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Aluno: Leandro de Aguiar Gonçalves / Matrícula: 2016023680

Data: 24/06/2021

Curso de Graduação em Engenharia Civil


Disciplina: Análise Técnico-Econômica de Transportes
Professor Nilson – Resumo Teoria da Demanda e Comportamento
do Consumidor
Após a leitura do capítulo 2 - TEORIA DA DEMANDA E COMPORTAMENTO DO
CONSUMIDOR, da apostila Análise Técnico-Econômica de Sistemas de Transportes, foi gerado
o resumo a seguir:

A demanda é a relação de quanto os consumidores querem consumir um bem ou serviço a um


determinado nível de preço. A demanda é influenciada por diversos fatores, porém a teoria
tradicional se concentra em quatro fatores principais que são o preço do produto, a renda do
consumidor, o interesse do consumidor e o preço de outros produtos similares.

Quando no caso da demanda por sistemas de transportes, esta vem da combinação da demanda
individual de cada um dos seus usuários e o entendimento do comportamento dos usuários é
fundamental. Um pressuposto muito importante é que o consumidor é racional e ele sempre irá
buscar a maximização da utilidade de um serviço ou produto de acordo com sua renda. No estudo
de demanda por sistemas de transportes, outros fatores são também de grande importância, como
idade, escolaridade, uso do solo, infraestrutura dos sistemas de transporte existentes e outros. Outra
questão importante é que a demanda por transportes flutua com o tempo, a depender do sistema de
transporte, este pode ser mais ou menos solicitado a depender da hora, dia, mês ou ano que se
estuda a demanda. Dessa forma, possui características como alta volatilidade, baixa estocabilidade
considerável elasticidade.

Quando consideramos que o consumidor busca maximizar a utilidade de um serviço, podemos


pensar na teoria das curvas de indiferença. As curvas de indiferença são as combinações de fatores
como por exemplo, preço e tempo de viagem, que fazem o consumidor ter o mesmo nível de
satisfação pelo serviço. Essas combinações de fatores formam a curva e a derivada desta curva, ou
seja, a sua inclinação em cada ponto representa a taxa marginal de substituição de bens e serviços.
A taxa marginal significa quanto um fator (ex. aumentar o tempo) pode ser dado em troca de outro
fator (ex. diminuir o preço) para que seja mantido o mesmo nível de utilidade do produto, por
exemplo, manter mesmo nível de satisfação do consumidor pelo serviço de transporte.

Na imagem a seguir podemos ver 3 curvas de indiferença em uma relação custo (C) e tempo (T)
de um serviço e vemos que os pontos A e B tem a mesma utilidade para o consumidor, tendo a
diferença de que em B a taxa marginal de substituição entre C e T é maior que em A, ou seja, em
B o consumidor aceita reduzir um valor maior do custo para que se aumente o tempo do serviço
do que em A.
As combinações de bens ou serviços representados por curvas de indiferença mais altas, produzem
um nível de satisfação maior, assim são preferíveis em relação às mais baixas. Podemos ver
também que essa taxa marginal na relação C/T apresentada é decrescente, pois se torna cada vez
mais difícil para o consumidor substituir C por T.

Como já dito a demanda depende de vários fatores, porém, podemos estudar a demanda variando
apenas um fator, por exemplo o preço, mantendo as demais variáveis constantes. O resultado disso
seria uma curva parecida com a da figura a seguir:

Vemos neste gráfico, que é denominado curva da demanda, que quanto mais o preço de um bem
aumenta, menor é a demanda por ele e vice-versa. Essa relação pode ser explicada por três efeitos.
O efeito renda, que quanto mais um produto aumenta o preço, o consumidor fica com menor
quantidade de reais para gastar, visto que sua renda se manteve constante. O efeito substituição,
pois se o preço de um produto aumenta, o consumidor poderá optar por outro produto semelhante
que manteve seu valor constante e agora é agora tem uma função de utilidade melhor. E por último
o efeito da utilidade marginal decrescente, que significa que quanto mais um produto é consumido,
menos utilidade ele irá ter e menos será consumido, com isso o mercado tende a abaixar o prelo
para que haja atrativo para o consumo desse bem.

A teoria econômica não define uma forma de curva de demanda e para o caso dos transportes, é
utilizado uma estruturação clássica para definir a demanda, que se chama “modelo quatro etapas”.
O modelo é dividido em:

• Geração de Viagens: Definir viagens atraídas e produzidas pelas zonas de tráfego de


interesse.
• Distribuição de Viagens: Estimar o número de viagens entre as zonas de tráfego em
determinado intervalo de tempo.
• Repartição Modal: Determinar quais modalidades irão atender cada demanda de viagens
entre as zonas de tráfego.
• Alocação de Viagens: Determinar a alocação de uma matriz de origem e destino em uma
rede viária.

A demanda por transportes tem elasticidade com a variação dos fatores a quais ela depende. Por
exemplo, a demanda varia com a mudança do preço do serviço, então a elasticidade-preço da
demanda mede quanto de demanda reage a mudança de preço, quanto mais a demanda variar com
a mudança de preço, mais elástica é essa relação. A fórmula as seguir onde Q representa demanda
e P o preço, pode ser usada para calcular a elasticidade-preço da demanda.

∆𝑄/𝑄
𝐸𝑑 = | |
∆𝑃/𝑃

A elasticidade-preço da demanda varia principalmente pela disponibilidade de substitutos, período


de tempo, natureza da necessidade que o bem ou serviço satisfaz, a proporção de renda com o
preço e o número de usos do produto ou serviço.

Podemos exemplificar também a elasticidade-renda da demanda que seria o quanto a demanda


varia conforme a renda do consumidor. Nessa elasticidade as principais variáveis são o nível de
renda inicial do país, o período de tempo e a natureza das necessidades que os bens ou serviços
atendem.

Os dois exemplos de elasticidade de demanda dados até aqui são elasticidades diretas, ou seja, a
mudança de um fator do produto afeta diretamente a demanda pelo produto. Porém, existe também
elasticidades cruzadas que são quando alterações nos fatores como preço e qualidade de outro bem
ou serviço afetam a demanda pelo bem ou serviço em estudo. Se dois bens ou serviços podem
satisfazer igualmente a mesma necessidade, a elasticidade-cruzada é alta, e vice-versa.

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