Alunos(as): Taynara Mendes, Isabella Rocha, Maria Fernanda Colares, Fabrício
Pereira, Helena Fortes, Marcel Warley Moreira
Curso: Design de Moda
Turno: Tarde
ATIVIDADE 2: CONSUMO
Belo Horizonte, 2021
Consumo é a ação de adquirir bens ou serviços através da compra, e pode ser compreendido como uma das fases da atividade econômica. Nesse sentido, o consumo seria o último estágio, sendo precedido da produção e da distribuição. Dessa forma, pode- se dizer que o consumo é a fase final do ciclo econômico, na qual este chega ao seu consumidor final. É fundamental que a capital circule na sociedade capitalista predominante, para que empregos e renda sejam promovidos para todos, tornando tal ciclo essencial para a performance social. O consumo é um ato “necessário”. Diferentes fatores determinam o consumo, Os tipos de bens e serviços que serão consumidos pelos agentes econômicos dependem de diversos fatores, como a renda, os preços dos bens, os hábitos de consumo e a cultura. Por essa razão, o consumo varia entre indivíduos de diferentes, regiões do globo e também entre indivíduos e famílias de um mesmo país ou região, mas pertencentes a classes sociais diferentes. Como apresentado no artigo “Consumo, logo sou feliz (?) a relação entre consumo e felicidade no filme ‘Os delírios de consumo de Becky Bloom’”, a prática do consumo veio a ocupar um lugar central na contemporaneidade, fato que em outros modos de produção econômica, como o feudalismo, por exemplo, não ocorreria. Assim, observa-se que a cultura atual reforça o consumo para além dos aspectos funcionais dos bens adquiridos, mas também pelo ideal simbólico que tal bem carrega. O artigo escrito por Rondinele Aparecida Ribeiro, Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista (UNESP-ASSIS), e Larissa Ribeirete Cavazzana Pimentel, Especialista em Gestão de Pessoas pela UNOPAR, analisa a clara relação contemporânea entre consumo e felicidade, reflexão que utiliza como base o longa-metragem Os Delírios de consumo de Becky Bloom (1995), na qual retrata de forma espetacular como a sociedade está sendo constantemente induzida a consumir por meio de vetores como vitrines de lojas, mídias sociais e campanhas publicitárias, etc, na qual estão sempre informanda o que deve e não deve ser consumido. A produção cinematográfica apresenta a história de uma jovem nova-iorquina chamada Rebecca Bloomwood, uma consumista compulsiva prestes a falir que sonha em trabalhar em uma revitsa de moda, mas acaba sendo contratada por uma revista financeira. Ela acaba tendo grande sucesso escrevendo sobre finanças pessoas, tornando-se conhecido como “a garota da echarpe verde”. Rebecca justifica suas compras compulsivas dizendo que “sente-se tão confiante e viva… E feliz. E plena!”. O artigo utiliza a análise do sociólogo Zygmund Bauman para explicar a narrativa da promessa da felicidade na sociedade moderna, na qual o consumo é a única forma de prometer uma felicidade imediata e eterna. Dito conceito exprime o valor simbólico proporcionado por meio da compra, a constante necessidade de consumir, a constante necessidade de sentir o prazer que se tornou tão intrínseca na vivência humana que não estar feliz, como falado no texto, se tornou algo socialmente mal visto. Pode-se perceber essa concepção simbólica, também, na análise do artigo ““Consumo de experiência” e “experiência de consumo ”: uma discussão conceitual”, por Cláudia da Silva Pereira, Tatiana Siciliano e Everardo Rocha, professores do Programa de Pós- graduação em Comunicação da PUC-Rio, que apresentam uma distinção entre “experiência de consumo” e “consumo de experiência”, uma vez que o primeiro refere-se ao processo de consumo geral, e o segundo refere-se a própria experiência como objeto a ser consumido. Segundo o artigo, o termo “experiência” não possui somente um caráter sensorial, mas as práticas e interações que o constituem. Já o “consumo” é compreendido como o uso de bens materiais e imateriais por indivíduos e grupos, a “experiência de consumo”, portanto, alude a prática de consumir, isto é, o sentimento, sensação, vivência de determinado momento pelo sujeito consumidor. Nota-se que dita experiência é justamente o que faz de Becky Bloom uma compradora compulsiva, a experiência da compra a traz uma euforia única, e como qualquer outro ser humano, Becky almeja tal experiência emocional e faz de tudo para tê-la, até que se encontra a beira da falência. Assim, é notável como o consumo encontra-se tão inerente no meio social que se tornou uma busca individual. Além de suas diversas implicações sociais, há também suas consequências econômicas e ambientais. Até a Revolução Industrial, os produtos eram feitos artesanalmente e, portanto, eram mais escassos e menos acessíveis. Com o advento da tecnologia e da produção em escala, os produtos industrializados se tornaram mais baratos e o consumo começou a crescer. A partir da segunda metade do século XX, com a consolidação do sistema capitalista no mundo, o consumo se intensificou. A sociedade capitalista estimula o consumo em níveis tão elevados que hoje observamos o esgotamento dos recursos naturais e inúmeros prejuízos sociais e ambientais: poluição, produção de lixo, intoxicação de rios e mares e extinção de animais. Todas essas consequências estão relacionadas ao elevado consumo do ser humano no planeta Terra. Já se tem consciência enquanto sociedade de tais práticas e suas consequências, o que é necessário agora é a implantação integral da concepção de consumo consciente para as próximas gerações, e gradualmente dissociar o ideal de consumo e felicidade tão intrínseco no pensamento humano.