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FUNDAMENTO DE ECONOMIA

Conceito de Elasticidade Preço:

A abordagem do conceito de elasticidade serve para tentarmos entender e explicar a reação


dos consumidores e produtores diante de variações que ocorram nos níveis de preço de um
determinado produto.

ELASTICIDADE PREÇO DA DEMANDA

Você já sabe que, quando o preço de um bem aumenta, provoca uma redução em sua
quantidade demandada, certo? Mas você é capaz de responder se essa redução é considerável
ou não?

Para tratar desse tipo de questionamento, utiliza-se o conceito de elasticidade preço da


demanda [Ep(d)], que consiste na comparação entre a variação percentual ocorrida no preço
do produto e a consequente variação percentual da quantidade demandada. Sua fórmula é
muito simples:

A fórmula representa a relação (divisão) entre as variações relativas (percentuais) das


quantidade procuradas e dos preços, e permite as seguintes alternativas:

variação % da quantidade demandada

{EP(D)}=

variação % ocorrida no preço do produto

1ª ALTERNATIVA

Quando o numerador for maior do que o denominador (Ep(d) maior do que 1). Significa que a
variação percentual das quantidades procuradas é mais significativa do que a ocorrida no
preço. Nesse caso, o produto será classificado de elástico. Fazem parte desse conjunto os bens
supérfluos, cujo consumo costuma ser abolido, ou muito reduzido, quando os preços
aumentam. A Figura 6, a seguir, ilustra essa alternativa.

Neste gráfico, percebemos que, quando o preço é de R$20,00, as quantidades procuradas são
de 40 unidades. A ocorrência de um aumento de 10% no preço (de R$20,00 para R$22,00)
acarretará uma redução mais do que proporcional nas quantidades procuradas equivalente a
62,5% (variação de 25 sobre 40 unidades).

Assim, dividindo-se 62,5% por 10%, obtém-se um coeficiente de elasticidade igual a 6,25
(maior do que 1, portanto), mostrando que o produto é elástico, ou seja, muito sensível às
variações de preço.
2ª ALTERNATIVA

Quando o numerador for menor do que o denominador (Ep(d) menor do que 1). Mostra que a
variação percentual das quantidades procuradas é menos significativa do que a ocorrida no
preço. Nesse caso, o produto será classificado de inelástico. Fazem parte desse conjunto de
possibilidades os bens de primeira necessidade, cujo consumo costuma ser pouco sensível às
variações de preço. Produtos básicos da alimentação, do vestuário, etc., incluem-se nessa
categoria.

A Figura 7, a seguir, demonstra esse conceito.

Neste gráfico, percebemos que, quando o preço é de R$20,00, as quantidades procuradas são
de 45 unidades. A ocorrência de um aumento de 75% no preço (de R$20,00 para R$35,00)
acarretará uma redução menos do que proporcional nas quantidades procuradas equivalente
a 33% (variação de 15 sobre 45 unidades).

Assim, dividindo-se 33% por 75%, obtém-se um coeficiente de elasticidade igual a 0,44 (menor
do que 1, portanto), mostrando que o produto é inelástico.

3ª ALTERNATIVA

Quando o numerador for igual a zero (Ep(d) igual a zero) Teoricamente pode-se considerar,
ainda, um caso extremo de elasticidade da demanda onde não ocorra variação na quantidade
procurada de um produto quando seu preço se modifica. Nesse caso, os bens seriam
designados como totalmente inelásticos. Fariam parte desse caso extremo aqueles bens de
primeiríssima necessidade (remédios essenciais, por ex.). A Figura 8, a seguir, mostra esse
caso.

1ª NECESSIDADE

Neste gráfico, percebe-se que qualquer que seja o nível de preço (R$20,00 ou R$40,00, por
exemplo), as quantidades procuradas não se alteram e permanecem iguais a 30 unidades.

Ou seja, mesmo com a ocorrência de um aumento de 100% no preço (de R$20,00 para
R$40,00), as quantidades não se reduzem (variação de 0%).

ELASTICIDADE DO PREÇO DA OFERTA

Neste gráfico, percebe-se que qualquer que seja o nível de preço (R$20,00 ou R$40,00, por
exemplo), as quantidades procuradas não se alteram e permanecem iguais a 30 unidades.

Ou seja, mesmo com a ocorrência de um aumento de 100% no preço (de R$20,00 para
R$40,00), as quantidades não se reduzem (variação de 0%).

A fórmula em questão representa a relação (divisão) entre as variações relativas (percentuais)


das quantidades ofertadas e dos preços e, da mesma forma que na demanda, nos permite
visualizar algumas alternativas a seguir.
Variação % da quantidade ofertada

Ep(o) =

variação % ocorrida no preço do produto

1ª ALTERNATIVA

Quando o numerador for maior do que o denominador [Ep(o)] maior do que 1. Significa que a
variação percentual das quantidades ofertadas é mais do que proporcional à da ocorrida no
preço. Nesse caso, os produtos são considerados de oferta elástica.

No gráfico ao lado, notamos que quando o preço é de R$20,00, as quantidades ofertadas são
de 15 unidades. A ocorrência de um aumento de 10% no preço (de R$20,00 para R$22,00)
provocará um aumento de 100% nas quantidades ofertadas (variação de 15 para 30 unidades).
Assim, dividindo-se 100% por 10%, obtém-se um coeficiente de elasticidade igual a 10 (maior
do que 1, portanto), mostrando que o produto é de oferta elástica.

2º ALTERNATIVA

Quando o numerador for menor do que o denominador (Ep(o) menor do que 1). Significa que
a variação percentual das quantidades ofertadas é menos do que proporcional ao da ocorrida
no preço. Nesse caso, os produtos são considerados de oferta inelástica. A Figura 10, a seguir,
ilustra bem essa alternativa.

No gráfico ao lado, notamos que, quando o preço é de R$10,00, as quantidades ofertadas são
de 15 unidades. A ocorrência de um aumento de 150% no preço (de R$10,00 para R$25,00)
provocará um aumento de 20% nas quantidades ofertadas (variação de 15 para 18 unidades).
Assim, dividindo-se 25% por 150%, obtém-se um coeficiente de elasticidade de 0,16,
aproximadamente (menor do que 1, portanto), mostrando que o produto é de oferta
inelástica.

TIPOS DE MERCADO

Agora, após termos considerado os aspectos da demanda e oferta de um determinado


produto, é importante que você perceba as características de alguns tipos de mercados onde
essas forças atuam. Entende-se que um mercado é constituído de compradores e vendedores.

Neste sentido, nós podemos nos referir a um mercado como um todo - o mercado do Rio de
Janeiro, o mercado brasileiro, etc. – ou como um mercado específico de um produto qualquer
– o mercado de bicicletas, o mercado de trabalho etc.

Observamos, por outro lado, que as relações entre compradores e vendedores seguem
padrões diferentes dependendo do tamanho deste mercado, do número de vendedores, do
número de compradores e, até mesmo, do tipo de produto comercializado.
Consequentemente, a forma como os preços são determinados varia de acordo com as
características do mercado. Essas características é que fornecem base para uma classificação
genérica dos diversos tipos de mercados.
A análise simplista que faremos irá considerar três alternativas de estruturas de oferta para
atender o mercado consumidor de um determinado produto. A abordagem levará em
consideração as características de cada um deles como número de unidades produtivas, tipo
de produto, possibilidades de acesso à concorrência, etc.

Conceitualmente, esses mercados são denominados de monopólio, oligopólio e concorrência


perfeita. As características de cada um deles apresentaremos a seguir.

MONOPOLIO

O prefixo mono, como se sabe, significa a unidade. Assim, monopólio representa o caso limite
de um mercado onde só existe um único produtor (ou fornecedor) de um bem ou serviço. Por
esse motivo, preço e quantidades produzidas serão determinados pela empresa monopolista.
Normalmente, os produtos vendidos nesse tipo de mercado costumam exigir altíssimos níveis
de investimento, fazendo com que o acesso de algum concorrente seja muito difícil. Um
exemplo de empresa que se enquadra nesse tipo de mercado é a Light, distribuidora de
energia elétrica na cidade do Rio de Janeiro.

OLIGOPOLIO

Se observarmos bem os fabricantes de inúmeros produtos que consumimos, veremos que


fazem parte do mercado de oligopólio. Isso porque percebe-se que esses produtos possuem
poucos produtores para atender a muitos consumidores. Como característica temos o fato dos
produtos dos mercados oligopolistas serem bons substitutos e praticarem uma concorrência
não só baseada no preço, como também em marketing, embalagens, etc. Muitos exemplos
podem ser citados nesse caso. Escolhemos os fabricantes de bebidas e a indústria de
eletrodomésticos.

COMENTÁRIOS:

Quando empresas oligopolistas se unem, através de um pacto formal, formam um Cartel.


Nesse caso, agem em conjunto como se fosse uma única firma (monopólio). No Brasil, essa
prática é proibida por lei.

Em termos de países, o cartel mais importante é a OPEP – Organização dos Países Produtores e
Exportadores de Petróleo que, em reuniões periódicas, determinam as quantidades diárias que
cada país deverá produzir e o preço que será praticado por todos.

Perceba que, ao definir as quantidades produzidas por cada país, a OPEP consegue adequar a
oferta à demanda para que o preço desejado possa ser mantido pois, como vimos na aula
passada, os excedentes forçam os preços para baixo e a escassez, pela força que exerce,
empurra os preços para cima.
CONCORRENCIA PERFEITA

Pelo próprio nome, o mercado de concorrência perfeita é aquele onde a concorrência entre os
agentes econômicos, devido ao seu grande número, é a mais significativa. A consequência
lógica desse número excessivo de participantes é que cada um deles se torna incapaz de,
sozinho, alterar as condições de mercado (preços e quantidades).

Assim, tanto consumidores como produtores não conseguem afetar os níveis de oferta e
procura do produto e o seu preço de equilíbrio.

Além disso, são características desse tipo de mercado o pleno conhecimento do mesmo pelos
consumidores e produtores, produtos homogêneos e total mobilidade, podendo os
competidores entrar ou sair do mercado livremente.

O esquema abaixo resume as alternativas de mercado que abordamos nesse tópico.

Tipos de mercado

MONOPÓLIO

(um único agente de oferta para atender muitos consumidores)

CONSUMIDORES OLIGOPÓLIO

(poucos agentes de oferta para atender muitos consumidores)

CONCORRÊNCIA PERFEITA

(muitos agentes de oferta para atender muitos consumidores)

Aula 7

A teoria da produção ou teoria da firma refere-se à análise das quantidades produzidas, dos
custos de produção envolvidos e dos lucros obtidos pelas empresas.

FUNÇÃO DE PRODUÇÃO

Observe-se que o nível de produção de uma firma está diretamente relacionado com a
combinação e a quantidade de fatores utilizados no processo produtivo. Daí, deriva-se o
conceito de função de produção como sendo “uma relação que mostra qual a quantidade de
produto que pode ser obtida a partir de uma dada quantidade de fatores de produção”.

Mal comparando, é como se estivéssemos determinando as quantidades de tortas que um


doceiro pode produzir dadas as quantidades de ingredientes e materiais que dispõe.
Assim, pela definição anterior, se y representar as quantidades produzidas do bem Y e “a”, “b”
e “c” os fatores de produção, podemos representar a respectiva função de produção como:

y = f(a; b;c)

Dependendo da combinação das quantidades dos fatores de produção “a”; “b” e “c” a firma
irá obter uma determinada quantidade y do produto Y.

Imagine, por exemplo, que uma confecção atue na moda praia produzindo biquínis e sungas. O
processo produtivo adotado por ela para a obtenção de seus produtos é definido como sendo
a sua “função de produção”.

É importante perceber que cada produto terá sua respectiva função de produção e que a
produção de um mesmo produto por firmas diferentes pode ter distintas funções de produção.

Produtividade média de um fator de produção:

O conceito de produtividade média de um fator de produção está ligado à ideia de quanto, em


média, cada unidade dele utilizada produz. Certamente você já percebeu que isso é o mesmo
que dividir a quantidade produzida pela quantidade empregada do fator que se esteja
analisando.

Ou seja, se y = f(a; b), [diz-se: se as quantidades produzidas y são função (dependem) dos
fatores de produção “a” e “b”]. Então, pode-se concluir que:

Na confecção mencionada acima, imagine que, possuindo 6 costureiras (fator mão de obra) e 4
máquinas (fator capital), a empresa produza 36.000 peças por mês. As respectivas
produtividades médias dos fatores de produção ficam assim definidas:

Isso significa que, em média, cada costureira produz 6.000 peças por mês e, cada máquina,
4.000.

Produtividade marginal de um fator de produção:

A produtividade marginal de um fator de produção é medida pela relação (divisão) entre o


quanto varia a quantidade produzida de um bem pela variação ocorrida na quantidade
empregada do fator considerado. Ou seja, se y = f(a; b), então:
Aula 6: Construção Passo a Passo dos Documentos: Diário de Campo – Encaminhamento

Já dissemos anteriormente que a profissão do Serviço Social se constitui historicamente como


uma forma de especialização do trabalho coletivo, uma profissão inscrita na divisão social e
técnica do trabalho.

Como enfatiza NETTO (s/d, p.30):

“É preciso dizer, também claramente, que todo/a assistente social, no seu campo de trabalho
e intervenção, deve desenvolver uma atitude investigativa: o fato de não ser um/a
pesquisador/a em tempo integral não o/a exime quer de acompanhar os avanços dos
conhecimentos pertinentes ao seu campo de trabalho, quer de procurar conhecer
concretamente a realidade da sua área particular de trabalho. Este é o principal modo para
qualificar o seu exercício profissional, qualificação que, como se sabe, é uma prescrição do
nosso próprio Código de Ética”.

Nesse aspecto, as anotações do profissional sobre o seu fazer são de suma importância para
seu trabalho. Triviños (1987, p. 154) salienta que o registro das informações “representa um
processo complexo, não exclusivamente pela importância que nesse tipo de investigação
adquirem o sujeito e o investigador, mas também pelas dimensões explicativas que os dados
podem exigir”.

A descrição, fenômeno textual que você já estudou, será para o diário de campo o recurso
linguístico de que o profissional lançará mão para registrar sua prática. Entretanto, alerta
Triviños (1987, p. 155) que a “descrição é uma tarefa árdua, que exige muito esforço,
experiência e informações sobre a situação,” ou seja, o processo cognitivo que envolve a
descrição é a observação, então, esteja alerta.

Diário de campo

Breves conceituações sobre esse tipo de registro

O diário de campo é um documento de grande importância para o desenvolvimento


profissional do aluno de Serviço Social na fase de estágio, assim como para o profissional já em
exercício, por ser uma ferramenta de apoio na qual ele registra, relata, descreve e analisa seus
passos diários.

Falkembac (s./d.) ratifica que diário de campo é um registro das observações, dos comentários
e das reflexões para uso individual do profissional e do aluno. Do ponto de vista institucional, a
finalidade é registrar tanto a intervenção feita como os resultados positivos e negativos dessa
intervenção (MAGALHÃES, 2007).

De acordo com Lima et al (2007, p. 95), “é fundamental a documentação do exercício


profissional de uma profissão que se define por seu caráter interventivo”.
Documentação

utilizada no âmbito do Serviço Social.

Em pesquisa realizada para elaboração do conteúdo desta disciplina, constatamos a


dificuldade de encontrar textos teóricos sobre a documentação utilizada no âmbito do Serviço
Social. Dessa forma, concordamos com a afirmação de LIMA et al (2007, p. 95):

“A documentação não pode ser negligenciada no contexto do exercício profissional,


considerando a sua relevância para o processo de conhecimento e sistematização da
realidade, do planejamento, da qualificação das ações profissionais, bem como da sua
importância ao alicerçar a produção de conhecimento. Desse modo, urge a necessidade de
incorporá-la no cotidiano profissional, nos mais diferentes momentos do processo
interventivo”.

Uma vez adotado como ferramenta de auxílio à prática do profissional e do aluno, o diário de
campo tem demonstrado bons resultados. Freitas (2006, p. 11-18) implementou o uso desse
instrumento e ratifica a experiência positiva:

“Os alunos que vivenciaram as técnicas adotadas mostraram que o diário de campo é uma
prática que possibilitou exercitar a escrita de forma mais sistematizada, permitindo o
aprendizado de registros e anotações nos diversos instrumentos de comunicação utilizados
pela enfermagem, como planos de cuidados, prontuários, relatórios, entre outros. [...]
Compreenderam que a observação e o registro são essenciais para o planejamento da
assistência de enfermagem e para outras atividades desenvolvidas pelo enfermeiro”.

A partir do trabalho de Lima et al. (2007) elaboramos um breve roteiro para fixar os cuidados
ao utilizar seu diário de campo, valioso instrumento de coleta de dados. São passos que
consideramos fundamentais para o melhor aproveitamento desse documento e estão
relacionados com a questão da profissionalização profissional, da reflexão na ação (SCHÖN,
2000).

Registro: é um processo descritivo que não pode prescindir da análise e da interpretação de


dados disponíveis. Entretanto, antes da análise propriamente dita, o aluno ou profissional
descreverá o que deve constar no documento como resultado de sua prática.

Relato: é um processo que exige o registro mais aprofundado dos aspectos relevantes que
envolvem o cotidiano da intervenção. Nesse momento, há de haver clareza, objetividade,
assertividade na escrita. Subentendidos não cabem nesse documento.

Avaliação: é um processo reflexivo que determinará as escolhas do que deverá constar no seu
diário. Buscará responder às perguntas, tais como:

Por que utilizou esse caminho e não aquele?

Por que essas fotos? Para que servem?

O que desejava fazer com essas gravuras e colagens no diário? Com que objetivo?
Você não deve desperdiçar seu trabalho. Se utilizou esses recursos, reflita sobre eles, avalie o
peso ou não que esses instrumentos podem trazer para sua prática, depois escreva sobre isso.

Análise: é um momento dissertativo-argumentativo do processo. A reflexão sobre a


intervenção ou observação dos acontecimentos e dos processos realizada não deve ficar em
segundo plano. Nesse momento, depois dos passos anteriores, você já pode dissertar sobre
todo o processo vivenciado. É um dos momentos mais importantes do processo, pois a partir
daqui serão indicadas as questões que deverão ser aprofundadas.

Atitude Alerta: esteja sempre atento para não se descuidar do registro do diário de campo. As
pesquisas constatam que é comum no decorrer do processo acontecer mudanças na dinâmica
da intervenção (aluno que era observador passa a intervir no processo) e então os registros se
diluem e a descrição quase que desaparece.

Esse procedimento de alerta se insere no que Donald Schön, em seu livro Educando o
profissional reflexivo (2000), denomina de “Conhecer na ação”.

Segundo o autor, o que distingue a operação sensata daquela sem sentido não é sua origem,
mas os procedimentos. Então, adote os procedimentos e permaneça neles.

Não os desperdice!

.......

Magalhães (2006) afirma que em muitas instituições esses relatórios nem sequer existem.
Esse fato negativo não deveria ser praxe, pois o registro dos procedimentos é condição de
melhoria da prática laboral, conforme já constamos no tópico anterior. Entretanto, a
sociedade contemporânea se lança sobre a produção do conhecimento e, para isso, faz-se
necessário o registro dos documentos. Recomenda-se, então, que mesmo que a instituição
não faça uso do relatório de encaminhamento uma prática, o profissional, mesmo que
contrariando a cultura institucional, faça seu relatório particularmente.

De acordo com Magalhães (2006), a principal característica desse documento está em ser um
instrumento de comunicação voltado mais ao próprio profissional que realiza os atendimentos
e utiliza-o como um follow up de suas ações. Essa palavra, escrita em inglês, quer dizer
“retorno”. Em todas as áreas, o retorno é um fator importante para que a comunicação se
efetive. Mesmo que a comunicação seja de você para você mesmo/a, uma vez que, ao
escrever suas anotações, você estará gravando o que depois poderá consultar para seu próprio
crescimento.

No caso do relatório de acompanhamento, a intervenção direta do profissional é fundamental,


bem como o contato com o usuário.
Nesse sentido, vale ressaltar alguns aspectos da linguística sociointerativa que acreditamos ser
importante para esse momento, uma vez que “o uso do instrumental pressupõe interações de
comunicação, isto é, do uso de linguagens por parte do assistente social.” (SOUSA, 2008, p.
125). Nesse caso, estamos nos referindo à linguagem escrita e “é de esperar que sigam a
norma culta da língua [portuguesa] e não adentrem seus escritos [e falas] para uma linguagem
coloquial ou do senso comum.” A norma culta, ou norma padrão da língua, é o nível de
linguagem própria de profissionais com escolaridade superior, como ressalta Magalhães
(2003).

Aula 7: Construção Passo a Passo dos Documentos: Relatório e Laudo

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