos). Conforme vimos na
aula passada, isto caracteriza uma situação de lucros extraordinários ou lucro econômico puro, em que a
receita total é mais que suficiente para pagar os custos dos fatores de produção.
Diante de tudo o que foi exposto nas últimas duas páginas, podemos afirmar com precisão que a
firma só ofertará/produzirá se o preço do bem estiver acima do custo variável médio. Assim, nossa
conclusão inicial, em que verificamos que a curva de oferta da firma era o trecho ascendente da curva de
custo marginal, deve ser reformulada: a curva de oferta da firma, em curto prazo e em concorrência
perfeita, será o trecho ascendente da curva de custo marginal que estiver acima da curva do custo variável
médio.
Como a curva de custo marginal intercepta a curva do custo variável médio em seu ponto de
mínimo, podemos finalmente escrever a proposição que define a derivação da curva de oferta da firma:
A curva de oferta de curto prazo de uma firma em concorrência perfeita é, precisamente, a curva
de custo marginal para todos os níveis de produção iguais ou maiores que o nível de produção associado
ao custo variável médio mínimo. Para os preços de mercado menores que o custo variável médio
mínimo, a quantidade ofertada de equilíbrio é zero.

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3.6. CURVA DE OFERTA DA INDÚSTRIA14 NO CURTO PRAZO

A curva de oferta da indústria será o somatório das curvas de oferta das firmas. Veja a figura 21 e
considere a indústria/setor sendo composto por 100 firmas:
Figura 21

Preço
Cmg Oferta
s
P=Cmg P=Cmg

P1
==611ca==

D1
Q1 Quantidade 100Q1
de produtos

A curva de custo marginal de cada empresa nos diz a quantidade que a empresa fornecerá a cada
preço. Dessa maneira, a curva de oferta da indústria/setor (diagrama à direita) pode ser deduzida
diretamente a partir das curvas de custo marginal das empresas no mercado. Ao preço P 1, uma firma
produz Q1. Ao mesmo preço, a indústria/setor produzirá 100Q1, considerando que o setor contém 100
firmas. Desta forma, podemos entender que a curva de oferta do mercado é a soma horizontal das curvas
de ofertas individuais.

3.7. EQUILÍBRIO DA FIRMA NO LONGO PRAZO

Antes de tudo, é importante que saibamos que, no longo prazo, as firmas competitivas também
buscam o nível de produção em que a receita marginal se iguala ao custo marginal, conforme comentado
no item 02 da aula.
A diferença do longo para o curto prazo é a possibilidade de a firma variar todos os fatores de
produção. Como custo significa remuneração ou preço de fator de produção, podemos considerar que no
longo prazo todos os custos são variáveis, uma vez que podemos variar todos os fatores de produção.

14
Entende-se por indústria um conjunto de firmas produzindo um produto homogêneo. Em muitas
obras, usa-se o termo curva de oferta do mercado ou oferta do setor em vez de oferta da indústria.
Assim, podemos entender como sinônimas as expressões: oferta da indústria, do setor, ou do
mercado.

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Assim, em longo prazo, CT=CV e Cme=CVme. Como o equilíbrio também é alcançado quando
Rmg=Cmg, o nosso equilíbrio será bastante semelhante à situação vista no curto prazo, com a existência de
apenas uma diferença que será crucial para a nossa análise. Vejamos essa diferença:
No longo prazo, o mercado só estará em equilíbrio se a receita total das firmas for exatamente igual
aos custos totais. Em outras palavras, no equilíbrio de longo prazo da concorrência perfeita, só possuímos
lucro econômico igual a zero, ou lucro normal, que é a situação em que a receita é o valor exato utilizado
para remunerar ou pagar os fatores de produção (dentre estes fatores de produção, está o lucro do
empresário e todos os custos de oportunidade implícitos). Maiores detalhes, releia o início da aula.
Se as firmas estiverem obtendo receita total superior ao custo total, haverá lucro econômico
positivo, ou lucros extraordinários. Nesta situação, a firma recebe mais dinheiro do que o necessário para
bancar o custo dos fatores de produção. Quando isto acontece, há estímulos para a entrada de novas
empresas nesse mercado, uma vez que é pressuposto da concorrência perfeita a livre entrada e saída de
empresas. Com a atração de novas firmas, a curva de oferta do mercado será deslocada para baixo e para a
direita. Se você relembrar as interações entre oferta e demanda que estudamos na aula 00, verá que este
deslocamento da curva de oferta provocado pela entrada de novas firmas fará reduzir o preço de equilíbrio
do mercado. Esta redução de preço, por sua vez, fará diminuir o lucro econômico da firma até o ponto em
que tivermos lucro econômico zero ou lucro normal.
Se as firmas estiverem obtendo receita total inferior ao custo total, haverá prejuízo econômico.
Nesta situação, há estímulos para a saída de empresas, o que faz com que a curva de oferta do mercado
seja deslocada para a esquerda e para cima. Este deslocamento fará aumentar o preço de equilíbrio de
mercado, reduzindo o prejuízo econômico até o ponto em que tivermos novamente lucro econômico zero
ou lucro normal.
Assim, vê-se que o equilíbrio competitivo de longo prazo é a situação em que há lucro econômico
zero (RT = CT). Como, nesta situação, temos RT=CT, então, obrigatoriamente, temos também Rme=Cme.
Em concorrência perfeita, nós já vimos que a Rme é igual ao preço, que é igual à Rmg. Então, no equilíbrio
competitivo15 de longo prazo, temos:

1) RT = CT (lucro econômico zero ou lucro normal)

2) Rmg = Rme = P = Cme = Cmg

Desta forma, é importante que você guarde o seguinte:

15
Quando falamos em equilíbrio competitivo, estamos querendo falar em equilíbrio na concorrência
perfeita.

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 Em curto e em longo prazo, a firma competitiva maximiza lucros quando


Rmg=Cmg.
 Em curto prazo, o equilíbrio pode ocorrer com a firma obtendo lucro
extraordinário, lucro normal ou prejuízo econômico.
 No entanto, em longo prazo, o equilíbrio ocorre necessariamente com
lucro econômico zero (lucro normal).

Graficamente, o equilíbrio de longo prazo será o ponto em que a curva de custo marginal de longo
prazo intercepta a curva de custo (total) médio de longo prazo, ressaltando que esta intersecção
representa o ponto de mínimo da curva de custo total médio (é a escala ótima da firma, aprendida lá na
teoria dos custos). Vejamos a figura 22:

Custo, Fig. 22
Preço
CmgLP
P = Rme = Rmg = Cmg = Cme

C
Po
O Equilíbrio de longo prazo
acontece quando temos
CmeLP mínimo.
Quantidade
0 Qo produzida (Q)

No ponto O, a receita total será a área do retângulo 0_Qo_O_Po. O custo total terá a mesma área.
Assim, o ponto O é o único ponto em que haverá equilíbrio no longo prazo. Para preços maiores que Po,
haverá estímulos à entrada de mais empresas para o mercado, pois teremos RT > CT, ou seja, lucro
econômico positivo (=lucros extraordinários). Para preços menores que Po, haverá estímulos à saída de
empresas, pois teremos RT < CT, ou seja, prejuízo econômico.
Por fim, é interessante lembrar que, no ponto O, os custos marginais e médios de curto e de longo
prazo também são iguais (ver figura 13) e neste mesmo ponto, ainda, temos retornos constantes de escala
(ver figuras 9 e 10).

3.8. O CASO DA CURVA DE OFERTA NEGATIVAMENTE INCLINADA

Até o presente momento, nós falamos que a curva de oferta é sempre positivamente inclinada,
indicando que preços maiores indicam maiores quantidades ofertadas. No entanto, existe um caso singular

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em que a curva pode ser negativamente inclinada, isto é, preços maiores indicam menores quantidades
ofertadas.
Trata-se da curva de oferta de mercado (ou setor, ou indústria) no longo prazo quando este setor
possui economias de escala (ou rendimentos crescentes de escala). Neste caso específico, a existência de
economias de escala no longo prazo faz com que o setor possa tirar proveito da redução de custos (ou
custos decrescentes) a partir do aumento de produção.
Assim, ao aumentar a produção, o setor reduz o custo médio e os preços. Isso pode alavancar as
vendas e acaba fazendo com que o setor acabe por aumentar as quantidades ofertadas e reduzir os preços.
Ou seja, a curva de oferta será negativamente inclinada nesta situação.
Mas veja que isso é uma situação em que temos a curva de oferta do setor, indústria ou mercado.
Note que não se aplica para a análise da curva de oferta de uma firma individual. Nós podemos ter curvas
de oferta positivamente inclinadas para cada firma, mas se o setor, como um todo, possuir custos
decrescentes (economias de escala, ou rendimentos crescentes), a curva de oferta do setor será
negativamente inclinada, ainda que as curvas individuais possuam inclinação ascendente.
Outra observação importante é que estamos falando de longo prazo. Afinal, toda a análise
envolvendo rendimentos ou economias de escala só tem sentido no longo prazo, que é o prazo no qual
podemos variar todos os fatores de produção. Se estivermos no curto prazo, não podemos variar todos os
fatores de produção, logo, não há meios de se verificar, por exemplo, se a produção possui rendimentos
crescentes16 de escala, nem se há economias de escala17.
Assim, se tivermos concomitantemente os seguintes fatores:

i. Curva de oferta do setor, indústria ou mercado; e


ii. Longo prazo (se a questão falar em economias ou rendimentos de escala, então, já está implícito
que se trata do longo prazo); e
iii. Custos decrescentes (economias de escala, ou rendimentos crescentes de escala);

(...) teremos também uma curva de oferta com inclinação descendente.

Isso raramente é exigido em provas, mas pode acontecer de ser cobrado e devemos estar
preparados .

3.10. O CASO DA CURVA DE OFERTA HORIZONTAL

16
Para verificarmos se uma produção possui rendimentos crescentes de escala, nós devemos multiplicar
todos os fatores de produção por um número qualquer e verificar se a produção resultante crescente em
uma proporção maior. Ou seja, se multiplicamos todos os fatores de produção por um número, significa
que estamos variando todos os fatores de produção. Isto indica que estamos no longo prazo.
17
A conclusão sobre a existência de economias de escala é extraída da curva de custo médio de longo
prazo. Logo, sua verificação e ocorrência são estritamente ligadas ao longo prazo.

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A análise deste caso é bastante semelhante àquela que fizemos no item passado. No item 3.9, nós
vimos que a existência de economias de escala (custos decrescentes) no longo prazo faz com que a curva
de oferta do setor seja negativamente inclinada.
Pois bem, quando temos retornos constantes de escala (= custos constantes) no longo prazo, isso
faz com que a curva de oferta do setor seja uma reta horizontal. Ou seja, como o custo é constante, ele não
muda de acordo com o nível de produção. Neste caso, não importa se a produção é baixa ou alta, o custo
será o mesmo, o que implica dizer que o setor cobrará o mesmo preço pelo produto, não importando o
nível de produção.
Neste caso, então, em que temos custos constantes (ou rendimentos constantes de escala) a
curva de oferta do setor em longo prazo será uma reta horizontal.
A exemplo do que foi abordado no item 3.9, isto também é raramente cobrado em provas, mas já
aconteceu.
Antes de prosseguirmos para as questões de concorrência perfeita, segue um resumo para facilitar
a sua memorização:

Resumo da concorrência perfeita:

 Todos os agentes são tomadores de preço;

 Curva de demanda da firma é perfeitamente elástica (horizontal);

 Única estrutura de mercado em que o preço é igual à receita marginal. Consequentemente, o ponto
de maximização de lucros da firma (equilíbrio) é atingido quando o preço é igual ao custo marginal
(P=Cmg);

 A curva de oferta é a curva do custo marginal acima do custo variável médio;

 No curto prazo, a firma pode obter prejuízo, lucro zero (normal) ou lucro econômico. No longo prazo,
ela obterá obrigatoriamente lucro normal (zero), onde lucro total é igual ao prejuízo total (ou
Rme=Cme);

 Em longo prazo, no equilíbrio (ponto de mínimo da curva de custo médio): Rmg=Cmg=P=Rme=Cme.

 Em longo prazo, se tivermos custos decrescentes (economias de escala), a curva de oferta do setor
será negativamente inclinada. Se tivermos custos constantes (retornos constantes de escala), a curva
de oferta do setor será horizontal.

Vejamos agora alguns exercícios sobre a concorrência perfeita:

31. (CESPE/Unb - Especialista em Regulação de Serviços de Transp. Aquaviários ANTAQ) - Em


concorrência perfeita, o equilíbrio da firma, definido no ponto em que a receita marginal
se iguala ao custo marginal, só é válido como ponto de maximização de lucros se o custo

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marginal for crescente.

COMENTÁRIOS:
Conforme vimos no item 3.3, o ponto de maximização de lucros na concorrência perfeita exige
que o custo marginal seja crescente. Se o custo marginal for decrescente, estaremos no ponto
de prejuízo máximo.

GABARITO: CERTO

32. (CESPE/Unb - Especialista em Regulação de Serv. Púb. De Telecomunicações ANATEL) - A


estrutura de um mercado em concorrência perfeita, no qual inexistiriam desvantagens,
seria o ideal para o consumidor; contudo, ele é praticamente inexistente no contexto da
economia mundial.

COMENTÁRIOS:
Realmente o mercado em concorrência perfeita é muito difícil de ser encontrado, mas não
podemos dizer que é praticamente inexistente na economia mundial (o mercado agrícola e de
commodities são exemplos de concorrência perfeita).
Ademais, nem sempre a concorrência perfeita é o mercado ideal para o consumidor. Quando
existem economias crescentes de escala no processo de produção, conforme veremos na
próxima aula, o monopólio (natural) é o tipo de mercado que poderá oferecer o produto ao
consumidor com o menor preço, já que os custos de produção do monopolista serão muito
menores do aqueles que seriam verificados caso tivéssemos um mercado concorrencial.

GABARITO: ERRADO

33. (CESPE/Unb - Economista DFTRANS) - Em um mercado concorrente perfeito, os


empresários têm lucro zero no curto prazo e, portanto, estão sempre insatisfeitos, o que
força o governo a subsidiar esses empresários.

COMENTÁRIOS:
Na concorrência perfeita, os empresários têm lucro zero no longo prazo. No curto prazo, podem
ter lucro ou prejuízo econômico, desde que igualem o preço ao custo marginal.

GABARITO: ERRADO

34. (CESPE/Unb - Ciências Econômicas UEPA) - Para as empresas que atuam em ambientes
competitivos, no equilíbrio de curto prazo, a competição entre firmas obriga-as a fixar o
preço ao nível do custo médio, anulando, assim, os lucros econômicos dessas empresas.

COMENTÁRIOS: As firmas competitivas, no curto prazo, adotam (elas não fixam o preço, mas
apenas o aceitam) o preço de mercado e o igualam ao custo marginal, e não ao custo médio.
Apenas em longo prazo, os preços adotados serão iguais ao custo médio (em longo prazo:
Cme=Cmg=P).

GABARITO: ERRADO

35. (CESPE/Unb Técnico Municipal - Pref. Vila velha) - Em concorrência perfeita, o lucro do
empresário será zero no curto prazo.

COMENTÁRIOS:
No curto prazo, a firma competitiva, em equilíbrio, poderá ter lucro econômico positivo, nulo ou
negativo. Apenas no longo prazo, o equilíbrio ocorrerá obrigatoriamente com lucro econômico
zero.

GABARITO: ERRADO

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36. (CESPE/Unb - Analista Geral SEBRAE/AC) - Empresas que atuam em mercados


competitivos podem, no longo prazo, obter lucros maiores que aqueles mínimos
suficientes para induzi-las a permanecer nesses mercados.

COMENTÁRIOS:
Na concorrência perfeita, em longo prazo, as empresas possuem lucro econômico zero, em que
a receita total é o valor que exato que cobre as remunerações dos fatores de produção. Ou seja,
em longo prazo, a receita total cobre o exatamente custo total e isso faz com que a firma
permaneça no mercado.

GABARITO: ERRADO

37. (CESPE/Unb Analista de Meio Ambiente SEAMA) - No equilíbrio de longo prazo, nos
mercados competitivos, o custo médio de produção é o menor possível, para uma dada
tecnologia.

COMENTÁRIOS:
No equilíbrio de longo prazo da concorrência perfeita, o ponto de equilíbrio acontece no ponto
de mínimo da curva de custo médio, ou seja, com o menor custo médio de produção possível.

GABARITO: CERTO

38. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - TCE/AC) - A curva de oferta de longo prazo
das indústrias competitivas, caracterizadas por custos de produção crescentes, é
perfeitamente inelástica.

COMENTÁRIOS:
Em regra, a curva de oferta de longo prazo do mercado (=indústria) competitivo é ascendente e
não perfeitamente inelástica (vertical).

GABARITO: ERRADO

39. (CESPE/Unb Analista do MPU) - Uma empresa competitiva pode continuar funcionando
mesmo que o preço de mercado seja menor do que o custo total médio.

COMENTÁRIOS:
A assertiva não especificou se devemos considerar o curto ou o longo prazo.

No curto prazo, a firma competitiva continua operando desde que o preço de mercado seja
superior ao custo variável médio.

No longo prazo, a firma competitiva continua operando desde que o preço de mercado seja
superior ao custo total médio, uma vez que, em longo prazo, o custo total médio é igual ao custo
variável médio.

Assim, vemos que é possível sim que a firma continue funcionando mesmo que o preço de
mercado seja menor que o custo total médio. Basta que consideremos uma situação de curto
prazo (no curto prazo, o preço pode ser menor que o custo total médio, mas superior ao custo
variável médio).

GABARITO: CERTO

40. (CESPE/Unb Analista do MPU) - Em uma empresa competitiva, quando todos os custos
fixos são irreversíveis, a curva de oferta no curto prazo corresponde à curva de custo
marginal acima da curva de custo total médio.

COMENTÁRIOS:

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A curva de oferta no curto prazo corresponde à curva de custo marginal acima da curva de custo
variável médio.

GABARITO: ERRADO

41. (CESPE/Unb Analista do MPU) - A curva da demanda de uma empresa competitiva é ao


mesmo tempo sua curva de receita marginal e do custo marginal.

COMENTÁRIOS:
A curva de demanda de uma empresa competitiva é ao mesmo tempo sua curva de receita
marginal e receita média. A curva de custo marginal da firma competitiva nos dá a curva de
oferta da firma competitiva.

GABARITO: ERRADO

42. (CESPE/Unb Banco da Amazônia) Uma condição para o encerramento de uma empresa
é os custos marginais excederem os preços cobrados pela empresa.

COMENTÁRIOS:
áà à à à à à à àOà à

Uma condição para o encerramento de uma empresa é os custos variáveis médios excederem os
preços cobrados pela empresa.

GABARITO: ERRADO

43. (CESPE/Unb Analista STM) - Se o preço de um produto de determinada empresa


encontrar-se acima do ponto mínimo da curva de custo variável médio e os preços dos
insumos sejam dados, a curva de oferta de curto prazo dessa empresa coincidirá com a
curva de custo
marginal.

COMENTÁRIOS:
Em primeiro lugar, veja que a questão não nos fala se se trata de um mercado de concorrência
perfeita. Como nós acabamos de ler a aula, você sabe que a assertiva está correta, pois define de
modo preciso a curva de oferta de curto prazo.
Apenas fique atento que se a banca omitir o tipo de mercado de que se trata, geralmente, ela
está falando da concorrência perfeita, que é o referencial teórico usualmente adotado.

GABARITO: CERTO

44. (CESPE/Unb Analista STM) - Para maximizar seus lucros, as firmas deveriam escolher o
nível de produção em que a diferença entre a receita marginal e o custo marginal fosse a
maior possível.

COMENTÁRIOS:
Para maximizar seus lucros, as firmas devem escolher o nível de produção em que a diferença
entre Rmg e Cmg seja nula. Ou seja, quando Rmg=Cmg.

GABARITO: ERRADO

45. (CESPE/Unb - Diplomacia Instituto Rio Branco) A presença de substanciais economias


externas de escala em determinada indústria é compatível com a existência de uma curva
de oferta de longo prazo positivamente inclinada.

COMENTÁRIOS:
Conforme vimos no item 3.9, quando temos um setor/indústria com a existência de economias

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de escala, sua curva de oferta de longo prazo será negativamente inclinada (ou seja, não terá
inclinação positiva como é o usualmente aceito).

Nesta questão, ainda, não era necessário a banca dizer que se trata da curva de oferta de longo
prazo, pois ela fala da existência de economias de escala. Logo, já fica implícito que a situação
descrita envolve uma análise de longo prazo.

GABARITO: ERRADO

46. (CESPE/Unb Analista STM) - Em uma indústria competitiva caracterizada por custos
decrescentes, aumentos da quantidade ofertada coexistem com reduções no preço do
produto desse setor, gerando uma curva de oferta de longo prazo negativamente
inclinada.

COMENTÁRIOS:
Quando a questão fala em custos decrescentes, ela quer se referir à existência de economias de
escala. Conforme comentamos na questão passada, e no item 3.9, tal situação coaduna-se com
uma curva de oferta negativamente inclinada, onde aumentos da quantidade ofertada
coexistem com reduções no preço do produto.

GABARITO: CERTO

B à à à à à

Na próxima aula, falaremos das outras esturutras de mercado (Monopólio, Oligopólio, Concorrência
Monopolística).

Abraço e bons estudos!


Heber Carvalho e Daniel Saloni

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MAIS QUESTÕES COMENTADAS

A respeito da teoria clássica da demanda e de conceitos gerais de economia, julgue os itens subsecutivos.

47. (Cespe/Unb Analista Educacional Economia SEE/DF 2017) - O custo mínimo de produção é
mínimo quando o custo marginal se iguala ao custo médio.

Comentários:
A redação da assertiva está bem confusa. O certo seria o seguinte:

Oà àmédio de produção é mínimo quando o custo marginal se à à à à

Se estivesse como colocado acima, marcaríamos certo com total convicção. Mas, do jeito que está, ficou
à àá à à à à à à à à à à à àá à à à à à à à
custo mínimo ele está falando? Do custo médio mínimo? Do custo variável médio mínimo? Do custo
marginal mínimo? Não dá para saber. Se estiver falando do custo médio mínimo, aí a assertiva é correta.

Enfim, o gabarito preliminar da banca foi Certo, mas acredito seriamente que o item será anulado pela
impossibilidade de sabermos ou adivinharmos a qual custo mínimo a banca se refere.

Gabarito: Certo

Julgue o item seguinte, relativo à competitividade e à estratégia empresarial.

48. (Cespe/Unb Especialista em Regulação ANCINE 2013) - Investimentos em pesquisa e


desenvolvimento, capacitação de mão de obra e fixação da marca são exemplos de dispêndios em custos
irrecuperáveis ou sunk-costs.

Comentários:
Os investimentos em pesquisa e capacitação de mão de obra e branding (divulgação da marca) não podem
ser recuperados (diferentemente de uma máquina comprada, por exemplo, que pode ser vendida no
mercado). Uma vez realizados estes gastos, a firma não pode negociar no mercado os gastos que ela fez
com fixação de marca, pesquisa e capacitação. Não tem como ela vender isso no mercado. Por isso,
dizemos que tais custos são irrecuperáveis.

Gabarito: Certo

A respeito da teoria dos custos, julgue os itens que se seguem.

49. (Cespe/Unb Perícia Economia 2013) - Em razão de todos os insumos serem variáveis, no longo
prazo não existirão custos fixos.

Comentários:

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Custo fixo, por definição, é o preço dos fatores de produção que são fixos. No longo prazo, todos os fatores
são variáveis. Assim sendo, não existem custos fixos no longo prazo.

Gabarito: Certo

Julgue os próximos itens, relativos às curvas de custo de curto e longo prazos.

50. (Cespe/Unb Analista Judiciário Economia 2014) - Nas economias ou deseconomias de escala,
a curva de custo médio de longo prazo é formada pelos pontos de mínimo das curvas de custo médio de
curto prazo.

Comentários:
A curva de custo médio de longo prazo tangencia as curvas de custo médio curto prazo. Contudo, isso não
significa necessariamente que ela passe pelos pontos de mínimo de todas essas curvas. Essa situação só
ocorre no ponto mínimo da curva de custo médio de longo prazo (é a única situação onde os mínimos de
longo e curto prazo se encontram). É o ponto O da figura abaixo:

Custo CmeCP1 - fábrica


Médio pequena CmeCP3 - fábrica
grande
CmeCP2 - fábrica
de tamanho médio CmeLP
140
130
110
100
O
ESCALA ÓTIMA DE PRODUÇÃO,
onde o CmeLP é mínimo e
coincide com o mínimo da curva
de CmeCP que lhe é tangente.

Quantidade
Q1 Q2 Q’2 Q3 produzida (Q)

Gabarito: Errado

51. (Cespe/Unb Analista Judiciário Economia 2014) - No curto prazo, a lei dos retornos marginais
decrescentes começa a vigorar a partir do ponto em que o custo marginal seja igual ao custo variável
médio.

Comentários:
Para resolver essa questão, necessitaremos voltar um pouco na matéria e relembrar a teoria da produção.
A lei dos retornos marginais decrescentes nos diz que o produto marginal do fator variável será decrescente
a partir de certo ponto. É uma análise de curto prazo, pois consideramos um fator variável (na teoria da
produção, consideramos o fator trabalho variável e o fator capital fixo) e outro fixo. Esses retornos
marginais decrescentes acontecem quando o PmgL começa a decrescer. No gráfico abaixo (retirado da aula
de Teoria da Produção), temos retornos marginais decrescentes à direita do ponto A:

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Produção por
trabalhador
A
30 Produto Marginal (PmgL)

B
20
Produto Médio (PmeL)

10

C
Quantidade de
0 3 4 8 10 trabalhadores
(L)

Observe que os retornos (ou rendimentos) marginais decrescentes começam logo depois do PmgL atingir
seu ponto de máximo (no ponto A).

Pelo que aprendemos na aula de custos, em curto prazo, a curva de custo marginal significa o inverso da
curva do produto marginal do fator variável (PmgL). Ou seja, o ponto máximo de PmgL equivale ao mínimo
do Cmg.

Portanto, no que tange às curvas de custo, teremos retornos marginais decrescentes quando estivermos
no ponto de mínimo da curva do custo marginal, e não quando este for igual ao custo variável médio
(ponto A do gráfico). Sendo assim, o gabarito é errado.

Custo
em R$

150
Cmg

100
CVme

50
A
Quantidade
0 1 2 3 4 5 6 produzida (Q)

À direita do ponto A (mínimo do Cmg),


começamos a ter o efeito dos retornos
marginais decrescentes.
Gabarito: Errado

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O Ministério da Justiça (MJ) tem um montante fixo para gastar na aquisição de dois bens: mesas e
computadores. Ainda, o MJ planeja ocupar um prédio de sua propriedade, atualmente alugado para
profissionais liberais. Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes.

52. (Cespe/Unb Economista Ministério da Justiça 2013) - O aluguel representa um custo de


oportunidade da ocupação do prédio.

Comentários:
Questão bastante simples. Correta. Quando o MJ ocupar o prédio que está alugado para profissionais
liberais, deixará de receber o aluguel que ora recebia antes da ocupação. Esse aluguel que deixará de ser
recebido é o custo de oportunidade.

Gabarito: Certo

53. (CESPE - Auditor de Controle Externo Fiscalização Economia - TCE-PA - 2016) - Em um mercado
em concorrência perfeita, o preço é independente da quantidade de bens produzida por uma empresa e
a receita total é linear.

Comentário:
Em concorrência perfeita, o preço é dado e a firma não, independentemente da quantidade que produza,
não influencia o preço de mercado.

A receita total é dada pela multiplicação do preço (P) pela (Q), RT=PxQ.

Sendo P constante, sabemos que esta função é linear.

Gabarito: Certo

54. (CESPE - Auditor de Controle Externo Fiscalização Economia - TCE-PA - 2016) - Em um mercado
em concorrência perfeita, a firma maximiza seus lucros quando seu preço é igual ao custo médio de
produção.

Comentários:
Em um mercado em concorrência perfeita, a firma maximiza seus lucros quando seu preço é igual ao custo
MARGINAL de produção.

Gabarito: Errado

55. (CESPE - Tecnólogo - Negócios Imobiliários - FUB - 2015) - Em relação aos principais tipos de
concorrência da economia, julgue o próximos item.

Em concorrência perfeita, as firmas fixam os preços dos seus produtos acima do custo marginal.

Comentário:
Em concorrência perfeita, Rmg=Rme=P=Cmg, no equilíbrio.

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Gabarito: Errado

56. (CESPE - Auditor Federal de Controle Externo - Controle Externo - Auditoria Governamental -
2013) - Acerca da teoria microeconômica clássica, julgue o item subsequente.

Em concorrência perfeita, o custo marginal é igual à receita média no ponto ótimo.

Comentários:
Em todas as outras estruturas de mercado, a firma maximiza lucros quando o custo marginal é igual à
receita marginal. Em concorrência perfeita, entretanto, a receita marginal = receita média = preço.
Portanto, o custo marginal é igual à receita média no ponto ótimo.

Gabarito: Certo

57. (CESPE - Auditor de Controle Externo - Economia - TCE-RO - 2013) - Normalmente o Estado
intervém na economia quando os mercados são imperfeitos, quando existem externalidades ou quando
é preciso oferecer bens públicos à população. Julgue o próximo item, que versam sobre o Estado
regulador e suas políticas econômicas.

Uma empresa competitiva precisa de intervenção do Estado caso os preços de mercado em curto prazo
sejam menores que os seus custos totais médios.

Comentários:
Vimos na aula que se, em curto prazo, os preços forem inferiores ao seu custo variável médio CVme, a
firma não deve produzir.

Já em longo prazo, a se o preço for inferior aos custos totais médios, a empresa deverá deixar o mercado.

Em nenhum deste casos, haverá intervenção do Estado, o próprio mercado atrairá novas firmas, se houver
lucro econômico de longo prazo e repelirá as firmas que apresentam prejuízo econômico. Isso ocorre
devido a livre entrada e saída de empresas que é uma das características do mercado em concorrência
perfeita.

Gabarito: Errado

58. (CESPE - Auditor de Controle Externo - Economia - TCE-RO Economia - 2013) - Normalmente o
Estado intervém na economia quando os mercados são imperfeitos, quando existem externalidades ou
quando é preciso oferecer bens públicos à população. Julgue o próximo item, que versam sobre o Estado
regulador e suas políticas econômicas.

Uma empresa em um mercado competitivo com lucro econômico zero em longo prazo está obtendo um
retorno normal sob o investimento feito; ou seja, ela deve permanecer no negócio.

Comentários:
O equilíbrio competitivo de longo prazo é a situação em que há lucro econômico zero (RT = CT) .

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Gabarito: Certo

59. (CESPE - Especialista em Regulação da Atividade Cinematográfica e Audiovisual/II - 2013) - No que


se refere às diferentes estruturas de mercado, julgue o item a seguir.

Em um mercado com concorrência perfeita, todos os bens são substitutos perfeitos, não existem
barreiras à entrada de novas firmas concorrentes e nenhuma firma pode afetar o preço de mercado, de
forma que, no equilíbrio de longo prazo, há lucro econômico positivo para todas as firmas.

Comentários:
No equilíbrio de longo prazo, NÃO há lucro econômico positivo para todas as firmas. Todo o restante da
assertiva está correto.

Gabarito: Errado

60. (CESPE - Especialista em Regulação de Saúde Suplementar - 2013) - Com relação ao dilema
econômico entre escassez e escolha, representado pela curva de possibilidade de produção (CPP), e ao
equilíbrio de mercado, resultado da interação das curvas de oferta e demanda, julgue o item a seguir.

Um mercado perfeito é representado por um mercado fechado, com um pequeno número de


compradores e vendedores, os quais trocam informações entre si e negociam uma grande variedade e
qualidade de produtos e serviços.

Comentários:
Um mercado perfeito é representado por ausência de barreiras à entrada e saída de empresas, com um
grande número de compradores e vendedores, os quais trocam informações entre si e os produtos são
homogêneos, ou seja, não há uma grande variedade e qualidade de produtos e serviços.

Gabarito: Errado

61. CESPE - Analista do Ministério Público da União- Perícia Economia - 2013) - Com relação às
estruturas de mercado e às estratégias competitivas, julgue o item a seguir.

Nos mercados organizados sob a forma de concorrência perfeita, o lucro econômico das empresas será
nulo no equilíbrio de longo prazo.

Comentários:
O equilíbrio competitivo de longo prazo é a situação em que há lucro econômico zero (RT = CT) .

Gabarito: Correto

62. (CESPE - Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações Economia - 2014)


- Com relação à teoria da firma, da produção e dos custos, julgue o item abaixo.

Se uma empresa em concorrência perfeita se defrontar com a situação em que o preço de mercado seja
superior ao custo variável médio e obtiver, assim, lucro negativo, ela deverá encerrar suas atividades.

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Comentários:
Se o preço de mercado for INFERIOR ao custo variável médio e obtiver, assim, lucro negativo, ela deverá
encerrar suas atividades .
Gabarito: Errado

63. (CESPE - Agente de Polícia Federal - 2014) - A respeito dos mercados que compõem o sistema
econômico, julgue o item subsequente.

Em determinado mercado, a existência de grande número de compradores e vendedores, a


homogeneidade dos produtos e a existência de informação completa acerca do preço do produto são
requisitos insuficientes para a classificação desse mercado como de concorrência perfeita.

Comentários:
São quatro as condições que definem a concorrência perfeita:
Atomicidade (grande número de pequenos vendedores e compradores), produto homogêneo, livre
mobilidade de fatores de produção (recursos) livre entrada e saída e perfeito conhecimento.

Os requisitos apresentados são insuficientes, portanto.

Gabarito: Errado.

64. (CESPE - Auditor Governamental Geral - CGE PI - 2015) - Julgue o item que se segue, referente à
teoria microeconômica clássica.

Em concorrência perfeita, a receita marginal é igual à receita média no ponto ótimo.

Comentários:
Em concorrência perfeita, Rmg=Rme=P=Cmg, no equilíbrio.

Gabarito: Certo

65. (CESPE - Auditor Governamental Geral - CGE PI - 2015) - Em relação às estruturas de mercado,
julgue o próximo item.

Se existirem rendimentos constantes à escala em uma indústria perfeitamente competitiva, então a


curva de oferta da indústria será horizontal no longo prazo.

Comentários:

Quando temos retornos constantes de escala (= custos constantes) no longo prazo, isso faz com que a
curva de oferta do setor seja uma reta horizontal. Ou seja, como o custo é constante, ele não muda de
acordo com o nível de produção.

Gabarito: Certo

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66. (CESPE - Diplomata - Terceiro Secretário - 2014) - Com relação a características dos mercados e
comportamento de produtores e consumidores, julgue (C ou E) o item subsequente.

Uma das características de um mercado competitivo ou de concorrência perfeita é a homogeneidade do


produto, ainda que as marcas acentuem diferenças nas qualidades do produto; nesse caso, os
consumidores irão preferir marcas de menor preço.

Comentários:
A homogeneidade dos produtos em concorrência perfeita é total, ou seja os produtos são idênticos entre
si. São substitutos perfeitos, de forma que qualquer diferença na qualidade dos produtos levaria os
consumidores a migrar se consumo para o produto mais qualificado.

Gabarito: Errado

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LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS

01. (CESPE/Unb Analista de Controle Externo TCE/AC) - O custo de oportunidade da decisão de


tirar férias é mais elevado para funcionários públicos do que para profissionais liberais bem sucedidos
como alguns médicos e advogados.

02. (CESPE/Unb Ciências Econômicas UEPA) - O custo de oportunidade de imóveis utilizados pelos
seus donos para sediar empresas de sua propriedade é nulo visto que, nesses casos, não há pagamentos
de aluguéis que onerem os custos contábeis dessas empresas.

03. (CESPE/Unb Analista de Controle Externo TCDF) - Para um estudante brasileiro, os custos de
oportunidade de cursar um MBA nos Estados Unidos da América, em regime de dedicação exclusiva,
correspondem aos gastos com tudo aquilo de que o estudante abre mão para fazer o curso, como os
salários não ganhos em alguma atividade remunerada ou o ganho em capital humano que deixa de obter
se participasse de outro curso.

04. (CESPE/Unb Técnico Científico Banco da Amazônia) - O custo de oportunidade da decisão de


assumir um novo emprego, cujo salário é superior àquele pago na ocupação anterior, inclui tanto o valor
da remuneração atual como o aumento do tempo de transporte necessário para se chegar ao novo local
de trabalho.

05. (CESPE/Unb Área Economia e Finanças Certificação BB) - Custos afundados devem ser
considerados nas tomadas de decisão.

06. (CESPE/Unb Área Economia e Finanças Certificação BB) - Custos afundados têm custos de
oportunidades muito altos.

07. (CESPE/Unb Banco da Amazônia) - A curva de custo marginal passa pelos pontos de mínimo das
curvas de custo variável e de custo médio.

08. (CESPE/Unb Banco da Amazônia) - A curva de custo médio alcançará seu ponto de mínimo
quando o custo médio se igualar ao custo marginal.

09. (CESPE/Unb Analista do MPU) - A distância vertical entre as curvas de custo total e de custo
variável é igual ao custo fixo.

10. (CESPE/Unb Analista dos Correios ECT) - Define-se custo marginal como o acréscimo no custo
variável necessário para produzir uma unidade a mais de produto.

11. (CESPE/Unb Técnico de Planejamento e Pesquisa IPEA) - O custo marginal é o aumento de


custo variável em que a empresa incorre pela diminuição de uma unidade extra de produto.

12. (CESPE/Unb Técnico de Planejamento e Pesquisa IPEA) - O custo total médio da produção é a
soma, para cada nível de produção, dos custos fixos e variáveis.

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13. (CESPE/Unb Economista Ministério do Esporte) - As horas extras necessárias para elevar a
produção durante o período que antecede ao Natal constituem um exemplo típico de fator variável e,
portanto, as despesas com o pagamento dessas horas são computadas no custo variável das empresas.

Enunciado para as questões 14, 15 e 16:


Considere uma firma em que os seus custos dependam somente dos seus níveis de produção. Acerca das
curvas de custos de produção desta firma no curto prazo, julgue os itens subsequentes.

14. (CESPE/Unb Técnico Municipal Economia Pref. Vila Velha) - Na região da curva onde os
custos variáveis médios estão aumentando, os custos marginais são superiores aos custos médios.

15. (CESPE/Unb Técnico Municipal Economia Pref. Vila Velha) - O custo fixo médio permanece
constante quando a produção aumenta.

16. (CESPE/Unb Técnico Municipal Economia Pref. Vila Velha) - O custo marginal e o custo
variável são os mesmos na primeira unidade de produção.

17. (CESPE/Unb Banco da Amazônia) - Em uma escolha de produção ótima, os custos marginais de
curto prazo se igualam aos custos de produção de longo prazo.

18. (CESPE/Unb Analista de Controle Externo TCE/AC) - Em presença de economias de escala, a


curva de custo médio de longo prazo é horizontal.

19. (CESPE/Unb Analista de Controle Externo TCE/AC) - Em presença de rendimentos crescentes


de escala, o custo unitário não se altera com o nível de produção.

20. (CESPE/Unb Analista de Comércio Exterior MDIC) - O fato de um supermercado reduzir seus
custos administrativos em decorrência da abertura de uma nova filial é compatível com a existência de
economias internas de escala dentro dessa empresa.

21. (CESPE/Unb Analista de Meio Ambiente SEAMA) - A existência de rendimentos crescentes de


escala na produção de grandes empresas é compatível com o fato de que uma maior escala de operações
facilita o uso de tecnologias mais avançadas, que envolvem o uso de métodos de produção em massa,
altamente capital-intensivos.

22. (CESPE/Unb Economista Pref. Rio Branco) - Em presença de rendimentos crescentes de escala
na fabricação de determinado bem, é economicamente mais vantajoso concentrar a produção em uma
única empresa que dispersá-la entre muitas empresas pequenas.

23. (CESPE/Unb Consultor Legislativo Senado) - A fusão das empresas Brahma e Antárctica em
uma única empresa, a AmBev, explica-se, em parte, pela existência de economias de escala que
permitem que o custo da produção conjunta seja inferior à soma dos custos de produção das empresas
quando elas operam independentemente.

24. (ESAF Analista de Planejamento e Orçamento MPOG) - Considere a seguinte afirmação


(adaptada do glossário apresentado no site www.fazenda.gov.br/seae/documentos/ Glossario.html):

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A E
pelo menos dois produtos/serviços, é __________ do que o custo de duas ou mais firmas produzem
separadamente estes mesmos produtos/serviços, a preços dados dos insumos. De forma ___________ às
economias de escala, as economias de escopo podem também ser entendidas como _________ nos
_________ derivadas da produção c
Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.
a) custo marginal, menor, similar, reduções, custos médios
b) custo médio menor, diferentemente, reduções, custos médios
c) custo total, menor, similar, reduções, custos médios
d) custo médio, menor, similar, reduções, custos marginais
e) custo total, menor, diferente, elevações, lucros médios

25. (CESPE/Unb Economista Ministério da Saúde) - Há economia de escopo quando o custo de


produção de dois bens de uma empresa é menor do que os custos de produção conjuntos de duas
empresas diferentes, cada uma produzindo um único produto.

26. (CESPE/Unb Pesquisador INPI) - A existência de economias de escopo na produção de


determinados bens é compatível com a utilização de processos produtivos que envolvam deseconomias
de escala.

27. (CESPE/Unb - Banco da Amazônica) - Empresas monopolistas e empresas em mercados de


concorrência perfeita maximizarão seus lucros quando suas receitas marginais e seus custos marginais se
igualarem.

28. (CESPE/Unb Analista do MPU) A regra de que o lucro é maximizado quando a receita marginal
é igual ao custo marginal é válida para todas as empresas, sejam competitivas ou não.

29. (CESPE/Unb - Ciências Econômicas UEPA) - A regra segundo a qual as empresas maximizam seus
lucros quando a receita marginal iguala-se ao custo marginal aplicase unicamente às empresas que
atuam em mercados competitivos.

30. (CESPE/Unb Analista do Meio Ambiente SEAMA) - Quando a fabricação de uma unidade
adicional de um determinado produto conduz a um aumento no custo total superior ao aumento da
receita total, a necessidade daí decorrente de se restringir a produção desse bem contradiz a hipótese de
maximização de lucros nesse mercado.

31. (CESPE/Unb - Especialista em Regulação de Serviços de Transp. Aquaviários ANTAQ) - Em


concorrência perfeita, o equilíbrio da firma, definido no ponto em que a receita marginal se iguala ao
custo marginal, só é válido como ponto de maximização de lucros se o custo marginal for crescente.

32. (CESPE/Unb - Especialista em Regulação de Serv. Púb. De Telecomunicações ANATEL) - A


estrutura de um mercado em concorrência perfeita, no qual inexistiriam desvantagens, seria o ideal para
o consumidor; contudo, ele é praticamente inexistente no contexto da economia mundial.

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33. (CESPE/Unb - Economista DFTRANS) - Em um mercado concorrente perfeito, os empresários


têm lucro zero no curto prazo e, portanto, estão sempre insatisfeitos, o que força o governo a subsidiar
esses empresários.

34. (CESPE/Unb - Ciências Econômicas UEPA) - Para as empresas que atuam em ambientes
competitivos, no equilíbrio de curto prazo, a competição entre firmas obriga-as a fixar o preço ao nível
do custo médio, anulando, assim, os lucros econômicos dessas empresas.

35. (CESPE/Unb Técnico Municipal - Pref. Vila velha) - Em concorrência perfeita, o lucro do
empresário será zero no curto prazo.

36. (CESPE/Unb - Analista Geral SEBRAE/AC) - Empresas que atuam em mercados competitivos
podem, no longo prazo, obter lucros maiores que aqueles mínimos suficientes para induzi-las a
permanecer nesses mercados.

37. (CESPE/Unb Analista de Meio Ambiente SEAMA) - No equilíbrio de longo prazo, nos mercados
competitivos, o custo médio de produção é o menor possível, para uma dada tecnologia.

38. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - TCE/AC) - A curva de oferta de longo prazo das
indústrias competitivas, caracterizadas por custos de produção crescentes, é perfeitamente inelástica.

39. (CESPE/Unb Analista do MPU) - Uma empresa competitiva pode continuar funcionando mesmo
que o preço de mercado seja menor do que o custo total médio.

40. (CESPE/Unb Analista do MPU) - Em uma empresa competitiva, quando todos os custos fixos são
irreversíveis, a curva de oferta no curto prazo corresponde à curva de custo marginal acima da curva de
custo total médio.

41. (CESPE/Unb Analista do MPU) - A curva da demanda de uma empresa competitiva é ao mesmo
tempo sua curva de receita marginal e do custo marginal.

42. (CESPE/Unb Banco da Amazônia) Uma condição para o encerramento de uma empresa é os
custos marginais excederem os preços cobrados pela empresa.

43. (CESPE/Unb Analista STM) - Se o preço de um produto de determinada empresa encontrar-se


acima do ponto mínimo da curva de custo variável médio e os preços dos insumos sejam dados, a curva
de oferta de curto prazo dessa empresa coincidirá com a curva de custo

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marginal.

44. (CESPE/Unb Analista STM) - Para maximizar seus lucros, as firmas deveriam escolher o nível
de produção em que a diferença entre a receita marginal e o custo marginal fosse a maior possível.

45. (CESPE/Unb - Diplomacia Instituto Rio Branco) A presença de substanciais economias


externas de escala em determinada indústria é compatível com a existência de uma curva de oferta de
longo prazo positivamente inclinada.

46. (CESPE/Unb Analista STM) - Em uma indústria competitiva caracterizada por custos
decrescentes, aumentos da quantidade ofertada coexistem com reduções no preço do produto desse
setor, gerando uma curva de oferta de longo prazo negativamente inclinada.

47. (Cespe/Unb Analista Educacional Economia SEE/DF 2017) - O custo mínimo de produção é
mínimo quando o custo marginal se iguala ao custo médio.

Julgue o item seguinte, relativo à competitividade e à estratégia empresarial.

48. (Cespe/Unb Especialista em Regulaçao ANCINE 2013) - Investimentos em pesquisa e


desenvolvimento, capacitação de mão de obra e fixação da marca são exemplos de dispêndios em custos
irrecuperáveis ou sunk-costs.

A respeito da teoria dos custos, julgue os itens que se seguem.

49. (Cespe/Unb Perícia Economia 2013) - Em razão de todos os insumos serem variáveis, no longo
prazo não existirão custos fixos.

Julgue os próximos itens, relativos às curvas de custo de curto e longo prazos.

50. (Cespe/Unb Analista Judiciário Economia 2014) - Nas economias ou deseconomias de escala,
a curva de custo médio de longo prazo é formada pelos pontos de mínimo das curvas de custo médio de
curto prazo.

51. (Cespe/Unb Analista Judiciário Economia 2014) - No curto prazo, a lei dos retornos marginais
decrescentes começa a vigorar a partir do ponto em que o custo marginal seja igual ao custo variável
médio.

O Ministério da Justiça (MJ) tem um montante fixo para gastar na aquisição de dois bens: mesas e
computadores. Ainda, o MJ planeja ocupar um prédio de sua propriedade, atualmente alugado para
profissionais liberais. Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes.

52. (Cespe/Unb Economista Ministério da Justiça 2013) - O aluguel representa um custo de


oportunidade da ocupação do prédio.

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53. (CESPE - Auditor de Controle Externo Fiscalização Economia - TCE-PA - 2016) - Em um mercado
em concorrência perfeita, o preço é independente da quantidade de bens produzida por uma empresa e
a receita total é linear.

54. (CESPE - Auditor de Controle Externo Fiscalização Economia - TCE-PA - 2016) - Em um mercado
em concorrência perfeita, a firma maximiza seus lucros quando seu preço é igual ao custo médio de
produção.

55. (CESPE - Tecnólogo - Negócios Imobiliários - FUB - 2015) - Em relação aos principais tipos de
concorrência da economia, julgue o próximos item.

Em concorrência perfeita, as firmas fixam os preços dos seus produtos acima do custo marginal.

56. (CESPE - Auditor Federal de Controle Externo - Controle Externo - Auditoria Governamental -
2013) - Acerca da teoria microeconômica clássica, julgue o item subsequente.

Em concorrência perfeita, o custo marginal é igual à receita média no ponto ótimo.

57. (CESPE - Auditor de Controle Externo - Economia - TCE-RO - 2013) - Normalmente o Estado
intervém na economia quando os mercados são imperfeitos, quando existem externalidades ou quando
é preciso oferecer bens públicos à população. Julgue o próximo item, que versam sobre o Estado
regulador e suas políticas econômicas.

Uma empresa competitiva precisa de intervenção do Estado caso os preços de mercado em curto prazo
sejam menores que os seus custos totais médios.

58. (CESPE - Auditor de Controle Externo - Economia - TCE-RO Economia - 2013) - Normalmente o
Estado intervém na economia quando os mercados são imperfeitos, quando existem externalidades ou
quando é preciso oferecer bens públicos à população. Julgue o próximo item, que versam sobre o Estado
regulador e suas políticas econômicas.

Uma empresa em um mercado competitivo com lucro econômico zero em longo prazo está obtendo um
retorno normal sob o investimento feito; ou seja, ela deve permanecer no negócio.

59. (CESPE - Especialista em Regulação da Atividade Cinematográfica e Audiovisual/II - 2013) - No que


se refere às diferentes estruturas de mercado, julgue o item a seguir.

Em um mercado com concorrência perfeita, todos os bens são substitutos perfeitos, não existem
barreiras à entrada de novas firmas concorrentes e nenhuma firma pode afetar o preço de mercado, de
forma que, no equilíbrio de longo prazo, há lucro econômico positivo para todas as firmas.

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60. (CESPE - Especialista em Regulação de Saúde Suplementar - 2013) - Com relação ao dilema
econômico entre escassez e escolha, representado pela curva de possibilidade de produção (CPP), e ao
equilíbrio de mercado, resultado da interação das curvas de oferta e demanda, julgue o item a seguir.

Um mercado perfeito é representado por um mercado fechado, com um pequeno número de


compradores e vendedores, os quais trocam informações entre si e negociam uma grande variedade e
qualidade de produtos e serviços.

61. CESPE - Analista do Ministério Público da União- Perícia Economia - 2013) - Com relação às
estruturas de mercado e às estratégias competitivas, julgue o item a seguir.

Nos mercados organizados sob a forma de concorrência perfeita, o lucro econômico das empresas será
nulo no equilíbrio de longo prazo.

62. (CESPE - Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações Economia - 2014)


- Com relação à teoria da firma, da produção e dos custos, julgue o item abaixo.

Se uma empresa em concorrência perfeita se defrontar com a situação em que o preço de mercado seja
superior ao custo variável médio e obtiver, assim, lucro negativo, ela deverá encerrar suas atividades.

63. (CESPE - Agente de Polícia Federal - 2014) - A respeito dos mercados que compõem o sistema
econômico, julgue o item subsequente.

Em determinado mercado, a existência de grande número de compradores e vendedores, a


homogeneidade dos produtos e a existência de informação completa acerca do preço do produto são
requisitos insuficientes para a classificação desse mercado como de concorrência perfeita.

64. (CESPE - Auditor Governamental Geral - CGE PI - 2015) - Julgue o item que se segue, referente à
teoria microeconômica clássica.

Em concorrência perfeita, a receita marginal é igual à receita média no ponto ótimo.

65. (CESPE - Auditor Governamental Geral - CGE PI - 2015) - Em relação às estruturas de mercado,
julgue o próximo item.

Se existirem rendimentos constantes à escala em uma indústria perfeitamente competitiva, então a


curva de oferta da indústria será horizontal no longo prazo.

66. (CESPE - Diplomata - Terceiro Secretário - 2014) - Com relação a características dos mercados e
comportamento de produtores e consumidores, julgue (C ou E) o item subsequente.

Uma das características de um mercado competitivo ou de concorrência perfeita é a homogeneidade do


produto, ainda que as marcas acentuem diferenças nas qualidades do produto; nesse caso, os
consumidores irão preferir marcas de menor preço.

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GABARITO
01. E
02. E
03. C
04. C
05. E
06. E
07. C
08. C
09. C
10. C
11. E
12. E
13. C
14. E
15. E
16. C
17. C
18. E
19. E
20. C
21. C
22. C
23. C
24. C
25. C
26. C
27. C
28. C
29. E
30. E
31. C
32. E
33. E
34. E
35. E
36. E
37. C
38. E
39. C
40. E
41. E
42. E
43. C

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44. E
45. E
46. C
47. C
48. C
49. C
50. E
51. E
52. C
53. C
54. E
55. E
56. C
57. E
58. C
59. E
60. E
61. C
62. E
63. E
64. C
65. C
66. E

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