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Prof.

Charles Antonio de Paula Bicalho

Aluno: Helena Fortes

Curso: Design de Moda

Resenha Crítica
Camille Paglia

Belo Horizonte, MG
Camille Paglia, nascida em 1947 nos EUA, é uma acadêmica americana, esteta e
feminista autodescrita, conhecida por suas visões não ortodoxas sobre a sexualidade e o
desenvolvimento da cultura e da arte na civilização ocidental. Ela se tornou discípula do
crítico e educador franco Harold Bloom na Universidade de Yale, onde obteve o
doutorado. Em 1974. No início de 1990, Paglia publicou três livros que incorporavam suas
opiniões não convencionais: Sexual Personae: Art and Decadence de Nefertiti a Emily
Dickinson (1990), Sex, Art e American Culture: Essays (1992) e Vamps & Tramps: New
Essays (1994). Sua persona pública e visões causaram muitas controversias e polêmicas
entre acadêmicos e feministas, assim como em audiências de programas de televisão,
salas de aula em faculdades, e aqueles que liam seus ensaios em revistas e contribuições
de artigos de opinião.
Em seu livro “Imagens Cintilantes” foca na ignorância cultural moderna. Paglia escreveu
o que pretendia ser uma "jornada" personalizada pela história da arte, pois acredita que
as pessoas hoje se tornaram visualmente superexpostas pela mídia de massa e
desconectadas do passado. A autora discute obras notáveis de arte aplicada e visual da
antiguidade aos tempos modernos, com foco em obras ocidentais. Fundamentando-se
numa sólida teoria da estética e conduzindo uma análise através de figuras como
pinturas, esculturas, estilos arquitetônicos, performances e artes digitais que definiram e
transformaram nossa realidade visual, Paglia associa suas penetrantes análises a cada
artista e obra dentro de um contexto histórico e social, passando por Ticiano, Bronzino,
Van Dyck, Manet, Picasso, entre outros. Imagens Cintilantes veio para mexer na forma
como vemos e refletimos sobre o mar de imagens da vida moderna.
No artigo “Cavaleiros de Cetim”, Camille Paglia apresenta um estudo sobre as pinturas
de Van Dyck, um famoso pintor inglês no século XVII, a forma que ele representava a
nobreza inglesa, fazendo uma leitura sobre o quadro dos Lordes John e Bernard Stuart, e
chamando o retrato de uma “(…) teatral expressão de moda. (…)”, analisando suas
posturas, peças de roupa e tecidos. Em sua abordagem, a arte mais expressiva e seminal
sempre é aquela associada ou ao processo técnico mais moderno e eficiente de cada
época ou ao entendimento mais preciso e aguçado, pelo artista, das transformações
sociais pelas quais o homem passa a cada época. Como diz no texto, as pinturas de Van
Dyck reproduziam de maneira incrível o cintilo, o peso e qualidade das sedas, veludos,
rendas, etc, capturando principalmente os retratos masculinos, e a arrogância
aristocrática presente na época.
Paglia relata a história dos irmãos, que faleceram em guerra, e como Dyck preservou a
memória dos rapazes vividamente, como a arte possui a capacidade de capturar
momentos e pessoas, e os tornar permanente. Pinturas eram fundamentais para tal, antes
da invenção da fotografia, e hoje servem como artefatos visuais da história, obras que
conservam grande valor pelo que apresentam e como apresentam, como o quadro dos
irmãos Stuart.

Bibliografia
PAGLIA, Camille, Imagens Cintilantes: Uma Viagem Através Da Arte Desde O Egito A
Star Wars.1. ed. Rio de Janeiro: Apicuri, 2014, 202 p.

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