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CAMPUS CASCAVEL

CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

Teoria Macroeconômica II

Aulas 2; 3 até 10
Estrutura lógica da análise macroeconômica
O Modelo IS-LM
Cap 1: Dornbusch, R
Caps. 6 e 7: Froyen, R. T

Prof. Dr.: Pierre Joseph NELCIDE


Conteúdo dos capítulos:

Cap. 6
 Estrutura lógica da análise macroeconômica;
 Introdução
 A macroeconomia resumida em três modelos
 A curva LM;
 A curva IS;
 O Modelo IS-LM.
Cap. 7
 EFEITOS DE POLÍTICAS ECONÔMICAS NO MODELO IS-LM
 Fatores que Afetam a Renda de Equilíbrio e a Taxa de Juros
 Influências Monetárias: Os Deslocamentos da Curva LM
 Influências Reais: Os Deslocamentos da Curva IS
 A Eficácia Relativa das Políticas Monetária e Fiscal
 Eficácia das Políticas Econômicas e a Inclinação da Curva IS
 A Eficácia da Política Monetária e a Inclinação da Curva IS
 A Eficácia da Política Fiscal e a Inclinação da Curva IS
 A Eficácia da Política Monetária e a Inclinação da Curva LM
 A Eficácia da Política Fiscal e a Inclinação da Curva LM
Cap. 6

Estrutura lógica da análise macroeconômica


Introdução
 Por que os empregos são abundantes em
alguns anos e escassos em outros?
 O que eleva os preços ao longo do tempo?

Os macroeconomistas respondem a essas


perguntas à medida que buscam entender o
estado da economia e procuram métodos
para torná-la melhor para todos.

A Macroeconomia enfoca a economia como


se ela fosse constituída por cinco mercados:
 O mercado de bens e serviços;
 O mercado de trabalho;
 O mercado monetário;
 O mercado de títulos e;
 O mercado cambial.
Assim, ao tentarmos responder como se tem
comportado o mercado de bens e serviços,
efetuamos uma agregação de todos os bens
produzidos pela economia durante certo
período de tempo, e definimos o chamado
produto agregado. Esse produto representa a
agregação de todos os bens produzidos pela
economia.

O mercado de trabalho também representa


uma agregação de todos os tipos de trabalhos
existentes na economia. Nesse mercado,
determinamos a taxa salarial e o nível de
emprego.

No mercado monetário, são determinadas as


taxas de juros e a quantidade de moeda
necessária para efetuar as transações
econômicas. Nas economias, existem agentes
econômicos superavitários e agentes
deficitários.

No mercado de títulos (títulos do governo,


ações, debêntures, duplicatas etc.), procura-
se determinar o preço e a quantidade de
títulos. Como a taxa de juros é determinada,
na realidade, tanto no mercado monetário
como no mercado de títulos, é bastante
frequente analisar esses dois mercados,
conjuntamente, constituindo o mercado
financeiro.

Finalmente, um país realiza uma série de


transações com o resto do mundo,
envolvendo mercadorias, serviços e
transações financeiras. Para torná-las
viáveis, os preços dos diferentes países devem
ser comparados, e a moeda de um país deve
ser convertida nas moedas dos outros. A taxa
de câmbio é o preço relativo entre diferentes
moedas. Incorpora-se, então, no estudo
macroeconômico, o mercado cambial.

Assim, podemos resumir os objetivos da


análise macroeconômica como sendo o de
estudar como se determinam as seguintes
variáveis agregadas: nível de produto, nível
geral de preços, taxa de salários, nível de
emprego, taxa de juros, quantidade de
moeda, preço e quantidade de títulos, e taxa
de câmbio.

A macroeconomia resumida em três modelos

O estudo da macroeconomia é organizado em


torno de três modelos que descrevem o
mundo, sendo que cada um deles possui sua
maior aplicabilidade em um intervalo de
tempo diferente:
1) O comportamento da economia no muito longo prazo
é o domínio da teoria do crescimento econômico, que
aborda a capacidade de crescimento da economia
para produzir bens e serviços. O estudo do modelo de
muito longo prazo centra-se na acumulação histórica
de capital e nos aperfeiçoamentos tecnológicos.

2) No modelo que chamamos de longo prazo: O capital e


a tecnologia fixos determinam a capacidade
produtiva da economia: “produto potencial”. No
modelo de longo prazo, a oferta de bens e serviços é
igual ao produto potencial. Os preços e a inflação ao
longo desse horizonte são determinados pelas
flutuações na demanda.

3) No modelo de curto prazo: as flutuações na demanda


determinam o quanto da capacidade disponível é
utilizada e, consequentemente, os níveis de produto
e desemprego. Ao contrário do modelo de longo
prazo, no curto prazo os preços são relativamente
fixos e o produto é variável. É no contexto do
modelo de curto prazo que encontramos o papel mais
importante para a política macroeconômica.

Quase todos os especialistas em


macroeconomia concordam com esses três
modelos, mas as opiniões divergem quanto
ao intervalo de tempo no qual cada modelo é
melhor aplicado.

Todos concordam que o comportamento no


decorrer das décadas é mais bem descrito
pelo modelo da teoria do crescimento
econômico.

Há menor concordância quanto ao horizonte


temporal aplicável para o modelo de longo
prazo em comparação com o modelo de curto
prazo.

CRESCIMENTO NO MUITO LONGO PRAZO

O comportamento da economia no muito


longo prazo é o campo da teoria do
crescimento econômico. Ao estudar a teoria
do crescimento econômico, perguntamos
como a acumulação de insumos (Ex:
investimentos em maquinário) e os
aperfeiçoamentos tecnológicos levam a um
aumento no padrão de vida.

Ignoramos recessões, expansões e flutuações


de curto prazo no emprego de pessoas e
outros recursos a elas relacionados.
Presumimos que trabalho, capital, matéria-
prima, e assim por diante, sejam plenamente
empregados.

A teoria do crescimento econômico procura


explicar as taxas médias de crescimento ao
longo de vários anos ou décadas.

ECONOMIA COM CAPACIDADE


PRODUTIVA FIXA
 O que determina a taxa de inflação (a variação do
nível geral de preços)?
 Por que os preços em alguns países permanecem
estáveis por vários anos, enquanto em outros países
eles dobram a cada mês?

No longo prazo, o nível de produto é


determinado somente por considerações por
parte da oferta. Basicamente, o produto é
determinado pela capacidade produtiva da
economia. O nível de preços é determinado
pela demanda em relação ao produto que a
economia pode ofertar.

A Fig. 1.2 mostra um diagrama da oferta


agregada/demanda agregada com uma curva
de oferta agregada vertical.
A curva de oferta agregada (OA) mostra,
para cada nível de preços dado, a quantidade
de produto que as empresas estão dispostas a
ofertar. A posição da curva de oferta
agregada depende da capacidade produtiva
da economia.

A curva de demanda agregada (DA)


apresenta, para cada nível de preços dado, o
nível de produto no qual os mercados de bens
e os mercados monetários estão
simultaneamente em equilíbrio. A posição da
curva de demanda agregada depende das
políticas monetária e fiscal e do nível de
confiança do consumidor.

Em longo prazo, a curva de oferta agregada é


vertical (os economistas argumentam se o
longo prazo é um período de alguns
trimestres ou de uma década).
Ocorre que em longo prazo o produto é
determinado apenas pela oferta agregada, e
os preços são determinados por ambas, oferta
agregada e demanda agregada.

Taxas de inflação muito altas, ou seja,


episódios com aumentos rápidos no nível
geral de preços sempre ocorrem devido a
mudanças na demanda agregada.

No longo prazo, a posição da curva de oferta


agregada é determinada pelo crescimento
econômico de muito longo prazo e que a
inclinação da oferta agregada é simplesmente
vertical.

CURTO PRAZO

Em curto prazo, a curva de oferta agregada é


horizontal. Ela fixa o nível de preços no
ponto em que a curva de oferta atinge o eixo
vertical. O produto, ao contrário, pode
assumir qualquer valor. A premissa
fundamental é que o nível de produto não
afeta os preços no curto prazo (Fig. 1.4).

No curto prazo, o produto é determinado


apenas pela demanda agregada e os preços
não são afetados pelo nível de produto.

MÉDIO PRAZO

Como descrevemos a transição entre o curto


e o longo prazo? Em outras palavras, qual é
o processo que muda a inclinação da curva
de oferta agregada de horizontal para
vertical?

O médio prazo parece com algo como a


situação apresentada na Fig. 1.5: a curva de
oferta agregada possui uma inclinação
intermediária, entre horizontal e vertical.
A velocidade com que os preços se ajustam é
um parâmetro crucial para o nosso
entendimento da economia.

Em um horizonte de 15 anos, nada importa


tanto quanto a taxa de crescimento no muito
longo prazo. Em um horizonte de 15
segundos, nada importa tanto quanto a
demanda agregada.

Verifica-se que os preços normalmente se


ajustam bem lentamente; deste modo, em
um horizonte de um ano, as variações na
demanda agregada oferecem uma boa,
embora imperfeita, explicação do
comportamento da economia.

A velocidade do ajuste de preços é resumida


na curva de Phillips, que relaciona a inflação
e desemprego.
O Modelo IS-LM

 A curva IS (em inglês investment–saving)


representa o equilíbrio no Mercado de bens e
serviços.
 A curva LM (liquidity preference–money supply)
representa o equilíbrio no Mercado de saldos
monetários reais.

O modelo IS-LM é o nível de renda (Y) e a


taxa de juros (r) que equilibram
simultaneamente o mercado de bens e
serviços e o mercado monetário.

Antes de chegar ao equilíbrio IS-LM, é


preciso:
 Identificar combinações de renda e taxa de juros
que equilibram o mercado monetário, excluindo o
mercado de bens;
 Identificar as combinações de renda e taxa de
juros que sejam valores de equilíbrio para o
mercado de bens.
Para achar o único ponto de equilíbrio,
algumas suposições têm de ser consideradas:
 As variáveis de política econômica inclusive o estoque de
moeda, os gastos do governo e os impostos são mantidas
fixas em níveis predeterminados;
 As expectativas das firmas sobre a renda e as taxas de
juros, (que afeta o investimento) são constantes.

Equilíbrio no Mercado Monetário: A Curva


LM
Construção
Assumi-se a dependência positiva da
demanda por moeda em relação à renda em
razão da demanda por transações e a
dependência negativa da demanda por
moeda também em relação à taxa de juros
em razão da demanda especulativa.

Demanda por moeda: 𝑀𝑑 = 𝐿(𝑌, 𝑟) (6.3)


Na forma linear:
𝑀𝑑 = 𝑐0 + 𝑐1 𝑌 − 𝑐2 𝑟 𝑐1, 𝑐2 > 0 (6.4)

A união de todas as combinações de r e Y


que equilibrem a demanda por moeda ao
estoque de moeda fixo 𝑀𝑜𝑠 é chamada de
curva LM.

A condição que deve ser cumprida para o


equilíbrio do mercado monetário, a equação
da curva LM, pode ser escrita como:
𝑀𝑜𝑠 = 𝑀𝑑 = 𝑐0 + 𝑐1 𝑌 − 𝑐2 𝑟 (6.5)

Figura 6.6: Posições de Equilíbrio no Mercado Monetário


Os aumentos na renda deslocam a função
demanda por moeda. O equilíbrio no
mercado monetário exige taxas de juros
sucessivamente maiores, para níveis de renda
mais altos.

As combinações renda-taxa de juros nas


quais ocorre o equilíbrio, (𝑌0 , 𝑟0 ) , (𝑌1 , 𝑟1 ) ,
(𝑌2 , 𝑟2 ), são pontos na curva LM ou curva de
equilíbrio do mercado monetário.

Para níveis de renda mais altos são exigidas


taxas de juros maiores para equilibrar o
mercado monetário; a curva LM tem
inclinação ascendente e para a direita.
Figura 6.7: Curva LM
A razão da inclinação positiva da curva LM é
a seguinte: para uma dada taxa de juros, o
aumento da renda (Ex: de 𝑌0 para 𝑌1 nas
Figuras 6.6 e 6.7) aumenta a demanda por
moeda, pois a demanda por moeda para
transações varia positivamente com a renda.

Para restabelecer a demanda num nível igual


ao do estoque fixo de moeda, a taxa de juros
deve ser maior (𝑟1 em vez de 𝑟0 nas figuras 6.6
e 6.7).

A taxa de juros mais alta resulta numa


demanda especulativa por moeda menor,
reduzindo a demanda por transações,
qualquer que seja o nível de renda.

A taxa de juros deve subir, até que a queda


na demanda por moeda seja exatamente
igual ao aumento inicial da demanda por
transações, induzido pelo incremento na
renda.

Pergunta: o que determina o valor da


inclinação da curva LM? Esta curva é mais
inclinada ou relativamente plana?

Fatores que Determinam a Inclinação da


Curva LM
1) Considerando o efeito de um aumento da renda,
∆𝑌 (Ex: 𝑌0 para 𝑌1 , Figs 6.6 e 6.7) sobre o
equilíbrio do mercado monetário.
Seja 𝑐1 ∆𝑌 o aumento, induzido pela renda, da
demanda por moeda resultante do aumento da renda.

𝑀𝑑 = 𝑐0 + 𝑐1 𝑌 − 𝑐2 𝑟
𝑀𝑑 = 𝑐0 + 𝑐1 (𝑌1 − 𝑌0 ) − 𝑐2 𝑟
𝑐1 = 0.95
𝑐1 parâmetro que dá o aumento da demanda
por moeda (para fins de transação) por
aumento unitário da renda, na Eq. (6.4).
𝑀𝑑 = 𝑐0 + 𝑐1 𝑌 − 𝑐2 𝑟
Quanto mais alto for o valor de 𝑐1 maior será
o aumento da demanda por moeda por
aumento unitário da renda e, portanto,
maior será o aumento da taxa de juros
necessário para restabelecer a demanda total
por moeda ao nível do estoque de moeda
fixo.

Quanto mais alto for o valor de 𝑐1 mais


inclinada será a curva LM.
𝑀𝑑 = 𝑐0 + 𝑐1 𝑌 − 𝑐2 𝑟
2) Para um determinado aumento, induzido
pela renda, da demanda por moeda (𝑐1
dado), o quanto a taxa de juros tem de
subir para restabelecer a demanda total
por moeda ao valor do estoque
monetário fixo depende do valor de 𝑐2
(elasticidade da demanda por moeda em
relação às mudanças da taxa de juros).

Figura 6.8: Elasticidade da Demanda por Moeda em Relação aos Juros


e Inclinação da Curva LM.

A curva da demanda por moeda


relativamente inclinada na parte a reflete a
suposição de que a elasticidade da demanda
por moeda em relação aos juros é baixa (em
valor absoluto).
𝑀𝑑 = 𝑐0 + 𝑐1 𝑌 − 0.5𝑟
𝑟 ↑ 1% → 𝑀𝑑 ↓ 0.5
𝑀𝑑 = 𝑐0 + 𝑐1 𝑌 − 0.9𝑟
𝑟 ↑ 1% → 𝑀𝑑 ↓ 0.9%
Com uma baixa elasticidade da demanda por
moeda em relação aos juros, a curva LM é
relativamente inclinada.

Na parte b supõe-se que a demanda por


moeda seja altamente elástica aos juros e,
consequentemente, a curva de demanda por
moeda é relativamente plana. A curva LM,
nesse caso, também é relativamente plana
(pouco inclinada).

Dois casos especiais


Dois casos especiais da inclinação da curva
LM ocorrem quando a elasticidade da
demanda por moeda em relação aos juros é
nula 𝑐2 → 0 e, alternativamente, quando ela
é extremamente alta (𝑐2 → ∞).
𝑀𝑑 = 𝑐0 + 𝑐1 𝑌 − 10−90000 𝑟

Partindo de uma situação de equilíbrio,


considere o aumento da taxa de juros
necessário para reequilibrar o mercado
monetário, caso a renda aumente.

Um nível mais alto de renda implica uma


maior demanda por moeda para viabilizar
transações.

Se a demanda por moeda for completamente


insensível às mudanças da taxa de juros,
nenhum aumento possível da taxa de juros
conseguirá reduzir a demanda por moeda de
volta ao nível da oferta fixa de moeda.
Nesse caso especial, supõe-se que o aumento
na taxa de juros não faz com que as pessoas
reduzam a demanda especulativa por moeda,
nem reduzam a demanda por transações.

Consequentemente, somente um nível de


renda é compatível com o equilíbrio.

Figura 6.9: Curva LM, o Caso Clássico

Na teoria clássica, a demanda por moeda


depende somente da renda. Enquanto na
teoria keynesiana existe uma relação
negativa entre a demanda por moeda e a
taxa de juros.
𝑀𝑑 = 𝑐0 + 𝑐1 𝑌 − 𝑐2 𝑟

Na teoria keynesiana da demanda por moeda


para especulação quando a taxa de juros fica
muito baixa em relação ao valor considerado
normal, a expectativa de aumentos futuros
da taxa de juros passa a ser consensual.

Nessa situação, onde as perdas de capital


esperadas para o futuro excedem as rendas
com juros dos títulos, o público tende a reter
qualquer aumento na riqueza sob a forma de
moeda, sendo desprezível a queda na taxa de
juros.

É nessa faixa da curva de demanda por


moeda que a elasticidade da demanda por
moeda em relação aos juros torna-se
extremamente alta.

Figura 6.10: A Armadilha da liquidez Keynesiana

Portanto, com a alta sensibilidade da


demanda por moeda em relação às mudanças
na taxa de juros; um aumento da renda exige
apenas uma ligeira elevação da taxa de juros
para restabelecer o equilíbrio no mercado
monetário.
Fatores que Deslocam a Curva LM
 As mudanças no estoque de moeda, fixado
exogenamente;
 Os deslocamentos da função demanda por moeda.

Mudanças no estoque de moeda

Supõe-se que o estoque monetário seja uma


variável de política econômica então um
aumento do estoque de moeda pode ser uma
alteração desse instrumento de política
econômica para um novo nível.

Figura 6.11: Deslocamento da Curva LM por um Aumento na


Oferta de Moeda
Com o estoque de moeda inicial 𝑀𝑜𝑠 , quando
a renda estiver em 𝑌0 , 𝑟0 será a taxa de juros
de equilíbrio, conforme exibido na parte a.
Essa combinação 𝑌0 , 𝑟0 é o ponto A na curva
𝐿𝑀0 .

Se o estoque de moeda for aumentado para


𝑀1𝑠 , somente no nível de renda mais alto 𝑌1 ,
𝑟0 será a taxa de juros de equilíbrio no
mercado monetário. Essa combinação 𝑌1 , 𝑟0
é o ponto C na nova curva LM, 𝐿𝑀1

O aumento no estoque de moeda desloca a


curva LM para a direita.

Deslocamentos da curva de demanda por


moeda

Suponha que haja um aumento da demanda


por moeda para níveis de renda e taxa de
juros determinados. Uma razão possível
desse deslocamento, como sugerido
anteriormente, seria a perda de confiança nos
títulos, o que Keynes chamou de alteração
na preferência pela liquidez.

Ex: se condições econômicas muito instáveis


aumentassem a probabilidade de falência das
firmas e, portanto, o risco de
inadimplemento dos títulos, a demanda por
moeda deveria aumentar.

Esta seria uma recomposição nas carteiras de


ativos dos indivíduos, que, para os mesmos
níveis da taxa de juros e renda, procurariam
manter uma quantidade maior de moeda,
afastando-se dos títulos.
Figura 6.12: Deslocamento na Curva LM com um Deslocamento na
Função Demanda por Moeda

Para um determinado nível de renda, um


deslocamento da função demanda por moeda
que desloca a demanda por moeda para
cima, de 𝑀𝑜𝑑 (𝑌0 ) para 𝑀1𝑑 (𝑌0 ) , na parte a,
eleva a taxa de juros de equilíbrio. A curva
LM na parte b desloca-se para cima e para a
esquerda, de 𝐿𝑀0 para 𝐿𝑀1 .
Equilíbrio no Mercado de Produto: A Curva IS
Construção:
A condição de equilíbrio no mercado de bens
e serviços:
𝑌 =𝐶+𝐼+𝐺 (6.7)

Uma expressão equivalente da condição de


equilíbrio (6.7) é:
𝐼+𝐺 =𝑆+𝑇 (6.8)

Será calculado o conjunto de combinações de


taxa de juros e níveis de renda que produzem
o equilíbrio no equilíbrio do mercado de
bens.

Supondo que não existe o setor


governamental nesta economia (𝐺 = 0 𝑒 𝑇 =
0):
𝐼(𝑟) = 𝑆(𝑌) (6.9)
Na eq. (6.9), o investimento depende da taxa
de juros e a poupança do nível de renda.

A construção da curva IS consiste em achar


as combinações das taxas de juros e dos níveis
de renda que igualam o investimento à
poupança.

Figura 6.13: Construção da Curva IS (T = G = O)

𝑌 =𝐶+𝐼
Às taxas de juros 𝑟0 , 𝑟1 e 𝑟2 os níveis de
investimento serão 𝐼0 , 𝐼1 e 𝐼2 na parte a. Para
gerar níveis de poupança 𝑆0 , 𝑆1 e 𝑆2 iguais a
esses níveis de investimento, a renda deve
estar em 𝑌0 , 𝑌1 e 𝑌2 , respectivamene.

Portanto as combinações taxa de juros-renda


(𝑟0 , 𝑌0 ), (𝑟1 , 𝑌1 ) e (𝑟2 , 𝑌2 ) são os pontos (A, B,
C) ao longo da curva IS, na parte b.

Fatores que Determinam a Inclinação da


Curva IS

Pergunta: Ao considerar o declive da curva


IS e observando taxas de juros
progressivamente menores, por exemplo, o
equilíbrio no mercado de bens exige níveis de
renda muito mais altos (a curva é pouco
inclinada) ou apenas níveis de renda
levemente maiores (a curva é muito
inclinada)?
Resposta: Depende das inclinações das
funções investimento e poupança.

Inclinação da função investimento


Figura 6.14: Elasticidade da Demanda de Investimento em
Relação aos Juros e a inclinação da Curva IS

Onde a curva de investimento é inclinada (I),


na parte a, a queda na taxa de juros
aumentará pouco o investimento (𝐼 = 𝐼0 −
𝑖1 𝑟).

Assim, na parte b exige-se apenas um


pequeno aumento da poupança e, portanto,
da renda, para que se restabeleça o equilíbrio
do mercado de bens.

A curva IS da parte c será mais inclinada.

Onde a curva de investimento é


relativamente achatada (𝐼 ′ ), o investimento
aumenta um montante maior com a queda
na taxa de juros. Depois a poupança e
também a renda devem aumentar uma
magnitude maior; a curva IS, nesse caso
(𝐼𝑆 ′ ), será pouco inclinada.

A curva será relativamente inclinada se a


elasticidade da demanda por investimento
em relação aos juros (𝑖1 𝑑𝑒 𝐼 = 𝐼0 − 𝑖1 𝑟), for
baixa.

A curva será menos inclinada para valores


maiores (em termos absolutos) da
elasticidade da demanda por investimento
em relação aos juros.

Inclinação da função poupança

A curva IS é relativamente mais inclinada


quanto mais alto for a PMgS.
𝐶 = 𝐶0 + 𝐶1 𝑌𝑑
𝑆 = 𝑎1 (𝑌 − 𝑇)
Fatores que Deslocam a Curva IS

Supondo a presença do setor governamental


no modelo. A condição de equilíbrio de
mercado é dada pela Eq. ( 6.8):
𝐼 (𝑟 ) + 𝐺 = 𝑆 ( 𝑌 − 𝑇 ) + 𝑇 (6.10)
Figura 6.15: Curva IS com a Inclusão do Setor Governamental
1) Mudanças nos Gastos do Governo

Figura 6.16: Deslocamento na Curva IS pelo Aumento nos Gastos do


Governo

À taxa de juros 𝑟0 , o acréscimo nos gastos do


governo aumenta o total de investimento
mais gastos do governo de 𝐼0 + 𝐺0 para
𝐼0 + 𝐺1 na parte a.
Para manter a condição 𝐼 + 𝐺 = 𝑆 + 𝑇, com
um nível fixo de impostos, a poupança deve
aumentar de 𝑆0 para 𝑆1 exigindo que a renda
seja 𝑌1 , em vez de 𝑌0 , na parte b.

À taxa de juros 𝑟0 , o ponto B representa o


equilíbrio no mercado de bens, em vez do
ponto A.

Um aumento de gastos do governo desloca a


curva IS para a direita, de 𝐼𝑆0 para 𝐼𝑆1 , na
parte c.

2) Mudanças nos Impostos.


O aumento dos impostos desloca a curva S +
T para a esquerda na parte b.

À taxa de juros 𝑟0 , que fixa 𝐼0 + 𝐺0 , com


impostos mais altos, a poupança e, portanto,
também a renda devem ser menores para
manter a condição I + G = S + T.
Figura 6.17 Deslocamento da Curva 15 com um Aumento nos
Impostos

Após o aumento dos impostos, um nível de


renda 𝑌1 (ponto B), não mais 𝑌0 (ponto A),
equilibra o mercado de bens para a taxa de
juros 𝑟0 . A curva IS se deslocada para a
esquerda, de 𝐼𝑆0 para 𝐼𝑆1 na parte c.
3) Mudanças Autônomas no Investimento.

O último fator considerado que desloca a


curva IS é uma variação autônoma do
investimento.
𝐼 = 𝐼0 − 𝑖1 𝑟
Um deslocamento da curva de investimento,
traçada contra a taxa de juros.

Ex: uma melhoria das expectativas sobre a


lucratividade futura dos projetos de
investimento aumenta o nível da demanda
por investimento correspondente a cada taxa
de juros, deslocando a curva I( r) e, portanto,
a curva de investimento somada aos gastos
do governo para a direita na Figura 6. 16a.

Esse deslocamento para a direita na curva


I(r), pelo valor do aumento nos
investimentos autônomos, tem exatamente o
mesmo efeito sobre a curva IS que um
aumento de igual valor nos gastos do
governo, analisado na Figura 6.16.

As Curvas IS e LM Combinadas
O ponto de intersecção das curvas IS e LM
dá a combinação da taxa de juros e a renda
(𝑟0 , 𝑌0 ), que produz o equilíbrio tanto para o
mercado monetário quanto para o mercado
de bens.

Figura 6.18: As Curvas IS e LM Combinadas


Figura 6.19 Ajuste ao Equilíbrio no Modelo das Curvas
IS-LM

Em pontos como A, B, C e D há excessos de


oferta ou de demanda nos mercados
monetário e de bens, e, portanto, pressões
para que a taxa de juros e o nível de produto
se alterem.
No ponto F, o mercado de bens está
desequilibrado e há pressão para que a taxa
de produção se ajuste.

Somente no ponto E os mercados monetário


e de bens estão em equilíbrio, sem nenhuma
pressão para variação na taxa de juros ou da
produção.

Cap. 7

EFEITOS DE POLÍTICAS ECONÔMICAS NO


MODELO IS-LM

Neste capítulo utilizamos o modelo IS-LM


para analisar os efeitos de diversas medidas
de política econômica sobre os níveis de
equilíbrio da renda e da taxa de juros.
Fatores que Afetam a Renda de Equilíbrio e a
Taxa de Juros

Influências Monetárias: Os Deslocamentos da


Curva LM

Considere os efeitos, sobre a renda e a taxa


de juros, de variações na quantidade de
moeda. O aumento no estoque de moeda cria
um excesso de oferta de moeda, que causa a
queda na taxa de juros.

À medida que a taxa de juros cai, a demanda


por investimento aumenta, o que causa
aumento na renda e um posterior aumento
na demanda por consumo, induzido pela
renda.

Um novo equilíbrio é, alcançado quando a


queda na taxa de juros e o aumento na
renda, juntos, aumentam a demanda por
moeda numa quantidade igual ao aumento
na oferta de moeda. Isso ocorre no ponto
onde a nova curva LM corta a curva IS (Fig.
71).

Uma queda no estoque de moeda produz


efeitos exatamente opostos.

Considere um aumento na demanda por


moeda, para dados níveis de renda e taxa de
juros. Essa substituição de títulos por moeda
na carteira de ativos deslocará a curva LM
para a esquerda. À medida que os indivíduos
tentam reduzir seus estoques de títulos, para
aumentar os de moeda, a taxa de juros
aumenta => investimento cai => declínio na
renda.

Um deslocamento inverso da carteira de


ativos, onde a tendência será a de reter mais
títulos e menos moeda, tem efeitos
contrários.

Influências Reais: Os Deslocamentos da


Curva IS

O aumento nos gastos do governo para G1


desloca a curva IS para a direita, até uma
posição como IS na Figura 7.2. O nível de
equilíbrio da renda, bem como o nível de
equilíbrio da taxa de juros, aumenta.
A força que empurra para cima o nível de
renda é o aumento na demanda agregada -
tanto diretamente, à medida que a demanda
do governo aumenta, quanto indiretamente,
como resultado de um aumento, induzido
pela demanda, nos dispêndios dos
consumidores.

À medida que a renda aumenta, a demanda


por moeda para transações aumenta. O
estoque de moeda não muda, de modo que a
tentativa de aumentar os saldos das
transações exige um declínio na demanda por
títulos. É esse aumento na demanda por
moeda, induzido pela renda, e o declínio na
demanda por títulos que provocam o
aumento na taxa de juros.

A distância do deslocamento da curva IS é


dada pelo aumento nos gastos do governo
vezes o multiplicador dos dispêndios
autônomos do modelo keynesiano simples
(sem mercado monetário). Essa distância
horizontal é igual ao valor pelo qual a renda
teria aumentado naquele modelo simples (Na
Figura 7.2, de 𝑌0 até 𝑌1′ ).

Quando levamos em conta o ajuste exigido


no mercado monetário, podemos observar
que a renda aumenta menos que esse valor
(Na Figura 7.2, de 𝑌0 até 𝑌1 ). Por quê?
Quando os gastos do governo aumentam
para manter o equilíbrio no mercado
monetário, como acabamos de ver, a taxa de
juros também deve aumentar. O aumento na
taxa de juros causará um declínio nos
dispêndios com investimento que
compensará, parcialmente, o aumento na
demanda agregada resultante do aumento
nos gastos por parte do governo.
Consequentemente, o aumento na renda será
menor que o previsto no modelo keynesiano
simples, onde o investimento foi considerado
completamente autônomo.

O aumento na arrecadação tributária, de T0


para T1 deslocará a curva IS para a esquerda
(Figura 7.3). Na figura, isto é exibido como
um deslocamento da curva IS (IS0 até IS1)
=> a renda cai de Y0 para Y1; e a taxa de
juros também cai, de r0 para r1.
A renda cai à medida que os impostos
aumentam, porque o aumento nos impostos
faz diminuir a renda disponível ( Y - T) e
causa o declínio no consumo. A razão da
queda na taxa de juros é semelhante à do
aumento na taxa de juros induzida pela
renda, quando os gastos do governo foram
aumentados.

Portanto, mais uma vez, é verdade que no


modelo IS-LM os multiplicadores de política
fiscal são menores que os obtidos pelo
modelo keynesiano simples. Para um
aumento nos impostos, a razão disso é que o
declínio na taxa de juros discutido
anteriormente causa o aumento no
investimento, compensando parcialmente o
declínio no consumo causado pelo aumento
nos impostos. O modelo keynesiano simples
supunha investimento fixo, omitia essa
compensação e, portanto,
sobredimensionava os efeitos do aumento
nos impostos.

As variáveis da política fiscal não são os


únicos fatores que podem mover a curva IS.
Qualquer variação autônoma na demanda
agregada terá esse efeito. Uma dessas
variações é uma mudança autônoma na
demanda por investimento, que significa um
movimento da função investimento para
cada nível da taxa de juros. Essa mudança
ocorreria, por exemplo, se, como resultado de
algum evento exógeno, a lucratividade
prevista dos projetos de investimento
mudasse.

A Eficácia Relativa das Políticas Monetária e


Fiscal

Nesta seção examinamos o tamanho do


efeito sobre a renda de uma determinada
mudança na variável de política econômica.
Será mostrado que a eficácia de cada tipo de
política (monetária e fiscal) depende das
inclinações das curvas IS e LM, que, por sua
vez, são determinadas por certos parâmetros
comportamentais do nosso modelo.
Eficácia das Políticas Econômicas e a
Inclinação da Curva IS

O parâmetro crítico que determina a


inclinação da curva IS é (o valor absoluto de)
a elasticidade da demanda por investimento
em relação aos juros. Quanto mais baixo for
o valor da elasticidade da demanda por
investimento em relação aos juros, mais
inclinada será a curva IS.

A Eficácia da Política Monetária e a


Inclinação da Curva IS

As Figuras 7.5a e b mostram os efeitos de um


aumento na quantidade de moeda para duas
curvas IS com inclinações diferentes. A
inclinação da curva LM foi mantida igual
nos dois casos.
Na Figura 7.5a, a curva IS é muito
inclinada, refletindo a baixa elasticidade da
demanda por investimento em relação aos
juros. Como se pode observar no gráfico, a
política monetária é relativamente ineficaz
nesse caso. A renda aumenta muito pouco
como resultado do aumento no estoque de
moeda.
Na Figura 7.5b a curva IS apresenta-se bem
menos inclinada, refletindo uma maior
elasticidade da demanda por investimento
em relação aos juros. Como se pode observar,
a política monetária torna-se mais eficaz
quando a curva IS é menos inclinada.

Caso extremo:
IS vertical (investimento for completamente
insensível às variações na taxa de juros -
Figura 7.5c): o aumento no estoque de
moeda simplesmente deslocará a curva LM
para baixo ao longo da curva IS. A taxa de
juros cairá até que a demanda por moeda
aumente o suficiente para restabelecer o
equilíbrio no mercado monetário, mas a
renda permanecerá inalterada.

Quando a curva IS é vertical, o investimento


não é afetado pela política monetária,
porque, por suposição, a demanda por
investimento não depende da taxa de juros.
Quanto maior for a inclinação da curva IS,
mais nos aproximaremos desse caso extremo,
e menos eficaz será a política monetária.

A Eficácia da Política Fiscal e a Inclinação da


Curva IS

As Figuras 7.6a e b mostram,


respectivamente, os efeitos do aumento nos
gastos do governo no caso de uma curva IS
muito inclinada e no caso de uma curva IS
relativamente pouco inclinada. A política
fiscal é muito mais eficaz quando a curva IS
é mais inclinada (Figura 7.6a).
O que percebemos é que quanto menos
sensível for o investimento à taxa de juros,
maior será o efeito de uma determinada
política fiscal. Para saber por que, considere
o papel da variação na taxa de juros no
ajuste a um novo equilíbrio, após um
aumento nos gastos do governo.
À medida que a renda aumenta,
acompanhando o aumento nos gastos do
governo, a taxa de juros deve aumentar,
para manter o mercado monetário em
equilíbrio. O aumento na taxa de juros causa
o declínio no investimento, compensando
parcialmente o efeito expansionista do
aumento nos gastos do governo.

É esse declínio no investimento, induzido


pela taxa de juros, que faz com que a reação
da renda, no modelo IS-LM, seja menor que
a reação dada pelo multiplicador, no sistema
keynesiano simples, ou seja, a renda cresce
menos que o deslocamento horizontal da
curva IS.

Se o investimento não for muito sensível às


variações na taxa de juros (Figura 7.6ª), o
aumento nos juros causará apenas uma leve
queda no investimento, e a renda aumentará
pelo total do deslocamento horizontal da
curva IS (modelo keynesiano simples).

Resumo:
A política fiscal é mais eficaz com a curva IS
muito inclinada (elasticidade da demanda por
investimento em relação aos juros baixa),
enquanto a política monetária é mais eficaz
com a curva IS pouco inclinada (elasticidade
da demanda por investimento em relação aos
juros alta).

A Eficácia da Política Monetária e a


Inclinação da Curva LM

A Figura 7.8 mostra os efeitos de um


aumento na quantidade de moeda para as
mesmas três suposições sobre a curva LM
consideradas anteriormente.
Como pode-se observar na figura, a política
monetária é menos eficaz na Figura 7.8a,
onde a curva LM é relativamente pouco
inclinada (a elasticidade da demanda por
moeda em relação aos juros é alta).
No nível inicial de renda e taxa de juros, um
aumento no estoque de moeda criará um
excesso de oferta de moeda, causando uma
queda na taxa de juros. Essa queda na taxa
de juros estimulará o investimento e, por
conseguinte, a renda.

A taxa de juros deve cair até um ponto em


que a taxa de juros mais baixa e o nível de
renda mais alto tiverem aumentado a
demanda por moeda num montante igual ao
do aumento na oferta de moeda.

Na Figura 7.8a, onde a demanda por moeda


é muito sensível aos juros, uma pequena
queda na taxa de juros é tudo o que é
necessário para esse fim. Consequentemente,
o aumento no investimento e, portanto, na
renda serão menores nesse caso.
Com uma demanda por moeda altamente
elástica aos juros, à medida que a taxa de
juros vai caindo, os indivíduos aumentam
substancialmente seus saldos especulativos e
economizam menos em saldos de transações.

Na Figura 7.8b a elasticidade da demanda


por moeda em relação aos juros é menor, e é
necessária uma queda maior na taxa de juros
para tornar a equilibrar o mercado
monetário após o aumento no estoque de
moeda.

Consequentemente, o investimento e,
portanto, a renda aumentam num valor
maior.

Na Figura 7.8c, onde a demanda por moeda é


completamente inelástica aos juros, há uma
nova queda na taxa de juros, depois de um
aumento na oferta de moeda. Aqui, a própria
queda na taxa de juros em nada influi no
aumento da demanda por moeda, nem no
restabelecimento do equilíbrio no mercado
monetário, pois nesse caso a demanda por
moeda não depende da taxa de juros.

Entretanto, a queda na taxa de juros causa


um aumento no investimento e na renda. O
aumento na renda continuará até que toda a
nova moeda seja absorvida pelos saldos
adicionais para transações.

Resumo: o efeito de um determinado


aumento no estoque de moeda sobre o nível
de renda é tanto maior quanto menor for a
elasticidade da demanda por moeda em
relação aos juros.
A Eficácia da Política Fiscal e a Inclinação da
Curva LM

No caso da política fiscal, em que a resposta


à taxa de juros, com o resultante
deslocamento do investimento, compensa
parte do efeito da política, a resposta da
renda será tanto maior quanto menor for a
reação da taxa de juros.

Uma alta elasticidade da demanda por


moeda reduz os efeitos de uma medida de
política fiscal sobre a taxa de juros.
Portanto, a política fiscal tem sua maior
eficácia quando a elasticidade da demanda
por moeda em relação aos juros é alta (a
curva LM é pouco inclinada ).

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