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SUMÁRIO

COMO VARIÁVEIS MACROECONÔMICAS INTERAGEM ENTRE SI? ESTUDANDO ALGUNS


MODELOS ......................................................................................................................................... 5

HORIZONTES DE TEMPO NA MACROECONOMIA ..........................................................................6


MODELO IS-LM ................................................................................................................................. 13
UTILIZAÇÃO DO MODELO IS-LM .................................................................................................... 24
MODELO DE MUNDELL-FLEMING ................................................................................................. 30
OFERTA AGREGADA E CURVA DE PHILLIPS ...................................................................................... 38

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................ 44

BIBLIOGRAFIA BÁSICA..................................................................................................................... 44
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ................................................................................................... 44

PROFESSOR-AUTOR ....................................................................................................................... 52
COMO VARIÁVEIS MACROECONÔMICAS
INTERAGEM ENTRE SI? ESTUDANDO ALGUNS
MODELOS

Antes de irmos a fundo nos dados, é imprescindível que saibamos muito bem como as
principais variáveis macroeconômicas interagem entre si. Precisamos ter tudo na ponta da língua se
quisermos fazer análises.
Neste curso, o nosso objetivo será recapitular as principais noções quando estudamos as
flutuações econômicas. Primeiramente, definiremos a questão temporal em Macroeconomia: o que
chamamos de curto prazo e longo prazo? Com a resposta dada, retomaremos os conceitos de
demanda agregada e oferta agregada, que serão o nosso horizonte. Em um segundo momento,
reconstruiremos o modelo IS-LM e verificaremos como as políticas monetária e fiscal podem
impactar algumas variáveis. Com isso, já conseguiremos ser capazes de expandir o nosso olhar e
agregar mais perspectivas: abriremos a economia com o modelo de Mundell-Fleming e
incorporaremos novos elementos, aproximando-nos cada vez mais do mundo real. Por fim, vamos
concentrar-nos no trade-off entre inflação e desemprego exposto pela curva de Phillips.
Cabe observar que este curso não tem a pretensão de esmiuçar e aprofundar todos os
componentes que comentamos acima, deixamos isso para o curso de Teoria. A nossa preocupação
será apenas passear pelos principais aspectos de cada modelo e, assim, conectá-los a fim de que se
consiga capturar o modo de se pensar a Macroeconomia no curto prazo. Atente-se para como se dá
o relacionamento das variáveis! Preços, juros, desemprego, gastos do governo, consumo,
investimento, etc.
Para cumprir com os objetivos detalhados acima, utilizaremos largamente o livro de Mankiw
(2021), Macroeconomia, o qual será a nossa referência a todo instante e sobre o qual faremos todas
as observações. A ideia de adotar um único “manual” neste curso é facilitar o processo de revisão,
capturando de forma organizada e rápida os principais pontos que queremos enfatizar. Lembre-se:
a nossa preocupação será apenas passear pelos principais aspectos de cada modelo e, dessa forma,
conectá-los. Apesar disso, fique à vontade para utilizar outros manuais também. O livro
Macroeconomia, de Blanchard (2007); e o Manual de Macroeconomia: nível básico e nível
intermediário, de Lopes e Vasconcellos (2010), são excelentes indicações e possuem as suas
informações na bibliografia, assim como o de Mankiw (2021).
Este curso está dividido em cinco unidades. A unidade 1 discute os horizontes temporais na
Macroeconomia. A unidade 2 busca explicitar como se dá a construção do modelo IS-LM. A
unidade 3 visa observar como podemos pensar as políticas monetária e fiscal no contexto do modelo
IS-LM. A unidade 4 revisita o modelo Mundell-Fleming para uma economia aberta. Por fim, a
unidade 5 tem como foco a oferta agregada e o trade-off entre inflação e desemprego.

Horizontes de tempo na macroeconomia


Vale a pena começarmos esta unidade com a pergunta colocada por Mankiw (2021): por que
precisamos de modelos diferentes para diferentes horizontes de tempo? Como coloca o próprio
autor, a maior parte dos economistas acredita que a diferença fundamental entre o curto e o longo
prazo é com relação ao comportamento dos preços. No longo prazo, os preços são flexíveis e podem
reagir a mudanças na oferta ou na demanda. No curto prazo, porém, muitos preços ficam “rígidos”
em algum nível predeterminado. Uma vez que os preços se comportam de maneira diferente no
curto e no longo prazo, vários eventos econômicos e políticas econômicas exercem efeitos diferentes
a depender do horizonte de tempo. Dessa forma, então, precisamos de modelos distintos para
analisar cada contexto. Notem que o ritmo de mudança de preços vai depender do tipo de bem
considerado e também do ambiente em que esse bem está inserido. Provavelmente, o preço do
tomate na feira se ajuste mais rapidamente que o preço do trabalho, o salário, de um empregado
CLT, por exemplo.
Considerando o fato de que há rigidez de preços no curto prazo, o que isso significa para os
modelos? Mankiw (2021) pontua que o fato de os preços não se ajustarem rápida e completamente
implica que, no curto prazo, variáveis reais, como a produção e o nível de emprego, devem ser
responsáveis por alguma parte do ajuste. Em outras palavras, durante o horizonte de tempo ao longo
do qual os preços se mantêm rígidos, a dicotomia clássica não se aplica; ou seja, as variáveis nominais
podem influenciar as variáveis reais, e a economia pode desviar-se do equilíbrio previsto pelo
modelo clássico. Lembremos que, no modelo clássico, o produto depende da capacidade da
economia de ofertar bens e serviços. Além disso, a teoria clássica postula que os preços se ajustam
de modo a garantir que a quantidade de produto demandada se iguale à quantidade ofertada.
Com o intuito de explicitar as diferenças entre curto prazo e longo prazo, vamos utilizar as
noções de demanda agregada e oferta agregada.
Demanda agregada é a relação entre a quantidade de produto demandada e o nível de preços.
Como mostrado por Mankiw (2021), podemos derivá-la a partir da teoria quantitativa:

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𝑀𝑀𝑀𝑀 = 𝑃𝑃𝑃𝑃,
em que 𝑀𝑀 é a oferta monetária, 𝑉𝑉 é a velocidade da moeda, 𝑃𝑃 é o nível de preços, e 𝑌𝑌 é o
montante de produto. Se assumirmos que a oferta monetária é exógena e fixada pelo banco central,
e que a velocidade da moeda é constante, teremos uma relação negativa entre o nível de preços e o
produto.

Figura 1 – Curva da demanda agregada

A curva da demanda agregada, DA, mostra a relação entre o nível de preços, P, e a quantidade demandada de bens e
serviços, Y. Ela é traçada para um valor da oferta monetária M. A curva de demanda agregada apresenta inclinação
descendente: quanto mais alto o nível de preços P, mais baixo o nível de saldos monetários reais M/P e,
consequentemente, menor a quantidade demandada de bens e serviços Y.

Fonte: Mankiw (2021)

Note que podemos ter movimentações da curva de demanda agregada. Suponha, por
exemplo, que o banco central aumente ou reduza a oferta de moeda, tais fatos devem implicar
deslocamentos da demanda agregada.

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Figura 2 – Deslocamentos na curva de demanda agregada: para dentro e para fora

Alterações na oferta monetária deslocam a curva de demanda agregada. No painel (a), uma redução na oferta monetária
M reduz o valor nominal do total da produção PY. Para qualquer nível de preços predeterminado P, o total da produção,
Y, torna-se mais baixo. Por conseguinte, uma diminuição na oferta monetária desloca a curva da demanda agregada para
dentro, de DA1 para DA2. No painel (b), um crescimento na oferta monetária M eleva o valor nominal do total da produção
PY. Para qualquer nível determinado de preços P, o total da produção, Y, passa a ser mais alto. Por conseguinte, um
aumento na oferta monetária desloca a curva da demanda agregada para fora, de DA1 para DA2.

Fonte: Mankiw (2021)

� , 𝐿𝐿�) = 𝑌𝑌�.
𝑌𝑌 = 𝐹𝐹(𝐾𝐾

Note que o produto não depende do nível de preços.

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Figura 3 – Curva da oferta agregada de longo prazo

No longo prazo, o nível de produção é determinado pela quantidade de capital e mão de obra e pela tecnologia
disponível; não depende do nível de preços. A curva da oferta agregada de longo prazo, OALP, é vertical.

Fonte: Mankiw (2021)

Como observa Mankiw (2021), a curva vertical da oferta agregada satisfaz a dicotomia
clássica, pois implica que o nível de produto independe da oferta monetária. Esse patamar de
produção no longo prazo é chamado de nível de pleno emprego, ou nível natural de produção. É o
nível de produção no qual os recursos da economia estão plenamente empregados ou no qual o
desemprego se encontra na sua taxa natural. Além disso, o autor enfatiza que o modelo clássico e a
curva vertical da oferta agregada se aplicam apenas ao longo prazo.

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Figura 4 – Deslocamentos na demanda agregada no longo prazo

Uma redução na oferta monetária desloca a curva da demanda agregada para baixo, de DA1 para DA2. O equilíbrio da
economia se desloca do ponto A para o ponto B. Sendo vertical a curva da oferta agregada no longo prazo, a redução na
demanda agregada afeta o nível de preços, mas não o nível do total da produção.

Fonte: Mankiw (2021)

No curto prazo, alguns preços são rígidos e, dessa forma, não se ajustam a variações na
demanda. Devido a essa rigidez dos preços, a curva de oferta agregada no curto prazo não é vertical.
A fim de simplificar e com isso ilustrar a rigidez de preços no curto prazo, Mankiw (2021) supõe o
caso extremo em que os preços estejam fixos. Dessa forma, teremos uma curva de oferta agregada
horizontal.

Figura 5 – Curva da oferta agregada no curto prazo

Neste exemplo extremo, todos os preços estão fixos no curto prazo. Portanto a curva da oferta agregada no curto prazo,
OACP, é horizontal.

Fonte: Mankiw (2021)

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Desse modo, mudanças na curva de demanda agregada conseguem impactar o produto no
curto prazo, uma vez que os preços não se ajustam de maneira automática.

Figura 6 – Deslocamento da demanda agregada no curto prazo

Uma redução na oferta monetária desloca a curva de demanda agregada para baixo, de DA1 para DA2. O equilíbrio da
economia se move do ponto A para o ponto B. Sendo a curva da oferta agregada horizontal no curto prazo, a redução na
demanda agregada reduz o nível da produção.

Fonte: Mankiw (2021)

Uma última pergunta que o autor busca responder é: de que modo a economia passa do curto
prazo para o longo prazo? Para exemplificar, ele supõe uma queda na demanda agregada a partir de
um estado de equilíbrio de longo prazo. No curto prazo, como os preços são rígidos, o deslocamento
da curva de demanda agregada para a esquerda implica que a produção e o emprego caem abaixo
dos seus níveis naturais. Com o passar do tempo, no entanto, em reação à baixa demanda, os salários
e os preços caem e, assim, a economia atinge o novo equilíbrio de longo prazo.

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Figura 7 – Equilíbrio de longo prazo

No longo prazo, a economia se encontra no ponto correspondente à inserção entre a curva da oferta agregada de longo
prazo e a curva da demanda agregada. Uma vez que os preços já se ajustaram em relação a esse nível, a curva para a
oferta agregada de curto prazo também intercepta esse ponto.

Fonte: Mankiw (2021)

Figura 8 – Redução na demanda agregada

A economia começa em situação de equilíbrio de longo prazo, no ponto A. Uma redução na demanda agregada, talvez
causada por diminuição da oferta monetária, movimenta a economia do ponto A para o ponto B, no qual a produção está
abaixo do seu nível natural. À medida que os preços caem, a economia gradativamente se recupera da recessão,
deslocando-se do ponto B para o ponto C.

Fonte: Mankiw (2021)

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Modelo IS-LM
Como destaca Mankiw (2021), a Grande Depressão da década de 1930 fez com que muitos
economistas questionassem a validade da teoria econômica clássica, pois ela parecia ser incapaz de
explicar aquele episódio doloroso e traumático. Lembremos que a teoria clássica postula que a renda
nacional depende das ofertas de fatores e da tecnologia disponível, e nenhuma delas havia mudado
substancialmente no começo daquela década. É aí que entra Keynes. Em 1936, John Maynard
Keynes revolucionou a economia com A teoria geral do emprego, do juro e da moeda, apresentando
uma nova maneira de analisar a economia, uma alternativa à teoria clássica.
Mankiw (2021) também deixa claro que Keynes argumentou que a baixa demanda agregada
seria responsável pela baixa renda e pelo alto desemprego que caracterizam os períodos de
desaceleração da atividade econômica. Ademais, Keynes criticou a teoria clássica por pressupor que
a oferta agregada – capital, mão de obra e tecnologia –, em si, determina a renda nacional. Os
economistas, hoje em dia, conciliam esses dois pontos de vista com o modelo de demanda agregada
e oferta agregada. Em síntese, no longo prazo, os preços são flexíveis, e a oferta agregada determina
a renda. No curto prazo, porém, os preços são rígidos, de modo que variações na demanda agregada
influenciam a renda.
Nesta unidade e também na próxima, vamos estudar com mais cuidado a demanda agregada.
Queremos entender “por que” e “como” tal curva se desloca, causando flutuações na renda. Nesse
sentido, como é apontado por Mankiw (2021), o modelo IS-LM é a principal interpretação da
teoria de Keynes, o seu objetivo é mostrar o que determina a renda nacional para qualquer nível de
preços pré-estabelecido.
O modelo IS-LM é composto dos seus dois componentes: a curva IS e a curva LM. Como
veremos, a curva IS representa o equilíbrio no mercado de bens, ao passo que a curva LM representa
o equilíbrio no mercado monetário. Como pontua Mankiw (2021), tendo em vista que a taxa de
juros influencia tanto o investimento quanto a demanda por moeda, ela é a variável que estabelece
a ligação entre as duas partes do modelo IS-LM. De modo geral, como pontua o autor, o modelo
demonstra como interações entre o mercado de bens e o mercado de moeda determinam a posição
e a inclinação da curva de demanda agregada.
Comecemos analisando o mercado de bens e a curva IS. Para essa tarefa, vamos
primeiramente relembrar o que é a chamada cruz keynesiana. Para que a compreendamos, cabe a
distinção entre gasto efetivo e gasto planejado por parte das famílias, das empresas e do governo.
Por que esses gastos seriam diferentes? Como observa o Mankiw (2021), as empresas poderiam ter
um investimento não planejado em estoques quando as vendas não fossem iguais às suas
expectativas. Quando as empresas vendem uma quantidade menor de produtos do que planejavam,
o estoque deve aumentar; por outro lado, quando as empresas vendem uma quantidade maior de
produtos do que planejavam, o estoque deve diminuir. Note a importância dos estoques! Uma vez
que essas variações não planejadas nos estoques são contabilizadas como dispêndios com
investimentos, o gasto efetivo pode ficar acima ou abaixo do gasto planejado.

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Vamos partir para a álgebra. Considere uma economia fechada, o gasto planejado, 𝑃𝑃𝑃𝑃, deve
ser igual à soma do consumo, 𝐶𝐶, do investimento, 𝐼𝐼, e dos gastos do governo, 𝐺𝐺:

𝑃𝑃𝑃𝑃 = 𝐶𝐶 + 𝐼𝐼 + 𝐺𝐺.

Como coloca Mankiw (2021), podemos assumir na função consumo que este depende da
renda disponível, (𝑌𝑌 − 𝑇𝑇), ou seja, a renda total menos os impostos. Por enquanto, podemos
também assumir que o investimento planejado seja exógeno e que o nível de compras do governo
e os impostos sejam fixos:

𝐶𝐶 = 𝐶𝐶(𝑌𝑌 − 𝑇𝑇).

Figura 9 – Gasto planejado como função de renda

O gasto planejado, PE, depende da renda, uma vez que renda mais elevada acarreta maior nível de consumo, o que faz
parte do gasto planejado. A inclinação da função de gasto planejado é a propensão marginal a consumir, PMgC.

Fonte: Mankiw (2021)

No equilíbrio, o gasto efetivo deve ser igual ao gasto planejado:

𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔 𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 = 𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝

𝑌𝑌 = 𝑃𝑃𝑃𝑃.

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Figura 10 – Cruz keynesiana

O equilíbrio na cruz keynesiana é o ponto no qual a renda (gasto efetivo) é igual ao gasto planejado (ponto A).

Fonte: Mankiw (2021)

O ajuste para o equilíbrio deve passar pelos estoques.

Figura 11 – Ajuste para o equilíbrio na cruz keynesiana

Se as empresas produzem no nível Y1, o gasto planejado, PE1, fica aquém da produção, e as empresas acumulam
estoques. Essa acumulação de estoques induz as empresas a diminuírem a produção. De modo semelhante, se as
empresas produzem no nível Y2, então o gasto planejado, PE2, excedem a produção, e as empresas esgotam os seus
estoques. Essa queda nos estoques induz as empresas a aumentarem a produção. Em ambos os casos, as decisões das
empresas conduzem as empresas em direção ao equilíbrio.

Fonte: Mankiw (2021)

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Antes de derivarmos a curva IS, cabe ainda relembrarmos o chamado efeito multiplicador.
Nesse caso, comentaremos acerca do multiplicador dos gastos do governo. A pergunta que se coloca
é: por que a política fiscal pode ter um efeito multiplicador sobre a renda? De outra maneira: por
que um aumento nas compras do governo pode acarretar um aumento ainda maior da renda? A
resposta para essa pergunta, como nos recorda Mankiw (2021), é porque, quando um aumento nas
compras do governo faz a renda crescer, isso também faz com que aumente o consumo, o que faz
com que cresça ainda mais a renda, que faz aumentar ainda mais o consumo, e assim por diante.
Dessa forma, nesse modelo, um aumento nas compras do governo causa um aumento ainda maior
na renda.

Figura 12 – Aumento das compras do governo na cruz keynesiana

Um aumento de ΔG nas compras do governo eleva no mesmo montante o gasto planejado, para qualquer nível de renda
predeterminado. O equilíbrio se desloca do ponto A para o ponto B, e a renda cresce de Y1 para Y2. Observe que o
crescimento na renda, correspondente a ΔY, supera o aumento nas compras do governo, ΔG. Sendo assim, a política fiscal
exerce efeito multiplicador sobre a renda.

Fonte: Mankiw (2021)

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Você se lembra da explicação por trás disso? Nas palavras de Mankiw (2021, p. 666),

O processo começa quando o gasto aumenta em um montante ∆𝐺𝐺, o que implica que a
renda, do mesmo modo, aumenta em ∆𝐺𝐺. Esse aumento na renda, por sua vez, também
faz com que cresça o consumo em um montante PMgC × ∆𝐺𝐺, em que PMgC é a
propensão marginal a consumir. Esse crescimento no consumo faz com que cresçam o
gasto e a renda mais uma vez. Esse segundo aumento na renda correspondente a PMgC
× ∆𝐺𝐺 faz com que cresça o consumo de novo, dessa vez em PMgC × (PMgC × ∆𝐺𝐺), o
que, novamente, faz com que cresçam o gasto e a renda, e assim sucessivamente.

É fácil ver que estamos diante de uma série geométrica infinita. Desse modo, temos:

∆𝑌𝑌 1
= .
∆𝐺𝐺 (1 − 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃)

Com todos os elementos em mãos, podemos partir para a derivação da curva IS. Para
construirmos a cruz keynesiana, assumimos que o nível de investimento planejado, 𝐼𝐼, era fixo. A
partir de agora, permitiremos que o investimento seja uma função da taxa de juros, 𝐼𝐼 (𝑟𝑟). Dessa
forma, quanto maior a taxa de juros menor deverá ser o investimento, tendo em vista que o custo
de tomar empréstimos para financiar investimentos é maior. A partir daí, a derivação da curva IS é
imediata.
Como bem pontua Mankiw (2021), a curva IS sintetiza a relação entre a taxa de juros e o
nível de renda. A curva IS combina a interação entre 𝑟𝑟 e 𝐼𝐼 por meio da função do investimento e a
interação entre I e Y demonstrada pela cruz keynesiana. Os pontos da curva IS representam
equilíbrios no mercado de bens, e a curva ilustra a dependência do nível de equilíbrio da renda em
relação à taxa de juros. Visto que o aumento da taxa de juros acarreta um decréscimo no
investimento planejado, o que, por conseguinte, provoca uma queda na renda de equilíbrio, a curva
IS apresenta uma inclinação descendente.

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Figura 13 – Derivação da curva IS

O painel (a) mostra a função investimento: um aumento de r1 para r2 na taxa de juros reduz de I(r1) para I(r2) o
investimento planejado. O painel (b) ilustra a cruz keynesiana: uma diminuição de I(r1) para I(r2) no investimento
planejado desloca para baixo a função do gasto planejado e, com isso, reduz a renda de Y1 para Y2. O painel (c) mostra a
curva IS, sintetizando essa relação entre a taxa de juros e a renda: quanto mais alta a taxa de juros, menor o nível de
renda.

Fonte: Mankiw (2021)

No que tange à política fiscal, Mankiw (2021) também pontua que mudanças de 𝐺𝐺 que
aumentem a demanda por bens e serviços deslocam a curva IS para a direita. Mudanças de 𝐺𝐺 que
reduzem a demanda por bens e serviços deslocam a curva IS para a esquerda.

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Figura 14 – Aumento nas compras do governo: deslocamento para fora da curva IS

O painel (a) demonstra que um aumento nas compras do governo faz crescer o gasto planejado. Para qualquer taxa de
juros determinada, o deslocamento para cima no gasto planejado, correspondente a ΔG, provoca aumento de renda, Y,
de ΔG/(1 – PMgC). Portanto, no painel (b), a curva IS se desloca para a direita nesse mesmo montante.

Fonte: Mankiw (2021)

Vejamos agora a curva LM, que nos mostra a relação entre taxa de juros e nível de renda no
mercado monetário.
Mankiw (2021) pontua que Keynes apresentou em A teoria geral a sua visão sobre a
determinação da taxa de juros no curto prazo. Tal explanação é conhecida como teoria da
preferência pela liquidez, tendo em vista que a taxa de juros se ajusta para equilibrar o mercado de
moeda, o ativo mais líquido da economia. Da mesma forma que a cruz keynesiana é pedra
fundamental da curva IS, a teoria da preferência pela liquidez é essencial para a curva LM.
𝑀𝑀
Suponha que 𝑀𝑀 represente a oferta monetária, e 𝑃𝑃 o nível de preços; logo representa a
𝑃𝑃
oferta de saldos monetários reais. Vamos assumir que a oferta desses saldos reais seja fixa, com 𝑀𝑀
sendo escolhido pelo banco central, e 𝑃𝑃 também uma variável exógena:

𝑀𝑀 𝑠𝑠 �
𝑀𝑀
� � = .
𝑃𝑃 𝑃𝑃�

Vejamos a demanda por esses saldos monetários reais. Como lembra Mankiw (2021), a teoria
da preferência pela liquidez nos mostra que a taxa de juros é determinante para a quantidade de
moeda que as pessoas optam por trazerem consigo. Isso porque ela representa o custo de se carregar
a moeda em vez de aplicar em algum ativo que renderia tais juros; como títulos, por exemplo. Dessa
forma, quanto maior for a taxa de juros, menor é a parcela de riqueza que as pessoas estarão dispostas
a carregar sob a forma de moeda.

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Seja 𝐿𝐿 uma função que mostra a relação entre quantidade demandada de moeda e taxa de
juros. Podemos escrever:

𝑀𝑀 𝑑𝑑
� � = 𝐿𝐿(𝑟𝑟).
𝑃𝑃

Logo:

Figura 15 – Teoria da preferência pela liquidez

A oferta e a demanda por saldos monetários reais determinam a taxa de juros. A curva da oferta de saldos monetários
reais é vertical, já que a quantidade de saldos monetários reais não depende da taxa de juros. A curva da demanda
apresenta inclinação descendente, pois uma taxa de juros mais alta eleva o custo inerente a manter moeda corrente em
mãos, portanto diminui a quantidade demandada. Na taxa de juros de equilíbrio, a quantidade demandada de saldos
monetários reais é igual à quantidade ofertada.

Fonte: Mankiw (2021)

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Vejamos também o que acontece quando o banco central modifica a oferta monetária:

Figura 16 – Redução na oferta monetária na teoria da preferência pela liquidez

Se o nível de preços é constante, uma redução na oferta monetária de M1 para M2 reduz a oferta de saldos monetários
reais. A taxa de juros de equilíbrio, portanto, aumenta de r1 para r2.

Fonte: Mankiw (2021)

Com os elementos acima em mãos, podemos partir para a construção da curva LM. Para isso,
a pergunta colocada pelo autor em que nos baseamos é: de que modo uma mudança no nível de
renda da economia, 𝑌𝑌, afeta o mercado de saldos monetários reais? Bem, sabemos que as pessoas
utilizam a moeda para transacionar, comprar bens. Nesse sentido, quanto maior for a renda, maior
vão ser os gastos das pessoas e, por conseguinte, maior deverá ser a demanda por moeda. Dessa
forma, cabe fazermos uma adaptação a fim de ilustrar que a demanda por saldos monetários reais
deve ser negativamente relacionada com a taxa de juros, mas positivamente relacionada com a
renda:

𝑀𝑀 𝑑𝑑
� � = 𝐿𝐿(𝑟𝑟, 𝑌𝑌).
𝑃𝑃

A construção da curva LM é direta pelo que podemos observar a seguir:

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Figura 17 – Derivação da curva LM

O painel (a) apresenta o mercado para saldos monetários reais: um crescimento na renda, partindo de Y1 para Y2, eleva a
demanda por moeda corrente e, consequentemente, faz com que a taxa de juros se eleve de r1 para r2. O painel (b)
ilustra a curva LM, fazendo uma síntese dessa relação entre a taxa de juros e a renda: quanto mais elevado o nível de
renda, mais elevada a taxa de juros.

Fonte: Mankiw (2021)

Por fim, Mankiw (2021) também atenta para o fato de que diminuições na oferta de saldos
monetários reais deslocam a curva LM para cima; ao passo que aumentos na oferta de saldos
monetários reais implicam deslocamento para baixo de tal curva.

Figura 18 – Redução na oferta monetária: deslocamento da curva LM para cima

O painel (a) mostra que, para qualquer nível de renda preestabelecido


� , uma redução na oferta monetária aumenta a taxa de juros que equilibra o mercado monetário. Portanto a curva LM,
𝒀𝒀
no painel (b), desloca-se em sentido ascendente.

Fonte: Mankiw (2021)

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Ao juntarmos as curvas IS-LM, encontramos o equilíbrio nesse modelo:

Figura 19 – Equilíbrio no modelo IS-LM

A interseção entre as curvas IS e LM representa o equilíbrio simultâneo no mercado de bens e serviços e no mercado de
saldos monetários reais para determinados valores de gastos do governo, impostos, oferta monetária e nível de preços.

Fonte: Mankiw (2021)

Um último passo antes de finalizarmos esta unidade é entender, de maneira mais


esquemática, onde estamos caminhando e qual é o nosso objetivo. A figura a seguir ilustra isso
muito bem.

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Figura 20 – Teoria das flutuações no curto prazo

Esse diagrama esquemático ilustra como se ajustam as diferentes peças da teoria para oscilações no curto prazo. A cruz
keynesiana explica a curva IS, enquanto a teoria da preferência pela liquidez explica a curva LM. As curvas IS e LM,
conjuntamente, produzem o modelo IS-LM, que explica a curva da demanda agregada. A curva da demanda agregada é
parte do modelo de oferta agregada e demanda agregada que os economistas utilizam para explicar as flutuações de
curto prazo na atividade econômica.

Fonte: Mankiw (2021)

Utilização do modelo IS-LM


Na unidade anterior, a nossa preocupação foi derivar o modelo IS-LM. Nesta unidade, ainda
seguindo a estrutura de Mankiw (2021), vamos analisar brevemente como as variáveis exógenas
(gastos do governo, impostos e oferta monetária) podem impactar as variáveis endógenas (renda e
taxa de juros) tendo em vista que o nível de preços é fixo. Em um segundo momento,
flexibilizaremos a ideia de que os preços são fixos, para então averiguarmos como o modelo IS-LM
pode explicar a construção da demanda agregada.

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Variações nos gastos do governo

Figura 21 – Crescimento nas compras do governo no modelo IS-LM

Um crescimento nas compras do governo desloca a curva IS para a direita. O equilíbrio se movimenta do ponto A para o
ponto B. A renda se eleva de Y1 para Y2, e a taxa de juros cresce de r1 para r2.

Fonte: Mankiw (2021)

Conforme mostra Mankiw (2021), há o deslocamento da curva IS, portanto o equilíbrio se


movimenta do ponto A para o ponto B. Temos, desse modo, maior renda e maior taxa de juros no
novo equilíbrio. Além do resultado em si, é importante sabermos o passo a passo do que está
acontecendo. Como bem explicado no livro que estamos utilizando de referência, note que os gastos
do governo aumentam o gasto planejado da economia, o que estimula a produção de bens e serviços
e provoca crescimento da renda. No lado monetário, o crescimento da renda faz crescer a demanda
por moeda. Contudo, como a oferta de moeda não se modificou, a taxa de juros deve ser maior
para acomodar esse novo contexto. Além dos movimentos acima, observe que, quando as taxas de
juros se elevam, as empresas reduzem o investimento. Tal redução compensa parcialmente o efeito
expansionista dos gastos do governo. Dessa maneira, o aumento na renda como resultado de uma
política fiscal expansionista é maior na cruz keynesiana que no modelo IS-LM.

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Variações nos impostos

Figura 22 – Redução nos impostos no modelo IS-LM

Uma diminuição nos impostos desloca a curva IS para a direita. A situação de equilíbrio se movimenta do ponto A para o
ponto B. A renda aumenta de Y1 para Y2, e a taxa de juros se eleva de r1 para r2.

Fonte: Mankiw (2021)

Da mesma forma que vimos com os gastos do governo, a variação dos impostos também
desloca a curva IS. Como observamos com o gráfico acima, uma redução dos impostos implica
deslocamento para a direita da curva IS. O equilíbrio se movimenta do ponto A para o ponto B.
Temos, com isso, maior renda e maior taxa de juros no novo equilíbrio.
Vejamos o que aconteceu por trás desse resultado. Como bem pontua Mankiw (2021), os
impostos afetam os gastos por meio do consumo. A diminuição dos impostos estimula os
consumidores e implica crescimento do gasto planejado, o que faz crescer o nível de renda. A partir
daqui, a história é semelhante àquela dos gastos do governo.

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Política monetária

Figura 23 – Aumento da oferta monetária no modelo IS-LM

Um aumento na oferta monetária desloca para baixo a curva LM. O equilíbrio se movimenta do ponto A para o ponto B. A
renda cresce de Y1 para Y2, e a taxa de juros cai de r1 para r2.

Fonte: Mankiw (2021)

Observando o gráfico acima, notamos que o crescimento da oferta monetária implica


deslocamento da curva LM para baixo. O novo equilíbrio, no ponto B, dá-se com maior renda e
menor taxa de juros em relação ao ponto A.
Como colocado por Mankiw (2021), o aumento da oferta monetária se traduz em
crescimento dos encaixes monetários reais. As pessoas passam a dispor de maior quantidade de
moeda do que desejam, dada a taxa de juros vigente. Tal fato faz com que as pessoas depositem essa
quantia adicional em bancos ou comprem títulos. A taxa de juros então deve cair até que as pessoas
passem a reter mais consigo o excedente de moeda criado. Com a taxa de juros mais baixa, o
investimento planejado é estimulado, o que implica aumento dos gastos e, por sua vez, aumento da
produção e da renda.
Podemos agora averiguar como a política fiscal e a política monetária podem interagir. A
figura a seguir ilustra um caso em que o governo aumenta os impostos, e o banco central pode reagir
de três maneiras:

27
Figura 24 – Reação da economia a um aumento de imposto

A reação da economia a um aumento nos impostos depende da reação do banco central. No painel (a), o banco central
mantém a oferta monetária constante. No painel (b), o banco central mantém a taxa de juros constante por meio da
redução na oferta monetária. No painel (c), o banco central mantém constante o nível de renda por meio do aumento na
oferta monetária. Em cada um dos casos, a economia se movimenta do ponto A para o ponto B.

Fonte: Mankiw (2021)

28
Vejamos agora como relacionar o modelo IS-LM e a curva de demanda agregada. Na sua
análise, o autor que estamos tomando como referência nos recorda que a curva de demanda
agregada descreve uma relação entre o nível de preços e o nível de renda. A princípio, vimos na
primeira unidade a derivação dessa curva a partir da teoria quantitativa da moeda. A partir de agora,
para compreendermos mais profundamente os seus determinantes, vamos usar o modelo IS-LM.
No âmbito do modelo IS-LM, podemos verificar que, quando ocorre aumento dos preços, a
renda nacional deve cair. Por que isso? Observe que, quando aumentamos os preços, ceteris paribus,
𝑀𝑀
a oferta de encaixes monetários reais, � �, diminui. Como colocado por Mankiw (2021), a menor
𝑃𝑃
oferta de encaixes reais desloca a curva LM para cima e, com isso, observamos maior taxa de juros
e menor nível de renda. Desse modo, conseguimos derivar a curva de demanda agregada: são os
pontos de equilíbrio no modelo IS-LM que encontramos ao variarmos os preços e computarmos o
que acontece com a renda.

Figura 25 – Derivação da curva da demanda agregada com o modelo IS-LM

O painel (a) ilustra o modelo IS-LM: um aumento no nível de preços de P1 para P2 faz com que os saldos monetários reais
diminuam e, por conseguinte, desloca a curva LM para cima. O deslocamento na curva LM aumenta a renda de Y1 para Y2.
O painel (b) ilustra a curva da demanda agregada, sintetizando essa relação entre o nível de preços e a renda: quanto
mais alto o nível de preços, mais baixo o nível de renda.

Fonte: Mankiw (2021)

Como último ponto, Mankiw (2021) ainda nota que, tendo em vista o fato de que a curva
de demanda agregada é uma síntese dos resultados do modelo IS-LM, os mesmos fatores que
deslocam as curvas IS e LM – considerando um determinado nível de preços – também implicam
deslocamentos da curva de demanda agregada. A figura a seguir ilustra bem o que queremos dizer:

29
Figura 26 – Política monetária e política fiscal: deslocamento da curva da demanda agregada

O painel (a) mostra uma expansão monetária. Para qualquer nível de preços determinado, um crescimento na oferta
monetária eleva os saldos monetários reais, desloca a curva LM para baixo e faz crescer a renda. Consequentemente, um
aumento na oferta monetária desloca a curva da demanda agregada para a direita. O painel (b) mostra uma expansão
fiscal, como um aumento nas compras do governo ou uma redução nos impostos. A expansão fiscal desloca a curva IS
para a direita, e, para qualquer nível de preços determinado, faz crescer a renda. Consequentemente, uma expansão
fiscal desloca para a direita a curva da demanda agregada.

Fonte: Mankiw (2021)

Modelo de Mundell-Fleming
Nesta unidade, vamos abrir a economia. O nosso intuito será entender como as relações
econômicas entre os países podem ser inseridas dentro das concepções teóricas que temos
apresentado até aqui. De fato, os países não estão isolados no mundo, e ignorar isso deixa de lado
componentes extremamente relevantes para as análises de curto prazo. Tal como o nosso livro de
referência, vamos abordar essas questões por meio do modelo de Mundell-Fleming.

30
Como observado por Mankiw (2021), o modelo de Mundell-Fleming possui uma estreita
relação com o modelo IS-LM. Ambos os modelos: i) pontuam a interação entre o mercado de bens
e o mercado monetário, e ii) tomam o nível de preços como fixo. A principal diferença entre eles é
que o modelo de Mundell-Fleming considera uma economia aberta incluindo, portanto, os efeitos
do comércio e das finanças internacionais.
Um ponto bastante importante a ser considerado, e que Mankiw (2021) também enfatiza, é
que o modelo de Mundell-Fleming pressupõe que a economia que está sendo estudada seja uma
economia de pequeno porte e com mobilidade perfeita de capital. Em outras palavras, parte-se da
ideia de que a taxa de juros é determinada pela taxa de juros internacional e, nesse sentido, a
economia pode tomar emprestado (ou emprestar) tanto quanto quiser nos mercados financeiros
internacionais. Essas suposições são fortes, mas, para o nosso objetivo neste curso, o modelo de
Mundell-Fleming já nos traz vários insights importantes.
Olhando mais detidamente o modelo, dissemos que estamos considerando uma economia de
pequeno porte com perfeita mobilidade de capital. Temos, portanto, a igualdade das taxas de juros
doméstica e internacional:

𝑟𝑟 = 𝑟𝑟 ∗ .

Como mostrado pelo nosso autor de referência, assume-se que a taxa de juros internacional
é determinada de forma exógena tendo em vista o fato de a economia considerada ser
suficientemente pequena em relação à economia internacional.
Do lado do mercado de bens, devemos também considerar as exportações líquidas, 𝑁𝑁𝑁𝑁, de
agora em diante. De maneira semelhante ao modelo IS-LM:

𝑌𝑌 = 𝐶𝐶 (𝑌𝑌 − 𝑇𝑇) + 𝐼𝐼 (𝑟𝑟) + 𝐺𝐺 + 𝑁𝑁𝑁𝑁(𝑒𝑒).

Note que as exportações líquidas dependem da taxa de câmbio, 𝑒𝑒. Aqui cabe a ressalva de que
Mankiw (2021) define a taxa de câmbio de maneira oposta àquela com que estamos acostumados
aqui no Brasil. Nesse sentido, a taxa de câmbio, 𝑒𝑒, nesse modelo é definida como sendo o montante
de moeda estrangeira por unidade de moeda interna. Dessa forma, quanto maior a taxa de câmbio,
menor devem ser as exportações líquidas.
Vale a pena comentarmos também que não nos preocupamos em falar a respeito da taxa de
câmbio real. Como ressalta Mankiw (2021), no modelo de Mundell-Fleming os níveis de preços –
doméstico e internacional – são fixos e, por isso, a taxa de câmbio real é proporcional à taxa de
câmbio nominal. A fim de relembrarmos a fórmula da taxa de câmbio real, respeitando a maneira
como 𝑒𝑒 foi definida:

31
𝑒𝑒𝑒𝑒
𝜀𝜀 = .
𝑃𝑃 ∗

Considerando o pressuposto de mobilidade perfeita de capitais, podemos, por fim, reescrever


a condição de equilíbrio no mercado bens, a qual o Mankiw (2021) chama de IS*, como:

𝑌𝑌 = 𝐶𝐶 (𝑌𝑌 − 𝑇𝑇) + 𝐼𝐼 (𝑟𝑟 ∗ ) + 𝐺𝐺 + 𝑁𝑁𝑁𝑁(𝑒𝑒).

As figuras abaixo resumem o que acabamos de discutir. Note que a curva IS* é desenhada
com o eixo horizontal representando a renda e o eixo vertical representando a taxa de câmbio.

Figura 27 – Curva IS*

A curva IS* é derivada da curva de exportações líquidas e da cruz keynesiana. O painel (a) mostra a curva de exportações
líquidas: um aumento na taxa de câmbio, de e1 para e2, diminui de NX(e1) para NX(e2) as exportações líquidas. O painel (b)
ilustra a cruz keynesiana: um decréscimo de NX(e1) para NX(e2) nas exportações líquidas desloca para baixo a reta
correspondente ao gasto planejado, fazendo com que a renda decresça de Y1 para Y2. O painel (c) mostra a curva IS*,
sintetizando essa relação entre a taxa de câmbio e a renda: quanto mais alta for a taxa de câmbio, mais baixo será o nível
da renda.

Fonte: Mankiw (2021)

32
No mercado monetário, de maneira bastante semelhante ao que já tínhamos visto, fazemos
apenas um ajuste na demanda por encaixes monetários reais de forma a obtermos o que o Mankiw
(2021) chama de LM*:

𝑀𝑀
= 𝐿𝐿(𝑟𝑟 ∗ , 𝑌𝑌).
𝑃𝑃

Vejam abaixo a construção da LM*.

Figura 28 – Curva LM*

O painel (a) mostra a curva LM tradicional [que representa graficamente a equação M/P = L(r, Y)], juntamente com uma
linha horizontal representando a taxa de juros internacional, r*. A interseção entre essas duas curvas determina o nível
de renda, independentemente da taxa de câmbio. Portanto, como mostra o painel (b), a curva LM* é vertical.

Fonte: Mankiw (2021)

33
Quando juntamos IS* com LM*:

Figura 29 – Modelo Mundell-Fleming

Este diagrama para o modelo Mundell-Fleming demonstra graficamente a condição de equilíbrio para o mercado de
bens, IS*, e a condição de equilíbrio para o mercado monetário, LM*. As duas curvas são desenhadas mantendo
constante a taxa de juros no nível internacional. A interseção entre essas duas curvas mostra o nível de renda e a taxa de
câmbio que satisfazem a condição de equilíbrio, tanto no mercado de bens quanto no mercado monetário.

Fonte: Mankiw (2021)

A partir da conjunção IS*-LM* podemos averiguar os impactos das políticas monetária e


fiscal sob diferentes regimes cambiais. Como Mankiw (2021) nos recorda, quando temos o regime
de câmbio flutuante, a taxa de câmbio é estabelecida pelas forças de mercado; por outro lado, com
o regime de câmbio fixo, o banco central anuncia um determinado valor e atua para garantir o nível
anunciado. Note, então, que estudaremos quatro casos: política fiscal com câmbio flutuante;
política monetária com câmbio flutuante; política fiscal com câmbio fixo; e política monetária com
câmbio fixo.
Comecemos pela política fiscal com câmbio flutuante. Como relata Mankiw (2021), nessa
situação, os maiores gastos do governo ou a diminuição dos impostos deverão provocar um
deslocamento para a direita da curva IS*. Como resultado, a taxa de câmbio se valoriza, e o nível de
renda permanece o mesmo. Observe a diferença com relação ao modelo IS-LM, para o qual a
política fiscal expansionista modifica o nível de renda.
Por que ocorre essa diferença? No caso do modelo IS-LM, quando a renda aumenta, a taxa
de juros deve subir tendo em vista a maior demanda por moeda. No caso IS*-LM*, isso não pode
ocorrer devido à igualdade entre as taxas de juros doméstica e internacional. O fluxo de capital que
entra no país interessado em maiores retornos além de implicar a igualdade das taxas de juros

34
também provoca a valorização da moeda doméstica, uma vez que os investidores, para investir na
economia doméstica, precisam comprar a moeda interna. Com uma taxa de câmbio apreciada, há
redução das exportações líquidas, o que contrabalanceia os efeitos decorrentes da política fiscal
expansionista sobre a renda.

Figura 30 – Expansão fiscal sob taxas de câmbio flutuantes

Um crescimento nas compras do governo ou uma redução nos impostos desloca a curva IS* para a direita. Isso eleva a
taxa de câmbio, mas não exerce qualquer efeito sobre a renda.

Fonte: Mankiw (2021)

No caso da política monetária com câmbio flutuante, devemos observar o impacto sobre a
renda. Vamos considerar um aumento da oferta monetária e, por conseguinte, um deslocamento
da curva LM* para a direita. A pergunta que o nosso autor de referência procura responder é: de
que modo a política monetária influencia o gasto uma vez que a taxa de juros não se altera? Como
o autor discorre, à medida que o banco central aumenta a oferta monetária, a pressão para a
diminuição da taxa de juros implica a saída de capital do país. Esse fluxo de saída tem como
consequência a manutenção da igualdade entre as taxas de juros e, ao mesmo tempo, implica a
depreciação da moeda interna. Tal depreciação, por sua vez, estimula as exportações líquidas, o que
influencia a renda.

35
Figura 31 – Expansão monetária sob taxas de câmbio flutuantes

Um crescimento na oferta monetária desloca a curva LM* para a direita, reduzindo a taxa de câmbio e aumentando a
renda.

Fonte: Mankiw (2021)

Passemos à análise dessas políticas dentro do regime de câmbio fixo. No caso de uma política
fiscal expansionista, como também mostra Mankiw (2021), o deslocamento da IS* para a direita
deve pressionar a taxa de câmbio para cima. Dado o comprometimento do banco central com a
taxa de câmbio fixa, devemos observar o crescimento da oferta monetária e o deslocamento da curva
LM* para a direita, o que impacta a renda.

36
Figura 32 – Expansão fiscal sob taxas de câmbio fixas

Uma expansão fiscal desloca a curva IS* para a direita. Para manter a taxa de câmbio que foi fixada, o banco central do
país precisa aumentar a oferta monetária, deslocando, desse modo, a curva LM* para a direita. Consequentemente, em
contraposição ao caso das taxas de câmbio flutuantes, sob o regime de taxas de câmbio fixas a expansão fiscal aumenta
a renda.

Fonte: Mankiw (2021)

Por fim, no caso da política monetária com o regime de câmbio fixo, não deveremos observar
variação da renda. Suponhamos um aumento da oferta monetária. Como ilustra Mankiw (2021),
o deslocamento da curva LM* diminuiria a taxa de câmbio. Contudo há o compromisso de
manutenção de tal taxa em um determinado valor pelo banco central, o que provocaria uma
contração na oferta monetária e o retorno da LM* para a sua posição original. Note, então, que, ao
concordar em fixar a taxa de câmbio, o banco central abre mão do controle sobre a oferta monetária.

37
Figura 33 – Expansão monetária sob taxas de câmbio fixas

Se o banco central tenta aumentar a oferta monetária – por exemplo, ao comprar títulos do público –, ele pressiona a
taxa de câmbio para baixo. Para manter a taxa de câmbio que foi fixada, a oferta monetária e a curva LM* precisam
retornar às suas posições iniciais. Consequentemente, sob sistemas de taxas de câmbio fixas, a política monetária
normal é ineficaz.

Fonte: Mankiw (2021)

Antes de partirmos para a última unidade deste curso, cabe uma observação em relação aos
diferenciais de taxas de juros. Como apontado no livro de referência, até este momento, assumimos que a
taxa de juros doméstica era igual à taxa de juros internacional. Contudo vemos no mundo que as taxas de
juros diferem entre os países. Isso decorre por conta de alguns fatores, como o risco-país e a expectativa de
variações na taxa de câmbio, por exemplo. Não entraremos em detalhes, mas é importante termos isso em
mente para melhor entendermos o mundo real.

Oferta agregada e curva de Phillips


Ao longo das três unidades anteriores, averiguamos em detalhes a curva de demanda agregada. Nesta
última unidade, vamos estudar a curva de oferta agregada. Como apontado por Mankiw (2021), ao
introduzirmos a curva de oferta agregada, observamos as diferenças para o comportamento dos preços no
curto e no longo prazo. No caso do curto prazo, fizemos a hipótese extrema de que a curva de oferta era
horizontal a fim de tirarmos alguns insights. O nosso objetivo nesta unidade é aprimorar e entender um
pouco melhor essa curva no curto prazo a fim de que ela se torne mais realista. Além disso, também
estudaremos uma implicação da curva de oferta agregada de curto prazo, veremos o que é a famosa curva
de Phillips e entenderemos o trade-off pelo qual passam os formuladores de políticas em relação à inflação
e ao desemprego.

38
Mankiw (2021) examina dois modelos para a curva de oferta agregada. No livro, apresenta o
modelo de preços rígidos e o modelo de informação imperfeita. Embora difiram entre si, tais
abordagens concordam que a curva de oferta agregada de curto prazo possui inclinação ascendente.
O autor enfatiza que, para esses modelos, alguma imperfeição faz com que o produto da economia
se desvie do seu nível natural e ressalta que esses modelos não são incompatíveis entre si. Além disso,
ainda que os modelos considerados tenham diferentes abordagens teóricas, o destino final é o
mesmo, uma curva de oferta agregada da forma:

𝑌𝑌 = 𝑌𝑌� + 𝛼𝛼 (𝑃𝑃 − 𝑃𝑃𝑒𝑒 ), 𝛼𝛼 > 0,

em que 𝑌𝑌 é o produto, 𝑌𝑌� é o nível natural para o produto, 𝑃𝑃 é o nível de preços, e 𝑃𝑃𝑒𝑒
corresponde ao nível de preços esperado. Observe que, pela equação acima, o produto desvia do
nível natural quando o preço se afasta do nível esperado.
A fim de não nos alongarmos muito, não nos debruçaremos nas derivações de cada um dos
modelos. Apesar disso, vale deixar explícito e claro o resultado final de que:

Se o nível de preços é mais alto do que o nível de preços esperado, a


produção excede o seu nível natural. Se o nível de preços é mais baixo do
que o nível de preços esperado, a produção fica aquém de seu nível natural
(MANKIW, 2021, p. 851).

A imagem abaixo ilustra o queremos dizer:

Figura 34 – Curva da oferta agregada de curto prazo

� , caso o nível de preços, P, se desvie do nível de preços esperado, EP.


A produção total se desvia do seu nível natural, 𝒀𝒀

Fonte: Mankiw (2021)

39
Vejamos agora o que acontece quando temos um crescimento inesperado da demanda
agregada, fruto de uma expansão monetária inesperada, por exemplo. Note como podemos
conjugar as noções de curto e longo prazo.
Como descreve Mankiw (2021), com o deslocamento da demanda agregada, o equilíbrio se
modifica para um ponto em que temos um preço maior, acima do que era esperado, e, por
conseguinte, um produto acima do nível natural. Contudo esse período de hipercrescimento não
se prolonga para sempre. O nível de preços esperado cresce, de tal forma que a curva de oferta
agregada de curto prazo se desloca para a esquerda. Com tal deslocamento, o nível de preços efetivo
aumenta, e o produto retorna para o seu nível natural. Observe que o nível de preços é maior no
equilíbrio final, portanto a neutralidade da moeda no longo prazo e a não neutralidade da moeda
no curto prazo são perfeitamente compatíveis.

Figura 35 – Mudanças na demanda agregada: oscilações de curto prazo

A economia começa em uma situação de equilíbrio de longo prazo, o ponto A. Quando a demanda agregada cresce de
maneira inesperada, o nível de preços sobe de P1 para P2. Uma vez que o nível de preços, P2, está acima do nível de
preços esperado, EP2, o total da produção cresce temporariamente acima do seu nível natural, à medida que a economia
se movimenta do ponto A para o ponto B ao longo da curva da oferta agregada de curto prazo. No longo prazo, o nível de
preços esperado cresce para EP3, fazendo com que a curva da oferta agregada de curto prazo se desloque para cima. A
economia retorna para um novo equilíbrio de longo prazo, o ponto C, no qual a produção está de volta ao seu nível
natural.

Fonte: Mankiw (2021)

Como dissemos, outro objetivo desta unidade é estudar a curva de Phillips e entender o trade-
off de curto prazo entre inflação e desemprego. Antes de tudo, derivemos essa curva a partir da
oferta agregada.

40
De acordo com Mankiw (2021), a forma moderna da curva de Phillips mostra que a taxa de
inflação depende de três forças:
1. inflação esperada;
2. desvio do desemprego em relação à taxa natural e
3. choques de oferta.

As forças acima são expressas na seguinte equação:

𝜋𝜋 = 𝜋𝜋 𝑒𝑒 − 𝛽𝛽 (𝑢𝑢 − 𝑢𝑢𝑛𝑛 ) + 𝜗𝜗,

em que 𝜋𝜋 é a inflação, 𝜋𝜋 𝑒𝑒 é a inflação esperada, 𝛽𝛽 é um parâmetro que mede a reação da


inflação à diferença do desemprego para com a sua taxa natural (desemprego cíclico), e 𝜗𝜗 representa
os choques de oferta. Atente-se para o sinal negativo de 𝛽𝛽!
A partir de Mankiw (2021), vejamos que, para chegarmos à equação acima, podemos tomar
a curva de oferta agregada, reescrevendo-a:

1
𝑃𝑃 = 𝑃𝑃𝑒𝑒 + (𝑌𝑌 − 𝑌𝑌�).
𝛼𝛼

Como um primeiro passo, adicionamos o choque de oferta para representar eventos exógenos,
como uma quebra de safra, por exemplo:

1
𝑃𝑃 = 𝑃𝑃𝑒𝑒 + (𝑌𝑌 − 𝑌𝑌� ) + 𝜗𝜗.
𝛼𝛼

Agora, subtraímos o nível de preços do período anterior de ambos os lados da equação:

1
𝑃𝑃 − 𝑃𝑃−1 = 𝑃𝑃𝑒𝑒 − 𝑃𝑃−1 + (𝑌𝑌 − 𝑌𝑌� ) + 𝜗𝜗.
𝛼𝛼

Observe que (𝑃𝑃 − 𝑃𝑃−1 ) e (𝑃𝑃𝑒𝑒 − 𝑃𝑃−1 ) são justamente a inflação e a inflação esperada. 1 Dessa
forma, podemos reescrever:

1
Nota matemática tal como consta no Macroeconomia do Mankiw (2021, p. 895): “Esse enunciado não é preciso já que a
inflação, na realidade, corresponde à variação percentual no nível de preços. Para tornar mais preciso o enunciado,
interprete P como o logaritmo para o nível de preços. Com base nas propriedades dos logaritmos, a variação em P
corresponde aproximadamente à taxa de inflação. A razão para isso é que dP = d(logaritmo do nível de preços) = d(nível
de preços)/nível de preços”.

41
1
𝜋𝜋 = 𝜋𝜋 𝑒𝑒 + (𝑌𝑌 − 𝑌𝑌�) + 𝜗𝜗.
𝛼𝛼

Por fim, temos de averiguar a relação entre o desvio do produto com relação ao seu nível
natural e o desemprego com relação ao seu nível natural. Para tanto, podemos utilizar a Lei de
Okun, a qual nos diz que:

1
(𝑌𝑌 − 𝑌𝑌� ) = −𝛽𝛽 (𝑢𝑢 − 𝑢𝑢𝑛𝑛 ).
𝛼𝛼

Dessa forma, obtemos então a curva de Phillips:

𝜋𝜋 = 𝜋𝜋 𝑒𝑒 − 𝛽𝛽 (𝑢𝑢 − 𝑢𝑢𝑛𝑛 ) + 𝜗𝜗.

Como pontua o Mankiw (2021), a curva de Phillips e a curva de oferta agregada representam
em essência as mesmas ideias. Ambas apresentam uma conexão entre variáveis reais e nominais que
faz com que a dicotomia clássica se desfaça no curto prazo.

Figura 36 – Trade-off entre inflação e desemprego no curto prazo

No curto prazo, inflação e desemprego apresentam correlação negativa. Em qualquer ponto no tempo, um formulador
de política econômica que controle a demanda agregada pode escolher determinada combinação entre inflação e
desemprego ao longo dessa curva de Phillips de curto prazo.

Fonte: Mankiw (2021)

42
Como últimas considerações desta unidade e deste curso, vamos refletir com Mankiw (2021)
sobre as opções de um formulador de políticas econômicas que tenha a capacidade de influenciar a
demanda agregada por meio de política fiscal ou de política monetária. O formulador poderia, por
exemplo, expandir a demanda agregada de forma a aumentar a inflação e diminuir o desemprego
ou ainda poderia contrair a demanda agregada, a fim de diminuir a inflação e aumentar o
desemprego. No curto prazo, considerando um dado nível de inflação esperada, e na ausência de
choques exógenos, o formulador pode escolher alguma combinação da curva vista no gráfico acima.
Observe que modificações da inflação esperada, por exemplo, modificam a curva em questão.

Figura 37 – Deslocamentos no trade-off de curto prazo

O trade-off entre inflação e desemprego no curto prazo depende da inflação esperada. A curva passa a ser mais elevada
quando a inflação esperada é mais elevada.

Fonte: Mankiw (2021)

É interessante notar que as pessoas ajustam as expectativas de inflação ao longo do tempo, de tal
forma que o trade-off em questão entre inflação e desemprego ocorre apenas no curto prazo. Como
pontua Mankiw (2021), o formulador não consegue manter para sempre o desemprego abaixo da
taxa natural, e a inflação acima do esperado. Ao longo do tempo, as expectativas se adaptam. No
longo prazo, vale a dicotomia clássica, o desemprego volta à sua taxa natural e não existe trade-off
entre inflação e desemprego.

43
BIBLIOGRAFIA

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(Orgs.). Guia brasileiro de análise de dados: armadilhas e soluções. Brasília: Enap, 2021, cap. 7,
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Disponível em:
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PROFESSOR-AUTOR

RODOLFO ARRUDA CABRAL

FORMAÇÃO ACADÊMICA
 Doutor em Economia pela Escola de Economia de São
Paulo da Fundação Getulio Vargas (2018).
 Mestre em Economia pela Escola de Economia de São
Paulo da Fundação Getulio Vargas (2014).
 Graduado em Relações Internacionais pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (2011).
 Graduado em Economia pela Universidade de São
Paulo (2011).

EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS
 Possui experiência nas áreas de Macroeconomia e Economia Internacional.
 Atualmente, trabalha como head na 4intelligence – Decision Science, onde coordena a
equipe de Economia e Ciência de Dados.
 Desde 2019, é professor de Economia do Curso Sapientia, no qual prepara candidatos
para o concurso de admissão à carreira de diplomata.
 Trabalhou no Centro de Estudos do Comércio Global e Investimentos da EESP/FGV
como pesquisador assistente.

PUBLICAÇÕES E PRÊMIOS
 Possui artigo publicado pela Revista Brasileira de Economia.
 Foi premiado em concurso da Confederação Nacional da Indústria por trabalho na área
de comércio internacional.

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