IZEPÃO, R. L.; BRITO, E. C.; BERGOCE, J. . O indivíduo na economia
neoclássica, comportamental e institucional: da passividade à ação. LEITURAS DE ECONOMIA POLÍTICA (UNICAMP), v. 20, p. 55-74, 2020.
O artigo em questão, trata-se de uma pesquisa bibliográfico-descritiva, que
tem o objetivo de mostrar a relação entre o comportamento dos indivíduos e o impacto de suas ações na economia, fazendo assim, uma passagem pela Economia Institucional, Teoria Neoclássica e a Economia Comportamental, para fazer uma análise e demostrar os pontos de concordância e discordância entre si. As autoras citam algumas teorias que abordam as ações humanas no âmbito econômico, e embora, o desenvolvimento do capitalismo tenha gerado grandes mudanças e originado novos estudos, destaca-se que a escola neoclássica é a precursora em analisar especificamente o comportamento do consumidor.
Na primeira parte do referencial teórico é destacada a importância da escola
clássica, pois é considerada um elemento importante para o desenvolvimento e consolidação da teoria neoclássica. As duas escolas do pensamento econômico possuem notórias divergências, e entre elas, o artigo cita as seguintes:
i) a substituição da teoria do valor do trabalho, pela teoria do valor utilidade,
que revela o abandono do foco na produção como determinante do valor, para o foco nas condições de demanda7; ii) abandono das classes sociais como elementos de análise, substituídas por indivíduos racionais e egoístas, que visavam unicamente maximizar o prazer e minimizar a dor; iii) em vez de centrar-se na produção, a análise econômica passou a preocupar-se com o consumo (IZEPÃO; BRITO; BERGOCE, 2020). Fica evidente que a teoria neoclássica é mais especifica que a clássica, pois estuda o lado da demanda com um olhar mais individual.
A seguir, o estudo fala a respeito da teoria neoclássica do consumidor e a
utilidade como medida de satisfação, expondo que o consumidor é racional e otimizador. Isso porque, segundo a teoria, o consumidor deseja aumentar sua satisfação e diminuir seus esforços, sempre agindo racionalmente em suas escolhas. Isso significa que os consumidores buscam um produto de alta qualidade e com o preço mais baixo possível, colocando em prática a sua racionalidade. Diante disso, os pressupostos da teoria são apresentados:
A Teoria Neoclássica do Consumidor tem como pressupostos: a) a
existência de informações completas (perfeitas), portanto, o consumidor além de conhecer a sua renda disponível e preferências, conhece o mercado, as mercadorias disponíveis e seus preços; b) o consumidor conhece sua função de utilidade, derivada da ordenação de suas preferências; c) o indivíduo sempre busca o maior consumo de qualquer produto porque é insaciável, sendo limitado somente por sua restrição orçamentária; d) há possibilidade de substituição entre diferentes cestas de mercadorias apresentadas pela curva de indiferença do consumidor, essa permutabilidade também encontra limite na restrição orçamentária do indivíduo e; e) a convexidade em relação à origem das curvas de indiferença quando tangenciada pela reta de restrição orçamentária indica a cesta ótima do consumidor. Nesse ponto, o indivíduo dispõe de uma renda limitada e a utiliza com uma cesta de mercadorias que melhor atenda suas necessidades, no que se refere à quantidade e ordem de preferência (IZEPÃO; BRITO; BERGOCE, 2020).
O Consumidor Universal e o Design Inclusivo: adaptação do Mercado às necessidades do Consumidor Universal, instrumento para a construção de uma sociedade inclusiva, justa e democrática