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NOTAS TRADUZIDAS DO LIVRO MACROECONOMICS DE WENDY CARLIN E 

DAVID SOSKICE – OXFORD UNIVERSITY PRESS, 2006

2   Demanda Agregada, Oferta Agregada e Ciclos de Negócios

Este  capítulo começa com o  processo de  definir  o modelo  de  curto  e médio 


prazo. O primeiro objetivo deste capítulo é explicar como o nível de produto e 
emprego é determinado pelo nível de demanda agregada no curto prazo – i.e. 
quando salários e preços são rígidos. Isto provê um modelo de ciclo de negócios 
i.e.   como   o   nível   do   produto   e   emprego   flutua   em   resposta   a   mudanças   na 
demanda   agregada.   Nós   começamos   com  o   enfoque   tradicional   de   induzir  o 
equilíbrio do mercado de bens e o equilíbrio do mercado monetário no modelo 
IS/LM. O IS se refere ao mercado de bens e o mercado de moeda LM. Existem 
duas formas de pensar a respeito de como a política monetária é implementada 
pelos governos ou bancos centrais e portanto sobre a utilidade da análise LM. 
Por outro lado, o governo ou o banco central pode modelar a política monetária 
através   do   controle   sobre   o   nível   ou   crescimento   da   oferta   de   moeda.   Nós 
veremos que este enfoque é melhor tratado pela LM. Por outro lado, o governo 
ou o banco central pode estabelecer a taxa de juros para estabilizar a economia 
e levar a economia a meta de inflação. Esta é o chamado enfoque da regra 
monetária (MR) desenvolvida no Cap. 3.
Dada   a   presença   crescente   das   regras   monetárias   em   política     monetária   a 
questão que surge do porque vamos nos preocupar em apresentar a analise 
LM? Além do mais, mesmo se o banco central usa o enfoque MR, o modelo LM 
ainda existe desde que representa equilíbrio no mercado monetário.

Primeiro, se vamos entender porque os governos e os bancos centras adotaram 
as   regras   monetárias,   é   útil   ter   um   entendimento   do   enfoque   LM   como 
referência. Além do mais mesmo se o banco central está usando o enfoque MR, 
LM ainda existe já que representa equilíbrio no mercado monetário. 

Segundo,   o   enfoque   LM   é   útil   para   analisar   os   problemas   de   deflação,   i.e. 


quando os preços estão caindo na economia. Mesmo se o banco central usa 
uma   regra   monetária   para   ajustar   a   taxa   de   juros   para   obter   uma   meta   de 
inflação, nós precisamos entender as circunstâncias em que isto pode não ser 
efetivo. Um exemplo importante é a situação onde a taxa de juros nominal está 
próxima de zero e a economia é caracterizada por um nível de preço cadente 
como caracterizada pela economia japonesa por quase uma década.

Terceiro,   como   veremos   no   cap.   9,   muito   da   análise   da   economia   aberta   é 


conduzida usando o modelo IS/LM. 

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Todas essas três razões sugerem que mesmo se a LM é menos relevante para 
analise política prática do que uma vez pensávamos, permanece um instrumento 
útil de analise. O modelo IS/LM pode ser usado para analisar os determinantes 
do produto no curto prazo quando o governo controla a oferta monetária. Ele 
também prove componentes que serão úteis mais tarde. Nós veremos que a 
curva IS é uma parte importante do modelo macro IS­PC­MR de 3 equações 
desenvolvido no cap. 3 para uso com a regra monetária.

Na segunda deste capítulo, o foco muda da demanda agregada para a oferta 
agregada.   Como   veremos   no   médio   prazo,   salários   e   preços   respondem   a 
mudanças no nível de atividade. A segunda tarefa do capitulo é portanto apontar 
os determinantes do nível de emprego do médio prazo no qual o mercado de 
trabalho está nem equilíbrio e as pressões por salários e preços para mudar são 
ausentes.   A   integração   dos   componentes     do   curto   e   médio   prazo   são 
apresentados   no   final   da   seção   através   do   modelo   da   demanda   e   oferta 
agregada.
Vamos contrastar as explicações dos ciclos de negõcios baseadas em fudanças 
na demanda agregadda na presença de salários e preços rígidos no qual nos 
concentramos neste livro com um completamente diferente, em que mudanças 
do lado da oferta da economia tal cmo mudanças tecnológicas que produzem 
expansões   e   recessões.   Este   segundo   enfoque   é   chamado   de   modelo   dos 
Ciclos Reais. 

1. Demanda Agregada 

Para   entender   como   o   nível   do   produto   é   determinado   no   curto   prazo,   nós 


olhamos  para   as fontes  de   mudanças  na  demanda   agregada   por  produto.  O 
curto prazo é definido aqui como o período durante o qual preços e salários são 
dados.   Existem   um   número   de   formas   de   explicar   porque   preços   e   salários 
podem   não   responder   imediatamente   a   mudanças   na   demanda.   Arranjos 
institucionais     normalmente   que   salários   são   revistos   periodicamente   e   não 
continuamente. Um argumento comum em suporte para a rigidez de preços é 
que existem custos associados com mudanças de preços, que são referidos aos 
custos de menu. É também útil lembrar que é lucrativo para as empresas em 
mercados   imperfeitamente   competitivos   aumentar   o   produto   em   resposta   a 
demanda   maiores   mesmo   se   o   preço   permanece   constante.   No   momento 
apenas vamos assumir que preços e salários são viscosos – não respondem a 
mudanças no emprego ou produto no curto prazo. 

O modelo básico que é usado para sumarizar a forma em que o nível do produto 

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é determinado pela demanda agregada no curto prazo é o modelo IS/LM. Ele 
consiste   de   duas   partes:   o   mercado   de   bens   e   o   mercado   monetário.   Nós 
pensamos de um equilíbrio de curto prazo na economia com uma situação em 
que ambos os mercados de bens e de moeda estão em equilíbrio. O mercado de 
bens é chamado de IS que vem da versão Investimento­Poupança da condição 
de   equilíbrio   do   mercado   de   bens:   investimento   planejado   deve   ser   igual   a 
poupança planejada para equilibro no mercado de bens. A parte do mercado de 
moeda é chamada de LM que vem da igualdade entre a demanda de moeda 
(Liquidez) e oferta de Moeda quando o mercado de moeda esta em equilibro. No 
equilibro IS/LM o nível do produto(e emprego) e a taxa de juros são constantes.

O modelo é útil porque permite entender o que acontece com o produto e a taxa 
de juros quando há uma mudança na demanda agregada ou quando o governo 
muda as suas políticas. No lado da IS podemos analisar: mudanças no consumo 
ou investimento e mudanças na política fiscal isto é nos gastos e taxação do 
governo. Do lado da LM podemos analisar mudanças na demanda de moeda e 
mudanças na política monetária isto é na oferta de moeda.

2.  O Mercado de Bens: a Curva IS

A curva IS mostra as combinações de taxas de juros e nível de produto em que 
há   equilíbrio   no   mercado   de   bens.   Para   que   o   mercado   de   bens   apresente 
equilíbrio, a demanda agregada por bens(e serviços) deve ser igual a oferta. 
Desde que assumimos que salários e preços são fixos, a oferta de produto se 
ajustará a qualquer mudança na demanda agregada. A demanda agregada se 
refere aos gastos reais planejados em bens e serviços na economia como um 
todo. Equilíbrio requer que aquele gasto planejado real em bens e serviços seja 
igual ao produto real

y D =y
onde  y D
é gasto real planejado e y é produto real.
A   demanda   agregada   é   composta   do   gasto   real   planejado   em   consumo   e 
investimento pelo setor privado e gasto planejado do governo. Pode ser escrito 
como 

y D =c  y,t,riqueza  +I  r,A  +g

onde  c é consumo,  I investimento real,  r


taxa  de  juros real  ,   g gastos  do  governo,   t taxação total  e   A refere­se  aos 
determinantes do investimento outros que não a taxa de juros. Em geral vamos 

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usar   letras   minúsculas   para   variáveis   reais   e   maiúsculas   para   variáveis 
nominais. Nem sempre isto é possível então vamos usar i para taxa de juros 
nominal e I para investimento real. 

Alguns aspectos importantes do modelo macroeconômico de curto prazo podem 
ser mostrados de forma mais fácil se assumirmos funções lineares. Usaremos 
uma   função   consumo   linear  simples  que   diz   que   consumo   é   uma  função   da 
renda corrente pós taxa (isto é disponível) e outros fatores tais como riqueza que 
são resumidos no termo chamado de consumo autônomo, que assumimos ser 
uma constante

c=c 0 +c y  y−t 

Renda   disponível   é   renda   menos   arrecadação   de   impostos    y −t  Se 


considerarmos uma função linear tipo:

t=t y y onde  0 <t y 1 e usamos na função consumo temos:

c=c 0 +c y  1−t y  y

Um aspecto notável da função consumo é que o consumo é afetado pelo nível 
da   atividade   corrente   da   economia.   No   cap.   7,   vamos   olhar   os 
microfundamentos   do   comportamento   do   consumo   para   ver   porque   a   renda 
corrente e a renda esperada futura são relevantes para os gastos em consumo. 
A forma mais simples de incorporar as idéias de um modelo de consumo que 
olha   para   frente   é   incluindo   em   c0       os   determinantes   da   renda   futura 
esperada. A função consumo muda quando a renda esperada futura muda. A 
evidência   empírica   discutida   no   cap.   7   confirma   que   a   renda   corrente   e   a 
esperada futura influenciam o consumo corrente. 

O   investimento   é   dependente   negativamente   da   taxa   de   juros   real   e 


positivamente na rentabilidade futura esperada, os determinantes da qual são 
aproximados pelo termo A. A idéia simples é que as empresas se defrontam 
com  um conjunto   de  projetos  de   investimento,  que   são  ordenados pelos seu 
retorno esperado. Se a taxa de juros cai, então isto reduz o custo do capital e 
torna alguns projetos lucrativos que não seriam implementados de outra forma. 
Similarmente, se os retornos dos projetos aumenta (porque há um aumento do 
otimismo   na   economia),   então  a  qualquer  taxa   de   juros,   mais   projetos   serão 
implementados. Podemos escrever esta função de investimento

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I=I  r,A 

Às   vezes   é   conveniente   usar   uma   forma   linear,   I=A−ar onde   a é   uma 


constante.   Fatores   expectacionais   ou   de   confiança   são   muitas   vezes 
considerados   cruciais   determinantes   do   comportamento   do   investimento.   Isto 
implicaria que mudanças da função investimento que surgem de mudanças em 
A poderiam ser de maior signficancia do que movimentos ao longo da função 
investimento   em   resposta   a   mudanças   da   taxa   de   juros.   Um   exame   mais 
profundo   do   comportamento   do   investimento   baseado   nos   fundamentos 
microeconomios será dado no cap. 7.
A   curva   IS   é   definida   pela   condição   de   equilíbrio   no   mercado   de   bens 
 y D =y 
Para derivar uma forma explicita da curva IS, nós usamos versões lineares das 
funções consumo  e  investimento e  substituimos as mesmas  na  equação dos 
gastos planejados:

y D=c 0c y 1−t y  yA−arg

A   equação  dos  gastos  planejados  é  substituída  na   condição   de  equilíbrio   do 


mercado   de   bens.   Rearranjando   e   usando   o   fato   de   que   no   equilíbrio   do 
mercado de bens  y D =y e substituindo   1−c y  pela propensão a poupar,  s y , 
para   definir   um   locus   de   equilíbrio   das   combinações   da   taxa   de   juros   e   do 
produto:

c 0 +A+g a
y= − r
1−c y  1−t y  1−c y  1−t y 
1
y=
1−c y  1−t y 
[ c 0 A−ar  +g ]

1
y= [ c  A−ar  +g ]
s y +c y t y 0

A curva IS estabelece que para uma dada taxa de juros o nível de investimento 
é fixo; a este nível de investimento é adicionado consumo autônomo e gasto do 
governo; e o nível associado do produto é encontrado multiplicando a soma pela 
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constante       s +c t    que é conhecido como um multiplicador. Poupança e 
y y y
taxação ambos representam vazamentos da renda para os gastos. A razão de 

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que a taxa de vazamento   t y   é multiplicado por  c y      é que somente aquela 
parte   do   imposto   de   taxa   que   teria   sido   gasto   constitui   um   vazamento   extra 
acima da poupança. A curva IS é decrescente porque uma taxa baixa de juros 
gera um elevado investimento, que estava associado com um produto elevado. 
Ao contrario, quando a taxa de juros é elevada, investimento e então o produto 
de  equilíbrio é baixo. 

A   curva   IS   é   derivada   gráficamente   na   Fig.   2.1.   Em   r H     são   mostrados 


investimento    I0 =A−ar H  ,  consumo   autônomo   e   gasto   do   governo. 
Multiplicando   I0 +c0 +g0 pelo   multiplicador   dá   o   produto   igual   ao   gasto 
planejado,  y o , na curva IS. Usando a mesma lógica, a uma taxa de juros baixa, 
gasto planejado será elevado devido ao elevado investimento. O mercado de 
bens determina o correspondente elevado nível de produto. 

Figura 2.1 Derivando a curva IS

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Figura 2.2 Ajustamento ao equilibrio do mercado 
de bens: excesso de demanda no ponto X leva a 
um aumento no produto: excesso de oferta no 
ponto Z leva a uma queda no produto

Usando   a   equação   da   curva   IS   e   o   diagrama,   nós   podemos   separar   os 


determinantes da declividade e posição da curva IS em três grupos.

1. Qualquer mudança no tamanho do multiplicador mudará a declividade da 
curva   IS.   Por   exemplo,   um   aumento   na   propensão   de   consumo 
aumentará  o   multiplicador,   tornando   a   IS   mais   plana:   roda   a   curva  no 
sentido anti horário do intercepto no eixo vertical.
2. Qualquer mudança na sensitividade do investimento a taxa de juros (a) 
terá como consequência uma mudança na declividade da curva IS: uma 
função   investimento   menos   elástica   à   taxa   de   juros   se   refletirá   numa 
curva IS mais inclinada.
3. Qualquer   mudança   no   consumo   autônomo   ou   no   gasto   do   governo   (
c0, g ) fará com que a curva IS se desloque pela mudança nos gastos 
autônomos vezes o multiplicador. Uma mudança na variável A na função 
investimento também desloca IS. 

Política pode ser usada para manipular a curva IS pelos canais (1) e (3). Por 
exemplo, se o imposto de renda, i.e. se  t =t y y , uma alíquota menor aumenta 
o tamanho do multiplicador e, como em (1) acima, a curva IS balança para a 
direita,   tornando­se   mais   plana.   Qualquer   mudança   no   gasto   do   governo 
deslocará a curva IS na forma descrita em (3) acima.

Um aspecto do modelo IS do mercado de bens é que as quantidades se ajustam 

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pelo processo do multiplicador para levar a economia para um equilíbrio estável 
de curto prazo. Por exemplo, uma queda no investimento planejado leva a uma 
contração multipla do produto e emprego até que o nível da renda tenha caído 
na extensão requerida para tornar a poupança igual ao nível de investimento 
menor.   Inicialmente,   a   renda   cai   pela   queda   no   investimento,   △ I .   Como 
resultado   da   queda   na   renda   e   supondo   t y =0 ,   o   consumo   declina   por 
△c=c y △ I . Esta queda no consumo por sua vez reduz a renda, e no próximo 
período o consumo cai uma vez mais:  △c=c y c y △I=c 2y △ I . para calcular a 
queda total na renda, nós somamos a série:

△ y=△Ic y △ Ic 2y △ I=c3y △I...

1 1
△ y=1c yc 2y c3y... △ I = ×△ I = ×△I
1−c y sy

Outra forma de olhar a quantidade de ajustamento para um novo equilíbrio no 
mercado de bens é caracterizar posições fora da curva IS (Fig. 2.2). No ponto X 
com   produto   y x ,   a   esquerda   da   curva   IS,   há   excesso   de   demanda   no 
mercado de bens porque a taxa de juros  r 1 , gasto planejado é igual a  y 1 . 
Com   a   demanda   agregada   em   excesso   do   produto,   estoques   vão   cair   e   o 
produto irá aumentar até que  y = y D na curva IS.

3.  O Mercado Monetário: a curva LM

3.1  Demanda por Moeda

Uma   confusão   comum   que   surge   quando   se   estuda   pela   primeira   vez 
macroeconomia é entre a decisão de poupar e decisão de manter moeda. A 
decisão de poupar refere­se ao uso que é feito do fluxo de renda. Da renda 
recebida   num   dado   período   (por   exemplo   um   mês)   do   trabalho   e   de   outras 
fontes   tais   como   renda   do   juros,   há   uma   proporção   que   é   poupada   e   uma 
proporção que é consumida. Se o consumo excede a renda, então o individuo 
está despoupando – i.e. eles estão emprestando e acumulando débitos. 

O que é então 'demanda por moeda' ? Enquanto a poupança é uma decisão 
sobre alocação da renda, a demanda por moeda é uma decisão sobre a forma 
em que a riqueza será mantida. Você vai mantê­la como moeda ou outro tipo de 
ativo? Responder isto é necessáriamente conhecer a diferença entre moeda e 
outros ativos. Quando alguém pergunta quanto dinheiro você tem, você pode 
responder contando as notas e a moedas em sua carteira ou você pode incluir o 

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balanço   de   sua   conta   corrente   porque   você   tem   acesso   instantâneo   a   esta 
moeda   escrevendo   um   cheque   ou   usando   um   cartão   de   débito.   Você   pode 
também adicionar o balanço de suas contas remuneradas, onde você tem que 
notificar   com   alguma   antecedência   se   voce   quiser   retirar   sem   penalidades. 
Todas essas contas são moeda e elas variam numa definição estreita (notas e 
moedas)   a   uma   ampla   (depósitos   a   termo).   Quando   nos   movemos   de   uma 
definição estreita para uma definição mais ampla há um ganho na taxa de juros 
de retorno e uma perda em liquidez.
3.1.1  Moeda e títulos

Embora   algumas   formas   de   moeda   pagam   juros,   existem   outros   ativos 


disponíveis   na   economia   que   oferecem   um   retorno   mais   elevado   do   que 
deposito a termo na medida em que você está preparado a assumir algum risco. 
Além   de   ofertar   moeda   o   governo   pode   tomar   emprestado   das   pessoas 
vendendo títulos do governo. A diferença entre títulos e moeda é que os títulos 
não são “capital safe” em termos nominais: se há um aumento na taxa de juros, 
então o valor de mercado dos títulos cai.

Para entender a relação inversa entre o preço de mercado de um título e a taxa 
de juros, considere um título que foi emitido pelo governo a um valor de face de 
100 reais e paga 5 reais por ano perpetuamente. Se a taxa de juros é de 4% 
então o preço que o título vai vender no mercado será tal que torne o rendimento 
de 5 reais representar o retorno de mercado de 4%. O valor de mercado do título 
será x reais onde 0.04x = 5 isto é, x = 5/0.04 = 125. Uma taxa de juros menor do 
que 5% implica um valor de mercado mais elevado do que o valor de face do 
título.   Se   a   taxa   de   juros   for   menor   digamos   2%   então   x=5/0.02   =   250   e 
similarmente,   se   a   taxa   de   juros   for   maior,   digamos   8%,   então   o   valor   de 
mercado será 62.50. Há uma relação inversa entre o valor de mercado de um 
título e a taxa de juros de mercado. É claro que somente se a taxa de juros for 
de 5%, o valor de mercado do título será exatamente igual ao seu valor de face. 
Então diferente de 100 reais em caixa, o valor de mercado nominal de um título 
de 100 reais subirá sempre que a taxa de juros cair e vice versa. 

3.1.2  Demanda por moeda versus títulos

Considere   a   escolha   entre   alguém   manter   ativos   na   forma   de   moeda   ou   na 


forma de títulos, por exemplo, da perspectiva de um negócio que decide como 
administrar seu  caixa.  Moeda   é  necessária  para   efetuar  as  transações numa 
economia de mercado. Já que as transações desejadas variam com o nível da 
renda, então assim ocorre também com a demanda por moeda. Mas o custo de 
manter ativos na forma de moeda é a renda de juros perdida. Um aumento na 

9
taxa   de   juros   irá   deslocar   o   balanço   de   vantagem   em   favor   dos   ativos   que 
rendem juros incluindo títulos.  Podemos resumir a demanda por moeda como 
segue:

MD
=L  y,i 
P

onde i é a taxa de juros nominal. Retomamos a questão da diferença entre a 
taxa de juros real, r, que aparece na equação IS e a taxa nominal i que aparece 
no mercado  monetário. Um aumento do nível de  renda, mantendo  a taxa de 
∂L
juros constante, irá aumentar a demanda por moeda (i.e  0 ) e um aumento 
∂y
na taxa de juros, mantendo o nível da renda constante irá diminuir a demanda 
∂L
por   moeda   ( 0 ).   Observe   que   a   demanda   por   moeda   é   expressa   em 
∂i
M
termos reais i.e.   já que é suposto que um aumento do nível de preços vai 
P
aumentar a demanda por moeda na mesma proporção. 

Assim como na análise do mercado de bens, algumas vezes ajuda expressar a 
demanda por moeda como uma função linear do nível de renda e da taxa de 
juros:

MD 1
=L  y,i =l−l i i+ y  onde  l ,   v T e  l i são constantes positivas. O termo 
P vT

 l−l i i  reflete   o   motivo   ativo   para   manter   moeda   e   o   termo    


1
vT
y reflete   o 

motivo transações para manter moeda. Na famosa teoria chamada de Teoria 
Quantitativa da Moeda, o único determinante da demanda por balanços reais 
monetários   é   o   nível   do   produto.   Em   outras   palavras,   somente   o   motivo 
transações está presente. A Teoria Quantitativa da Moeda pode ser apresentada 
MD 1
como  = y onde v é a velocidade de circulação constante. Estamos usando 
P v
a formulação mais geral que supõe que a demanda transacional é apenas uma 
parte da demanda por moeda. Então, embora a velocidade de transação,   v T
seja constante, a relação entre demanda por moeda e produto não é: vai variar 
com mudanças na taxa de juros.

3.1.3  Ativos e motivos especulativos

10
Duas das explicações dadas para a relação inversa entre a demanda por moeda 
e a taxa de juros são conhecidas como o motivo ativos e o motivo especulativo. 
Ambos relacionam a escolha entre manter moeda e títulos. Keynes argumentou 
pela relevância do motivo especulativo como segue: se um individuo acredita 
que a taxa de juros corrente está acima do nível que ele considera normal, então 
ele   esperará   que   a   taxa   de   juros   vai   cair   para   o   nível   normal   em   momento 
devido. Nestes circunstâncias, ele ira escolher manter ativos financeiros acima 
da quantidade de moeda requerida para transações na forma de títulos. Ela faz 
isto porque ela espera obter um ganho de capital nos títulos quando a taxa de 
juros cair ao seu nível normal. O inverso seria verdade para uma taxa de juros 
que se acredita estar abaixo da normal. Keynes acreditava que a posição sobre 
a taxa normal de juros iria variar ao longo da população, produzindo uma relação 
inversa   continua   entre   a   taxa   de   juros   e   a   demanda   agregada   por   balanços 
especulativos. Além disso uma implicação central para o argumento de Keynes 
é que as expectativas lideram os mercados financeiros e que mudanças nas 
expectativas tem um caráter auto determinante. Se os detentores de títulos de 
repente acreditam que a taxa de juros aumentará no futuro mais do que eles 
haviam   acreditado,   eles   irão   esperar   perdas   de   capital   e   venderão   os   seus 
títulos, levando os preços dos títulos para baixo e a taxa de juros para cima – 
expectativa   de   um   aumento   na   taxa   de   juros   é   auto   determinado.   Esta 
característica dos mercados financeiros é de grande importância para a política 
monetária. 

Uma  racionalidade  mais geral  para  a  dependência   negativa  da   demanda   por 


moeda sobre a taxa de juros foi desenvolvida por James Tobin em 1958. Em vez 
de assumir, como Keynes, que cada individuo estava certo a respeito do que êle 
espera da taxa futura de juros, Tobin concentrou nas implicações da incerteza 
do   investidor.   Na   versão   mais   simples   do   modelo   de   Tobin,   os   indivíduos 
avessos ao risco alocam a sua carteira entre os ativos sem risco que não pagam 
taxa de juros (moeda) e um ativo arriscado com um retorno esperado positivo 
(títulos). A utilidade do individuo depende positivamente do retorno de manter 
um   ativo   e   negativamente   no   risco   de   mantê­lo.   Para   maximizar   utilidade,   o 
individuo manterá uma mistura dos dois ativos, compensando os benefícios de 
um retorno esperado mais elevado contra o risco associado de acordo com as 
suas preferências. Uma taxa de juros mais alta irá levar êle a substituir moeda 
por   títulos   (reduz   a   demanda   por   moeda)   porque   o   retorno   esperado   mais 
elevado   iria   compensar   o   risco   adicional   incorrido.   Isto   produz   uma   relação 
inversa entre a demanda por moeda e a taxa de juros.  

3.2  Equilíbrio do Mercado Monetário

11
O equilíbrio no mercado monetário requer que a demanda e oferta de moeda 
sejam iguais:

MD M S
=
P P

onde a demanda por moeda depende da taxa de juros nominal e o nível do 
produto,   como   definido   acima,   e   a   oferta   de   moeda   é   suposta   fixa   pelas 
autoridades monetárias em  M S . Esta hipótese permite desenvolver um modelo 
referencial   útil.   Se   substituímos   a   função   demanda   por   moeda   e   a   oferta 
monetária fixa na condição de equilíbrio temos:

MS
L  y,i =
P

e podemos definir um “ locus” com declividade positiva de equilíbrio da oferta 
monetária igual a demanda monetária – curva LM no diagrama taxa de juros – 
produto. 

A curva LM com declividade positiva pode ser explicada como segue. Em um 
nível de renda baixo a demanda transacional é baixa porque menos moeda é 
mantida para financiar as transações. Já que a oferta de moeda é fixa, para que 
a oferta seja igual a demanda no mercado monetário, deve haver uma demanda 
correspondente mais elevada de ativos ( ou especulativo).
Uma   taxa   de   juros   baixa   garante   isto,   já   que   os   retornos   de   manter   ativos 
relativamente aos riscos envolvidos são baixos. 

Usando uma função de demanda linear, há uma forma clara de derivar a curva 
LM tal que fica fácil ver como mudanças na demanda por moeda  ou mudanças 
na sensibilidade da demanda por moeda à taxa de juros afeta a curva LM. O 
método   mostrado   na   Fig.   2.3   segue   em   dois   passos.   Trabalhando   com   um 
diagrama é um bom método para entender:

12
Figura 2.3 Derivando a curva LM

● a demanda transacional de moeda e o papel de  v T ,
● a demanda por ativos (ou especulativa) monetários e o papel de  l i ,
● o papel do nível de oferta de moeda estabelecido pelo banco central ou 
pelo   governo,   M S e   a   condição   de   equilíbrio   no   mercado   monetário:
MS
L=
P

No passo 1, desenhe a linha vertical da oferta real de moeda. Agora, desenhe o 
componente sensível a taxa de juros ' para trás ' , isto é relativo a oferta de 
moeda mostrada na Fig. 2.3. Como se sabe, quando a taxa de juros é alta, a 
demanda por moeda como ativo financeiro será baixa (no diagrama esta é a 
distância  c ).  Agora faça uso da condição de equilíbrio de mercado:
MS 1
=l−l i i+ y . 
P vT

13
Para haver equilíbrio de mercado, a demanda de moeda como ativo   l−l i i 
1
 
mais a demanda para transações  v y devem ser iguais a oferta de moeda. 
T

Pode­se ver então quanto é a demanda por moeda para transações a taxa de 
juros  i H na Fig. 2.3. Esta é a distância  a , então já que  v T é constante, é fácil 
dar o segundo passo calculando o nível de produto, y , que é consistente com a 
geração desta demanda por moeda:

y 1 =v T x  demandatransacionalpormoedaaiH 
 

Isto fixa o nível do produto,  y 1 , ao qual o mercado monetário está em equilíbrio 
quando a taxa de juros é   i H : ponto X no painel de baixo. Ponto Y pode ser 
derivado da mesma forma. Juntando os pontos X e Y a curva LM é desenhada. 
Da   derivação   da   curva  LM   existem  quatro   formas  em  que   a   posição   e   ou   a 
declividade da curva LM pode ser afetada:

1) Uma   mudança   na   velocidade   de   circulação.   Qualquer   aumento   na 


velocidade de transação como resultado de inovação financeira vai rodar 
a LM para a direita (no sentido horário) reduzindo a declividade.
2) Uma   mudança   na   sensibilidade   juro   da   demanda   de   moeda   enquanto 
ativo,   l i . Uma demanda mais sensível da moeda, refletindo o fato que 
pequenas mudanças na taxa de juros irão provocar grandes efeitos na 
composição da carteira irá reduzir a declividade da LM.
3) Uma mudança na oferta de moeda. Um crescimento da oferta monetária 
vai deslocar a LM para a direita já que para qualquer taxa de juros, dado 
a demanda por ativos uma oferta maior de moeda irá requerer maiores 
balanços   transacionais   para   tornar   a   demanda   em   linha   com   a   maior 
oferta.   Um   produto   mais   elevado   irá   gerar   uma   demanda   maior   por 
moeda transacional. 
4) Uma mudança no nível de preços. Para uma dada taxa de juros, com um 
nível   mais   elevado   de   preços,   os   ativos   disponíveis   para   transações 
podem financiar somente um montante menor de produto. A curva LM se 
desloca para a esquerda. 

14
Figura 2.4 Ajustamento do equilibrio do 
mercado de moeda: excesso de oferta de moeda 
no ponto X leva a uma queda na taxa de juros  
nominal; excesso de demanda por moeda no 
ponto Z leva a uma aumento na taxa de juros 
nominal

4.  Colocando Juntas a IS e a LM

Combinando os mercados de bens e moeda, a taxa de juros e o nível do produto 
de equilíbrio de curto prazo, para um dado nível de preços, serão determinados. 
Antes disso, há um problema que precisa ser resolvido. Na derivação da curva 
IS   é   a   taxa   de   juros   real   que   interessa   já   que   os   gastos   de   investimento 
dependem da taxa de juros real. Na derivação da curva LM, é a taxa nominal de 
juros, i, que é relevante já que a demanda por moeda depende da taxa nominal 
de juros. 

4.1  Taxas de juros reais e nominais

Para clarificar porque é a taxa real em vez da nominal que afeta as decisões de 
gastos reais na economia, pense sobre uma firma considerando um projeto de 
investimento. Uma taxa nominal de juros maior não irá impor um sacrifício real 
maior na firma se ela esta balanceada por uma correspondente inflação mais 
elevada porque os lucros esperados do projeto de investimento irão ser maiores 
em termos monetários e o balanço entre o custo real e a taxa de retorno real do 
projeto não terá mudado. 

A taxa real de juros é definida em termos de bens e a nominal em termos de 
moeda. Pensando de um bem de consumo, a taxa real de juros, r, é quanto 

15
extra em termos deste bem deveria ser pago no futuro para poder dispor de um 
bem hoje:    1 bemt = 1+r  bemt+1 . A taxa nominal de juros é quanto em reais 
deveria ser pago no futuro para se dispor de um real hoje:  1R t = 1 +i  Rt+1 .
Se os preços dos bens permanecem constantes então é claro que as taxas reais 
e nominais serão as mesmas: se você empresta um real hoje você será capaz 
de comprar   1 +r  bens no futuro. Em geral,

P
1 +r=  1+i  Et+ 1 . Se usarmos a seguinte definição de inflação esperada:
P

Et+ 1 P 1
P −P
π E=  então  E =  Substituindo e rearrumando chegamos:
P P 1 +π E t+ 1

 1 +i  i−π E
 1 +r  =  e portanto:  r=
 1+π E  1 +π E

Quando a inflação esperada é pequena o denominador da expressão acima é 
próximo   de   1   e   podemos   usar   a   aproximação   entre   a   taxa   de   juros   real   e 
nominal:

i≈r+π E

As   expectativas  de  inflação   determinam a   divergência   entre   as  taxas reais e 


nominais   de   juros.   É   importante   notar   que   apenas   um   desses   três   termos   é 
observavel: a taxa nominal de juros, i. A taxa real de juros pode ser estimada de 
dados históricos da taxa nominal de juros e da taxa de inflação: isto dá uma 
medida da chamada taxa de juros real “ex post”. Alternativamente, uma medida 
“ex   ante”   pode   ser   derivada   de   um   modelo   que   é   capaz   de   prever   inflação. 
Finalmente, se títulos tem sido emitidos na economia que são protegidos contra 
inflação porque o valor de face é indexada a taxa de inflação, então o retorno 
desses títulos é uma taxa de juros real e pode prover uma terceira medida. 

4.2  O Modelo IS/LM

Vamos admitir que a inflação é zero e a taxa de inflação esperada se mantem 
em zero. Podemos com isto abstrair a diferença entre a taxa de juros nominal e 
a real.
A taxa de juros de curto prazo de equilíbrio e o produto serão determinados pela 

16
intersecção das duas curvas IS e LM. Para ver como o modelo IS/LM funciona, o 
equilíbrio   inicial   IS/LM   é   perturbado   mudando   uma   das   variáveis   exógenas. 
Primeiro, vamos considerar a característica do novo equilíbrio de curto prazo e 
segundo, vamos discutir o ajustamento da economia ao mesmo. A trajetória de 
ajustamento   da   economia   em   face   a   uma   perturbação   irá   depender   da 
velocidade de ajustamento em cada mercado. A hipótese mais plausivel é que o 
mercado monetário equilibra muito rapidamente em relação ao desequilíbrio no 
mercado de bens e serviços. No diagrama IS/LM isto significa que a economia 
retorna a curva LM rapidamente – o ajustamento ocorre através da mudança nos 
preços dos títulos nos mercados financeiros e portanto nas taxas de juros de 
mercado.   O   ajustamento   no   mercado   de   bens   é   mais   lento   já   que   envolve 
ajustamentos de produção e emprego.

Nós olhamos dois exemplos de mudanças na política do governo. No primeiro 
exemplo   (Fig.   2.5),   os   gastos   do   governo   aumentam.   A   nova   IS   é   IS  g1  à 
direita da original. O novo equilíbrio de curto prazo é no ponto A' : o produto e a 
taxa de juros são mais elevadas. Maiores gastos do governo irão gerar demanda 
agregada maior e um nível de produto maior. Rendas mais elevadas significam 
uma demanda por moeda maior mas já que a política monetária não mudou (i.e. 
a curva LM permanece fixa) uma taxa de juros mais elevada será requerida no 
novo equilíbrio para reduzir a demanda monetária de ativos. 

Vamos agora pensar a respeito do processo de ajustamento ao novo equilíbrio. 
No   primeiro   instante,   o   aumento   dos   gastos   do   governo   produz   excesso   de 
demanda   por   bens   e   resulta   em   uma   desacumulação   não   planejada   de 
inventários   ou   em   filas   de   esperas   por   serviços   maiores.   Se   o   aumento   da 
demanda é sustentável, então o emprego cresce. A economia se move de A 
para B. O aumento na renda real associado com um maior produto expande a 
demanda monetária transacional de moeda. Com o resultado há um excesso de 
demanda por encaixes monetários em B. Títulos são vendidos, causando um 
queda   no   preços   dos   títulos   e   um   aumento   na   taxa   de   juros   (B   para   C).   O 
aumento na taxa de juros reduz o excesso de demanda por bens reduzindo a 
demanda de investimento; entretanto, em C permanece excesso de demanda 
devido   ao   aumento   de   consumo   associado   com   o   efeito   multiplicador   do 
aumento nos gastos do governo. Produto e emprego crescem mais (C para D). 
O processo de ajustamento continua até que o novo equilíbrio em A' é atingido. 
A expansão completa do produto   pelo efeito do multiplicador (A para A'') não 
ocorre   porque   quando   há   uma   expansão   fiscal   sem   uma   mudança   da   oferta 
monetária, o aumento da taxa de juros provoca uma queda do gasto sensível ao 
juros.   As implicações de financiar um aumento dos gastos do governo por (i) 
taxação,   (ii)   emissão   de   títulos,   e   (iii)   emissão   monetária   são   comparados 

17
usando o modelo IS/LM no cap. 6.

No segundo exemplo (Fig. 2.5) o governo ou o banco central aumentam a oferta 
monetária através das operações do mercado aberto. Isto signfiica que ele entra 
no mercado monetário comprando títulos em troca por papel moeda emitido. A 

 
S1
M
curva   LM   se   desloca   para   a   direita   para   LM .   Novamente,   nós   vamos 
P
considerar primeiro o novo equilíbrio de curto prazo que tem um nível de produto 
maior e uma taxa de juros menor. Com uma oferta monetária maior, a demanda 
maior de moeda no novo equilíbrio vai requerer uma taxa de juros menor. Uma 
taxa   de   juros   menor   estará   associada   com   um   nível   mais   elevado   de 
investimento e produto (ponto A' na parte de baixo do painel da (Fig.2.5)).
Nós nos voltamos agora ao ajustamento do ponto A para o novo equilíbrio de 
curto prazo A' . O efeito imediato da ação da autoridade monetária é criar um 
excesso   de   oferta   de   moeda;   o   excesso   de   demanda   implícita   por   títulos 
aumenta os preços dos títulos e reduz a taxa de juros. A economia se move de 
A para B, atingindo imediatamente o novo equilíbrio no mercado monetário ao 

 
S1
M
longo LM .   A   queda   na   taxa   de   juros   cria   excesso   de   demanda   no 
P
mercado   de   bens   estimulando   investimento.   Demanda   maior   de   investimento 
estimula o produto e o emprego; aumentando o produto de B para C. Em C, há 
novamente um desequilíbrio de excesso de demanda por moeda no mercado 
monetário que acompanha o aumento do produto. A taxa de juros aumenta (C 
para D). O ajustamento do produto e da taxa de juros irá continuar até que o 
novo equilíbrio em A' seja atingido.

18
Figura 2.5 Estática comparativa no modelo IS/LM:  
ajustamento lento no mercado de bens e ajustamento no 
mercado monetário

19
Figura 2.6 Armadilha pela Liquidez

A Fig. 2.6 mostra porque política monetária expansionista pode não aumentar o 
produto mesmo no curto prazo. Se a taxa de juros é  i , a curva LM é plana. 
Quando o banco central entra no mercado monetário para comprar títulos, não 
há   nenhum   efeito   no   preço   dos  títulos:   se   todo   mundo   acredita   que   a   única 
direção da taxa de juros no futuro é para cima, isto implica que eles acreditam 
que os preços dos títulos cairão. Os detentores de títulos estarão dispostos a 
vender os títulos ao preço existente, sendo indiferentes entre títulos e moeda na 
medida em que as perdas de capital prospectivas nos títulos apenas compensa 
o juros recebido, com o resultado que não há aumento no preço dos títulos e 
nem queda na taxa de juros. A economia esta na armadilha pela liquidez onde 
moeda   nova   bombeada   para   a   economia   é   mantida   de   bom   grado   como 
balanços monetários. O banco central não tem  portanto poder de usar a política 
monetária para deslocar a economia para um nível mais elevado de produto. Por 
décadas o caso da armadilha pela  liquidez era vista como uma possibilidade 
teórica com pouca relevância prática mas o resurgimento de uma era com taxas 
nominais de juros muito baixas nos anos 1990 reviveu o interesse nela. Já que a 
taxa   nominal   de   juros   não   pode   cair   abaixo   de   zero,   a   noção   de   que   todos 
acreditam que a taxa de juros aumentará se torna plausível. A armadilha pela 
liquidez tem um papel na analise da longa recessão japonesa nos anos 1990.  

5.  Oferta Agregada

5.1  Equilíbrio competitivo no mercado de trabalho

No   mercado   de   trabalho   competitivo   a   demanda   por   trabalho   e   a   oferta   de 


trabalho   dependem   do   salário   real.   A   curva   de   demanda   de   trabalho 

20
negativamente inclinada mostra o trabalho demandado a um dado salário real. 
Com um estoque de capital fixo, como nós supomos é o caso no curto e médio 
prazo, o produto e uma função positivamente inclinada do nível de emprego, isto 
é:

y=f  E   onde  f é a função de produção de curto (e médio) prazo . A hipótese 


básica   é   que   a   função   de   produção   é   caracterizada   por   rendimentos 
decrescentes, que  significam que na  medida  em que  mais trabalhadores são 
empregados, o incremento no produto declina. No curto, o produto marginal do 
∂y
trabalho, que pode ser escrito como   ou MPL declina quando o emprego 
∂E
cresce. A curva de demanda por trabalho é muitas vezes referida como a curva 
MPL já que sob competição perfeita, firmas tomam o salário real como um dado 
e empregam trabalho até o ponto em que o produto marginal do trabalho é igual 
ao salário real. 
A oferta de trabalho é positivamente inclinada e é derivada do comportamento 
otimizador das famílias quando alocam o seu tempo entre trabalho e lazer para 
maximizar   a   sua   utilidade.   O   salário   real   é   considerado   como   dado   e   o 
trabalhador escolhe o montante de trabalho para ofertar.

Em um mercado competitivo de trabalho, o mercado se equilibra, estabelecendo 
o salário real e o nível de emprego. Isto é mostrado na Fig. 2.7 com o nível de 
salário  w 0 e emprego  E CE (para equilíbrio competitivo). Qualquer deslocamento 
da economia do equilíbrio é por hipótese eliminado pelo movimento nos salários 
reais. Por exemplo se o salário real aumenta acima do nível de equilíbrio do 
mercado (devido por exemplo a uma queda inesperada no nível de preços) a 
oferta de trabalho excede a demanda a este salário real .  O excesso de oferta 
de   trabalho   resultará   na   queda   dos   salários   nominais   até   que   o   equilíbrio 
competitivo único seja re­estabelecido com o salário  w real   em   w 0 e   o 
 1
emprego em  E CE . Neste modelo, o único grupo de  pessoas   que 
estarão   desempregados   serão   aqueles   voluntariamente   desempregados   no 
sentido de que ao salário real vigente eles preferem procurar por um trabalho ou 
laser acima dos bens que podem obter trabalhando.

21
Figura 2.7 Equilíbrio no mercado 
competitivo de trabalho: valores de 
equilíbrio do salário real e do emprego

6.  O lado da oferta no modelo de competição imperfeita

Uma   das   tarefas   fundamentais   da   macroeconomia   é   analisar   as   causas   e 


consequências do desemprego involuntário. A menos que existam imperfeições 
no mercado de trabalho, não é possível existir desemprego involuntário quando 
o   mercado   de   trabalho   está   em   equilíbrio   já   que   os   salários   iriam   cair   para 
equilibrar   o   mercado.   Isto   é   impedido   em   um   mercado   de   trabalho 
imperfeitamente   competitivo   no   qual   o   salário   é   determinado   pelos 
empregadores,   pelos   sindicatos   ou   um   resultado   da   barganha   entre 
empregadores e sindicatos. O trabalho não é comprado e vendido num mercado 
“spot” (como trigo) existem contratos de salário que estabelecem o salário acima 
do nível de equilíbrio de concorrência. 

Como vimos no cap. 1 a negociação coletiva afeta uma proporção substancial 
de trabalhadores na maioria das economias desenvolvidas. Mesmo na ausência 
de sindicatos, problemas de motivar os trabalhadores a trabalhar eficientemente 
leva os empregadores a estabelecer salários acima dos salários de equilíbrio 
competitivo.   Em   modelos   de   concorrência   imperfeita   o   ERU   é   a   taxa   de 
desemprego a qual o salário real é consistente com as expectativas de salário 
real tanto dos que estabelecem o salário quanto os que estabelecem os preços.

6.1  Estabelecimento do Salário

Com concorrência imperfeita, há uma curva de determinação do salário (WS) 
positivamente inclinada que é a contraparte da oferta de trabalho do modelo de 

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concorrência   perfeita.   Por   conta   das   imperfeições   do   mercado,   a   curva   de 
determinação do salário fica acima da curva de oferta de trabalho. Na Fig. 2.8, 
se o salário real é igual a  w 1 , então a oferta competitiva seria  E 1 . 

Mas com as imperfeições do mercado   w 1 será estabelecido a um nível menor 
de emprego,   E 0 apesar do fato de que um numero adicional de trabalhadores 
 E 1−E 0  estariam preparados para trabalhar àquele salário. Semelhantemente, 
se   E=E 0 , então esta oferta de trabalho é consistente com um salário real de 
w 0 , mas com concorrência imperfeita, um salário maior,   w 1 , é determinado 
naquele nível de emprego. 

As condições no mercado de trabalho são os determinantes chaves do salário 
real. Em termos de salários monetários a equação de determinação do salário é:

W=Pxb  E 

onde P é o nível de preços, E é o nível do emprego e b é uma função crescente 
do   emprego.   Quando   os   salários   são   determinados   pelos   sindicatos, 
empregadores, ou através da barganha, é o salário nominal que é controlado. 
Entretanto, trabalhadores irão avaliar as ofertas de salário em termos do salário 
real que são esperados ser estabelecidos – i.e. é o salário monetário relativo ao 
nível de preços do consumo esperado que afeta o custo de vida e portanto a 
utilidade do trabalhador. 
Supondo   que   o   nível   de   preços   atual   e   esperados   são   iguais  a   equação   do 
salário pode ser escrita em termos dos salários reais para definir a curva de 
determinação de salário no diagrama do mercado de trabalho (veja Fig. 2.8)

W
w WS =b  E   onde  w WS≡
P

O excesso do salário real na curva WS acima da curva de oferta de trabalho a 
qualquer   nível   de   emprego   é   o   “mark   up”   por   trabalhador   (em   termos   reais) 
associado às imperfeições do mercado.

Duas   interpretações     comuns   deste   mark   up,   ambas   se   baseando   na 


concorrência imperfeita são:

1) salário determinado pelos sindicatos
2) salário de eficiência determinado pelas firmas

23
Figura 2.8 A curva de determinação do 
salário real: a curva WS e a curva de oferta 
de trabalho

6.1.1  Salário determinado pelos sindicatos

Em lugares sindicalizados os salários são estabelecidos através de negociações 
entre   empregador   e   sindicatos.   Um   modelo   simplificado   de   determinação   de 
salários por sindicato toma o caso dos sindicatos monopólios onde o sindicato 
pode determinar unilateralmente os salários. O sindicato estabelece o salário no 
interesse dos seus membros que estão preocupados tanto  com   o salário real 
como com o emprego. Ele se preocupa com o balanço entre um salário muito 
alto que empurraria o preço do produto da empresa e decresce a demanda pelo 
produto da empresa e portanto o emprego e um salário muito baixo que deixaria 
de usar o poder de monopólio para assegurar melhores padrões de vida. Isto 
resulta no estabelecimento de um salário a um nível de   emprego que é mais 
elevado do que o salário competitivo e produz uma declividade positiva da curva 
que estabelece salários que está acima da curva de oferta competitiva. 

6.1.2  Salário de eficiência determinado pelas empresas

Salário   de   eficiência   é   bem   diferente:   neste   caso   as   firmas   estabelecem   os 


salários. Numa primeira impressão é contra intuitivo que um empregador deva 
voluntariamente   estabelecer   um   salário   acima   do   mínimo   ao   qual   ele   pode 
empregar trabalho no mercado. O argumento é que estabelecendo um salário 
acima   do   competitivo,   o   empregador   pode   reter   uma   força   de   trabalho   bem 
qualificada e cooperativa. O termo salários de eficiência vem da noção de que a 

24
firma   estabelece   um   salário   que   permite   a   ela   resolver   eficientemente   sua 
motivação, recrutamento, e/ou problemas de retenção. Esses problemas surgem 
porque não é possível especificar completamente o que o trabalhador faz, isto é 
o  empregador não   pode  observar acuradamente  o  esforço  do   trabalhador.  O 
empregador   deve   portanto   usar   o   salário   para   motivar   o   trabalhador   a     se 
comportar   bem.   Na   medida   em   que   o   mercado   se   torna   aquecido,   i.e   o 
desemprego   cai,   torna­se   mais   difícil   para   a   firma   resolver   esses   problema 
porque   os   trabalhadores   podem   facilmente   abandonar   a   firma   e   encontrar 
emprego em outro lugar. O resultado é que o empregador estabelece um salário 
acima do salário competitivo e seu salário de eficiência aumenta na medida em 
que o desemprego cai. Esta portanto é a segunda maneira de se entender a 
curva que estabelece o salário.

6.2  Estabelecimento do Preço

Em   concorrência   perfeita,   o   salário   real   resultante   do   preço   competitivo   das 


empresas é a curva do produto marginal do trabalho (ou demanda por trabalho). 
As empresas tomam o preço de mercado P e o tornam igual ao custo marginal:

P=MC
W W
P=  =MPL
MPL P

Ao contrário, em concorrência imperfeita, as firmas estabelecem um preço que 
maximiza   os   lucros.   O   mark   up   sobre   o   custo   marginal   dependerá   da 
elasticidade de demanda: quando a elasticidade da demanda cresce, o mark­up 
cai até o caso especial da competição perfeita onde a elasticidade de demanda 
é infinito.
Se nós consideramos o caso mais simples de monopólio, então os lucros são 
maximizados quando a receita marginal é igual ao custo marginal. Se o (o valor 
absoluto   da)   elasticidade   da   demanda   ( ,   chamado   de   epsilon)   é   constante, 

então há um mark­up constante maior do que um de  e temos a formula 
−1
do preço básico de monopólio:

 W
P=
−1 MPL

e o salário real é:
  

25
W −1
= MPL
P 

Fig. 2.9 ilustra a curva PS no caso de monopólio: porque , salário real que surge 
do processo de determinação de preço é uma fração do produto marginal do 
trabalho.

De   forma   mais   geral   ,   qualquer   tipo   de   imperfeição   do   mercado   do   produto 


causa a curva PS estar abaixo da curva de demanda de trabalho competitiva. O 
excesso do salário real na curva de demanda acima da curva PS em qualquer 
nível   de   emprego   é   o   lucro   por   trabalhador   sobre­normal   (em   termos   reais) 
associado com a concorrência imperfeita no mercado de produto. 
Usaremos normalmente uma curva horizontal em vez de uma curva decrescente 

Figura 2.9 Relação entre a MPL, a elasticidade preço 
da demanda, e a curva PS
como   a   curva   PS.   Como   já   vimos,   passando   de   concorrência   perfeita   para 
imperfeita   não   leva   a   uma   curva   PS   horizontal.   Hipóteses   adicionais   são 
necessárias. Três alternativas são:

 se o produto marginal do trabalho é constante (que implica que é igual ao 
produto médio) e o “ mark up” é constante, o salário real determinado pelo 
preço é igual a fração constante da produtividade do trabalho.
 se   o   produto   marginal   do   trabalho   declina   mas   o   “   mark   up”   é   contra 
cíclico   (declina   quando   o   emprego   cresce)  então   a   curva   PS  se   torna 
menos inclinada. O “mark up” seria contra cíclico se por exemplo, nova 
entrada   fosse   encorajada   na   expansão   aumentando  a   concorrência   de 
mercado
 se   as   firmas   estabelecem   seus   preços   usando   uma   regra   de   bolso, 
baseando o seu preço no seu custo médio ao longo do ciclo (i.e. quando 
a economia se move de recessão para a expansão e vice versa) a curva 

26
PS se tornaria menos inclinada (mais horizontal). Tal preço baseado na 
regra   do   custo   normal   pode   resultar   de   firmas   que   desejem   limitar   a 
extensão em que modificam os seus preços em resposta a mudanças no 
custo associada com mudanças na demanda. Mudanças freqüentes de 
preços   em   resposta   a   mudanças   na   demanda   são   custosas   em   si 
mesmas   (esses   são   os   chamados   custos   de   menu   das   mudanças   de 
preço) e firmas podem também desejar evita­los por razões estratégicas. 

Quando buscamos explicitamente diferentes padrões de como o salário real se 
move ao longo do ciclo ou às implicações de políticas do lado da oferta para 
salários   reais,   deveríamos   considerar   a   curva   PS   mais   geral   e   que   é 
negativamente inclinada. Em outros casos, é mais fácil usar uma curva PS sem 
declividade ou plana.   A curva PS plana oferece uma simplificação útil porque 
implica   que   firmas   não   mudam   seus   preços   em   resposta   a   flutuações   no 
produtor(em   linha   com   nossas   hipótese   de   preços   viscosos   no   curto   prazo); 
talvez, eles mudem seus preços somente quando seus custos mudam, como 
consequência   de   uma   mudança   nos   salários   por   exemplo.   Sob   a   hipótese 
razoável de que as mudanças nos salários ocorrem relativamente com pouca 
freqüência, são as mudanças de salário que oferecem o disparo natural para o 
final do curto prazo no modelo.
Neste modelo de referencia, usamos hipóteses simples para chegar a uma curva 
PS plana: produto marginal constante e um mark up constante. Dadas essas 
suposições, se as firmas estabelecem preços para obter uma margem de lucro 
específica,  então   o   montante   fixo  de   produto   por  trabalhador  é   separado   em 
duas partes: lucros por trabalhador e salários reais por trabalhador. O salário 
real implícito no comportamento de preços é portanto constante e a curva PS é 
plana. O estabelecimento de preços pode então ser sumarizado como um mark 
up sobre uma unidade de custo de trabalho por uma percentagem fixa,   , sobre 
o custo de trabalho unitário. 

W
P=1
 

em que os custos unitários de trabalho são o custo do trabalho por unidade de 
y
produto isto é  W x E dividido por  y . Definimos  (produto por trabalhador) por 
E
 (produtividade do trabalho).

É   conveniente   expressar   o   “mark   up”   em   uma   forma   ligeiramente   diferente 


quando apresentando o modelo macro. Se nos definirmos =/1     então 

a equação de preços pode ser escrita como 

27
1 W
P= x
1− 

onde nos referimos a   como o “mark up” daqui para frente. Isto significa que na 
medida em que a competição aumenta o tamanho do “mark up” cai. Dividindo 
cada lado por P e rearrumando chegamos:

W
= 
P

Em outras palavras, dado o “mark up”, o nível de produtividade do trabalho, e o 
salário   monetário,   o   nível   de   preço   estabelecido   pelas   empresas   implica   um 
valor   específico   do   salário   real.   Este   é   o   salário   real   que   resulta   do 
estabelecimento de preço.  

W
w PS = =1−
P

Figura 2.10 A curva do salário real de 
determinação de preços: curva PS

28
Figura 2.11 Emprego e desemprego de equilíbrio:  
UICE e EICE

6.3  Equilíbrio no mercado de trabalho sob concorrência imperfeita

O   mercado   de   trabalho   sob   concorrência   imperfeita   é   caracterizado   por  uma 


curva  WS  positivamente   inclinada.  O  mercado  de   trabalho  está  em equilíbrio 
quando as curvas cruzam (ver Fig. 2.11):

w WS =w PS

bE =1−

e   define   o   nível   único   de   equilíbrio   de   emprego   E ICE onde  ICE    significa 


equilíbrio   de   concorrência   imperfeita.   A   taxa   de   desemprego   associada   com 
esse equilíbrio (o ERU) é  U ICE / L onde L é a força de trabalho. 

A hipótese que os preços são estabelecidos logo depois dos salários (i.e sem 
um  atraso) significa  que   o  salário   real  está  sempre  na  curva   PS onde  como 
observado acima, trabalhadores estão na curva WS acreditando que o nível de 
preços   correntes   está   no   seu   nível   esperado.   Para   dar   um   exemplo,   vamos 
supor que o emprego aumenta para   E 1 como consequência de uma política 
fiscal   expansionista.   No   novo   período   de   estabelecimento   dos   salários,   isto 
provoca um aumento no salário monetário na medida em que os negociadores 
dos  salários tem como  objetivo  atingir  o  ponto  A  . Entretanto,  o  ajustamento 
imediato de preços ao aumento de custo significa que os preços aumento em 
linha   com   o   aumento   de   salário   e   a   economia   se   move   para   o   ponto   A'.   A 

29
hipótese da cronologia significa que a economia está normalmente na curva PS; 
se   PP E , os trabalhadores estarão na curva PS a direita do equilíbrio e se 
E
PP , eles estarão na curva PS a esquerda do equilíbrio. Segue­se que se 
atrasos na determinação de preços fossem introduzidas o salário real estaria 
entre as curvas WS e PS.

O contraste  entre  as taxas  de  desemprego  do equilíbrio  competitivo  e  do  de 


concorrência imperfeita é mostrado na Fig. 2.12, que sobrepõem as curvas WS 
e   PS   no   diagrama   do   mercado   de   trabalho   mostrando   a   oferta   de   trabalho 
competitiva e a curva de produtividade marginal do trabalho. A curva WS está 
acima da curva de oferta de trabalho para refletir a imperfeição de mercado. 
Semelhantemente,   a   curva   PS   está   abaixo   da   curva   de   produto   marginal   do 
trabalho   se   houver   imperfeição   no   mercado   de   produto:   com   firmas   fazendo 
lucros sobre normais os trabalhadores receberão menos do que o seu produto 
marginal. 
Se o mercado de trabalho é imperfeitamente competitivo, desemprego em ERU 
necessariamente   incluirá   algum   desemprego   involuntário.   Em   outras   palavras 
haverá indivíduos preparados a aceitar um trabalho ao salário real vigente que 
não conseguem encontrar vaga de emprego. Como nós sabemos disso? A curva 
de oferta de trabalho indica o salário real ao qual um individuo está preparado 
para trabalhar. Já que a curva de oferta de trabalho está abaixo da curva de 
salário,   nós   sabemos   que   haverá   gente   que   estaria   disposta   a   trabalhar   ao 
salário real   w ICE que não estão empregados quando o emprego está no seu 
nível de equilíbrio  E ICE .

Figura 2.12 Conceitos de desemprego

Já   que   há   desemprego   involuntário   em   UICE esta  não   é   a   taxa   ideal   da 


perspectiva  de  bem estar.  Dadas  as instituições e  práticas  na  economia  que 

30
estão por trás das curvas de salário e preço, o ERU é a taxa de desemprego que 
constitui   um   equilíbrio   no   sentido   de   que   os   determinadores   dos   salários   e 
preços não tem razão para modificar o seu comportamento. A separação entre 
desemprego involuntário e voluntário no  modelo  de  concorrência imperfeita  é 
mostrado no diagrama.

A taxa de desemprego de equilíbrio é o resultado de características estruturais 
ou   do   lado   da   oferta   da   economia   que   estão   por   trás   das   curvas   de 
determinação   do   salário   e   dos   preços.   Podem   portanto   em   princípio   serem 
modificadas   por   políticas   do   lado   da   oferta   ou   mudanças   estruturais   Por 
exemplo, mudanças na legislação para enfraquecer os sindicatos podem levar a 
uma redução do poder de barganha dos mesmos e isto reduziria o salário real 
esperado   que   seria   negociado   pelos   trabalhadores   a   qualquer   nível   de 
desemprego   baixando  b(E)  e   deslocando   a   curva  WS  para   baixo.   Mantendo 
todas as outras características da economia constantes, isto iria reduzir a taxa 
de   equilibro   de   desemprego.   Alternativamente,   um   aumento   no   grau   de 
competição do mercado do produto – como resultado, digamos, de mudanças na 
aplicação   da   política   de   competição   ou   porque   o   internet   torna   mais   fácil   a 
comparação de preços – iria produzir uma redução na margem de lucro e levara 
a   uma   salário   real   mais   alto   a   cada   nível   de   emprego   (a   curva   PS   iria   se 
deslocar   para   cima).   Semelhantemente,   qualquer   mudança   na     política 
governamental   que   afeta   salário   e   determinação   de   preços   irá   deslocar   o 
equilíbrio de desemprego. Políticas relacionadas aos benefícios de desemprego, 
taxação, regulação do trabalho e mercado do produto e acordos de renda todos 
são relevantes. É fácil então imaginar que diferenças internacionais em política e 
nas estruturas institucionais produzem diferenças no desemprego de equilíbrio. 

7 .  Demanda Agregada e Oferta Agregada

Em muitas apresentações da macroeconomia do curto e médio prazo, os dois 
componentes de demanda agregada e oferta são colocados juntos usando um 
diagrama  em que  o  nível  de preços  aparece  no eixo vertical e  o  produto  no 
horizontal. Nós não faremos uso extensivo deste diagrama neste livro porque 
não   é   particularmente   bom   para   analisar   choques   e   respostas   de   política. 
Entretanto, serve um par de propósitos úteis: primeiro provê uma forma simples 
de ver como o nível de preços é determinado e segundo ele provê outra forma 
pela qual modelos macro podem ser comparados. 

7.1  A Demanda Agregada: do diagrama IS/LM ao curva AD

As   condições   de   equilibro   do   mercado   de   bens   e   monetário   podem   ser 

31
transferidas para o diagrama com o nível de preços no eixo vertical e produto no 
horizontal. No painel de cima da Fig. 2.13, a economia começa no ponto A (Note 
MS
que a curva LM é indexada pela oferta real de moeda:  , que significa que a 
P1
posição da curva LM é fixada  pela oferta real  de  moeda assim definida) Em 
seguida, vamos manter a oferta nominal de moeda constante e reduzir o nível de 
preços         P 0 :   o   novo   equilíbrio   do   mercado   de   moeda   é   mostrado   por 

LM
 
MS
P0
. O   aumento   do   valor   dos   encaixes   reais   de   moeda   nas   mãos   do 

público   cria   um   desequilíbrio   no   mercado   monetário:   excesso   de   moeda,   as 


famílias vão recompor as suas carteiras comprando títulos. Isso eleva o preço 
dos títulos e baixa a taxa de juros. isto é conhecido como o efeito Keynes. O 
novo equilíbrio é no ponto B com um nível de produto maior. O equilíbrio em A e 
B é mapeado no diagrama abaixo com P no eixo vertical e y no eixo horizontal. 
O equilibro combinado do mercado de bens e moeda para níveis diferentes de 
preços produzem a curva AD. Segue­se desta derivação que qualquer coisa que 
desloque a curva IS ou a LM, além das mudanças do nível de preços, desloca a 
curva AD.

A curva AD tem um caráter completamente diferente da curva de demanda do 
mercado   microeconomios,   onde   a   curva   de   demanda   relaciona   a   quantidade 
demandada   ao   preço   de   um   bem   particular.   Em   contraste,   a   curva   AD 
representa dois conjuntos de condições de equilibro. Uma mudança no nível de 
preços   P   perturba   o   equilibro   no   mercado   monetário   que   desencadeia   uma 
mudança no comportamento que leva a taxa de juros a mudar. Isto por usa vez 
cria um desequilibro no mercado de bens e o produto muda quando o equilibro é 
restabelecido. 

32
Figura 2.13 Derivando a curva AD

Nós já encontramos de forma indireta o caso em que uma queda no nível de 
prelos   não   está   associado   com   um   aumento   no   produto:   a   armadilha   pela 
liquidez. Se a curva LM é horizontal então uma queda de P desloca a seção 
horizontal da LM para a direita e a taxa de juros não muda. A razão é que as 
famílias estão felizes de manter encaixes reais maiores porque eles acreditam 
que   a   taxa   de   juros  não   cairá   mais.   Em  tais  circunstâncias,   uma   queda   dos 
preços   falha   em   estimular   a   economia.   Esta   é   uma   forma   de   interpretar   a 
depressão japonesa dos inicio dos anos 2000. 

Quando Keynes argumentou a relevância da armadilha pela liquidez nos anos 
1930 alguns economistas responderam dizendo que mesmo que a taxa de juros 
não respondesse a uma queda do nível de preços, havia uma outra maneira de 
reavivar a demanda. O chamado efeito Pigou depende da resposta do consumo 
a mudanças o valor real da riqueza. Se o feito Pigou funcionar, uma queda dos 
preços aumenta a riqueza real e estimula o consumo restaurando a declividade 
da curva AD. Mas parece que o efeito Pigou funciona ao reverso no caso do 
Japão,  onde   a   queda  dos  preços  levou   os  consumidores  a   entesourarem  na 

33
expectativa que os preços cairão mais: consumo é adiado e não estimulado. 

7.2  Oferta Agregada: do diagrama do mercado de trabalho a curva AS

Informação a respeito do equilibro do mercado de trabalho pode também ser 
transferida   no   chamado   diagrama   AD­AS.   Tanto   nos   modelos   de   mercado 
competitivo   quanto   de   imperfeitamente   competitivo   existe   um   nível   único   de 
emprego   consistente   com   o   equilibro   do   mercado   de   trabalho.   A   função   de 
produção de curto prazo é usada para converter o nível de emprego em nível de 
equilibro de produto de médio prazo. Já que o equilibro do mercado de trabalho 
é definido em termos reais mudanças no nível de preços não afetam o equilibro.
A curva de oferta agregada é portanto vertical em em  y CE ou  y ICE que é o nível 
de   produto   y 0 na   Fig.   2.14.   O   diagrama   pode   ser   interpretado   como 
representando ou o caso competitivo ou o não competitivo. Um deslocamento 
para  a  direita  da  curva  de   demanda   agregada  por um aumento  no  consumo 
autônomo, por exemplo, iria estar associado com um mercado de trabalho de 
equilíbrio no nível não modificado de   y CE ou   y ICE . Se o nível de preços pula 
como mostrado na Fig. 2.14, então a economia se movimenta direto de A para 
Z.

O caso especial de ajustamento imediato de salários e preços é representado 
pela curva AD combinada com uma curva AS vertical. Uma economia deste tipo 
experimenta flutuações no produto somente em consequência de mudanças no 
lado da oferta já que flutuações na demanda agregada desloca a curva AD (por 
ex. política fiscal, política monetária, ou choques do setor privado), que afetam o 
nível   de   preços   mas   não   o   produto   e   emprego.   Vamos   retornar   a   Fig   2.14 
abaixo,   mas   primeiro   vamos   olhar   com   mais   cuidado   o   modelo   de   ciclos   de 
negócios em que os mesmos são gerados pelo lado da oferta.

7.3  Dois enfoques de Ciclos de Negócios

7.3.1  O Ciclo Real de Negócios: choques de oferta

A idéia de que as flutuações do emprego que observamos na economia quando 
se move de recessão a expansão e de volta novamente são devidas somente 
aos  fatores do  lado da  oferta  e não  das  flutuações na  demanda  agregada   é 
central no modelo dos Ciclos Reais de Negócios.

Neste modelo, o mercado de trabalho está sempre em equilíbrio. Veremos que 
isto   contrasta   com   a   situação   no   modelo   em   que,     o   ciclo   de   negócios   é 
provocado por flutuações na demanda agregada onde na expansão, emprego 

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está acima do equilíbrio e na recessão, emprego está abaixo dele. No modelo 
RBC   são os fatores do lado da oferta tais como mudanças na tecnologia que 
provocam o ciclo. Para ver como isto funciona nós assumimos que na Fig. 2.15, 
a   economia   está   inicialmente   no   ponto   A.   Um   choque   positivo   de   tecnologia 
como uma onda de inovação, desloca a curva de produto marginal do trabalho 
para a direita (para   MPLH ) e a economia se move para o ponto B: esta é a 
expansão.   A   oportunidade   dos   trabalhadores   de   ganharem   salários   mais 
elevados   como   consequência   da   nova   tecnologia,   os   leva   a   ofertar   mais 
trabalho, isto é a mover para cima a curva de oferta de trabalho. B é portanto 
também uma posição de equilíbrio do mercado de trabalho. Um choque negativo 
de oferta, por exemplo uma escassez repentina de uma matéria prima, levaria a 
economia a uma recessão na medida em que a curva MPL se desloca para a 
esquerda   levando   a   um   novo   equilibro   no   ponto   C.   Em   C,   os   trabalhadores 
escolhem ofertar menos trabalho. A queda no emprego é inteiramente voluntária 
no sentido  de que dadas as novas circunstâncias em que eles se defrontam 
depois   do   deslocamento   da   curva   de   produto   marginal   do   trabalho   para   a 
esquerda, os trabalhadores escolhem ofertar menos trabalho. Os trabalhadores 
escolhem mudar o timing de sua oferta de trabalho em resposta a mudanças na 
demanda trabalhando mais em bons tempos e menos em tempos ruins. Isto é 
chamado de substituição intertemporal do trabalho. 

35
Figura 2.14 As curvas AD e AS

Muitos economistas permanecem pessimistas quanto a idéia que  as forças do 
lado de oferta são a fonte dominante das flutuações dos ciclos de negócios e 
que os ciclos de negócios são unicamente fenômenos de equilíbrio. 

Como   veremos   nos   cap.s.   13   e   14,   mudanças   tecnológicas   tem   um   papel 


fundamental  para   explicar  o  crescimento  de  longo  prazo.  Entretanto  ,  parece 

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menos plausível que flutuações na taxa de progresso esteja por trás do padrão 
de   expansões   e   recessões   que   caracterizam   as   economias.   Quando   uma 
economia   recobre   de   uma   recessão   a   produtividade   tipicamente   aumenta 
relativamente ao seu valor de longo prazo, com uma caracterização reversa na 
recessão. Entretanto, isto não significa que é o padrão de mudança tecnológica 
que está causando a expansão e a recessão, uma explicação mais simples e 
consistente com a visão baseada na demanda agregada é que a demanda cai, 
as firmas mantém os trabalhadores na esperança que a recessão será de curta 
duração.   É   custoso   empregar   e   despedir   trabalhadores   de   forma   que 
entesouramento de trabalho é esperado . Isto produzirá um resultado de que a 
produtividade cai na recessão e cresce na expansão. 

Figura 2.15 O modelo dos ciclos reais de negócios: 
flutuações do equilíbrio devido a choques de 
tecnologia

Da Fig. 2.15, é claro que para que o mecanismo do RBC seja capaz de explicar 
as   mudanças   substanciais   do   emprego   que   acontecem   durante   o   ciclo,   uma 
pequena mudança no salário real deve levar a uma grande mudança na oferta 
de trabalho, isto é a oferta de trabalho deve ser muito elástica. Entretanto isto 
parece que não corresponde a evidência empírica que mostra que para o chefe 
da casa a elasticidade intertemporal da oferta de trabalho é muito baixa. Embora 
o enfoque RBC não seja a visão dominante sobre os ciclos ele tem tido uma 
grande influencia na metodologia da moderna macroeconomia na fronteira da 
pesquisa. 

7.3.2     Ciclo   dos   negócios:   os   choques   de   demanda   agregada 


mais salários e preços viscosos

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No   extremo   oposto   do   mundo   dos   salários   e   dos   preços   que   se   ajustam 
rapidamente está o modelo IS/LM, onde supomos que salários e preços não se 
ajustam no curto prazo. 

Retornando   a   Fig.   2.14,   o   ajustamento   viscoso   dos   salários   nominais   e   dos 


preços   implica   que   a   economia   não   se   move   diretamente   de   A   para   Z   em 
resposta a um choque de demanda. Na Fig. 2.14, o ajustamento de curto prazo 
devido ao deslocamento para a direita da curva IS é mostrado no painel de baixo 
e no diagrama AD­AS como o movimento de A para B com o nível de preços 
constante em  P 0 no painel de cima. É claro que o painel do meio que o mercado 
de trabalho não está em equilibro quando o emprego é  E 1 .

O curto prazo termina quando os salários e preços começam a se ajustar em 
resposta ao desequilibro no mercado de trabalho.  A natureza do desequilibro é 
claro: o salário real prevalecente,  w 0 , não está nem na curva de oferta nem na 
curva   de   demanda   na   interpretação   competitiva   da   Fig.   2.14;   nem   tampouco 
está na curva WS ou PS na interpretação não competitiva. O salário real é muito 
baixo para prover uma oferta de trabalho  E 1 e muito alta para o emprego de  E 1
trabalhadores   ser   lucrativo.   Com   concorrência   imperfeita   os   controladores   de 
salário não estarão satisfeitos com um salário real de   w 0 se o emprego é tão 
alto   como   E 1 ;   e   se   o   emprego   mais   elevado   é   acompanhado   de   uma 
produtividade   marginal   decrescente,   então   a   margem   de   lucro   não   pode   ser 
mantida se o salário real permanece em  w 0 . 

Uma forma de explicar o que acontece uma vez que os salários e os preços 
começam a se ajustar é assumir que os salários nominais sobem por   α nós 
supomos que isto é interpretado com um aumento do salário baseado na sua 
visão   do   nível   de   preços   prevalecente.   Mas   subseqüentemente,   os   preços 
aumentam por   α+β para restabelecer o equilibro no lado da determinação de 
preços do mercado de trabalho. Isto deixa a economia no ponto B' no mercado 
de trabalho e nos diagramas AD­AS. 

A linha que passa por A e B' no diagrama AD­AS define uma oferta agregada de 
curto prazo, a   SAS  P−1 =P 0  . A curva SAS é indexada ao nível de preços do 
último   período   P−1 para   capturar   a   hipótese   de   que   quando   os   salários 
aumentam,   as   implicações   para   o   salário   real   são   interpretadas   pelos 
trabalhadores em termos do nível de preços  pré­existente,  P 0 .  A declividade 
da SAS depende do valor de   α e   β e portanto na declividade das curvas de 
oferta de trabalho e da demanda de trabalho (ou as curvas WS e PS). Uma 
curva PS horizontal produz uma curva SAS menos inclinada (já que  β= 0 ).

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De fato, a economia se move do ponto B para o C em lugar de B' por causa do 
impacto dos preços mais elevados na demanda agregada. Um aumento no nível 
de preços leva a uma queda da oferta real de moeda e aumento da taxa de 
juros,   reduzindo   a   demanda   agregada   (a   LM  se  desloca  para   a   esquerda,  a 
economia se move para o nordeste ao longo da curva AD). Quando a economia 
está no ponto C, o desequilíbrio no mercado de trabalho é menor do que antes 
mas   não   desapareceu   completamente.   O   ajustamento   de   C   para   Z   ocorre 
através do movimento para cima das curvas SAS na medida em o aumento de 
preço é incorporado nas decisões do mercado de trabalho do período seguinte. 
O nível de preços tende a preço   P Z e a  SAS  P −1 =P Z  cruza a curva AS em Z. 
Em Z, o equilíbrio no mercado de trabalho é restaurado. 

● A curva IS se desloca para a direita e o produto e emprego aumentam 
com o preço e o nível de salários não modificado no curto prazo. Isto é 
uma expansão cíclicla (o contrário ocorre com um choque negativo na IS);

● No mercado de trabalho, há um desequilíbrio e os salários e preços se 
movem em resposta;

● Nível de preços mais elevados levam por outro lado a uma redução na 
demanda agregada via o Efeito Keynes;

● Trabalhadores   atualizam   o   nível   de   preços   na   base   do   qual   eles   se 


comportam, que desloca a SAS para cima;

● No longo prazo, o equilíbrio é restaurado com desemprego em ERU, uma 
taxa   de   juros   real   mais   elevada   (e   uma   mudança   na   composição   do 
produto de investimento para por exemplo, consumo), a um nível mais 
elevado de preços. 

8  Conclusões

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