Você está na página 1de 44

A teoria do consumidor

A teoria do consumidor

Como a demanda fundamenta-se no comportamento


dos consumidores?

Aplicações importantes da teoria que será vista:


- servir de guia para elaboração e interpretação de
pesquisas de mercado
- fornecer métodos para comparar-se eficácia de
diferentes políticas de incentivo ao consumidor
- dar elementos necessários à avaliação da
eficiência dos sistemas econômicos
A teoria do consumidor

A teoria da utilidade

Utilidade total e utilidade marginal

As pessoas demandam mercadorias porque seu


consumo traz algum tipo de satisfação. Essa é, portanto, a
condição necessária para que uma mercadoria seja
demandada.

A utilidade é, portanto, uma medida comumente


utilizada que tem por objetivo quantificar a satisfação do
consumidor, ou ao menos aproximar-se disso.
A teoria do consumidor

A teoria da utilidade

Utilidade total e utilidade marginal

Utilidade Total
A utilidade total derivada do consumo de determinado
bem cresce à medida que elevamos a quantidade
consumida desse bem. Mas esses acréscimos ocorrem a
taxas decrescentes: quanto mais temos de um bem,
menos utilidade uma unidade a mais desse bem nos
acrescerá na utilidade total.

A utilidade que a última unidade consumida do bem


acrescenta à utilidade total é chamada de utilidade
marginal.
A teoria do consumidor

A teoria da utilidade

Utilidade total e utilidade marginal

Utilidade Marginal
A utilidade marginal do consumo de determinada
mercadoria é o acréscimo à utilidade total decorrente do
consumo de uma aunidade adicional dessa mercadoria.

Lei da utilidade marginal decrescente


À medida que aumenta o consumo de determinada
mercadoria, a utilidade marginal dessa mercadoria
diminui.
A teoria do consumidor

A teoria da utilidade

Utilidade total e utilidade marginal

Dessa forma, podemos concluir que a utilidade total de


se consumir certa quantidade de um bem é igual a soma
das utilidades marginais de cada unidade consumida
desse bem, ou seja:

onde U(n) é a utilidade total do consumo de n unidades e


Umg(i) é a utilidade marginal da i-ésima unidade
consumida.
A teoria do consumidor

A teoria da utilidade

Utilidade total e utilidade marginal


A teoria do consumidor

A teoria da utilidade

Utilidade total e utilidade marginal


A teoria do consumidor

A curva de demanda individual e o equilíbrio do


consumidor

As pessoas valorizam mais aquilo que lhes traz mais


utilidade, e estão dispostas a pagar mais por algo que
tenha utilidade maior.

Preço marginal de reserva


É o preço máximo que o consumidor está disposto a
pagar por uma unidade adicional da mercadoria.
Como o preço marginal de reserva é tanto maior quanto maior for
a utilidade acrescentada por uma unidade adicional de mercadoria,
podemos dizer que o preço marginal de reserva é uma medida de
utilidade marginal.
A teoria do consumidor

A curva de demanda individual e o equilíbrio do consumidor

Curva de demanda
do consumidor: curva
que relaciona preço e
quantidade adquirida
pelo consumidor.
A teoria do consumidor

A curva de demanda individual e o equilíbrio do consumidor

Se o preço marginal de reserva for superior ao


preço praticado no mercado, isso indicará que o
consumidor poderá comprar unidades adicionais da
mercadoria por um preço menor do que o máximo que
ele estaria disposto a pagar. Há, portanto, um estímulo
para que o consumidor aumente a quantidade
demandada do bem.

Se o preço marginal de reserva for inferior ao preço


de mercado, isso indicará que o consumidor está
pagando por algumas unidades consumidas mais do que
o máximo que ele estaria disposto a pagar por elas. Há,
portanto, um estímulo para reduzir a demanda.
A teoria do consumidor

A curva de demanda individual e o equilíbrio do consumidor

Quando o preço marginal de reserva for igual ao


preço de mercado, então o consumidor não terá
incentivo nem para aumentar nem para diminuir seu
consumo. Nesse ponto, dizemos que o consumidor
atingiu o seu equilíbrio.

Equilíbrio do consumidor
O equilíbrio do consumidor é atingido quando a
quantidade consumida é aquela para a qual o preço
marginal de reserva é igual ao preço efetivo de mercado.
A teoria do consumidor

O excedente do consumidor

O excedente do consumidor é a diferença entre o


que o consumidor está disposto a pagar e o que ele
efetivamente paga por uma mercadoria.

O excedente do consumidor total será, portanto, igual


à soma dos excedentes gerados por cada unidade do bem.

Graficamente, corresponde a área abaixo da curva de


demanda, limitada ao preço de mercado.
A teoria do consumidor

A teoria da escolha

A teoria da escolha surge como forma alternativa à


teoria da utilidade, visando explicar a teoria do
consumidor de maneira menos abstrata que a teoria da
utilidade.

Para compreender a teoria da escolha, precisaremos


abandonar a hipótese de coeteris paribus. Todavia, será
necessária uma hipótese simplificadora: vamos supor que
existam apenas duas mercadorias, como por exemplo
alimentação e vestuário.
A teoria do consumidor

Cestas de mercadorias

Uma cesta de mercadorias nada mais é do que um


conjunto de uma ou mais mercadorias associado às
quantidades consumidas de cada uma dessas mercadorias.

Exemplo:
A teoria do consumidor

Curvas de Indiferença

Como um consumidor classifica suas decisões de


consumo? Para responder essa pergunta, precisamos garantir,
inicialmente, que três condições sejam verdadeiras:

→ Tomando quaisquer duas cestas, A e B, o consumidor


consegue dizer se prefere A a B, B a A ou se é indiferente
entre elas;

→ Se o consumidor preferir A a B, e B a C, então ele


preferirá A a C;

→ Sendo todas as mercadorias desejáveis, o consumidor


preferirá sempre comprar quantidade maior de cada uma
dessas mercadorias.
A teoria do consumidor

Curva de Indiferença

Em termos técnicos, uma curva de indiferença é o


lugar geométrico dos pontos que representam cestas de
consumo indiferentes entre si.

Também podemos definir uma curva de indiferença


como a representação gráfica de um conjunto de cestas
de consumo indiferentes para o consumidor, ou seja,
cestas que trazem a mesma satisfação.
A teoria do consumidor

Exemplo:
A teoria do consumidor Capa

Curvas de Indiferença

Exemplo:
No exemplo:

A~Z~B~C~D~E

X preferível a todas as
cestas sobre a curva de
indiferença

Y não é preferível a
nenhuma cesta sobre a
curva de indiferença
A teoria do consumidor

Curvas de Indiferença

Exemplo:
A teoria do consumidor

Curvas de Indiferença

Mapa de Indiferença
Conjunto de todas as
curvas de indiferença do
consumidor.
A teoria do consumidor

Curvas de Indiferença

Propriedades das curvas de indiferença

a.) Curvas de indiferença mais distantes da origem


dos eixos representam cestas de mercadorias mais
desejadas; curvas de indiferença mais próximas da origem
dos eixos representam cestas de mercadorias menos
desejadas.

Essa propriedade se baseia principalmente no pressuposto que os


bens são desejáveis e, portanto, o consumidor sempre deseja maiores
quantidades dos bens em questão.
A teoria do consumidor

Curvas de Indiferença

Propriedades das curvas de indiferença

b.) Uma curva de indiferença tem sempre inclinação


negativa, ou seja, ela se inclina para baixo e à direita.

Curvas de indiferença com


inclinação positiva são impossíveis,
pois, se as duas mercadorias
forem desejáveis, a cesta de
mercadorias B será preferível à
cesta de mercadorias A, mesmo
que ambas estejam sobre a
mesma curva de indiferença, o que
caracteriza uma contradição.
A teoria do consumidor

Curvas de Indiferença

Propriedades das curvas de indiferença

c.) Duas curvas de indiferença não se cruzam jamais.

Por este exemplo hipotético, a


cesta A é indiferente a C.
Entretanto, A também pertence a I0,
e nesse sentido é indiferente a B.
Logo, a cesta C deverá ser
indiferente à cesta B. Mas a cesta
C está a direita e acima de B, e é
preferível à cesta B. Isso
caracteriza uma contradição.
Capítulo 5
A teoria do consumidor

Taxa marginal de substituição

A taxa marginal de substituição de uma mercadoria I


por uma mercadoria II é a redução da quantidade da
mercadoria I necessária para se repor o consumidor na
mesma curva de indiferença quando há um aumento de
uma unidade no consumo da mercadoria II. Ela indica,
portanto, o máximo que o consumidor estaria disposto a
ceder da mercadoria I em troca da mercadoria II.
A teoria do consumidor

Taxa marginal de substituição

Exemplo:
A teoria do consumidor

Taxa marginal de substituição

Exemplo:

Note que a taxa marginal de substituição de vestuário


por alimentação é cada vez menor à medida que nos
deslocamos para as linhas inferiores da tabela.
Isso se justifica pelo fato de que quando temos escassez
em um dos bens, estamos dispostos a dar mais unidades do
bem que temos em abundância para obtermos uma unidade
adicional do bem que nos falta. À medida que obtemos mais
e mais unidades do bem que antes era escasso, nossa
carência com relação a este bem diminui, e por isso
passamos a dar menor valor a unidades adicionais desse
bem.
A teoria do consumidor

A linha de restrição orçamentária

A linha de restrição orçamentária representa o limite


de consumo de um agente, pois mostra todas as combinações
de consumo possíveis entre os bens existentes na economia,
limitadas à renda total do agente.

Matematicamente, e supondo que há apenas dois bens


disponíveis (alimentação e vestuário),

P a qa + P v qv = R
Onde Pi = preço do bem i, i = alimentação, vestuário
qi =quantidade consumida do bem i, i = alimentação,
vestuário
R = renda do indivíduo
A teoria do consumidor

A linha de restrição orçamentária

Exemplo:
A teoria do consumidor

A linha de restrição orçamentária

Exemplo:
A teoria do consumidor

A linha de restrição orçamentária

Exemplo:
→ Cestas de consumo que estejam sobre a linha de
restrição orçamentária estão esgotando a renda do
consumidor.
→ Cestas de consumo que estejam abaixo da linha de
restrição orçamentária estão subutilizando a renda
do consumidor, pois parte da renda não será utilizada.
→ Cestas de consumo acima da linha de restrição
orçamentária não estarão disponíveis, uma vez que a
totalidade da renda será insuficiente para
consumi-las.
A teoria do consumidor

Deslocamentos da linha de restrição


orçamentária

A posição da linha de restrição orçamentária depende de


dois fatores: dos preços das mercadorias e da renda do
consumidor.

Logo, variações no preço dos bens e na renda do


consumidor determinarão mudanças na restrição
orçamentária.
A teoria do consumidor

Deslocamentos da linha de restrição orçamentária

Variações no preço dos bens


Quando o preço de um dos bens varia, teremos alteração
da interseção da linha orçamentária com o eixo do bem em
questão.
Por exemplo, supondo uma redução no preço dos
alimentos, os consumidores poderão, com a mesma renda
inicial, aumentar a quantidade de alimentos adquirida e,
portanto, a restrição orçamentária se move para a direita,
mantendo a interseção no eixo vertical e alterando a
interseção no eixo horizontal.
O mesmo raciocínio pode ser feito para o caso onde há
aumento dos preços dos alimentos: os consumidores
comprarão menos alimentos e, nesse caso, a restrição
orçamentária se desloca para a esquerda
A teoria do consumidor

Deslocamentos da linha de restrição orçamentária

Graficamente,

Redução do preço
dos alimentos
A teoria do consumidor

Deslocamentos da linha de restrição orçamentária

Graficamente,

Aumento do preço
dos alimentos
A teoria do consumidor

Deslocamentos da linha de restrição orçamentária

Variações na renda do consumidor

Quando a renda dos consumidores varia, teremos um


deslocamento de toda a restrição orçamentária (para a direita
ou para a esquerda), e não apenas a alteração de uma das
interseções.

No nosso exemplo, supondo que a renda do consumidor


aumente, a restrição orçamentária se desloca para a direita, e
em ambos os eixos, pois o consumidor aumenta seu consumo
em ambos os bens.

Já no caso de uma redução na renda do consumidor, a


restrição orçamentária se contrai para a esquerda do gráfico,
com o consumidor diminuindo a quantidade consumida de
ambos os bens.
A teoria do consumidor

Deslocamentos da linha de restrição orçamentária

Graficamente,

Aumento da renda
→ a cesta M,
antes não
disponível, passa
a ser acessível ao
consumidor.
A teoria do consumidor

Deslocamentos da linha de restrição orçamentária

Graficamente,

Diminuição da renda
→ a cesta O, antes
disponível, passa a
ser não acessível ao
consumidor com a
nova renda.
A teoria do consumidor

Equilíbrio do consumidor

O equilíbrio do consumidor é o ponto onde o


consumidor escolhe, entre as cestas de consumo disponíveis
(dado seu nível de renda) aquela que lhe é melhor, não tendo
motivos, portanto, para alterar sua escolha.

Graficamente, o equilíbrio do consumidor é obtido na


cesta de mercadorias correspondente ao ponto de tangência
entre a linha de restrição orçamentária e a curva de
indiferença mais elevada que toca essa linha.
A teoria do consumidor

Equilíbrio do consumidor
A teoria do consumidor

Derivando a curva de demanda

Evidentemente, a cada deslocamento da linha de restrição


orçamentária, teremos um novo ponto de equilíbrio.

Para derivarmos a curva de demanda de determinado


bem, devemos ver como se comporta o equilíbrio de mercado
a medida que variamos o preço deste bem, mantendo
constantes a renda e o preço dos demais bens existentes na
economia.
A teoria do consumidor

Derivando a curva de demanda

Neste caso, derivando a


curva de demanda por
alimentação: ao alterarmos
o preço de P0 para P1, e
posteriormente para P2,
alteramos a quantidade
demandada pelo agente a
cada diferente preço.
Associando cada preço a sua
respectiva quantidade,
encontramos a curva de
demanda por alimentação.
A teoria do consumidor

Da demanda individual à demanda de


mercado
Até agora, derivamos curvas de demanda para
consumidores, de maneira individual. Entretanto, é
necessário observar como as demandas individuais
relacionam-se com as demandas de mercado.

Para estabelecer essa relação, basta notar que a


quantidade demandada de uma mercadoria por parte do
conjunto dos consumidores é a soma das quantidades
demandadas dessa mercadoria por consumidor individual.

A demanda de mercado pode ser obtida, portanto, pela


soma horizontal das demandas individuais, ou seja, basta
somar as quantidades demandadas pelos consumidores a
cada preço.
A teoria do consumidor

Da demanda individual à demanda de mercado

Exemplo:

Você também pode gostar