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Livro Eletrônico

Aula 01

Economia do Setor Público e da Regulação p/ TCU (Auditor Federal de


Controle Externo) 2018
Heber Carvalho, Daniel Saloni

08871811712 - weslei pereira


Profs Heber Carvalho e Daniel Saloni
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Sumário
1. ELASTICIDADES ............................................................................................................ 2

1.1. ELASTICIDADE PREÇO DA DEMANDA (EPD).............................................................................................. 3

1.1.1. A elasticidade preço da demanda e o gráfico da demanda ......................................................................................6

1.1.2. A elasticidade preço e a demanda linear ..................................................................................................................6

1.1.3. Casos especiais da elasticidade preço da demanda .................................................................................................8

1.1.4. Relação entre EPD e a Receita Total (RT) das firmas .................................................................................................. 9

1.2. ELASTICIDADE RENDA DA DEMANDA (ERD) ........................................................................................... 10


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1.3. ELASTICIDADE-PREÇO CRUZADA DA DEMANDA (EXY) ........................................................................... 13

1.4. ELASTICIDADE PREÇO DA OFERTA (EPO) ................................................................................................ 15

2.1. OS FATORES DE PRODUÇÃO E ALGUNS CONCEITOS BÁSICOS .............................................................. 25

2.2. CURTO PRAZO x LONGO PRAZO ............................................................................................................ 26

2.3. PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO (apenas um insumo variável) .............................................................. 27

QUESTÕES COMENTADAS .............................................................................................. 40

LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................ 45

GABARITO ..................................................................................................................... 51

Estruturas de Mercado Parte II 1


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Olá caros(as) amigos(as),

Na aula demonstrativa, estudamos diversos aspectos básicos da Economia (demanda, oferta, tipos
de mercados, eficiência). Hoje, nós começaremos a estudar de modo aprofundado cada tipo de mercado.
Bem... na verdade, ainda não começaremos...

Assim como ocorreu na aula 00, antes, nós deveremos transitar por vários assuntos que são pré-
requisitos para o estudo dos mercados. Tais assuntos são: elasticidades, produção e custos. Na aula de
hoje, especificamente, veremos somente as elasticidades e a produção. Aí, no nosso próximo encontro, na
aula 02, veremos os custos e, depois disto, poderemos iniciar as estruturas de mercado propriamente
ditas, começando pelo mercado de concorrência perfeita.

Lembramos que acreditamos, sim, que estes assuntos pré-requisitos que estão sendo ensinados
podem cair na sua prova. Mas se caírem, o nível de cobrança não deve ultrapassar aquilo que seja o
necessário para entender a parte de mercados. Assim, nossa abordagem nestes tópicos será a mais
racional possível, dentro de uma boa relação custo/benefício.

Desta forma, apresentaremos o conteúdo da forma mais objetiva possível e que possibilite ao
mesmo tempo o entendimento das questões que podem cair na sua prova. Estas questões possíveis de
serem cobradas foram colocadas ao longo da teoria, para que você já visualize a forma de cobrança do
conteúdo.

E aí, todos prontos? Então, aos estudos!

1. ELASTICIDADES

Na aula 00, vimos que a demanda de um bem depende dos preços, da renda do consumidor, dos
preços de bens relacionados e de outros fatores. De modo semelhante, a oferta de um bem depende dos
preços, dos custos de produção, da tecnologia e igualmente de inúmeros outros fatores. Também
aprendemos a utilizar as curvas de oferta e demanda para prever como o preço e a quantidade mudam, em
virtude da alteração de inúmeras variáveis.
Por exemplo, se os preços dos computadores aumentam, a quantidade demandada cairá e a
quantidade ofertada de computadores aumentará. Isto já é algo que intuímos com certa facilidade.
Contudo, muitas vezes desejamos saber quanto vai aumentar ou quanto vai cair a demanda ou a oferta.
Até que ponto a demanda por computadores poderá ser afetada? Muito ou pouco? Se os preços
aumentarem 20%, em quantos % a quantidade demandada diminuirá? Por outro lado, qual seria a variação
da oferta de computadores se os preços aumentassem somente 10%, em vez de 20%? Utilizamos as
elasticidades para responder a perguntas como essas.
E à elasticidade significa sensibilidade. A elasticidade mede o quanto uma variável
pode ser afetada por outra. Há muitos tipos de elasticidades e todas envolvem basicamente o mesmo
raciocínio.

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Em primeiro lugar, elas medem a mudança percentual na quantidade. Em segundo lugar, a


variação de alguma variável provocou essa mudança percentual a que estamos nos referindo. Por
exemplo, se essa variável foi o preço, e ele provocou uma mudança na quantidade demandada, temos a
elasticidade preço da demanda. Se essa variável foi a renda, e ela provocou uma mudança na demanda,
temos a elasticidade renda da demanda. Em terceiro lugar, dividimos as variações percentuais das duas
variáveis em análise.
Assim, a elasticidade será sempre a fração ou a divisão do efeito (mudança percentual na
quantidade) pela causa (também medida em percentual). Por exemplo, suponha que uma mudança de 5%
nos preços tenha causado um aumento de 15% na oferta. Como ficará a elasticidade?
No denominador, sempre colocamos a causa; no numerador, sempre colocamos o efeito ou a
consequência. Neste caso, quem causou a variação na oferta foi o aumento de preços. Então, colocamos a
causa no denominador e o efeito no numerador. Ou seja, teremos a variação percentual do preço no
denominador e a variação percentual da quantidade ofertada no numerador. Neste exemplo, teremos a
seguinte expressão para a elasticidade preço da oferta (EPO):

Dica estratégica: Lembre-se do seguinte: o efeito na quantidade é medido em cima


(numerador) e a causa na base (denominador). Segue uma dica
à à C à à à à à à à à
à à à à à

Se ainda ficou um pouco um confuso, não se preocupe, pois com as explicações dentro de cada tipo
de elasticidade, a tendência é que o assunto vá ficando cada vez mais claro. Agora, vejamos em detalhes os
vários tipos de elasticidades.

1.1. ELASTICIDADE PREÇO DA DEMANDA (EPD)

Esta é a mais importante das elasticidades. A elasticidade preço da demanda (EPD) indica a
variação percentual da quantidade demandada de um produto em função da variação percentual de 1%
no seu preço. De modo menos técnico, é a variação percentual da demanda de um bem em função da
variação percentual do preço. Assim, temos:

EPD =

Onde Q significa variação (Q2 Q1), e Q significa esta variação dividida pelo seu valor original
para obtermos o percentual desta variação (exemplo: se tínhamos 20 bens demandados e agora temos 24,

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à Qà à à à à à à à à à à Qà à à à à à àássim, o desenvolvimento da
expressão da EPD será:

EPD =

A elasticidade preço da demanda é geralmente um número negativo. Quando o preço de uma


mercadoria aumenta, a quantidade demandada em geral cai, à à à à à à Q Pà à à
e, portanto, EPD é um valor negativo. No entanto, é muito cansativo nos referirmos sempre a uma
à à à à à à à à à à à à à à à à à à
magnitude da elasticidade preço da demanda isto é, utilizamos o seu valor absoluto, ou o seu módulo.
Por exemplo, se EPD=-1, dizemos simplesmente que a elasticidade é igual a 1. Isso é muito comum de
acontecer nas provas.
Observe na tabela abaixo o comportamento das quantidades demandadas dos bens A, B e C,
quando aumentamos os seus respectivos preços:

Demanda de A Demanda de B Demanda de C


Tabela 1
PA QDA PB QDB PC QDC
Momento 1 10 100 10 100 10 100
Momento 2 11 80 11 95 11 90

Veja que, em todos os casos, aumentamos os preços dos produtos em 10%, mas as variações nas
quantidades demandadas foram diferentes. Isto significa que as elasticidades são diferentes para os três
bens, afinal a demanda de cada bem reage de um jeito diferente às variações nos preços. Segue abaixo o
cálculo das elasticidades:

DEMANDA ELÁSTICA,
EPDA = EPD > 1

EPDB = DEMANDA INELÁSTICA,


EPD < 1

ELASTICIDADE UNITÁRIA,
EPDC = EPD = 1

Veja que, dos três bens, o mais sensível à variação de preços é o bem A. O aumento de 10% nos
preços reduziu as quantidades demandadas em 20%, ou seja, há bastante sensibilidade. Quando a E PD é
maior que 1, isto é, a queda nas quantidades demandadas é percentualmente superior ao aumento de
preços, dizemos que a demanda é elástica aos preços.
Já com relação ao bem B, o aumento de 10% nos preços provocou redução de 5% nas quantidades
demandadas, ou seja, há pouca sensibilidade. Quando E PD é menor que 1, isto é, a queda nas quantidades

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demandadas é percentualmente inferior ao aumento de preços, dizemos que a demanda é inelástica aos
preços.
Quando EPD é igual 1, isto é, a queda nas quantidades demandadas é percentualmente igual ao
aumento de preços, dizemos que a elasticidade preço da demanda é unitária. É importante ressaltar que o
mesmo raciocínio é válido para reduções nos preços, com a diferença, é claro, que tais reduções
provocarão aumento nas quantidades demandadas ao invés de diminuição.
As razões pelas quais as elasticidades preço demanda variam de um bem para outro são as mais
variadas possíveis. Podemos estabelecer as seguintes relações existentes entre os bens e suas respectivas
elasticidades:

 Quanto mais essencial o bem, mais inelástica (ou menos elástico) será a sua demanda: se o bem for
essencial para o consumidor, aumentos de preço irão provocar pouca redução de demanda, ou seja,
EPD será menor que 1. Imagine, por exemplo, a insulina remédio para tratar o diabetes. É evidente
que se o preço deste bem aumentar não haverá muita variação na demanda, pois é um bem
essencial para aquelas pessoas que o consomem.

 Quanto mais bens substitutos houver, mais elástica será a sua demanda: se o bem tiver muitos
substitutos, o aumento de seus preços fará com que os consumidores adquiram os bens substitutos,
desta forma, a diminuição das quantidades demandadas será grande. Imagine, por exemplo, a
margarina. Se o preço dela aumentar, naturalmente, as pessoas irão consumir mais manteiga, de
modo que a diminuição das quantidades demandadas de margarina será grande, ou seja, há alta
elasticidade em caso da existência de bens substitutos.

 Quanto menor o peso do bem no orçamento, mais inelástico será a demanda do bem: uma caneta
das mais simples custa R$ 1,00 e pode durar bastante tempo. Se seu preço aumentar para R$ 1,30,
seu consumo não diminuirá significativamente, pois o produto é muito barato, quase irrelevante no
orçamento das famílias. Por outro lado, se o preço dos automóveis aumentar 30%, haverá grande
redução das quantidades demandadas.

 No longo prazo, a elasticidade preço da demanda tende a ser mais elevada que no curto prazo: um
aumento de preços de determinado produto pode não causar significativas mudanças nas
quantidades demandadas, a curto prazo, pois os consumidores levam um tempo para se ajustar ou
para encontrar produtos substitutos. Por exemplo, se o preço do feijão aumentar, é possível que no
curto prazo não haja grandes variações na demanda; entretanto, no longo prazo, as donas de casa já
terão desenvolvido novas receitas que não usem mais o feijão ou descoberto produtos substitutos (a
à à àD à à à à à à Qà à maior, indicando maiores
elasticidades no longo prazo.

 Quanto maior o número de possibilidades de usos de uma mercadoria, tanto maior será sua
elasticidade: se um produto possui muitos usos, então, será natural que o número de substitutos que
ele possui também seja alto, pois em cada uso que ele possui haverá alguns substitutos. No total,
então, se um produto possui muitos usos, haverá um grande número de substitutos. Assim, quanto
mais usos tem um bem, maior é a sua elasticidade, pois mais substitutos ele terá. Por exemplo, um
produto como a lã - que é usada na produção de roupas, tapetes, estofamentos, e outros - terá, para
cada uso que possui, alguns substitutos. Se somarmos todos os seus usos, haverá, no total, muitos
substitutos, o que aumenta a sua elasticidade.

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1.1.1. A elasticidade preço da demanda e o gráfico da demanda

P à à à à à à à à à à à à à
alta elasticidade, e curvas mais inclinadas (mais verticais) para indicar pouca elasticidade. Veja abaixo:

CURVAS DE DEMANDA ELÁSTICA E INELÁSTICA


Figura 01
Preço
s

P=P2 - P1

P1
Q=Q2 - Q1
P2

Q=Q2 - Q1

Q2 Quantidade Q 1 Q2
Q1 de produtos

a) DEMANDA b) DEMANDA
ELÁSTICA INELÁSTICA
V à à à à à à à à à à Pà à à à à
à à à à Qà ààN à à à à à à à à à
uma alteração nas quantidades demandad à à à Qà àI à à à à à à à
à à à à à à à à à à à à
Isto que eu ensinei é um pouco errado e, como eu disse inicialmente, aplica-se somente para fins
didáticos. No próximo tópico, nós entenderemos porque é errado. Mas, agora, o importante é que você
entenda que, para fins didáticos, representamos curvas planas quando queremos mostrar alta elasticidade,
e curvas mais verticais quando queremos representar baixa elasticidade.

1.1.2. A elasticidade preço e a demanda linear

Apesar do que falamos no item precedente sobre curvas planas e verticais representando alta e
baixa elasticidade, respectivamente, isto não é correto do ponto de vista técnico, matemático. Nós usamos
este artifício apenas para fins didáticos.

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A mesma curva de demanda geralmente apresenta várias elasticidades. Por exemplo, suponha a
equação da demanda Q = 14 2P, representada na figura 02. Para esta demanda linear1, uma variação
unitária nos preços induz à mesma resposta em termos de quantidades demandadas. Um
aumento/redução de R$ 1,00 causará uma redução/aumento de 2 quantidades demandadas em qualquer
lugar da curva. Veja:

Figura 02
Preços
A
6
5
4
3
B
2
1

Quantidades
2 4 6 8 10 12

Entretanto, as mesmas respostas ao longo da curva em termos de variações unitárias não implicam
variações percentuais iguais. Para clarificar, observe o ponto A da figura 2. Um declínio de R$ 1 nos preços,
quando a base é R$ 6, representa uma redução de 17% nos preços (1/6=0,167), enquanto um acréscimo de
2 produtos demandados, quando a base é 2, representa um aumento de 100% na demanda. Ou seja, no
ponto A, ao reduzirmos os preços em R$ 1,00, a elasticidade é alta (E PDA à Q Pà à à 6).
No ponto B, um declínio de R$ 1 nos preços, quando a base é R$ 2, representa uma redução de 50%
nos preços (1/2=0,5), enquanto um acréscimo de 2 produtos demandados, quando a base é 10, representa
um aumento de 20% na demanda (2/10=0,2). Ou seja, no ponto B, a elasticidade é baixa (EPDB à Q Pà
= 20/50 0,4).
Assim, a extremidade superior de uma curva de demanda em linha reta mostrará uma elasticidade
maior do que a extremidade inferior. Além disto, uma curva de demanda linear será elástica em certas
extensões e inelástica em outras, conforme é mostrado na figura 03:

1
Demanda linear é aquela cuja representação gráfica é uma linha reta, que é derivada de uma equação de
1º grau. Ao mesmo tempo, observe que a reta (ou linha) apresentada na figura é a representação gráfica
da equação da demanda que colocamos como exemplo: Q=14 – 2P.

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Figura 03
Preços
EPD= ∞
A
EPD > 1  Demanda elástica

EPD = 1
C
OA/2
EPD < 1  Demanda inelástica

EPD= 0
O Quantidades
OB/2 B

No ponto A da curva, ao preço onde a quantidade demandada é igual a zero 2, temos a máxima
elasticidade possível (EPD à à à àBà à à à à à à à E PD=0).
No ponto C, ponto médio da curva, temos elasticidade unitária (EPD=1). Estas relações são válidas para
à à à à à à à à à à à à à à à à à à
verdade, uma linha reta).

1.1.3. Casos especiais da elasticidade preço da demanda

A figura 04 apresenta dois casos especiais da elasticidade preço da demanda. São casos que fogem
à regra. O gráfico 04.a apresenta uma curva de demanda infinitamente elástica (E PD àN à à à
consumidores vão adquirir a quantidade que puderem (qualquer quantidade) a determinado preço, P*. No
caso de um ínfimo aumento nos preços, a quantidade demandada cai a zero (grande diminuição da
quantidade demandada  Qà à à Pà à à à à à à à
redução de preço, a quantidade à à à à à Qà à à Pà à
N à à à à à Qà à à à à à à Pà à à à àE PD será
bastante alta, tendendo ao infinito.
O gráfico 04.b apresenta uma curva de demanda completamente inelástica, os consumidores
adquirirão uma quantidade fixa Q*, qualquer que seja o preço (como as quantidades demandadas serão
àQ à Q à à Qà à àEPD será 0 também).

2
Este preço é chamado de “preço proibitivo”, pois é o preço onde a quantidade demandada pelos
consumidores é igual a zero. Ou seja, é o preço que proíbe o consumo, ou ainda, é o valor de P que torna
Q=0.

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CASOS ESPECIAIS DA ELASTICIDADE PREÇO DA


DEMANDA
Figura 04
Preço
s D

E D
P* E

Qtde Q*
a) DEMANDA b) DEMANDA
INFINITAMENTE COMPLETAMENTE
ELÁSTICA
Estes dois conceitos são bastante teóricos e é bastante difícil visualizar algum exemplo prático. No
caso da demanda infinitamente elástica, podemos imaginar um produto com muitos substitutos e que seja
transacionado em um mercado com altíssimo grau de concorrência entre as firmas produtoras, em que
qualquer aumento de preço fará com que o produto perca toda sua demanda.
No caso da demanda completamente inelástica (também chamada de demanda anelástica 3),
podemos exemplificar através da visualização de um remédio que não possui substitutos e que, caso os
pacientes não o tomem, a morte será certa. Assim, o mercado consumidor deste remédio consumirá
sempre a mesma quantidade, Q*, a qualquer nível de preços.

1.1.4. Relação entre EPD e a Receita Total (RT) das firmas

A receita/renda total dos produtores (RT) ou das firmas corresponde às quantidades vendidas (Q)
multiplicadas pelos seus respectivos preços (P). Logo, RT = P x Q. Vale ressaltar que a RT é o mesmo que
dispêndio total dos consumidores (DT), já que o valor total que os consumidores gastam é igual àquele que
os produtores auferem de receita. Assim, RT=DT e as considerações entre a E PD e a RT são as mesmas entre
EPD e DT. Seguem abaixo as relações entre a RT e a EPD:

3
Cuidado para não confundir demanda anelástica com demanda inelástica. Anelasticidade significa
ausência de elasticidade (completamente inelástica), enquanto inelasticidade significa elasticidade
menor que a unidade (EPD<1).

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 Demanda elástica: se a demanda do bem é elástica (sensível à variação dos preços), um aumento
do preço reduzirá a receita total das firmas. Como EPD>1, qualquer aumento percentual de preços
provocará uma redução percentual maior nas quantidades demandadas. Pegue como exemplo o bem
A da tabela 1, cuja EPD é maior que 1, portanto, elástica. No momento 1, temos RT=100x10=1000. No
momento 2, temos RT=11x80=880. Esta redução na RT aconteceu porque a redução percentual nas
quantidades demandadas (-20%) foi maior que o aumento percentual no preço (+10%), devido ao
fato da demanda ser elástica (EPD>1). O raciocínio inverso também é válido: uma diminuição do preço
elevará a receita total das firmas, pois o aumento percentual das quantidades demandadas será
maior que a redução percentual dos preços.

 Demanda inelástica: se a demanda do bem é inelástica (pouco sensível à variação dos preços), um
aumento do preço aumentará a receita total das firmas. Como EPD<1, qualquer aumento percentual
de preços provocará uma redução percentual menor nas quantidades demandadas. Pegue como
exemplo o bem B da tabela 1, cuja EPD é menor que 1, portanto, inelástica. No momento 1, temos
RT=10x100=1000. No momento 2, temos RT=11x95=1045. Este aumento na RT aconteceu porque o
aumento percentual dos preços (+10%) foi maior que a redução percentual das quantidades
demandadas (-5%), devido ao fato da demanda ser inelástica (E PD<1). O raciocínio inverso funciona da
mesma maneira: uma redução de preços diminuirá a receita total, pois a redução percentual dos
preços será maior que o aumento percentual das quantidades demandadas.

 Demanda com elasticidade unitária: se a elasticidade é unitária, a variação percentual do preço é


igual à variação percentual das quantidades demandadas, de tal maneira que não há alteração na
receita total quando variamos os preços. Pegue como exemplo o bem C da tabela 1. No momento 1,
temos RT=1000. No momento 2, temos RT=11x90=990 1000 (o motivo das RTs não terem sido
exatamente iguais deve-se ao fato de estarmos usando a maneira mais simples de calcularmos a EPD a
partir de dados extraídos de tabela, e não a maneira mais precisa, que envolve o uso das derivadas e
de equações da demanda. Este cálculo mais preciso não é necessário para o nosso estudo, pelo
menos por enquanto). Como conclusão, alterações de preços de bens com elasticidade unitária não
provocam alterações na receita total dos produtores.

1.2. ELASTICIDADE RENDA DA DEMANDA (ERD)

A elasticidade renda da demanda mede a sensibilidade da demanda a mudanças de renda. Ela


indica a variação percentual da quantidade demandada de um bem em função da variação percentual de
1% na renda. Ou em outras palavras, de modo menos técnico e mais prático, é a variação percentual da
demanda de um bem em função da variação percentual da renda. Assim, temos:

ERD =

Onde R é a renda. Desenvolvendo a fórmula, temos:

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ERD =

A princípio, podem parecer complicadas estas fórmulas, mas, em se tratando de elasticidades,


lembre-se sempre de que no numerador teremos sempre a variação percentual das quantidades. Isto
vale para toda a elasticidade, seja da demanda ou da oferta. O que mudará, em cada caso, é que às vezes
teremos quantidades demandadas, outras vezes, quantidades ofertadas. Nesse caso (elasticidade renda da
demanda), teremos a variação percentual das quantidades demandadas no numerador, pois estamos
falando da elasticidade renda da demanda. No denominador, temos a causa da alteração da demanda. A
causa, nesta situação, é a alteração da renda. Então, na fórmula da elasticidade renda da demanda,
ficamos com a alteração percentual da demanda no numerador e a alteração percentual da renda no
denominador.
O coeficiente (o número) que expressa a elasticidade renda da demanda pode ser positivo, negativo
ou nulo. Dependendo do valor, podemos inferir algumas conclusões acerca do bem.
Observe na tabela abaixo o comportamento das quantidades demandadas dos bens A, B, C e D
quando aumentamos a renda de seus consumidores:

Quantidade demandada
Tabela 2 Bem A Bem B Bem C Bem D
RA QDA RB QDB RC QDC RD QDD
Momento 1 100 1000 100 1000 100 1000 100 1000
Momento 2 110 1050 110 1150 110 1100 110 900

Veja que, em todos os casos, aumentamos a renda dos consumidores em 10% (de 100 para 110),
mas as variações nas quantidades demandadas foram diferentes. Isto significa que as elasticidades renda
são diferentes para os quatro produtos, já que cada um reage de um jeito diferente às variações na renda
de seu consumidor.

Seguem os cálculos da ERD para cada bem:

ERDA =

ERDB =

ERDC =

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ERDD =

Veja que, para os bens A, B e C, a elevação da renda provocou aumento da demanda, porém em
intensidades diferentes. Quando o aumento de renda provoca aumento na demanda e, por conseguinte, a
ERD é maior que ZERO, dizemos que o bem é normal. É o caso dos bens A, B e C.
Por outro lado, quando o aumento de renda leva à redução da demanda e, por conseguinte, a E RD é
menor que ZERO, dizemos que o bem é inferior. É o caso do bem D. Assim:

 Se ERD > 0, então o bem é normal;


 Se ERD < 0, então o bem é inferior.

Ainda em relação aos bens normais, dependendo do valor do coeficiente da elasticidade renda,
podemos chegar a outras conclusões.
Se ERD>1, isto significa que o aumento de renda provoca um aumento na demanda mais que
proporcional ao aumento na renda. Em outras palavras, o aumento na demanda é percentualmente maior
que o aumento na renda. É o caso do bem B, onde um aumento de 10% na renda provocou aumento de
15% na quantidade demandada. Estes bens com E RD>1 são chamados de bens superiores (ou bens de luxo).
Geralmente bens supérfluos, como joias e casacos de pele, por exemplo, possuem E RD>1. Ao mesmo
tempo, dizemos que a demanda por esse bem é elástica em relação à renda4. Apenas para finalizar em
relação a estes bens, vale frisar que à medida que a renda aumenta, a participação do consumo destes
bens no orçamento do consumidor aumenta5.
Se ERD<1 e, ao mesmo tempo, maior que ZERO , isto significa que o aumento de renda provoca
um aumento na demanda, mas este aumento na demanda é percentualmente menor que o aumento da
renda. É o caso do bem A, onde um aumento de 10% na renda provocou aumento de apenas 5% na
demanda. Neste caso, dizemos que a demanda é inelástica à renda.
Se ERD=1, isto significa que a demanda por esse bem tem elasticidade unitária à renda. Ou ainda, o
bem tem elasticidade-renda unitária, o que é a mesma coisa dita de outra maneira.
Vale destacar que qualquer bem com ERD>0 será bem normal. Assim, um bem de luxo (ou bem
superior), com ERD>1, nada mais é que um tipo de bem normal.
Se ERD<0, isto significa que o aumento de renda provoca redução na demanda do bem. É o caso do
bem D, onde um aumento de 10% na renda provocou redução de 10% na demanda. Neste caso, dizemos
que o bem tem elasticidade renda da demanda negativa. Estes bens são chamados de bens inferiores. É o
caso, por exemplo, de produtos de baixa qualidade ou baixo valor agregado.
Temos, ainda, finalizando, o caso da elasticidade renda igual a ZERO (E RD=0). No caso do coeficiente
da elasticidade ser nulo, diz-se que demanda é perfeitamente inelástica (ou anelástica) à renda. Isto é, a

4
O raciocínio é o mesmo daquele apresentado no estudo da elasticidade preço da demanda. O que muda
agora é que a elasticidade é em relação à renda, e não mais em relação ao preço. Assim, caso E RD>1, a
demanda é elástica à renda, e não mais aos preços.
5
Isto é verificado pelo fato de que a quantidade demandada do bem aumenta em uma proporção maior
que a renda, quando ERD>1. Logo, a participação do consumo daquele bem no orçamento daquele
consumidor será aumentada quando a renda se elevar.

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demanda permanece constante, independente de qualquer alteração na renda do consumidor. Estes bens
são chamados de bens de consumo saciado. Temos, como exemplo mais próximo dessa situação, o sal de
cozinha e a pimenta. São bens cujo consumo ou demanda não se altera em resposta a mudanças na renda
do consumidor.

Resumindo, então:

Valor de ERD Situação


 Bem superior ou de luxo
ERD > 1
 Elasticidade renda da demanda elástica
 Bem normal
0 < ERD < 1
 Elasticidade renda da demanda inelástica
 Bem normal
ERD = 1
 Elasticidade renda da demanda unitária
 Bem normal
ERD > 0
 Elasticidade renda da demanda positiva
 Bem inferior
ERD < 0
 Elasticidade renda da demanda negativa
 Bem de consumo saciado
ERD = 0
 Elasticidade renda da demanda nula

1.3. ELASTICIDADE-PREÇO CRUZADA DA DEMANDA (EXY)

Conforme aprendemos, a quantidade demandada de uma particular mercadoria é afetada não


somente pelo seu preço ou pela renda do consumidor, mas também pelo preço dos bens relacionados a
ela. Se os bens estão relacionados, então eles são classificados como substitutos ou complementares. A
mudança no preço de um bem, caso ele seja substituto ou complementar, pode afetar a quantidade
demandada de outro bem.
A elasticidade-preço cruzada da demanda mede o efeito que a mudança no preço de um produto
provoca na quantidade demandada de outro produto, coeteris paribus. Se tivermos dois bens, X e Y, a
elasticidade-preço cruzada da demanda será:

Exy =

No caso acima, estamos mensurando qual o efeito que variações no preço de Y provocam nas
quantidades demandadas de X. Embora pareça confuso, lembro-lhes mais uma vez que todas as fórmulas
das elasticidades têm como numerador a variação percentual de quantidades e, no denominador, a

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variação percentual do fator (neste caso, é o preço do bem relacionado o preço de Y) que provoca
alteração nas quantidades.
De acordo com o sinal do coeficiente, os bens podem ser classificados em substitutos,
complementares e independentes.

a) EXY > 0, bens substitutos

Exemplo: um aumento no preço de Y provoca uma elevação6 na quantidade demandada do bem X.


Suponha que o preço do bem Y se eleve de R$ 1,00 para R$ 1,50, provocando um aumento na quantidade
demandada do bem X de 10 para 12 unidades. Teremos:

Exy =

Esse resultado indica que EXY>0, portanto, X e Y são bens substitutos. Neste exemplo, um aumento
de, digamos, 10% no preço de Y provoca um aumento de 4% na quantidade demandada de X, coeteris
paribus (com todos os outros fatores que influenciam a demanda permanecendo constante).
Dados retirados da economia norte-americana, por exemplo, mostram que a elasticidade-preço
cruzada entre Coca-cola e Pepsi, quando o preço da Coca-cola muda, é de 0,80. Isto é, quando o preço da
Coca-cola aumenta 10%, a quantidade demandada de Pepsi aumenta em 8%. Aliás, não é necessário
realizar pesquisas, nem estudar Economia, para saber que estes bens são substitutos, de tal maneira que a
elasticidade cruzada entre Coca e Pepsi será positiva.
Quanto maior o valor da elasticidade cruzada de bens substitutos, maior é o grau de
substituibilidade entre os bens. Por exemplo, o valor da elasticidade cruzada entre Coca-cola e Pepsi deve
ser bem maior que o valor da elasticidade cruzada entre Coca-cola e Whisky, indicando que estes últimos
não são tão substitutos quanto Coca e Pepsi.

b) EXY < 0, bens complementares

Exemplo: um aumento no preço de Y provoca uma redução 7 na quantidade demandada do bem X.


Suponha que o preço do bem Y se eleve de R$ 1,00 para R$ 1,50, provocando uma redução na quantidade
demandada do bem X de 10 para 08 unidades. Teremos:

Exy =

6
Pela lei da demanda, um aumento no preço de Y reduz a sua demanda. Como X e Y são substitutos no
consumo, as pessoas demandarão maiores quantidades de X, como resposta ao aumento de preços do
bem Y.
7
Pela lei da demanda, um aumento no preço de Y reduz a sua demanda. Como X e Y são
complementares no consumo, as pessoas demandarão também menores quantidades de X, já que o
consumo de um pressupõe o consumo do outro.

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Esse resultado indica que EXY<0, portanto, X e Y são bens complementares. Um aumento de, por
exemplo, 10% no preço de Y provoca uma redução de 4% na quantidade demandada de X, coeteris paribus
(com todos os outros fatores que influenciam a demanda permanecendo constante).
Dados retirados da economia norte-americana, por exemplo, mostram que a elasticidade-preço
cruzada entre Alimentos e Entretenimento, quando o preço da Alimentação muda, é de 0,72, indicando
uma complementaridade no consumo de Alimentação e Entretenimento. Isto é, divertir-se mais
(entretenimento) está associado a aumentar o consumo de Alimentação, e vice-versa, de tal maneira que a
elasticidade cruzada entre alimentos e entretenimento será negativa.
Quanto maior é o valor absoluto (módulo) da elasticidade cruzada da demanda de dois bens, maior
é o grau de complementariedade entre os bens. Por outro lado, quanto mais próximo de zero é o valor da
elasticidade cruzada da demanda entre dois bens, menor é o grau de complementariedade.

c) EXY = 0, bens independentes

Quando o aumento no preço de Y não provoca nenhuma alteração na quantidade demandada do


bem X, estes bens são de consumo independente. Em palavras mais informais: o consumo de um não tem
nada a ver com o consumo do outro.
Suponha que o preço do feijão se eleve de R$ 2,00 para R$ 3,00 o Kg. Mesmo após essa elevação do
preço do feijão, a quantidade demandada de Ferraris continuará em, digamos, 100 unidades ao ano no
Brasil. Assim:

Exy =
ç ã

Como EXY=0, feijão e Ferrari são bens independentes.


Então, resumindo:

Valor de EXY Relação entre X e Y


EXY > 0  Bens substitutos
EXY < 0  Bens complementares
EXY = 0  Bens independentes

1.4. ELASTICIDADE PREÇO DA OFERTA (EPO)

Aqui, o raciocínio é semelhante (na verdade, quase igual!) àquele feito na análise da elasticidade
preço da demanda. A diferença é que a elasticidade preço da oferta mede a sensibilidade da quantidade

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ofertada em resposta a mudanças de preço. A fórmula é a mesma, com a ressalva de que no numerador
temos, em vez de as quantidades demandadas, as quantidades ofertadas. Assim:

EPO =

O à QO à à à à à à à Pà à à
percentual dos preços. Ao contrário da EPD, em que temos resultados negativos e usamos o módulo do
coeficiente para expressar a elasticidade, na EPO, o resultado é naturalmente positivo, já que há uma
relação direta entre os preços dos produtos e as quantidades ofertadas. Quanto o preço aumenta, a
quantidade ofertada também aumenta, e vice-versa.

Observe na tabela abaixo o comportamento das quantidades ofertadas de A, B e C, quando


aumentamos os seus respectivos preços:

Oferta de A Oferta de B Oferta de C


Tabela 3
PA QOA PB QOB PC QOC
Momento 1 10 100 10 100 10 100
Momento 2 11 120 11 105 11 110

Em todos os casos, aumentamos os preços dos produtos em 10%, mas as variações na oferta foram
diferentes, em virtude de distintas sensibilidades (elasticidades). Seguem os cálculos:

OFERTA ELÁSTICA,
EPOA = EPO > 1

OFERTA INELÁSTICA,
EPOB = EPO < 1

ELASTICIDADE UNITÁRIA,
EPOC = EPO = 1

Casos especiais da elasticidade preço da oferta

A figura 05 apresenta dois casos especiais da elasticidade preço da oferta. O gráfico 05.a apresenta
uma curva de oferta infinitamente elástica (EPD àN à à à à à à à à
que puderem (qualquer quantidade) a determinado preço, P*. No caso de uma ínfima redução nos preços,
a quantidade ofertada cai a zero (grande diminuição da quantidade ofertada  Qà à à Pà à
da mesma maneira, para qualquer ínfimo aumento de preço, a quantidade ofertada aumenta de forma
à Qà à à Pà àN à à à à à Qà à à à à à Pà
ínfimo, de forma que EPO será bastante alta, tendendo ao infinito.

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O gráfico 05.b apresenta uma curva de demanda completamente inelástica (anelástica), os


produtores ofertarão uma quantidade fixa Q*, qualquer que seja o preço (como as quantidades ofertadas
à àQ à Qà à à à à à à Q àEPO será 0 também).

CASOS ESPECIAIS DA ELASTICIDADE PREÇO DA


OFERTA
Figura 05
Preço
s O

P* O

Qtde Q*
a) OFERTA b) OFERTA
INFINITAMENTE COMPLETAMENTE
ELÁSTICA

A elasticidade da oferta e o tempo

Assim como na demanda, a oferta tende a ser mais elástica no longo prazo. Caso haja alguma
alteração de preços, no curto/curtíssimo prazo, nem sempre é possível aos produtores ajustarem a oferta
dos produtos. Na agricultura, por exemplo, os fazendeiros podem esperar até um ano ou mais para ajustar
a quantidade ofertada de seus produtos agrícolas, em virtude das épocas de plantio, colheita e venda.
Assim, durante esse curto intervalo de tempo em que não é possível ajustar a oferta, ela será inelástica.

Em longo prazo, a resposta em quantidade ofertada para uma alteração de preços é maior, porque
em período mais longo os produtores podem variar os seus recursos produtivos, aumentando/diminuindo
a produção conforme a necessidade. Logo, concluímos que quanto maior for o período de tempo, maior
deverá ser a elasticidade da oferta.

A elasticidade preço da oferta e a oferta linear

Nós vimos que demandas lineares apresentam, ao longo de suas curvas, infinitos valores de
àE à à à à à à à à à à à à à à à à à à
de demanda.

Quando a oferta é linear, contudo, isso ocorre de modo diferente, conforme a figura abaixo:

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Figura 06
Preços
(p) EPO > 1  Oferta elástica

EPO = 1  Elasticidade unitária e constante

EPO < 1  Oferta inelástica


p>0

O Quantidades

p<0
B

Veja que, no caso da oferta linear, o valor da elasticidade dependerá do valor do intercepto da
curva de oferta no eixo onde está o preço (eixo vertical). A regra é simples:

 Se o intercepto for positivo (a curva de oferta intercepta o eixo de preços quando p>0), a oferta
será elástica. É o caso da curva de oferta que passa pelo ponto A. Como o preço que está no ponto A é um
valor positivo, a oferta é elástica em qualquer ponto da curva de oferta.

 Se o intercepto for negativo (a curva de oferta intercepta o eixo de preços quando p<0), a oferta
será inelástica. É o caso da curva de oferta que passa pelo ponto B. Como o preço que está no ponto B é
um valor negativo, a oferta é inelástica em qualquer ponto da curva de oferta.

 Se o intercepto da curva de oferta passar pela origem do gráfico (ponto O, quando p=0 e q=0), a
elasticidade será unitária e constante. Ou seja, em qualquer ponto da curva de oferta, teremos E PO=1.

Importante ressaltar que nos casos em que a oferta é elástica ou inelástica, a elasticidade é variável
ao longo da curva. Ela só será constante no caso em que a oferta passa pela origem do gráfico. Outro
importante aviso é que estas regras dependem apenas do valor do intercepto da curva de oferta. Ou seja,
não importa se as curvas são muito ou pouco inclinadas. Assim, uma curva que passa pelo ponto O, terá
EPO=1, independente de sua inclinação. Veja:

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Figura 07
Preços EPO = 1  Elasticidade unitária e constante
para as duas curvas de oferta. Observe que
isso ocorre pelo simples fato das duas
curvas interceptarem a origem do gráfico,
independente da inclinação das mesmas.

O Quantidades

1. (CESPE/Unb Economista ECT) - A elasticidade-renda da demanda mede a variação


percentual da renda em relação à variação percentual da quantidade demandada. E, se os
bens são normais, a demanda aumenta diante de um aumento na renda, mas, se os bens são
inferiores, é esperado que a demanda diminua quando a renda aumenta.

Comentários:
O erro da questão é bastante sutil. O certo é: a elasticidade-renda da demanda mede a variação
percentual da quantidade demandada em relação à variação percentual da renda.
Observe que, na assertiva, está ao contrário.

Gabarito: Errado

2. (CESPE/Unb Analista e Técnico EBC) - A receita com a venda de um bem com demanda
preço-elástica diminui quando se diminui o preço desse bem, mantidas as demais variáveis
constantes.

Comentários:
Se um bem tem demanda elástica, a redução de preço vai gerar um aumento nas quantidades
demandadas em proporção superior à redução de preço. Isto fará com que a receita com a
venda de um bem aumente.

Gabarito: Errado

3. (CESPE/Unb Analista e Técnico EBC) - Uma curva de demanda linear tem elasticidade de
demanda constante ao longo de toda a curva.

Comentários:
Conforme demonstrado na figura 03 da aula, uma curva de demanda linear tem elasticidade
variável ao longo da curva, indo de EPD=0 (quando P=0) à EPD à àQ

Gabarito: Errado

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4.(CESPE/Unb Analista e Técnico EBC) - Se a elasticidade de demanda linear é zero, o preço


do bem é zero.

Comentários:
Conforme demonstrado na figura 03, quando o preço do bem é zero, a EPD também é zero
(ponto B da figura 03).

Gabarito: Certo

5. (CESPE/Unb - Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações


ANATEL) - A essencialidade do produto é um fator determinante de sua elasticidade preço-
demanda, ou seja, quanto menos essencial é um bem, maior será sua elasticidade preço-
demanda.

Comentários:
Entre os fatores que determinam o valor da elasticidade preço da demanda de um bem, temos a
sua essencialidade. Quanto mais essencial é um bem, mais inelástica é sua demanda em relação
ao preço. Ou ainda: quanto menos essencial, maior será sua elasticidade preço da demanda.

Gabarito: Certo

6. (CESPE Ministro substituto - TCU) - A introdução dos carros bicombustíveis, que utilizam
simultaneamente álcool e gasolina, eleva a elasticidade preço da demanda de álcool
combustível e contribui para limitar a alta do preço desse produto no mercado doméstico.

Comentários:
A introdução dos carros Flex (bi-combustível) faz com que haja a possibilidade de consumir outro
combustível (gasolina), que é substituto ao álcool. Como já sabemos, quanto mais substitutos
um bem possui, maior é a sua elasticidade preço da demanda. Ainda, quanto maior a
elasticidade preço da demanda, maior é a queda na quantidade demandada do bem após uma
elevação dos preços, limitando, assim, a alta do preço desse produto (se a elasticidade for alta,
os produtores não vão querer aumentar muito os preços, pois a redução nas quantidades
demandadas será em proporção maior que o aumento de preços).

Gabarito: Certo

7. (CESPE/Unb Analista do Banco Central) - A procura por um bem tende a ser menos
elástica quanto maior for a quantidade de usos para esse produto.

Comentários:
A quantidade de usos de um bem é um dos fatores determinantes para a sua elasticidade, e
quanto maior a quantidade de usos, maior será a elasticidade.

Gabarito: Errado

8. (CESPE/Unb Agente da Polícia Federal) - A dificuldade em impedir altas dos preços dos
medicamentos, que constitui o cerne do embate recente entre o governo e os laboratórios
farmacêuticos, explica-se, parcialmente, pelas baixas elasticidades-preço da demanda que
caracterizam esses produtos.

Comentários:
Os produtos farmacêuticos, em razão de sua essencialidade, possuem baixíssima elasticidade
preço da demanda. Ou seja, mesmo quando custam muito caros, os consumidores não deixam
de comprá-los. Por isso, é natural que os laboratórios se aproveitem da situação e cobrem
preços mais elevados, o que deve ser evitado pelo governo, por meio da regulação econômica.
Daí, o embate entre o governo (que quer regular essa cobrança, evitando que ela se torne

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abusiva) e os laboratórios (que querem auferir lucros em razão de seu poder de mercado e da
baixa elasticidade do produto que vendem).

Gabarito: Certo

9. (CESPE/Unb Analista do Banco Central) - Para uma determinada empresa, o aumento de


preço de um produto significará redução da receita total se a elasticidade preço da procura for
menor do que a unidade.

Comentários:
O aumento de preço significará redução da RT se a EPD é maior que a unidade (se a demanda é
elástica, EPD>1).

Gabarito: Errado

10. (CESPE/Unb Analista de Controle Externo TCE/AC) - A afirmação segundo a qual a renda
total dos agricultores se eleva nos anos em que a colheita é prejudicada por fatores climáticos
é consistente com a existência de uma demanda inelástica pelos produtos agrícolas.

Comentários:
Nos anos em que a colheita é prejudicada, a curva de oferta de produtos agrícolas é deslocada
para a esquerda e para cima. Haverá, neste caso, aumento de preços e redução das quantidades
transacionadas no mercado. Como a renda dos agricultores significa a mesma coisa que receita
total dos produtores (RT = P x Q), para que haja aumento em sua renda nesta situação, a
redução nas quantidades demandadas (Q) deve ser menor proporcionalmente que o aumento
de preços (P).
Quando isto acontece, a demanda é inelástica aos preços. Assim, a afirmativa está correta, pois
quando a demanda é inelástica a redução das quantidades transacionadas é menor que o
aumento de preços, o que acaba aumentando a renda dos produtores.

Gabarito: Certo

11. (CESPE/Unb - Analista de Infraestrutura MPOG) Quando a elasticidade preço da


demanda for maior do que um, a demanda será elástica. É o caso, por exemplo, de bens
produzidos internamente, quando há aumento de preços e existe uma forte proteção tarifária
em relação a esses mesmos bens produzidos nos mercados concorrenciais externos.

Comentários:
A primeira sentença da afirmativa é meramente conceitual e está correta. Na segunda parte da
assertiva, é exemplificado como bem/produto de demanda elástica aquele produzido
internamente que de, certa forma, não sofre muita concorrência externa. Essa é a conclusão a
que devemos chegar depois da leitura atenta da assertiva. É o que o enunciado diz.
No entanto, se existe uma forte proteção tarifária do bem produzido internamente em relação
ao mesmo bem produzido nos mercados (concorrenciais) externos - ou seja, o bem produzido
internamente não sofre tanto a pressão da concorrência externa -, podemos concluir que o bem
produzido internamente terá elasticidade menor, pois os consumidores terão bens substitutos
mais caros, uma vez que os bens produzidos externamente estarão mais caros, devido à forte
proteção tarifária.
Quanto menores são as opções dos consumidores (produtos substitutos mais caros ou mais
escassos), menor é a elasticidade preço da demanda. Neste sentido, está incorreta a assertiva,
pois o bem produzido internamente deverá possuir (analisando-se apenas os dados da assertiva)
demanda inelástica.

Gabarito: Errado

12. (CESPE/Unb Economista MTE) - Quando a elasticidade da demanda é constante ao

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longo de toda a curva de demanda, diz-se que a curva é isoelástica. A função de demanda
linear é um exemplo de isoelasticidade.

Comentários:
Demandas com elast à à à à à à à à à à à à
(iso=igual). Conforme nós vimos, a curva ou função de demanda linear possui diversos valores
de elasticidades ao longo da curva. Assim, ao longo de uma curva de demanda linear, não temos
elasticidade constante.

Gabarito: Errado

13. (CESPE/Unb Técnico Municipal Prefeitura de Vila Velha) - Curva de demanda linear
possui elasticidade zero, no intercepto vertical da curva, e elasticidade infinita, no intercepto
horizontal.

Comentários:
O intercepto vertical é o lugar onde a curva de demanda corta o eixo vertical do gráfico (é o
ponto A da figura 03). Neste lugar, para a curva de demanda linear, temos elasticidade infinita.
O intercepto horizontal é o lugar onde a curva de demanda corta o eixo horizontal do gráfico (é
o ponto B da figura 03). Neste lugar, para a curva de demanda linear, temos elasticidade zero.
Ou seja, a regra é a seguinte: se o preço é zero, a elasticidade é zero. Se a quantidade é zero, a
elasticidade é infinita.
Sendo assim, a assertiva está errada pois ela inverteu as situações corretas.

Gabarito: Errado

Enunciado para as questões 14 e 15:

Tarifa de ônibus pode ir para R$ 1,90  A proposta de aumento das passagens de ônibus de
Belém e Ananindeua sai segunda-feira, 1.º de fevereiro. Segundo o DIEESE, uma planilha de
custos mostra que há defasagem na atual tarifa, já que, segundo justificativas das empresas,
houve aumento do salário mínimo, de peças e de combustível. No dia seguinte, a companhia
chegou a divulgar uma planilha técnica com a proposta do aumento da passagem de R$ 1,70
para R$ 1,90, com reajuste de 11,76%.
O Liberal, 29/1/2010 (com adaptações).

Com referência ao assunto abordado no texto acima, julgue os itens que se seguem.

14. (CESPE Analista BASA) Transporte público de ônibus tem característica de serviço com
demanda inelástica. Portanto, com o reajuste anunciado espera-se uma redução inferior a
11,76% na quantidade de passageiros transportados.

Comentários:
Em primeiro lugar, a questão nos afirma que o transporte público de ônibus tem a demanda
inelástica. Este tipo de afirmação deve ser tomado como um dado ou uma informação que é
apresentada pela questão, sendo, portanto, uma hipótese verdadeira, sob a qual se fundamenta
o restante da assertiva. Para resolver uma questão como essa, isto tem que ser levado em conta,
afinal, esse tipo de bem (transporte público) será elástico para algumas pessoas e inelástico para
outras pessoas, de tal maneira que a banca tem que dizer qual é a hipótese que será seguida.
Neste caso, fundamentaremos nosso raciocínio com a demanda sendo inelástica aos preços.
Observe então que a questão não nos exige este tipo de discernimento acerca do fato de a
demanda por transportes públicos ser ou não ser elástica. Ela simplesmente nos diz que é
inelástica, e sob esta informação devemos julgar o restante da assertiva.

Pelo enunciado da questão, percebe-se que os preços serão aumentados em 11,76%. Se a


demanda é inelástica, haverá uma redução percentual das quantidades demandadas (ou
passageiros transportados) que será inferior a estes 11,76%. Assim sendo, a assertiva é correta.

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Gabarito: Certo

15. (CESPE Analista - BASA) Considere que uma greve dos motoristas e cobradores de
ônibus por aumento de salários acarrete um aumento no preço das passagens superior aos
11,76% anunciados. Nesse caso, se o transporte público de ônibus tiver característica de
serviço com demanda inelástica e se as demais variáveis envolvidas no setor forem mantidas
constantes, então esse aumento de preços ocasionará redução no lucro dos empresários.

Comentários:
O aumento de preço em um contexto de demanda inelástica fará com que haja aumento da
receita total dos produtores. No entanto, ainda não é possível julgar a assertiva, pois a mesma
fala em redução à à à à à à à à à à“ à à à
à à à à à à à àERRáDO

O lucro é a diferença entre a receita total (RT) e o custo total (CT):

Lucro = RT CT

Pois bem, se o preço aumenta, com a demanda sendo inelástica, temos a certeza que haverá
aumento da receita total. Mas e quanto ao custo total? Haverá alteração? Sim, haverá! Mesmo
com a demanda sendo inelástica, o aumento de preço reduzirá a quantidade demandada (é a lei
da demanda). Ou seja, se o preço é aumentado, a produção da firma será reduzida em virtude
da redução da demanda. Como o custo total da firma é dependente do seu nível de produção,
podemos depreender que o aumento de preço faz o custo total cair, já que haverá redução da
demanda e, por conseguinte, da produção.

Assim, concluímos que o aumento de preço, em um contexto de demanda inelástica, faz


aumentar a receita total e diminuir o custo total, aumentando, desta forma, os lucros. Pelo
exposto, vemos que a assertiva é errada.

Gabarito: Errado

Enunciado para as questões 16 a 17: Nos últimos anos, observou-se o crescimento substancial
do mercado de produtos agrícolas orgânicos, impulsionado pela disseminação de hábitos de
vida mais saudáveis. Quanto ao funcionamento desse mercado, julgue os itens.

16. (CESPE/Unb Analista de Controle Externo TCE/AC) - Uma redução no preço dos
fertilizantes orgânicos conduz a um deslocamento ao longo da curva de oferta desses
produtos, expandindo a quantidade ofertada.

Comentários:
A redução nos preços dos fertilizantes faz com que caia o custo dos produtos agrícolas orgânicos.
Desta forma, haverá deslocamento DE TODA A CURVA DE OFERTA (não é ao longo da curva!) de
produtos agrícolas orgânicos para a direita, expandindo a quantidade ofertada.

O à à à à à à à à à à à à à à à à à
oferta dos produtos agrícolas citados no enunciado, e não na curva de oferta dos fertilizantes
orgânicos.

Gabarito: Errado

17. (CESPE/Unb Analista de Controle Externo TCE/AC) - Os preços mais elevados cobrados
por esses produtos reduzem tanto a elasticidade preço como a elasticidade renda da demanda
por esses produtos.

Comentários:

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A fórmula da EPD (EPD= ), mostra que o aumento


do preço (P em negrito) aumenta o valor da elasticidade preço da demanda. Só por aí, está

errada a assertiva. Ademais, a elasticidade renda da demanda (ERD =

) mede a variação das quantidades demandadas em função da

variação da renda. Ou seja, como se vê, alterações de preço, coeteris paribus, não influenciam o
valor da elasticidade renda da demanda.

Gabarito: Errado

18. (CESPE/Unb Analista de Comércio Exterior MDIC) - No mercado de imóveis de


determinada cidade, se os agentes econômicos acreditarem que, no futuro, os preços dos
imóveis subirão em razão da escassez de terrenos urbanos, a curva de demanda se deslocará
para a direita e a curva de oferta não será alterada.

Comentários:
Neste caso, temos uma situação em que há expectativa quanto à disponibilidade futura de
bens, mais especificamente expectativa de falta de imóveis em virtude da escassez de terrenos.
Esta expectativa, por sua vez, fará com que os consumidores aumentem a demanda por imóveis,
para se precaver de um possível desabastecimento no futuro. Assim, haverá deslocamento da
curva de demanda para a direita.

Esta situação é bem semelhante àquela que os brasileiros viviam há alguns anos atrás. Quando
era anunciado que o preço da gasolina ia subir, todo mundo ia correndo para o posto de gasolina
encher o tanque do carro (você se lembra disso? Está ficando velho, hein ). Ou seja, a
expectativa de aumento futuro de preços faz a demanda, no presente, aumentar.

Por outro lado, esta situação narrada na assertiva também faz com que os produtores alterem a
oferta de bens. Os donos dos imóveis podem decidir não colocar seus imóveis à venda,
esperando uma alta nos preços. Neste caso, a curva de oferta de imóveis serão deslocada para a
esquerda.

Assim, a assertiva está errada somente no trecho final quando fala que a curva de oferta não
será alterada.

Gabarito: Errado

19. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo TCDF) - O desenvolvimento de tecnologias


que permitam reduzir as exigências de adubação de cana de açúcar viabilizam aumentos da
quantidade ofertada, provocando, assim, um deslocamento ao longo da curva de oferta desse
produto.

Comentários:
O desenvolvimento de tecnologias irá aumentar a oferta, provocando deslocamento de toda a
curva de oferta para a direita e para baixo.

Gabarito: Errado

20. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo TCDF) - Os aumentos substanciais dos preços
dos medicamentos, que originaram uma disputa acirrada entre o governo e a indústria
farmacêutica, explicam-se, em parte, pelo fato de a demanda desses produtos ser inelástica

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em relação ao preço.

Comentários:
A demanda por remédios (bens ofertados pela indústria farmacêutica) é inelástica, já que são
bens de alta essencialidade. Em virtude de sua essencialidade, torna-se importante o governo
regular os preços, para evitar os lucros exorbitantes que podem ser auferidos pela indústria
farmacêutica (como a demanda do bem é inelástica, os produtores, a princípio, podem
aumentar os preços indefinidamente, pois a redução nas quantidades demandadas será em
proporção muito menor que o aumento de preços. Neste contexto é que entra o governo para
evitar tal situação).

Gabarito: Certo

21. (CESPE/Unb Especialista em Regulação ANAC) - A elasticidade preço da demanda, que


determina como a quantidade demandada de um bem depende dos preços, é a razão entre a
variação percentual dos preços e a variação percentual da quantidade demandada.

Comentários:
Cuidado! Esta questão inverteu a razão que nos dá o valor da elasticidade preço da demanda. O
correto é o seguinte:

A elasticidade-preço da demanda é a razão entre a variação percentual da quantidade


demandada e a variação percentual dos preços.

Gabarito: Errado

22. (CESPE/Unb Especialista em Regulação ANAC) - A elasticidade preço da oferta é


determinada por dois fatores: a disponibilidade de insumos e o tempo. A elasticidade tende a
ser maior quando os produtores têm mais tempo para responder às alterações de preço.

Comentários:
Exato! Conforme vimos no final da aula, estão entre os fatores que determinam a elasticidade
preço da oferta: o tempo e a disponibilidade de insumos. Quanto maiores estes (o tempo e a
disponibilidade de insumos), maior será a elasticidade preço da oferta.

Gabarito: Certo

2.1. OS FATORES DE PRODUÇÃO E ALGUNS CONCEITOS BÁSICOS

Para produzir os bens e serviços de que a sociedade dispõe para o seu consumo, as firmas utilizam
vários recursos ou insumos. Elas utilizam matéria-prima, mão-de-obra, máquinas, ferramentas, tecnologia,
etc. O conjunto destes recursos que as empresas utilizam na produção é chamado de fatores de produção.
Dentro do nosso estudo, temos, principalmente, três destes fatores de produção:

Capital;
Mão-de-obra e
Tecnologia.

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Capital, em Economia, tem o conceito um pouco diferente do que estamos acostumados em nosso
dia-a-dia. Nas nossas vidas, quando ouvimos a palavra capital, quase que imediatamente fazemos a
associação a dinheiro. No entanto, economicamente, Capital quer dizer, além de dinheiro, o conjunto de
bens de que as empresas dispõem para produzir. Assim, o estoque de capital de uma fábrica de
automóveis será o conjunto das instalações, máquinas, ferramentas, computadores, material de escritório,
enfim, tudo o que é utilizado na produção. O estoque de capital de um curso para concursos públicos
compreende as salas de aula, as carteiras, mesas, quadro-negro, projetor multimídia, sistema de som, etc.
Quanto mais estoque de capital (ou bens de capital) tiver a economia, maior será a sua produção. O capital
é representado pela letra (K).

Mão-de-obra é o próprio trabalho. É representada pela letra (L), devido ao termo em inglês: Labour.

Tecnologia significa o estudo da técnica. Em Economia, ela representa a forma como a sociedade
vai utilizar os recursos existentes (capital e mão-de-obra) na produção de bens e serviços. Dependendo da
tecnologia, sociedades com pouca mão-de-obra e capital podem, de fato, ser mais produtivas e gerar mais
bem-estar à sua população que outras com mais mão-de-obra e capital disponíveis. Em nosso curso,
seguindo o que é utilizado nos manuais de Economia, utilizaremos o fator de produção tecnologia como
uma variável constante, ou seja, que não muda.

Em alguns livros, você poderá verificar que muitos autores ainda listam outros itens como fatores
de produção: terra, recursos naturais, capacidade empresarial. Para nós, tais itens são irrelevantes e, em
nosso curso, trabalharemos apenas com os fatores mão-de-obra e capital, pois normalmente é assim que é
feito nos estudos das matérias objeto de nosso curso.

2.2. CURTO PRAZO x LONGO PRAZO

Antes de começar a falar da produção e dos custos, achamos à à à à


à à àE à verdade, essa diferenciação vale somente para a Microeconomia, que é o
que veremos nas aulas 00 a 04).

O curto prazo é definido como um período de tempo em que um dos fatores de produção (capital
ou mão-de-obra) permanece fixo, constante, inalterado. Por exemplo, uma situação em que o fator de
produção capital seja fixo e o fator de produção mão-de-obra seja variável será considerada curto prazo.

O longo prazo é o período de tempo em que os dois fatores de produção são variáveis.

Observe que esta distinção é meramente conceitual e não guarda qualquer relação com o tempo
transcorrido no calendário. Por exemplo, o dono de uma fábrica de sapatos pode demorar 10 anos até
renovar o seu capital (estoque de máquinas). Deste modo, este período de 10 anos significa curto prazo
para esta fábrica.

Em contraste, para um banco comercial que, diariamente, aumenta o seu estoque de capital
(abertura de agências, caixas eletrônicos, etc) e varia o seu estoque de mão-de-obra (contrata e demite

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trabalhadores), dois dias já podem significar longo prazo, pois ele provavelmente varia o capital e a mão-
de-obra neste período.

Veja que, no economês, curto prazo pode significar bastante tempo e longo prazo pode significar
pouco tempo. Isto é, o tempo não importa, o importante é saber se apenas um ou os dois fatores de
produção variam.

2.3. PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO (apenas um insumo variável)

Falar em produção no curto prazo significa falar em produção com apenas um fator de produção
variável.

Geralmente o estudo do curto prazo é considerado levando-se em conta que apenas o fator de
produção mão-de-obra seja variável, enquanto o fator de produção capital será fixo. Desta forma,
conseguiremos analisar as implicações de mudanças na produção provocadas somente por alterações em
somente um dos insumos de produção, no caso, o insumo mão-de-obra.

Quando o capital (K) é fixo, mas o trabalho (L) é variável, a única maneira de a empresa aumentar a
produção é aumentando o insumo trabalho (considerando a tecnologia constante). Em outras palavras,
para produzir mais é condição obrigatória adquirir mais quantidades do insumo mão-de-obra (ou seja,
adquirir mais trabalhadores).

Ao decidir adquirir mais trabalhadores, a firma tem de comparar o benefício que obterá em relação
ao custo. Às vezes, ela olhará para o benefício e o custo em perspectiva incremental. Isto é, ela procurará
saber o quanto de produção adicional ela ganhará com a contratação de um trabalhador adicional.

Às vezes, ela fará comparações na média. Isto é, ela tentará observar se a contratação de um
trabalhador adicional aumenta, por exemplo, a produção média por trabalhador.

A partir das duas perspectivas apresentadas acima, devemos, neste momento, apresentar dois
conceitos muito importantes:

Produto marginal da mão-de-obra (PmgL): é o volume de produção adicional gerado Q ao se


acrescentar 1 trabalhador L à áà à marginal à à E à à à à à
à à à à à à à à à à bre alguma coisa gerada pelo
acréscimo de uma outra coisa. Algebricamente, este conceito é representado assim:

Produto médio da mão-de-obra (PmeL): o PmeL é a produção por trabalhador. Basta dividir a produção
total pela quantidade de trabalhadores. Algebricamente, temos:

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A fim de facilitar a visualização do nosso estudo, veja a tabela 1, abaixo, para uma determinada
firma:

Produção no curto prazo (só um insumo variável: a mão-de-obra)


Produto
Quantidade de Quantidade de Produto
Produção (Q) Marginal
trabalhadores (L) capital (K) médio (Q/L)
Q L
0 10 0 0 -
1 10 10 10 10
2 10 30 15 20
3 10 60 20 30
4 10 80 20 20
5 10 95 19 15
6 10 108 18 13
7 10 112 16 4
8 10 112 14 0
9 10 108 12 -4
10 10 100 10 -8
T M P R E

Na primeira coluna, temos o número de trabalhadores, que varia de unidade em unidade. Na


segunda coluna, temos o estoque de capital que é fixo, já que estamos trabalhando no curto prazo (apenas
o insumo trabalho varia). Na terceira coluna temos a produção total. Esta produção total é apresentada em
forma de unidades produzidas. Veja que não estamos falando em Receita (a receita é o número de
unidades produzidas multiplicado pelo preço. Pelo menos por enquanto, esqueça o preço). A quarta coluna
apresenta os produtos médios, que é a produção total dividida pelo número de trabalhadores empregados.
Por último, a quinta coluna apresenta a produção adicional em virtude da contratação de 1 trabalhador
adicional, o produto marginal da mão-de-obra.

Analisando os dados fornecidos pela tabela, observa-se que a introdução do 1º trabalhador na


produção fez com que esta aumentasse de 0 para 10, portanto, um acréscimo de 10. Com a utilização de 2
trabalhadores, a produção muda de 10 para 30, um acréscimo de 20 unidades na produção. Com 3
trabalhadores, o acréscimo é de 30 (a produção passa de 30 para 60). O acréscimo na produção pode ser
acompanhado na quinta coluna, pelo produto marginal da mão-de-obra.

Até esse momento, em que proporção capital/trabalhador era grande, os acréscimos na produção
eram crescentes. A partir do 4º trabalhador, a produção aumenta a taxas decrescentes (ou seja, a
produção continua aumentando, porém os acréscimos na produção são decrescentes), porque a
quantidade de capital (máquinas, terra, ferramentas, etc) que cada trabalhador tem para trabalhar é cada
vez menor. Esta redução relativa da proporção do capital em relação à mão-de-obra atinge seu ápice
quando é contratado o 9º trabalhador, que passa a atrapalhar os outros em vez de ajudar, devido à
limitação da quantidade de capital existente. Em decorrência, a partir do 9º trabalhador (inclusive),
contratações adicionais terão o efeito de diminuir a produção em vez de aumentar.

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Mas... Por que isto ocorre?

Isto ocorre devido à lei dos rendimentos marginais decrescentes, que estatui: à medida que
aumentamos o uso de determinado fator de produção, mantendo-se os outros insumos de produção
constantes, chegamos a um ponto em que a produção adicional resultante começa a decrescer.

Nota 1: a lei dos rendimentos marginais decrescentes também pode ser chamada de lei da produtividade
marginal decrescente ou ainda lei das proporções variáveis. Veja que a análise aqui é bastante semelhante
àquela realizada na aula 01, onde estatuímos a lei da utilidade marginal decrescente (à medida que se
aumenta o consumo, a utilidade adicional ou a utilidade marginal começa a decrescer, indicando que a
utilidade marginal é decrescente).

A lógica desta lei é a seguinte: quando há poucos trabalhadores, dada uma quantidade de capital
existente, pequenos incrementos na quantidade de mão-de-obra geram substanciais aumentos no volume
de produção. Entretanto, quando mais e mais trabalhadores são contratados, entra em cena a lei dos
rendimentos marginais decrescentes. Quando houver funcionários em demasia, alguns se tornarão menos
eficientes e o produto marginal da mão-de-obra apresentará uma queda. Dito de outra maneira: à medida
que aumentamos a quantidade de trabalhadores, e não aumentamos o capital (máquinas, espaço físico,
à à à à à à à à à à à à à à

Nota 2: é importante não confundir a lei dos rendimentos marginais decrescentes com alterações na
qualidade da mão-de-obra. Em nossa análise, presumimos que as unidades do insumo trabalho são
homogêneas, possuem a mesma qualidade; assim, os rendimentos decrescentes resultam de limitações no
uso do capital, que se mantém inalterado, e não do fato de que os últimos trabalhadores contratados são
piores que os primeiros. Também não confunda rendimentos decrescentes com retornos negativos. A lei
dos rendimentos decrescentes descreve um produto marginal declinante, mas não necessariamente um
produto marginal negativo.

Vejamos abaixo o gráfico da produção em função da quantidade de trabalhadores, de acordo com


os dados da tabela 1:
Produção
(Q)
B
112

Produção total
A
Fig. 08 60

Quantidade de
0 3 8 trabalhadores
(L)

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Até a utilização do 3º trabalhador (inclusive), a produção aumenta a taxas crescentes. Quando isto
acontece, a concavidade da curva é voltada para dentro (para a esquerda), conforme vemos no segmento
que vai do ponto 0 ao ponto A da curva. Isto porque neste trecho (de 0 a 3 trabalhadores) o produto
marginal da mão-de-obra é crescente, como vimos na tabela 1. Uma vez que a inclinação da curva de
produção é dada pela sua derivada (inclinação=dQ/dL=PmgL), nós sabemos que se a inclinação é crescente
de L=0 até L=3, isto só é possível porque o PmgL (inclinação da curva de produção) é crescente de L=0 até
L=3, uma vez que a inclinação da curva de produção é dada pelo produto marginal do fator de produção
variável.

A partir do ponto A, à medida que aumentamos o número de trabalhadores, entra em ação a lei dos
rendimentos marginais decrescentes. Assim, a produção continua a aumentar, porém a taxas decrescentes
entre os pontos A e B. Como ela aumenta a taxas decrescentes neste trecho, a concavidade é voltada para
fora (para a direita). Isto acontece porque, do ponto A ao B, o produto marginal da mão-de-obra é
decrescente, porém, preste bem atenção, apesar do PmgL (produto marginal da mão-de-obra) ser
decrescente, ele ainda é positivo. Ou seja, aumentos na quantidade de trabalhadores ainda geram
==611ca==

aumento da produção.

A contratação do 8º trabalhador (ponto B) não gera nenhum acréscimo na produção. O produto


marginal da mão-de-obra neste trecho é nulo, é igual a 0. Desta forma, concluímos que quando o PmgL=0,
a produção é máxima. Isto é facilmente visualizável através do cotejo entre a tabela e a figura.

A produção é máxima quando o produto


marginal do fator variável é nulo.

QMÁX  quando PmgL=0

A partir do 8º trabalhador, ao aumentarmos a quantidade de trabalhadores, caminhamos para a


direita do ponto B. O PmgL continua decrescendo devido a lei dos rendimentos marginais decrescentes.

Como no ponto B o produto marginal da mão-de-obra é igual a ZERO e, a partir deste, ele continua
decrescendo quando se contrata mais trabalhadores, o PmgL começará a assumir valores negativos. Desta
forma, a partir do 8º trabalhador (linha tracejada do gráfico), se a firma continuar contratando mão-de-
obra, a produção irá cair, pois cada trabalhador adicional causa diminuição na produção.

Isto tudo acontece, vou repetir, porque o fator de produção capital é considerado fixo, estamos,
portanto, no curto prazo. Desta forma, vale a lei dos rendimentos marginais decrescentes. À medida que
aumentamos a quantidade de mão-de-obra, o capital permanecendo fixo, cada trabalhador adicional tende
a contribuir cada vez menos para a produção total. Isto (o outro fator de produção permanecer fixo) é a
condição fundamental para tudo o que foi dito acima.

Vejamos agora outro gráfico. Desta vez, vamos representar os produtos médio e marginal da mão-de-obra
em função da quantidade de trabalhadores. O gráfico está de acordo com os dados da tabela 1:

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Produção por
trabalhador
A
30 Produto Marginal (PmgL)

B
20
Produto Médio (PmeL)
Fig. 09

10

C
Quantidade de
0 3 4 8 10 trabalhadores
(L)

Tanto a curva do produto marginal da mão-de-obra como a curva do produto médio da mão-de-
obra são crescentes no início, atingem um máximo e, em seguida, passam a decrescer. O valor máximo de
PmgL é de 30 unidades, quando são empregados 3 trabalhadores. O valor máximo de PmeL é de 20
unidades, quando 4 trabalhadores são utilizados. Confira também na tabela 1.

Diante da tabela, dos conceitos e dos dois gráficos apresentados podemos apresentar como válidas as
seguintes relações:

 A produção total cresce enquanto o PmgL é positivo  veja na tabela 1: o PmgL é positivo até L=8,
no trecho de L=0 a L=8, a produção total cresce. A partir de L=9, o PmgL é negativo, e a produção
total começa a decair.

 A produção total decresce enquanto o PmgL é negativo  é a negação da afirmativa a).

 Quanto o PmgL=0, a produção total é máxima  veja na tabela 1 e no gráfico da figura 1: o PmgL é
nulo quando L=8. Exatamente para esta quantidade de trabalhadores temos a produção máxima.

 Enquanto o PmgL for maior que PmeL, este último é crescente  isto acontece pois a produção
adicional gerada por um trabalhador causa alterações na produção média. Assim, se a produção
adicional de um novo trabalhador é maior que a produção média, ela vai puxar a produção média
para cima. Esta relação pode ser visualizada na figura 2. Observe que até o ponto B, o PmgL é maior
que PmeL. Neste trecho, o PmeL é crescente, até o ponto em que PmgL e PmeL se igualam.

 Quando PmgL e PmeL forem iguais, PmeL é máximo  ponto B da figura 2.

 Enquanto o PmgL for menor que PmeL, este último é decrescente  isto acontece pois, neste
caso, a produção adicional gerada por um trabalhador adicional é menor que a produção média.
Logo, a produção adicional deste novo trabalhador vai puxar a produção média para baixo. Isto
pode ser visualizado na figura 2. Observe que, caminhando para a direita a partir do ponto B, o
PmgL é sempre menor que o PmeL. Da mesma forma, PmeL é decrescente.

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Bem pessoal, tentem fazer um esforço para entender o formato das curvas apresentadas nas
figuras 1 e 2, de modo que o entendimento das relações acima apresentadas irá se tornar mais fácil (ou
menos difícil).

Creio que a melhor forma de assimilar este assunto é através da visualização mental dos gráficos.
Guardando-os na cabeça tudo fica mais fácil. Assim, aconselho a ler as relações várias vezes, sempre
à à à à à à à à à à à à à à

É muito importante ressaltar que este processo de produção no curto prazo é a regra geral:
inicialmente, temos um produto marginal crescente para pequenas quantidades de emprego do fator
variável; depois, na faixa relevante de emprego do fator variável, temos um produto marginal decrescente.
Assim, mesmo que uma tecnologia de produção obedeça à lei dos rendimentos marginais decrescentes,
nós podemos entender que isso não será válido inequivocamente para qualquer quantidade de emprego
(qualquer valor de L) do fator variável. Em algum nível de L, podemos muito bem ter rendimento marginal
crescente.

Nota 4: Da mesma maneira que foram conceituados o produto marginal da mão-de-obra (PmgL) e o
produto médio da mão-de-obra (PmeL), podemos derivar, usando o mesmo raciocínio, dois conceitos
semelhantes, desta vez, envolvendo o insumo Capital (K):

Produto marginal do capital (PmgK): à à à à à Qà à à à à à


à à à à K àá à

Produto médio do capital (PmeK): é a produção total dividida pelo estoque de capital. Algebricamente:

PmeK = Q.K-1

23.(CESPE/Unb Analista Legislativo - Câmara dos Deputados) - De acordo com a lei dos
rendimentos decrescentes, quando o emprego aumenta, a produtividade marginal do trabalho
diminui não porque os trabalhadores adicionais sejam mais ineficientes, mas porque mais
trabalhadores estão sendo usados em relação aos demais fatores produtivos.

Comentários:
É exatamente o que está escrito na nota 2 do item 2.3. Ao contratar mais trabalhadores
(aumento de emprego), a produtividade marginal da mão-de-obra (ou produtividade marginal
do trabalho) diminui porque os outros fatores de produção ficam fixos. Nesse sentido, a lei dos
rendimentos marginais decrescentes estatui que o acréscimo na produção decorrente da

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contratação de trabalhadores adicionais será cada vez menor (decrescente).

Gabarito: Certo

24.(CESPE/Unb - Petrobras Economista) - De acordo com a lei dos rendimentos decrescentes,


quando o emprego aumenta, a produtividade marginal do trabalho diminui, não porque os
trabalhadores adicionais sejam mais ineficientes, mas porque mais trabalhadores estão sendo
usados em relação aos demais fatores produtivos.

Comentários:
Idêntica à questão 23. Coloquei apenas para que vocês vejam que a banca simplesmente repetiu
a questão já utilizada em outro concurso que foi realizado cinco anos antes! Ou seja: treine a
resolução das questões e a forma de pensar da banca!

Gabarito: Certo

25.(CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - Ciências Econômicas TCE/AC) - O crescimento


da produtividade média do trabalho, mantendo-se constante os demais insumos, é
incompatível com a existência de uma produtividade marginal superior ao produto médio.

Comentários:
Enquanto a produtividade média do trabalho é crescente, o produto marginal do trabalho será
superior ao produto médio. Veja a figura 09 para confirmar.

Gabarito: Errado

26.(CESPE/Unb - Analista Administrativo e Financeiro - Ciências Econômicas - SEGER/ES) - A lei


dos rendimentos decrescentes exclui a possibilidade de, no processo produtivo, a
produtividade marginal de determinado insumo ser crescente.

Comentários:
A regra geral no processo produtivo é o fator de produção variável apresentar rendimentos
marginais decrescentes. No entanto, principalmente quando a quantidade do fator de produção
é bastante baixa, pode acontecer de ele apresentar rendimentos marginais crescentes.
Analisando as figuras 8 e 9 da aula, isto acontece do ponto 0 ao ponto A. Nestes trechos, o
aumento do fator de produção mão-de-obra apresenta produto marginal crescente. Após o
ponto A (depois que temos mais de 3 trabalhadores), aí entra em ação a lei dos rendimentos
marginais decrescentes, que é a regra geral.

Vale ressaltar que o erro da assertiva está no fato de ela excluir a possibilidade de haver
produtividade marginal crescente, o que não é verdade, pois essa possibilidade existe. Ou seja,
temos o seguinte: a regra geral (situação comum) é a ocorrência de produtividade marginal
decrescente, mas pode haver trechos da curva do PmgL onde a produtividade marginal seja
crescente.

Gabarito: Errado

27.(CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - Ciências Econômicas - TCE/AC) - A


produtividade marginal atinge seu ponto máximo quando o produto médio é crescente.

Comentários:
A assertiva está correta.

Observando a figura 9, vemos que quando o produto marginal atinge o máximo (ponto A), o
produto médio está crescendo.

Gabarito: Certo

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28.(CESPE/Unb Ciências Econômicas UEPA) - A lei dos rendimentos decrescentes, aplicada


ao fator trabalho, implica que a produtividade marginal do trabalhado se reduz, caso o
aumento do emprego se faça mantendo-se os demais insumos inalterados.

Comentários:
É exatamente a definição da lei dos rendimentos decrescentes.

Gabarito: Certo

2.4. PRODUÇÃO NO LONGO PRAZO (dois insumos variáveis)

Aviso: originalmente, o assunto produção no longo prazo" é bem mais amplo do aquilo que
apresentaremos aqui, mas, como dissemos no início da aula, estamos filtrando o estritamente necessário
dentro do nosso último edital do TCU, ok?! Se você vir algum livro de Microeconomia, verá que são
abordados vários temas relativos à produção no longo prazo e que não estão presentes nesta aula
(isoquantas, taxa marginal de substituição técnica, linha de isocustos, etc). No entanto, podemos afirmar
categoricamente que isso não cairá na sua prova. Por tal motivo, não está sendo abordado neste curso.

No item anterior, vimos que, para produzir os bens e serviços que são ofertados à sociedade, as
firmas utilizam os chamados fatores de produção. Dentre estes fatores de produção, aqueles mais
relevantes para o estudo econômico são: a mão-de-obra (L) e o capital (K). São estes dois fatores que
utilizaremos em nossas análises da teoria.

Em grande parte dos livros e questões de prova, as funções de produção também são
representadas pelas variáveis L e K (trabalho e capital). No entanto, é importante que fique claro que isto é
apenas uma convenção. Assim, caso você encontre uma questão de prova que fale que a produção é
função dos fatores de produção 1 e 2, ou A e B; isto não deve ser motivo para que você se confunda. As
mesmas conclusões que serão observadas para L e K valem também para A e B, 1 e 2, X 1 e X2, etc.

Outra observação que temos a fazer se refere ao fato de os fatores de produção também podem
ser chamados de insumos de produção, em alusão ao fato de que é a partir deles que se origina a
produção, como se fossem insumos (e, na verdade, são!). Assim: fatores de produção = insumos de
produção.

Desta forma, a produção da firma é função da mão-de-obra e do capital existentes. Algebricamente,


isto que eu acabei de dizer é representado desta maneira:
Q = f (L, K) ou
Y = f (L, K)

(Q) é a quantidade de produção e muitas vezes também pode ser representado por (Y). (L) é a quantidade
de mão-de-obra. (K) é a quantidade de capital. f signif à à à à à à à à à
que há uma relação de dependência entre a produção (Q) e os fatores de produção (L) e (K).

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Nota  se eu dissesse que a produção (Q) é função dos fatores X 1 e X2, teríamos, algebricamente: Q = f (X1,
X2).

Se a firma deseja alterar a sua produção (Q), ela terá que, ou alterar o estoque de capital (K), ou
alterar a quantidade de mão-de-obra (L), ou alterar os dois, (K) e (L). Obviamente, isto tudo porque (Q) é
função de (K) e (L): Q = f (K, L)

Aqui, lembro-lhes que estamos desconsiderando a tecnologia. Ou melhor: estamos, na verdade,


supondo que ela seja constante. Caso contrário, poderíamos, por exemplo, aumentar a produção (Q) com o
desenvolvimento de novas tecnologias, sem precisar alterar o capital ou a mão-de-obra. A partir de agora,
quando falarmos em mudanças, ora no capital, ora na mão-de-obra, lembre sempre que estamos
considerando a tecnologia constante.

Apesar de sabermos que a produção (Q) é função do capital (K) e da mão-de-obra (L), ainda falta
uma equação que nos mostre esta relação de forma algébrica, matemática. Existe uma função que
expressa matematicamente esta relação de dependência entre produção e os fatores de produção mão-de-
obra e capital. Esta função é conhecida como função de produção Cobb-Douglas e tem o formato abaixo:

Q = A.K .L

Q é a produção. A é o parâmetro que mede a tecnologia ou a escala de produção. K é o capital. L é a


mão-de-obra. e são números positivos que medem a mensuração das participações dos fatores na
produção. Um elevado indica alta participação de capital na produção. Por outro lado, um elevado
indica alta participação de mão-de-obra na produção.

Aqui no nosso estudo, como estamos supondo uma tecnologia constante, veremos somente as
consequências de alterações no K e no L para a produção. De fato, a maioria dos textos e questões de
prova, utilizam o parâmetro tecnológico sendo igual a 1, de forma que a função de produção Cobb-Douglas
será Q=Ka.Lb.

Vejamos, agora, um pouco mais sobre esta função de produção Cobb-Douglas, ora apresentada:

Paul Douglas foi professor de Economia e senador nos EUA entre as décadas de 40 a 60. Em seus
estudos, Douglas notou que, à medida que a produção da economia crescia, a renda dos trabalhadores
à à L à à à à à à à à à K à à à à
proporção. Em outras palavras, se a produção da economia, digamos, dobrasse, a remuneração dos
trabalhadores e dos proprietários do capital também dobrava.

Assim, Douglas perguntou a Charles Cobb, um matemático, se haveria alguma equação ou função
de produção capaz de garantir esta propriedade ora descoberta. Daí, surgiu a função de produção Cobb-
Douglas, em homenagem ao matemático e ao economista, respectivamente.

No entanto, para que a propriedade descoberta por Douglas fosse respeitada, seria necessário que
à à à à à à à à

V à à à à à à à à à à à à à

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Q = 2. (K)0,5. (L)0,5

Agora, vamos calcular a produção considerando um estoque de capital (K) de 9 máquinas e uma
quantidade de mão-de-obra (L) de 4 trabalhadores:

Q = 2. (9)0,5. (4)0,5  Não esqueça que X0,5 é o mesmo que ou


Q = 2. 3. 2 = 12  Produção = 12

Vamos, agora, quadruplicar o estoque de capital e a quantidade de trabalhadores:

Q = 2. (4.9)0,5.(4.4)0,5
Q = 2. .
Q = 2. 6. 4 = 48  Veja que 48 é o quádruplo de 12

Note que, ao quadruplicarmos o capital e a mão-de-obra, também quadruplicamos a produção. Isto


à à à à

 Nota: para que a produção quadruplique, é necessário que quadrupliquemos os dois fatores de
produção: a mão-de-obra e o capital. Se quadruplicarmos somente um dos fatores, a alteração na
produção não será na mesma proporção.

Em Economia, quando há esta situação, dizemos que a função de produção apresenta rendimentos
constantes de escala. Em outras palavras, se capital e mão-de-obra forem aumentados na mesma
proporção, então a produção também aumenta nessa mesma proporção. Algebricamente, isto é traduzido
da seguinte maneira:

z.Q = A. (z.K) . (z.L)

ou

F(z.K, z.L) = A. (z.K) . (z.L)

á à à à à à à à àT à à à à à à à à à

Veja as duas funções de produção abaixo:

Q1 = 2. (K)1. (L)1  à à à à à à
Q2 = 2. (K0,5). (L0,25)  à à à à à à

Considerando um estoque de capital de 4 máquinas e 81 trabalhadores, calculemos as respectivas


produções:

Q1 = 2. (K). (L) = 2. 4. 81 = 648


Q2 = 2. (K0,5). (L0,25) = 2. . = 2. 2. 3 = 12

Vamos, agora, dobrar o estoque de capital e trabalhadores nas duas funções de produção:

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Q1 = 2. (2.K). (2.L) = 2. 8. 162 = 2592


 Veja que 2592 é mais que o dobro de 648.

Q2 = 2. (2.K)0,5. (2.L)0,25 = 2. . = 20
 Veja que 20 é menos que o dobro de 12.

Em Q1 à à à à à à à à à à à -de-obra, a produção quadruplicou


(2592 / 648 = 4). Em Q2 à à à à à à à à à à à -de-obra, a produção menos
que dobrou (20 / 12 = 1,67). A partir destes dados, podemos tirar as seguintes conclusões acerca deste da
função de produção Cobb-Douglas:

S . Isto
significa que se aumentarmos K e L em determinada
proporção, Q aumentará nesta mesma proporção.
S (ou
economias de escala). Neste caso, aumentos de K e L em
determinada proporção provocam aumentos de Q numa
proporção maior.
S decrescentes de escala (ou
deseconomias de escala). Aqui, aumentos de K e L em
determinada proporção provocam aumentos de Q numa
proporção menor.

Nota: tais observações do quadro acima, só valem para funções do tipo Cobb-Douglas, com o formato: Q =
A. K . L . Observe que a função Cobb-Douglas é multiplicativa, não há soma nem subtração. Veja, abaixo,
alguns exemplos de funções do tipo Cobb-Douglas:

Q = 2.K (aqui L=1)


Q = 4.L (aqui K=1)
Q = ½.K1/2.L3

Veja, agora, exemplos de funções que não são do tipo Cobb-Douglas:

Q=K+L
Q = K1/3 K1/2 + L.K

Aqui na nossa abordagem da função de produção foi dada especial atenção à função do tipo Cobb-
Douglas. Devemos isto ao fato de ela ser condizente com dados reais de várias economias e ser um bom
começo acerca de como ocorre a produção de bens e serviços da economia ou a distribuição da produção
entre capital e mão-de-obra. Além disto, e, é claro, principalmente, muitas questões de prova em seus
enunciados apresentam esta função como representativa da produção, seja de uma firma individual ou da
economia de um país.
Lembramos mais uma vez que estamos falando de longo prazo. Observe que, neste tópico, estamos
variando os dois fatores de produção, K e L.

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Devemos alertar-lhes que, em longo prazo, não existe a análise envolvendo a lei dos rendimentos
marginais decrescentes. Isto porque a suposição desta lei é a de que variamos o fator de produção mão-de-
obra e mantemos o capital fixo. Ou seja, a própria suposição da lei dos rendimentos decrescentes (capital
fixo) nos mostra que ela é inaplicável no longo prazo, onde variamos todos os fatores de produção (ou seja,
não mantemos o capital fixo).

Assim, você deve entender que não existe qualquer relação de incompatibilidade entre as situações
descritas no longo prazo (rendimentos crescentes, constantes ou decrescentes de escala) e a lei dos
rendimentos decrescentes aplicável ao curto prazo. Temos a lei dos rendimentos atuando no curto prazo e,
no longo prazo, podemos ter qualquer um dos 03 rendimentos de escala descritos (crescentes, constantes
ou decrescentes).

Nas questões do CESPE, a banca na maioria das


vezes não informa se a função de produção é ou
não é Cobb-Douglas. Neste caso, nós devemos
supor que ela seja Cobb-Douglas, pois esta é a
regra geral.

Agora, façamos algumas questões de prova:

29. (CESPE/Unb - Economista - SUFRAMA) “ à à à à à à economia apresenta rendimentos


crescentes à escala.
Comentários:
Atenção em questões desse tipo! Concurseiro que não presta atenção toma prejú! Para que a
economia apresente rendimentos crescentes à escala, a soma dos coeficientes deve maior que 1
e não maior que 0.

GABARITO: ERRADO

30. (CESPE/Unb - Analista Legislativo - Câmara dos Deputados) - Se a função de produção de


serviços administrativos da Câmara dos Deputados apresentar rendimentos constantes de
escala, então, mesmo dobrando-se o número de servidores administrativos, de máquinas e de
computadores não será possível alterar a produção de tais serviços.

COMENTÁRIOS:
Rendimentos constantes de escala é a situação em que uma variação, ao mesmo tempo, de
todos os fatores de produção (que são os insumos utilizados no processo de produção) leva a
uma idêntica variação da produção. Dessa forma, por exemplo, se dobrarmos o número de

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fatores de produção (de servidores administrativos, de máquinas e de computadores), a


produção de serviços administrativos também dobrará, caso haja rendimentos constantes de
escala.

GABARITO: ERRADO

31. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - TCE/AC) - O fato de que, dobrando-se todos os
fatores de produção, a quantidade produzida é multiplicada por 2,5 é incompatível com a
existência da lei dos rendimentos marginais decrescentes.

COMENTÁRIOS:
A hipótese aventada pela assertiva diz respeito à existência de rendimentos crescentes de
escala. Em nada tem a ver com a lei dos rendimentos marginais decrescentes. A análise dos
rendimentos de escala (crescentes, constantes, ou decrescentes) é uma análise de longo prazo,
pois variamos todos os fatores de produção. A lei dos rendimentos decrescentes é uma análise
de curto prazo, pois verificamos o rendimento do fator de produção variável, considerando a
hipótese em que o outro fator de produção é fixo. Na aula, supusemos que o fator de produção
capital era fixo, enquanto o fator de produção era variável. Assim, percebe-se que as duas
situações (rendimentos de escala X lei dos rendimentos marginais decrescentes) não se
confundem.

GABARITO: ERRADO

Agora, para terminar a aula, vejamos mais algumas questões comentadas.

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QUESTÕES COMENTADAS

32. (Cespe/Unb Analista Educacional SEE/DF - 2017) Se a elasticidade-preço da demanda for


negativa, então os bens serão substitutos

Comentários:
Se a elasticidade preço da demanda é negativa, o bem é comum (ou seja, o bem obedece à lei da
demanda). Para sabermos se os bens são substitutos, precisamos conhecer a sua elasticidade-preço
cruzada da demanda. Neste caso, para bens substitutos, a elasticidade-preço cruzada da demanda é
negativa.

Gabarito: Errado
33. (Cespe/UnB Economista ENAP/MPOG 2015) Dois bens são complementares se a elasticidade
renda da demanda for positiva.

Comentários:
Primeiramente, a elasticidade que diferencia bens complementares de substitutos é a elasticidade cruzada
da demanda, e não a elasticidade renda da demanda. Só por aí, a alternativa está errada.

Além disso, os bens serão complementares quando elasticidade cruzada da demanda for negativa.

Gabarito: Errado

34. (Cespe/UnB Economista DPU 2016) Um bem é denominado bem complementar se a


elasticidade-preço cruzada da demanda desse bem for negativa.

Comentários:
Conforme comentado na última questão, o bem será complementar se a elasticidade-preço cruzada da
demanda for negativa.

Gabarito: Certo

35. (Cespe/UnB Auditor Governamental CGE/PI 2015) Se o coeficiente da elasticidade preço da


demanda for menor que a unidade, então o bem demandado será insensível a alterações no seu preço.

Comentários:
Se a EPD é menor que 1, isto significa que uma variação no preço implicará variação percentual na
quantidade demandada menos que proporcional à variação no preço. Ou seja, a demanda varia menos que
o preço. Neste caso, dizemos que a demanda inelástica ou insensível ao preço.

Gabarito: Certo

Em relação aos efeitos preço, renda e substituição em uma microeconomia, julgue os itens seguintes.

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36. (Cespe/Unb Economista Suframa 2014) Dois bens são complementares se a elasticidade-
preço cruzada da demanda é positiva.

Comentários:
Dois bens serão complementares se a elasticidade-preço cruzada é negativa.

Gabarito: Errado

37. (CESPE - Analista de Gestão Educacional Economia SEDF - 2017) - Com referência à teoria
microeconômica da produção e às respectivas estruturas de mercado, julgue o item subsequente.

A produtividade marginal é obtida a partir da divisão do produto total pelo fator variável trabalho.

Comentários:
A produtividade marginal à à à à à à à à à Q pela variação do fator do
à L Pmg = Q/ L.

A divisão do produto total pelo fator variável trabalho é o produto médio do trabalho: PmeL = Q/L.

Gabarito: Errado

38. (CESPE - Analista de Gestão Educacional Economia SEDF - 2017) -


Em relação às funções de custo de produção, julgue o próximo item.

Diz-se que uma firma possui produção constante quando uma determinada combinação de seus fatores
de produção proporciona dois níveis distintos de produção.

Comentários:
Essa não é uma questão muito comum, fala de produção constante.

Podemos resolvê-la mais por interpretação do que qualquer aplicação da teoria microeconômica.

Dado que a produção é constante, uma determinada combinação de seus fatores de produção proporciona
O MESMO nível de produção.

Gabarito: Errada

39. (Cespe/Unb Economista TCE/SC 2016) - Em uma firma que opera com capital constante no
curto prazo, aumento na quantidade de trabalho faz que o produto marginal e o produto médio do
trabalho cresçam e depois tendam a cair. Nesse processo, enquanto o produto médio cresce, o produto
marginal é maior que o médio; e, enquanto o produto médio diminui, o produto marginal é menor que o
produto médio.

Comentários:

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Se a firma opera com capital constante, estamos falando de curto prazo (se a banca quisesse, nem
precisaria mencionar o curto prazo, pois ele já está implícito na informação de que o capital é constante).

No mais, a assertiva narra exatamente o processo da produção no curto prazo, da mesma forma como
descrevemos na figura abaixo:

Produção por
trabalhador
A
30 Produto Marginal (PmgL)

B
20
Produto Médio (PmeL)

10

C
Quantidade de
0 3 4 8 10 trabalhadores
(L)

Gabarito: Certo

40. (Cespe/Unb Economista TCE/SC 2016) - Constitui exemplo de rendimentos de escala


crescentes a função de produção X=0,5KL, em que X é a produção física total, K é a quantidade dos
recursos de capital e L é a quantidade de trabalho.

Comentários:
A função de produção da questão é homogênea de grau 2. Ou seja, de fato, temos rendimentos crescentes
de escala.

Gabarito: Certo

Considerando a função de produção Cobb-Douglas descrita por , em que x e y são os


fatores de produção e A e B, os parâmetros, julgue os itens subsequentes.

41. (Cespe/Unb - Economista Suframa CESPE 2014) - Se a tecnologia de produção tem


rendimentos constantes à escala, então a produtividade marginal dos fatores é constante.

Comentários:
Não existe, necessariamente, uma correlação obrigatória entre a produtividade marginal dos fatores e os
rendimentos de escala da tecnologia de produção.

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Por exemplo, podemos ter uma tecnologia de produção com retornos constantes de escala e, ao mesmo
tempo, produtividade marginal decrescente (que é o mais comum de acontecer, inclusive).

Gabarito: Errado

Teorias da firma e da produção procuram caracterizar comportamentos racionais de uma empresa em


ambientes competitivos ou não. Com relação a esse assunto, julgue os itens que se seguem.

42. (Cespe/Unb Auditor de Controle Externo Economia TCE/RO 2013) - Segundo a lei do
produto marginal decrescente, o produto marginal diminui à medida que se utiliza no longo prazo mais e
mais dos fatores de produção envolvidos.

Comentários:
A lei do produto marginal decrescente possui aplicação em curto prazo, porque consideramos que um
fator de produção possui rendimento marginal decrescente na hipótese em que o outro fator de produção
se mantém fixo (ou seja, é aplicação ou conceito exclusivamente aplicável em análise de curto prazo).

Gabarito: Errado

43. (Cespe/Unb Auditor de Controle Externo Economia TCE/RO 2013) - É possível que haja
rendimentos constantes de escala e produto marginal decrescente para uma dada tecnologia.

Comentários:
Sim, é possível. Aliás, esta é uma situação muito comum (ocorre, por exemplo, com funções de produção
Cobb-Douglas homogêneas de grau um).

Gabarito: Certo

44. (Cespe/Unb Auditor de Controle Externo Economia TCE/RO 2013) Em uma função de
produção Cobb-Douglas da forma f(x,y)=Axayb, em que A>0, a>b, b>0 e a+b=1, pode-se interpretar o
parâmetro A como a escala de produção e os parâmetros (a e b) como a mensuração das participações
dos insumos (x, y) na produção.

Comentários:
Questão correta, conforme definimos logo o início da aula, quando comentamos os significados dos
parâmetros da função Cobb-Douglas.

Gabarito: Certo

Considerando uma função de produção Cobb-Douglas dada por y=K L , em que y indica o montante
produzido de determinado bem para cada quantidade K de capital, e cada quantidade L de trabalho,
julgue os itens subsequentes.

45. (Cespe/Unb Especialista em Regulação ANCINE 2013) - S


apresenta retornos constantes de escala.

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Comentários:
Questão bastante fácil. Se a função é homogênea de grau um, então, temos retornos constantes de escala.

Gabarito: Certo

Julgue os itens a seguir, acerca de microeconomia.

46. (Cespe/Unb Especialista em Regulação ANTT 2013) - A lei dos rendimentos decrescentes está
associada ao fato de que, quando um dos fatores de produção é fixo, o decréscimo do produto marginal
é uma regra geral.

Comentários:
Questão tranquila.
Observe para o fato de que a lei dos rendimentos decrescentes é válida em uma situação de curto prazo
(quando um fato é fixo). Nesta situação, em regra, o produto marginal do fator variável é decrescente.

Gabarito: Certo

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LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS

01. (CESPE/Unb Economista ECT) - A elasticidade-renda da demanda mede a variação percentual


da renda em relação à variação percentual da quantidade demandada. E, se os bens são normais, a
demanda aumenta diante de um aumento na renda, mas, se os bens são inferiores, é esperado que a
demanda diminua quando a renda aumenta.

02. (CESPE/Unb Analista e Técnico EBC) - A receita com a venda de um bem com demanda preço-
elástica diminui quando se diminui o preço desse bem, mantidas as demais variáveis constantes.

03. (CESPE/Unb Analista e Técnico EBC) - Uma curva de demanda linear tem elasticidade de
demanda constante ao longo de toda a curva.

04. (CESPE/Unb Analista e Técnico EBC) - Se a elasticidade de demanda linear é zero, o preço do
bem é zero.

05. (CESPE/Unb - Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações ANATEL) - A


essencialidade do produto é um fator determinante de sua elasticidade preço-demanda, ou seja, quanto
menos essencial é um bem, maior será sua elasticidade preço-demanda.

06. (CESPE Ministro substituto - TCU) - A introdução dos carros bicombustíveis, que utilizam
simultaneamente álcool e gasolina, eleva a elasticidade preço da demanda de álcool combustível e
contribui para limitar a alta do preço desse produto no mercado doméstico.

07. (CESPE/Unb Analista do Banco Central) - A procura por um bem tende a ser menos elástica
quanto maior for a quantidade de usos para esse produto.

08. (CESPE/Unb Agente da Polícia Federal) - A dificuldade em impedir altas dos preços dos
medicamentos, que constitui o cerne do embate recente entre o governo e os laboratórios
farmacêuticos, explica-se, parcialmente, pelas baixas elasticidades-preço da demanda que caracterizam
esses produtos.

09. (CESPE/Unb Analista do Banco Central) - Para uma determinada empresa, o aumento de preço
de um produto significará redução da receita total se a elasticidade preço da procura for menor do que a
unidade.

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10. (CESPE/Unb Analista de Controle Externo TCE/AC) - A afirmação segundo a qual a renda total
dos agricultores se eleva nos anos em que a colheita é prejudicada por fatores climáticos é consistente
com a existência de uma demanda inelástica pelos produtos agrícolas.

11. (CESPE/Unb - Analista de Infraestrutura MPOG) Quando a elasticidade preço da demanda for
maior do que um, a demanda será elástica. É o caso, por exemplo, de bens produzidos internamente,
quando há aumento de preços e existe uma forte proteção tarifária em relação a esses mesmos bens
produzidos nos mercados concorrenciais externos.

12. (CESPE/Unb Economista MTE) - Quando a elasticidade da demanda é constante ao longo de


toda a curva de demanda, diz-se que a curva é isoelástica. A função de demanda linear é um exemplo de
isoelasticidade.

13. (CESPE/Unb Técnico Municipal Prefeitura de Vila Velha) - Curva de demanda linear possui
elasticidade zero, no intercepto vertical da curva, e elasticidade infinita, no intercepto horizontal.

Enunciado para as questões 14 e 15:

Tarifa de ônibus pode ir para R$ 1,90  A proposta de aumento das passagens de ônibus de Belém e
Ananindeua sai segunda-feira, 1.º de fevereiro. Segundo o DIEESE, uma planilha de custos mostra que há
defasagem na atual tarifa, já que, segundo justificativas das empresas, houve aumento do salário
mínimo, de peças e de combustível. No dia seguinte, a companhia chegou a divulgar uma planilha
técnica com a proposta do aumento da passagem de R$ 1,70 para R$ 1,90, com reajuste de 11,76%.
O Liberal, 29/1/2010 (com adaptações).

Com referência ao assunto abordado no texto acima, julgue os itens que se seguem.

14. (CESPE Analista BASA) Transporte público de ônibus tem característica de serviço com
demanda inelástica. Portanto, com o reajuste anunciado espera-se uma redução inferior a 11,76% na
quantidade de passageiros transportados.

15. (CESPE Analista - BASA) Considere que uma greve dos motoristas e cobradores de ônibus por
aumento de salários acarrete um aumento no preço das passagens superior aos 11,76% anunciados.
Nesse caso, se o transporte público de ônibus tiver característica de serviço com demanda inelástica e se
as demais variáveis envolvidas no setor forem mantidas constantes, então esse aumento de preços
ocasionará redução no lucro dos empresários.

Enunciado para as questões 16 a 17: Nos últimos anos, observou-se o crescimento substancial do
mercado de produtos agrícolas orgânicos, impulsionado pela disseminação de hábitos de vida mais
saudáveis. Quanto ao funcionamento desse mercado, julgue os itens.

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16. (CESPE/Unb Analista de Controle Externo TCE/AC) - Uma redução no preço dos fertilizantes
orgânicos conduz a um deslocamento ao longo da curva de oferta desses produtos, expandindo a
quantidade ofertada.

17. (CESPE/Unb Analista de Controle Externo TCE/AC) - Os preços mais elevados cobrados por
esses produtos reduzem tanto a elasticidade preço como a elasticidade renda da demanda por esses
produtos.

18. (CESPE/Unb Analista de Comércio Exterior MDIC) - No mercado de imóveis de determinada


cidade, se os agentes econômicos acreditarem que, no futuro, os preços dos imóveis subirão em razão da
escassez de terrenos urbanos, a curva de demanda se deslocará para a direita e a curva de oferta não
será alterada.

19. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo TCDF) - O desenvolvimento de tecnologias que


permitam reduzir as exigências de adubação de cana de açúcar viabilizam aumentos da quantidade
ofertada, provocando, assim, um deslocamento ao longo da curva de oferta desse produto.

20. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo TCDF) - Os aumentos substanciais dos preços dos
medicamentos, que originaram uma disputa acirrada entre o governo e a indústria farmacêutica,
explicam-se, em parte, pelo fato de a demanda desses produtos ser inelástica em relação ao preço.

21. (CESPE/Unb Especialista em Regulação ANAC) - A elasticidade preço da demanda, que


determina como a quantidade demandada de um bem depende dos preços, é a razão entre a variação
percentual dos preços e a variação percentual da quantidade demandada.

22. (CESPE/Unb Especialista em Regulação ANAC) - A elasticidade preço da oferta é determinada


por dois fatores: a disponibilidade de insumos e o tempo. A elasticidade tende a ser maior quando os
produtores têm mais tempo para responder às alterações de preço.

23. (CESPE/Unb Analista Legislativo - Câmara dos Deputados) - De acordo com a lei dos
rendimentos decrescentes, quando o emprego aumenta, a produtividade marginal do trabalho diminui
não porque os trabalhadores adicionais sejam mais ineficientes, mas porque mais trabalhadores estão
sendo usados em relação aos demais fatores produtivos.

24. (CESPE/Unb - Petrobras Economista) - De acordo com a lei dos rendimentos decrescentes,
quando o emprego aumenta, a produtividade marginal do trabalho diminui, não porque os
trabalhadores adicionais sejam mais ineficientes, mas porque mais trabalhadores estão sendo usados em
relação aos demais fatores produtivos.

25. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - Ciências Econômicas TCE/AC) - O crescimento da


produtividade média do trabalho, mantendo-se constante os demais insumos, é incompatível com a
existência de uma produtividade marginal superior ao produto médio.

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26. (CESPE/Unb - Analista Administrativo e Financeiro - Ciências Econômicas - SEGER/ES) - A lei dos
rendimentos decrescentes exclui a possibilidade de, no processo produtivo, a produtividade marginal de
determinado insumo ser crescente.

27. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - Ciências Econômicas - TCE/AC) - A produtividade


marginal atinge seu ponto máximo quando o produto médio é crescente.

28. (CESPE/Unb Ciências Econômicas UEPA) - A lei dos rendimentos decrescentes, aplicada ao
fator trabalho, implica que a produtividade marginal do trabalhado se reduz, caso o aumento do
emprego se faça mantendo-se os demais insumos inalterados.

29. (CESPE/Unb - Economista - SUFRAMA S


escala.
Comentários:

30. (CESPE/Unb - Analista Legislativo - Câmara dos Deputados) - Se a função de produção de serviços
administrativos da Câmara dos Deputados apresentar rendimentos constantes de escala, então, mesmo
dobrando-se o número de servidores administrativos, de máquinas e de computadores não será possível
alterar a produção de tais serviços.

31. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - TCE/AC) - O fato de que, dobrando-se todos os fatores de
produção, a quantidade produzida é multiplicada por 2,5 é incompatível com a existência da lei dos
rendimentos marginais decrescentes.

32.(Cespe/Unb Analista Educacional SEE/DF - 2017) Se a elasticidade-preço da demanda for negativa,


então os bens serão substitutos

33. (Cespe/UnB Economista ENAP/MPOG 2015) Dois bens são complementares se a elasticidade
renda da demanda for positiva.

34. (Cespe/UnB Economista DPU 2016) Um bem é denominado bem complementar se a


elasticidade-preço cruzada da demanda desse bem for negativa.

35. (Cespe/UnB Auditor Governamental CGE/PI 2015) Se o coeficiente da elasticidade preço da


demanda for menor que a unidade, então o bem demandado será insensível a alterações no seu preço.

Em relação aos efeitos preço, renda e substituição em uma microeconomia, julgue os itens seguintes.

36. (Cespe/Unb Economista Suframa 2014) Dois bens são complementares se a elasticidade-
preço cruzada da demanda é positiva.

37. (CESPE - Analista de Gestão Educacional Economia SEDF - 2017) - Com referência à teoria
microeconômica da produção e às respectivas estruturas de mercado, julgue o item subsequente.

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A produtividade marginal é obtida a partir da divisão do produto total pelo fator variável trabalho.

38. (CESPE - Analista de Gestão Educacional Economia SEDF - 2017) -


Em relação às funções de custo de produção, julgue o próximo item.

Diz-se que uma firma possui produção constante quando uma determinada combinação de seus fatores
de produção proporciona dois níveis distintos de produção.

39. (Cespe/Unb Economista TCE/SC 2016) - Em uma firma que opera com capital constante no
curto prazo, aumento na quantidade de trabalho faz que o produto marginal e o produto médio do
trabalho cresçam e depois tendam a cair. Nesse processo, enquanto o produto médio cresce, o produto
marginal é maior que o médio; e, enquanto o produto médio diminui, o produto marginal é menor que o
produto médio.

40. (Cespe/Unb Economista TCE/SC 2016) - Constitui exemplo de rendimentos de escala


crescentes a função de produção X=0,5KL, em que X é a produção física total, K é a quantidade dos
recursos de capital e L é a quantidade de trabalho.

Considerando a função de produção Cobb-Douglas descrita por , em que x e y são os


fatores de produção e A e B, os parâmetros, julgue os itens subsequentes.

41. (Cespe/Unb - Economista Suframa CESPE 2014) - Se a tecnologia de produção tem


rendimentos constantes à escala, então a produtividade marginal dos fatores é constante.

Teorias da firma e da produção procuram caracterizar comportamentos racionais de uma empresa em


ambientes competitivos ou não. Com relação a esse assunto, julgue os itens que se seguem.

42. (Cespe/Unb Auditor de Controle Externo Economia TCE/RO 2013) - Segundo a lei do
produto marginal decrescente, o produto marginal diminui à medida que se utiliza no longo prazo mais e
mais dos fatores de produção envolvidos.

43. (Cespe/Unb Auditor de Controle Externo Economia TCE/RO 2013) - É possível que haja
rendimentos constantes de escala e produto marginal decrescente para uma dada tecnologia.

44. (Cespe/Unb Auditor de Controle Externo Economia TCE/RO 2013) Em uma função de
produção Cobb-Douglas da forma f(x,y)=Axayb, em que A>0, a>b, b>0 e a+b=1, pode-se interpretar o
parâmetro A como a escala de produção e os parâmetros (a e b) como a mensuração das participações
dos insumos (x, y) na produção.

Considerando uma função de produção Cobb-Douglas dada por y=K L , em que y indica o montante
produzido de determinado bem para cada quantidade K de capital, e cada quantidade L de trabalho,
julgue os itens subsequentes.

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45. (Cespe/Unb Especialista em Regulação ANCINE 2013) - S


apresenta retornos constantes de escala.

Julgue os itens a seguir, acerca de microeconomia.

46. (Cespe/Unb Especialista em Regulação ANTT 2013) - A lei dos rendimentos decrescentes está
associada ao fato de que, quando um dos fatores de produção é fixo, o decréscimo do produto marginal
é uma regra geral.

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GABARITO

1. E
2. E
3. E
4. C
5. C
6. C
7. E
8. C
9. E
10. C
11. E
12. E
13. E
14. C
15. E
16. E
17. E
18. E
19. E
20. C
21. E
22. C
23. C
24. C
25. E
26. E
27. C
28. C
29. E
30. E
31. E
32. E
33. E
34. C
35. C
36. E
37. E
38. E
39. C
40. C
41. E
42. E

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43. C
44. C
45. C
46. C

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