Você está na página 1de 22

Capítulo 3: Comportamento do consumidor

PARTE II
PRODUTORES, CONSUMIDORES E MERCADOS COMPETITIVOS
CAPÍTULO 3
COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
OBSERVAÇÕES PARA O PROFESSOR
O Capítulo 3 fornece a base a partir da qual será derivada a curva de demanda no Capítulo
4. Para que os alunos sejam capazes de entender a teoria da demanda, eles devem dominar os
conceitos de curvas de indiferença, taxa marginal de substituição, linha do orçamento, e escolha
ótima do consumidor. É possível discutir as escolhas do consumidor sem aprofundar-se nos
detalhes da teoria da utilidade. Para muitos estudantes, as funções de utilidade são um conceito
mais abstrato do que as relações de preferência. No entanto, caso se pretenda discutir a questão da
incerteza no Capítulo 5, será necessário discutir antes o conceito de utilidade marginal (seção 3.5).
Mesmo que a teoria da utilidade seja apresentada apenas brevemente, é importante que os alunos
compreendam o conceito de utilidade, pois esse termo aparecerá muitas vezes no Capítulo 4.
Ao introduzir o conceito de curva de indiferença, é importante enfatizar que os dois eixos
representam quantidades físicas. De fato, após terem estudado a oferta e a demanda, os alunos
poderiam pensar que o preço deveria estar no eixo vertical. Como forma de ilustrar as curvas de
indiferença, escolha uma cesta inicial no gráfico e peça aos alunos para apontar as cestas que os
consumidores devem preferir em relação à cesta inicial, e aquelas que devem ser consideradas
inferiores à cesta inicial. Isso deverá dividir o gráfico em quatro quadrantes, o que tornará mais
fácil para os alunos a visualização do conjunto de cestas entre as quais o consumidor é indiferente.
É recomendável que sejam apresentados vários exemplos com diferentes tipos de mercadorias,
pedindo-se à turma para desenhar as curvas de indiferença em cada caso. Os exemplos também são
úteis para explicar a significância das hipóteses relativas às preferências; ao apresentar diferentes
exemplos, pode-se perguntar quais hipóteses seriam violadas.
A explicação do conceito de utilidade flui naturalmente a partir da discussão das curvas de
indiferença. Apesar de tratar-se de um conceito abstrato, é possível transmitir aos alunos a
essência desse conceito em tempo relativamente curto. Para tanto, pode-se partir da observação de
que o objetivo dos consumidores é maximizar sua utilidade sujeito a uma restrição orçamentária.
Quando um consumidor vai a uma loja, escolhe a cesta de produtos preferida dentre aquelas que
pode adquirir. A partir disso, pode-se derivar a curva de demanda. É importante ressaltar que,
para o consumidor, o que importa é a ordenação relativa entre as várias possíveis cestas de
produtos, e não o valor absoluto da utilidade, que não tem qualquer significado. Por fim, outro
conceito fundamental é a taxa à qual os consumidores estão dispostos a trocar mercadorias (a taxa
marginal de substituição), que depende da satisfação relativa derivada do consumo de cada
mercadoria.
A taxa marginal de substituição, TMS, é um conceito que pode confundir os alunos.
Alguns deles tendem a confundir a TMS com a razão entre as quantidades das duas mercadorias.
Quando isso ocorre, pode-se notar que a inclinação é igual à razão entre a variação na quantidade
medida no eixo vertical, Y, e a variação na quantidade do eixo horizontal, X. Essa razão é igual
à razão dos interceptos de uma linha tangente à curva de indiferença. À medida que nos movemos
ao longo de uma curva de indiferença convexa, esses interceptos mudam e, conseqüentemente, a
TMS também muda. Outro problema é a terminologia “TMS de X por Y”, que pode causar
confusão pelo fato de que não estamos trocando “X por Y”, mas Y por uma unidade de X. É
recomendável ilustrar esse importante conceito através de diversos exemplos em sala de aula.
22
Capítulo 3: Comportamento do consumidor

QUESTÕES PARA REVISÃO


1. O que significa o termo transitividade de preferências?
A transitividade de preferências significa que, se alguém prefere A em relação a B,
e B em relação a C, então essa pessoa prefere A em relação a C.
2. Suponha que um determinado conjunto de curvas de indiferença não possua inclinação
negativa. O que você pode dizer a respeito de quão desejáveis são essas duas mercadorias?
Uma das principais hipóteses da teoria das preferências é que quantidades maiores
dos bens são preferidas a quantidades menores. Logo, se a quantidade consumida
de um bem diminui, os consumidores devem obter um menor nível de satisfação.
Esse resultado implica necessariamente curvas de indiferença negativamente
inclinadas. No entanto, se uma mercadoria é indesejável, o consumidor estará em
melhor situação ao consumir quantidades menores da mercadoria; por exemplo,
menos lixo tóxico é preferível em relação a mais lixo. Quando uma mercadoria é
indesejável, as curvas de indiferença que mostram o dilema entre aquela
mercadoria e a mercadoria desejável apresentam inclinações positivas. Na Figura
3.2 abaixo, a curva de indiferença U2 é preferida à curva de indiferença U1.

Figura 3.2
3. Explique a razão pela qual duas curvas de indiferença não podem se interceptar.
A resposta pode ser apresentada mais facilmente com a ajuda de um gráfico como o
da Figura 3.3, que mostra duas curvas de indiferença se interceptando no ponto A.
A partir da definição de uma curva de indiferença, sabemos que um consumidor
obtém o mesmo nível de utilidade em qualquer ponto sobre uma determinada
curva. Nesse caso, o consumidor é indiferente entre as cestas A e B, pois ambas
estão localizadas sobre a curva de indiferença U1. Analogamente, o consumidor é
indiferente entre as cestas A e C porque ambas estão localizadas sobre a curva de
indiferença U2. A propriedade de transitividade das preferências implica que tal
consumidor também devera ser indiferente entre C e B. No entanto, de acordo com
o gráfico, C está situada acima de B, de modo que C deve ser preferida a B. Assim,
está provado que duas curvas de indiferença não podem se interceptar.

23
Capítulo 3: Comportamento do consumidor

Figura 3.3
4. Desenhe um conjunto de curvas de indiferença para as quais a taxa marginal de
substituição seja constante. Desenhe duas linhas de orçamento com diferentes inclinações;
mostre, em cada caso, qual será a escolha maximizadora de satisfação. Que conclusões você
poderia tirar?
Na Figura 3.4, a mercadoria X e a mercadoria Y são substitutos perfeitos, de modo
que as curvas de indiferença são linhas retas, U1 e U2, ambas com inclinação igual a
-1. No caso de mercadorias que são substitutos perfeitos, o consumidor sempre
preferirá comprar a mercadoria mais barata, de modo a obter utilidade máxima.
Por exemplo, se a mercadoria Y for mais barata que a mercadoria X, o consumidor
se defrontará com a restrição orçamentária L2 e maximizará sua utilidade no ponto
A. Por outro lado, se a mercadoria X for mais barata que a mercadoria Y, o
consumidor se defrontará com a restrição orçamentária L1 e maximizará sua
utilidade no ponto B. Se a mercadoria X e a mercadoria Y tiverem o mesmo preço,
a restrição orçamentária coincidirá com a curva de indiferença, e o consumidor será
indiferente entre qualquer ponto sobre a curva. Para entender a razão disso, lembre
que a inclinação da linha do orçamento é Em termos mais gerais, a
inclinação de uma curva de indiferença linear é a taxa constante à qual o
consumidor está disposto a trocar as duas mercadorias. Se as inclinações da linha de
orçamento e da curva de indiferença forem iguais, o consumidor será indiferente
entre qualquer ponto sobre a linha do orçamento. Quando as inclinações forem
diferentes, o consumidor deverá optar por uma das extremidades da linha do
orçamento, de acordo com as respectivas inclinações.

24
Capítulo 3: Comportamento do consumidor

Figura 3.4

5. Explique por que a taxa marginal de substituição de uma pessoa entre duas mercadorias
deve ser igual à razão entre os preços das mercadorias para que o consumidor possa obter
satisfação máxima.
A TMS representa a taxa à qual o consumidor está disposto a trocar uma
mercadoria por outra de modo a manter seu nível de satisfação inalterado. A razão
entre os preços representa a troca que o mercado está disposto a realizar entre as
duas mercadorias. A tangência de uma curva de indiferença com a linha do
orçamento representa o ponto no qual as duas taxas são iguais e consumidor obtém
satisfação máxima. Se a TMS entre duas mercadorias não fosse igual à razão entre
os preços, o consumidor poderia trocar uma mercadoria pela outra aos preços de
mercado, de modo a obter níveis de satisfação mais elevados. Esse processo
continuaria até que o nível de satisfação mais alto possível fosse atingido.

6. Explique por que os consumidores provavelmente estariam em piores condições de


satisfação quando um produto que eles consomem fosse racionado.
Se a quantidade máxima de uma mercadoria for fixada por lei em nível inferior à
quantidade desejada, nada garante que o mais alto nível de satisfação possível possa
ser alcançado. De fato, o consumidor não será capaz de obter maiores quantidades
da mercadoria racionada através da redução do consumo de outras mercadorias. O
consumidor só conseguirá maximizar sua utilidade sem restrição no caso em que a
quantidade máxima for fixada em nível acima do desejado. (Observação: o
racionamento pode causar maior nível de bem-estar social, por razões de eqüidade
ou justiça entre os consumidores.)
7. Após a fusão com a economia da Alemanha Ocidental, os consumidores da Alemanha
Oriental demonstravam preferência por automóveis Mercedes-Benz em relação a
automóveis Volkswagen. Entretanto, depois de terem convertido suas poupanças para

25
Capítulo 3: Comportamento do consumidor

marcos alemães, muitos desses consumidores correram até os revendedores Volkswagen.


Como você explicaria esse aparente paradoxo?
Para responder essa questão, são necessárias três hipóteses: 1) um Mercedes custa
mais do que um Volkswagen; 2) a função de utilidade dos consumidores da
Alemanha Oriental inclui duas mercadorias: automóveis e todas as outras
mercadorias, avaliadas em marcos alemães; e 3) os consumidores da Alemanha
Oriental auferem alguma renda. Com base nessas premissas, podemos especular
que, ainda que os consumidores da antiga Alemanha Oriental prefiram um
Mercedes a um Volkswagen, é possível que eles não tenham renda suficiente para
comprar um Mercedes ou, então, que eles prefiram uma cesta composta por um
Volkswagen e outras mercadorias a uma cesta que inclua apenas um Mercedes. A
utilidade marginal de consumir um Mercedes pode exceder a utilidade marginal de
consumir um Volkswagen, mas para o consumidor o que importa é a utilidade
marginal por dólar para cada mercadoria. O fato dos consumidores terem se
dirigido aos revendedores Volkswagen, e não aos revendedores Mercedes, indica
que a utilidade marginal por dólar deve ter sido mais elevada para os Volkswagen.
8. Descreva o princípio da igualdade marginal. Explique por que esse princípio não se
mantém se uma utilidade marginal crescente estiver associada ao consumo de uma ou ambas
as mercadorias.
De acordo com o princípio da igualdade marginal, para que o grau máximo de
satisfação seja obtido é necessário que a razão entre utilidade marginal e preço seja
igual para todas as mercadorias. A linha de raciocínio é a mesma apresentada na
Questão para Revisão No. 5. Parte-se do fato de que a utilidade é maximizada
quando o orçamento é alocado de modo a igualar, para todas as mercadorias, a
utilidade marginal por dólar gasto.
Se a utilidade marginal é crescente, o consumidor maximiza sua satisfação
consumindo quantidades cada vez maiores da mercadoria. Isso significa que,
supondo preços constantes, o consumidor acabaria gastando toda sua renda com
uma única mercadoria. Teríamos, então, uma solução de canto, na qual o princípio
da igualdade marginal não pode valer.
9. Qual é a diferença entre utilidade ordinal e utilidade cardinal? Explique por que a
suposição de utilidade cardinal não se faz necessária para a ordenação das preferências do
consumidor.
A utilidade ordinal implica um ordenamento das alternativas que não leva em
consideração a intensidade das preferências. Essa abordagem permite, por exemplo,
afirmar que a primeira escolha do consumidor é preferida à segunda escolha, mas
não especifica quão preferível é a primeira opção. A utilidade cardinal implica que
a intensidade das preferências pode ser quantificada. Uma classificação ordinal é
suficiente para ordenar as escolhas do consumidor de acordo com suas preferências.
Não é necessário saber quão intensamente um consumidor prefere a cesta A à cesta
B; é suficiente saber que A é preferida a B.
10. Os preços dos computadores caíram substancialmente durante as duas últimas
décadas. Use essa queda no preço para explicar por que o IPC tende a subestimar o índice
de custo de vida para indivíduos que utilizam essas máquinas intensivamente.

26
Capítulo 3: Comportamento do consumidor

O índice de preços ao consumidor mede as variações na média ponderada dos


preços de uma cesta de mercadorias adquiridas pelos consumidores. Os pesos de
cada mercadoria correspondem à sua participação na despesa total do consumidor.
Escolhe-se um ano-base, e usam-se os pesos observados no ano para calcular o IPC
naquele e nos anos seguintes. Quando o preço de uma mercadoria cai de forma
significativa, o consumidor tende a consumir mais daquela mercadoria em
detrimento das demais, o que implica mudanças na distribuição da renda do
consumidor entre as várias mercadorias. O uso dos pesos do ano-base ignora o
efeito das variações de preço sobre a participação de cada mercadoria no total de
despesas, levando, assim, a uma medida imprecisa das mudanças no custo de vida.
Por exemplo, suponha que, em 1970, Fred gastasse 10% de sua renda em
computadores, e que a participação de cada mercadoria na despesa total de Fred em
1970 tenha sido usada como peso no cálculo do IPC de Fred nos anos seguintes. Se
a demanda de Fred por computadores fosse inelástica, reduções no preço dos
computadores (em relação às outras mercadorias) diminuiriam a proporção de sua
renda gasta com computadores. Após 1970, um IPC baseado nos pesos de 1970
estaria atribuindo um peso de 10% ao preço dos computadores, apesar de Fred
gastar menos que 10% de sua renda com computadores. Supondo que os preços das
outras mercadorias estivessem aumentando, ou caindo menos que 10%, o IPC
estaria atribuindo pesos excessivamente pequenos às variações nos preços das
outras mercadorias, e subestimando as mudanças no custo de vida de Fred.

EXERCÍCIOS
1. Neste capítulo, não foram consideradas mudanças nas preferências do consumidor por
diversas mercadorias. Todavia, em determinadas situações, as preferências devem se
modificar à medida que ocorre o consumo. Discuta por que e como as preferências
poderiam se alterar ao longo do tempo tendo por referência o consumo das seguintes
mercadorias:
a. Cigarros
A hipótese de preferências constantes é razoável se as escolhas do consumidor são
independentes no tempo. Mas essa hipótese não é válida nas situações em que o
consumo do bem envolve a criação de hábitos ou vícios, como no caso dos
cigarros: o consumo de cigarros em um período influencia seu consumo nos
períodos seguintes.
b. Jantar pela primeira vez em um restaurante de culinária típica
Jantar pela primeira vez em um restaurante diferente não envolve nenhum vício do
ponto de vista físico, mas, ao propiciar ao consumidor maiores informações sobre o
restaurante em questão, influencia suas escolhas nos períodos subseqüentes. O
consumidor pode gostar de jantar sempre em restaurantes diferentes, que ainda não
conheça, ou então pode estar cansado de fazê-lo. Em ambos os casos, as
preferências mudam à medida que ocorre o consumo.
2. Desenhe as curvas de indiferença para as seguintes preferências de um consumidor por
duas mercadorias: hambúrguer e cerveja.

27
Capítulo 3: Comportamento do consumidor

a. Alex gosta de cerveja, porém detesta hambúrgueres. Ele sempre prefere consumir
mais cerveja, não importando quantos hambúrgueres possa ter.
Para Alex, os hambúrgueres são um “mal.” As suas curvas de indiferença
apresentam inclinação positiva em vez de negativas. Para Alex, U1 é preferida a U2
e U2 é preferida a U3. Veja a figura 3.2a. Se os hambúrgueres fossem um bem
neutro, as curvas de indiferença seriam verticais e a utilidade cresceria à medida
que nos movêssemos para a direita e mais cerveja fosse consumida.
b. Betty mostra-se indiferente entre cestas que contenham três cervejas ou dois
hambúrgueres. Suas preferências não se alteram à medida que consome maior
quantidade de qualquer uma das duas mercadorias.
Dado que Betty é indiferente entre três cervejas e dois hambúrgueres, existe uma
curva de indiferença ligando esses dois pontos. As curvas de indiferença de Betty
são um conjunto de linhas paralelas com inclinação de . Veja a figura 3.2b.
c. Chris come um hambúrguer e em seguida toma uma cerveja. Ele nunca consumirá
uma unidade adicional de um item sem que consuma também uma unidade adicional
do outro.
Para Chris, hambúrgueres e cerveja são complementos perfeitos, ou seja, ele
sempre deseja consumir as duas mercadorias em proporções fixas. As curvas de
indiferença apresentam formato de L, com os ângulos do L ao longo de uma linha
de 45 graus a partir da origem. Veja a figura 3.2c.

Figura 3.2.a

28
Capítulo 3: Comportamento do consumidor

Figura 3.2.b

d. Doreen gosta muito de cerveja, porém é alérgica a carne. Toda vez que come um
hambúrguer, fica com urticária.
Para Doreen, os hambúrgueres não são um “bem”, mas um “mal,” de modo que sua
utilidade não aumenta ao mover-se para cima e para a direita, e sim para baixo e
para a direita. Para Doreen, U1 é preferida a U2 e U2 é preferida a U3. Veja a
figura 3.2d.

Figura 3.2.c

29
Capítulo 3: Comportamento do consumidor

Figura 3.2.d

3. O preço de uma fita cassete é $10 e o preço de um CD é $15. Philip tem um orçamento de
$100 e já adquiriu 3 fitas. Portanto, ele ainda possui $70 para gastar com fitas adicionais ou
CDs. Desenhe a linha do orçamento de Philip. Se o resto de suas despesas for destinado a
comprar 1 fita cassete e 4 CDs, mostre sua escolha de consumo na linha do orçamento.
Dada a renda de $70 que ainda lhe resta, Philip pode adquirir até 7 fitas cassete,
caso gaste toda a renda nesse tipo de mercadoria, ou até 4,7 CDs, caso toda a renda
seja destinada a essa mercadoria. Assim, conforme mostra a figura 3.3, a sua linha
do orçamento intercepta o eixo vertical na quantidade de 7 fitas e o eixo horizontal
na quantidade de 4,7 CDs. Dado que os preços são constantes, a linha do
orçamento apresenta inclinação constante e é uma linha reta.

Figura 3.3

30
Capítulo 3: Comportamento do consumidor

4. Debra geralmente toma um refrigerante quando vai ao cinema. Ela pode escolher entre
três tamanhos de refrigerante: pequeno (8 onças), que custa $1,50, médio (12 onças), que
custa $2,00, e grande (16 onças), que custa $2,25. Descreva a restrição orçamentária de
Debra referente à decisão de quantas onças de refrigerante adquirir. (Suponha que Debra
possa se desfazer da quantidade de refrigerante que não deseja sem qualquer custo.)
Observe, em primeiro lugar, que o preço por onça diminui à medida que aumenta
o tamanho do refrigerante. Quando Debra compra o refrigerante de 8 onças, paga
. Quando ela compra o refrigerante de 12 onças, paga
$0,17 por onça, e quando ela compra o refrigerante de 16 onças, paga $0,14 por
onça. A existência de três preços diferentes implica que a linha do orçamento
deve apresentar duas quebras, como mostra a figura 3.4.

Figura 3.4

31
Capítulo 3: Comportamento do consumidor

5. Suponha que Bill considere manteiga e margarina como substitutos perfeitos.


a. Desenhe um conjunto de curvas de indiferença que descreva as preferências de Bill
por manteiga e margarina.

Figura 3.5.a

b. Será que tais curvas de indiferença seriam convexas? Por quê?


A convexidade implica que qualquer segmento de reta ligando dois pontos da curva
deve estar situado acima da curva, ou seja, a curva é “arqueada para dentro”. Dado
que o consumidor considera a manteiga e a margarina como substitutos perfeitos, a
utilidade marginal não é decrescente, e as curvas de indiferença resultantes são
linhas retas. Curvas de indiferença retas não são estritamente convexas.
c. Se a manteiga custasse $2 e a margarina apenas $1, e Bill tivesse um orçamento de
$20 por mês, qual seria a cesta de mercado que Bill escolheria? Você poderia
demonstrar isso graficamente?
Sejam Y a renda de Bill, PB o preço da manteiga, B a quantidade de manteiga, PM o
preço da margarina e M a quantidade de margarina. A restrição orçamentária é,
portanto, dada por:
Y = PB B + PM M.
Inserindo nessa equação os valores dados de Y, PB, e PM,, obtemos a representação
específica da restrição orçamentária de Bill:
20 = 2B + 1M, ou B = 10 - 0.5M.
Tendo em vista que Bill é indiferente entre manteiga e margarina, e o preço da
manteiga é maior que o preço da margarina, Bill comprará apenas margarina.
Trata-se de uma solução de canto, pois a escolha ótima ocorre sobre um dos eixos.
Na Figura 3.5.c, a cesta que maximiza a utilidade de Bill é o ponto A.

32
Capítulo 3: Comportamento do consumidor

Figura 3.5.c
6. Suponha que Jones e Smith tenham decidido reservar $1.000 por ano para despesas com
bebidas alcoólicas e não-alcoólicas. Jones e Smith possuem preferências substancialmente
diferentes por esses dois tipos de bebida. Jones prefere as bebidas alcoólicas, ao passo que
Smith tem preferência pelas não-alcoólicas.
a. Desenhe um conjunto de curvas de indiferença para Jones e um segundo conjunto
para Smith.

Figura 3.6.a
b. Utilizando o conceito de taxa marginal de substituição, discuta a razão pela qual os
dois conjuntos de curvas de indiferença são diferentes entre si.
Para qualquer combinação de bebidas alcoólicas, A, e não-alcoólicas, N, Jones está
disposto a abrir mão de grande quantidade de N para obter uma unidade adicional
de A, enquanto que Smith está disposto a abrir mão de grande quantidade de A para
obter uma unidade adicional de N. Dado que Jones precisa receber mais N do que
Smith para ser compensado pela perda de determinada quantidade de A, a sua taxa
33
Capítulo 3: Comportamento do consumidor

marginal de substituição de bebidas alcoólicas por não-alcoólicas é mais baixa que


a de Smith. Colocando as bebidas alcoólicas no eixo vertical, as curvas de
indiferença de Jones são menos inclinadas que as curvas de indiferença de Smith
em qualquer ponto do gráfico.
c. Se Smith e Jones pagassem os mesmos preços por suas bebidas, suas taxas marginais
de substituição de bebidas alcoólicas por não-alcoólicas seriam iguais ou diferentes?
Explique.
A maximização da utilidade implica que o consumidor deve escolher as
quantidades de cada mercadoria de modo que a TMS entre quaisquer duas
mercadorias seja igual a razão entre seus preços. Se Smith e Jones são
consumidores racionais, as suas TMS devem ser iguais, pois eles se defrontam com
os mesmos preços de mercado. É importante ressaltar que, por possuírem
preferências diferentes, eles deverão consumir quantidades diferentes das duas
mercadorias, apesar de suas TMS serem iguais.

7. Na Geórgia, o preço do abacate é o dobro do preço do pêssego, ao passo que, na


Califórnia, os dois produtos apresentam o mesmo preço. Se os consumidores dos dois
estados maximizam a utilidade, suas taxas marginais de substituição de pêssegos por
abacates serão iguais? Caso não o sejam, em que estado a taxa será mais elevada?
A taxa marginal de substituição de pêssegos por abacates é a quantidade de
abacates que uma pessoa está disposta a ceder em troca de um pêssego adicional.
Quando os consumidores maximizam a utilidade, eles igualam sua taxa marginal de
substituição à razão dos preços, que nesse caso é . Na Geórgia,

, o que significa que, quando os consumidores maximizam a

utilidade, . Na Califórnia, , o que significa que

quando os consumidores maximizam a utilidade, . Logo, a taxa


marginal de substituição não é igual nos dois estados, e deverá ser mais elevada na
Califórnia.

8. Anne participa de um programa de milhagem que lhe confere, por meio de bônus,
descontos de 25% nas passagens aéreas após ter completado 25.000 milhas no ano, e de 50%
após ter completado 50.000 milhas. Você poderia traçar a linha do orçamento com que se
defronta Anne ao planejar seus vôos para o ano?
Na Figura 3.8, apresentamos as milhas de vôo (M) no eixo horizontal, e todas as
outras mercadorias (G), em dólares, no eixo vertical. A restrição orçamentária é:
Y = PM M + PG G, ou
Y P 
G  M M .
PG PG 

34
Capítulo 3: Comportamento do consumidor

A inclinação da linha do orçamento é . Nesse caso, o preço das milhas de


vôo muda à medida que o número de milhas aumenta, de modo que a linha do
orçamento apresenta quebras para 25.000 e 50.000 milhas. Supondo que PM seja
$1 por milha para milhagens menores ou iguais a 25.000 milhas, teremos PM =
$0,75 para 25.000 < M  50.000, e PM = $0,50 para M > 50.000. Supondo, ainda,
PG = $1,00, a inclinação da linha do orçamento será -1 entre A e B, -0,75 entre B e
C, e -0,5 entre C e D.

Figura 3.8

9. Antônio comprou 8 livros-texto novos durante seu primeiro ano na faculdade a um preço
de $50 cada. Livros usados custam apenas $30 cada. Quando a livraria anunciou que, para
o próximo ano, haveria acréscimos de 20% no preço dos livros novos e de 10% para os livros
usados, o pai de Antônio ofereceu-lhe $80 adicionais. A situação de Antônio estará melhor
ou pior depois da mudança dos preços?
De acordo com a análise da preferência revelada, o fato de Antônio ter optado pela
aquisição de livros novos quando ambos os livros novos e usados estavam
disponíveis indica que, aos preços então vigentes, Antônio não estava disposto a
substituir livros novos por usados.
No entanto, dados os aumentos nos preços dos livros, que passam a custar $60 no
caso de livros novos e $33 no caso de livros usados, o preço relativo dos livros
novos aumenta de para . O aumento no preço relativo pode
acarretar dois tipos de resposta por parte de Antônio:
(1) Se livros novos e usados não são substitutos para Antônio (curvas de
indiferença em formato de L), na nova situação, caracterizada por preço relativo

35
Capítulo 3: Comportamento do consumidor

mais alto dos livros novos e aumento de renda de $80, Antônio estará tão bem
quanto antes. Observe que $80 = (60 - 50)8.
(2) Se Antônio decidir comprar alguns livros usados em resposta à mudança de
preço relativo (e dados os $80 adicionais), ele se moverá para uma curva de
indiferença mais alta e, conseqüentemente, estará em situação melhor que antes.
Veja as Figuras 3.9.a e 3.9.b.

Figura 3.9.a

Figura 3.9.b
10. Suponha que Samantha e Jason gastem, cada um, $24 por semana com entretenimentos
de vídeo e cinema. Quando os preços das fitas de vídeo e das entradas de cinema são iguais a
$4, eles alugam 3 fitas de vídeo e compram 3 entradas de cinema. Após uma guerra de
preços no setor de fitas de vídeo e um aumento no custo das entradas de cinema, o preço da
fita de vídeo cai para $2 e o preço da entrada de cinema sobe para $6. Samantha agora passa
a alugar 6 fitas de vídeo e compra 2 entradas de cinema; Jason, entretanto, passa a comprar
1 entrada de cinema e a alugar 9 fitas de vídeo.

36
Capítulo 3: Comportamento do consumidor

a. Samantha estará em situação melhor ou pior após a modificação nos preços?


O ponto original de maximização da utilidade para Samantha pode ser representado
pelo ponto A, situado na curva U1, na Figura 3.10.a. Dados os novos preços,
Samantha poderia continuar consumindo a cesta original A: $24 = $2(3 fitas de
vídeo) + $6 (3 entradas de cinema). O fato dela optar pela cesta B revela que essa
cesta lhe proporciona um maior nível de utilidade, U2. Veja a Figura 3.10.a.

Figura 3.10.a

b. Jason estará em situação melhor ou pior após a modificação nos preços?


De forma análoga, Jason também estará em situação melhor.
11. Connie possui uma renda mensal de $200, que gasta com duas mercadorias: carne e
batatas.
a. Suponha que o preço da carne seja $4 por libra e que o preço das batatas seja $2 por
libra. Desenhe a restrição orçamentária de Connie.
Sejam M = carne e P = batatas. A restrição orçamentária de Connie é
$200 = 4M + 2P, ou
M = 50 - 0,5P.
Conforme mostra a Figura 3.11.a, com M no eixo vertical, o intercepto vertical é
50. O intercepto horizontal pode ser calculado fazendo M = 0 e resolvendo para P.

37
Capítulo 3: Comportamento do consumidor

Figura 3.11.a
b. Suponha também que a função utilidade de Connie seja expressa por meio da
equação u(M, P) = 2M + P. Que combinação de carne e batatas ela deveria comprar
pata maximizar a sua utilidade? (Dica: Considere carne e batatas como substitutos
perfeitos.)
O nível de utilidade de Connie é igual a 100 quando ela compra 50 libras de carne e
não compra batatas ou quando compra 100 libras de batatas mas não compra carne.
A curva de indiferença associada a U = 100 coincide com a sua restrição
orçamentária. Qualquer combinação de carne e batatas ao longo dessa curva lhe
proporcionará utilidade máxima.
c. O supermercado que Connie utiliza oferece uma promoção especial. Se ela adquirir
20 libras de batatas (a $2 por libra), receberá grátis 10 libras adicionais de batatas.
Esta promoção só é válida para as primeiras 20 libras de batatas. Todas as batatas
além das primeiras 20 libras (exceto as 10 libras de bônus) ainda custam $2 por libra.
Desenhe a restrição orçamentária de Connie.
A Figura 3.11.c representa a restrição orçamentária de Connie quando o
supermercado oferece a promoção especial. Note que a restrição orçamentária
apresenta uma inclinação igual a -2 no intervalo entre zero e vinte libras de batatas,
é horizontal entre vinte e trinta libras, dado que as primeiras dez libras que
excederem a quantidade de vinte são gratuitas, e novamente apresenta inclinação de
-2 até interceptar o eixo horizontal no nível de 110 libras.

38
Capítulo 3: Comportamento do consumidor

Figura 3.11.c
d. Um surto de parasita faz com que o preço das batatas suba para $4 por libra. O
supermercado encerra sua promoção. Que aspecto passaria a ter a restrição
orçamentária de Connie agora? Que combinação de carne e batatas maximizaria sua
utilidade?
Com o preço das batatas a $4, Connie poderia comprar 50 libras de carne ou 50
libras de batatas, ou alguma combinação intermediária. Veja a Figura 3.11.d. Ela
maximiza sua utilidade, atingindo o nível de U = 100, no ponto A, onde consome
50 libras de carne mas não consome batatas. Esta é uma solução de canto.

Figura 3.11.d

12. A utilidade que Jane obtém por meio do consumo de alimento A e vestuário V é dada
por:
u(A,V) = AV.

39
Capítulo 3: Comportamento do consumidor

a. Desenhe a curva de indiferença associada a um nível de utilidade igual a 12 e a curva


de indiferença associada a um nível de utilidade igual a 24. Essas curvas de
indiferença são convexas?
Para encontrar as cestas de alimento, A, e vestuário, V, que geram utilidade de 12 e
24, basta resolver as equações e .

U = 12 U = 24

Alimento Vestuário Alimento Vestuário


1,0 12,0 1,0 24,0
1,5 8,0 2,0 12,0
2,0 6,0 3,0 8,0
3,0 4,0 4,0 6,0
4,0 3,0 6,0 4,0
6,0 2,0 8,0 3,0
8,0 1,5 12,0 2,0
12,0 1,0 24,0 1,0

As curvas de indiferença são convexas.


b. Suponha que o alimento custe $1 por unidade, o vestuário custe $3 por unidade, e que
Jane disponha de $12 para as despesas com os dois bens. Desenhe a linha do
orçamento com a qual ela se defronta.
A restrição orçamentária é:
Y = PF F + PC C, ou
1 
12 = 1F + 3C, ou C  4   F .
3
Veja a Figura 3.12.a.

40
Capítulo 3: Comportamento do consumidor

Figura 3.12.a

c. Qual será a escolha de alimento e vestuário capaz de maximizar sua utilidade? (Dica:
resolva a questão graficamente.)
O maior nível de satisfação possível ocorre no ponto onde a linha do orçamento é
tangente à curva de indiferença mais alta. Na Figura 3.12.a isso ocorre no ponto A
= 6 e V = 2. Como forma de verificar esta resposta, observe que a aquisição dessa
cesta exaure a renda de Jane: 12 = 6PA + 2PV. Note também que essa cesta gera
uma satisfação de 12, pois (6)(2) = 12. Veja a Figura 3.12.a.
d. Qual será a taxa marginal de substituição de alimento por vestuário quando a
utilidade for maximizada?
No ponto associado à utilidade máxima, a inclinação da curva de indiferença é
igual à inclinação da restrição orçamentária. Dado que a TMS é igual ao negativo
da inclinação da curva de indiferença, a TMS nesse problema é igual a um terço.
Assim, Jane estaria disposta a abrir mão de 1/3 unidades de vestuário para obter
uma unidade adicional de alimento.
e. Suponha que Jane tenha decidido adquirir 3 unidades de alimento e 3 unidades de
vestuário com seu orçamento de $12. Sua taxa marginal de substituição de alimento
por vestuário seria maior ou menor que 1/3? Explique.
Se Jane comprar 3 unidades de alimento a $1,00 por unidade e 3 unidades de
vestuário a $3,00 por unidade, ela gastará toda a sua renda. No entanto, ela obterá
um nível de satisfação de apenas 9, que representa uma escolha sub-ótima. Nesse
ponto, a TMS é maior que 1/3, de modo que, dados os preços com os quais Jane se
defronta, ela gostaria de abrir mão de vestuário para obter mais alimento. Ela
estará disposta a trocar vestuário por alimento até o ponto em que a sua TMS seja
igual à razão entre os preços. Veja a Figura 3.12.e.

41
Capítulo 3: Comportamento do consumidor

Figura 3.12.e

13. A utilidade que Meredith obtém por meio do consumo de alimento A e vestuário V é
expressa como: u(A,V) = AV. Suponha que sua renda, em 1990, fosse de $1,200 e que o
preço unitário de ambas as mercadorias fosse $1. Porém, em 1995, o preço da alimentação
passou a $2 e o preço do vestuário elevou-se para $3. Sendo o índice do custo de vida para
Meredith igual a 100 em 1990, calcule o índice de custo de vida ideal e o índice de
Laspeyres para 1995. (Dica: Meredith gastará montantes iguais em alimento e vestuário,
dadas suas preferências.)
Índice de Laspeyres
O índice de Laspeyres indica quanto Meredith teria que gastar a mais em 1995,
relativamente a 1990, para consumir as mesmas quantidades de alimento e vestuário que
ela consumia em 1990. Ou seja, o índice de Laspeyres para 1995 (L) é dado por:
L = 100 (Y)/Y
onde Y’ representa o montante que Meredith gastaria aos preços de 1995 para consumir
as mesmas quantidades de alimento e vestuário que ela consumia em 1990: Y  = PAA +
PVV = 2A + 3V, onde A e V representam as quantidades de alimento e vestuário
consumidas em 1990.
Precisamos, portanto, calcular A e V, que compõem a cesta de alimento e vestuário que
maximiza a utilidade de Meredith dados os preços e a sua renda em 1990. Podemos usar
a dica acima para simplificar o problema: dado que ela gasta montantes iguais nas duas
mercadorias, PAA = PVV. Alternativamente, podemos derivar a mesma equação
matematicamente: dada a função utilidade de Meredith, UMV = U/V = A, e UMA =
U/A = V. Para maximizar sua utilidade, Meredith escolhe uma cesta de consumo tal
que UMA/UMV = PA/PV, que resulta na mesma equação anterior: PAA = PVV.
A partir da restrição orçamentária, sabemos também que:
PAA + PVV = Y.
Combinando essas duas equações e usando os valores para os preços e renda de 1990,
obtemos o seguinte sistema de equações:
42
Capítulo 3: Comportamento do consumidor

V = A e V + A = 1,200.
Resolvendo o sistema, obtemos:
V = 600 e A = 600.
Logo, o índice de Laspeyres é:
L = 100(2A + 3V)/Y = 100[(2)(600) + (3)(600)]/1200 = 250.
Índice Ideal
O índice ideal indica quanto Meredith teria que gastar a mais em 1995, relativamente a
1990, para consumir quantidades de alimento e vestuário que lhe proporcionassem a
mesma utilidade que ela auferia em 1990. Ou seja, o índice ideal para 1995 (I) é dado
por:
I = 100(Y'')/Y, onde Y'' = P'AA + P'VV' = 2A' + 3V'
onde A' e V' são as quantidades de alimento e vestuário que proporcionam a Meredith a
mesma utilidade que ela auferia em 1990, pelo menor custo possível aos preços de 1995.

A cesta (A',V') estará localizada sobre a mesma curva de indiferença de (A,V) e a curva
de indiferença será, nesse ponto, tangente à linha do orçamento com inclinação -(P' A/P'V),
onde P'A e P'V são os preços de alimento e vestuário em 1995. Dado que Meredith gasta
montantes iguais nas duas mercadorias, sabemos que 2A' = 3V'. Além disso, como essa
cesta está localizada na mesma curva de indiferença da cesta A = 600, V = 600, também
sabemos que A'V' = (600)(600).
Resolvendo para A', obtemos:
A'[(2/3)A'] = 360.000 ou A' = = 734,8.

Podemos, então, obter V':


V' = (2/3)A' = (2/3)734,8 = 489,9.
O índice ideal será, portanto:
I = 100(2A' + 3V')/Y = 100[2(734,8) + (3)(489,9)]/1200 = 244,9.

43

Você também pode gostar