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Síntese da Lição:
Parte 3. Análise do Consumidor 3.1 Processo de tomada de decisão;
Introdutória e 3.2 Factores que Influenciam o
conceitual Consumidor.
1. Antropologia
O ato de consumir é compreendido como forma de revelar inúmeras particularidades
individuais e culturais de determinado contexto social, os quais são constituídos nas relações
de troca, tal como constatava Mauss (2003).
A antropologia do consumo enfatiza que, para a compreensão das relações de consumo na
sociedade, é preciso o entendimento do espaço de significação em que os bens são utilizados.
A realidade é socialmente construída pelos consumidores, considerando a esfera social
constituída com base na esfera do consumo, onde mapas e significados culturais são
constituídos e os objetivos individuais são evidenciados. Assim, os bens de consumo são
2. Sociologia
As pessoas vivem em sociedade e mantém relações entre si baseadas nos valores sociais. O
convívio com colegas de trabalho, parentes e vizinhos são formas de contato que
estabelecem experiências cotidianas. No momento da interação interpessoal, são
estabelecidos papéis e posições sociais de cada indivíduo, que dependendo do
relacionamento, vão estabelecer a formação de um novo grupo, que por sua vez possui
valores específicos. Nesse sentido, Rocha (2009, p. 41) considera que “valores sociais são
3. Psicologia
Nunca foi tão fácil entender e conhecer os consumidores, eles podem declarar suas
necessidades e desejos, mas agir de outra maneira. Podem não estar a par de suas motivações
mais profundas e responder apenas as influências de ultima hora. Antigamente os
profissionais de marketing encarregados da tomada de decisões perderam o contato com seus
consumidores, portanto, a maioria deles teve que empregar pesquisa de mercado.
Pode-se enquadrar aqui os aspectos ligados ao histórico social do indivíduo.
FATOR PESSOAL
Fatores pessoais dizem respeito às características particulares das pessoas, ou seja, há
momentos evidenciais pelas quais um indivíduo está passando, os quais acabam por interferir
nos seus hábitos e nas suas decisões de consumo. Kotler (1998) apresenta cinco elementos
que constituem os fatores pessoais: idade e estágio do ciclo de vida, ocupação, condições
econômicas, estilo de vida e personalidade.
a) Idade e estágio do ciclo de vida
Salienta Kotler (1998) que as necessidades e os desejos dão eficácia e sentido ao longo de
suas vidas das pessoas. Nesse sentido, Churchill e Peter (2000, p.162) comentam a existência
dos ciclos de vida familiar, isto é, "conjunto de estágios pelos quais as famílias passam e que
influenciam suas necessidades e a capacidade de satisfazê-las".
b) Ocupação
5. Cultura
Todo o consumo é, primeiramente, cultural.
Uma possível definição de comportamento do consumidor é: “a forma como os
consumidores tentam aprender sobre, desejam, adquirem, utilizam e descartam bens,
serviços e atividades disponíveis no mercado para satisfazer as suas necessidades” (Pham,
2013, p. 413).
O paradigma dominante na investigação do comportamento do consumidor é o positivismo.
Esta perspectiva do conhecimento defende que o raciocínio é a forma de alcançar a verdade
e que só existe uma verdade que pode ser alcançada com o recurso à ciência. Está tudo
definido e ordenado com um passado, presente e futuro bem definidos. Esta perspectiva é
predominantemente dominada pela cultura masculina e ocidental.
Outro paradigma mais recente, o interpretivismo, questiona estes pressupostos. Esta corrente
afirma que há uma ênfase excessiva na ciência e tecnologia e que esta forma racional e
ordenada de analisar os consumidores nega a complexidade do mundo social e cultural em
que vivemos. O interpretivismo realça a importância das experiências simbólicas e
7. Ambiente Local
O conceito de envolvimento situacional implica que situações diferem em relação a sua
tendência de provocar interesses ou comportamentos. Para Houston & Rothschild (1977), o
nível do envolvimento situacional deriva dos aspectos de uma situação de compra ou
decisão, externos ao indivíduo, e depende de duas principais categorias de estímulo. A
primeira refere-se àqueles estímulos relacionados ao objeto ou questão pela qual o
comportamento está direcionado, variando com o nível de interesse. Houston & Rothschild
(1977) lembram que, no campo do comportamento do consumidor, características com o
preço, complexidade dos atributos e frequência da compra contribuem diretamente para o
envolvimento situacional.
MELLO (2006) cita uma passagem do professor Everardo Rocha sobre a antropologia do
consumo:
Consumir estes produtos é ter a ilusão de pertencer ao universo simbólico que
ele propõe. Todo produto é assim. Quando você compra alguma coisa, você
compra para o outro, para o mundo coletivo. Todo produto e serviço é, ao mesmo
tempo, um muro e uma ponte. Quando alguém compra uma bolsa Louis Vuitton
constrói um muro em relação às pessoas que não tem Louis Vuitton. Quero dizer
que sou diferente das pessoas que não tem a bolsa. Ao mesmo tempo, cria uma
ponte com todos os outros consumidores de Louis Vuitton. O produto é um
marcador cultural que aproxima ou distancia as pessoas.
A etnografia é um método que enfatiza a análise cultural e, por isso, desempenha um papel
chave no entendimento dos sistemas simbólicos que articulam os objetos de consumo e a
vida cotidiana dos atores sociais na cultura contemporânea. É importante manter aceso o
debate sobre metodologias como essa, que se contrapõem a abordagens positivistas e
reducionistas onipresentes na área de pesquisas de Comportamento do Consumidor. Nesses