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Esta apostila é o resultado de um trabalho de pesquisa das professoras

KARINA WORM BECHMMAN e LUCIENE REGINA LEINEKER


ALONSO.c
SUMÁRIO
Pág.
INTRODUÇÃO......................................................................................................... 3

1. JUROS SIMPLES ................................................................................................. 6


1.1 Cálculo do juro simples .................................................................................. 6
1.2 Cálculo do montante ...................................................................................... 7
1.3 Taxa média ..................................................................................................... 10
1.4 Prazo médio .................................................................................................... 11
1.5 Desconto simples ............................................................................................ 12
1.6 Desconto comercial, bancário ou “por fora” .................................................. 12
1.7 Desconto racional ou “por dentro” ................................................................. 13
1.8 Equivalência de capitais diferidos ................................................................. 15

2. JUROS COMPOSTOS .......................................................................................... 21


2.1 Cálculo dos juros compostos ........................................................................... 21
2.2. A calculadora HP 12C .................................................................................... 23
2.3. Cálculo do montante com prazo fracionado ................................................... 24
2.4. Desconto composto ........................................................................................ 27
2.5. Cálculo do desconto composto real ................................................................ 27
2.6. Equivalência de capitais diferidos .................................................................. 30

3. TAXAS DE JUROS .............................................................................................. 36


3.1. Taxa nominal ................................................................................................... 36
3.2. Taxa efetiva ..................................................................................................... 37
3.3. Operações com taxas ....................................................................................... 37

4. RENDAS ................................................................................................................ 41
4.1. Cálculo da renda imediata ............................................................................... 43
4.2. Cálculo da renda antecipada ............................................................................ 43
4.3. Cálculo da renda diferida ................................................................................. 44

5. PLANOS DE AMORTIZAÇÃO ........................................................................... 48


5.1 Sistema de amortização constante (SAC) ....................................................... 48
5.2. Sistema de amortização francês (PRICE) ....................................................... 49
5.3. Sistema de amortização crescente (SACRE) ................................................... 52
5.4. Sistema de amortização com correção monetária ............................................ 53

6. DEPRECIAÇÃO .................................................................................................... 56
6.1. Método linear ................................................................................................... 57
6.2. Método da taxa constante ................................................................................ 57
6.3. Método das taxas variáveis............................................................................... 57
2
6.4. Método de Cole ................................................................................................ 58

7. ENGENHARIA ECONÔMICA ............................................................................. 60


7.1. Taxa de atratividade ......................................................................................... 60
7.2. Método do período de recuperação do capital (Pay-Back)................................ 61
7.3. Método do Pay-Back descontado ...................................................................... 62
7.4. Método do valor presente líquido (VPL) ........................................................... 64
7.5. Método do valor presente líquido anualizado (VPLA) ...................................... 65
7.6. Método do índice benefício/custo (IBC) ............................................................ 65
7.7. Método da taxa interna de retorno (TIR) ........................................................... 66

8. PREVISÕES FINANCEIRAS .................................................................................. 72


8.1. Regressão linear ................................................................................................. 72
8.2. Regressão não linear ........................................................................................... 73
8.3. Método dos mínimos quadrados ......................................................................... 73

9. BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 83
3

INTRODUÇÃO.

A Matemática Financeira visa estudar o valor do dinheiro no tempo, nas


aplicações e nos pagamentos de empréstimos, bem como fornecer instrumentos
para o estudo e avaliação dos mesmos.
Do ponto de vista da Matemática Financeira, R$ 300,00 hoje não são iguais
a R$ 300,00 em qualquer outra data, pois o poder aquisitivo do dinheiro varia ao
longo dos períodos, devido à taxa de juros por período.
Devido ao longo período de tempo em que a sociedade brasileira tem
convivido com a inflação, as pessoas davam certa preferência pela liquidez. A
forma mais antiga e também a mais usada até os dias de hoje é acenar para o
proprietário do capital com uma promessa atrativa de pagamento futuro.
A essa remuneração paga pela imobilização do capital por um dado período
de tempo é que se convencionou chamar de juros. Assim, os juros representam
os custos da imobilização do capital num dado período. Geralmente os juros são
expressos por uma taxa que incide sobre o valor imobilizado. A taxa de juros
pode ser vista como a remuneração de uma unidade do capital imobilizado ao
longo de uma unidade de tempo.
Uma vez que o valor do dinheiro no tempo e a existência dos juros são
elementos interligados e indispensáveis ao desenvolvimento do estudo da
Matemática Financeira, é conveniente a utilização do fluxo de caixa que
corresponde ao conjunto de entradas e saídas de dinheiro ao longo do tempo.
Esquematicamente, a representação do fluxo de caixa é feita como na
figura 1.
(+) recebimento
R$ (+)

0 1 2 ... n
R$ (-)
(-) pagamento
Eixo horizontal: Tempo (períodos)
Figura 1

Dessa forma, a Matemática Financeira tem como objetivos principais:


4
a) a transformação e o manuseio de fluxos de caixa, com a aplicação das
taxas de juros de cada período, para se levar em conta o valor do dinheiro
no tempo;
b) a obtenção da taxa interna de juros que está implícita no fluxo de caixa;
c) a análise e a comparação de diversas alternativas de fluxos de caixa.

REGIMES DE CAPITALIZAÇÃO.

Quando um capital é aplicado por vários períodos, a uma certa taxa por
período, o montante (capital acrescido dos juros) poderá crescer de acordo com
duas convenções, chamadas regimes de capitalização. Tem-se o regime de
capitalização simples (ou juros simples) e o regime de capitalização composta
(ou juros compostos).
Tanto os juros simples como os juros compostos são fixados através de
uma taxa percentual que sempre se refere a uma unidade de tempo: ano,
semestre, mês, dia.
Por exemplo, um capital de R$ 10.000,00, aplicado à taxa de 8% ao ano,
proporcionará, no final de um ano, um total de juros equivalentes a R$ 800,00,
8
pois: 8% de R$ 10.000,00 = . 10.000 = R$ 800,00.
100

a) Regime de capitalização simples


O juro é simples quando é produzido unicamente pelo capital inicial.

Exemplo: Considere o caso de um indivíduo que, no início do ano depositou


R$ 100,00 em um banco X que lhe prometeu juros simples, à razão de 10% ao
ano. Qual será o seu saldo credor no final de cada um dos próximos quatro anos?

Crescimento de R$ 100,00 a juros simples de 10% ao ano

Tempo Saldo no início de cada ano Juro Saldo no final de cada


(ano) ano
1
2
3
4

b) Regime de capitalização composta


O juro é composto quando é calculado sempre em função do saldo
existente no início do período correspondente.
5

Exemplo: Imagine se o mesmo indivíduo do exemplo anterior tivesse colocado, no


início do ano, outros R$ 100,00 em um banco Y, que paga juros compostos, à
razão de 10% ao ano. Como se comportaria o seu saldo credor ao longo dos
quatro anos?

Crescimento de R$ 100,00 a juros compostos de 10% ao ano

Tempo Saldo no início de cada ano Juro Saldo no final de cada


(ano) ano
1
2
3
4

Ao capital empregado dá-se o nome de principal, e a soma do principal


mais os juros, dá-se o nome de montante.
A juros simples, apenas o principal rende juros, ao passo que a juros
compostos os rendimentos são calculados sobre os montantes, havendo portanto
uma incidência de juros sobre juros.
Observando os dois exemplos, os montantes disponíveis para o indivíduo
no final do quarto ano, seriam:

• No banco Y, a juros compostos R$ 146,41


• No banco X, a juros simples R$ 140,00
Diferença R$ 6,41

Essa diferença de R$ 6,41 corresponde ao pagamento de juros sobre juros,


devido a juros compostos.

Rendimento
Juro de Composto
Simples X Juro R$ 100,00

160,00
140,00
120,00
montante

100,00
juro simples
80,00
juro composto
60,00
40,00
20,00
-
1 2 3 4
tempo
6

CAPÍTULO I

JUROS SIMPLES

Cálculo dos Juros Simples

No regime de juros simples os juros de cada período são calculados


sempre sobre o mesmo principal. Não existe capitalização de juros nesse regime,
pois os juros de um determinado período não são incorporados ao principal para
que essa soma sirva de base de cálculo dos juros do período seguinte.
Se a taxa de juros ( i ) for constante e incidir apenas sobre o capital aplicado
c
( ), então o juro ( J ) por período será também constante e igual a:
J= c .i

Nesse caso, observa-se um crescimento linear do capital:

Juro Simples

300

montante
200

100

1 2 3 4

período

Se a Matemática Financeira objetiva estudar o relacionamento entre valores


monetários posicionados em pontos distintos no tempo, então para um capital “ c ”
aplicado a uma taxa de juros “ i ” durante “ n ” períodos de tempo, sob o regime
de juros simples pode ser calculado: J = c .i . n
Nesse regime a taxa de juros pode ser convertida para outro prazo qualquer
com base em multiplicações e divisões, sem alterar seu valor intrínseco, ou seja,
mantém a proporcionalidade existente entre valores realizáveis em diferentes
7
datas. Portanto, no cálculo de juros, a taxa e o tempo devem estar na mesma
unidade de medida.
Quando o prazo da operação é dado considerando-se anos constituídos por
meses de 30 dias, os juros são chamados comerciais; quando o número de dias
corresponde àqueles do ano civil (365 dias), são chamados juros exatos.
O mercado financeiro trabalha com base na taxa de juros percentual, porém
é necessário colocá-la na forma fracionária para realizar os cálculos financeiros.
O regime de juros simples é utilizado no mercado financeiro, notadamente
nas operações de curto prazo, em função da simplicidade de cálculo.

Exemplos:

1. Calcular o juro produzido por R$ 500,00, aplicado à taxa de 10% ao


semestre durante 3 semestres.

2. Calcular o juro produzido por R$ 40.000,00 à taxa de 72% ao ano, durante


45 dias.

Cálculo do Montante

Quando um investidor aplica um capital por certo tempo à determinada


taxa, no final desse período de tempo ele tem à sua disposição não só o valor
inicial aplicado, mas também os juros que lhe são devidos. Esse total, soma de
capital e juros, é chamado montante.
O valor de resgate M , chamado de montante é calculado por:
Tempo (n) Juro Montante
1 c . i M 1 = c + ci → M 1 = c (1 + i )
2 c.i M 2 = M1 + J → M 2 = c + ci + ci → M 2 = c(1 + 2i )
3 c.i M3 = M2 + J → M 3 = c + 2ci + ci → M 3 = c(1 + 3i )
... ... ...
n c.i M n = c + ci + ... + ci → M n = c(1 + ni)

Portanto: M = c(1 + in)


8
Exemplos:

1. Qual é o montante resultante de uma aplicação de R$ 29.800,00 à taxa de


12% ao mês, durante 6 meses?

2. Para uma aplicação de R$ 3.000,00 a juros simples e à taxa de 10% ao


ano, o montante recebido foi R$ 4.800,00. Determine o prazo da aplicação.

3. Qual é a taxa anual de juros simples ganho por uma aplicação de


R$ 1.500,00 que produz após um ano um montante de R$ 1.950,00?

EXERCÍCIOS

1. Qual o juro de R$ 25.000,00 em 2 anos e 6 meses à taxa de 8% ao ano?


R: R$ 5.000,00

2. Calcular o juro de R$ 5.000,00 à taxa de 3,6% ao ano em 1 ano, 1 mês e 10


dias.
R: R$ 200,00

3. Calcular o juro produzido por R$ 9.000,00 em 1 ano, 5 meses e 20 dias, à


taxa de 1% ao mês.
R: R$1.590,00

4. A que taxa anual deve ser empregado o capital de R$ 16.000,00 para


produzir R$ 2.520,00 de juro, em 2 anos e 3 meses?
R: 7% ao ano

5. Certo capital ficou empregado por 1 ano e 3 meses a uma taxa de 12% ao
ano e rendeu um juro de R$ 650,00. Qual foi o capital empregado?
R: R$ 4.333,33

6. O capital de R$ 400,00 foi colocado a 20% ao ano e produziu um juro de


R$ 60,00. Por quanto tempo o capital ficou empregado?
R: 9 meses
9
7. Coloquei certa quantia em um banco a 20% ao ano e retirei, depois de 4
anos, R$ 9.280,00. Quanto recebi de juros, sabendo que a aplicação foi
feita a juros simples?
R: R$ 4.124,44
8. Emprestei certa quantia a 30% ao ano e recebi R$ 3.230,00 depois de 2
anos e 4 meses. Quanto emprestei?
R: R$ 1.900,00

9. Certo capital acrescido de juros de 13,5% ao ano, em 2 anos e 5 meses,


importa em R$ 7.612,50. Determine o capital.
R: R$ 5.739,85

10. Determinar o capital e os juros cuja soma, no final de 5 meses, à taxa de


15,5% ao ano, atingiu R$ 17.676,00.
R: R$ 16.603,68 e R$ 1.072,32

11. Qual é o capital que, acrescidos dos seus juros produzidos em 270 dias, à
taxa de 14% ao ano, se eleva a R$ 45.071,50?
R: R$ 40.788,69

12. Uma pessoa aplicou R$ 110.000,00 do seguinte modo: R$ 68.000,00 a


5% ao ano e R$ 42.000,00 a uma taxa desconhecida. Sabendo-se que, no
fim de meio ano, a primeira importância tinha rendido R$ 125,00 a mais do
que a segunda, pergunta-se a que taxa esta última foi aplicada?
R: 7,5% ao ano

13. A soma de um capital com seus juros aplicado durante 110 dias, à taxa de
17% ao ano é igual a R$ 2.553,47. Determinar o valor dos juros,
considerando-se o ano de 360 dias.
R: R$ 126,08

14. Certo capital, acrescido dos juros resultante de sua aplicação durante
8 meses eleva-se a R$ 23.100,00. O mesmo capital, acrescido de juros
resultantes de 13 meses de aplicação, à mesma taxa, eleva-se a
R$ 23.475,00. Calcular o capital e a taxa anual.
R: R$ 22.500,00 e 4% ao ano

15. Determinar a que taxa mensal esteve aplicado um capital de R$ 48.000,00


que, em 3 meses e 20 dias, rendeu R$ 440,00 de juros.
R: 0,25% ao mês

16. Dois capitais de R$ 11.000,00 e R$ 5.000,00 estiveram aplicados durante


3 anos. Determinar à que taxa esteve aplicado o segundo capital, sabendo
1
que o primeiro, aplicado à taxa de 7% ao ano, rendeu R$ 1.110,00 a mais
do que o segundo. R: 8% ao ano

17. Um capital ficou aplicado durante 2 anos, à taxa de 4% ao ano. Após este
período, o montante foi reaplicado a 6% ao ano durante 18 meses. Determine
o capital inicial, sabendo que o montante final foi de R$ 17.658,00?
R: R$ 15.000,00

18. O montante de uma aplicação, após 7 meses e 15 dias, foi de


R$ 180.900,00. O mesmo capital, à mesma taxa, acrescido dos juros de 32
meses, dá um montante de R$ 210.840,00. Determinar o capital e a taxa
mensal.
R: 0,7116% ao mês e R$ 171.734,09

19. Dois capitais diferem em R$ 86.000,00. O maior, empregado durante 10


meses, rendeu R$ 1.542,00. O menor, empregado durante 15 meses, rendeu,
à mesma taxa, R$ 1.926,00. Quais foram os capitais empregados e qual a taxa
anual?
R: 0,36% ao ano, R$ 514.000,00 e R$ 428.000,00

20. Dois capitais, um de R$ 240.000,00 e o outro de R$ 400.000,00 foram


postos a juros segundo uma mesma taxa. O primeiro rendeu em 50 dias, R$
10.000,00 a mais do que o segundo em 21 dias. Calcular a taxa de juros anual.
R: 100% ao ano

Taxa Média

A taxa média representa a taxa que aplicada ao capital total ofereça a


mesma rentabilidade das aplicações efetuadas em cotas. A taxa média é a média
ponderada das taxas.
c .i + c .i + ... + c n .i n
i= 1 1 2 2
cT

Exemplo:

1. Um investidor resolveu diversificar seu capital de R$ 100.000,00 aplicando


partes dele em diversos bancos, obtendo taxas diferentes para cada
aplicação, de acordo com a tabela abaixo:

Capital Taxa
R$ 50.000,00 2% ao mês
1
R$ 10.000,00 3% ao mês
R$ 20.000,00 1,5% ao mês
R$ 20.000,00 2% ao mês
Calcule a taxa média de suas aplicações.
Prazo Médio

Entende-se por prazo médio o tempo (prazo) que aplicado ao capital total,
ofereça a mesma rentabilidade das aplicações efetuadas em cotas.
c .n + c .n + ... + c m .n m
n= 1 1 2 2
cT
Exemplo:

1. Considerando uma taxa de 0,2% ao dia para os diferentes prazos de


aplicação dos capitais fornecidos pela tabela abaixo, calcule o prazo médio
das aplicações desses capitais.

Capital Prazo
R$ 10.000,00 20 dias
R$ 8.000,00 30 dias
R$ 27.000,00 40 dias

EXERCÍCIOS

1. Calcular a taxa média obtida nas seguintes aplicações, que foram


efetuadas pelo mesmo prazo.
Capital Taxa
R$ 10.000,00 2,5% ao mês
R$ 8.000,00 3% ao mês
R$ 27.000,00 1% ao mês
R: 1,6889% ao mês

2. Um capital de R$ 70.000,00 foi dividido em duas aplicações. A primeira, no


valor de R$ 50.000,00, recebeu taxa de 4% ao mês. Calcular qual deverá
ser a taxa atribuída à segunda aplicação para que a taxa média seja de
3% ao mês.
R: 0,5% ao mês
1
3. Uma nota promissória de R$ 50.000,00 vence em 30 dias e outra de
R$ 75.000,00 vence em prazo desconhecido. Sabendo-se que o prazo
médio delas é de 32 dias, qual é o prazo da segunda promissória?
R: 33 dias

4. Um capital de R$ 213.800,00 foi dividido em duas aplicações. A primeira


recebeu taxa de 3,5% ao mês e a segunda 5% ao mês. Calcular o valor de
cada parcela, sabendo-se que a taxa média resultou em 4% ao mês.
R: R$ 71.266,67 e R$ 142.533,33

Desconto Simples

A idéia de desconto está associada com o abatimento dado a um valor


monetário em determinadas condições. Assim, por exemplo, quando uma compra
é feita em grande quantidade é comum o vendedor conceder algum desconto no
preço por unidade. No comércio é bastante comum também o vendedor conceder
um prazo para o pagamento; caso o comprador queira pagar à vista geralmente é
proporcionado um desconto sobre o preço oferecido. Nestas situações, o desconto
costuma ser expresso por um percentual aplicado sobre o preço.
Uma outra situação envolvendo o conceito de desconto ocorre quando uma
empresa vende um produto a prazo; neste caso, o vendedor emite uma duplicata
que lhe dará o direito de receber do comprador, na data futura, o valor combinado.
A duplicata é, portanto, um título emitido por uma pessoa jurídica contra o cliente
para o qual ela vendeu mercadorias à prazo ou prestou serviços para serem
pagos no futuro, segundo um contrato. A emissão da duplicata só é legal se for
feita tendo por base a nota fiscal proveniente do serviço prestado.
Chamamos de desconto de um título ao abatimento que se dá sobre o
seu valor pela antecipação do seu pagamento.
Pela sistemática de capitalização simples, os valores do desconto são
obtidos por meio de cálculos lineares. O desconto é estudado sob duas
modalidades: desconto comercial simples e desconto racional simples.

Desconto comercial, bancário ou “por fora”

É aquele em que a taxa de desconto incide sempre sobre o valor nominal


do título. É utilizado no Brasil de maneira ampla e generalizada, principalmente,
nas chamadas operações de “desconto de duplicatas”. O desconto comercial é
obtido multiplicando-se o valor de resgate (nominal) do título pela taxa de
desconto e pelo prazo a decorrer até o seu vencimento, ou seja:
1

d= N .i .n onde: d = desconto comercial, bancário, “por fora”


N = valor nominal do título
i = taxa de desconto
n = prazo

Para se obter o valor presente (valor do título após o desconto), também


chamado de valor atual, basta subtrair o valor do desconto do valor nominal do
título.
A = N − N .i.n
A= N− d e ainda
A = N (1 − i.n)

Exemplos:
1. Um título de valor nominal R$ 24.000,00 sofre um desconto bancário à taxa
de 30% ao ano, 60 dias antes do seu vencimento. Qual o valor do desconto
e qual o seu valor atual?

2. Um título de R$ 100,00 será descontado a 1% ao mês, 120 meses antes do


vencimento. Qual o valor do desconto?

OBS.: O desconto comercial é utilizado para operações de curto prazo, para


prazos longos, seu cálculo se torna impraticável, pois o valor do desconto se torna
tão elevado que pode, inclusive, ultrapassar o próprio valor nominal do título.

Desconto racional ou “por dentro”

É aquele em que a taxa de desconto incide sobre o valor atual do título ou


valor líquido.
1
d'= A.i . n A = N − d'
n.i.n
A= N−
d ' = ( N − d ' ).i.n 1 + i.n
d ' = N .i.n − d '.i.n N + N .i.n − N .i.n
A=
d '+ d '.i.n = N .i.n 1 + i.n
N .i.n N
d'= A=
1 + i.n 1 + i.n

Exemplo:
1. Calcular o valor do desconto por dentro de um título de R$ 2.000,00 com
vencimento para 90 dias, à taxa de 2,5% ao mês.

EXERCÍCIOS

1. Qual o valor do desconto por fora de um título de R$ 2.000,00, com


vencimento para 90 dias, à taxa de 2,5% ao mês?
R: R$ 150,00

2. Qual o valor a ser pago hoje por um título de R$ 50.000,00 cujo vencimento
ocorrerá daqui a 3 meses, supondo que a taxa de desconto bancário seja
de 5,5% ao mês?
R: R$ 41.750,00

3. Calcular a taxa mensal de desconto por dentro utilizada numa operação de


120 dias, cujo valor de resgate do título é de R$ 1.000,00 e cujo valor atual
é de R$ 880,00.
R: 3,4% ao mês

4. Sabendo-se que o desconto de um título no valor de R$ 6.800,00 resultou


em um crédito de R$ 6.000,00 na conta do cliente, e que a taxa cobrada
pelo banco é de 3,2% ao mês, calcular o prazo do título, com desconto por
dentro.
R: 4 meses e 5 dias
1
5. Uma nota promissória de valor nominal de R$ 24.000,00 sofre um desconto
por fora à taxa de 30% ao ano, 30 dias antes do vencimento. Qual o valor
do desconto e qual o seu valor atual?
R: R$ 600,00 e R$ 23.400,00

6. Uma duplicata de valor nominal de R$ 39.600,00 é negociada à taxa de


30% ao ano, 120 dias antes do vencimento. A quanto importou o desconto
que foi racional? Qual o seu valor atual?
R: R$ 3.600,00 e R$ 36.000,00

7. Qual o desconto bancário, a 5% ao mês, sobre um título de R$ 750,00 pago


2 meses e 10 dias antes do vencimento?
R: R$ 87,50

8. Um título no valor de R$ 1.200,00 pago 5 meses antes do vencimento, ficou


reduzido a R$ 900,00. Qual foi a taxa mensal considerando o desconto
bancário e o desconto racional?
R: 5% ao mês e 6,6667% ao mês

9. Determine o valor atual produzido por uma letra que, descontada por
dentro, 60 dias antes do seu vencimento, à taxa de 9% ao mês, produziu
R$ 140,00 de desconto.
R: R$ 777,78

10. Calcular o desconto por dentro de um título com vencimento daqui a


8 anos, no valor nominal de R$ 1.000,00, se descontado hoje à taxa anual
de 20%. Repita o cálculo verificando o desconto por fora e analise as
respostas encontradas.
R: R$ 615,38 e R$ 1.600,00

Equivalência de Capitais Diferidos

Dois ou mais capitais são diferidos quando são exigíveis em datas


diferentes. Dessa forma, títulos de créditos que têm vencimentos distintos são
capitais diferidos. Dois ou mais capitais diferidos são equivalentes em certa época
se, nessa época, seus valores atuais forem iguais.
Por exemplo: um título de valor nominal R$ 100,00 tem vencimento para 3
meses e outro título de valor nominal R$ 109,31 tem vencimento para 7 meses.
Atualizando os valores desses títulos à taxa de 2% ao mês, temos:
1

T1

0 1 2 3 4 5 6 7

T2

AT1 = 100(1 − 0,02.3) = 94


AT = N (1 − i.n)
AT2 = 109,31(1 − 0,02.7) = 94
∴ AT1 = AT2
Como os valores atuais dos títulos são iguais, pode-se afirmar que o capital
R$ 100,00 para 3 meses é equivalente ao capital R$ 109,31 para 7 meses, à taxa
de 2% ao mês.

O problema de equivalência de capitais diferidos aplica-se quando há


substituição de um título (ou mais) por outro (ou outros) com vencimento diferente.
Consideremos, por exemplo, N o valor nominal de um título para n meses e
N’ o valor nominal de outro título, equivalente ao primeiro, com vencimento para n’
meses; os valores atuais (An e A’n’) dos títulos são iguais, portanto:

An = N (1 − i.n) A' n ' = N ' (1 − i.n' )

N (1 − i.n) = N ' (1 − i.n' )

N (1 − i.n)
N'=
1 − i.n'

Exemplo:
1. Um título de valor nominal equivalente a R$ 1000,00, vencível em 3 meses,
vai ser substituído por outro, com vencimento para 5 meses. Admitindo-se
que esses títulos podem ser descontados à taxa de 1% ao mês, qual o
valor nominal do novo título?

EXERCÍCIOS
1
1. Um título de valor nominal R$ 200,00 para 45 dias vai ser substituído por
outro para 65 dias. Considerando-se uma taxa de 20% ao ano, qual o valor
nominal do novo título?
R: R$ 202,31

2. Um título de valor nominal R$ 400,00, pagável em 40 dias, vai ser


substituído por outro com vencimento para 100 dias. Admitindo-se que o
credor possa resgatar o título à taxa de 24% ao ano, determinar o valor
nominal do novo título.
R: R$ 417,14
3. Um título de valor nominal equivalente a R$ 144,00, vencível em 50 dias, foi
substituído por outro de valor nominal R$ 151,00. Calcular o prazo do novo
título, sabendo-se que a taxa empregada nessa transação foi de 2% ao
mês.
R: 3 meses e 27 dias

4. Uma empresa deve pagar dois títulos: um de R$ 720,00 para 2 meses e


outro de R$ 960,00 para 3 meses. Entretanto, não podendo resgatá-los no
vencimento, propõe ao credor substituí-los por um único título para
4 meses. Calcular o valor nominal do novo título empregando a taxa de
1,2% ao mês.
R: R$ 1.710,25

5. Um título de valor nominal equivalente a R$ 70,40 com vencimento para


5 meses, substituiu outro de valor nominal equivalente a R$ 66,00, vencível
em 2 meses. Qual a taxa dessa transação?
R: 2% ao mês

6. Dois títulos de R$ 100,00 exigíveis em 3 e 4 meses respectivamente, serão


substituídos por dois novos títulos, de mesmo valor nominal, para 5 e
6 meses, respectivamente. Sendo de 9% ao ano, a taxa do desconto,
calcular o valor nominal dos novos títulos.
R: R$ 101,56

7. Uma empresa devedora de dois títulos de R$ 3.000,00, vencíveis em 3 e


4 meses, deseja resgatar a dívida com um único pagamento no fim de
5 meses. Calcular o valor desse pagamento empregando a taxa de 1,5% ao
mês.
R: R$ 6.145,95
1

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

1. Um empresário tem uma conta de cheque especial num banco que permite
saques a descoberto e que cobra 1,5% ao mês sobre o saldo devedor, a
juros simples, pelos dias que a conta ficar descoberta. Determinar o
montante de juros cobrado no mês de abril assumindo que a conta tem
saldo zero no final de março e que em abril são emitidos os seguintes
cheques:
Data Valor do cheque
1º de abril R$ 2.000,00
11 de abril R$ 1.000,00
21 de abril R$ 1.000,00
R: R$ 45,00
2. Um investidor deposita uma determinada importância numa instituição
financeira. No final de quatro meses, ao encerrar sua conta, verifica que o
montante acumulado até aquela data totaliza R$ 10.480,00. Esse mesmo
valor é então depositado em outra instituição financeira, por um prazo de
cinco meses. No final desse período o montante acumulado na segunda
instituição é igual a R$ 11.108,80. Sabendo-se que as duas instituições
operam com juros simples e remuneram seus depósitos com a mesma
taxa, determinar:
a) a taxa mensal de juros simples das duas instituições
b) b) o valor do depósito inicial na primeira instituição.
R: a) 1,2% ao mês; b) R$ 10.000,00
3. Uma empresa obtém num banco comercial um empréstimo de
R$ 10.000,00 com uma taxa de 1,2% ao mês (desconto “por dentro”), juros
simples, que pode ser liquidado no final de cada mês. Decorridos três
meses, essa empresa resolve liquidar esse empréstimo com recursos
obtidos, no mesmo banco, através de um novo empréstimo, com uma taxa
de 1% ao mês, também a juros simples. Decorridos alguns meses a
empresa decide liquidar o segundo empréstimo e verifica que o total de
juros acumulados nos dois empréstimos é de R$ 981,60. Determinar:
a) o valor do segundo empréstimo suficiente para liquidar o primeiro
1
b) o valor do pagamento final para liquidar o segundo empréstimo
c) o prazo do segundo empréstimo
d) a taxa média mensal, a juros simples, paga pela empresa,
considerando os dois empréstimos em conjunto.
R: a) R$ 10.360,00; b) R$ 10.981,60; c) 6 meses; d) 1,065% ao mês

4. Uma aplicação financeira tem prazo de 5 meses, rende juros simples à taxa
de 22% ao ano e paga imposto de renda igual a 20% do juro; o imposto é
pago no resgate.
a) qual o montante líquido de uma aplicação de R$ 8.000,00?
(Montante líquido é igual ao montante menos o imposto de renda.)
b) qual o capital que deve ser aplicado para dar um montante líquido de
R$ 9.500,00?
R: a) R$ 8.586,66; b) R$ 8.850,93
5. Uma dívida de R$ 50.000,00 vence daqui a 8 meses. Considerando uma
taxa de juros simples de 2% ao mês, calcule seu valor atual, com desconto
racional:
a) hoje
b) 3 meses antes do vencimento
c) daqui a 2 meses.
R: a) R$ 43.103,45; b) R$ 47.169,81; c) R$ 44.642,86
6. João fez uma aplicação de R$ 50.000,00 a juros simples e à taxa de 2,5%
ao mês pelo prazo de 9 meses. No entanto, dois meses antes do
vencimento, necessitando de dinheiro, vendeu o título a Pedro. Determine o
valor de venda (valor atual dois meses antes do vencimento), sabendo-se
que, nesta data, a taxa de juros simples para este título era de 2,8% ao
mês, utilize desconto racional.
R: R$ 58.001,89
7. Uma empresa descontou uma duplicata de R$ 12.000,00 45 dias antes do
vencimento. Sabendo-se que ela recebeu um valor líquido de R$ 11.720,00,
calcule a taxa mensal de desconto comercial da operação.
R: 1,56% ao mês
8. Dois títulos, um para 50 dias e outro para 90 dias, foram descontados a
uma taxa de desconto comercial de 6% ao mês. Sendo de R$ 900.000,00 a
soma de seus valores nominais e de R$ 128.400,00 a soma dos descontos,
determine o valor nominal de cada título.
R: R$ 420.000,00 e R$ 480.000,00
9. Certo capital foi aplicado a juros simples de 30% ao ano durante 50 dias.
Calcular o capital e o rendimento obtido, sabendo-se que, se a diferença
entre ambos, acrescida de R$ 10.000,00, fosse aplicada à mesma taxa,
renderia R$ 95.000,00 no prazo de um ano.
R: R$ 320.000,00 e R$ 13.331,20
2
10. Uma duplicata com vencimento em 15 de dezembro é descontada por
R$ 2.000,00 em 1 de setembro do mesmo ano a uma taxa simples de
6% ao mês. Nas modalidades de desconto comercial e racional simples,
calcular o valor de resgate (valor nominal) do título e a taxa de desconto.
R: R$ 2.531,64 e R$ 2.420,00
11. Calcule a taxa média das seguintes letras de câmbio:
- valor nominal de R$ 400,00, com vencimento em 50 dias e à taxa de
6% ao mês;
- valor nominal de R$ 200,00, com vencimento em 30 dias e à taxa de
3% ao mês;
- valor nominal de R$ 300,00, com vencimento em 45 dias e á taxa de
5% ao mês.
R: 5,2% ao mês
12. Tenho três títulos a resgatar: um de R$ 6.000,00, com prazo de vencimento
de 3 meses à taxa de 10% ao mês; um outro de R$ 5.000,00, com prazo de
4 meses à taxa de 15% ao mês e um último de R$ 8.000,00, com prazo de
3 meses a 12% ao mês. Qual será a taxa média para os descontos?
R: 12,39% ao mês
13. Dois títulos de R$ 1.000,00, vencíveis, respectivamente, em 4 e 6 meses,
serão resgatados em único pagamento, a ser efetuado no fim de 2 meses.
Calcular o valor desse pagamento, sabendo-se que a taxa do desconto
comercial dessa transação é de 1% ao mês.
R: R$ 1.938,77
14. Uma nota promissória de R$ 3.000,00 vence no fim de 3 meses e 15 dias e
outra, de R$ 4.000,00, em 5 meses. Calcular o valor do título único para
8 meses, que substitui os dois primeiros à taxa do desconto comercial de
1,8% ao mês.
R: R$ 7.536,21
15. Três títulos de R$ 120,00 vencíveis em 30, 60 e 90 dias, respectivamente,
serão substituídos por dois títulos de R$ 190,00 para 120 e 150 dias.
Calcular a taxa empregada nessa transação.
R: 2,02% ao mês
16. A terça parte de um capital foi colocada a 18% ao ano e o restante a
15% ao ano. No fim de 2 anos os juros somaram R$ 300,00. Qual foi o
capital aplicado?
R: R$ 937,50
17. Um título sofre os descontos sucessivos de 5; 3 e 2%. Calcular a taxa única
equivalente a esses descontos.
R: 9,693%
18. Durante quanto tempo um capital produz juros iguais a ¾ de seu valor, à
taxa de 2% ao mês?
R: 3 anos, 1 mês e 15 dias
2
19. A diferença entre os descontos comercial e racional de um título, resgatado
6 meses antes do vencimento à taxa de 10% ao ano, é de R$ 105,00.
Calcular o desconto comercial e racional.
R: R$ 2.205,00 e R$ 2.100,00
20. Os descontos comercial e racional de um título, a 20% ao ano, são
respectivamente, de R$ 660,00 e de R$ 600,00. Calcular o valor nominal do
título e o tempo que falta para seu vencimento.
R: R$ 6.600,00 e 6 meses

CAPÍTULO II

JUROS COMPOSTOS

Este capítulo tem por objetivo mostrar o problema da capitalização


composta, isto é, aquele voltado para o crescimento do dinheiro ao longo do
tempo, no regime de juros compostos.
Em seguida é estudado o problema inverso, ou seja, o da diminuição das
grandezas futuras ao serem trazidas para o presente, mediante as operações de
desconto composto.

Cálculo dos Juros Compostos

Ao contrário do que acontece no regime de juros simples, no regime de


juros compostos a base sobre a qual a taxa de juro composto incide é variável. No
regime de juros compostos a taxa de juros incide sempre sobre o capital
atualizado, isto é, sobre o capital original mais os juros acumulados até o período
imediatamente anterior.
Considerando um capital C aplicado a uma taxa de juros i por n períodos,
o desenvolvimento de uma fórmula que relaciona um valor monetário de hoje C
com um valor futuro M n é a seguinte:

Tempo (n) Juro Montante


1 i .C M1 = C + iC → M 1 = C (1 + i )1
2 i . M1 M2 = M 1 + iM 1 → M 2 = M 1 (1 + i )
M2 = C (1 + i )(1 + i ) → M 2 = C (1 + i ) 2
3 i . M2 M3 = M 2 + iM 2 → M 3 = M 2 (1 + i )
M3 = C (1 + i ) 2 (1 + i ) → M 3 = C (1 + i )3
... ... ...
2
n i . M n− 1 M n = C (1 + i ) n

Logo, o montante, no regime de juros compostos é calculado pela


expressão: M

onde C é o capital aplicado


=
C (1 +
i)n

i é a taxa de juros
n é o prazo de aplicação

O gráfico a seguir ilustra o comportamento do crescimento do capital no


regime de juros compostos.

Juro Composto

400

300
montante
200

100

1 2 3 4

período

Todas as demais fórmulas de juros compostos são deduzidas a partir da


expressão genérica M = C (1 + i ) n .

 Para o cálculo do capital M = C (1 + i ) n


M
C=
(1 + i)n

 Para o cálculo do período M = C (1 + i ) n


M
= (1 + i ) n
C
M
log = n log(1 + i )
C
M
log
n= C
log(1 + i)
2

 Para o cálculo da taxa M = C (1 + i ) n


M
= (1 + i ) n
C
M
n = 1+ i
C
M
i= n −1
C

A Calculadora HP-12C

A HP-12C é uma calculadora de tecnologia norte-americana, por isso, suas


teclas têm letras que sintetizam, em inglês, as funções que representam.
No mundo das finanças a HP-12C é possivelmente a mais popular das
calculadoras financeiras, ela foi projetada para fazer muitos tipos de cálculos, por
isso, ela possui até três funções por teclas, simbolizadas por caracteres impressos
em cores diferentes: brancas, amarelas e azuis. Para utilizar as funções brancas
basta pressionar a tecla diretamente e para acionar as teclas azuis e amarelas
pressiona-se primeiramente a tecla (f) e (g) respectivamente. Quando as teclas f e
g são acionadas o visor da calculadora mostra as letras f e g.
Para os cálculos financeiros utilizamos 5 teclas (i, n, PV, PMT e FV),
localizadas na parte superior da HP-12C, que obedecem às seguintes definições:

n
Número de períodos de capitalização de juros, expresso em anos, semestres,
trimestres, meses ou dias. Os valores de n podem ser números inteiros ou
fracionários.
i Taxa de juros por período de capitalização, expresso em porcentagem.

PV Valor Presente (Presente Value), valor do capital inicial aplicado.

PMT Valor de cada prestação da série uniforme (Periodic Pay MenT) que ocorre no
fim ou no início de cada período.

FV Valor Futuro (Future Value), ou valor do montante acumulado no fim de n


períodos de capitalização, com a taxa de juros i por período.

Devemos observar que:

 Os valores monetários (PV, FV, PMT) devem ser registrados na


calculadora sempre de acordo com a convenção de sinal, isto é, as
entradas de caixa (recebimentos) devem ter o sinal positivo (+), e as
saídas de caixa (pagamentos) devem ter sinal negativo ( - ).
2

 A unidade referencial de temo da taxa de juros i deve coincidir com a


unidade referencial de tempo do período n.

 Antes da entrada de dados financeiros devemos apagar os registros


financeiros utilizando as teclas (f) (fin).

Exemplos:

1. Calcular o montante de um capital de R$ 10.000,00 aplicado a juros


compostos de 2% ao mês, durante 3 meses.

2. Qual a quantia que, colocada em um banco, a juros compostos de 2% ao


mês, durante 5 meses, eleva-se a R$ 40.000,00?

3. Durante quanto tempo deve-se aplicar R$ 5.000,00 à taxa de 7% ao mês,


para produzir o montante de R$ 11.260,96?

4. Um capital de R$ 7.500,00, aplicado durante 5 meses, produziu um


montante de R$ 9.500,00. Qual foi a taxa mensal aplicada?

Cálculo de montantes com prazo fracionado

No cálculo financeiro a juros compostos, muitas vezes o prazo da aplicação


não corresponde a um número inteiro de períodos a que se refere a taxa de juros,
mas a um número fracionário. Nesse caso, admitem-se duas alternativas de
cálculo: cálculo pela convenção linear e cálculo pela convenção exponencial.
2

 Cálculo pela Convenção Linear


Os juros compostos são usados para o número inteiro de períodos e os
juros simples para a parte fracionária do tempo.
O montante, nesse caso, será dado por:

onde t = parte inteira do tempo
P
M = C (1 + i )t 1 + i. 
 k 

P
= parte fracionária do tempo
k

 Cálculo pela Convenção Exponencial


Os juros compostos são usados tanto para o número inteiro de períodos
quanto para a parte fracionária do tempo.
Por esta convenção, o montante é calculado por:
P
t+
M = C (1 +i ) k

Na calculadora HP-12C, para cálculos pela convenção exponencial, as


teclas (STO) (EEX) devem ser pressionadas (a letra c aparece no visor); caso
contrário, a máquina fará os cálculos pela convenção linear. Para apagá-la do
visor, basta pressionar novamente as teclas (STO) (EEX).

Exemplo:
1. Sendo um capital no valor de R$ 10.000,00 que é aplicado a uma taxa de juros
compostos de 8% ao ano durante um período de 3 anos e 5 meses, calcule o
montante usando a convenção linear e a convenção exponencial.

CONVENÇÃO LINEAR:

CONVENÇÃO EXPONENCIAL:
2

EXERCÍCIOS

1. Calcular o montante para um capital inicial de R$ 10.000,00 a juros


compostos de 4% ao mês, durante 8 meses e 12 dias. (Use a convenção
exponencial).
R: R$ 13.902,09

2. Em 1995, na porta de um banco encontrava-se um cartaz onde se lia


“Aplique hoje R$ 1778,80 e receba R$ 3.000,00 daqui a 6 meses”. Qual era
a taxa mensal de juros que o banco estava aplicando o dinheiro investido?
R: 9,10% ao mês
3. Qual o tempo necessário para que um certo capital, colocado a juros
compostos de 5% ao mês, produza juros de 80% do seu valor?
R: 13 meses
4. Calcular o montante de R$ 10.000,00 a juros compostos de 12% ao ano,
durante 30 meses, com capitalização mensal.
R: R$ 13.478,49
5. Qual a taxa mensal de inflação num país onde os preços duplicam de valor
em 3 meses?
R: 26% ao mês
6. Qual o montante de uma aplicação de R$ 2.000,00 em 1 ano e meio, à taxa
de 12,5% ao ano, capitalizado trimestralmente?
R: R$ 2.405,55
7. O capital de R$ 120,00 foi colocado a juros de 20% ao ano, capitalizado
semestralmente. Qual o montante no fim de 2 anos e 6 meses?
R: R$ 193,26
8. Durante quanto tempo se deve aplicar R$ 5.000,00 à taxa de 7% ao mês,.
Para produzir o montante de R$ 12.000,00?
R: 13 meses
9. Um capital de R$ 7.500,00, aplicado durante 5 meses, produziu um
montante de R$ 9.500,00. Qual foi a taxa mensal aplicada?
R: 4,84% ao mês
10. Usando a convenção linear e a convenção exponencial calcule o montante
das aplicações abaixo:
a) Capital de R$ 12.000,00, aplicado a uma taxa de 15% ao ano,
durante 5 anos e 10 meses.
b) Capital de R$ 13.176,15, aplicado a uma taxa de 4% ao bimestre,
durante 1 ano e 1 mês.
R: a) R$ 27.153,32 e R$ 27.117,65; b) R$ 17.005,47 e R$ 17.002,20
2

Desconto Composto

O Desconto Composto é constituído pela soma de descontos simples, que


devem ser calculados isoladamente em cada um dos períodos que faltam para o
vencimento do título.
Neste desconto, assim como no desconto simples, também apresenta duas
modalidades: o desconto composto real e o desconto composto bancário. O
desconto composto real equivale à soma de descontos racionais, enquanto o
desconto composto bancário corresponde à soma de descontos comerciais.
Entretanto, na prática, somente o desconto composto real é utilizado e será
estudado a seguir.

Cálculo do desconto composto real

Como já foi mencionado, o desconto composto equivale à soma de


descontos simples; e, considerando um período de 4 anos, por exemplo, o
desconto composto deveria ser encontrado calculando d '1 , d '2 , d '3 , d '4 ,
respectivamente e então somando os valores encontrados em cada desconto,
conforme a figura seguinte.

A4 A3 A2 A1 N
d '1 + d '2 + d '3 + d '4 = d 'C
0 1 2 3 4 anos
Nin
onde d ' =
1 + in
d '4 d '3 d '2 d '1

Obviamente, seria muito trabalhoso resolver um problema de desconto


composto real dessa forma. Por esse motivo vamos deduzir uma fórmula para o
cálculo do valor atual (A) de um título de valor nominal (N), com vencimento para
(n) períodos, a uma taxa (i).
2
Ni
d '1 =
1+ i
A1 = N − d '1
Ni N (1 + i ) − Ni N
A1 = N − = =
1+ i 1+ i 1+ i
A1i
d '2 =
1+ i
N
i
N A1i N 1 + i N
A2 = A1 − d '2 = − = − =
1+ i 1+ i 1+ i 1+ i (1 + i ) 2
Ai
d '3 = 2
1+ i
N
i
N A2i N (1 + i ) 2 N
A3 = A2 − d '3 = − = − =
(1 + i ) 1 + i (1 + i )
2 2
1+ i (1 + i )3

Portanto, para n períodos, temos:

N
An = ou simplesmente A=
N
(1 + i )n

(1 + i ) n

As demais fórmulas são deduzidas a partir dessa.

N
 Para o cálculo do valor nominal A=
(1 + i ) n
N =A( i )n
1+

N
 Para o cálculo do prazo de antecipação A=
(1 + i ) n
A(1 + i ) n = N
N
(1 + i ) n =
A
N
log(1 + i ) n = log
A
N
n log(1 + i ) n = log
A

N
log
n= A
log(1 + i)
2
N
 Para o cálculo da taxa A=
(1 + i ) n
A(1 + i ) n = N
N
(1 + i ) n =
A
N
1+ i = n
A

N
i= n −1
A

Exemplo:

Qual é o valor atual de R$ 1.200,00, a 3% ao mês, paga 4 meses antes do


vencimento?

EXERCÍCIOS

1. De quanto tempo foi antecipado o pagamento de um título de


R$ 154.000,00 se a 9% ao ano, o seu valor sofreu uma redução de
R$ 28.500,00?
R: 3 anos
2. A que taxa foi descontada uma dívida de R$ 50.000,00 que sendo paga 5
anos antes do vencimento se reduziu a R$ 37.362,96?
R: 6% ao ano
3. Assumi uma dívida que, a juros compostos equivale a R$ 20.000,00.
Pagando-a, porém , 2 anos antes do vencimento, obtive um desconto de
6% ao ano. Quanto desembolsei?
R: R$ 17.779,93
4. Uma dívida de R$ 60.000,00 foi descontada 3 anos antes do vencimento, a
5% ao ano. Em quanto importou o desconto?
R: R$ 8.169,74
5. Qual é o valor atual de R$ 20.000,00, exigível daqui a 10 anos,
descontados a 10% ao ano?
R: R$ 7.710,87
6. Calcular o valor atual, a 5% ao ano, de R$ 1234,10 pagos 4 anos, 3 meses
e 20 dias antes do vencimento. (Use convenção exponencial).
R: R$ 1.000,27
3
7. Um título de R$ 50.000,00 pago 6 anos antes do vencimento, sofreu um
desconto de 5,4% ao ano. Calcular o desconto.
R: R$ 13.530,79
8. De quanto tempo foi antecipado o pagamento de R$ 37.038,90 sabendo
que, descontado a 4,5% ao ano, o seu valor se reduziu a R$ 20.000,00?
R: 14 anos
9. A que taxa se descontou um título de R$ 25.600,00 que pago, 3 anos,
4 meses e 5 dias antes do vencimento, se reduziu a R$ 19.800,00?
R: 7,98% ao ano
10. À taxa de 8% ao ano, calcular o valor atual de R$ 20.000,00, pago 4 anos
antes do vencimento.
R: R$ 14.700,60

Equivalência de Capitais Diferidos

Ao estudar juros e descontos simples, viu-se que dois ou mais capitais,


realizáveis em datas distintas, são equivalentes se, na época, seus valores atuais
forem iguais. Entretanto pelo sistema de capitalização composta usual (juros
compostos e desconto composto real), a equivalência dos capitais diferidos pode
ser feita na data zero (valor atual) ou em qualquer outra data, pois se dois capitais
forem equivalentes em uma certa época, eles o serão em qualquer outra.
A Au 5
N
A= = N (1 + i ) − n
(1 + i ) n

0 1 2 3 4 5 6 7
M = C (1 + i ) n
Mv 4 M

Para levar o capital A da época 1 para a época 6, basta que o


multipliquemos por (1 + i )5 = u 5 , pois capitalizamos o valor A por 5 períodos. Se
quisermos voltar o capital M da época 7 para a época 3, teremos de multiplicá-lo
1
por = v 4 pois estamos descapitalizando o valor M por 4 períodos.
(1 + i ) 4

Exemplo:

1. Uma pessoa, devedora de um título de valor nominal R$ 1.000,00 para 3


anos, deseja resgatar essa dívida com dois pagamentos anuais iguais: um
no fim de um ano e outro no fim de dois anos. Estabelecendo a taxa de
18% ao ano com capitalizações semestrais para o desconto, calcular o
valor desses pagamentos.
3

OBS.: Quando um devedor salda uma dívida antes do prazo combinado, está
diminuindo o risco que corre o seu credor. Assim, é justo que o devedor pleiteie
uma compensação além daquela que ele tem por não pagar os juros relativos ao
período antecipado. Analogamente, quando o prazo é aumentado, aumenta
também o risco do credor e aí também é justo que este tenha uma compensação,
além daquela relativa aos juros do período acrescido.
Em ambos os casos, a compensação está na majoração da taxa. Se o
devedor vai pagar antecipadamente, pagará com desconto. Quanto maior a taxa,
maior o desconto. Quanto maior o desconto, menor a quantia a ser paga.
Analogamente, quando o prazo for aumentado e a taxa também, o credor
receberá mais juros do que receberia se a taxa fosse mantida.

2. Um advogado fez um empréstimo de R$ 100.000,00 e obrigou-se a pagá-lo


depois de 10 meses, juntamente com seus juros compostos à taxa de
5% ao mês. Quatro meses depois de realizado o empréstimo, o advogado
quer modificar a forma de pagamento, propondo pagar R$ 50.000,00
imediatamente e o restante com uma única prestação a ser efetuada 4
meses mais tarde. Calcular o valor dessa prestação sabendo que a nova
forma de pagamento foi realizada a 6% ao mês.
3
EXERCÍCIOS

1. Uma empresa contraiu uma dívida de R$ 500.000,00 com um particular que


cobra juros bimestrais de 8%. Decorridos 2 bimestres, a empresa
paga R$ 200.000,00 e combina liquidar o saldo restante no final de mais 4
bimestres. Qual o valor do pagamento final?
R: R$ 521.339,37
2 Uma firma empreiteira fez um empréstimo, e ficou de pagá-lo em duas vezes
de R$ 25.000,00 dentro de 4 e 6 meses, a juros de 5% ao mês, passando-se 3
meses a empresa resolve pagar todo o empréstimo, tendo a mesma taxa de
desconto. Quanto ela pagará pela dívida?
R: R$ 45.405,46
3. Uma indústria fez um empréstimo e ficou de pagar depois de 5
quadrimestres o montante de R$ 1.000.000,00, tendo os juros sidos
contados a 12% ao quadrimestre. Decorrido um quadrimestre, a indústria
quer liquidar a dívida com dois pagamentos iguais, efetuando o primeiro
imediatamente e o segundo depois de 2 quadrimestres. Qual o valor de
cada pagamento?
R: R$ 353.616,87
4. Uma firma empreiteira fez um empréstimo de R$ 200.000,00 e ficou de
pagá-lo em duas vezes, dentro de 4 e 6 bimestres, respectivamente, a juros
de 10% ao bimestre. Sabendo-se que as prestações são iguais, qual o valor
de cada uma delas?
R: R$ 160.322,26
5. Uma construtora fez um empréstimo de R$ 800.000,00 e combinou pagá-lo
depois de 5 bimestres, juntamente com seus juros à taxa de 8% ao
bimestre. Quatro bimestres após o contrato, a construtora quer saldar a
dívida com três prestações iguais e consecutivas, vencendo a primeira
imediatamente. Sabendo-se que a nova forma de pagamento foi feita na
base de 10% ao bimestre, qual o valor de cada uma das novas prestações?
R: R$ 390.637,07
6. Uma firma contraiu um empréstimo para pagar do seguinte modo: 1º
pagamento depois de um mês no valor de R$ 50.000,00 e o 2º pagamento
depois de dois meses no valor de R$ 100.000,00. Esses pagamentos
abrangiam capital mais juros calculados a 7% ao mês. Se a firma modificar
a forma de pagamento, saldando o débito com uma única prestação 4
meses após a data do contrato primitivo, qual o valor dessa única
prestação, sabendo-se que a nova forma de pagamento foi realizada a 8%
ao mês?
R: R$ 179.625,60
7. Foram feitas as seguintes dívidas: R$ 20.000,00 para pagar em cinco
meses com juros a serem capitalizados a 7% ao mês; R$ 30.000,00 para
pagar em sete meses com os juros a serem capitalizados a 8% ao mês. Se
3
o débito total fosse pago por duas prestações iguais, efetuando-as
respectivamente, três meses e seis meses após a época do contrato inicial,
qual seria o valor de cada uma dessas prestações, adotando-se a taxa de
9% ao mês?
R: R$ 33.875,50

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

1. Na capitalização composta:
a) o montante é constante.
b) o juro produzido por período é constante.
c) só o capital aplicado inicialmente rende juros, ao fim de cada período.
d) uma taxa mensal de 15% é equivalente a uma taxa bimestral de 30%.
e) o juro produzido ao fim de cada período renderá juro nos períodos
seguintes.
R: e
2. Se um capital cresce sucessiva e cumulativamente durante três anos, na
base de 10% ao ano, seu montante final é:
a) 30% superior ao capital inicial
b) 130% do valor do capital inicial
c) aproximadamente 150% do capital inicial
d) aproximadamente 133% do capital inicial
R: d
3. Uma pessoa aplica hoje R$ 4.000,00 e aplicará R$ 12.000,00 daqui a 3
meses num fundo que rende juros compostos à taxa de 2,6% ao mês. Qual
seu montante daqui a 6 meses?
R: R$ 17.626,54
4. Obtenha o montante das aplicações abaixo, considerando o regime de juros
compostos:
Capital Taxa Prazo
R$ 80.000,00 36% ao ano 2 anos
R$ 65.000,00 3% ao mês 1 ano
R$ 35.000,00 7% ao trimestre 1 ano e meio
R: R$ 147.968,00; R$ 92.674,46 e R$ 52.525,56
5. Durante quanto tempo um capital deve ser aplicado a juros compostos, à
taxa de 2,2% ao mês para que duplique?
R: 32 meses
6. Uma fábrica de tecidos fez um empréstimo para pagar em 4 prestações
iguais, mensais e consecutivas no valor de R$ 100.000,00 cada, vencendo
a primeira dois meses após o empréstimo. Estas prestações abrangem
3
capital mais juros calculados a 8% ao mês. Se, agora, a fábrica quiser
saldar a dívida com dois pagamentos iguais, efetuando o primeiro quatro
meses após o empréstimo e o segundo três meses após o primeiro, qual o
valor de cada um desses novos pagamentos, supondo-se para a segunda
transação a taxa de 10% ao mês?
R: R$ 256.383,30
7. Um investidor deseja fazer uma aplicação financeira a juros compostos de
1,5% ao mês, de forma a garantir uma retirada de R$ 10.000,00 no final do
6º mês e outra de R$ 20.000,00 no final do 12º mês, a contar da data da
aplicação. Determinar o menor valor que deve ser investido para permitir a
retirada desses valores nos meses indicados.
R: R$ 25.873,17
8. Um título de valor nominal de R$ 800,00, com vencimento para 3 anos, vai
ser substituído por dois títulos, de mesmo valor nominal, vencíveis em 2 e 5
anos respectivamente. Calcular o valor nominal destes títulos, sabendo-se
que os juros são de 12% ao semestre e o desconto de 10% ao semestre.
R: R$ 433,48
9. Uma empresa toma um empréstimo de R$ 5.000,00 por 3 anos, com juros
de 18% ao ano, capitalizado trimestralmente. Após algum tempo, o devedor
propõe saldar a dívida com 3 pagamentos anuais iguais, realizáveis no fim
do 2º, 3º e 4º anos, respectivamente. Calcular o valor desses pagamentos,
sabendo-se que a taxa de desconto empregada é de 16% ao ano, com
capitalizações semestrais.
R: R$ 2.821,80
10. Uma empresa toma um empréstimo de R$ 20.000,00 por 3 anos, com juros
de 18% ao ano capitalizado trimestralmente. Um ano após, a empresa
propõe pagar R$ 10.000,00 imediatamente e liquidar o saldo no fim de 4
anos a partir desta data. Calcular o valor desse pagamento, sabendo-se
que a taxa de desconto empregada é de 20% ao ano com capitalização
semestral.
R: R$ 27.431.31
11. Uma empresa deseja liquidar uma nota promissória de R$ 10.000,00
vencida há três meses, e ainda antecipar o pagamento de outra de
R$ 50.000,00 com cinco meses a decorrer até seu vencimento. Determinar
o valor do pagamento a ser feito de imediato pela empresa para liquidar
essas duas notas promissórias, levando em consideração uma taxa de
1,2% ao mês, juros compostos, e assumindo os meses com 30 dias.
R: R$ 57.469,39
12. Uma empresa contraiu um empréstimo a juros compostos de 1,2% ao mês,
para ser liquidado no prazo de um ano, com dois pagamentos semestrais
iguais de R$ 100.000,00. Esse empréstimo, entretanto, pode ser quitado
com um único pagamento no valor de R$ 197.755,02. Determinar no final
3
de que mês deve ser feito esse pagamento para que a taxa de 1,2% ao
mês seja mantida.
R: 8º mês
13. Uma pessoa depositou R$ 2.000,00 em uma poupança. Dois meses depois,
deposita mais R$ 2.500,00 e, dois meses depois desse último depósito,
realiza uma retirada de R$ 1.300,00. Qual será o saldo da poupança ao fim
do quinto mês, considerando que a taxa de juros compostos ganha é de
15% ao mês?
R: R$ 6.329,90
3
CAPÍTULO III

TAXAS DE JUROS

Uma vez definida a forma de capitalização, torna-se necessária uma


definição rigorosa do tipo de taxa de juros com que se quer trabalhar. Diferentes
operações financeiras usam diferentes tipos de taxas. Existem taxas para
descontos de duplicatas, taxas para cartões de crédito, taxas para financiamento
de curto prazo, taxas para financiamento de longo prazo, taxas mínimas de
retorno exigidas para diferentes tipos de investimentos, etc.
Tendo em vista que toda a Matemática Financeira tem como insumo básico
a taxa de juros, sua especificação rigorosa é fundamental para que se obtenham
os resultados desejados. Contudo, qualquer que seja o tipo de operação financeira
de interesse, a taxa de juros envolvida poderá ser especificada em uma das
seguintes formas: taxa nominal ou taxa efetiva.

Taxa Nominal

No regime de juros compostos, uma taxa é dita nominal quando o período


em que a taxa está sendo referenciada não coincide com o período em que sua
capitalização está sendo referenciada.

Exemplo: 24% ao ano, com capitalização mensal, é uma taxa nominal.

A taxa de juros nominal é a taxa mais comumente encontrada nas


operações financeiras. Contudo, apesar de sua proliferação nos contratos de
financiamento, ela aparentemente, pode conduzir a ilusões sobre o verdadeiro
custo da transação financeira. No exemplo acima, um leigo poderia, em princípio,
imaginar um custo efetivo de capital anual da ordem de 24%, o que seria incorreto,
pois 2% ao mês capitalizado durante 12 meses produziriam um resultado maior do
que 24% ao ano. Nesse caso , os cálculos financeiros devem ser feitos tendo
como base a taxa de 2% ao mês.

Exemplo numérico: Considerando um capital de R$ 100,00, aplicado a 20% ao


ano, pelo período de 1 ano, com capitalização semestral, vamos calcular o seu
montante pelo regime de capitalização composta.

R$ 100,00 R$ 110,00 R$ 121,00


10% 10% Os juros realmente pagos no ano
0 1 2 semestres são de 21%.
J = R$ 10,00 J = R$ 11,00 A taxa de 20% ao ano é nominal.
3

Taxa Efetiva

Uma taxa de juros é dita efetiva se o período em que ela estiver


referenciada for coincidente com o período de capitalização.

Exemplo: 5% ao mês, capitalizado mensalmente


10% ao trimestre, capitalizado trimestralmente

É comum no caso de taxas efetivas, não se especificar o período de


capitalização, ou seja, as taxas acima poderiam ser especificadas como uma taxa
efetiva de 5% ao mês ou uma taxa efetiva de 10% ao trimestre.
É importante notar que essa taxa apresenta, sem subterfúgios, o verdadeiro
custo da operação financeira realizada.

Operações com Taxas

Taxas Proporcionais

Duas taxas são ditas proporcionais quando se é indiferente quanto a efetuar


os cálculos financeiros num período qualquer, usando-se uma taxa r, ou num outro
período k vezes menor que o anterior, usando-se uma taxa r/k, e repetindo-se a
aplicação por k períodos. Assim, a taxa proporcional é muito comum quando se
está trabalhando sob o regime de juros simples.

Exemplo: No regime de juros simples um capital aplicado por 1 ano a uma


taxa de 24% ao ano ( r ) produziria o mesmo resultado quando esse mesmo
capital fosse aplicado a uma taxa de 2% ao mês ( ik ) por um período de 12 meses
( k ), isto é:
r
ik = , ik e r são taxas proporcionais
k

12% ao ano, é proporcional a 6% ao semestre


5% ao trimestre, é proporcional a 20% ao ano

Taxas Equivalentes

Duas taxas são equivalentes quando, referindo-se a períodos de tempo


diferentes, fazem com que um capital produza o mesmo montante, em mesmo
intervalo de tempo.
3
Exemplo: 1,39% ao mês é equivalente a 18% ao ano

No caso específico de juros simples, verifica-se que as taxas proporcionais


definidas anteriormente são também equivalentes.

Cálculo da taxa equivalente

Seja: i = taxa anual


k = número de períodos de capitalização por ano
ik = taxa equivalente a i

Considerando um capital C = 1 aplicado durante 1 ano, tem-se:

M 1 = C (1 + i ) M 2 = C (1 + ik ) k

Para que as taxas ik e i sejam equivalentes, os montantes devem ser iguais,


logo:
M1 = M 2
C (1 + i ) = C (1 + ik ) k 1 + ik = k
1+ i
1 + i = (1 + ik ) k

k
i =
(1 +
ik ) −
1 ik =
k
1 +
i −
1

Exemplos:
1. Qual a taxa semestral equivalente a 20% ao ano?

2. Qual a taxa anual equivalente a 5% ao trimestre?

Taxas Proporcionais X Taxas Equivalentes

As taxas de juros proporcionais e equivalentes são obtidas,


respectivamente, nos regimes de juros simples e compostos.
A tabela seguinte apresenta uma comparação de diversas taxas anuais,
proporcionais e equivalentes a determinadas taxas mensais, com a finalidade de
mostrar as diferenças entre as taxas anuais obtidas a juros simples (proporcionais)
3
e a juros compostos (equivalentes) à medida que as taxas de juros aumentam de
valor.

Taxas anuais proporcionais e equivalentes

Taxas efetivas mensais Taxas anuais proporcionais Taxas anuais equivalentes


Juros Simples Juros Compostos
1,00% 12,00% 12,68%
3,00% 36,00% 42,58%
5,00% 60,00% 79,59%
7,00% 84,00% 125,22%
10,00% 120,00% 213,84%
12,00% 144,00% 289,60%
15,00% 180,00% 435,03%
20,00% 240,00% 791,61%

Conclusão

Neste capítulo foram apresentadas diversas formas de informar e calcular


taxas de juros. Destacamos os seguintes pontos:
 A taxa efetiva é a utilizada nos cálculos financeiros, a juros compostos.
 A taxa nominal tem uma taxa efetiva implícita em seu enunciado, que
depende do número de períodos de capitalização.
 Taxas proporcionais são taxas de juros que permitem o mesmo
crescimento do dinheiro, no regime de juros simples.
 Taxas equivalentes são taxas de juros permitem o mesmo crescimento
do dinheiro, no regime de juros compostos.

EXERCÍCIOS

1. Qual a taxa trimestral equivalente a 6% ao ano?


R: 1,4674% ao trimestre
2. Qual a taxa mensal equivalente a 36% ao ano?
R: 2,5955% ao mês
3. A caderneta de poupança paga juros de 6% ao ano, com capitalizações
mensais. Qual a taxa efetiva de juros?
R: 6,1678% ao ano
4. Um título rende juros de 12% ao ano com capitalizações trimestrais. Qual a
taxa efetiva de juros?
4
R: 12,55% ao ano

5. Calcular a taxa mensal proporcional e a taxa mensal equivalente a 24% ao


ano.
R: 1,8088% ao mês
6. Calcular a taxa nominal e a efetiva anual correspondente a 2% ao mês.
R: 26,82% ao ano
7. O capital de R$ 500,00 foi colocado a juros de 20% ao ano capitalizado
trimestralmente. Calcular o montante no fim de 2 anos e 8 meses
empregando a taxa anual efetiva.
R: R$ 841,37
8. Uma instituição financeira paga juros de 24% ao ano, capitalizado
trimestralmente. Qual a taxa efetiva?
R: 26,2477% ao ano
9. Um capital foi aplicado a 1,5% ao mês. Qual a taxa anual equivalente?
R: 19,5618% ao ano
10. Determinar a taxa diária equivalente à taxa de 6% ao semestre.
R: 0,03237% ao dia
4
CAPÍTULO IV

RENDAS

Nas aplicações financeiras o capital pode ser pago ou recebido de uma só


vez ou através de uma sucessão de pagamentos ou recebimentos.
Quando o objetivo é constituir um capital em uma data futura, tem-se um
processo de capitalização. Caso contrário, quando se quer pagar uma dívida, tem-
se um processo de amortização. Pode ocorrer também o caso em que se tem o
pagamento pelo uso, sem que haja amortização, que é o caso dos aluguéis.

Conceito

As Rendas constituem um conjunto de dois ou mais pagamentos,


realizáveis em épocas distintas, destinados a constituir um capital ou amortizar
uma dívida.

Elementos

Os pagamentos que podem ser prestações ou depósitos, constituem os


termos (T ou PMT) da renda. Denomina-se n o número de termos (pagamentos) e
i a taxa unitária dos juros. Se o objetivo da renda for constituir capital, esse capital
será o montante da renda, que é a soma dos montantes dos seus termos; se,
entretanto, o objetivo for amortizar uma dívida, o valor dessa dívida será o valor
atual (ou valor presente), que é a soma dos valores atuais dos seus termos.

Classificação das rendas

As rendas podem ser certas ou aleatórias. Rendas certas ou também


chamadas séries periódicas uniforme, são aquelas em que o número de termos,
os vencimentos e seus valores podem ser previamente fixados. Quando pelos
menos um desses elementos não puder ser determinado com antecedência, a
renda é chamada aleatória.
    Imediatas 
    
  Periódicas Constantes Antecipadas  Rendas Certas
 Temporárias    Diferidas 
  
Rendas    Variáveis
  
  Não periódicas

 Perpétuas
4
- quanto ao prazo:
a) temporárias: o número de termos é finito, a renda tem um termo final.
b) perpétuas: o número de termos é infinito.

- quanto à periodicidade:
a) periódicas: o intervalo de tempo entre dois pagamentos consecutivos é
constante (mensais, semestrais, etc.).
b) não periódicas: caso contrário.

- quanto ao valor dos termos:


a) constante: todos os termos são iguais.
b) variável: os termos não são iguais entre si.

- quanto à forma de pagamento ou de recebimento:


a) Imediata: quando os termos são exigíveis no fim dos períodos.

Ex.: Renda imediata de 6 termos mensais de R$ 100,00.

0 1 2 3 4 5 6
100 100 100 100 100 100

b) Antecipada: quando os termos são exigíveis no início dos períodos.

Ex.: Renda antecipada de 6 termos mensais de R$ 100,00.

0 1 2 3 4 5 6
100 100 100 100 100 100

c) Diferida: os termos são exigíveis a partir de uma data que não é o primeiro
período, ou seja, a renda diferida equivale a uma renda imediata que tem um
prazo de carência entre o valor atual e o início dos pagamentos.

Ex.: Renda diferida de 3 meses, com 6 termos mensais de R$ 100,00.


carência

0 1 2 3
0 1 2 3 4 5 6
100 100 100 100 100 100
Cálculo da Renda Imediata
4

Valor Atual: João compra um carro, que irá pagar em 6 prestações de R$


1450,00, sem entrada. As prestações serão pagas a uma taxa de juros de 2,5% ao
mês. Qual o preço do carro à vista?

Montante: Uma pessoa deposita R$ 100,00 mensalmente. Sabendo-se que


ela está ganhando juros de 1,5% ao mês, quanto possuirá em 2 anos?

Cálculo da Renda Antecipada

Valor Atual: Uma loja oferece um certo eletrodoméstico em 1 entrada e mais 3


prestações de R$ 85,00. A taxa de juros cobrada pela loja é de 2% ao mês. Qual o
valor à vista do eletrodoméstico?

Montante: Calcule o valor acumulado por uma pessoa se depositar


mensalmente R$ 150,00, com renda antecipada, em um banco que paga 3% ao
mês, durante 6 meses.

Cálculo da Renda Diferida


4

Fluxos de Caixa Não Homogêneos

A Calculadora HP-12C dispõe das seguintes funções especiais para tratar


fluxos de caixa não homogêneos, com até 20 parcelas desiguais.

Funções Azuis CF0 , CF j e N j

Serve para registrar o valor da parcela do fluxo de caixa colocada no onto zero,
CFo ou seja, o valor do principal aplicado ou do investimento inicial. Esse
valor é guardado na memória fixa 0 da calculadora.

Serve para registrar os valores das parcelas individuais do fluxo de caixa colocadas nos
CFj diversos pontos j, em ordem seqüencial. Esses valores são guardados
nas memórias ficas de 1 a 9 e de .0 a .9, e estão portanto limitados a
19 parcelas individuais.

Serve para registrar o número de parcelas individuais CFj de mesmo


Nj
valor e repetidas seqüencialmente. Cada valor de Nj pode ser no
máximo igual a 99.

Função Amarela NPV

NPV Serve par calcular o valor presente líquido do fluxo de caixa que tiver
sido registrado na HP-12C pelas funções CFo, CFj e Nj.

Valor Atual: Uma loja de materiais de construção oferece um determinado


produto em 4 parcelas de R$ 60,00, o primeiro pagamento vence em 60 dias. Qual
o valor atual se os juros são de 2% ao mês?
4
EXERCÍCIOS

1. Um televisor em cores custa R$ 1.050,00 à vista, mas pode ser financiado


sem entrada em 10 prestações mensais à taxa de 3% ao mês. Calcular a
prestação a ser paga pelo comprador.
R: R$ 123,09
2. Um tapete persa é vendido por R$ 3.000,00 à vista. Pode ser adquirido em
prestações mensais de R$ 481,52, a juros de 3% ao mês. Sabendo que as
prestações vencem a partir do mês seguinte ao da compra, pede-se para
calcular o número de prestações.
R: 7
3. Qual o preço à vista de um televisor em cores que é ofertado nas seguintes
condições: 6 pagamentos de R$ 225,00 sem entrada, sendo a taxa de juro
praticada pelo comerciante igual a 4% ao mês?
R: R$ 1.179,48
4. Um carro está à venda por R$ 4.000,00 de entrada mais 24 prestações
mensais de R$ 894,60. Como opção, a agência vende em 36 prestações
mensais de R$ 645,26, sendo neste caso exigido uma entrada de R$
4.800,00. Qual a melhor alternativa se a taxa do mercado for de 3% ao
mês?
R: R$ 19.150,54 e R$ 18.887,48(melhor opção)
5. Qual a importância que uma pessoa acumula ao fim de 1 ano se depositar
mensalmente a importância de R4 850,00 numa caderneta de poupança
que rende 1,5% ao mês?
R: R$ 11.085,03
6. Uma imobiliária, especializada na venda de apartamentos usados, põe à
venda uma kitchenette por R$ 15.000,00 à vista ou em 12 vezes, com uma
entrada de 30%. Qual o valor da prestação mensal? Considerar a taxa
anual de 12%.
R: R$ 932,91
7. O pai de um estudante efetua mensalmente, durante 36 meses, depósitos
de R$ 200,00 em um banco que paga 2% ao mês, sobre o saldo credor,
com renda antecipada. Este dinheiro se destina ao custeamento dos
estudos superiores do filho. Qual será o montante acumulado?
R: R$ 10.606,85
8. A quantia de R$ 56.000,00 foi financiada para pagamento em 8 prestações
mensais e iguais no valor de R$ 8.490,00 sem entrada. Qual a taxa de juros
envolvida neste financiamento?
R: 4,5% ao mês
9. Uma loja de aparelhos de som oferece, numa campanha publicitária, um
determinado equipamento em 3 parcelas de R$ 300,00, o primeiro
pagamento vence em 90 dias. Qual o valor atual se os juros são de 3% ao
mês? R: R$ 799,87
4
10. Uma dívida de R$ 4.321,93 vai ser resgatada com 15 prestações
trimestrais, diferidas de 6 meses. Calcular o valor das prestações, sabendo-
se que a taxa de juros é de 24% ao ano.
R: R$ 500,00
11. Quanto se deve aplicar no início de cada mês para, em 5 anos a 12% ao
ano, constituir o montante de R$ 10.000,00? OBS.: Renda antecipada.
R: R$ 121,23
12. Uma máquina é vendida em 10 prestações mensais antecipadas de R$
1.200,00. Sendo os juros de 1,5% ao mês, qual o valor à vista da máquina?
R: R$ 11.232,62
13. Uma pessoa deposita, numa instituição financeira, a importância de R$
200,00. Calcular o montante no fim de 5 anos, sabendo-se que os juros são
de 20% ao ano, capitalizado semestralmente, com renda imediata.
R: R$ 3.187,48
14. Uma pessoa compra um objeto de arte por R$ 5.000,00 com 20% de
entrada e o saldo em 4 prestações anuais a juros de 12% ao ano. Calcular
o valor da prestação.
R: R$ 1.316,94
15. Uma empresa toma um empréstimo de R$ 10.000,00 a 10% ao semestre.
Sabendo-se que o resgate deve ser feito em 10 prestações semestrais
imediatas, com 2 anos de carência, calcular o valor das prestações.
R: R$ 2.382,75
16. Um empréstimo no valor de R$ 5.892,70 será pago em parcelas trimestrais
imediatas de R$ 1.000,00, com juros de 4,5% ao trimestre. Calcule o
número de pagamentos a serem realizados.
R: 7
17. Calcular o valor de cada mensalidade necessária para liquidar em 3 anos
um empréstimo de R$ 800.000,00, com juros de 6% ao mês e renda
imediata.
R: R$ 54.715,87
18. Calcular o valor de cada prestação mensal necessária à formação de um
montante de R$ 800.000,00 em 3 anos com juros de 6% ao mês e renda
imediata.
R: R$ 6.715,87
19. Em uma financeira foi feito um Crédito Direto ao Consumidor no valor de R$
3.000,00 para pagamento em 6 parcelas mensais de R$ 586,90 vencendo a
primeira, um mês após a concessão do empréstimo. Qual foi a taxa de juros
cobrada ao mês?
R: 4,779% ao mês
20. Um empréstimo de R$ 1.000.000,00 deve ser pago por prestações mensais
de R$ 200.000,00 cada. Calcular o número de prestações necessárias,
supondo-se uma taxa de juros de 7% ao mês.
R: 7
4

21. Calcular o valor de cada mensalidade necessária para liquidar em 3 anos


um empréstimo de R$ 800.000,00 a 6% ao mês de juro e renda antecipada.
R: R$ 51.618,74
22. Calcular o valor de cada prestação mensal necessária à formação de um
montante de R$ 200.000,00 em 5 anos, a juros de 2% ao mês e renda
antecipada.
R: R$ 1.719,21
23. Um empréstimo de R$ 2.800,00 será pago em 8 prestações mensais de R$
400,00. Qual foi a taxa de juros cobrada ao mês, com renda imediata?
R: 3% ao mês
24. No pagamento de um terreno, propõe-se pagar prestações bimestrais de
R$ 100.000,00, vencendo a primeira no fim de 1 ano após a compra e a
última no fim de 2 anos e meio após a compra. À taxa de 9% ao bimestre,
qual o valor atual do terreno?
R: R$ 417.103,72
4
CAPÍTULO V

PLANOS DE AMORTIZAÇÃO

A amortização é um processo financeiro pelo qual uma dívida é paga


progressivamente por meio de parcelas de modo que ao término do prazo
estipulado o débito seja liquidado. Essas parcelas são a soma de duas partes: a
amortização ou devolução do principal emprestado e os juros correspondentes
aos saldos do empréstimo ainda não amortizado.

PRESTAÇÃO = AMORTIZAÇÃO + JUROS

Essa separação permite discriminar o que representa devolução do capital


(amortização) do que representa serviço da dívida (juros).
Entre os principais e mais utilizados sistemas de amortização de
empréstimos temos:
a. Sistema de Amortização Constante (SAC)
b. Sistema de Amortização Francês (PRICE)
c. Sistema de Amortização Crescente (SACRE)

a) Sistema de Amortização Constante (SAC)

No Sistema de Amortização Constante, o devedor vai pagar a dívida por


meio de prestações periódicas que englobam juros e amortização. As prestações
são decrescentes, pois a quota de amortização é constante em todas elas e os
juros decrescem em função do saldo devedor, que diminui a cada pagamento
realizado.
Obtém-se a quota de amortização dividindo o valor do empréstimo pelo
número de pagamentos.
q = quota de amortização
q=
p
n p = valor do empréstimo
n = número de prestações

Exemplos:
1) Elaborar a planilha de amortização para o seguinte financiamento:
- valor do financiamento: R$ 200.000,00
- prazo: 4 meses
- taxa: 10% ao mês
4
n Saldo devedor(R$) Quota de amortização(R$) Juro(R$) Prestação(R$)
0
1
2
3
4
T

2) Uma empresa pede emprestado R$ 100.000,00 que o banco entrega no ato.


Sabendo que o banco concedeu 3 anos de carência para o início dos pagamentos,
que os juros serão pagos anualmente, que a taxa de juros é de 10% ao ano e que
o principal será amortizado em 4 parcelas anuais; construir a planilha de
amortização.

n Saldo devedor(R$) Quota de amortização(R$) Juro(R$) Prestação(R$)


0
1
2
3
4
5
6
7
T

b) Sistema de Amortização Francês (PRICE)

Por este sistema o devedor obriga-se a devolver o principal mais os juros


em prestações iguais entre si e periódicas. Estes pagamentos são constituídos
dos juros sobre o saldo devedor e uma quota de amortização. Como os
pagamentos são todos do mesmo valor, à medida que eles vão sendo realizados,
os juros tornam-se menores, enquanto as quotas de amortização são
progressivamente maiores.

Este sistema é o mais utilizado pelas instituições financeiras e pelo


comércio em geral.

Exemplos:

Sem prazo de carência


5
a) Um empréstimo de R$ 200.000,00 será pago em 4 prestações mensais. A
juros de 10% ao mês, construir a tabela de amortização.

n Saldo devedor(R$) Quota de amortização(R$) Juro(R$) Prestação(R$)


0
1
2
3
4
T

Com prazo de carência e juros pagos nesse período

b) Um empréstimo de R$ 100.000,00 será pago em 5 prestações anuais,


sendo que há uma carência de 3 anos para o início dos pagamentos. A
uma taxa de juros de 10% ao ano, construir a tabela de amortização.

n Saldo devedor(R$) Quota de amortização(R$) Juro(R$) Prestação(R$)


0
1
2
3
4
5
6
7
8
T

Com prazo de carência e juros capitalizados e incorporados no capital

c) Um empréstimo de R$ 100.000,00 será pago em 5 prestações anuais, sendo


que há uma carência de 3 anos para o início dos pagamentos. A uma taxa de
juros de 10% ao ano, construir a tabela de amortização.
5
n Saldo devedor(R$) Quota de amortização(R$) Juro(R$) Prestação(R$)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
T

Tabela Price

Basicamente a Tabela Price é um caso particular do Sistema de


Amortização Francês, em que a taxa de juros é dada em termos nominais (na
prática é dada em termos anuais) e as prestações têm período menor que aquele
a que se refere a taxa de juros (em geral, em base mensal). Nesse sistema, o
cálculo das prestações é feito usando-se a taxa proporcional.
A calculadora HP-12C calcula amortização de acordo com a tabela Price. É
possível assim, determinar os juros pagos e a dívida amortizada em um dado
período sem a elaboração da planilha de financiamento, usando as seguintes
teclas:

f amort Total de juros pagos no período introduzido imediatamente antes.

x y Pressionado após o cálculo dos juros mostra o principal já amortizado.

RCL PV Mostra o saldo devedor.

Exemplo:
Para comprar um apartamento uma pessoa faz um empréstimo bancário de R$
40.000,00 a ser pago em 60 meses, a uma taxa nominal de 15% ao ano,
capitalizada mensalmente. Calcule o valor das prestações, dos juros e o total
amortizado no primeiro, segundo e terceiro anos separadamente.
5
c) Sistema de Amortização Crescente (SACRE)

O Sistema de Amortização Crescente (SACRE) foi adotado recentemente


pelo SFH na liquidação de financiamentos da casa própria. O SACRE é baseado
no SAC e no PRICE, já que a prestação é igual à média aritmética calculada entre
as prestações desses dois sistemas, nas mesmas condições de juros e prazos.

Exemplo:
Uma dívida de R$ 100.000,00 será amortizada por meio do SACRE em 5
prestações semestrais, à taxa de 20% ao semestre. Construir a planilha de
financiamento.
SAC

n Saldo devedor(R$) Quota de amortização(R$) Juro(R$) Prestação(R$)


0
1
2
3
4
5
T

PRICE

n Saldo devedor(R$) Quota de amortização(R$) Juro(R$) Prestação(R$)


0
1
2
3
4
5
T

SACRE
n Saldo devedor(R$) Quota de amortização(R$) Juro(R$) Prestação(R$)
0
1
2
3
4
5
T -
5
Sistema de amortização com correção monetária:

Como os empréstimos para a compra da casa própria são feitos por prazos
muito longos (10, 15 anos) e o nosso país convivia há muito tempo com uma alta
taxa de inflação, todos os financiamentos do Sistema Financeiro de Habitação
contém correção monetária.
Tempos atrás se transformava o valor do financiamento em ORTNs
(Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional) e a ORTN tinha correção
monetária, então quando queria se saber o valor da dívida multiplicava o valor da
ORTN pela dívida que estava transformada em moeda. Como as ORTNs não
existem mais, vamos dar o exemplo com correções trimestrais iguais, tanto sobre
o saldo devedor quanto sobre a prestação.

Exemplo:
Aplicaremos a correção trimestral para um empréstimo hipotecário concedido pela
Caixa Econômica Federal no dia 05/01/2004 no valor de R$ 200.000,00. O
esquema de pagamento obedece a tabela Price, a juros de 12% ao ano e prazo
de 1 ano. Montemos a planilha de financiamento, com correções monetárias de:
2,5% no 1º trimestre; 2,3% no 2ª trimestre; 2,4% no 3º trimestre e 2 no 4º
trimestre.

Datas Prestação(R$) Juros(R$) Amortização(R$) Saldo devedor(R$)


5
EXERCÍCIOS

1. Um banco emprestou a seu cliente R$ 25.000,00 para ser amortizado


segundo o Sistema Americano pelo prazo de 7 meses, com taxas iguais a
3% ao mês para empréstimo e 2% ao mês para aplicação. Construa o
plano de amortização.
R: Prestação = R$ 3.362,80
2. Para um projeto de expansão, a empresa “Pesqueiros Ltda.”, obtém um
financiamento de R$ 50.000,00 nas seguintes condições:
a) taxa de juros: 8% ao ano, com pagamentos semestrais;
b) sistema SAC;
c) prazo de amortização: 4 anos.
Construir a planilha de financiamento.
R: Quota = R$ 6.250,00
3. Uma empresa empresta de um banco R$ 75.000,00 para pagar segundo o
SAC, à uma taxa anual de 15%, com pagamentos mensais. Como benefício
a empresa recebe 5 meses de carência e 1 ano para saldar a dívida.
Construa a planilha de amortização.
R: Quota = R$ 6.250,00
4. Uma empresa adquiriu um imóvel no valor de R$ 120.000,00 pagando 25%
à vista e resgatando o saldo em 8 prestações trimestrais iguais, com juros
de 10% ao trimestre. Sabendo-se que foi utilizado o Sistema Francês de
amortização, construir a planilha de amortização.
R: Prestação = R$ 16.869,96
5. Uma indústria tomou emprestados R$ 2.000.000,00 concordando em saldar
o débito em 8 pagamentos a juros efetivos de 36% ao ano, pelo Sistema
Price. Pede-se calcular:
a) a prestação anual;
b) o saldo devedor logo após o pagamento da 6ª prestação;
c) a amortização do quarto ano.
R: a) R$ 787.268,47; b) R$ 1.004.516,44; c) R$ 169.210,89
6. Uma dívida de R$ 1.500.000,00 contratada a juros de 36% ao ano,
capitalizados trimestralmente, será amortizada pela Tabela Price em oito
anos por meio de pagamentos trimestrais. Pede-se determinar:
a) o saldo devedor ao fim do 3º ano;
b) o saldo devedor ao término do 14º trimestre;
c) a distribuição do 20º pagamento em juros e amortização da dívida;
d) o total de juros pagos no período.
R: a) R$ 1.315.827,64; b) R$1.262.073,27; c) R$ 97.127,49 e R$ 47.016,78;
d) R$ 3.112.616,93
5
7. Um financiamento de R$ 100.000,00 será pago pelo Sistema Price em oito
parcelas mensais a 72% ao ano com capitalização mensal. Calcular os
juros embutidos na 6ª prestação.
R: R$ 2.582,71
8. Um financiamento de R$ 2.000.000,00 será pago pela Tabela Price em 18
parcelas mensais a juros de 10 ao mês. Pede-se, calcular:
a) o valor da prestação;
b) a soma das amortizações dos 3 primeiros meses;
c) a amortização introduzida pela 13ª prestação.
R: a) R$ 243.860,44; b) R$ 145.178,07; c) R$ 137.652,86
9. Um capital de R$ 800.000,00 deverá ser amortizado em 8 parcelas
trimestrais a juros de 12% ao ano. Elaborar as planilhas de amortização
pelos sistemas: Price, SAC e SACRE. Faça uma análise comparativa entre
os três sistemas.
5
CAPÍTULO VI

DEPRECIAÇÃO

Os bens que constituem o ativo de uma empresa estão sujeitos à


constantes desvalorizações, devido, principalmente, ao desgaste e ao
envelhecimento. A diferença entre o preço de compra de um bem e seu valor de
troca (valor residual) no fim de certo tempo, chama-se depreciação.
A depreciação pode ser teórica ou real. A depreciação real é aquela que
corresponde à diferença entre os valores do bem no início e no fim de um período.
A depreciação teórica é baseada em previsões do tempo de vida útil do bem e de
seu valor residual.
A depreciação real é praticamente impossível de se calcular, pois a cada
período deveria ser feita uma avaliação total do bem. Na prática usa-se a
depreciação teórica.

Os principais métodos utilizados para o cálculo da depreciação são:


a) Método Linear;
b) Método da Taxa Constante;
c) Método das Taxas Variáveis;
d) Método de Cole.

A aplicação de um ou outro desses métodos depende do administrador, da


empresa, do bem que se está depreciando e de outros fatores particulares.

Plano de depreciação:

É um quadro que apresenta, no fim de cada período, a quota de


depreciação, o valor do fundo de provisão para depreciação e o valor atual do
bem.

Exemplo Padrão:

Construir o plano de depreciação de uma máquina que custa R$ 4.000,00 e


tem vida útil de 5 anos, com R$ 500,00 de valor residual.
5
a) Método Linear

Este é o mais utilizado na prática, devido a sua simplicidade. Consiste em


dividir o total a depreciar pelo número de anos de vida útil do bem.

n Quota de Depreciação(R$) Fundo de Depreciação(R$) Valor Atual(R$)


0
1
2
3
4
5

b) Método da Taxa Constante

Consiste em estabelecer uma taxa constante de depreciação, a qual é


calculada sobre o valor do bem no fim de cada período.

n Quota de Depreciação(R$) Fundo de Depreciação(R$) Valor Atual(R$)


0
1
2
3
4
5

c) Método das Taxas Variáveis

Consiste em determinar uma taxa média e distribuir as demais em torno


dela, de maneira que forme uma progressão aritmética (crescente ou
decrescente), cuja soma dos termos seja igual a 100%.

Fórmulas da P.A.:
n ( a1 + a n )
S = a n
=
a1 +
(n −
1) r

2
5
n Taxa Quota de Fundo de Valor Atual(R$)
(%) Depreciação(R$) Depreciação(R$)
0
1
2
3
4
5
OBS.: As taxas incidem sobre o saldo a depreciar (R$ 3.500,00)

d) Método de Cole

Consiste em dividir o total da depreciação em frações, tais que o numerador


expresse os períodos que faltam para o final da vida útil do bem e o denominador
represente o somatório dos períodos.
n n− 1 n− 2 1
Frações = ; ; ;...;
1 + 2 + ... + n 1 + 2 + ... + n 1 + 2 + ... + n 1 + 2 + ... + n

n Fração Quota de Fundo de Valor Atual(R$)


Depreciação(R$) Depreciação(R$)

OBS.: As frações multiplicam o saldo a depreciar (R$ 3.500,00).


5
EXERCÍCIOS

1. Um equipamento no valor de R$ 2.000,00 terá valor residual de R$ 400,00,


após 5 anos. Fazer o plano de depreciação pelo método linear.

2. Uma máquina comprada por R$ 6.000,00 terá valor residual de R$ 600,00


após 8 anos de uso. Fazer o plano de depreciação da máquina pelo Método
Linear.

3. Um equipamento adquirido por R$ 500,00 terá valor residual R$ 100,00


após 6 anos de uso. Fazer o plano de depreciação desse equipamento pelo
método da taxa constante.

4. Uma máquina, cuja vida útil é de 8 anos, foi comprada por R$ 4.000,00 e
terá valor residual de R$ 1.200,00. Fazer o plano de depreciação
empregando o método da taxa constante.

5. Um equipamento no valor de R$ 2.000,00 terá valor residual de R$ 400,00


após 5 anos. Fazer o plano de depreciação do equipamento empregando o
método das taxas variáveis decrescentes.

6. Um equipamento que custou R$ 1.000,00 será depreciado em 5 anos pelo


método das taxas variáveis crescentes. Fazer o plano de depreciação,
sabendo-se que o valor residual desse equipamento será de R$ 2.000,00.
7. Uma máquina de R$ 1.000,00 terá valor residual, após 5 anos de uso, de
R$ 600,00. Elaborar o seu plano de depreciação pelo Método de Cole.

8. Uma instalação industrial foi construída por R$ 9.000,00 e terá valor


residual nulo após 10 anos. Fazer o plano de depreciação pelo Método de
Cole.
6
CAPÍTULO VII

ENGENHARIA ECONÔMICA

Um investimento, para a empresa, é um desembolso que é feito visando


gerar um fluxo de benefícios futuros, usualmente superior a um ano. Hoje, em
função da própria dinâmica dos negócios, as técnicas de análise de investimentos
estão sendo usadas tanto para investimentos de porte, associados a longos
horizontes de planejamento, como também para operações de curto prazo, como
por exemplo nas decisões rotineiras sobre compras a vista versus compras a
prazo.
A decisão de fazer investimento de capital é parte de um processo que
envolve a geração e avaliação das diversas alternativas que atendam às
especificações técnicas dos investimentos. Após relacionadas as alternativas
viáveis tecnicamente é que se analisará quais delas são atrativas financeiramente.
Dá se o nome de engenharia econômica ao conjunto dos métodos
utilizados nas análises de investimentos e das técnicas empregadas na escolha da
melhor alternativa.
Surge um problema de engenharia econômica quando se deseja investir um
capital ou ocorre a necessidade de se comprar um bem de capital. Em ambos os
casos, todas as alternativas tecnicamente viáveis para o investimento devem ser
analisadas. Um estudo de engenharia econômica compreende:
- um investimento a ser realizado;
- enumeração das alternativas tecnicamente viáveis;
- análise de cada alternativa;
- comparação das alternativas;
- escolha da melhor alternativa.

Taxa de Atratividade

A taxa de atratividade de um investimento é a taxa mínima de juros por que


convém o investidor optar em determinado projeto de investimento.
Corresponde, na prática, à taxa oferecida pelo mercado para uma aplicação
de capital, como a caderneta de poupança, Open Market, depósitos a prazo fixo,
etc. Assim, se um investimento propiciar uma rentabilidade abaixo do rendimento
dessas formas de aplicação de capital, ele não será atrativo ao investidor.

As técnicas de análise de investimentos podem ser subdivididas em dois


grande grupos, quais sejam: técnicas que servem para selecionar projetos e
técnicas que servem para gerar indicadores adicionais para os projetos já
6
selecionados. Na primeira categoria estão os chamados Métodos Robustos de
Análise de Alternativas de Investimentos, quais sejam: Método do Valor Presente
Líquido (VPL); o Método do Valor Presente Líquido Anualizado (VPLA). Na
segunda categoria estão os chamados métodos classificatórios ou de corte, como,
por exemplo, Método da Taxa Interna de Retorno (TIR); Método do Índice
Benefício/Custo (IBC); Método do Período de Recuperação do Capital (Pay –
Back) e Método do Pay-Back Descontado.

Exemplo Padrão:
Vamos supor que tenhamos de escolher qual a melhor alternativa de
investimentos, entre três projetos (A, B e C). A taxa mínima de atratividade
considerada será de 10% ao período. Os dados relevantes para a análise estão no
quadro que segue:
Período Projeto A Projeto B Projeto C
0 -42.000 -50.000 -20.000
1 8.000 20.000 8.000
2 9.500 10.000 6.000
3 10.500 10.000 6.000
4 14.500 15.000 4.000
5 16.500 15.000 4.000

1. Período de Recuperação do Capital (Pay-Back)

Um indicador bastante usado no processo de seleção de projetos é o


Período de Recuperação do Investimento ou Pay-Back, isto é, o número de
períodos necessários (tempo) para se recuperar o investimento realizado.
Projeto Período Recuperado À recuperar
A

C
6
A utilidade de conhecer o Pay-Back é que ele pode ser interpretado
também como uma medida do grau de risco do projeto. As incertezas associadas
a um projeto tendem a aumentar à medida que as previsões das receitas e dos
custos se afastam da data focal zero. Nesse sentido, o Pay-Back pode ser
utilizado para mensurar o risco associado ao projeto, isto é quanto maior for o
Pay-Back mais incerto estará a recuperação do capital.
As duas principais fragilidades do Pay-Back residem no fato de ele não
considerar o valor do dinheiro no tempo (isto também pode ser facilmente
corrigido) e de desconsiderar tudo o que acontece após o período de recuperação.
Essa última restrição penaliza todos aqueles projetos que tenham receitas iniciais
pequenas, porém crescentes ao longo da vida do projeto.

2. Pay-Back Descontado

Este método é uma particularidade do método Pay-Back, onde é necessário


calcular quantos períodos decorrerão até que o valor presente dos fluxos de caixa
previstos se iguale ao montante do investimento inicial.

Projeto Período Recuperado Recuperado Atual À recuperar


A

C
6
3. Valor Presente Líquido (VPL)

O Método do Valor Presente Líquido (VPL) é uma técnica que serve para
selecionar projetos; como o próprio nome indica, nada mais é do que a
concentração de todos os valores esperados de um fluxo de caixa na data zero.
Considera-se um investimento como atrativo quando VPL > 0.

PROJETO A

8.000 9.500 10.500 14.500


0
.000
1 2 3 4 5
-42.000 16.500

PROJETO B

0 20.000 10.000 10.000 15.000 15.000


0 .000
1 2 3 4 5
-50.000

PROJETO C

0 8.000 6.0000 6.000 4.000 4.000

1 2 3 4 5
-20.000
6
4. Valor Presente Líquido Anualizado (VPLA)

O Método do Valor Presente Líquido Anualizado (VPLA), também


conhecido como Método do Valor Anual Uniforme Equivalente (VAUE), é mais
uma variação do Método do Valor Presente Líquido. Enquanto no Método do VPL
todos os valores do fluxo de caixa são concentrados na data zero, no Método do
VPLA o fluxo de caixa representativo do projeto de investimento é transformado
em uma série uniforme.

PROJETO A

PROJETO B

PROJETO C

5. Índice Benefício/Custo (IBC)

O Índice Benefício/Custo (IBC) é uma medida de quanto se ganha por


unidade de capital investido. A hipótese implícita no cálculo do IBC é que os
recursos liberados ao longo da vida útil do projeto seriam reinvestidos à taxa
mínima de atratividade.
A análise do IBC, para efeito de aceitar ou rejeitar um projeto de
investimento, é feita em função da própria recuperação do investimento, isto é,
IBC igual a 1. Assim, tem-se o seguinte critério:

Se IBC > 1 Aceitar o Projeto;

Se IBC < 1 Rejeitar o Projeto.


6
Genericamente, o IBC nada mais é do que uma razão entre o fluxo
esperado de benefícios de um projeto e o fluxo esperado de investimentos
necessários para realiza-lo.

VPL benefícios
IBC =
VPL custos

6. Taxa Interna de Retorno (TIR)

A Taxa Interna de Retorno (TIR), por definição, é a taxa que torna o Valor
Presente Líquido (VPL) de um fluxo de caixa igual a zero.
A regra para decidir se um projeto é atrativo financeiramente, utilizando-se
a TIR, é bastante simples. Se TIR > TMA, então o projeto é viável, caso contrário,
o projeto será considerado inviável.

PROJETO A

8.000 9.500 10.500 14.500 16.500


0
.000
1 2 3 4 5
-42.000

PROJETO B
0 20.000 10.000 10.000 15.000 15.000
0 .000
1 2 3 4 5
-50.000

PROJETO C
6

0 8.000 6.0000 6.000 4.000 4.000

1 2 3 4 5
-20.000

Quadro de Resultados:

Projetos
Método A B C Decisão
Pay-Back
Pay-Back Descontado
IBC
VPL
VPLA
TIR

EXERCÍCIOS

1. Uma pessoa tem as seguintes alternativas para um investimento de R$


2.000,00.
a) receber o retorno de R$ 2.500,00 no fim de 2 anos;
b) receber dois pagamentos anuais de R$ 1.200,00;
c) receber quatro pagamentos semestrais de R$ 600,00;
d) receber vinte e quatro pagamentos mensais de R$ 90,00.
Calcular a melhor alternativa, sabendo-se que a taxa mínima de atratividade
é de 10% ao ano.
Alternativa C

2. Numa análise realizada em determinada empresa, foram detectados custos


operacionais excessivamente elevados numa linha de produção, em
decorrência da utilização de equipamentos velhos e obsoletos. Os
engenheiros responsáveis pelo problema propuseram à gerência duas
soluções alternativas. A primeira, consistindo numa reforma geral da linha
exigindo investimentos estimados em R$ 10.000,00 cujo resultado será
uma redução anual de custos igual a R$ 2.000,00 durante 10 anos, após os
quais os equipamentos seriam sucateados sem nenhum valor residual. A
segunda proposta foi a aquisição de nova linha de produção no valor de R$
35.000,00 para substituir os equipamentos existentes, cujo valor líquido de
6
revenda foi estimado em R$ 5.000,00. Esta alternativa deverá proporcionar
ganhos de R$ 4.700,00 por ano, apresentando ainda um valor residual de
R$ 10.705,00 após 10 anos. Sendo a taxa mínima de atratividade para a
empresa igual a 8% ao ano, qual das alternativas deve ser a preferida da
gerência.
Alternativa A - VPL = 3420,16, TIR = 15,10%, IBC = 1,34
Alternativa B – VPL = 6495,87, TIR = 12%, IBC = 1,22

3. A alta administração de uma empresa recebeu as seguintes solicitações de


investimento de seus vários departamentos para o orçamento de capital do
próximo ano.

Depto. Investimento Benefícios estimados Valor residual Vida econômica


(R$) por ano (R$) (R$)
A 25.000 3.900 5.000 10 anos
B 15.000 2.500 nulo 10 anos
C 30.000 5.200 nulo 10 anos
Considerando que a empresa só dispõe de R$ 60.000,00 para financiar
os projetos e que sua taxa mínima de atratividade é 8% ao ano, qual deve ser
o pacote orçamentário escolhido: A; B; C; A+B; A+C; B+C; A+B+C?
DEPARTAMENTO A – VPL = 3485,28, TIR = 10,76%
DEPARTAMENTO B – VPL = 1775,20, TIR = 10,56%
DEPARTAMENTO C – VPL = 4892,42, TIR = 11,49%

4. A proposta C do exercício anterior corresponde a um projeto de


modificação para determinada linha de produção. Antes de ser apresentada
à alta administração esta proposta foi comparada internamente no
departamento, como um segundo projeto, tecnicamente alternativo
apresentado as seguintes características:
Investimento (R$) Benefícios estimados Valor residual Vida econômica
por ano (R$) (R$)
20.000 3.600 nulo 10 anos
Considerando-se que as duas propostas houvessem sido conduzidas à
alta administração para uma decisão neste nível, como seria afetada a seleção
do pacote orçamentário?
VPL = 4156,29, TIR = 12,41%
6

5. A gerência de marketing de uma empresa industrial está analisando 4


possibilidades para a localização de uma central de distribuição para seus
produtos, cada alternativa exige diferentes investimentos, devido ao preço
do terreno, custo de construção e tamanho do depósito necessário.
Também são diferentes os valores residuais e reduções anuais nos custos
de distribuição. Admitindo-se um período de utilização igual a 10 anos
foram efetuadas as seguintes estimativas:
Localização Investimento Redução anual dos Valor residual (R$)
necessário (R$) custos (R$)
A 28.000 4.600 24.000
B 34.000 5.600 28.000
C 38.000 6.200 31.000
D 44.000 7.200 35.000
Sendo a taxa mínima de atratividade para a empresa de 15% ao ano.
Determine a localização mais adequada.
LOCALIZAÇÃO A – VPL = 1018,77, TIR = 15,75%
LOCALIZAÇÃO B – VPL = 1026,27, TIR = 15,63%
LOCALIZAÇÃO C – VPL = 779,09, TIR = 15,43%
LOCALIZAÇÃO D – VPL = 786,60, TIR = 15,37%

6. A gerência de uma fábrica está considerando a possibilidade de instalar uma


nova máquina. A proposta de investimento envolve um gasto inicial de R$
10.000,00 objetivando uma redução de custo de ordem de R$ 2.000,00 por ano
durante os próximos 10 anos. Sendo a taxa mínima de atratividade para a
empresa igual a 10% ao ano, deseja-se saber se o investimento é atrativo.
VPL = 2289,13, TIR = 15,09%

7. Um fazendeiro está considerando a aquisição de um trator para trabalhar em


suas terras. Após uma pesquisa junto a fornecedores, selecionou duas
máquinas capazes de atender às suas necessidades. Sobre elas obteve as
seguintes informações:
Discriminação Trator X Trator Y
- custo inicial R$ 50.000,00 R$ 35.000,00
- custo operacional anual R$ 5.000,00 R$ 7.000,00
- valor residual R$ 20.000,00 R$ 10.000,00
- vida econômica 10 anos 10 anos
Se o custo do capital para o fazendeiro é de 10% ao ano, qual marca deve sr
escolhida?
TRATOR X – VPL = -73.011,97
TRATOR Y – VPL = -74.156,54
6
8. A gerência de certa empresa está considerando a mecanização de seu serviço
de embalagem. Atualmente os produtos são acondicionados manualmente a
um custo anual de R$ 30.000,00. Dois tipos de equipamentos capazes de
executar a mesma função encontram-se disponíveis no mercado,
apresentando as seguintes características:
Discriminação Equipamento A Equipamento B
- custo inicial R$ 100.000,00 R$ 70.000,00
- custo operacional anual R$ 12.000,00 R$ 15.000,00
- valor residual R$ 13.000,00 R$ 8.000,00
- vida econômica 10 anos 10 anos
Sendo a taxa mínima de atratividade igual a 12% ao ano, qual equipamento
deve ser escolhido? EQUIPAMENTO A – VPL = -163.617,02
EQUIPAMENTO B – VPL = -152.177,56

9. Um proprietário, ao vender um imóvel, recebe duas propostas:


Proposta A: pagamento inicial de R$ 2.000,00 e 12 pagamentos semestrais de
R$ 500,00 cada.
Proposta B: pagamento inicial de R$ 1.000,00 e 24 pagamentos trimestrais de
R$ 300,00 cada.
Admitindo que a taxa mínima de atratividade do proprietário seja de 20% ao
ano, calcular qual a proposta mais vantajosa?
PROPOSTA A – VPL = 5406,85
PROPOSTA B – VPL = 5139,59

10. Compare os valores atuais dos custos das máquinas X e Y, cuja compra é
considerada por um prazo de 10 anos, utilizando a taxa de juros de 10% ao ano.
Discriminação Máquina X Máquina Y
- custo inicial R$ 2.500,00 R$ 4.000,00
- valor residual R$ 500,00 R$ 800,00
- manutenção anual R$ 400,00 R$ 200,00
MÁQUINA X – VPL = -4765,05
MÁQUINA Y - VPL = -4920,48

11. Dois planos de investimento estão sendo estudados:


Plano A: Exige um investimento inicial de R$ 5.000,00 e um investimento
adicional de R$ 3.000,00 no fim de 5 anos. O investimento inicial dará receitas
anuais de R$ 2.000,00 com despesas de R$ 450,00 por ano. O investimento
adicional elevará as receitas para R$ 2.500,00 mas não acarretará aumento de
despesas.
Plano B: Exige um investimento inicial de R$ 4.000,00 e um investimento adicional
de R$ 6.000,00 no fim de 5 anos. O investimento inicial dará receitas anuais de R$
7
1.600,00 e despesas de R$ 350,00 por ano. O investimento adicional elevará as
receitas para R$ 3.000,00 por ano e as despesas anuais para R$ 500,00.
Sabendo-se que a taxa mínima de atratividade do investidor é de 10% ao ano,
calcular o plano mais vantajoso para um prazo de 10 anos.
PLANO A – VPL = 3838,20
PLANO B – VPL = 2897,41

12. Duas máquinas estão sendo analisadas para um investimento. Os seguintes


dados foram obtidos:
Discriminação Alternativa A Alternativa B
- custo inicial R$ 2.000,00 R$ 2.300,00
- custo operacional anual R$ 600,00 R$ 500,00
- valor residual R$ 400,00 R$ 500,00
- vida econômica 8 anos 12 anos
- receita anual R$ 1.200,00 R$ 1.200,00
Admitindo a taxa mínima de atratividade de 10% ao ano, qual a melhor
alternativa?
ALTERNATIVA A – VPLa = 260,09
ALTERNATIVA B – VPLa = 385,83
7
CAPÍTULO VIII

PREVISÕES FINANCEIRAS

Quando se trata de rendas aleatórias, isto é, aquelas cujos


elementos não podem ser previamente determinados, é possível fazer uma
estimativa de sua ocorrência e de seu valor provável, baseado em dados
observados de ocorrências passadas. Ao cálculo da estimativa de uma renda dá-
se o nome de previsão financeira, que em geral é feita com o uso da análise de
regressão.
A análise de regressão consta de uma variável aleatória y, denominada
variável função, cuja distribuição depende do valor assumido por outra variável x,
denominada independente. O estudo da dependência de y em relação a x chama-
se regressão de y sobre x.
Nos problemas de previsões financeiras, a variável x represente tempo e y
o valor desejado, como: cotação de uma ação na bolsa de valores, o nível de
preços, dividendos de uma empresa, etc.

Regressão Linear

A regressão linear consiste no ajuste de uma reta aos dados observados,


que são representados no plano cartesiano. A equação dessa reta, y = a + bx é
chamada equação de regressão ou equação da tendência.

Exemplo:
y
180 y = a + bx

160

140

120

100

x
1 2 3 4 5
7

Regressão não linear

Na maioria dos problemas relacionados com a matemática financeira, não é


possível fazer o ajuste de uma reta aos dados observados. Ajusta-se portanto,
uma curva exponencial da forma y = a . b x .

Exemplo:

y
y = a . bx
180

160

140

120

100

x
1 2 3 4 5

Regressão pelo método dos mínimos quadrados

Após a escolha do melhor tipo de regressão que se ajusta aos dados


observados, é necessário estimas os parâmetros a e b da equação de tendência.
Dados n pares de valores de duas variáveis ( xi , yi ), i = 1, 2, 3, ..., n, se
admitirmos que y é uma função de x, podemos estabelecer uma regressão
2 3 n
simples, cujo modelo estatístico é : y = B0 + B1 xi + B2 xi + B3 xi + ... + Bn xi , onde
Bo , B1 , B2 ,..., Bn são parâmetros da função.

Para n observações ( xi , yi ), temos:


2 n
- para ( x1 , y1 ) y1 = B0 + B1 x1 + B2 x1 + ... + Bn x1
2 n
- para ( x2 , y2 ) y2 = B0 + B1 x2 + B2 x2 + ... + Bn x2
2 n
- para ( xn , yn ) yn = B0 + B1 xn + B2 xn + ... + Bn xn
7
Na forma matricial temos:

 y1   1 x1 x1
2
 x1 
n
 B0 
y   2 n B
 2 =  1 x2 x2  x2 
.  
1

         
   2 n  
 yn   1 xn xn  xn   Bn 

y = x.B

y = vetor das observações ou dos valores observados de dimensão n por 1


x = matriz dos coeficientes dos parâmetros
B = vetor dos parâmetros

X ' XB = X ' y
( X ' X )− 1 ( X ' X ) B = ( X ' X )− 1 X ' y

∴ B = ( X ' X )− 1 X ' y
2 3
que é a solução do modelo y = B0 + B1 x + B2 x + B3 x + ... + Bn x
n

Ajuste de reta

Consideremos um conjunto de pares ( xi , yi ) se, no diagrama de dispersão,


observamos uma tendência linear, então o modelo se reduz a y = a + bx , e o
sistema de equação fica:

 y1   1 x1 
y  1 x 
 2  2  a
= .  b
      
   
 yn   1 xn 

Sabendo que B = ( X ' X ) − 1 X ' y encontraremos uma fórmula para o ajuste de reta.

 1 x1   y1 
1 x  y 
1 1  1
X =  2
y =  2 X '= 
      x1 x2  xn 
   
 1 xn   yn 
7

 1 x1 
 
 1 1  1   1 x2 
X'X =  .
 x1 x2  xn     
 
 1 xn 
 n
X'X = 
∑ xi2  det X ' X = n∑ xi −
2
(∑ x ) 2

 ∑ xi ∑ xi 
i

 ∑ ∑ 
2
xi − xi
 2
 n∑ xi − ( ∑ xi ) n∑ xi − (∑ xi ) 
2 2 2

(X'X ) −1
=  
− ∑ xi n
 
 n∑ xi 2 − ( ∑ xi ) 2 n∑ xi − (∑ xi ) 
2 2

1  ∑ xi 2 − ∑ xi 
(X'X ) −1
= 2  
n∑ xi −
2
(∑ xi )  − ∑ xi n 

 y1 
1 1  1   y2   ∑ y
( X ' y) = x . X'y =  
 1 x2  xn      ∑ xy 
 
 yn 

1  ∑ x2 − ∑ x   ∑ y 
B=   . 
n∑ x 2 − (∑ x )  − ∑ x
2
n   ∑ xy 

1  ∑ x 2 ∑ y − ∑ x ∑ xy   B0 
B=   =  
n∑ x 2 − (∑ x)  ∑ ∑
2 
− x y + n ∑   B1 
xy

Fazendo B0 = a e B1 = b para encontrarmos a equação da reta y = a + bx ,


temos:

∑ x ∑ y − ∑ x ∑ xy
2

a =
n∑ x − (∑ x )
2 2
ou a =
∑ y − b∑ x
n

n ∑ xy − ∑ x ∑ y
b =
n ∑ x 2 − ( ∑ x) 2

Exemplo:
7
1. Considere os dados da tabela seguinte, verifique qual regressão melhor se
enquadra aos dados e faça uma previsão do preço do combustível no mês
9 e em que mês estará custando R$ 1,80.

Preço do Combustível
Mês (x) Preço (y) (R$)
1 1,20
2 1,23
3 1,26
4 1,34
5 1,40
6 1,41
7 1,52

Diagrama de dispersão

1,6
1,4
1,2
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
0 1 2 3 4 5 6 7

Observando o diagrama de dispersão verificamos que os dados seguem uma


tendência linear desta forma utilizaremos regressão linear.

Definição das variáveis

• variável independente x –
• variável dependente y -

Cálculo dos parâmetros a e b


7
x y x2 xy


n∑ xy − ∑ x∑ y
b=
n∑ x 2 − ( ∑ x )
2
a=
∑ y − b∑ x
n

Equação da reta

y = a + bx

Preço do combustível no mês 9

Mês no qual o combustível custará R$ 1,80

RESOLUÇÃO PELA HP-12C

Armazenamento dos dados y↵ x ∑ +


1,20↵ 1∑ + (aparece 1 no visor)
1,23↵ 2∑ + (aparece 2 no visor)
1,26↵ 3∑ + (aparece 3 no visor)
1,34↵ 4∑ + (aparece 4 no visor)
1,40↵ 5∑ + (aparece 5 no visor)
1,41↵ 6∑ + (aparece 6 no visor)
1,52↵ 7∑ + (aparece 7 no visor)

Retorno das memórias

RCL 1 → n
7
RCL 2 → ∑ x
RCL 3 → ∑ x2
RCL 4 → ∑ y
RCL 5 → ∑ y2
RCL 6 → ∑ xy

Cálculo de b

n∑ xy − ∑ x∑ y
b=
n∑ x 2 − ( ∑ x )
2

Cálculo de a

a=
∑ y − b∑ x
n

^ ^
Cálculo das estimativas x e y

^ ^
Par o cálculo das estimativas de preço e de prazo utilizamos as teclas x e y

Preço do combustível no mês 9

Mês no qual o combustível custará R$ 1,80

Ajuste exponencial

Se num diagrama de dispersão observamos uma tendência da forma


exponencial, a função que melhor descreve esse conjunto de pontos é do tipo:
7

y = a.ebx
ln y = ln a.ebx
ln y = ln a + ln ebx
ln y = ln a + bx

y = A + bx
Lembrando que se para a reta temos e , para
∑ y − b∑ x n ∑ xy − ∑ x ∑ y
a = b =
n n ∑ x 2 − ( ∑ x) 2

n ∑ x ln y − ∑ x∑ ln y
∑ ln y − b∑ x
a curva exponencial temos A=
n e b =
n∑ x 2 − (∑ x ) 2
.
Exemplo:
1. As taxas de inflação do país X, durante a década de 90 foram
respectivamente, de 30, 35, 28, 32, 30, 28, 21, 25, 24 e 20%. Fazer uma
previsão do nível de preços para 2005.

Definição das variáveis


• variável independente x –
• variável dependente y –

Cálculo dos parâmetros a e b

x y lny xlny x2


7
n∑ x ln y − ∑ x∑ ln y
b=
n∑ x 2 − (∑ x)
2
a=
∑ ln y − b∑ x
n

Equação ajustada

y = a. ebx

Previsão da taxa de inflação no ano de 2005

RESOLUÇÃO PELA HP-12C

Armazenamento dos dados ln y↵ x ∑ +

ln 30↵ 90∑ + (aparece 1 no visor)


ln 35↵ 91∑ + (aparece 2 no visor)
ln 28↵ 92∑ + (aparece 3 no visor)
ln 32↵ 93∑ + (aparece 4 no visor)
ln 30↵ 94∑ + (aparece 5 no visor)
ln 28↵ 95∑ + (aparece 6 no visor)
ln 21↵ 96∑ + (aparece 7 no visor)
ln25↵ 97∑ + (aparece 8 no visor)
ln 24↵ 98∑ + (aparece 9 no visor)
ln 20↵ 99∑ + (aparece 10 no visor)

Retorno das memórias

RCL 1 → n
RCL 2 → ∑ x
RCL 3 → ∑ x2
RCL 4 → ∑ ln y
RCL 5 → ∑ (ln y ) 2
RCL 6 → ∑ x ln y
8
Cálculo de b

n ∑ x ln y − ∑ x ∑ ln y
b =
n∑ x 2 − (∑ x )
2

Cálculo de a

A=
∑ ln y − b∑ x
n

Equação ajustada

Previsão da taxa de inflação no ano de 2005

EXERCÍCIOS

1. Durante o ano de 1998, as ações da empresa A tiveram as cotações


médias mensais, na bolsa de valores, abaixo indicadas. Sabendo-se que o
valor nominal da ação é de R$ 100,00, prever seu valor para março de
1999, usando regressão linear.
jan. 3% fev. 2% mar. 2,5% abr. –1,5%
mai. 3,5% jun. 5% jul. –2% ago. –1,5%
set. 2% out. 2,5% nov. 3% dez. 1,5%
março/1999 – 124,87

2. As taxas de inflação do país X, nos últimos 8 anos, foram respectivamente,


30%, 25%, 48%, 35%, 50%, 45%, 60% e 55%. Com base nessas
informações, estime as taxas de inflação para os dois próximos anos,
usando a regressão linear.
62,57% e 66,81%

3. As arrecadações brutas do FGTS (em R$ 1.000,00) nos meses de julho/99


a junho/00 foram, respectivamente: 144, 151, 154, 165, 162, 161, 166, 196,
259, 191, 181 e 188. Com base nesses dados, estimar as arrecadações
nos meses de setembro, outubro e novembro de 2000, usando regressão
linear. Setembro/2000 – 223,76
Outubro/2000 – 229,32
Novembro/2000 – 234,88
8
4. As variações das ORTN durante o ano de 1993 estão representadas
abaixo. Usando regressão não linear, projete o valor da ORTN para
fevereiro de 1994.
jan. 2910,93 fev. 3085,59 mar. 3292,32 abr. 3588,63
mai. 3911,61 jun. 4224,54 jul. 4554,05 ago. 4963,91
set. 5385,84 out. 5897,49 nov. 6469,55 dez. 7012,99
fevereiro/1994 – 8.147,69

5. As arrecadações do imposto de renda nos anos de 1993-8 foram (em R$


1.000,00) respectivamente, 242,8; 482,3; 1022,5; 1339,5; 1611,2 e 2105,3.
Com base nesses dados, fazer uma estimativa para o ano de 2001, com
regressão linear.
2001 – 3.179,34

6. Os índices gerais de preços no ano de 1999 verificaram-se conforme a


tabela abaixo (base de 1995-7 = 100):
jan fev mar abr mai jun jul ago Set out nov dez
176 179 180 182 184 188 192 195 201 206 210 211
Estimar o índice geral de preços para fevereiro e abril de 2000 pela
regressão linear.
Fevereiro/2000 - 217,65
Abril/2000 - 224,49
8

9. BIBLIOGRAFIA

AYRES JUNIOR, Frank. Matemática financeira. Coleção Schaum. São


Paulo:McGraw-Hill do Brasil, 1981.
FARIA, Rogério Gomes de. Matemática comercial e financeira. São
Paulo:McGraw-Hill, 1981.
FRANCISCO, Walter de. Matemática financeira. São Paulo:Atlas, 1985.
HAZZAN, Samuel e POMPEO, José Nicolau. Matemática financeira. São
Paulo: Saraiva, 2003.
JORDÃO, Claudine. Trabalhando com o dinheiro. Uberlândia: Impresso
Gráfica, 2000.
LAUREANO, José Luiz e LEITE, Olimpio Vissoto. Os segredos da
matemática financeira. São Paulo: Ática, 1987.
OLIVEIRA, José Alberto Nascimento de. Engenharia econômica. São
Paulo:McGraw-Hill, 1982.
PUCCINI, Abelardo de Lima. Matemática financeira. Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Científicos, 1986.
SAMANEZ, Carlos Patrício. Matemática financeira: aplicações à análise
de investimentos. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
SPINELLI, Walter. Matemática comercial e financeira. São Paulo: Ática,
1988.
VERAS, Lilia Ladeira. Matemática financeira. São Paulo: Atlas, 1986.
VIEIRA SOBRINHO, José Dutra. Matemática financeira. São Paulo:
MCGraw-Hill, 1981.

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