Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução
O estudo e análise do consumo e de sua dinâmica têm sido objetos de pesquisa cada vez
mais frequentes. No entanto, é essencial adotar abordagens diferenciadas ao examinar grupos
sociais específicos. Este artigo tem como objetivo analisar o comportamento do consumidor de
baixa renda no Brasil e compreender por que o consumo desempenha um papel proeminente
nessa realidade, dada a significativa presença dessa classe na sociedade. Ampliando assim as
teorias existentes, adicionando uma abordagem que enxergue o consumo excessivo como uma
consequência do contexto social em que a comunidade de menor poder aquisitivo se encontra.
Além de enfrentar desvantagens sociais e lidar com desafios diários, a classe de baixa renda
muitas vezes adota práticas que agravam ainda mais sua situação, incluindo o consumo
excessivo e descontrolado.
Segundo Zygmunt Bauman (1999), a busca constante pelo novo supera a satisfação
proporcionada pelo próprio objeto, impulsionando assim o consumidor. Nesse contexto, a
relação entre necessidade e contentamento se inverte, uma vez que a promessa de satisfazer um
desejo supera a mera necessidade. Portanto, quando o sujeito adquire o objeto, isso gera uma
sensação imediata de satisfação, o que logo é sucedido por um novo anseio. Uma busca
incessante pelo inédito se instaura, mesmo que esse novo desejo seja desconhecido pelo
indivíduo, o interesse pelo mesmo será despertado por meio de ofertas e apelos que surgirão. O
autor argumenta que é essa busca incessante que nutre e sustenta a sociedade de consumo.
Castilhos e Rossi (2009) destacam que para famílias de baixa renda, a habitação é
fundamental e consome grande parte de seus recursos financeiros. Além disso, dispositivos
eletrônicos desempenham um papel importante na conectividade com a modernidade. Alguns
eletrodomésticos, como geladeiras e fogões, são considerados essenciais, enquanto a compra
de móveis está relacionada a uma melhor qualidade de vida. Famílias de baixa renda, devido à
falta de educação financeira, são mais influenciadas por estratégias de marketing e publicidade.
Elas estão constantemente expostas a anúncios em várias plataformas, como TV, rádio,
transporte público, dispositivos móveis e websites, tornando difícil para essas pessoas
encontrarem momentos sem estímulos para o consumo.
Visto isso, a literatura apresenta um estudo feito em 2017 por Kícia Russano, cujo tema
era “Consumo, endividamento e exclusão social: uma análise sobre o consumo e seus impactos
financeiros e sociais em famílias brasileiras e cariocas de baixa renda”. A autora concluiu que
a sociedade de consumo aliena seus membros, não apenas no processo de produção de
mercadorias, mas também em relação aos impactos prejudiciais do alto consumo. Isso ocorre
por meio da criação de desejos e necessidades através dos meios de comunicação, que
transformam o consumo em um mito. A abundância é vista de forma positiva, ignorando suas
consequências sociais e a pobreza que resulta da má distribuição de recursos, sendo vista
constantemente associada ao progresso e ao crescimento.
Segundo Ciro Marcondes (1993) os produtos e serviços veiculados pela massa, utilizam
a identificação e a projeção para chegar até o consumidor e o convencer, colocando nos
produtos uma carga de simbolismo, transmitindo assim padrões de vida. Portanto, grande parte
dos produtos e serviços representam situações ideais, tanto na questão de valores, quanto na de
prazer. Assim, torna-se claro que o cenário em que vive o indivíduo de baixa renda, desempenha
um papel significativo no incentivo a comportamentos de consumo em excesso.
Hipótese
Objetivos
Objetivo geral
Objetivos específicos
Conceituar o consumo, relatar seus pilares, e analisar a construção das estratégias que o
promovem.