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INTRODUÇÃO À ECONOMIA

Prof. Me. Lenardo Maciel de Carvalho


PENSANDO COMO UM ECONOMISTA

• Cada campo de estudo tem sua própria


linguagem...
– Matemáticos
• integrais, axiomas, espaços vetoriais etc.

– Psicólogos
• ego, dissonância cognitiva etc.

– Advogados
• comarcas, delitos contratuais etc.

– Economistas
• oferta, custo de oportunidade, elasticidade, excedente do consumidor, demanda,
vantagem comparativa, peso morto etc.
PENSANDO COMO UM ECONOMISTA
DUAS GRANDES ÁREAS DA ECONOMIA

MICROECONOMIA

 Estuda o comportamento dos indivíduos na economia – como famílias e


empresas tomam decisões e de como interagem nos mercados.

MACROECONOMIA

 Estuda a economia como um todo – incluindo inflação, desemprego e


crescimento econômico.
PENSANDO COMO UM ECONOMISTA

DEVE-SE:
 Pensar em termos de alternativas;

 Avaliar o custo individual e escolhas sociais;

 Examinar e entender como certos eventos e questões estão relacionados.

OS ECONOMISTAS TEM DUAS FUNÇÕES:

 Cientistas: tentam explicar o mundo

 Conselheiros políticos: tentam melhorá-lo.


DUAS GRANDES FUNÇÕES DOS ECONOMISTAS

COMO CIENTISTA...

 Os economistas fazem declarações positivas (o que pode ser


comprovado empiricamente), que tentam descrever o mundo como ele
é.
Ex.: A inflação diminuiu o poder de compras do salário mínimo.
COMO CONSELHEIROS DE POLÍTICAS...

 Os economistas fazem declarações normativas (o que as pessoas


julgam que deve ser), que tentam prescrever como o mundo deveria
ser.
Ex.: O governo deve aumentar o salário mínimo para melhorar o poder de
compras dos trabalhadores.
O MÉTODO CIENTÍFICO

OBSERVAÇÃO, TEORIA E MAIS OBSERVAÇÃO:


 A forma de abordar a economia...
 Envolve o estudo analítico e objetivo
 Faz uso do método científico

 Usa modelos abstratos para ajudar a entender como funcionam as complexas


relações do mundo real.
Exemplo: para estudar comércio internacional, presuma dois países e dois
bens. Não é realista, mas simplesmente para aprender e obter insights úteis
sobre o mundo real.

 Desenvolvimento de teorias com coleta e análise de dados para confirmar ou


refutar as teorias.
O MÉTODO CIENTÍFICO

O PAPEL DAS HIPÓTESES:

 Os economistas fazem hipóteses para facilitar o entendimento do mundo.

 A arte do pensamento científico está em decidir quais hipóteses devem


ser assumidas.

 Economistas usam diferentes hipóteses para responder diferentes


questões.
POR QUE OS ECONOMISTAS DIVERGEM?

 Os economistas podem discordar quanto à validade de teorias positivas


alternativas sobre o funcionamento do mundo;

 Os economistas podem ter valores diferentes e, portanto, visões


normativas diferentes sobre que políticas devem ser realizadas.

 Economistas usam modelos para simplificar a realidade e permitir um


melhor entendimento do mundo.
MODELOS ECONÔMICOS

DOIS MODELOS BÁSICOS:

O Diagrama do Fluxo Circular;

A Fronteira de Possibilidades de Produção.


MODELOS ECONÔMICOS

PRIMEIRO MODELO – O DIAGRAMA DO FLUXO CIRCULAR:

O diagrama do fluxo circular é um modelo visual da economia que mostra


como os reais circulam pelos mercados entre as famílias e as empresas.

 Dois tipos de “agentes”:


Famílias
Empresas

 Dois mercados:
o mercado de bens e serviços
o mercado de “fatores de produção”
MODELOS ECONÔMICOS

PRIMEIRO MODELO – O DIAGRAMA DO FLUXO CIRCULAR:


MODELOS ECONÔMICOS

PRIMEIRO MODELO – O DIAGRAMA DO FLUXO CIRCULAR:

 Empresas
– Produzem e vendem bens e serviços
– Contratam e utilizam fatores de Produção

 Famílias
– Compram e consomem bens e serviços
– Proprietárias e vendedoras dos fatores de produção
MODELOS ECONÔMICOS

PRIMEIRO MODELO – O DIAGRAMA DO FLUXO CIRCULAR:

 Mercado de bens e serviços


Empresas vendem
Famílias compram

 Mercado de fatores de produção


Famílias vendem
Empresas compram
MODELOS ECONÔMICOS

SEGUNDO MODELO – FRONTEIRA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO

 A fronteira de possibilidades de produção é um gráfico que mostra as


combinações de produto que a economia tem possibilidade de produzir
dados os fatores de produção e a tecnologia de produção disponíveis.
MODELOS ECONÔMICOS

SEGUNDO MODELO – FRONTEIRA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO


MODELOS ECONÔMICOS

SEGUNDO MODELO – FRONTEIRA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO


MODELOS ECONÔMICOS

SEGUNDO MODELO – FRONTEIRA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO


 POR QUE A FPP PODE TER FORMA DE ARCO?

 Conforme a
economia desloca
recursos de
computadores
para carros: o
custo de
oportunidade dos
carros aumenta.
MODELOS ECONÔMICOS

SEGUNDO MODELO – FRONTEIRA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO


 POR QUE A FPP PODE TER FORMA DE ARCO?
 No ponto “A”,
a maioria dos
trabalhadores está
A
produzindo
computadores,
mesmo aqueles que
são melhores para
fabricar carros.
Então, não
precisamos
abrir mão de muitos
computadores
para obter mais
carros.
MODELOS ECONÔMICOS

SEGUNDO MODELO – FRONTEIRA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO


 POR QUE A FPP PODE TER FORMA DE ARCO?

 Então, o FPP tem formato de arco quando trabalhadores diferentes


possuem habilidades diferentes, e custos de oportunidade diferentes
para produzir um bem em termos do outro.
CONCLUSÃO

OS ECONOMISTAS TENTAM ABORDAR SUA DISCIPLINA COM A


OBJETIVIDADE DOS CIENTISTAS

 Eles formulam hipóteses apropriadas e constroem modelos


simplificados para entender o mundo que os cerca.

 Dois modelos econômicos simples são o diagrama do fluxo circular e a


fronteira de possibilidades de produção.
CONCLUSÃO

A ECONOMIA É DIVIDIDA EM DUAS ÁREAS

 Microeconomia estuda a tomada de decisões pelas famílias e pelas


empresas e a interação entre essas no mercado;

 Macroeconomia estuda as forças e tendências que afetam toda a


economia.
CONCLUSÃO

ANÁLISES

 Uma declaração positiva é uma declaração sobre como o mundo é;

 Uma declaração normativa é uma declaração sobre como o mundo


deveria ser;

 Quando economistas fazem declarações normativas, estão agindo mais


como conselheiros políticos do que como cientistas.
CONCLUSÃO

 Os economistas que assessoram os formuladores de políticas


oferecem conselhos conflitantes por causa de diferenças de
julgamento científico ou de diferenças de valores.

 Em outras situações, os economistas estão unidos em torno dos


conselhos que oferecem, mas os formuladores de políticas podem
optar por ignorar tais conselhos.
INTERDEPENDÊNCIA E GANHOS DE COMÉRCIO
INTERDEPENDÊNCIA E GANHOS DE COMÉRCIO

NO DIA A DIA

 PENSE EM QUAL É A ORIGEM DOS BENS CONSUMIDOS POR VOCÊ...

ALIMENTAÇÃO VESTUÁRIO

TRANPORTE SERVIÇOS

Economistas estudam como a sociedade produz e distribui os bens, numa


tentativa de satisfazer as vontades e as necessidades dos seus membros.
INTERDEPENDÊNCIA E GANHOS DE COMÉRCIO

COMO SATISFAZEMOS NOSSAS VONTADES E NECESSIDADES?

 PODEMOS SER AUTOSSUFICIENTES ECONOMICAMENTE;

 PODEMOS NOS ESPECIALIZAR E COMERCIALIZAR COM OS OUTROS,


LEVANDO À INTERDEPENDÊNCIA ECONÔMICA.

 Para isso os indivíduos e nações dependem da especialização


na produção e troca como forma de enfrentar problemas
causados pela escassez.
INTERDEPENDÊNCIA E GANHOS DE COMÉRCIO

 Por que interdependência é a norma?

Interdependência ocorre porque as pessoas estão em melhor situação


quando se especializam e comercializam com os outros.

 O que determina produção e comércio?


Padrões de produção e de comércio são baseados em diferenças nos
custos de oportunidade.
INTERDEPENDÊNCIA E GANHOS DE COMÉRCIO

EXEMPLIFICANDO...

 Imagine . . .
. . . somente dois bens (batatas e carne)
. . . somente duas pessoas (um agricultor de batata e um pecuarista) que
desejam carne com batatas.

 O que cada um deve produzir?

 Por que eles devem comercializar?


INTERDEPENDÊNCIA E GANHOS DE COMÉRCIO

VANTAGEM ABSOLUTA

 Compara a produtividade de uma pessoa, firma ou nação em relação a


outra.

 O produtor que necessita de uma quantidade menor de insumos para


produzir um bem, possui uma vantagem absoluta na produção desse bem.

 Se o pecuarista tivesse vantagem absoluta na produção de batata e


carne haveria comércio?

 A teoria da vantagem absoluta não consegue explicar quando existe a


vantagem em dois bens.
INTERDEPENDÊNCIA E GANHOS DE COMÉRCIO

AUTOSSUFICIÊNCIA

 Ignorando um ao outro:
– Cada um consome o que produz.
– A fronteira de possibilidades de produção é também a fronteira de
possibilidades de consumo.

 Sem comércio, os ganhos econômicos são reduzidos.


INTERDEPENDÊNCIA E GANHOS DE COMÉRCIO

AUTOSSUFICIÊNCIA

 Agricultor
Carne – 1kg produzido em 1 hora
Batatas – 1kg produzido em 15 minutos

 Pecuarista
Carne – 1kg produzido em 20 minutos
Batatas – 1kg produzido em 10 minutos
INTERDEPENDÊNCIA E GANHOS DE COMÉRCIO

AUTOSSUFICIÊNCIA

(a) A Fronteira de Possibilidades de Produção do Agricultor (assumindo que


disponha de 08 horas para trabalhar).
INTERDEPENDÊNCIA E GANHOS DE COMÉRCIO

AUTOSSUFICIÊNCIA

(b) A Fronteira de Possibilidades de Produção do Pecuarista (assumindo


que disponha de 08 horas para trabalhar)
INTERDEPENDÊNCIA E GANHOS DE COMÉRCIO

O AGRICULTOR E O PECUARISTA SE ESPECIALIZAM E COMERCIALIZAM

 Cada um estaria melhor especializando-se na produção do produto que


está mais apto a produzir, e depois comercializando entre si.

– O agricultor deveria produzir batatas.


– O pecuarista deveria produzir carne.
INTERDEPENDÊNCIA E GANHOS DE COMÉRCIO

ENIGMA

• Se o pecuarista é melhor na produção da batata e da carne, como o


agricultor pode se especializar naquilo que faz melhor ?
INTERDEPENDÊNCIA E GANHOS DE COMÉRCIO

OS GANHOS DE COMÉRCIO

Sem Comércio Com Comércio


Produtor Produção e Consumo
Ganhos do
Produção Comércio Consumo
Comércio
Agricultor 04 quilos carne 0 quilos carne Consegue 5 5 quilos carne 1 quilos carne
quilos de carne
por 15 quilos de
16 quilos batatas 32 quilos batatas 17 quilos 1 quilo batatas
batatas
batatas

Pecuarista 12 quilos carne 18 quilos carne Fornece 5 quilos 13 quilos carne 1 quilo carne
de carne por 15
quilos de batatas
24 quilos batatas 12 quilos batatas 27 quilos 3 quilo batatas
batatas
INTERDEPENDÊNCIA E GANHOS DE COMÉRCIO

COMO O COMÉRCIO AMPLIA AS OPORTUNIDADES DE CONSUMO

(a) Como o comércio aumenta o consumo do agricultor


INTERDEPENDÊNCIA E GANHOS DE COMÉRCIO

COMO O COMÉRCIO AMPLIA AS OPORTUNIDADES DE CONSUMO

(a) Como o comércio aumenta o consumo do pecuarista


INTERDEPENDÊNCIA E GANHOS DE COMÉRCIO

O PRINCÍPIO DAS VANTAGENS COMPARATIVAS

 Diferenças nos custos de produção determinam o seguinte

– Quem deve produzir o que?

– Quanto deve ser comercializado de cada produto?

O produtor que possui o menor custo de oportunidade para produzir um bem


possui uma vantagem comparativa na produção desse bem.
INTERDEPENDÊNCIA E GANHOS DE COMÉRCIO

CUSTO DE OPORTUNIDADE DA CARNE E DAS BATATAS


Produtor Custo de oportunidade de 1 kg de
Carne (em termos Batatas (em
de batatas) termos de
carne)
Agricultor 4 1/4
Pecuarista 2 ½
Agricultor tem vantagem comparativa no cultivo de batatas e o Pecuarista tem vantagem comparativa
na produção de carne

Agricultor
Carne–1kg produzido em 1hora Batatas–1kg produzido em 15 minutos
Pecuarista
Carne–1kg produzido em 20minutos Batatas–1kg produzido em 10 minutos
INTERDEPENDÊNCIA E GANHOS DE COMÉRCIO

O PRINCÍPIO DAS VANTAGENS COMPARATIVAS

 Vantagem Comparativa - diferenças nos custos de oportunidade


são a base para especialização da produção e comércio.

 Quando as partes que comercializam possuem diferenças em


custos de oportunidade, elas podem se beneficiar do comércio.
INTERDEPENDÊNCIA E GANHOS DE COMÉRCIO

BENEFÍCIOS DO COMÉRCIO

• O Comércio pode beneficiar a todos na sociedade, porque permite as


pessoas se especializarem nas atividades para as quais possuem uma
vantagem comparativa.

• Interdependência e comércio permitem as pessoas desfrutarem de uma


maior quantidade e variedade de bens e serviços.
INTERDEPENDÊNCIA E GANHOS DE COMÉRCIO

SERENA WILLIAMS DEVE CORTAR SUA PRÓPRIA GRAMA?

• O Serena corta a grama em 2 horas.


• Em duas horas pode fazer um comercial para a NIKE e ganhar U$30 mil.
• O garoto da casa vizinha corta a grama em 4 horas
• Ele poderia trabalhar as 4h no McDonald’s e ganhar U$50
• Vantagem absoluta?
• Da Serena corta em menos tempo
• Vantagem comparativa?
• Do garoto, pois o custo de oportunidade da Serena $ 30 mil
CONCLUSÃO

• A pessoa que pode produzir um bem com uma quantidade menor de


insumos possui uma vantagem absoluta;

• A pessoa com o menor custo de oportunidade possui uma vantagem


comparativa;

• Os ganhos do comércio são baseados em vantagem comparativa, não em


vantagem absoluta.

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