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Graduação em Design de Moda

Taynara Mendes, Isabella Rocha, Maria Fernanda Colares, Fabrício Pereira,


Helena Fortes, Marcel Warley Moreira

ATIVIDADE FINAL
Prof. Wania Maria de Araújo

Belo Horizonte, 2 de março de 2022


O consumo sempre foi algo altamente influenciável, dependente da situação global pra
sofrer alterações, e com a recente fenômeno da pandemia, isso não foi diferente. Depois
do início do Covid-19, é indubitável acatar com as profundas consequências que tal
evento causou no comportamento do consumidor, principalmente com a novidade do
confinamento durante a pandemia. A NOVA consumer Lab, Unidade de Mediação e
Acompanhamentos de Conflitos de Consumo (UMAC), é uma organização criada através
de protocolo celebrado entre a Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa
(NOVA School of Law) e o Instituto do Consumidor, hoje Direção-Geral do Consumidor
(DGC), a UMAC iniciou a sua atividade em 1 de julho de 2001, tendo por objeto essencial
a instrução de processos de mediação de conflitos de consumo. Segundo seu texto a
respeito do consumo na quarentena, mais do que nunca o fast-fashion está dominando o
mercado, muitos chamam a maneira como esse modelo alterou completamente a
indústria da moda e fortaleceu uma explosão de vendas como o “efeito Shein”, efeito qual
vai contra toda lógica de um consumo consciente e sustentável. Além disso, algo que
impulsionou muito a marca chinesa, por exemplo, foi a quantidade de influencers,
youtubers e famosas nas redes sociais que passaram a divulgar fortemente a marca, e
assim ela se tornou a maior em termos de venda e produtos, uma vez que é
exclusivamente online. Só em setembro do ano passado, a app da Shein foi descarregada
10,3 milhões de vezes a nível global, de acordo com os dados da Sensor Tower. Outro
fator importante também são as críticas que a marca vem recebendo por não apresentar
um Código de Ética muito claro, e aparentemente tentar esconder muitas informações e
dados (intermediários ocultos, margens de vendas em quantidade, material de origem
desconhecida, mão de obra barata e pouquíssima transparência negocial). Inclusive, a
escravidão e o trabalho infantil era algo que a marca estava sendo suspeita de usar pelos
seus preços que seriam impossíveis, além do seu descaso com a natureza com seus
tecidos completamente sem qualidade e mal pensados para ter uma longa duração e,
infelizmente, isso resume muitas vezes o fast-fashion. Ademais, além da pandemia ter
incentivado muito as compras online pelo confinamento, outro fator que explica a
quantidade excessiva disso foi justamente o estado emocional agravado pela quarentena,
que afetou em escala mundial o psicológico já influenciado da sociedade, segundo o
jornal Estado de Minas, exposto em sua seção de economia, vendas pela internet
cresceram 27% durante a pandemia no país, atingindo 161 bilhões de reais em 2021,
números exorbitantes e até mesmo perigosos. No Brasil, o consumo exagerado teve
diversas consequências, entre elas o trabalho com condições análogas a escravidão.
Foram incriminadas marcas como Zara, Animale, Renner, Lelis Blanc, entre várias outras.
Auditores fiscais do trabalho flagraram, em setembro de 2017, imigrantes bolivianos que
recebiam uma média de R$ 5 por peça que eram vendidas por até R$ 698 nas lojas da
Animale. Contratações ilegais, trabalho infantil, condições degradantes, jornadas de até
16h diárias, cobrança e desconto irregular de dívidas dos salários e proibição de deixar o
local de trabalho são algumas das condições encontradas pelos fiscais. O século do
superconsumo mantém constantes situações existentes desde a revolução industrial, na
qual o produto possui mais valor do que a vida humana, uma espécie de doença do
século que afeta ambos o estado mental e, em casos como os mostrados, o estado físico
da sociedade.
REFERÊNCIAS

WAETGE, Yasmin. O “EFEITO SHEIN” E O CONSUMO FAST-FASHION. NOVA


consumer Lab, 2022. Disponível em: https://novaconsumerlab.novalaw.unl.pt/o-efeito-
shein-e-o-consumo-fast-fashion/. Acesso em: 2 out. 2022.

FRINGS, G.S. (2012). Moda: do conceito ao consumidor (9a ed.). Porto Alegre:
Bookman.

GARY, Romain. A vida pela frente (La vie devant soi) (1ª ed.). 2019, E-book – Kindle.

As marcas da moda flagradas com trabalho escravo. Repórter Brasil, 2012. Disponível
em: https://reporterbrasil.org.br/2012/07/especial-flagrantes-de-trabalho-escravo-na-
industria-textil-no-brasil/. Acesso em: 2 out. 2022.

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