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ECONOMIA

Edital

ECONOMIA (Primeira e Terceira Fases): 1 Microeconomia. 1.1 Demanda do


Consumidor. 1.1.1 Preferências. 1.1.2 Equilíbrio do consumidor. 1.1.3 Curva de
demanda. 1.1.4 Elasticidade-preço e elasticidade-renda. 1.2. Oferta do Produtor.
1.2.1 Fatores de produção. 1.2.2 Função de produção. 1.2.3 Elasticidade-preço da
oferta. 1.3 Tipos de Mercados e de bens. 1.3.1 Concorrência perfeita, monopólio
e oligopólio. 1.3.2 Determinação de preços e quantidades de equilíbrio. 1.3.3
Tipos de bens. 1.3.4 Bens públicos. 1.3.5 Bens rivais. 1.3.6 Recursos comuns e
Bens comuns. 1.3.7 Externalidades. 2 Macroeconomia. 2.1 Contabilidade
Nacional. 2.1.1 Os conceitos de renda e produto. 2.1.2 Teorias clássica e
keynesiana de determinação da renda. 2.1.3 Oferta e demanda agregadas. 2.1.4
Agregados macroeconômicos: identidades básicas das contas nacionais. 2.2
Contas externas. 2.2.1 Os conceitos de déficit e superávit nas contas externas.
2.2.2 Balanço de pagamentos: a conta de transações correntes, a conta de capital
e financeira. 2.2.3 Indicadores de Liquidez Externa. 2.2.4 Indicadores de
Solvência Externa. 2.3 Economia do Setor Público e Política Fiscal. 2.3.1 Gastos
e receitas do governo. 2.3.2 Política orçamentária e equilíbrio orçamentário. 2.3.3
Conceitos de superávit e déficit público. 2.3.4 Abordagem Ricardiana da Dívida
Pública. 2.3.5 Endividamento e responsabilidade fiscal. 2.3.6 Papel do Governo.
2.3.7 Objetivos e instrumentos de política fiscal. 2.3.8 Efeitos fiscais sobre a
política monetária. 2.3.9 Consumo, investimento, poupança e gasto do governo.
2.4 O modelo IS-LM-BP. 2.5 Teoria e Política monetária. 2.5.1 Funções da
moeda. 2.5.2 Criação e distribuição de moeda. 2.5.3 Oferta da moeda e
mecanismos de controle. 2.5.4 Procura da moeda. 2.5.5 Tipos de Inflação. 2.5.6
Moeda e preços no longo prazo. 2.5.7 Teoria Quantitativa da Moeda. 2.6 Política
Monetária. 2.6.1 Papel do Banco Central. 2.6.2 Objetivos e instrumentos de
política monetária. 2.6.3 Inflação e Taxa de Juros. 2.6.4 Política Monetária Não-
Convencional. 2.6.5 Conceitos Básicos da Regulação e Supervisão do Sistema
bancário, financeiro e do Mercado de Capitais. 2.7 Crescimento e
Desenvolvimento Econômico. 2.7.1 Teorias de Crescimento Econômico. 2.7.2 O
papel da inovação no crescimento econômico: os modelos Solow e
Schumpeteriano. 2.8 Emprego e renda 2.8.1 Conceito de Desemprego. 2.8.2
Tipos de Desemprego. 2.8.3 Determinação do nível de emprego. 2.8.4
Indicadores do mercado de trabalho. 2.8.5 Lei de Okun. 3 Economia
internacional. 3.1 Teorias de Comércio. 3.1.1 Teorias clássicas, Neoclássicas e
contemporâneas do comércio internacional. 3.1.2 O comércio intrafirma e
intrassetorial. 3.1.3 O papel das economias de escala e da concorrência imperfeita
para o comércio internacional. 3.1.4 A crítica de Prebisch e da Cepal. 3.1.5
Deterioração dos termos de troca. 3.2 Macroeconomia aberta. 3.2.1 Os fluxos
internacionais de bens, capitais e serviços. 3.2.2 Regimes de câmbio. 3.2.3 Taxa
de câmbio nominal e real. 3.2.4 Determinantes da Política Cambial. 3.2.5 A
relação poupança externa-crescimento econômico. 3.2.6 A relação câmbio-juros-
inflação. 3.3 Efeitos de tarifas, quotas, subsídios e outros instrumentos de política
comercial.4 História econômica brasileira. 4.1 A economia brasileira no Século
XIX. 4.1.1 A economia cafeeira. 4.2 Primeira República. 4.2.1 Políticas
econômicas e evolução da economia brasileira. 4.2.2 Crescimento industrial.
4.2.3 Políticas de valorização do café. 4.3 A Industrialização Brasileira no
Período 1930-1945. 4.3.1 O Modelo de Industrialização por Substituição de
Importações (ISI) 4.3.2 Falhas e Críticas ao Modelo de Industrialização por
Substituição de Importações (ISI). 4.4 A década de 1950. 4.4.1 O Plano SALTE.
4.4.2 O Plano de Metas. 4.4.3 O pós-guerra e a Nova Fase de Industrialização.
4.5 O Período 1962-1967. 4.5.1 A desaceleração no crescimento. 4.5.2 O Plano
Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social. 4.5.3 Reformas do Programa
de Ação Econômica do Governo (PAEG). 4.5.4 A Importância das reformas do
PAEG para a retomada do crescimento em 1968.4.6 A retomada do crescimento
1968-1973. 4.6.1 Causas do "Milagre Econômico". 4.6.2 O Primeiro Plano
Nacional de Desenvolvimento (I PND). 4.7 Desaceleração econômica e o
segundo Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND). 4.8 A crise dos anos
oitenta. 4.8.1 A interrupção do financiamento externo e as políticas de ajuste.
4.8.2 Aceleração inflacionária e os planos de combate à inflação. 4.8.3 O debate
sobre a natureza da inflação no Brasil. 4.9 Economia Brasileira nos anos noventa.
4.9.1 Abertura (comercial e f inanceira) parcial da economia brasileira. 4.9.2 O
Plano Real.5 Bancos digitais, meios de pagamento e os desafios da transição do
"dinheiro de plástico" para o "dinheiro digital" na economia do século XXI.
INTRODUÇÃO: CONCEITOS BÁSICOS DE MICROECONOMIA

Capítulo 1 – “Dez princípios de economia”1

Escassez significa a natureza limitada dos recursos da sociedade.

Princípio I – As pessoas enfrentam tradeoffs

Tradeoff é um termo que define uma situação de escolha conflitante, isto


é, quando uma ação econômica que visa à resolução de determinado problema
acarreta, inevitavelmente, outros. Por exemplo, em determinadas circunstâncias,
a redução da taxa de desemprego apenas poderá ser obtida com o aumento da
taxa de inflação, o que resultará em um tradeoff entre inflação e desemprego.

Sociedades enfrentam tradeoff entre eficiência e igualdade. Quando


políticas de governo são formuladas, esses dois objetivos, de modo geral, entram
em conflito.

Princípio II – O custo de alguma coisa é aquilo de que você desiste


para obtê-la.

O custo de oportunidade de um item é aquilo de que você abre mão para


obtê-lo.

Princípio III – As pessoas racionais pensam na margem

Pessoa racional é aquela que, sistemática e objetivamente, faz o máximo


para alcançar seus objetivos.

Mudança marginal é um pequeno ajuste incremental em um plano de


ação.

1
Livro: Introdução à Economia, de Gregory Mankiw.
Um tomador de decisões racional executa uma ação se, e somente se, o
benefício marginal exceder o custo marginal.

Princípio 4 – As pessoas reagem a incentivos

Incentivo é algo que induz uma pessoa a agir.

Princípio 5 – O comércio pode ser bom para todos

Comércio permite que os países se especializem naquilo que fazem


melhor e desfrutem de uma maior variedade de bens e serviços.

Princípio 6 – Os mercados são geralmente uma boa maneira de


organizar a atividade econômica

Economia de mercado é uma economia que aloca recursos por meio das
decisões descentralizadas de muitas empresas e famílias quando estas interagem
nos mercados de bens e serviços.

Princípio 7 – Às vezes os governos podem melhorar os resultados dos


mercados

Falha de mercado é uma situação em que o mercado, por si só, fracassa


ao alocar recursos de modo eficiente.

Externalidade: é o impacto da ação de uma pessoa sobre bem-estar de


outras que não tomam parte nessa ação. Exemplo: poluição.

Poder de mercado: capacidade de uma pessoa, ou pequeno grupo de


pessoas, de influenciar de forma indevida nos preços de mercado.

Quando há externalidades ou poder de mercado, políticas públicas bem


concebidas podem aumentar a eficiência econômica.
Princípio 8 – O padrão de vida de um país depende da sua
capacidade de produzir bens e serviços

Produtividade é a quantidade de bens e serviços produzidos por unidade


de insumo de mão de obra. A taxa de produtividade de um país determina a taxa
de crescimento de sua renda média.

Princípio 9 – Os preços sobem quando o governo emite moeda


demais

Inflação é um aumento do nível geral de preços da economia. Inflação


elevada ou persistente é causada por aumento na quantidade de moeda.

Princípio 10 – A sociedade enfrenta um tradeoff de curto prazo entre


inflação e desemprego
CAPÍTULO 2 – Pensando como um economista

Economista como cientista: a arte do pensamento científico consiste em


decidir quais hipóteses adotar.

Diagrama do fluxo circular: modelo visual da economia que mostra


como os dólares circulam pelos mercados entre as famílias e as empresas.
Segundo modelo econômico: Fronteira de Possibilidades de Produção.

Podemos afirmar que um resultado é eficiente quando a economia


consegue obter o máximo dos escassos recursos disponíveis.

Na fronteira do gráfico, estão os pontos de nível eficiente da economia.


Pontos dentro do gráfico, como o B, são pontos ineficientes.

Ao se mover pelos pontos da fronteira, uma economia enfrenta trade-


offs. Ao aumentar os automóveis produzidos, necessariamente terá de diminuir a
produção de computadores.

MICROECONOMIA: o estudo de como famílias e empresas tomam


decisões e de como interagem nos mercados.

MACROECONOMIA: o estudo dos fenômenos da economia como um


todo, incluindo inflação, desemprego e crescimento econômico.
CAPÍTULO 3 – INTERDEPENDÊNCIAS E GANHOS COMERCIAIS

Vantagens comparativas e Vantagens absolutas

Vantagem absoluta é a habilidade para produzir um bem, empregando


menor quantidade de insumos que outro produtor.

Custo de oportunidade, como já vimos, é aquilo de que abrimos para


obter algo.

Vantagem comparativa é a habilidade para produzir um bem com menor


custo de oportunidade que outro produtor.

O comércio pode beneficiar todos os membros da sociedade porque


permite que as pessoas se especializem em atividades nas quais têm uma
vantagem comparativa.

Para que todos tenham ganhos, o preço da comercialização deve ficar


entre os custos de oportunidade.
CAPÍTULO 4 – As forças de mercado da oferta e da demanda

Oferta e demanda são as forças que fazem as economias de mercado


funcionar.

Mercado: é um grupo de compradores e vendedores de um bem ou


serviço particular.

Os compradores, como grupo, determinam a demanda pelo produto.

Os vendedores, também como grupo, determinam a oferta do produto.

Mercado competitivo é aquele em que há tantos compradores e


vendedores que cada um deles tem impacto insignificante sobre o preço do
mercado.

A premissa do mercado perfeitamente competitivo assume que: a) os


bens oferecidos a todos são iguais; e b) que os compradores e vendedores são tão
numerosos que nenhum deles é capaz de influenciar o preço.

Num mercado perfeitamente competitivo, os vendedores e compradores


são chamados “tomadores de preço”.

- DEMANDA

Quantidade demandada é a quantidade de um bem que os compradores


desejam e podem comprar.

O preço tem papel central na determinação da quantidade demandada de


um bem. Disso surge a lei da demanda: com tudo o mais mantido constante,
quando o preço de um bem aumenta, a quantidade demandada dele diminui;
quando o preço diminui, a quantidade demandada do bem aumenta.

Escala de demanda é uma tabela que mostra a relação entre o preço de


um bem e a quantidade demandada.
Curva de demanda é o gráfico da relação entre o preço de um bem e a
quantidade demandada.

Somando as curvas de demanda individuais, obtém-se a curva de


demanda do mercado.

Há variáveis que deslocam a curva da demanda, como a renda.

Se a demanda por um bem diminui quando a renda cai, o bem é chamado


“bem normal”.

Se a demanda por um bem aumenta quando a renda cai, o bem é


chamado “bem inferior”, como é o caso das passagens de ônibus.

Outro fator que altera a curva de demanda de um bem é o preço dos bens
relacionados. Quando uma queda no preço de um bem reduz a demanda por outro
bem, os dois bens são chamados substitutos.

Bens complementares são aqueles que são usados em conjunto, de


modo que a queda do preço de um deles causa o aumento da demanda de outro.

Expectativas também afetam a demanda por um bem ou serviço. Se há


expectativa de obter renda maior, somos levados a gastar mais e economizar
menos.

OFERTA

Quantidade ofertada de qualquer bem ou serviço é a quantidade que os


vendedores querem e podem vender. Quando o preço de um bem está alto, ele se
torna lucrativo, então a quantidade ofertada é grande. Quando o preço está baixo,
o negócio é menos lucrativo e os vendedores produzem menos sorvete.

Lei da oferta: com tudo o mais mantido constante, a quantidade ofertada


de um bem aumenta quando seu preço aumenta.

Escala de oferta é a tabela que mostra a relação entre o preço e a


quantidade ofertada de um bem.
Curva de oferta é o gráfico da relação entre o preço de um bem e a
quantidade ofertada.

A oferta de mercado é a soma das ofertas individuais dos produtores.

Alguns fatores contribuem para um aumento da quantidade


ofertada, e, portanto, para deslocamentos da curva de oferta.

O preço dos insumos são um dos fatores. Se sobe o preço do leite, por
exemplo, diminuirá a quantidade ofertada de sorvete.

Tecnologia aumenta a quantidade ofertada. Máquinas, por exemplo,


reduzem a quantidade de trabalho necessária para a produção de sorvete.

Expectativas: a quantidade ofertada de um bem depende das expectativas


dos produtores para o futuro. Se houver, por exemplo, expectativa de que o preço
do bem aumente, haverá estoque da produção atual, e menos oferta imediata.

OFERTA E DEMANDA REUNIDAS

Equilíbrio: situação na qual o preço de mercado atingiu o nível em que a


quantidade ofertada é igual à quantidade demandada.

Preço de equilíbrio é aquele que iguala a quantidade ofertada e a


quantidade demandada. Também chamado preço de ajustamento.

Quantidade de equilíbrio é a quantidade ofertada e demandada ao preço


de equilíbrio.

Lei da Oferta e da Demanda: a afirmação de que o preço de qualquer


bem se ajusta para trazer a quantidade ofertada e a quantidade demandada desse
bem para o equilíbrio.

Um deslocamento da curva de oferta é chamado “mudança da oferta” e


um deslocamento da curva da demanda é chamado “mudança da demanda”. Um
movimento ao longo de uma curva de oferta fixa é chamado “mudança na
quantidade ofertada” e um movimento ao longo de uma curva de demanda fixa é
denominado “mudança na quantidade demandada”.
CAPÍTULO 5 – Elasticidade e sua aplicação

Elasticidade é uma medida do tamanho da resposta dos compradores e


vendedores às mudanças das condições do mercado.

A) Elasticidade da Demanda

A elasticidade-preço da demanda mede o quanto a quantidade


demandada reage a uma mudança no preço. A demanda por um bem é chamada
elástica se a quantidade demandada responde substancialmente a mudanças no
preço. Diz-se que a demanda por um bem é inelástica se a quantidade demandada
responde pouco a mudanças no preço. Mede o quanto os consumidores estão
dispostos a deixar de adquirir do bem à medida que seu preço aumenta.

Alguns fatores determinam a elasticidade-preço da demanda.

a) Disponibilidade de substitutos próximos. Bens com substitutos


próximos tendem a ter demanda mais elástica porque é mais fácil
para os consumidores trocá-los por outros. Exemplo: manteiga e
margarina.
b) Bens necessários e bens supérfluos. Os bens necessários tendem a ter
demanda inelástica. Bens de luxo tendem a ter demanda elástica.
c) Definição do mercado. A elasticidade da demanda em qualquer
mercado depende de como traçamos o limite do mercado. Alimentos,
uma categoria ampla, tem demanda bastante inelástica. O sorvete de
baunilha, como mercado restrito, tem demanda muito elástica.
d) Horizonte do tempo. Bens tendem a apresentar demanda mais elástica
em horizontes de tempo mais longos. O preço da gasolina, quando
aumenta, faz a demanda cair pouco no curto prazo, mas depois a
demanda cai mais ao longo do tempo.
- Cálculo da elasticidade-preço da demanda

Elasticidade preço da demanda = Variação percentual na quantidade


demandada/Variação percentual do preço.

Por convenção, coloca-se o sinal da elasticidade-preço da demanda em


valor absoluto, mas ele pode vir acompanhado de sinal negativo ( - ).

- Variedade das curvas de demanda

Se a elasticidade é maior que 1, demanda é elástica. Se menor que 1, é


inelástica. Se é igual a 1, se diz elasticidade unitária.

Demanda perfeitamente inelástica é aquela na qual a quantidade


demandada se mantém a mesma qualquer que seja o preço.

Demanda perfeitamente elástica: demandas muito pequenas no preço


levam a grandes variações na quantidade demandada.

Receita total é obtida multiplicando-se a quantidade do bem pelo seu


preço.

Quando a demanda é inelástica, o preço e a receita total movem-se na


mesma direção (a receita aumenta com o aumento do preço).

Quando a demanda é elástica, preço e receita total movem-se em


direções opostas.

Se a demanda tem elasticidade unitária, a receita total permanece


constante quando o preço varia.
Elasticidade-renda da demanda: variação percentual na quantidade
demandada / Variação percentual da renda.

É a medida do quanto a quantidade demandada de um bem responde a


uma variação na renda dos consumidores.

Elasticidade-preço cruzada da demanda: mede o quanto a quantidade


demandada de um bem responde às mudanças no preço de outro bem.

E-P cruzada da demanda = Variação percentual na quantidade


demandada do bem 1 / Variação percentual do preço do bem 2

B) ELASTICIDADE DA OFERTA

A lei da oferta afirma que, quanto mais elevados os preços, maior será a
quantidade ofertada. A elasticidade-preço da oferta mede o quanto a quantidade
ofertada responde a mudanças no preço, dividindo-se a variação percentual da
quantidade ofertada dividida pela variação percentual do preço
A oferta é perfeitamente inelástica se a quantidade ofertada é a mesma,
qualquer que seja o preço. É perfeitamente elástica quando se aproxima do
infinito, e pequenas variações no preço levam a variações muito grandes na
quantidade ofertada.
CAPÍTULO 6 – Oferta, Demanda e Políticas de Governo

Incidência tributária: é a maneira como o ônus de um imposto é dividido


entre os participantes de um mercado.

Quando um bem é tributado, seus compradores e vendedores


compartilham o ônus dos impostos. Mas como, exatamente, se dá essa divisão?
Ela raramente é igualitária. Para ver como o ônus é dividido, considere o impacto
da tributação sobre os mercados.

O ônus de um imposto recai mais pesadamente sobre o lado menos


elástico do mercado. Em essência, a elasticidade mede a disposição dos
compradores ou vendedores para sair do mercado quando as condições tornam-se
desfavoráveis. Uma elasticidade pequena da demanda significa que os
compradores não têm boas alternativas ao consumo do bem em questão. Uma
elasticidade pequena da oferta significa que os vendedores não têm boas
alternativas à produção do bem em questão. Quando o bem é tributado, o lado
com menos alternativas boas tem menor condição de deixar o mercado e precisa,
portanto, arcar com uma parcela maior do ônus do imposto.
CAPÍTULO 7 – Consumidores, Produtores e Eficiência dos
Mercados

Economia do bem-estar: estudo de como a alocação de recursos afeta o


bem-estar econômico.

- Excedente do Consumidor

Disposição para pagar: a quantia máxima que um comprador pagará por


um bem.

Excedente do consumidor: é a quantia que um comprador está disposto a


pagar por um bem menos a quantia que realmente paga por ele.

ATENÇÃO: a área abaixo da curva de demanda e acima do preço mede


o excedente do consumidor em um mercado.
- Excedente do Produtor

Custo é o valor de tudo aquilo de que um vendedor precisa abrir mão


para produzir um bem.

Excedente do Produtor: a quantia que um vendedor recebe por um bem


menos o seu custo de produção.

ATENÇÃO: a área abaixo do preço e acima da curva de oferta representa


o excedente do comprador em um mercado.
- Eficiência de Mercado

Excedente total: Valor para os compradores – Quantia paga pelos


Compradores + Quantia recebida pelos vendedores – Custo para os vendedores

Logo,
Excedente total = Valor para os compradores – custo para os
vendedores

Eficiência: a propriedade da alocação de um recurso de maximizar o


excedente total recebido por todos os membros da sociedade.
CAPÍTULO 8 – Aplicação: os custos da tributação

Relembrando a lição do capítulo 6, temos que o imposto coloca uma


“cunha” o preço que os compradores pagam e o preço que os vendedores
recebem.

Assim podemos representar a receita que o governo obtém da tributação:

Nessas condições, um imposto afeta o mercado porque produz um peso


morto. Peso morto é definido, em economia, como uma queda no excedente
total resultante de uma distorção de mercado.
O peso morto representa um excedente perdido porque o imposto
desencorajou a realização de transações mutuamente vantajosas.

Quanto maiores foram as elasticidades da oferta e da demanda, maior


será o peso morto de um imposto, porque maior será a disposição de
compradores e vendedores de deixar o mercado.

- Imposto, peso morto e receita tributária

O peso morto é a redução do excedente total causada pelo imposto. A


receita tributária é o valor do imposto multiplicado pela quantidade vendida do
bem.

O peso morto aumenta mais rapidamente que o valor desse imposto. Isso
ocorre porque o peso morto é a área de um triângulo, a qual depende do quadrado
de seu tamanho. Se dobrarmos o tamanho de um imposto, a base e a altura do
triângulo correspondente dobrarão, de modo que o peso morto aumentará em um
fator de 4.

A partir de certo ponto, um aumento do valor do imposto gera menos


receita tributária ao governo.
CAPÍTULO 9 – Aplicação: Comércio Internacional

Preço Mundial: o preço de um bem que prevalece no mercado mundial


desse bem.

Tomador de preço: adota o preço mundial de um produto como dado.

Ganhos e perdas de um país exportador:

- Quando um país permite o comércio e se torna exportador de um bem,


os produtores internos do bem em questão ficam em melhor situação e os
consumidores internos ficam em pior situação.

- O comércio aumenta o bem-estar econômico de uma nação na medida


em que os ganhos dos beneficiados superam as perdas dos prejudicados.

Ganhos e perdas de um país importador:

- Quando um país permite o comércio e se torna importador de um bem,


os consumidores internos do bem ficam em melhor situação e os produtores
internos ficam em pior situação.

Efeitos de uma tarifa

- Cria um peso morto, diminui eficiência.


TEORIA DO CONSUMIDOR

Capítulo 21, Mankiw + Capítulo 6, Vasconcellos.

19h18

- Utilidade representa o grau de satisfação ou bem-estar que os


consumidores atribuem a bens e serviços que podem adquirir no mercado.

- Saciedade: um bem de consumo saciável e aquele cujo aumento no


consumo causa aumento na satisfação até certo ponto.

A Teoria Do Valor Utilidade pressupõe que o valor de um bem se forma


por sua demanda, isto é, pela satisfação que o bem representa para o consumidor.
Ela é, portanto, subjetiva, e represena a chamada visão utilidade.

A Teoria do Valor Trabalho é objetiva, diz que o o valor do bem depende


do tempo produtivo que é incorporado ao bem.

Valor de uso é a utilidade ou satisfação que o bem representa para o


consumidor. O valor de troca forma-se pelo preço no mercado, pelo encontro da
oferta e da demanda do bem ou serviço.

A Teoria da Demanda se baseia na Teoria do Valor Utilidade. Supõe-se


que um consumidor, ao demandar um bem ou serviço, está maximizando a
utilidade ou satisfação que ele atribui ao bem ou serviço.

Utilidade total: tende a aumentar quanto maior a quantidade consumida


do bem ou serviço.

Utilidade marginal, por outro lado, é satisfação adicional (na margem)


obtida pelo consumo de mais uma unidade do bem.

Lei da Utilidade Marginal Decrescente: o consumidor vai saturando-se


do bem, quanto mais o consome.

A Utilidade Marginal = Variação da Utilidade Total/Variação da


Quantidade.
Graficamente, temos:

- A restrição orçamentária: o que consumidor pode gastar.

A curva de restrição orçamentária mostra as várias combinações de bens


que o consumidor pode comprar com determinada renda.

A inclinação corresponde ao preço relativo dos bens – o preço de um


bem comparado ao preço do outro.
- Preferências: o que o consumidor quer.

Uma curva de indiferença mostra as combinações de consumo que fazem


o consumidor igualmente feliz, que lhe proporcionam o mesmo nível de
satisfação.

A inclinação em qualquer ponto de uma curva de indiferença é igual à


taxa à qual o consumidor está disposto a substituir um bem por outro. Esta taxa é
chamada taxa marginal de substituição – TMgS.

É o ugar geométrico de pontos que representam diferentes combinações


de bens que dão ao consumidor o mesmo nível de utilidade.

Na curva de indiferença, estamos analisando diferentes cestas de bens


que o consumidor está disposto a adquirir, dado um determinado nível de
utilidade ou bem-estar.

Quanto mais alta uma curva, maior o nível de utilidade, isto é, maior a
satisfação que o consumidor obtém. Curvas mais altas são preferíveis às curvas
mais baixas.
Quatro propriedades das curvas de indiferença

- Propriedade 1 – as curvas de indiferença mais elevadas são


preferíveis às mais baixas. Os consumidores normalmente preferem ter mais de
alguma coisa a ter menos. Essa preferência por maiores quantidades se reflete nas
curvas de indiferença. O consumidor prefere estar nas curvas de indiferença mais
elevadas.

- Propriedade 2 – as curvas de indiferença se inclinam para baixo. A


inclinação de uma curva de indiferença reflete a taxa à qual o consumidor está
disposto a substituir um bem por outro. Na maioria dos casos, o consumidor
gosta dos dois bens. Portanto, se a quantidade de um bem for reduzida, a
quantidade do outro precisará aumentar a fim de que o consumidor fique
igualmente satisfeito.

Propriedade 3 – As curvas de indiferença não se cruzam.

Propriedade 4 – as curvas de indiferenças são convexas em relação à


origem dos eixos. A inclinação de uma curva de indiferença é a taxa marginal de
substituição – a taxa à qual o consumidor está disposto a trocar um bem pelo
outro. A taxa marginal de substituição geralmente depende da quantidade de cada
bem que o consumidor está consumindo atualmente. A convexidade reflete o
princípio de que as pessoas estão mais dispostas a trocar bens que tenham em
abundância e menos dispostas a trocar bens que tenham em pequena quantidade.
Bens substitutos perfeitos. São aqueles cujas curvas de indiferença são
retas, porque a taxa marginal de substituição é constantes.

Bens complementos perfeitos. São dois bens cujas curvas de


indiferença formam um ângulo reto.

Ponto ótimo:

Sandoval chama o “ponto ótimo” (Mankiw) de equilíbrio do consumidor.


Esse ponto existe porque o consumidor deseja maximizar seu nível de utilidade, e
para isso deverá procurar, dentro da sua restrição orçamentária, a curva de
indiferença mais alta que for possível.

Dizemos que, nesse ponto, o consumidor maximiza sua utilidade. Ele a


maximiza, assim, quando a Reta Orçamentária tangencia a Curva de Indiferença.
Alterações na renda: como afetam a escolha do consumidor?

Uma alteração na renda desloca a curva de restrição orçamentária do


consumidor para fora. O preço relativo dos dois bens continua o mesmo, então, a
inclinação da restrição orçamentária é a mesma inclinação da anterior. Ou seja, as
curvas são paralelas.

Bem normal: um bem para o qual um aumento na renda eleva a


quantidade demandada.

Bem inferior: um bem para o qual um aumento na renda diminui a


quantidade demandada.

Alterações no preço: como afetam a escolha do consumidor?

Uma queda no preço de um bem expande as oportunidades de compra do


consumidor. Uma queda no preço de qualquer um dos bens desloca a restrição
orçamentária para fora.

A nova restrição orçamentária tem uma inclinação maior, ou seja, não é


paralela como no caso do aumento da renda, porque, agora, o preço relativo
muda.
a) Efeito Renda. Com a queda de preço, o poder aquisitivo do
consumidor aumenta, e a quantidade demandada do bem tende,
normalmente, a aumentar. Isto é, ao cair o preço de um bem, mesmo
com sua renda não variando, o consumidor pode comprar mais
mercadorias. É a variação de consumo que ocorre quando uma
mudança de preço move o consumidor para uma curva de
indiferença mais elevada ou menos elevada.

b) Efeito substituição: O bem fica mais barato relativamente aos


concorrentes, com o que a quantidade demandada aumenta. É a
variação de consumo que ocorre quando uma mudança de preço
move o consumidor ao longo de uma dada curva de indiferença
até um ponto com uma nova taxa marginal de substituição.
Aplicações para a Teoria da Escolha do Consumidor

a) Todas as curvas de demanda têm inclinação negativa?

Nem todas. Existem os chamados Bens de Giffen, bens que violam


as leis da demanda. São bens para os quais um aumento no preço
provoca um aumento na quantidade demandada. São bens para os
quais o efeito renda domina o efeito substituição.

b) Como os salários afetam a oferta de trabalho?


Um trabalhador equilibra suas horas semanais entre trabalho e
descanso. Com mais trabalho, há menos lazer, mas mais consumo.
Se esse trabalhador recebe um aumento de salário, sua curva de
restrição orçamentária (Horas de Trabalho em função do Consumo)
se desloca para fora; nesse caso, essa curva terá maior inclinação do
que a curva anterior, vez que o preço relativo de sua hora aumentou.
TEORIA DA FIRMA
(Capítulo 5 do Sandoval + Capítulos 13 e 14 do Mankiw)

A Teoria da Firma se divide em Teoria da Produção e Teoria dos Custos.

A escolha de um processo de produção depende de sua eficiência. A


eficiência técnica é a escolha do processo de produção que permite produzir uma
mesma quantidade de produto, utilizando a menor quantidade física de fatores de
produção

Por outro lado, a eficiência econômica é a escolha do processo que


permite produzir uma mesma quantidade de produto com menor custo de
produção.

Na Teoria Microeconômica, consideramos como dada ou determinada a


eficiência tecnológica, que é uma questão de engenharia.

Produto Total é a quantidade total produzida em certo período.

Produtividade Média é a relação entre o nível do produto e a


quantidade do fator de produção, em certo período. Basicamente, é a divisão do
Produto Total pelo Fator de Produção.

Produtividade Marginal é a variação de uma unidade na quantidade do


fator de produção. Representa a contribuição marginal de uma adição de um fator
de produção.

No gráfico abaixo, observamos que, no ponto máximo do Produto Total,


a Produtividade Marginal é zero. Isso significa que, antes desse ponto, a adição
de fatores de produção eleva o produto total. Após o ponto máximo, a
produtividade marginal é negativa: acréscimos de fator de produção (mão de
obra, por exemplo), diminuem a quantidade do produto. Isto decorre da Lei dos
Rendimentos Decrescentes.
Função de produção: relação entre a quantidade de insumos usada para
produzir um bem e a quantidade produzida desse bem

Produto marginal: o aumento da produção que resultado de uma


unidade adicional de insumo.

Produto marginal decrescente: propriedade segundo a qual o produto


marginal de um insumo diminui à medida que a quantidade do insumo aumenta.

Enunciamos a Lei dos Rendimentos Decrescentes do Fator do seguinte


modo:
- Ao aumentar o fator variável N, sendo dada a quantidade de um fator
fixo, a PMg do fator variável cresce até certo ponto e, a partir daí, decresce, até
tornar-se negativa.

Essa lei só é válida se for mantido um fator fixo, isto é, no curto prazo,
que termina por se tornar um gargalo a partir de certo ponto.

- Produção a Longo Prazo2

A análise da produção a longo prazo considera que todos os fatores de


produção (mão de obra, capital, instalações, matérias primas) variam.

A longo prazo, não existem fatores fixos de produção.

Essa função de produção pode ser representada por uma curva chamada
Isoquanta.

Isoquanta significa igual quantidade e pode ser definida como sendo


uma linha na qual todos os pontos representam infinitas combinações de fatores,
que indicam a mesma quantidade produzida. Ou seja, a isoquanta expressa um
menu de processos produtivos igualmente eficientes, determinado pela tecnologia
disponível, capazes de produzir a mesma qualidade do bem ou serviço final.

É um conceito análogo ao de curva de indiferença da Teoria da


Demanda.

Apresenta duas características básicas:

a) Inclinação Negativa. Para uma mesma quantidade produzida, se


aumentar a quantidade de um fator de produção, a quantidade do
outro fator tem que ser reduzida.

2
Pg. 116, Sandoval
b) Convexa em relação à origem: o formato convexo representa a
dificuldade crescente de substituir um fator pelo outro, devido aos
rendimentos decrescentes.

Um conjunto de isoquantas é também chamado de mapa de produção,


como no caso da figura abaixo.
- Custos

Receita Total é o montante que a empresa recebe pela venda de sua


produção.

Custo Total é o valor de mercado dos insumos que uma empresa usa na
produção.

Lucro é a receita total menos custo total.

A aferição dos custos deve levar em conta o conceito de custo de


oportunidade: o custo de alguma coisa é aquilo de que você desiste para obtê-la.

Economistas levam em conta os custos explícitos (que exigem


desembolso de dinheiro) e custos implícitos de uma empresa.

Custo do capital é também um custo de oportunidade. Um custo


implícito importante em quase todo negócio é o custo de oportunidade do capital
financeiro que foi investido na atividade (juros que deixam de ser percebidos se o
capital fosse aplicado).

Lucro econômico é a receita total menos o custo total, incluindo tanto os


custos explícitos quanto os implícitos.

Lucro contábil: receita total menos custo explícito total.

Custos podem ser fixos ou variáveis.

Custos fixos são os que não variam com a quantidade produzida, como
aluguel.

Custos variáveis são aqueles que variam com a quantidade produzida,


como os ingredientes de um bolo.

Custo total de uma empresa é a soma dos custos fixos e variáveis.

Devido ao produto marginal decrescente, a curva de custo de uma


empresa tende a ser cada vez mais inclinada.
Custo total médio: custo total dividido pela quantidade produzida.

Custo fixo médio: custos fixos divididos pela quantidade produzida.

Custo variável médio: custos variáveis divididos pela quantidade


produzida.

Custo total médio: Custo Total/Quantidade.

Custo Marginal: Variação do Custo Total/Variação da Quantidade.

- As Curvas de Custos e suas Formas

1. A curva de custo marginal das empresas tende a ser ascendente,


reflexo do produto marginal decrescente.

2. A curva de custo total médio tem forma de U. Isto ocorre porque o


custo fixo médio sempre diminui com o aumento da produção; o custo variável
médio sempre aumenta, por causa do produto marginal decrescente.

Chamamos de escala eficiente a quantidade produzida que minimiza o


custo médio, isto é, o ponto mais baixo da curva em U.

3. A relação entre custo marginal e custo total médio. Sempre que o


custo marginal for menor que o custo total médio, o custo total médio estará
em queda. Sempre que o custo marginal for maior que o custo total médio, o
custo total médio estará aumentando.

Curva Típica: é comum que as empresas apresentem produto marginal


crescente (e, portanto, custo marginal decrescente) logo no início de sua
produção, porque conseguem ganhos de produtividade com o aumento de
funcionários.

- Custo Total Médio no Longo Prazo


O gráfico mostra como os custos de curto e de longo prazo estão
relacionados. A curva de custo total médio de longo prazo tem o formato de
U e é muito mais plana do que as de curto prazo. Além disso, todas as curvas
de curto prazo estão na curva de longo prazo ou acima dela. Essas propriedades
devem-se ao fato de que as empresas têm flexibilidade maior no longo prazo.
Essencialmente, no longo prazo, as empresas podem escolher a curva de curto
prazo que desejam usar, mas, no curto prazo, têm de usar a curva que escolheram
no passado.

- Economias e deseconomias de escala

Economias de escala: a propriedade segundo a qual o custo total médio


de longo prazo cai com o aumento da quantidade produzida.

Deseconomias de escala: a propriedade segundo a qual o custo total


médio de longo prazo sobe com o aumento da quantidade produzida.

Retornos constantes de escala: propriedade segundo a qual o custo total


médio de longo prazo se mantém constante, enquanto a quantidade produzida
varia.

- Linha de Isocusto
Demonstra o menu de opções quanto à contratação de fatores, de acordo
com as possibilidades impostas pelos preços de mercado. Como os preços dos
fatores estão dados, a declividade da linha de isocusto será negativa: se a empresa
deseja aumentar a contratação de um dos fatores de produção, deverá reduzir a
quantidade utilizada do outro fator, para desse modo manter constante o
orçamento total disponível.

- Produção máxima, dado o custo.

Uma empresa sempre deseja o produzir o máximo possível, ao menor


custo possível. Esse equilíbrio, chamado equilíbrio do produtor, é o ponto em que
a isoquanta mais alta possível tangencia a linha de isocusto, como demonstra a
próxima figura.
- Custo mínimo, dada a produção

O equilíbrio do produtor pode também ser visto em termos da


minimização de custos. Dado determinado nível de produção e, portanto, dada
determinada isoquanta, a firma buscará a combinação de fatores de produção de
menor custo total possível. Esse menor nível de custo total ou orçamento se
encontrará no ponto em que a linha de isocusto tangencia a referida isoquanta.

Trajetória de expansão da firma: une todos os pontos de tangência, isto


é, de equilíbrio, conforme a empresa consegue aumentar seu orçamento. A
trajetória de expansão descreve assim as combinações de capital e trabalho que
devem ser usadas por uma firma racional. Qualquer combinação fora dessa
trajetória será ineficiente, do ponto de vista econômico.
Empresas em mercados competitivos [Capítulo 14]

Mercado competitivo é um mercado com muitos compradores e


vendedores negociando produtos idênticos, de modo que cada comprador e
vendedor é um tomador de preço.

Tem como características: Há muitos compradores e vendedores no


mercado; os bens oferecidos pelos diversos vendedores são, em grande escala, os
mesmos; as empresas podem entrar e sair livremente no mercado.

A receita de uma empresa competitiva

Receita Média: receita total dividida pela quantidade vendida.

A receita média equivale ao preço de mercado do bem.

Receita Marginal: é a variação da receita total decorrente da venda de


uma unidade adicional.

Para as empresas competitivas, a receita marginal é igual ao preço do


bem.

MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO E A CURVA DE OFERTA DE UMA


EMPRESA COMPETITIVA

Lembrar: o objetivo das empresas é maximizar o lucro, que é a receita


total menos o custo total. Logo, o objetivo é maximizar a receita e minimizar o
custo.

Três regras gerais sobre a maximização do lucro:

- Se a receita marginal for maior que o custo marginal, a empresa deverá


aumentar a produção.
- Se o custo marginal for maior que a receita marginal, a empresa deverá
diminuir a produção.

- No nível que maximiza o lucro da produção, a receita marginal e o


custo marginal são exatamente iguais.

Em essência, como a curva de custo marginal das empresas determina a


quantidade de produto que estas estão dispostas a ofertar a qualquer preço, ela
também é a curva de ofertas das empresas competitivas.

O gráfico a seguir ilustra essa conclusão


- A decisão de uma empresa de paralisar atividades no curto prazo

Uma empresa que paralisa suas atividades no curto prazo ainda tem que
arcar com os custos fixos durante o período de suspensão.

Numa paralisação, a empresa faz contas a respeito do seu custo variável;


seu custo fixo será pago se ela estiver funcionando ou não. O que leva então essa
empresa a parar? Se o custo variável for maior que a receita total. Nesse caso, a
empresa está perdendo dinheiro, e perderá menos se apenas pagar o custo fixo.

A paralisação acontece se RT < CV, ou ainda

Se a Receita Média é menor que o Custo Variável Médio, ou

Paralisação se RTM < CVM.

Ocorre que, como sabemos, a RTM, num mercado competitivo, é o preço


do bem.

Nesse caso, a paralisação ocorre se o Preço é menor que o Custo


Variável Médio.

Ou ainda: Paralisação se P < CVM

Graficamente, podemos dizer que a oferta de curto prazo das empresas


competitivas é a parcela da curva de custo marginal delas que está acima do custo
variável médio (antes disso, ela paralisaria suas atividades.

A figura a seguir, do livro de Mankiw, ilustra a afirmação anterior.


Custos Irrecuperáveis

Chamamos de custo irrecuperável aquele que já ocorreu e que não pode


ser recuperado. Como não há nada a fazer sobre os custos irrecuperáveis, eles
podem ser ignorados na tomada de decisões a respeito de diversos aspectos da
vida, inclusive na estratégia empresarial.

- A decisão de uma empresa de sair ou entrar de um mercado no


longo prazo.

Uma empresa sai do mercado se a receita que obteria com a produção for
menos do que os seus custos totais.

Saída se RT < CT;

Saída se RT/Q < CT/Q,

Saída se RMédia < CTM,

Saída se P<CTM.

Logo, uma empresa sai do mercado, no longo prazo, se o preço do bem


for menor que o seu custo total médio para produzir esse bem.
Por outro lado, uma empresa decide entrar em um mercado se o preço é
maior que o custo total médio.

ASSIM, a curva de oferta de LONGO PRAZO da empresa competitiva é


a parte da sua curva de custo marginal que está acima do custo total médio.

Vejamos na figura a seguir:

Lucro da empresa competitiva

Lucro = RT – CT

Lucro = (RT/Q – CT/Q) x Q

Lucro = (P – CTM) x Q
- Oferta do mercado no curto e longo prazo3

Uma empresa terá lucro zero se o preço do bem for igual ao custo total
médio da produção do bem em questão.

Se o preço for superior ao custo total médio, o lucro será positivo. Isso
encoraja a entrada de novas empresas.

Se o preço for inferior ao custo total médio, o lucro será negativo. Isso
encoraja a saída de algumas empresas.

Esse processo de entrada e saída só termina quando o preço e o custo


total médio se igualam.

O equilíbrio de longo prazo de um mercado competitivo, com livre


entrada e saída de empresas, deve ter suas empresas operando na escala eficiente.

Vale lembrar que escala eficiente é o nível de produção com menor custo
total médio.

3
P. 272, Mankiw.
A seguir, a figura ilustra como o mercado reage ao aumento da demanda
de um bem. No curto prazo, as empresas terão lucro positivo, o que gera a
entrada de novas empresas. Com a nova oferta, o preço do leite cai, o lucro
econômico volta a ser zero, e as empresas param de entrar no mercado. O
mercado atinge novo equilíbrio, com o preço no patamar anterior, mas com oferta
maior.
- A curva de longo prazo da oferta pode ser ascendente

Dois motivos podem fazer com que isso aconteça.

Primeiro, o limite de insumos/matéria prima. Isso faria o preço subir


mesmo com a entrada de novas empresas e novos produtores.

Segundo, os diferentes custos das empresas. Em alguns casos, algumas


empresas terão custos menores para produzir que as outras; isso fará com que,
mesmo havendo algumas empresas com lucro positivo, outras, que têm custos
mais altos, não ingressam no mercado, porque seu lucro seria negativo. Para que
essas outras empresas entrem no mercado e atendam à demanda, será necessário
aumentar o preço.

Como as empresas podem entrar e sair com mais facilidade no longo


prazo que no curto prazo, a curva de oferta no longo prazo é tipicamente mais
elástica que a curva de oferta no curto prazo.
MONOPÓLIOS

(Capítulo 15 – Mankiw)

Uma empresa no mercado competitivo é tomadora de preço.

Já uma empresa monopolista é formadora de preço.

Uma empresa competitiva toma o preço de seu produto como dado pelo
mercado e então determina a quantidade que ofertará de maneira que o preço seja
igual ao custo marginal. Já o preço cobrado por um monopólio excede o custo
marginal.

Uma empresa é um monopólio se for a única vendedora de um produto


que não tem substitutos próximos. A causa fundamental dos monopólios está nas
“barreiras à entrada”: um monopólio se mantém como o único vendedor de seu
mercado porque as outras empresas não podem entrar no mercado e competir
com ela.

Há três origens principais para as barreiras de entrada.

- Recursos de monopólio: um recurso-chave necessário para a produção


é exclusivo de uma única empresa.

- Regulamentações do governo: o governo concede a uma única empresa


o direito exclusivo de produzir um determinado bem ou serviço.

- O processo de produção: uma única empresa consegue fornecer


produtos a custo mais baixo que m grande número de produtores.

- Recursos de Monopólio

Maneira mais simples pela qual um monopólio pode surgir é uma única
empresa ser proprietária de um recurso-chave. É o caso da empresa DeBeers, que
detém quase todo o mercado de diamantes do mundo.
A propriedade exclusiva de um recurso-chave raramente surge.

- Monopólios criados pelo governo

Em muitos casos, os monopólios surgem porque o governo concede a


uma só pessoa ou empresa o direito exclusivo de vender algum bem ou serviço.

- Monopólios naturais

Monopólio natural surge porque uma empresa consegue ofertar um bem


ou serviço a um mercado inteiro, a m custo menor do que ocorreria se existissem
duas ou mais empresas no mercado. Exemplo: distribuição de água.

Com a expansão do mercado, um monopólio natural pode evoluir e se


tornar um mercado mais competitivo.

COMO OS MONOPÓLIOS DECIDEM PRODUZIR E COMO


DETERMINAR O PREÇO

- Monopólio versus competição

A principal diferença entre uma empresa competitiva e uma monopolista


é a capacidade que esta tem de influenciar o preço de seu produto.
Como a empresa competitiva vende um produto que tem muitos
substitutos perfeitos, a curva de demanda com que cada empresa se defronta é
perfeitamente elástica.

A curva de demanda com a qual o monopolista se depara é a curva de


demanda do mercado. Se o monopolista elevar o preço de seu produto, os
consumidores comprarão menos desse produto. Em outras palavras, se o
monopolista reduzir a quantidade do bem que produz e vende, o preço desse
produto aumentará.

Qual ponto da curva de demanda o monopolista vai escolher? Depende


da receita que irá obter.

A RECEITA DE UM MONOPÓLIO

Quando um monopolista vende uma unidade a mais de seu produto,


precisa reduzir o preço cobrado por unidade vendida (em função da curva de
demanda), e essa redução do preço reduz a receita advinda das unidades que já
vinha vendendo. Como resultado, a receita marginal do monopólio é menor do
que o preço.
Ao contrário, uma empresa num mercado competitivo tem sempre como
receita marginal o preço do bem, visto que é uma tomadora de preços. A empresa
competitiva pode vender qualquer quantidade a um mesmo preço, que é dado
pelo mercado.

- Maximização do lucro

Num nível baixo de produção, a empresa monopolista tem o custo


marginal menor que a receita marginal. Se a empresa aumenta a produção, nessa
fase, a receita adicional será MAIOR que o custo adicional, então vale a pena
produzir mais uma unidade. A empresa aumentará sua produção até atingir o
ponto em que a receita marginal é igual ao custo marginal. Passado esse ponto, o
custo marginal de uma unidade adicional será maior que a receita marginal, e
deixará de ser interessante para a empresa produzir mais.

Em outras palavras, a quantidade produzida que maximiza o lucro


do monopolista é determinada pela intersecção da curva da receita marginal
com a curva do custo marginal.

Diferença importante: as empresas competitivas também optam por


produzir uma quantidade em que a receita marginal seja igual ao usto marginal.
No entanto, a receita marginal das empresas competitivas é igual ao preço, ao
passo que a receita marginal de um monopolista é menor que o preço.
Assim, para empresas competitivas, o Preço = Receita Marginal = Custo
Marginal

Para Monopolistas, P > Receita Marginal = Custo Marginal.

O preço que o monopolista procura para maximizar seu lucro está no


ponto B da figura. Observe-se que, enquanto no mercado competitivo o preço é
igual ao custo marginal, nos mercados monopolistas, o preço é maior que o custo
marginal.

- O lucro de um monopolista

Quanto lucra um monopólio?

Lucro = Receita Total – Custo Total

Lucro = (RT/Q – CT/Q)xQ

RT/Q é a Receita Média, que é igual ao preço.

Assim, Lucro = (P – CTM)xQ.


Considere o retângulo sombreado da figura 5. A altura do retângulo, é o
preço menos o custo total médio. A largura do retângulo é a quantidade venda A
área do retângulo representa o lucro total do monopolista.

- O custo do monopólio em relação ao bem-estar

Um monopólio cobra preços superiores ao custo marginal. Do ponto de


vista dos consumidores, esse preço elevado faz com que os monopólios sejam
indesejáveis. Ao mesmo tempo, contudo, os monopolistas lucram com os altos
preços que cobram. Logo, o preço elevado torna o monopólio muito atraente do
ponto de vista do proprietário.
Para essa análise, devemos lembrar que o excedente total é a medida de
bem-estar econômico de compradores e vendedores.

O excedente do consumidor é a disposição dos consumidores para pagar


por um bem menos o montante que pagam de fato.

O excedente do produtor é a quantia que recebem por um bem menos


seus custos de produção.

- O peso morto.

Podemos avaliar os efeitos de bem-estar do monopólio comparando o


nível de produção que o monopolista escolhe com o nível de produção que um
planejador social escolheria. O monopolista decide produzir e vender a
quantidade em que as curvas de receita marginal e custo marginal se cruzam. O
planejador social escolheria a quantidade em que as curvas de demanda e de
custo marginal se cruzam.
A Figura a seguir demonstra que o monopolista produz menos do que a
quantidade de produto socialmente eficiente.

A ineficiência do monopólio pode ser medida com um triângulo que


representa o peso morto, como mostra a figura 8. Como a curva da demanda
reflete o valor para os consumidores e a curva de custo marginal reflete o custo
para o monopolista, a área do triângulo representa o peso morto entre a curva de
demanda e a de custo marginal se iguala à perda do excedente total, por causa do
preço de monopólio.

O peso morto causado pelo monopólio é semelhante àquele causada por


um imposto. Como efeito, o monopolista se assemelha a um coletor privado de
impostos.

- O lucro do monopólio: um custo social?

O lucro monopolista, por si só, não representa uma redução do tamanho


do bolo econômico. Representa apenas uma fatia maior para os produtores e uma
fatia menor para os consumidores. O problema nos mercados monopolistas surge
porque a empresa produz e vende uma quantidade inferior ao nível que maximiza
o excedente total.
DISCRIMINAÇÃO DE PREÇO

É a prática comercial de vender o mesmo bem por diferentes preços a


diferentes clientes. Essa prática não é possível num mercado competitivo.

Algumas lições a aprender sobre a discriminação de preços:

a) Discriminação de preços é uma estratégia racional para a


maximização do lucro do monopolista;
b) A discriminação de preços exige a separação dos compradores
segundo sua disposição para pagar. Certas forças do mercado podem
impedir que isso ocorra pela arbitragem, quanto intermediários
compram de um mercado a preço mais baixo e vendem nos mercados
em que o preço está mais alto.
c) A discriminação de preço pode elevar o bem-estar econômico. A
discriminação de preços pode eliminar a ineficiência inerente à
determinação monopolista de preços. Isso ocorre, no entanto, em
função de um aumento do excedente do produtor, mas não do
excedente do consumidor.

- Análise da discriminação de preços

A discriminação de preços perfeita descreve uma situação em que o


monopolista conhece exatamente a disposição de pagar de cada cliente e pode
cobrar de cada comprador um preço diferente.

Sem discriminação de preços, a empresa cobra um único preço, acima


do custo marginal. Com isso, haverá compradores que, pelo preço alto cobrado,
deixando de comprar. Nesse caso, o monopólio causa um peso morto.

Se a empresa, por outro lado, pode discriminar preços perfeitamente, as


transações mutuamente benéficas se realizam, e o peso morto é eliminado. Neste
caso, o excedente formado pelo mercado vai todo para o produtor monopolista,
sob a forma de lucro.

É difícil determinar como uma discriminação de preços imperfeita, na


prática, afeta o bem-estar. Mas é certo que ela aumento o lucro do monopolista,
do contrário, a empresa optaria por cobrar o mesmo preço de todos os clientes.

POLÍTICA PÚBLICA QUANTO AOS MONOPÓLIOS

Os formuladores de políticas do governo podem reagir aos problemas


dos monopólios de quatro modos: a) tentando tornar as indústrias monopolizadas
mais competitivas; b) regulando o comportamento dos monopólios; c)
transformando alguns monopólios privados em empresas públicas; d) não
fazendo nada.

- Aumento da competição com leis antitruste

Nos EUA, primeira grande Lei Antitruste foi a Lei Sherman, de 1890.
Lei Clayton, de 1914, reforçou os poderes do governo. Permite que o governo
impeça fusões ou force divisões de empresas.
- Regulamentação

Solução comum no caso dos monopólios naturais, como as empresas de


água e energia elétrica. Para elas, há agências governamentais que regulam seus
preços.

O custo total médio de um monopólio natural, por definição, é


decrescente. Quando o custo marginal médio é decrescente, o custo marginal é
sempre inferior a ele. Se os regulamentadores exigirem que o monopólio cobre
um preço igual ao custo marginal, o preço será inferior ao custo total médio e o
monopólio perderá dinheiro.

Alternativamente, o governo pode subsidiar o monopólio, mas isso gera


um peso aos contribuintes e um peso morto.

Se determinar um preço acima do custo marginal, igual ao custo total


médio. Neste caso, o preço do monopolista deixa de refletir o custo marginal da
produção do bem, e funcionará como um imposto sobre o bem que o monopolista
está vendendo.

Outro problema é que a regulamentação de preços tira o incentivo do


monopolista de diminuir os custos, porque sabem que, se seus custos caírem, os
regulares não deixarão que se beneficiem do lucro maior, e exigirão um preço
ainda menor.
- Propriedade pública

Para o idiota, estúpido, imbecil, asno delirante do Mankiw, “a cabine


eleitoral é menos confiável que a motivação do lucro”.

- Não fazer nada


CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA4

Muitas empresas podem estar entre os dois extremos de competição


perfeita e monopólio. Os economistas chamam essa situação de competição
imperfeita.

Oligopólio é uma estrutura de mercado em que apenas poucos


vendedores oferecem produtos similares ou idênticos. A dominação de um
mercado por um pequeno número de empresas é medido por “coeficiente de
concentração”, que é a porcentagem da produção total do mercado oferecida
pelas quatro maiores empresas.

Competição monopolística é a estrutura de mercado em que as


empresas vendem produtos similares, mas não idênticos.

A competição monopolística descreve um mercado com as seguintes


características: a) muitos vendedores, isto é, muitas empresas competindo pelo
mesmo grupo de clientes; b) diferenciação de produto: cada empresa oferece um
produto pelo menos um pouco diferentes do produto das demais; c) livres entrada
e saída, isto é, as empresas podem entrar e sair do mercado sem restrições, de
modo que o lucro econômico chegue a zero.

No oligopólio, há poucos vendedores no mercado. Na competição


monopolística, há muitos vendedores, mas cada um oferece um produto de certa
forma diferente.

4
Capítulo 16, Mankiw.
- A empresa monopolisticamente competitiva no curto prazo

Ao contrário de um mercado perfeitamente competitivo, em que a curva


de demanda é horizontal na altura do preço do mercado, as empresas
monopolisticamente competitivas se deparam com uma curva de demanda de
declinação descendente.

Uma empresa monopolisticamente competitiva escolhe sua quantidade


e seu preço da mesma maneira que o monopólio. No curto prazo, esses dois tipos
de estrutura de mercado são semelhantes.
- O equilíbrio no longo prazo

A situação retratada na figura acima não dura muito. No caso em que a


empresa tem lucro, haverá entrada de novas empresas, o que desloca para a
esquerda as curvas de demanda, e consequentemente os lucros diminuem.

Já na situação em que as empresas têm prejuízo, algumas sairão do


mercado, os clientes terão menos produtos para escolher, o que aumenta a
demanda para aquelas que continuaram no mercado.

No longo prazo, a curva de demanda e a curva de custo total médio erão


tangentes uma à outra. Nesse ponto, o lucro será zero, porque a diferença entre o
preço e o custo total médio será zero. Esse ponto ocorre na mesma quantidade em
que a receita marginal se iguala ao custo marginal. Essa quantidade específica
maximiza o lucro.

Duas características:

- o preço é superior ao custo marginal, como no mercado monopolista;

- o preço é igual ao custo total médio, como no mercado competitivo,


porque a livre entrada e saída leva o lucro econômico a zero.

- Diferenças entre competição monopolística e competição perfeita


A figura abaixo demonstra duas diferenças entre a competição
monopolística e a competição perfeita.

A primeira diferença é a capacidade ociosa. A empresa do mercado


perfeitamente competitivo iguala seu custo total médio ao preço no ponto
mínimo do custo total médio, atingindo a escala eficiente. A empresa
monopolisticamente competitiva, por sua vez, produz menos do que poderia para
diminuir o custo total médio. Para operar em escala eficiente, a empresa
monopolista competitiva teria que arcar com lucro menor. Então, prefere operar
com capacidade ociosa.

A segunda diferença é o “markup” sobre o custo marginal. Na empresa


competitiva, o preço é igual ao custo marginal. Para uma empresa
monopolisticamente competitiva, o preço supera o custo marginal.

Para a empresa perfeitamente competitiva, um cliente a mais, no


mercado de longo prazo, não faz diferença, porque o preço de venda se iguala ao
custo marginal. A empresa monopolisticamente competitiva, por sua vez, vende a
preço maior que seu custo marginal, então está sempre ansiosa por um cliente a
mais.
Em função do markup do preço sobre o custo marginal, alguns
consumidores que atribuem ao bem valor superior ao custo marginal, mas
inferior ao preço, deixam de comprá-lo; há um peso morto no mercado
monopolisticamente competitivo, como nos monopólios.
OLIGOPÓLIO5

Oligopólio é uma estrutura de mercado em que apenas poucos


vendedores oferecem produtos similares ou idênticos.

As empresas oligopolistas são interdependentes de um modo que as


empresas competitivas não o são.

MERCADOS COM POUCOS VENDEDORES

São marcados por uma tensão entre a cooperação e o interesse próprio.

- Competição, monopólios e cartéis

Quando empresas fazem acordo a respeito das quantidades a serem


produzidas ou preços a serem cobrados, praticam conluio. O grupo de empresas
que assim agem é chamado de cartel. Uma vez formado o cartel, o mercado passa
a ser, na prática, atendido por um monopólio, porque busca o ponto em que o
lucro total é maximizado, e o preço fica superior ao custo marginal.

- O equilíbrio para um oligopólio.

Normalmente, não é possível formar cartéis.

Quando as empresas em um oligopólio escolhem individualmente a


quantidade produzida que maximize o lucro, produzem uma quantidade
maior que o nível produzido pelo monopólio e menor que o nível produzido
pela competição. O preço oligopolista é inferior ao preço do monopolista,
mas superior ao preço competitivo (que é igual ao custo marginal).

Esse equilíbrio atingido pelas empresas, nesta situação, é chamado


equilíbrio de Nash.

5
Capítulo 17
Equilíbrio de Nash é a situação em que os agentes econômicos que
estão interagindo uns com os outros escolhem sua melhor estratégia, dadas as
estratégias escolhidas pelos demais agentes.

No oligopólio, as empresas oligopolistas atua como no “dilema dos


prisioneiros”. O resultado do monopólio é racional para o oligopólio no todo,
mas cada oligopolista tem um incentivo para trapacear.

No caso dos oligopolistas que tentam manter lucros monopolistas, a


falta de cooperação é desejável do ponto de vista da sociedade como um todo. O
resultado monopolista é bom para os oligopolistas, mas ruim para os
consumidores do produto. Quando os oligopolistas não cooperam uns com os
outros, a quantidade que produzem fica mais próxima do nível ótimo. Em outras
palavras, a mão invisível orienta os mercados para que aloquem recursos de
maneira eficiente apenas quando os mercados são competitivos somente quando
as empresas são incapazes de cooperar umas com as outras.

1. Competição no oligopólio por quantidade e preço


A. Oligopólio de Baumol:
Representa um mercado disputado, no qual o oligopólio se encontra no
risco de ter de enfrentar novos concorrentes. Nessa hipótese, as barreiras à
entrada de novas firmas não são tão difíceis de superar, então, para lidar com
isso, o oligopolista acaba diminuindo o preço e aumentando a quantidade de
produto produzido ao ponto de haver uma tendência à convergência à situação de
equilíbrio eficiente que temos na concorrência perfeita.
 
Lembrando que um mercado em concorrência perfeita é aquele que,
hipoteticamente, tem inúmeros produtores, sem barreiras em relação à entrada e
saída desses produtores, todos produzindo um mesmo produto, considerado
homogêneo, e com preços mais baixos, resultantes do equilíbrio na relação entre
esses inúmeros produtores.
 
2. Competição no oligopólio por quantidade
A. Oligopólio SIMÉTRICO de Cournot:
Todos os produtores têm o mesmo nível de poder, decidindo, assim,
simultaneamente a quantidade que irão produzir de seus produtos, que são pouco
diferenciáveis. Além disso, não há incentivo para mudar a quantidade produzida
depois, porque pode gerar uma guerra de preços via aumento da quantidade
ofertada. No final, os preços serão uma consequência do volume ofertado pelas
firmas e o lucro de cada uma será em função da quantidade produzida e do preço
resultante do mercado. Assim, o preço de cournot é inferior ao preço de um
monopólio, mas superior ao de uma concorrência perfeita.
 
B. Oligopólio ASSIMÉTRICO de Stackelberg:
Difere-se do modelo de Cournot no ponto em que a competição não é
estática nem simultânea. Em um oligopólio de Stackelberg há uma empresa
dominante que decide sua quantidade antes das demais, que decidirão o quanto
produzir a depender do comportamento da empresa dominante.
 
3. Competição pelo preço
A. Oligopólio de Bertrand:
O importante é lembrar que, no oligopólio de Bertrand, a competição é
via preço, com o mercado convergindo para o equilíbrio da concorrência perfeita,
onde o preço é igual ao custo marginal e ao rendimento marginal (P =
CMG=RMG).
 
Lembrando que todos esses modelos de oligopólio são apenas
simplificações teóricas do que ocorre na prática, não refletindo o mercado de
fato. Ainda assim, eles servem para facilitar o entendimento de como as
interações entre oligopólios podem ocorrer.
Externalidades e Bens Públicos6

Externalidade: impacto das ações de uma pessoa sobre o bem-estar de


outras que não participam daquelas ações.

- Externalidade Negativa

A curva de custo social inclui os custos privados para os produtores


mais os custos das pessoas afetadas adversamente pela poluição. A curva de
custo social se localiza acima da curva de oferta porque considera os custos
externos impostos à sociedade pelos produtores de alumínio.

A intersecção entre a curva de custo social e a curva de demanda


representa o nível de produção ótimo para a sociedade.

É possível usar um imposto para deslocar a curva de oferta de alumínio


de modo que ela coincida com o custo social. O uso de um imposto como esse é
chamado “internalização de uma externalidade”. Internalizar uma externalidade
significa, assim, a alteração dos incentivos de maneira que as pessoas considerem
os efeitos externos de suas ações.

6
Capítulos 10 e 11 do livro do Mankiw.
- Externalidade Positiva

Neste caso, como o valor social é maior que o valor privado, a curva de
demanda não reflete o valor do bem para a sociedade. A curva de valor social
fica acima da curva de demanda. A quantidade ótima se encontra onde a curva de
valor social e a curva de oferta se interceptam. Portanto, a quantidade social
ótima é maior que a quantidade determinada pelo setor privado.

Mais uma vez, o governo pode corrigir as falhas de mercado induzindo


os participantes a internalizar a externalidade. A resposta apropriada, no caso de
externalidades positivas, é exatamente oposta ao caso das externalidades
negativas. As externalidades positivas, assim, requerem um subsídio.
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA AS EXTERNALIDADES

O governo pode optar por políticas de comando e controle ou por


políticas baseadas no mercado.

- Políticas de comando e controle: regulamentação

O governo pode solucionar uma externalidade tornando obrigatórios ou


proibidos determinados tipos de comportamento.

- Política baseada no mercado 1: impostos corretivos e subsídios

Chamamos de imposto corretivo aquele destinado a induzir decisores


privados a considerar os custos sociais que surgem a partir de uma externalidade
negativa. São conhecidos como “impostos de Pigou”, em homenagem ao
economista Arthur Pigou, um dos primeiros defensores de seu uso.

Os economistas costumam preferir os impostos corretivos à


regulamentação como maneira de lidar com a poluição, porque esses impostos
podem reduzir a poluição a um custo menor para a sociedade.

Os economistas argumentam que os impostos corretivos são melhores


para o meio ambiente. Sob uma política de regulamentação de comando e
controle, os produtores não teriam motivo para diminuir a produção de
externalidades negativas. O imposto, por sua vez, dá aos produtores um incentivo
para desenvolver tecnologias que reduzam suas externalidades.

Os impostos corretivos são os incentivos corretos para a presença de


externalidades e, portanto, deslocam a alocação de recursos para mais perto do
ótimo social. Assim, os impostos corretivos, ao mesmo tempo que arrecadam
receita para o governo, aumentam a eficiência econômica.
- Política baseada no mercado 2: licenças de poluição negociáveis

Trata-se da transferência voluntária de direitos de poluição de uma


empresa para outra. A disposição de uma empresa para pagar pelo direito de
poluir, por sua vez, dependerá de seu custo da redução da poluição: quanto maior
o custo para reduzir a poluição, maior o valor que desejará pagar pela licença.

Assim como no caso dos impostos corretivos, aqui as empresas pagam


por sua poluição. Tanto os impostos corretivos quanto as licenças de poluição
permitem internalizar a externalidade da poluição ao torna-la mais dispendiosa
para as empresas poluírem.

SOLUÇÕES PRIVADAS PARA AS EXTERNALIDADES

Teorema de Coase (homenagem ao economista Ronald Coase) é a


proposição de que, se os agentes econômicos privados puderem negociar sem
custo a alocação de cursos, poderão resolver por si sós o problema das
externalidades. Qualquer que seja a distribuição inicial dos direitos, as partes
interessadas sempre podem chegar a um acordo no qual todos fiquem em uma
situação melhor e o resultado seja eficiente.
No entanto, nem sempre a negociação funciona nos moldes imaginados
por Coase. Existem custos de transação, custos que as partes têm na negociação e
implementação do acordo.

BENS PÚBLICOS E RECURSOS COMUNS

Quando um bem não tem preço, os mercados privados não conseguem


garantir que ele seja produzido e consumido nas quantidades apropriadas. Nesses
casos, a política governamental pode potencialmente remediar a falha do
mercado e aumentar o bem-estar econômico.

- Os diferentes tipos de bens

Duas características vão definir o tipo de um bem.

Primeiro, a propriedade da exclusão: a propriedade de um bem


segundo a qual uma pessoa pode ser impedida de usá-lo.

Segundo, a rivalidade no consumo, propriedade de um bem pela qual


sua utilização por uma pessoa reduz a possibilidade de outras pessoas utilizá-lo

A partir dessas características, os bens podem ser de quatro tipos

- Bens privados. São excludentes e rivais. Uma casquinha de sorvete,


por exemplo, é um bem privado. Ela é excludente porque é possível impedir
alguém de tomar. E é rival porque, se uma pessoa toma um sorvete, outra pessoa
não poderá tomar o mesmo. A maioria dos bens da economia é composta de bens
privados, como os sorvetes de casquinha.

- Bens públicos. Não são nem excludentes nem rivais. As pessoas não
podem ser impedidas de usar um bem público, e quando uma pessoa usa, isso não
reduz a disponibilidade dele. Exemplo: sirene de tornado.
- Recursos Comuns. São rivais, mas não são excludentes. Exemplo:
peixes no mar. São excludentes porque uma pessoa não pode pescar o mesmo
peixe da outra. Mas ninguém pode impedi-la de acessar o mar e pescar outros
peixes.

- Bens artificialmente escassos. São excludentes, mas não rivais.


Exemplo: TV a cabo. Trata-se de um tipo de monopólio natural.

BENS PÚBLICOS

Exemplo: show de fogos de artifício. Não é excludente nem rival.

“Carona” é alguém que recebe um benefício de bem, mas evita pagar


por ele.

Uma lição sobre os bens públicos é que, como não são excludentes, o
problema dos caronas impede que o mercado privado os oferte. O governo,
entretanto, pode potencialmente resolver o problema. Se o governo resolver que
os benefícios totais excedem os custos, pode proporcionar o bem público e pagar
por ele com a receita de impostos.

Alguns exemplos: defesa nacional; pesquisa básica (diferente do


conhecimento tecnológico específico, que pode ser excludente por meio de
patentes); luta contra a pobreza.

- A difícil tarefa da análise de custo-benefício

A análise de custo-benefício é um estudo que compara os custos e os


benefícios de um bem público para a sociedade.

Um fornecimento eficiente de bens públicos é intrinsecamente mais


difícil que um fornecimento de bens privados, porque é difícil saber quanto as
pessoas pagariam por aquele bem individualmente, e quanto seria o custo daquele
bem na vida delas. As conclusões sobre custos e benefícios dos projetos públicos
são, na melhor das hipóteses, aproximações

RECURSOS COMUNS

Como vimos, não são excludentes, mas são rivais. Uma vez fornecido o
bem, os formuladores de políticas precisam se preocupar com a quantidade usada
desse recurso. Esse problema pode ser mais bem entendido a partir da parábola
clássica chamada “Tragédia dos Comuns”.

Quando alguém usa um recurso comum, diminui o desfrute que as outras


pessoas podem ter dele. Por causa dessa externalidade negativa, os recursos
comuns tendem a ser usados em excesso O governo pode resolver o problema
por meio de regulamentos ou impostos para reduzir o consumo de recursos
comuns. Alternativamente, algumas vezes pode transformar o recurso comum em
bem privado.

Exemplos: ar e água puros; via congestionada; peixes, baleias e outros


animais selvagens.
DEMANDA E OFERTA AGREGADAS. AS TEORIAS DE
DETERMINAÇÃO DE RENDA7

Recessão é um período de queda da renda real e aumento do


desemprego.

Depressão é uma recessão grave.

Três fatos sobre as flutuações econômicas

I. Flutuações econômicas são irregulares e imprevisíveis. Flutuações


econômicas são frequentemente chamadas de ciclos de negócios.
Mas essa expressão pode dar a ideia enganosa de que existe
padrão regular e previsível de crescimento econômico.
II. A maioria das variáveis macroeconômicas flutua conjuntamente.
A maioria das variáveis macroeconômicas que medem algum tipo
de renda, despesa ou produção flutua de maneira bastante
próxima. A despesa de investimento varia muito durante o ciclo
de negócios. Quando as condições econômicas se deterioram,
grande parte do declínio pode ser atribuída à redução nas despesas
em novas fábricas, empresas e estoques.
III. Com a queda na produção, o desemprego cresce . Quando o PIB
real cai, a taxa de desemprego aumenta.

Modelos que explicam as flutuações econômicas no curto prazo.

- Pressupostos da economia clássica

7
Mankiw, capítulo 33.
A moeda não tem importância no modelo de economia clássica. O que
importa são as variáveis reais e as forças que as determinam. Segundo a teoria
clássica, para entender essas variáveis, é preciso ver por debaixo do “véu” da
moeda.

- A realidade das flutuações no curto prazo

A maioria dos economistas acredita que a teoria clássica descreve o


mundo no longo prazo, mas não no curto prazo. No curto prazo, as variáveis reais
e nominais estão fortemente ligadas, e as variações na oferta de moeda podem
afastar temporariamente o PIB real de sua tendência de longo prazo.
Mesmo economistas clássicos, como David Hume, perceberam que a
teoria da economia clássica não se sustentava no curto prazo.
Para saber como a economia funciona no curto prazo, não podemos
separar nossa análise de variáveis reais, como produção e emprego, de análise de
variáveis nominais, como moeda e níveis de preço.

- O modelo de demanda agregada e oferta agregada

Nosso modelo concentra-se no comportamento de duas variáveis. A


primeira é a produção de bens e serviços da economia, medida pelo PIB real.
A segunda é o nível geral de preços.
De acordo com o modelo de demanda agregada e oferta agregada, o nível
de preços e a quantidade produzida se ajustam para equilibrar a demanda
agregada e a oferta agregada.
Ao contrário do modelo que usamos em microeconomia, no qual oferta e
demanda se equilibram para o preço e quantidade de um bem, neste modelo
estamos medindo a quantidade total de bens e serviços produzidos por todas as
empresas em todos os mercados.
Curva de demanda agregada: é uma curva que mostra a quantidade de
bens e serviços que as famílias, as empresas, o governo e os clientes estrangeiros
desejam comprar a cada nível de preços.
Curva de oferta agregada: uma curva que mostra a quantidade de bens e
serviços que as empresas decidem produzir e vender a cada nível de preços.

A CURVA DE DEMANDA AGREGADA

A curva de demanda agregada nos diz a quantidade de todos os bens e


serviços demandados na economia a qualquer nível de preço dado. A curva de
demanda agregada tem inclinação negativa. Em outras palavras, uma queda no
nível geral de preços da economia tende a aumentar a quantidade demandada de
bens e serviços. Por outro lado, o aumento no nível de preços reduz a quantidade
de bens e serviços demandados.

- Por que a curva de demanda agregada tem inclinação negativa?


Para responder, é preciso lembrar que o PIB corresponde à soma de
CONSUMO, INVESTIMENTO, COMPRAS DO GOVERNO e
EXPORTAÇÕES LÍQUIDAS.
PIB = Consumo + Investimento + Compras do Governo + Exportações
Líquidas

Nível de preço e consumo: o efeito riqueza. A diminuição no nível de


preços aumenta o valor real da moeda, tornando os consumidores mais ricos, o
que, por sua vez, encoraja-os a gastar mais. O aumento nas despesas do
consumidor significa maior quantidade demandada de bens e serviços. Por outro
lado, se os preços sobem, o valor real da moeda cai, o que torna os consumidores
mais pobres.

Nível de preços e investimento: o efeito taxa de juros. Se o nível geral


de preços cai, as famílias gastam menos para comprar os bens e serviços que
desejam, e podem usar o dinheiro “extra” para comprar títulos que rendem juros,
ou colocar esse montante na poupança. Quando colocam seu dinheiro em ativos
que rendem juros as famílias empurram a taxa de juros para baixo. Com isso, os
empréstimos se tornam mais baratos, e as empresas sentem-se atraídas a realizar
novos investimentos em fábricas e equipamentos. Isso também incentiva as
famílias a investir em novas moradias.
Em outras palavras, o nível de preços mais baixo reduz a taxa de juros,
fomenta o gasto maior com bens de investimentos, e, por isso, aumenta a
quantidade demandada de bens e serviços.

Nível de preços e exportações líquidas: o efeito taxa de câmbio. Com


a queda nos preços, e a consequente queda nas taxas de juros, o valor real do
dólar diminui nos mercados de câmbio estrangeiros. Essa depreciação faz com
que os produtos do país fiquem mais baratos, o que estimula as exportações. Ao
mesmo tempo, os produtos estrangeiros ficam mais caros, o que diminui as
importações. Assim, as exportações líquidas aumentam, o que provoca o
aumento da quantidade demandada de bens e serviços.

Fatores que deslocam a curva de demanda agregada

Atenção: trata-se de fatores que mudam a posição da curva no gráfico.

- Alterações de consumo: qualquer acontecimento que altere o quanto


as pessoas desejam consumir, para qualquer nível de preços dado, desloca a
curva de demanda agregada.
- Alterações dos investimentos: acontecimentos que alterem o quanto
as empresas desejam investir para um nível de preços dado podem deslocar a
curva de demanda agregada. A política fiscal, por exemplo, pode induzir as
empresas a investirem mais, deslocando a curva de demanda agregada para a
direita.
- Alterações das compras do governo. É o meio mais direto pelo qual
os formuladores de políticas deslocam a curva de demanda agregada.
- Alterações das exportações líquidas. Por exemplo, se um parceiro
comercial importante passa por uma recessão, compra menos bens e faz diminuir
a exportação líquida.
A CURVA DE OFERTA AGREGADA
É uma curva que nos diz a quantidade total de bens e serviços que as
empresas produzem e vendem a um nível de preços dado. Ao contrário da curva
de demanda agregada, que sempre tem inclinação negativa, a curva de oferta
agregada apresenta uma relação que depende fundamentalmente do horizonte do
tempo em questão.
NO LONGO PRAZO, a curva de oferta agregada é vertical.
NO CURTO PRAZO, a curva de oferta agregada tem inclinação positiva.

- A curva de oferta agregada no longo prazo (VERTICAL)

No longo prazo, a produção de bens e serviços de uma economia (seu


PIB real) depende de suas ofertas de trabalho, capital e recursos naturais, e da
tecnologia disponível para transformar esses fatores de produção em bens e
serviços.
No longo prazo, não é necessário fazer nenhuma referência ao nível geral
de preços.
Assim, a curva de oferta agregada de longo prazo é vertical.
Depende de: oferta de trabalho, capital, recursos naturais, tecnologia
disponível.
A curva de oferta agregada de longo prazo vertical é, em essência,
somente uma representação gráfica da dicotomia clássica e da neutralidade
monetária. A teoria macroeconômica clássica se baseia na hipótese de que as
variáveis reais não dependem das variáveis nominais.

Por que a curva de oferta agregada de longo prazo se desloca?

A quantidade de bens e serviços produzidos por uma economia no longo


prazo é por vezes chamado de PRODUTO POTENCIAL ou PRODUTO DE
PLENO EMPREGO.
Também é chamado de “taxa natural de produção”, porque mostra o que
a economia produz quando o desemprego está em sua taxa natural ou normal.
Qualquer mudança na economia que altere a taxa natural de produção
desloca a curva de oferta agregada de longo prazo.
No modelo clássico, a produção depende de trabalho, capital, recursos
naturais e tecnologia. Assim, são esses fatores que deslocam a curva de oferta
agregada de longo prazo.

- Alterações de trabalho: entrada de imigrantes faria a quantidade de


bens e serviços aumentar. A curva também da taxa natural de desemprego.
- Alterações decorrentes do capital: um aumento no estoque de capital
da economia eleva a produtividade e, portanto, a quantidade ofertada de bens e
serviços, e desloca a curva de oferta agregada de longo prazo para a direita.
- Alterações decorrentes dos recursos naturais: a descoberta de um
novo depósito de minerais, por exemplo, pode deslocar a curva de oferta
agregada de longo prazo para a direita. Uma alteração nos padrões climáticos que
dificulte a agricultura desloca a curva de oferta agregada de longo prazo para a
esquerda.
- Alterações do conhecimento tecnológico: a disseminação do uso da
tecnologia em toda a economia deslocou a curva de oferta agregada de longo
prazo para a direita.

O uso da demanda agregada e da oferta agregada para representar o


crescimento de longo prazo e a inflação.

As forças mais importantes, na prática, para uma economia no longo


prazo, são a tecnologia e a política monetária. O avanço tecnológico aumenta a
capacidade que a economia tem de produzir bens e serviços, e isso desloca
continuamente a curva de oferta agregada de longo prazo para a direita.
Ao mesmo tempo, como o Banco Central aumenta a oferta de moeda ao
longo do tempo, a curva de demanda agregada também se desloca para a direita.
Por que a curva de oferta agregada tem inclinação positiva no curto
prazo?

A diferença-chave entre a economia no curto prazo e no longo prazo é o


comportamento da oferta agregada. A curva de oferta agregada de longo prazo é
vertical, porque, no longo prazo, o nível geral de preços não afeta a capacidade
da economia de produzir bens e serviços.
No entanto, no curto prazo, o nível geral de preços afeta a capacidade
de produção da economia.
A curva de oferta agregada no curto prazo tem inclinação positiva.

Há três teorias propostas para explicar por que as mudanças no nível de


preços afetam a produção no curto prazo.
Essas três teorias têm um tema em comum: a quantidade ofertada se
desvia de seu nível de longo prazo, ou natural, quando o nível real de preços se
desvia do nível de preços que as pessoas esperavam que prevalecesse.

Teoria dos Salários Rígidos. A curva de oferta agregada de curto prazo


tem inclinação positiva porque os salários nominais se baseiam na expectativa de
preços e não respondem imediatamente quando o nível real de preços é diferente
do esperado. Essa rigidez de salários dá às empresas um incentivo para produzir
menos quando o nível de preços é menor que o esperado, e para produzir mais
quando o nível de preços é maior que o esperado.

Teoria dos Preços Rígidos. Uma queda inesperada no nível de preços


deixa algumas empresas com preços mais altos que o desejado, e esses preços
altos deprimem as vendas e induzem as empresas a reduzir a quantidade de bens
e serviços que produzem. Por outro lado, quando a oferta de moeda e o nível de
preços ficam acima do que as empresas esperavam, algumas empresas mantêm
seus preços em níveis mais baixos, o que gera atração de consumidores
aumentando a demanda agregada.
Teoria das Percepções Equivocadas. Produtores percebem a queda do
preço de seus produtos antes de perceber queda no restante da economia, e por
isso reagem reduzindo a quantidade ofertada.

Todas essas teorias sugerem que a produção se desvia, no curto prazo, do


nível do longo prazo (a taxa natural) quando o nível de preços real se desvia do
nível de preços esperado pelas pessoas.

Por que a curva de oferta agregada no curto prazo se desloca?

As mesmas variáveis do longo prazo devem ser consideradas: capital,


trabalho, recursos naturais e conhecimento tecnológico. Mas adiciona-se a
expectativas das pessoas quanto ao nível de preços.
Um aumento no nível de preços esperado reduz a quantidade ofertada de
bens e serviços e desloca a curva de oferta agregada de curto prazo para a
esquerda. Uma redução no nível de preços esperado eleva a quantidade ofertada
de bens e serviços e desloca a curva de oferta agregada de curto prazo para a
direita.

DUAS CAUSAS DAS FLUTUAÇÕES ECONÔMICAS

Vamos partir de um cenário de equilíbrio de longo prazo. A produção e o


nível de preços de equilíbrio são determinados, aqui, pela intersecção das curvas
de demanda agregada e de oferta agregada de longo prazo, representada pelo
ponto A na figura. Nesse ponto, a produção está em sua taxa natural. Nesse
momento, o nível esperado de preços é igual ao nível real de preços, de maneira
que a intersecção da curva de demanda agregada também cruzará, no ponto de
equilíbrio, com a curva de oferta de curto prazo (inclinação positiva).
Uma queda na curva de demanda geraria o cenário ilustrado na figura
abaixo. No longo prazo, o deslocamento da demanda agregada se reflete
plenamente no nível de preços e não no nível de produção. A produção volta ao
seu patamar inicial, mas o nível de preços é menor.
Assim, algumas conclusões são esperadas:
No curto prazo, os deslocamentos na demanda agregada causam
flutuações na produção de bens e serviços da economia.
No longo prazo, os deslocamentos na demanda agregada afetam o nível
geral de preços, mas não afetam a produção.
Os formuladores de políticas que influenciam a demanda agregada
podem amenizar potencialmente a severidade das flutuações econômicas.

Os efeitos de um deslocamento na oferta agregada

No curto prazo, uma mudança na curva de oferta agregada leva a um


quadro de estagnação e inflação (estagflação). Expectativas sucessivas de preços
e salários maiores podem levar a uma “espiral de preços e salários”.
Para corrigir o problema inicial do deslocamento da curva de oferta, os
formuladores de políticas podem agir deslocando a curva de demanda. Diz-se que
os formuladores de políticas, neste caso, “acomodam” o deslocamento na oferta
agregada. Uma política de acomodação aceita um nível de preços
permanentemente mais alto para manter um nível maior de produção e de
empregos.

12h20
CONTABILIDADE NACIONAL

Quatro Preços Macroeconômicos importantes: nível geral de preços,


taxa de juros, salário, taxa de câmbio.

Contabilidade dos agregados macroeconômicos

A mensuração dos grandes agregados nacionais é feita por meio do


Sistema de Conta Nacionais e pelo Balanço de Pagamentos.

- O PIB

O objetivo do Sistema de Contas Nacionais, SCN, é mensurar o valor de


tudo o que o país produz em um determinado período: o Produto Interno Bruto.
O PIB compreende todos os bens e serviços finais produzidos dentro das
fronteiras do país, por residentes ou não, em um determinado período. Existem
três formas de contabilizá-lo: pelas ópticas do produto, da renda e despesa.
Normalmente, usam-se os três métodos.
Pela óptica do produto, o PIV representa o somatório, em unidades
monetárias, de tudo que as empresas produzem de bens e serviços finais num
período.
Pela óptica da renda, representa o somatório da remuneração dos fatores
de produção que as empresas utilizam no processo produtivo dos bens e serviços.
São as remunerações de todos os fatores de produção que as firmas necessitam
para produzir num período: salários, juros, aluguéis, lucros e dividendos
distribuídos.
Pela óptica da despesa: é a soma dos gastos de todos os que demandam
bens e serviços finais produzidos pelas empresas em certo período. Agrega
consumo das famílias e do governo, investimentos de todos os agentes
econômicos na formação de capital fixo e o saldo de exportações menos
importações.
A óptica da despesa também é conhecida como óptica da demanda
agregada. É o método mais utilizado.
Os bens demandados na economia podem ser de consumo ou de
investimento. Os bens de consumo podem ser duráveis ou não duráveis. Os bens
de investimento se referem aos bens de capital físico como máquinas,
equipamentos, etc. O valor dos investimentos totais da economia corresponde à
formação bruta de capital, que se divide em formação bruta de capital fixo e
variação de estoques.
Em relação aos compradores, há quatro grandes grupos de agentes
econômicos: as famílias, as empresas, o governo e o resto do mundo.
Normalmente, as famílias demandam bens de consumo, enquanto os demais
atores demandam bens de consumo e de investimento.
Há dois tipos de investimento: o privado e o público. O investimento
total de um país é financiado pela poupança agregada, que se divide na poupança
interna e externa.
Investimento = Poupança do governo, poupança do setor privado _
poupança externa.
Os gastos do governo envolvem despesas correntes, ou custeio,
voltadas a manter a administração pública funcionando; gastos com bens de
capital, como estradas, prédios de escolas, hospitais, etc. Também envolvem
gastos com transferências, como Previdência Social, que não são contemplados
nem como custeio nem como investimento.
A interação entre residentes e não-residentes se dá por importação ou
exportação.
O PIB corresponde a soma do Consumo das Famílias, Gastos do
Governo, Empresas localizadas no Brasil, e pela exportação menos a importação
(exportação líquida).
Demanda Global: C + G + I
Demanda Agregada Global: C +G + I + X
Oferta Agregada Global: PIB + M (importações feitas pelo Brasil).
Produto Interno Líquido: PIB – Depreciação.
Produto Nacional Bruto: compreende também os Bens e Serviços
produzidos dentro ou fora do país por agentes residentes do país.
Para calcular o PIB e o PNB, é preciso conhecer a diferença entre as
rendas enviadas e as recebidas do exterior.
Renda Líquida Recebida do Exterior, RLRE. é a diferença entre a Renda
Recebida do Exterior (RR) e a Renda Enviada ao Exterior (RE).
PNB = PIB +RLRE.
Em países emergentes, o PNB tende a ser menor que o PIB em razão das
altas remessas de juros, lucros e royalties aos estrangeiros.
Produto a Preço de Mercado, PM, inclui os impostos indiretos, mas não
inclui os subsídios.
Produto a Custo de Fatores não inclui os impostos indiretos, mas inclui
os subsídios.

- PIB Nominal e PIB Real: utiliza-se o deflator do PIB para evitar uma
ilusão monetária.
Deflator do PIB = PIB Nominal/Pib Real.

- Produto Potencial versus produto efetivo

O PIB potencial indica a magnitude possível da trajetória do PIB real se


todos os recursos disponíveis fossem plenamente empregados. Representa um
máximo racional do ponto de vista econômico. Representa a capacidade de
crescimento da economia no longo prazo.
O PIB efetivo é o que realmente se produz em certo período.
O PIB efetivo apresenta trajetória cíclica, oscilando entre período de pico
(expansão econômica) e queda (recessão econômica).
A diferença entre PIB potencial e PIB efetivo reside na intensidade com
a qual os fatores de produção disponíveis são utilizados, e essa diferença é
conhecida como hiato do produto.
Se o hiato, que é diferença entre o PIB efetivo e o PIB potencial, for
positivo, a demanda agregada está acima da oferta agregada. Nesse caso há
pressão sobre o nível de preços da economia.
Se o hiato é negativo, a demanda estará abaixo da oferta e haverá fatores
produtivos ociosos, o que tende a gerar queda nos preços.

- Contas Nacionais no Brasil.

Ao analisar as Contas Nacionais do Brasil, precisamos saber que:


A) Governo Central = Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência;
B) Setor Público: GC, Estaduais e Municipais, Empresas Públicas e
Autarquias.

O PIB calculado pelo IBGE exclui das autarquias e empresas públicas do


setor público. Desde 2010, investimentos privados e investimentos públicos estão
assinalados na mesma rubrica (investimento total).
O Resultado Fiscal divulgado pelo Tesouro Nacional considera como
governo apenas o Governo Central. Explicita quanto se gasta no total de
Investimentos do Governo.
O Resultado Fiscal apresentado pelo Banco Central tem como parâmetro
todo o Setor Público, mas não separa os gastos do governo dos investimentos.
O Déficit Público pode ser de dois tipos: déficit primário (DGP) ou
Déficit Nominal (DGN).
O Déficit Primário corresponde à despesa corrente tota, somada das
transferências, somados também os investimentos, menos a receita
governamental total.
O Déficit Nominal é o Déficit Primário acrescido dos juros sobre o
estoque de dívida pública.
O Déficit Nominal, abreviado DGN, também é chamado de Necessidade
de Financiamento do Setor Público.
Em situações de déficit fiscal, o governo recorre às medidas tradicionais
de política fiscal: aumento de impostos, cortes de gastos.
Se não for suficientes, o governo pode fazer uso de recursos extrafiscais,
nomeadamente dois: a) emissão de moeda, instrumento pelo qual o Tesouro
Nacional pede emprestado ao Banco Central e b) a venda de títulos da dívida
publica ao setor privado (interno e externo).
A emissão de dívida pública gera inflação (o chamado imposto
inflacionário), mas não aumento o endividamento do setor público com o setor
privado. Isso também é conhecido como monetização da dívida, significando que
o Banco Central cria moeda para financiar a dívida do Tesouro.
No caso da venda de títulos da dívida pública ao setor privado, o governo
troca títulos por moeda que já está em circulação (vem do setor privado), não há
geração de inflação. Mas esse tipo de endividamento eleva a dívida pública.
Dívida Interna: passivo em moeda nacional.
Dívida Externa: passivo em dívida externa;
Dívida Pública: passivo do governo em moeda nacional e estrangeira.
Dívida Privada: passivo do setor privado em moeda nacional e
estrangeira.
Dívida Total = Passivo do Setor Público e do Setor Privado em moeda
nacional e estrangeira.
Essas categorias podem ainda ser divididas em Dívida Bruta e Dívida
Líquida.
A Dívida Bruta é o passivo geral do governo.
A Dívida Líquida corresponde à Dívida Bruta menos os ativos do
governo (créditos com bancos públicos e reservas internacionais).
Atualmente, em torno de 73,7% em relação ao PIB, enquanto a Dívida
Líquida está em torno de 59% em relação ao PIB.
A metodologia do FMI inclui, ao contrário da nossa, os títulos do
Tesouro na carteira do Banco Central como parte da dívida pública bruta. Isso faz
com que o FMI calcule nossa dívida bruta em torno de 5% a mais do que em
nossos cálculos oficiais.
Uma variável de fluxo é aquela medida por unidade de tempo. Por
exemplo: renda poupança, PIB, etc.
Varável de estoque é aquela medida em um determinado ponto do tempo.
Exemplo: montante da dívida pública, quantidade de moeda em circulação no
país, estoque de matérias-primas, nível de reservas internacionais.
BALANÇO DE PAGAMENTOS8

A contabilidade sistemática das transações econômicas entre residentes e


não residente durante determinado período é feita no Balanço de Pagamentos.
Trata-se, portanto, do registro contábil “ex post” de todas as transações de um
país com o resto do mundo.

Cada transação financeira é registrada em pelo menos duas contas.

Crédito (+) Débito (-)


Ativo Externo Diminui Aumenta
Passivo Externo Aumenta Diminui

O Balanço de Pagamentos é normalmente segmentado em DUAS


grandes contas.

A primeira é a TCC, de transações correntes, que registra os pagamentos


e recebimentos relativos às transações realizadas com bens e serviços entre um
país o exterior.

A segunda é a CEF, conta de capital e financeira, que registra os fluxos


de natureza financeira entre residentes e não residentes.

A TCC, de transações correntes, divide-se em:

a) Balança comercial de bens e serviços (B&S) que registra as


exportações e importações de bens e serviços – transportes, viagens
internacionais, construção, etc.
b) Renda Primária (segundo a metodologia BM6), antes chamada
balanço de rendas, que registra remuneração do trabalho e as rendas
de investimentos como salários, juros, dividendos e lucros.
8
O resumo sobre Balanço de Pagamento, até o momento, foi feito a partir do
livro “Manual de Economia” da FUNAG.
c) Renda Secundária ou transferências unilaterais, que corresponde às
transferências em que não há contrapartidas, na forma de bens e
moeda, para consumo corrente, como doações, ajuda humanitária,
etc.

Um saldo POSITIVO do TCC, o balanço de transações correntes, revela


que o Brasil exportou mais bens e serviços e mais fatores de produção para o
exterior, o que significa que parte do que foi produzido pelas empresas brasileiras
foi consumido pela demanda externa, sobrando, portanto, menos para os
brasileiros consumirem. O Brasil é, nesse caso, credor líquido em relação ao
mundo.
Já um salgo NEGATIVO de TCC significa que o Brasil importou
poupança externa (SE = TCC), o que indica que ocorreu financiamento do país
em divisas externas, via CCF ou por utilização das reservas.
A CFF, por sua vez, divide-se em duas subcontas:
a) Conta de Capital, pouco expressiva, que se resume a registrar
aquisição e alienação de bens não financeiros não produzidos
(patentes e maras) e transferências de capital (passes de atletas,
perdão de dívida externa, etc).
b) Conta Financeira, a mais relevantes, na qual são registrados os fluxos
de natureza FINANCEIRA, como empréstimos, amortizações,
investimento estrangeiro direto, compra de títulos públicos, entre
outros.
c) Erros e Omissões.

Em relação às RESERVAS INTERNACIONAIS: saldos positivos


aumentam o nível de Reservas do país. Saldos negativos reduzem as RI.
Se o saldo de recursos da Balança de Pagamentos for maior do que a
saíde, registra-se superávit.
Se o saldo de recursos da BP for negativo, registra-se déficit externo.

Se houver déficit no Balanço de Pagamentos, o país tem duas opções:

- utilizar suas reservas internacionais para cobrir o déficit no BP;


- recorrer a empréstimos internacionais.

- Determinantes da conta transações correntes (TCC).

Existem, pelo menos, três variáveis exógenas na determinação de saldo


das transações correntes: 1) a taxa de câmbio real; 2) o produto do resto do
mundo; 3) o produto interno do país.

Taxa de Câmbio Real: em caso de desvalorização, as exportações tendem


a aumentar e as importações a recuar. Nesse caso, o saldo das transações
correntes irá aumentar. A relação aqui é positiva.
Produto do Resto do Mundo: uma recessão na China levará a um recuo
das exportações brasileiras, afetando negativamente o BP. A relação entre PIB do
resto do mundo e TC é positiva.
PIB interno – Renda Agregada: aqui, a causalidade é negativa. Se o PIB
brasileiro aumenta, a demanda por Bens e Serviços importados cresce. Nesse
caso, as importações brasileiras tendem a aumentar, o que conduz a uma
diminuição do saldo em Transações Correntes.

- Determinantes da CCF – Conta Capital e Financeira


No caso de investimentos de curto prazo, o diferencial da taxa de juros
interna e externa desempenha papel relevante na atração de recursos.
Três variáveis exógenas, pelo menos, determinam a taxa de juros
doméstica: a taxa de juros externa, o risco cambial e o risco país.
Risco cambial decorre da possibilidade de haver uma desvalorização
acentuada na taxa de câmbio que acabe gerando perdas ao investidor estrangeiro.
O Risco-país está associado à possibilidade de o Estado “quebrar”.
No médio e longo prazo, temos os investimentos diretos estrangeiros,
IED, que, além dos fatores mencionados, levam em conta: a expectativa de
crescimento do país; o tamanho do mercado doméstico; o ambiente regulatório e
tributário favorável aos negócios; o oferecimento de segurança jurídica aos
investidores internacionais por meio da assinatura de acordos de proteção aos
investimentos.

- A importância da poupança externa.

A utilização da poupança externa, como forma de financiar o


investimento, permite que os agentes aumentem a demanda por bens de
investimento sem diminuir a demanda por bens de consumo.
Dependendo da situação, pode ser bom para o país ter “déficit” em
transações correntes.
O país tem de considerar os seguintes aspectos quando quiser recorrer à
poupança externa: o custo da dívida, a liquidez externa e a sustentabilidade da
dívida. Se o custo do empréstimo externo for inferior à taxa de retorno do
investimento, o déficit em transações correntes é plenamente justificável.
A dependência de financiamento externo pode ser perigosa, porque pode
ser uma fonte de financiamento volátil. Normalmente, um déficit em transações
correntes de 3% do PIB é considerado pelos economistas como um sinal amarelo.
Saldo da Balança de Bens e Serviços Não Fatores = X – M
Saldo da Balança de Transações Correntes = (X-M) – Rendas Líquidas
Enviadas ao Exterior.
- Principais Mudanças trazidas pela nova metodologia do Balanço
de Pagamentos

A partir de abril de 2015, o Banco Central do Brasil passou a publicar as


estatísticas de Balanço de Pagamentos (BP) e Posição Internacional de
Investimento (PII) em conformidade com a sexta edição do Manual de Balanço
de Pagamentos e Posição Internacional de Investimento (BPM6), de 2009, do
FMI.
PII é uma versão atualizada e mais abrangente do chamado “Passivo
Externo Líquido” de uma economia. Apresenta os estoques de ativos e passivos
externos de uma determinada economia.
BPM6 define o BP como a estatística macroeconômica que sintetiza as
transações entre residentes e não residentes ao longo de um período.
Em relação ao BPM5, que estava vigente desde 1993, há algumas
diferenças: a) nomenclaturas; b) convenção de sinais; c) rigor metodológico;
formato de apresentação do BP.
Rendas e Transferências Unilaterais passaram a se chamar Renda
Primária e Secundária.
O Investimento Estrangeiro Direto passou a se chamar Investimento
Direto no País, IDP;
Também há o Investimento Direto no Exterior, IDE.
Os fluxos brutos, no BPM6, são apresentados em valor absoluta, sem
sinal.
As alterações de estoque são apresentadas com sinal positivo ou
negativo.
Na América Latina, além do Brasil, o Chile e a Colômbia já adotaram o
BPM6.
Sob a nova metodologia do BPM6, houve aumentos no déficit das contas
de transações correntes e financeira no país.
No BPM6, os lucros reinvestidos no Brasil tem como contrapartida o
aumento do investimento direto no país. Lucros reinvestidos no exterior elevam o
investimento brasileiro no exterior.
Além disso, os empréstimos intercompanhias, quando uma filial
empresta a uma matriz ou vice-versa, passaram a ter tratamento diverso. Deve-se
identificar a residência de cada companhia. Os empréstimos de uma empresa, do
mesmo grupo econômico, do Brasil, para outra no exterior, são considerados
investimento brasileiro direto. Se uma filial ou matriz empresa para filial ou
matriz brasileira, considera-se Investimento Direto no País.
ESTRUTURA GERAL DO BALANÇO DE PAGAMENTOS

1. Conta Corrente
1.1 Balanço Comercial
1.2 Balanço de Serviços
1.3 Balanço de Rendas
1.4 Transferências Unilaterais de Renda (TUR)

2. CONTA CAPITAL: transferências unilaterais de ativos


3. CONTA FINANCEIRA
3.1 Investimento Direto
3.2 Investimento em Carteira
3.3 Derivativos
3.4 Outros Investimentos
4. ERROS E OMISSÕES
MERCADO DE BENS

Fichamento feito a partir do capítulo 3 do livro “Macroeconomia”, de


Olivier Blanchard.

PIB = Consumo + Investimento + Gastos do Governo + Exportações


Líquidas.

Investimento: pode ser residencial ou não-residencial.

- Importante lembrar-se que


Produção = Vendas + Investimentos em Estoques
Vendas = Produção – Investimentos em Estoques.

- Consumo

Decisões de consumo dependem de muitos fatores, mas o principal é a


renda, ou, mais precisamente, a renda disponível.
A renda disponível é dada por
Yd = Y – T, sendo T os impostos pagos menos as transferências.

- Gastos do Governo.

Junto com os impostos, representa a política fiscal do governo.

- Identidade fundamental
Y = C + I + G (economia fechada)
Lembrando que C = C0 + C1x(Y-T) + I + G
___________________________
POLÍTICA FISCAL

(Fichamento Manual FUNAG)

Políticas macroeconômicas: política fiscal, monetária, cambial e


comercial externa.

A política fiscal tem como objetivo aumentar ou diminuir a demanda


agregada para assegurar e preservar a estabilidade econômica, por meio de
variáveis que pertencem ao orçamento público.
Uma política fiscal expansionista tem como opções: a) expandir as
despesas ou reduzir a receita tributária.
Uma política fiscal contracionista compreende o inverso: reduzir
despesas, ou aumentar a receita tributária.
A implementação de uma política fiscal expansionista pode ser
financiada com a emissão de moeda ou com o aumento da dívida pública.
Na primeira hipótese, haverá expansão da oferta monetária. Na segunda,
não.
Com aumento da dívida pública não há moeda nova na economia, apenas
transferências entre os agentes.
No segundo caso, os compradores dos títulos pagam certo valor ao
governo, e este expande os gatos. Nesse caso, o “déficit” público e a dívida
pública aumentam.
Para sustentar a dívida pública, é recomendável que o governo gere
SUPERÁVIT primário para cobrir parte dos juros relativos a essa dívida.
Na avaliação do déficit, é importante analisar números relativos.
O crescimento do “déficit” fiscal em ritmo igual ou inferior ao
crescimento do PIB não gera maiores problemas, pois ele se manterá estável ou
recuará em termos relativos. Além disso, se a relação “déficit”/PIB ou dívida
/PIB forem elevadas, mas estiver em trajetória declinante, mesmo em nível
preocupante, o país não encontrará maiores problemas para refinanciá-la.
Já no caso de essa relação ser baixa, mas estiver numa trajetória de
crescimento exponencial, o país poderá enfrentar maiores problemas para
refinanciá-la caso não implemente políticas para reverter essa tendência.

- Multiplicador keynesiano de gastos.

Segundo este conceito de Keynes, se uma economia estiver com recursos


desempregados, um aumento da demanda agregada provocará um aumento da
renda nacional mais do que proporcional ao aumento da demanda.
Isso ocorre porque, numa economia em desemprego, abaixo de seu
produto potencial, qualquer injeção de despesas provoca efeito multiplicador nos
vários setores da economia.
O aumento da renda de um setor significará que os assalariados e
empresários desse setor gastarão sua renda em outros setores, que, por sua vez,
gastarão com bens e serviços, e assim, sucessivamente.
A multiplicação dos gastos depende, por sua vez, das propensões
marginais a consumir e a poupar: quanto maior a propensão a consumir da
coletividade, maiores os gastos com bens e serviços em cada etapa e maior,
portanto, o efeito multiplicador.
Equação do Consumo:

C = 10 + 0,8RND
Sendo que RND = Renda Nacional - Tributos.

Oferta Agregada = Demanda Agregada

Renda Nacional = Consumo + Investimento


Renda Nacional = 10 + 0,8.RN+ 7
RN = 17 + 0,8rn
RN = 85
Com investimentos a 5:
RN = C + I
RN = 10 +0.8.RN + 5
0,2rn = 15
Rn = 75.

Assim, a variação de DOIS no investimento levou a aumento de 10 na


renda nacional.

kI = Variação RN/Variação do Investimento

kI = 10/2 = 5.

Alem disso, o multiplicador keynesiano de gastos é inverso da propensão


marginal a poupar.

kI = 1/Propensão marginal a poupar.

Ou ki = 1/1 – Propensão marginal a consumir

No exemplo anterior, pode-se concluir que


kI = 1/1 – 08 = 1/0,2 = 5.

Os multiplicadores dos demais elementos da demanda agregada têm a


mesma fórmula, com a diferença de que o multiplicador das importações tem um
sinal negativo, pois representa um vazamento de renda para o exterior.

- Os críticos das políticas fiscais expansionistas

Em linhas gerais, as correntes de economistas que questionam a eficácia


de políticas fiscais expansionistas dividem-se em duas linhas de argumentação.
Uma delas entende que a política fiscal expansionista é ineficaz, porque,
ao aumentar a dívida pública, faz os agentes anteciparem os efeitos futuros e
gastar menos no presente.
Essa lógica de escolha intertemporal é chamada de Equivalência
Ricardiana.
Para outra vertente de críticos, a política fiscal tem normalmente uma
eficácia menor do que aquela que o governo espera obter, por causa do efeito
chamado crowding out.
Nesse caso, o aumento da dívida pública reduz a poupança nacional.
Com isso, diminui a oferta de fundos emprestáveis, e por consequência aumenta
a taxa de juros e cai a oferta de fundos emprestáveis. Com isso, a elevação dos
gastos financiado com o aumento de dívida “crowds out” parte dos investimentos
privados devido ao aumento da taxa de juros.
SISTEMA MONETÁRIO – Parte I9

Comércio de escambo exige a “dupla coincidência de desejo”.

Moeda é um conjunto de ativos da economia que as pessoas usam


regularmente para comprar bens e serviços de outras pessoas.
Moedas têm três funções na economia: meio de troca; unidade de
conta; reserva de valor.
Meio de troca: algo que os compradores dão aos vendedores quando
querem comprar bens e serviços.
Unidade de Conta: o padrão de medida que as pessoas usam para
estabelecer preços e registrar dívidas.
Reserva de Valor: algo que as pessoas posem usar para transferir poder
de compra do presente para o futuro.

Moeda pode ter valor intrínseco ou não.


A moeda que toma a forma de uma mercadoria com valor intrínseco é
chamada moeda-mercadoria.
A moeda que não tem valor intrínseco é chamada “moeda de curso
forçado”, porque se torna moeda por decreto governamental.

Como medir a quantidade de moeda da economia?

Um dos modos é medir a chamada “moeda corrente”, isto é, o ativo que


representa a quantidade de moedas de metal em poder do público. É o meio de
troca mais aceito em nossa economia e é parte do estoque de moeda.
Depósitos à vista: são os saldos em conta corrente aos quais os
depositantes têm acesso mediante a emissão de um cheque.

9
Fichamento Mankiw.
É importante saber que o estoque de moeda da economia inclui não
apenas a moeda corrente, mas também os depósitos efetuados em bancos e outras
instituições financeiras que possam ser facilmente acessados e usados para
comprar bens e serviços.
Banco Central: é uma instituição planejada para supervisionar o sistema
bancário e regular a quantidade de moeda na economia.
Duas funções: supervisionar o sistema bancário; regular a quantidade
de moeda na economia.
O Banco Central pode atuar como “emprestador de última instância”, um
emprestador para aqueles que não podem emprestar de mais ninguém.
Outra tarefa do BC é controlar a quantidade de moeda disponível na
economia, denominada “oferta de moeda”.
Oferta de Moeda é a quantidade de moeda disponível na economia.
Para regular a oferta de moeda, são formuladas decisões de políticas
públicas, chamadas “política monetária”.

Os Bancos e a Oferta de Moeda

Imaginemos um país no qual a moeda corrente seja a única forma de


moeda (sem bancos ou depósitos).
Se esse país abre um banco APENAS para depósitos, sem emprestar o
dinheiro que está com ele, este é um sistema de 100% de reserva bancária.
Reservas: são os depósitos recebidos pelos bancos, mas que não são
emprestados.
Se os bancos mantêm todos os depósitos como reserva, eles não
influenciam a oferta de moeda.

- Criação da moeda por meio do sistema de reservas bancárias


fracionárias
Eventualmente, o sistema bancário adota o sistema de reservas
fracionárias.
O sistema de reservas fracionárias é um sistema bancário no qual os
bancos mantêm apenas uma parte de seus depósitos como reserva.
A fração dos depósitos mantidos como reserva bancária é chamada
“razão de reserva”.
Quanto maior a razão de reserva, menor a parcela de cada depósito
que os ancos emprestam e menor o multiplicador da moeda.
O multiplicador da moeda é a quantidade de moeda que o sistema
bancário gera com cada dólar de reserva. O multiplicador da moeda é
inversamente proporcional à razão da reserva.

Capital bancário: são os recursos que os proprietários do banco colocam


na instituição.
Alavancagem: o uso do dinheiro emprestado para complementar os
fundos existentes para fins de investimento.
Grau de alavancagem: é razão dos ativos para o capital bancário.
Exigência de capital: um regulamento governamental que especifica
uma quantidade mínima de capital bancário.

- Instrumentos de controle monetário do Banco Central

Operações no mercado aberto, Reservas Exigidas, Taxa de Redesconto.

Operações no mercado aberto são operações de compra e venda de


títulos do governo norte-americano pelo Fed.

Se o Banco Central compra títulos na mão do público, aumenta os


dólares em circulação. Se o Banco Central quer diminuir a oferta de moeda, ele
faz o oposto: vende os títulos do governo ao público. O público, ao pagar por
esses títulos, reduz diretamente a quantidade de moeda em circulação.
Outro modo do Banco Central influenciar a oferta de moeda é
emprestando aos bancos.
A taxa de juros paga pelos bancos ao Banco Central é chamada de taxa
de redesconto.
O Banco Central pode alterar a oferta de moeda mudando a taxa de
redesconto. Uma taxa de redesconto mais elevada desencoraja os bancos de
tomar empréstimos para reservas ao Fed.

- Como o Banco Central influencia a taxa de reserva.

Ele o faz por meio das reservas exigidas, chamadas Depósitos


Compulsórios no Brasil.
Reservas exigidas: regulamentação que diz respeito ao montante mínimo
de reservas que os bancos devem manter sobre seus depósitos.
Pelas reservas exigidas, o Banco Central consegue aumentar a taxa
de reservas, diminuindo assim o multiplicador de moeda.
Outro instrumento possível, menos comum, é o pagamento de juros sobre
as reservas.

Principais problemas do Banco Central: não controla quanto as famílias


irão depositar nos bancos; não controlam quanto os bancos vão querer realmente
emprestar.
SISTEMA MONETÁRIO – PARTE II

Inflação
(Fichamento do Capítulo 7 do livro Macroeconomia, de Michelle
Miltons)

Inflação é comumente definida como o aumento contínuo e generalizado


do nível de preços da economia. O fenômeno oposto é denominado deflação.
A inflação representa uma perda do valor real da moeda. Em outras
palavras, a inflação é um fenômeno monetário.

- A inflação como um conflito distributivo

A inflação representa um tipo de conflito distributivo entre os diferentes


agentes pela repartição da renda. Este aspecto pode ser estudado sob diferentes
ângulos: trabalhadores x empresários, setor público x setor privado, economia
internacional x economia nacional.
Muitas características da economia precisam ser levadas em conta no
estudo da inflação, como o nível de concentração dos mercados, forma de
organização trabalhista, grau de abertura comercial, estágio de desenvolvimento
econômico, etc.

- Distorções causadas pela inflação.

a) Distorções na distribuição de renda. Trabalhadores só têm reajustes


periódicos de seus salários, fazendo com que seu poder de compra
sofra corrosão até que o ajuste seja implementado. Trabalhadores
usam seu dinheiro mais em consumo, e usam menos aplicações
financeiras, por isso são mais afetados.
b) Distorções no Balanço de Pagamentos . A presença de altos níveis de
inflação gera um efeito parecido com o da valorização cambial,
porém de forma distorcida: tornam o produto nacional mais caro os
compradores estrangeiros, desestimula exportações e estimula
importações.
c) Distorções no Mercado de Capitais. Sem mecanismos automáticos de
correção monetária, a alta inflação pode desestimular a aplicação nos
mercados financeiros.
d) Distorções na Formação das Expectativas dos Agentes . Receio de
inflação pode diminuir o ritmo de investimentos.
e) Distorções tributárias. Leis tributárias não levam em conta a inflação,
o que pode provocar aumento inadequado da carga tributária sobre os
rendimentos.

- As Teorias da Inflação

Várias são as teorias que se ocupam em explicar as causas e em propor


soluções para o problema inflacionário, cada uma das quais enfatizando aspectos
distintos.
São três as visões mais estudadas: a teoria clássica, representada pela
teoria quantitativa da moeda; a visão keynesiana, com destaque para o conceito
de hiato inflacionário; e a teoria estruturalista da inflação, de autoria da Escola da
Cepal.

Teoria Clássica – Versão “antiga”

A Teoria Quantitativa da Moeda, que explica a mudança do nível geral


de preços a partir da taxa de expansão dos meios de pagamento, não é apenas
uma das mais antigas teorias sobre inflação, como também é, até hoje, a mais
usada para explicar os determinantes de longo prazo da inflação.
M.V = P.Y
Pressuposto desta teoria é a chamada Dicotomia Clássica, segundo a qual
a economia está dividida entre o setor real e o setor monetário.
O produto real da economia é determinado exclusivamente por variáveis
reais.
A taxa de crescimento dos preços é determinada, assim, pela expansão
monetária acima do produto real.
O remédio para o fenômeno monetário da inflação seria o uso de
políticas monetárias, o que, nesta concepção, garantiria que o produto real da
economia não fosse afetado.

- Teoria Clássica em sua Versão Moderna – O Monetarismo de Milton


Friedman

A década de 1930 representa uma peneira para as concepções clássicas


sobre o comportamento da economia.
Constata-se empiricamente que a velocidade de circulação da moeda era
instável, ao contrário do que dizia a teoria clássica.
Preocupações se deslocam para temas como o nível de emprego, o que
fez cair ainda mais o tema da inflação.
A Segunda Guerra Mundial muda novamente e drasticamente o contexto
macroeconômico mundial, e a inflação volta com força. Retorna também a TQM.
Essa nova versão do monetarismo aceita que a taxa de inflação será igual
à taxa de expansão monetária apenas no longo prazo. Para eles, a moeda afeta,
transitoriamente, o nível de atividade econômica.
Os monetaristas ou quantitativistas defendem que a moeda é ativa,
portanto, como instrumento de política macroeconômica, enfatizando assim a
necessidade da política monetária de curto prazo, mas com parcimônia.

- Teoria Keynesiana
Segundo Keynes, enquanto o nível de produto da economia for menor
que o nível de pleno emprego, um aumento na demanda efetiva provocará
elevação da renda e dos preços de alguns bens e serviços.
Esta situação por si só não caracteriza a inflação, pois esse aumento de
preços é apenas adaptativo, existente pelo fato de, ao longo do processo
produtivo, alguns fatores tornarem-se escassos e outros ficaram subutilizados ou
ociosos.
Se os fatores da economia estiverem sendo plenamente utilizados, na
vigência do pleno emprego, um aumento na demanda efetiva se traduzirá
somente no aumento de preços, sem alteração no produto real.
Como a visão keynesiana admite a inflação apenas na situação em que o
nível da demanda agregada é superior ao de pleno emprego, a “estagflação” não
deve ser analisada com o uso do aparato teórico keynesiano.

- A Visão Estruturalista da Inflação

Desenvolvida pela Escola da Cepal na segunda metade da década de


1950.
A Cepal procurou desenvolver uma teoria da inflação que se adequasse
às peculiaridades dos países da América Latina, opondo-se ao diagnóstico
ortodoxo da Fundo Monetário Internacional.
Para os cepalinos, o simples aumento da oferta de moeda não deve ser
considerado como causa da inflação.
A forma para evitar o fenômeno seria alterando as condições estruturais
que o causam, algo que deve ser feito via promoção de crescimento econômico
planejado.
Para os estruturalistas, as políticas fiscais e monetárias não são eficazes
no combate à inflação e, ademais disso, causam recessão, agravando os
problemas estruturais geradores de inflação.
As pressões inflacionárias nas economias ditas periféricas podem ser
básicas ou estruturais, circunstanciais ou acumulativas.
i. Pressões Inflacionárias Estruturais
As pressões estruturais advêm da incapacidade de certos setores
produtivos em atender às mudanças observadas na demanda. A
atividade agrícola é apontada como fonte de pressões estruturais
da inflação, graças ao aumento da demanda de produtos
agrícolas, devido ao aumento populacional e ao avanço da
urbanização, e pelo crescimento das necessidades do setor
industrial.
A oferta, engessada pela estrutura fundiária e pelas restrições de
importação, não acompanha o crescimento da demanda. O
resultado é um desequilíbrio entre oferta e demanda que provoca
aumento dos preços dos produtos agrícolas e consequente
crescimento do nível geral de preços, graças à rigidez de alguns
setores mais concentrados.
O setor externo também causa pressões inflacionárias estruturais.
Há constantes déficits em conta corrente, e os países latino-
americano lidam com isso por meio de desvalorizações cambiais
ou por barreiras alfandegárias.

ii. Pressões Inflacionárias Circunstanciais


Esse tipo de pressão pode ser causada por aumento nos preços
importados, ou por gastos extraordinários.

iii. Pressões Inflacionárias Acumulativas


O próprio processo inflacionário provoca e dissemina as pressões
ditas acumulativas. É o caso das distorções nos preços relativos e
a formação de expectativas em relação ao comportamento futuro
da inflação.

MECANISMOS DE PROPAGAÇÃO
As pressões inflacionárias tornam-se inflação de fato por meio de
mecanismos de propagação. O principal deles é o conflito distributivo entre setor
público e setor privado.

- Conflito assalariados X empresários

Os assalariados defendem reajustes que mantenham estável sua porção


no produto nacional. Os empresários, por outro lado, elevam os preços de seus
produtos para fazer frente ao aumento de seus custos de produção, recorrendo
mais ao crédito bancário.

- Conflito Setor Público X Setor Privado

“Iniciado um processo inflacionário, os reajustes de salários e preços,


sancionados pela expansão monetária e creditícia, aliados ao sistema de
financiamento de déficit, são responsáveis pela sustentação da inflação”.

O setor público opta por financiar seus gastos via emissão de moeda.

Para sair dessa “armadilha”, alguns objetivos deveriam ser alcançados:


sistema econômico menos dependente de importações; essa redução só seria
atingida por industrialização; maior oferta de alimentos por reforma agrária e
melhoria de infraestrutura; e reforma tributária.

TIPOS DE INFLAÇÃO

- Inflação de Demanda: ocorre em função do excesso de demanda em


relação à produção, ou seja, quando o aumento da demanda não é acompanhado
pela oferta, sendo mais comum quando a economia estiver operando a plena
capacidade ou ao nível de pleno emprego.

- Inflação de Custos: foco da concepção estruturalista, decorre do


aumento dos custos de produção, repassados aos preços. Pressões podem advir
do aumento dos preços das matérias-primas, da desvalorização cambial, dos
aumentos salariais sem contrapartida, do aumento das taxas de juros.

- Inflação Inercial: ocorre quando tende a se manter no mesmo patamar


e quando ela é fruto de mecanismos de indexação, sejam formais, sejam
informais. A tendência de processos desse tipo, se amplamente disseminados, é a
perpetuação do processo.
MERCADO CAMBIAL

Capítulo 31 do livro de Gregory Mankiw.

“Macroeconomia das economias abertas: conceitos básicos”.

- Os fluxos internacionais de bens e capital.

Uma economia aberta interage com outras economias de duas maneiras:


comprando e vendendo bens e serviços nos mercados mundiais de produtos e
comprando e vendendo ativos de capital, como ações e títulos, nos mercados
financeiros mundiais.

Exportações líquidas = valor das exportações – valor das importações.

Se as exportações líquidas são positivas, as exportações são maiores que as


importações; diz-se que esse país tem um superávit comercial.

Se as exportações líquidas são negativas, as exportações são menores que as


importações, indicando que o país vende menos bens e serviços ao exterior que
compra de outros países. Nesse caso, diz-se que o país tem um déficit comercial.

Se as exportações líquidas são iguais a zero, diz-se que o país tem equilíbrio
comercial.

- O fluxo de recursos financeiros: fluxo líquido de capitais externos

Fluxo líquido de capitais externos é o mesmo que “investimento externo líquido”.


Importante dizer que o fluxo liquido de capitais externos = Compra de ativos
externos por residente internos MENOS a Compra de ativos internos por
residentes no exterior.

O investimento externo líquido, ou investimento estrangeiro líquido, pode ser


positivo ou negativo.

Quando é POSITIVO, significa que o residente nacional compra mais ativos


externos e o residente estrangeiro compra menos ativos internos. Nesse caso, o
capital está saindo do país.

Quando é NEGATIVO, significa que o residente nacional compra menos ativos

externos e o residente estrangeiros compra mais ativos externos. Diz-se que o


capital está estrando no país. Quando o investimento externo líquido é negativo,
dizemos que o país recebe mais capital estrangeiro.

Há variáveis que impactam o investimento externo líquido: a) as taxas de juros


reais pagas sobre os ativos estrangeiros; b) as taxas de juros reais pagas sobre os
ativos internos; c) os riscos econômicos e políticos percebidos de manter ativos
no exterior; d) as políticas governamentais que afetam a propriedade de ativos
internos por estrangeiros.

- Igualdade das exportações líquidas e investimento externo líquido

Um fato importante, porém sutil, da contabilidade indica que, para uma


economia como um todo, o investimento externo líquido (IEL) deve ser sempre
igual à exportação líquida (EL).

IEL = EL

Essa equação é válida porque todas as transações que afetam um lado da


equação também devem afetar o outro lado pelo mesmo montante.
Podemos resumir do seguinte modo:

- Quando uma nação apresenta SUPERÁVIT COMERCIAL (EL > 0),


significa que vende mais bens e serviços para residentes no exterior do que
compra. O que faz com a moeda que recebe da venda líquida de bens e serviços
para o estrangeiro? Talvez esteja comprando ativos externos. Então, o capital está
saindo do país, IEL >0.

- Quando uma nação apresenta déficit comercial, EL < 0, significa que


compra mais bens e serviços externos do que vende. Como financia a compra
líquida de bens e serviços nos mercados mundiais? Deve estar vendendo ativos
no mercado externo. O capital entre no país, IEL < 0.

O fluxo internacional de bens e serviços e o fluxo internacional de capital


são dois lados da mesma moeda.

- Poupança, investimento e sua relação com os fluxos internacionais

A poupança e o investimento de uma nação são cruciais para seu


crescimento econômico de longo prazo. Como vimos em capítulos anteriores,
poupança e investimento se igualam em uma economia fechada, mas essas
questões não são tão simples em uma economia aberta. Vamos analisar de que
forma a poupança e o investimento estão relacionados com o fluxo estrangeiro de
produtos e de capital.

Lembrar que Y = C + I + G + EL

A despesa total na produção de bens e serviços da economia é a soma das


despesas de consumo, investimento, compras do governo e exportações líquidas.

Como cada dólar de despesa é classificado em um desses componentes,


essa equação é uma identidade contábil.
Lembre-se que a poupança nacional é igual ao produto menos consumo e
gastos do governo.

Y – C – G = I + EL

S = I + EL

Como as exportações líquidas são também iguais ao investimento


externo líquido, IEL, essa equação pode ser reescrita como:

S = I + IEL

Poupança = Investimento Interno + Investimento Externo Líquido.

Essa equação mostra que a poupança de uma nação deve ser igual a seu
investimento interno mais o investimento externo líquido.

A questão é que a poupança, os investimentos e o fluxo internacional são


indissociáveis.

Quando a poupança de um país excede os investimentos domésticos, o


investimento externo líquido é positivo, o que indica que o país está usando parte
da poupança para comprar ativos no estrangeiro.

Quando os investimentos internos de um país excedem a poupança, o


investimento externo líquido é negativo, o que indica que os residentes no
exterior estão financiando parte desses investimento por meio da compra de
ativos internos.

- Juntando tudo
- Os preços das transações internacionais: taxa de câmbio real e
nominal

a. Taxa de Câmbio Nominal. A taxa de câmbio nominal é a taxa à qual


uma pessoa pode trocar a moeda de um país pela de outro. Por
exemplo, se você for ao banco, pode ver anunciada uma taxa de
câmbio de 80 ienes por dólar. Se você der ao banco um dólar, o banco
lhe dará em troca 80 ienes japoneses.
Se a taxa de câmbio muda de modo que uma unidade da moeda
nacional compra MAIS moeda estrangeira, essa mudança é chamada
APRECIAÇÃO da moeda nacional.
Se a taxa de câmbio muda de modo que uma unidade da moeda
nacional compra MENOS moeda estrangeira, dizemos que houve
DEPRECIAÇÃO da moeda nacional.
Apreciação: um aumento do valor de uma moeda medido pela
quantidade de moeda estrangeira que ela pode comprar.
Depreciação: uma redução no valor de uma moeda medida pela
quantidade de moeda estrangeira que ela pode comprar.

b. Taxa de Câmbio Real. É a taxa à qual uma pessoa pode negociar os


bens e serviços de um país pelos bens e serviços de outro país.
Taxa de Câmbio Real = Taxa de Câmbio Nominal x Preço Interno /
Preço Externo.
PARIDADE DO PODER DE COMPRA

A paridade do poder de compra é uma teoria das taxas de câmbio


segundo a qual uma unidade de moeda qualquer dada deveria ser capaz de
comprar a mesma quantidade de bens em todos os países.
Muitos economistas acreditam que a paridade do poder de compra
descreve as forças que determinam as taxas de câmbio no longo prazo.

- A lógica fundamental da paridade do poder de compra

A teoria da paridade do poder de compra se baseia em um princípio


chamado “lei do preço único”. Essa lei afirma que um bem deve ser vendido pelo
mesmo preço em todas as localidades, caso contrário, haveria oportunidades
inexploradas de lucro.

Se um dólar pudesse comprar mais café nos EUA que no Japão, os


negociantes internacionais poderiam lucrar comprando café nos Estados Unidos e
vendendo-o no Japão. Essa exportação de café dos Estados Unidos para o Japão
elevaria o preço do café nos EUA e o reduziria no Japão. No final, a lei do preço
único nos diz que um dólar deve comprar a mesma quantidade de café em todos
os países.

De acordo com essa teoria, uma moeda deve ter o mesmo poder de
compra em todos os países. Um dólar nos EUA deve comprar a mesma
quantidade de bens nos EUA e no Japão.

- Implicações da paridade do poder de compra

A teoria da paridade do poder de compra nos diz que a taxa de câmbio


nominal entre as moedas de dois países depende do nível de preços nesses países.
Suponha que P seja o preço de uma cesta de bens nos EUA,

P* o preço dessa cesta no Japão, medido em ienes.

E “e” a taxa de câmbio nominal.

Lembramos que TxReal = TxNom x P / P*

O poder de compra de um dólar, nos EUA, é representado por 1/P. Ou


seja, um dólar compra uma quantidade 1/P de produtos.

Um dólar, no exterior, pode ser trocado por “e” unidades da moeda


estrangeira, que comprarão a quantidade P*.

Se o poder de compra é o mesmo nos dois países, então

1/P = e/P*

O que significa que e = P*/P.

A taxa de câmbio nominal é igual à razão entre os preços externos


divididos pelo nível de preços interno.

De acordo com a teoria da paridade do poder de compra, a taxa de


câmbio nominal deve refletir os diferentes níveis de preços entre os países.

Uma implicação importante dessa teoria é o fato de que as taxas de


câmbio nominais mudam quando os níveis de preços mudam.

Quando o Banco Central de um país emite grandes quantidades de


moeda, a moeda perde valor, tanto em termos dos bens e serviços que pode
comprar, mas, também, por consequência, e quantidade de outras moedas que
pode comprar.

- Limitações da paridade do poder de compra

A paridade do poder de compra oferece um modelo simples de como as


taxas de câmbio são determinadas.
Essa teoria, todavia, não é totalmente precisa.

Existem duas razões pelas quais a teoria da paridade do poder de compra


nem sempre ocorre na prática.

A primeira é que muitos bens não são de fácil comercialização. Por


exemplo: cortes de cabelo que sejam mais caros em Paris que em Nova Iorque
teriam arbitragem limitada, porque não é tão fácil “cambiar” cabeleireiros.

A segunda razão pela qual a paridade do poder de compra nem sempre se


mantém é o fato de que mesmo os bens comercializáveis nem sempre são
substitutos perfeitos quando são produzidos em países diferentes. Por exemplo,
os consumidores podem preferir carros alemães, e arcar com custos mais altos
para obtê-los, porque não os consideram equivalentes a outros veículos.

Portanto, tanto por causa dos bens que não são comercializáveis por
causa de alguns bens que são comercializáveis, mas não são substitutos perfeitos
em relação a seus semelhantes estrangeiros, a paridade do poder de compra não é
uma teoria perfeita da determinação da taxa de câmbio.

Ainda assim, a teoria tem sua utilidade. A lógica básica é convincente: à


medida que a taxa de câmbio real se afasta do nível previsto pela paridade do
poder de compra, as pessoas têm maiores incentivos para transportar bens através
de fronteiras nacionais.

Ainda que as forças da paridade do poder de compra não fixem


completamente a taxa de câmbio real, elas oferecem uma razão para esperar que
as variações das taxas de câmbio real sejam, em geral, pequenas ou temporárias.

Como resultado, movimentos grandes e persistentes das taxas de câmbio


nominais normalmente refletem alterações nos níveis de preços internamente e
no exterior.

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