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Introdução;
A Teoria do Consumidor;
INTRODUÇÃO
Nas duas unidades anteriores, vimos que a curva de demanda de mercado por uma
mercadoria é derivada pela adição das curvas de demanda dos indivíduos. Também dissemos que
a curva de demanda de cada indivíduo e, portanto, a de mercado, tem inclinação descendente em
consequência dos efeitos substituição e renda.
O efeito substituição refere-se ao facto de que à medida que o preço de uma mercadoria
baixa, substituímo-la por mercadorias similares em consumo.
O efeito renda, refere-se ao facto de que à medida que o preço de uma mercadoria
baixa, uma dada renda monetária permite ao consumidor adquirir mais desta e de outras
mercadorias, porque seu poder aquisitivo aumentou.
Exemplo:
Quando o preço do café baixa, pode-se substituir o consumo do chá por este. Além
disso, quando o preço do café baixa, um consumidor pode comprar mais café e outras
mercadorias, com dada renda monetária. Por isso, a curva de demanda do consumidor e do
mercado, é de inclinação decrescente por causa desses efeitos substituição e renda. Quanto
melhor e maior é o número de substitutos disponíveis para uma mercadoria, tanto mais elástica é
Nesta senda, a utilidade procura explorar os desejos que formam a demanda pelos
produtores e serviços disponíveis ao consumidor. Assim, compreende-se que a satisfação no
consumo dos produtos é cada vez menor conforme consumimos mais e mais produtos.
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Trade Off’s é uma expressão que define uma situação em que há conflito de escolha e, isto ocorre quando se abre
mão de algum bem ou serviço distinto para se obter outro bem ou serviço distinto.
Em suma, pode se afirmar que, a teoria do consumidor explica como um indivíduo gasta
a sua renda. Ela estuda o comportamento do consumidor no processo de utilização de bens ou
serviços, na busca de satisfação das necessidades.
COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
Como um consumidor de renda limitada decide que bens e serviços deve adquirir? Para
responder a esta questão e, compreender o comportamento do consumidor, deve o consumidor
ser examinado em três etapas distintas: preferências do consumidor, restrições orçamentárias e
escolhas do consumidor.
A primeira etapa consiste em encontrar uma forma prática de descrever por que as
pessoas poderiam preferir uma mercadoria em relação à outra. Assim, considerando a imensa
variedade de bens e serviços disponíveis no mercado e a diversidade de gostos pessoais, como
poderemos descrever as preferências do consumidor de forma coerente?
Para tal, vamos começar pensando em como um consumidor pode comprar diferentes
conjuntos de itens disponíveis para a compra. Um dado conjunto de itens será preferido em
relação ao outro, ou os consumidores serão indiferentes a esses dois conjuntos?
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Lista com quantidades especificas de um ou mais bens.
EXEMPLO:
Como o método de medição é basicamente arbitrário, neste texto indicaremos cada item
em uma cesta de consumo simplesmente pelo número total de unidades de cada mercadoria ali
contida. A cesta de mercado A, por exemplo, compõe-se de 20 unidades de alimento e 30 de
vestuário; a B consiste em 10 unidades de alimento e 50 de vestuário e assim por diante.
A 20 30
B 10 50
D 40 20
E 30 40
G 10 20
H 10 40
Observe que essas predileções não levam em conta os preços. Um consumidor poderia
preferir bife a hambúrguer, porém compraria o segundo por ser mais barato.
3. Mais é melhor do que menos: presumimos que todas as mercadorias são desejáveis,
isto é, são benéficas. Em consequência, os consumidores sempre preferem quantidades maiores
de qualquer mercadoria. Assim, eles nunca ficam completamente satisfeitos ou saciados; mais é
sempre melhor, mesmo que seja só um pouquinho melhor. Essa premissa é adoptada por motivos
didácticos: ela simplifica a análise gráfica.
Essas três premissas constituem a base da teoria do consumidor. Elas não explicam as
preferências do consumidor, mas lhe conferem certo grau de racionalidade e razoabilidade.
CURVAS DE INDIFERENÇA
manifestar sua predileção por determinada cesta em relação a outra, ou ainda sua indiferença
entre as duas. Essa informação poderá então ser utilizada para ordenar todas as possíveis
alternativas de consumo. Para visualizarmos esse facto graficamente, vamos supor que existam
apenas dois tipos de mercadorias disponíveis para consumo: Alimentos (A) e Vestuário (V).
Nesse caso, as cestas de mercado descrevem as diferentes combinações desses dois bens que
uma pessoa poderia querer adquirir.
A curva de indiferença U1 que passa pela cesta de mercado A mostra todas as cestas que
dão ao consumidor o mesmo nível de satisfação da cesta A; isso inclui as cestas B, H e D. O
consumidor prefere a cesta E, que está acima de U1, em relação a cesta A, mas prefere a cesta de
mercado A em relação a G, que está abaixo de U1.
EM SUMA:
deriva directamente da suposição de que mais de um bem é melhor do que menos. Se houvesse
uma curva de indiferença inclinada para cima, o consumidor seria indiferente entre duas cestas
de mercado, mesmo que uma delas tivesse mais dos dois bens, ou seja, de alimento e vestuário,
do que a outra.
Nesta senda, a utilidade procura explorar os desejos que formam a demanda pelos
produtores e serviços disponíveis ao consumidor. Assim, compreende-se que a satisfação no
consumo dos produtos é cada vez menor conforme consumimos mais e mais produtos.
FUNÇÃO UTILIDADE
A função utilidade é uma fórmula que atribui um nível de utilidade a cada cesta de
mercado, ou seja, é uma formula que atribui níveis de utilidade a cestas de mercado individuais,
Pindyck e Rubinfeld, 2013, p. 77.
Suponhamos, por exemplo, que a função utilidade de Rungo por Alimento (A) e
Vestuário (V) seja: U(A;V) = A + 2V.
Nesse caso, uma cesta de mercado que tenha 8 unidades de alimento e 3 unidades de
vestuário gerará uma utilidade de 8 + (2)*(3) = 14.
Para Rungo, portanto, é indiferente essa cesta de mercado ou outra cesta que contenha 6
unidades de alimento e 4 unidades de vestuário, pois [6 + (2)*(4) = 14].
Por outro lado, qualquer uma dessas cestas é preferível a uma terceira que contenha 4
unidades de alimento e 4 unidades de vestuário. Porquê? Porque essa última cesta proporciona
um nível de utilidade de apenas 4 + (4)*(2) = 12.
NOTA:
RESTRIÇÕES ORÇAMENTÁRIAS
LINHA DE ORÇAMENTO
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Restrições Orçamentais sãos as restrições que os consumidores enfrentam como resultado do facto de suas rendas
serem limitadas.
Como resultado, as combinações desses dois bens que ele pode adquirir estão dispostas
sobre essa linha e são dadas pela expressão:
PA*A + PV*V = I
Fórmulas rápidas para o cálculo dos pontos de intersecção da recta de restrição orçamental
EXEMPLO:
Suponhamos que determinado consumidor possua uma renda semanal de $80,00, que o
preço do alimento seja $1,00 por unidade e que o preço do vestuário seja $2,00 por unidade. A
tabela abaixo, apresenta as diversas combinações de alimento e vestuário que ele pode adquirir
semanalmente com $80,00.
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São todas as combinações de bens para as quais o total de dinheiro gasto é igual à renda.
A 40 $80,00
$80,00
B 20
$80,00
D 20
$80,00
E 60
$80,00
G 0
b) Se todo o orçamento fosse dirigido ao vestuário, qual é a quantidade máxima que ele
poderia adquirir ao preço de $2,00 por unidade?
c) E se ele gastasse todo o seu orçamento com alimento, qual é a quantidade máxima que
ele poderia adquirir ao preço de $2,00 por unidade?
d) Trace a linha de orçamento do consumidor que descreve as combinações dos dois bens
que podem ser adquiridas de acordo com a renda do consumidor e os preços dos dois
bens (vestuário e alimento).
RESPOSTA:
Sendo:
$80,00
B 20 30
$80,00
D 40 20
$80,00
E 60 10
$80,00
G 80 (Máximo a Adquirir) 0
b) Se todo o orçamento fosse dirigido ao vestuário, o máximo que ele poderia adquirir
seria 40 unidades (ao preço de $2,00 por unidade), conforme representado pela cesta de
mercado A.
c) Caso ele gastasse todo o seu orçamento com alimento, poderia adquirir um total de 80
unidades (a $1,00 por unidade), conforme representado pela cesta de mercado G.
Interpretação:
Embora a Utilidade Total (UT) aumente, a Utilidade Marginal ou Extra (UMg) que
terá no consumo de cada unidade adicional da mercadoria diminuirá. A isto, se dá o nome de Lei
da Utilidade Marginal Decrescente.
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é a satisfação total que um indivíduo obtém pelo consumo de certa quantidade de bem ou serviço. Por conseguinte,
será o somatório das utilidades marginais.
UTILIDADE MARGINAL
No mesmo diapasão, Pindyck e Rubinfeld (2005, p. 93), referem que Utilidade Marginal
(UMg), mede a satisfação adicional obtida pelo consumo de uma unidade adicional de
determinado bem.
Imagine, por exemplo, o caso de programas de televisão: sua utilidade marginal poderia
cair após a segunda ou terceira hora e até se tornar muito pequena após a quarta ou quinta.
Exemplo:
No quadro abaixo, as duas primeiras colunas dão a Utilidade Total (UTx) hipotética de
um indivíduo em uma escala de consumo de várias quantidades da mercadoria “X” (digamos
laranjas) por unidade de tempo.
0 0
1 10
2 18
3 24
4 28
5 30
RESOLUÇÃO:
a)
0 0 10
1 10
2 18
3 24
4 28
5 30
b)
NOTA:
As escalas de Utilidade Total (UTx) e da Utilidade Marginal (UMg) acima, dão as curvas
de Utilidade Total e Utilidade Marginal igualmente acima. Já que a utilidade marginal foi
definida como a mudança na utilidade total resultante da mudança em uma unidade de consumo,
cada valor de Utilidade Marginal, foi registado no ponto intermédio dos dois níveis de consumo.
Assim sendo, a curva da Utilidade Marginal (UMg), ilustra a lei dos rendimentos decrescentes.
Assim, a TMS mede o valor que um indivíduo atribui a uma unidade extra de um bem em
termos de outro.
Note que o vestuário aparece no eixo vertical e o alimento aparece no eixo horizontal.
Quando descrevemos a TMS, devemos estar claro de qual dos bens estamos desistindo e de qual
estamos obtendo maior quantidade. Para sermos coerentes ao longo de todo o texto, definiremos
a TMS em termos da quantidade de mercadoria representada no eixo vertical que o indivíduo
deseja abrir mão para obter uma unidade extra da mercadoria representada no eixo horizontal.
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A Taxa Marginal de Substituição (TMS) é a quantidade máxima de um bem que um consumidor está disposto a
deixar de consumir para obter uma unidade adicional de um outro bem.
EXEMPLO:
Com base nos dados da tabela abaixo, determine a TMS e, trace a curva de indiferença e
faça a análise das unidades de vestuário que se devem desistir para se produzir mais unidades de
alimentos.
A 1 16
B 2 10
D 3 6
E 4 4
G 5 3
RESOLUÇÃO:
A 1 16 6
B 2 10
D 3 6
E 4 4
G 5 3
NOTA:
As pessoas têm de fazer escolhas. A forma de uma curva de indiferença mostra como o
consumidor deseja substituir um bem pelo outro. Veja, por exemplo, a curva de indiferença do
exemplo acima, mostra-nos que, partindo da cesta de mercado A e indo para a cesta B, vemos
que o consumidor está disposto a abrir mão de 6 unidades de vestuário para obter 1 unidade extra
de alimento. Entretanto, movimentando-se de B para D, ele se dispõe a desistir de apenas 4
unidades de vestuário para obter 1 unidade adicional de alimento e, ao se movimentar de D para
E, ele se dispõe a desistir de 2 unidades de vestuário para obter 1 unidade de alimento e,
finalmente, ao se movimentar de E para G, ele se dispõe a desistir de 1 unidades de vestuário
para obter 1 unidade de alimento. Quanto mais vestuário e menos alimento uma pessoa possuir,
maior será a quantidade de vestuário que ela estará disposta a desistir para poder obter mais
alimento. Da mesma forma, quanto maior a quantidade de alimento que ela possuir, menor será a
quantidade de vestuário que ela estará disposta a abrir mão para obter mais alimento.
EM SUMA:
B e D), para 2 (entre D e E), ate 1 (entre E e G). Portanto, quando a TMS diminui ao longo da
curva de indiferença, a curva e convexa.
Em geral, as curvas de indiferença são convexas, isto é, arqueadas para dentro. O termo
convexo significa que a inclinação da curva de indiferença aumenta (isto é, torna-se menos
negativa) à medida que nos movimentamos para baixo ao longo da curva. Em outras palavras,
uma curva de indiferença é convexa quando a TMS diminui ao longo dessa curva.
Outra forma de descrever tal situação seria dizendo que os consumidores preferem em
geral uma cesta de mercado balanceada em relação a uma cesta cujo conteúdo total seja de
apenas um tipo de mercadoria. Observe o exemplo anterior, em que uma cesta de mercado
relativamente balanceada, contendo 3 unidades de alimento e 6 unidades de vestuário (cesta D),
satisfaz tanto quanto uma outra cesta contendo apenas 1 unidade de alimento e 16 de vestuário
(cesta A).
Efeito Renda: aumento na quantidade comprada de uma mercadoria com uma dada renda
monetária quando seu preço baixa;
Efeito Substituição: aumento na quantidade comprada de uma mercadoria quando o seu preço
baixa (como resultado da desistência de compra de outras mercadorias similares);
Excedente do Consumidor: diferença entre o que o consumidor estaria disposto a pagar por
uma dada quantidade de mercadoria e o que realmente paga;
a) Do efeito substituição;
b) Do efeito renda;
a) É negativa e crescente;
b) É negativa e decrescente;
c) É zero;
d) É positiva e decrescente.
a) A diferença entre o que o consumidor realmente paga e o que está disposto a pagar;
b) A diferença entre o que o consumidor está disposto a pagar e o que ele realmente
paga;
d) O que o consumidor está disposto a pagar dividido pelo que ele realmente paga.
5. Um indivíduo tem $300,00 para gastar com Alimento e Vestuário. Uma unidade de
Alimento custa $5,00 e a unidade de Vestuário custa $2,50.
c) Agora suponha que o preço do bem 1 caiu para $10,00. Qual o efeito na recta/linha
orçamentária?
d) Suponha ainda que o preço do bem 1 retornou para $20,00 e a renda do consumidor
caiu para $70,00. Qual é o efeito na recta/linha orçamentária?
0 0
1 14
2 26
3 37
4 47
5 56
6 64
7 70
8 74
9 77
10 78
8. Com base nos dados da tabela abaixo, determine a TMS e, trace a curva de indiferença e
faça a análise das unidades de vestuário que se devem desistir para se produzir mais
unidades de alimentos.
A 1 20
B 2 11
D 3 8
E 4 5
G 5 3