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2.

Análise Microeconómica

2.1 Teoria do Consumidor


Bibliografia
Frank, R., Microeconomia e Comportamento, 3ª ed., McGraw-Hill, 1998 (Cap.1) (ou 8ª ed.,
2013);

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Pressuposto base da Teoria do Consumidor:


O consumidor ao decidir de entre dois cabazes possíveis de aquisição,
sendo racional (Princípio da Racionalidade), escolhe o cabaz que é melhor
para si.

Possibilidade de aquisição depende:


- Rendimento do consumidor (R)
- Preço de mercado dos bens que compõem o cabaz (Px; Py)

O melhor cabaz depende:


- Das preferências (gostos) do consumidor

No modelo de decisão do consumidor:


- Rendimento
- Preços de mercado dos bens que consome
- Preferências

Simplificação da realidade (análise simplificada do ponto de vista gráfico)


- Cabaz composto por dois bens (Bem X e Bem Y); 53

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RESTRIÇÃO ORÇAMENTAL

Y
R C
PY
A Reta da restrição orçamental

R
PX X
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Declive da Reta da Restrição Orçamental:


Custo de Oportunidade de uma unidade adicional do bem X

Custo de oportunidade de adquirir uma unidade adicional do bem X = Preço relativo de X


(relativo ao bem Y)

R
PY

R X
PX

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Alterações da Restrição Orçamental, devido:
Alterações nos preços
Alterações no rendimento

Exemplo: Aumento Px Exemplo: Diminuição Py


(Px<Px’), Mantendo tudo o (Py>Py’), mantendo tudo o
resto constante resto constante

Y
Y

R/Py’
R/Py

R/Py

R/Px R/Px X
R/Px’ X

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Exemplo: Aumento do Rendimento (R<R’), mantendo tudo o resto


constante

Y
R’/Py

R/Py

R/Px R’/Px X

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Y
BEM COMPÓSITO
Refere-se à quantia de dinheiro que o R
consumidor gasta em todos os bens,
exceto no consumo de um bem
específico (X).

R X
PX

R  X .PX  Y

RESTRIÇÕES ORÇAMENTAIS ESQUINADAS


Quando o preço relativo dos bens não é constante, ou seja, quando o custo
de oportunidade de um bem em relação ao outro não é sempre o mesmo.

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UTILIDADE E ESCOLAS TEÓRICAS

ALGUNS PRESSUPOSTOS:
 Procura de mercado é igual ao somatório das procuras individuais.
 O consumidor tem um perfeito conhecimento do mercado e tem
acesso à compra de todos e quaisquer bens.
 O preço e o rendimento são dados e condicionam a decisão.
 A decisão é racional, aplicando o rendimento de modo a alcançar a
máxima satisfação ou utilidade.
 Para maximizar a sua satisfação ou utilidade, o consumidor compara
diferentes combinações de bens que esgotam o seu rendimento.

ESCOLAS:
 CARDINALISTA: admite que a Utilidade é mensurável.
 ORDINALISTA: admite que a Utilidade é uma grandeza ordinal, a
preferência do consumidor não é mensurável.
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ESCOLA CARDINALISTA

CONCEITOS BÁSICOS
 Utilidade de um bem
 Utilidade Total
 Utilidade Marginal (Umg)
 Utilidade Marginal decrescente
 Função de Utilidade

CRÍTICA À TEORIA CARDINALISTA

A satisfação que um consumidor obtém de um determinado bem é


subjetiva não podendo ser medida objetivamente nem permitindo
comparações entre consumidores diferentes.

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ESCOLA ORDINALISTA

CONCEITOS BÁSICOS
 A Utilidade (ordinal) não pode ser medida, constituindo apenas uma
grandeza ordinal.
 O Consumidor ordena as combinações possíveis de bens segundo as
suas preferências.
 Ordenação de Preferências: Esquema que permite ao consumidor
classificar diferentes cabazes de bens em função da sua ordem de
preferências.
Dois Cabazes: A (Xa; Ya) e B (Xb; Yb)
O Consumidor poderá fazer uma das seguintes 3 afirmações:
-A é preferível a B ( o cabaz A proporciona mais satisfação ao consumidor)
-B é preferível a A (ou, A é preterido a B)
-A e B são indiferentes
-No entanto o consumidor não pode afirmar em quanto um cabaz é preferido em relação ao
outro (utilidade como grandeza ordinal)

 A Utilidade é explicada pela teoria das Curvas de Indiferença.

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PREFERÊNCIAS DO CONSUMIDOR
A ordem de preferências difere entre consumidores, no entanto existem
características que tendem a ser comuns.

AXIOMAS/PROPRIEDADES DAS PREFERÊNCIAS

 Relação Completa – Uma ordem de preferência é completa quando


permite ao consumidor ordenar todas as combinações de bens. (hipótese
simplificadora útil)

 Transitividade – As preferências são transitivas.


Exemplo: Um indivíduo prefere Laranjas a Morangos e prefere Morangos a
Peras. Podemos afirmar que prefere Laranjas a Peras.

 Quanto mais melhor (mais é melhor do que menos) – Mantendo tudo o


resto constante, maior quantidade de um bem é melhor do que uma menor
quantidade.

Taxa Marginal de Substituição decrescente 62

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CURVA DE INDIFERENÇA
Lugar geométrico das diferentes combinações de bens que
proporcionam ao consumidor a mesma satisfação

Y
A
B
C

Os cabazes A, B e C são indiferentes, ou seja, oferecem ao consumidor a


mesma satisfação

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MAPA DE INDIFERENÇA
Amostra representativa do conjunto de Curvas de Indiferença do
consumidor

• O cabaz A é preferido ao cabaz B


• O cabaz A é indiferente ao cabaz C
• O cabaz F é preferido ao cabaz A
• …

E
Y
A
F
B I4
C
I3
D I2
I1
X

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PROPRIEDADES DAS CURVAS DE INDIFERENÇA


 Decrescentes da esquerda para a direita (TMS decrescente)
 Convexas em relação à origem
 As diversas curvas de indiferença não se cruzam
 Quanto mais afastada da origem, maior a satisfação que representa

Y aumento da satisfação

I2
I1
X

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TAXA MARGINAL DE SUBSTITUIÇÃO
O valor absoluto do declive da tangente à curva de indiferença num
determinado ponto.
TMSYX = |Y /  X|

 Equivale à relação de troca que o consumidor está disposto a aceitar


para substituir um bem pelo outro.
Enquanto que o declive da Restrição Orçamental indica a taxa à qual
podemos substituir um bem pelo outro sem alterar a despesa total, a TMS
indica a taxa à qual podemos substituir um bem pelo outro sem alterar a
satisfação total.

 A TMS é decrescente ao longo da curva de indiferença.


O consumidor está disposto a prescindir de bens que possui em grande
quantidade, para obter bens que possui em menores quantidades.

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INTERPRETAÇÃO GRÁFICA

MAPA DE INDIFERENÇA
Y DO CONSUMIDOR A

 Y = -3

 Y = - 0,5 I3
I2
I1
X=1 X=1
X

TMSYX = |Y /  X| = 3/1 Na zona em causa da curva I2 a


TMSYX = |Y /  X| = 0.5/1 razão de troca é 3 por 1,
inicialmente e 0.5 por 1
posteriormente.
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FUNÇÃO DE UTILIDADE U

Fórmula que permite obter um número que representa a satisfação


proporcionada por um dado cabaz de bens.

Para o Cabaz A (X,Y) : U = f(X,Y)


Para o bem X : U = f(X)

 A Utilidade de um bem corresponde à satisfação que o Consumidor


obtém do seu consumo.
 Sempre positiva (U > 0).
 Sempre crescente (U / X > 0), embora a ritmo decrescente.
 Nula se não se possui o bem:
U = f(0) = 0 ou U = f(0,0) = 0

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 A Utilidade Marginal (Umg) é a utilidade da última unidade adquirida do


bem. Ou seja é a variação na utilidade total de um consumidor, quando a
quantidade consumida de um bem aumenta uma unidade, mantendo a
quantidade dos outros bens constante.
Umg X = U / X
Umg Y = U / Y

 A Utilidade Marginal é decrescente: à medida que adquire unidades


adicionais do bem, a Utilidade Total vai aumentando e a Utilidade Marginal
vai decrescendo.

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INTERPRETAÇÃO GRÁFICA
(só para um bem)

UT

X
Umg

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INTERPRETAÇÃO GRÁFICA
(para dois bens)

U = f (X, Y)

A função Utilidade é semelhante a um mapa


de indiferença, pois ambos proporcionam
uma descrição completa da ordenação de
Y
preferências do consumidor.

U3
U2
U1
X

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U = f (X, Y)
- O cabaz A proporciona um nível de utilidade de 100
- O cabaz D proporciona um nível de utilidade de 300
- O cabaz B proporciona o dobro da utilidade do cabaz A
- …

Y D

A
B

C U3 = 300

U2 = 200

U1 = 100

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EXEMPLO: utilizar a função de utilidade para elaborar um mapa de


indiferença.
Suponha que a função utilidade de um dado consumidor é:
U = f(X,Y) = X.Y
Elabore um gráfico com as curvas de indiferença que correspondem a 1,
2, 3 e 4 unidades de utilidade.

A Utilidade ao longo da curva de indiferença é constante:

TMS = UmgX /UmgY

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ESCOLHA ÓPTIMA - EQUILÍBRIO DO CONSUMIDOR

Representa a melhor das combinações (cabazes) possíveis

E
B

D U3

C U2
U1

X
Condição que deve ser satisfeita: TMS = Px / PY
Umg X Umg Y
 74
PX PY
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Considerando um bem X:

 Se UmgX > Px, o consumidor aumentará a sua utilidade adquirindo mais


unidades de X.
 Se UmgX < Px, o consumidor aumentará a sua utilidade reduzindo o
número de unidades de X que está a adquirir.
 Assim, quando a Umg de X iguala o seu preço
UmgX = Px
o consumidor atinge a utilidade máxima.

Considerando dois bens, X e Y:

Umg X Umg Y

PX PY

Para obter o máximo de satisfação o consumidor deve consumir até que a


utilidade marginal da última unidade monetária gasta em cada bem seja
igual para os dois bens.
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EXEMPLO: Dois bens: X e Y; PX = 10; PY = 5; R= 60
Unid. UmgX UmgX Unid. UmgY UmgY
X PX Y PY
0 - - 0 - -
1 80 8 1 55 11
2 70 7 2 50 10
3 60 6 3 45 9
4 50 5 4 40 8 Temos várias
5 40 4 5 35 7 situações em que:
6 30 3 6 30 6 Umg X Umg Y
7 20 2 7 25 5 
PX PY
8 10 1 8 20 4
9 0 0 9 15 3

Só uma situação cumpre a restrição orçamental:


60/10 = 30/5 = 6
 DT = 3 * 10 + 6 * 5 = 60
O consumidor maximiza a utilidade consumindo 3 unidades de X e 6
unidades de Y. 76

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