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EXAME ECONOMIA I – 26/01/2020

MARIA FILOMENA MAGALHÃES QUEIRÓS – Nº ESTUDANTE - 2018291572


Grupo I
a) A taxa marginal de substituição mede a taxa à qual o consumidor está propenso a
substituir um bem por outro, isto é, mede uma troca.
De acordo com a lei da procura, o aumento das quantidades procuradas leva a um
aumento do preço, portanto, as quantidades procuradas afetam os preços de forma
direta. O preço aumentando, a tendência a substituir esse bem por outro que satisfaça a
mesma necessidade vai sendo cada vez maior. Logo, a taxa marginal de substituição na
curva da procura é crescente.
Por outro lado, de acordo com a lei da oferta, um aumento da oferta de um bem, leva
à diminuição do seu preço, há uma variação inversa. Portanto aqui, diminuindo o preço,
há tendência cada vez maior para substituir outros bens mais caros por este que está a
diminuir o preço. Logo, também há uma tendência para substituir este por outros, cada
vez menor. Isto significa que a taxa marginal de substituição é decrescente.

b) A teoria cardinalista e a teoria ordinalista são teorias racionais do comportamento do


consumidor.
De acordo com a teoria cardinal da utilidade conseguimos quantificar os valores
associados a cada bem que consumimos, como por exemplo a sua utilidade. Não há
nenhum instrumento que nos permita atribuir um quantitativo de utilidade às doses
sucessivas que são mobilizadas para satisfazer a necessidade, mas conseguimos, em
contexto prático, quantificá-la.
As necessidades, em princípio, saciáveis, logo, a utilidade que obtemos com cada
unidade sucessiva que é afeta à satisfação vai diminuindo. Portanto, obteríamos a
maximização de satisfação do consumidor, segundo esta teoria quando obtemos maior
utilidade total. A forma mais fácil de saber como obtemos a maior utilidade total, é
encontrando as utilidades marginais, e a melhor situação possível é aquela em que há
igualdade das utilidades marginais dos bens (associada à melhor utilidade total). Para
além disso temos de ter em conta o custo dos bens. Assim, precisamos de calcular a
utilidade marginal ponderada, dividindo a utilidade marginal do bem pelo seu preço. A
melhor situação possível será aquela em que há igualdade das utilidades marginais
ponderadas dos bens.
Concluindo, o consumidor maximizará a sua satisfação (ou utilidade total), havendo
maximização da satisfação do consumidor segundo esta teoria, quando assegura que há
uma igualdade de utilidade marginal do dinheiro, ou seja, a última unidade de cada bem
comprado deverá dar a mesma utilidade marginal por unidade monetária.
Na teoria ordinal da utilidade dispensamos a quantificação e reconduzimo-nos a um
de dois juízos, isto é, ou o bem é melhor que outro, ou os dois bens são igual. A utilidade
aqui é comparada. Determinamos o ponto máximo de satisfação do consumidor através
de curvas de indiferença do consumo, que unem pontos que nos dão a mesma satisfação.
Assim, para haver maximização da satisfação do consumidor segundo a teoria ordinalista
devemos sempre procurar a curva de indiferença mais alta que conseguimos atingir com
a nossa restrição orçamental.

c) A teoria comportamental é outra teoria acerca do comportamento do consumidor.


Segundo a teoria comportamental, há dois sistemas de resolução de problemas, o sistema
1 e o sistema 2.
O sistema 1 é um sistema intuitivo e adaptativo, que se afasta do rigor, e que nos
permite chegar a soluções rápidas e minimamente praticáveis. Este sistema é dotado de
atalhos cognitivos, a que podemos chamar de heurísticas, através das quais podemos
chegar a rápidas conclusões com poucos processos. Há várias heurísticas, como a da
disponibilidade, (tendemos a utilizar a informação disponível, o que nos condiciona), a da
ancoragem (fazemos associações de forma indisciplinada e indiscriminada), a da
representatividade (leva-nos a fazer cálculos de probabilidades com base em
estereótipos). Temos ainda outras características que nos levam a cometer desvios e erros
como o framing (sensibilidade ao enquadramento), o efeito de dotação (valorizamos mais
aquilo que é nosso); a aversão à perda (as perdas custam-nos mais do que os ganhos); o
excesso de confiança; a contabilidade mental (temos diferentes organizações do nosso
orçamento).
Por seu turno, o sistema 2, é um sistema rigoroso de cálculos, de racionalidade, que
segue metódicas já definidas, evitando erros. Uma das razões que nos leva a ligar este
sistema é a forma como lidamos com as emoções que as experiências provocam. Se
estivermos numa situação em que a emoção é positiva, utilizamos o sistema 1, mas se
causar emoções negativas utilizamos o sistema 2.
Esta teoria comportamental alerta-nos para o facto de que quando tomamos decisões
não nos comportamentos sempre de forma racional por causa destes desvios que
mencionei. Por defeito, funcionamos no sistema 1 e só passamos para o sistema 2 quando
é mesmo necessário.

d) Ambos os jogos avaliam a resposta dos consumidores, analisando se estes se comportam


como homo economicus, ser racional e quais os desvios. Aqui cruzam-se a economia
experimental com a economia comportamental, levando à critica de vários resultados da
teoria neoclássica do comportamento do consumidor (consumidor enquanto homo
economicus).
O jogo do ultimato, um A, sorteado, pode atribuir a B, igualmente sorteado, uma certa
parcela de um valor que lhe é atribuído. Se B se contentar com o valor que lhe é oferecido,
A conserva o resto. Se B não aceitar, então nenhum deles ganha nada. Apesar de um homo
economicus B dever aceitar qualquer ganho que lhe seja destinado por A, a tendência é
para que o B recuse ofertas injustas e que o A ofereça metade do valor.
No jogo do ditador, um A, sorteado, atribui a B, também sorteado, uma parcela de um
valor que lhe é atribuído (podendo a parcela ser 0), sem que dessa sua opção resulte
qualquer vantagem ou desvantagem (o que desvia o motivo estratégico dos doadores
evitarem punição). Apesar de um homo economicus dever conservar a totalidade do valor,
nem todos o fazem. Mais de metade reparte o valor, a tendência é para que o A ofereça
uma parte desse valor ao B (ainda que uma pequena percentagem), a menos que lhes
tenham exigido algo que não é exigido ao B.

e) A elasticidade cruzada da procura é a medida da sensibilidade da procura de um bem


relativamente à variação do preço de outro bem. Nesta o que varia é o preço de um bem
e avalia-se quais os efeitos na compra de outro bem. Ou seja, pretende-se averiguar, o
que varia, mantendo-se a restrição orçamental, mas alterando-se o preço de um dos bens.
A elasticidade rendimento da procura é a medida da sensibilidade da procura de um bem
relativamente à variação do rendimento dos consumidores. O que varia, aqui, é o
rendimento do consumidor. Logo a restrição orçamental altera-se.
Pode levar ao mesmo resultado, mas por meios diferentes.

Grupo II
No monopólio, o produtor/vendedor, é livre de fixar o preço ou as quantidades que quer
oferecer no mercado. Contudo, ele não pode fixar ambas as variáveis. Ou fixa os preços ou fixa as
quantidades.
O monopolista tem interesse em obter o custo unitário de produção mais baixo e o preço de
venda mais elevado, de modo a maximizar as suas receitas. Tendo uma curva da procura
negativamente inclinada e custos marginais crescentes, o preço ótimo de monopólio será o que
ajusta a procura àquela oferta cujo custo marginal é igual à receita marginal. O monopolista vai
escolher qual a quantidade que vai produzir em função desse equilíbrio.
No diagrama abaixo, o ponto ótimo é aquele em que a curva dos custos marginais (marginal
cost) interseta a curva da receita marginal (marginal revenue), determinando o preço pela sua
projeção vertical na curva da procura (D). Como estamos abaixo do ponto intermédio da curva da
procura, estamos numa zona de elasticidade inferior à unidade elástica, logo o produtor deve subir
o preço, para atingir o preço ótimo.

Grupo III
A – Verdadeiro. Se o preço do bem x sobe, a procura desse bem diminui. Logo a quantidade
do seu complementar Y também diminui. Sendo complementares significa que são consumidos ou
utilizados em conjunto.
B – Verdadeiro. A receita marginal é o que recebemos pela venda da unidade adicional do
bem. Se a elasticidade é um, quer dizer que as quantidades procuradas variam na exata medida do
preço. Logo não adianta aumentar ou diminuir o preço, pois não vamos conseguir aumentar ou
diminuir a receita com produção de bens adicionais.
C – Verdadeiro. Se a preferência diminui, a curva vai se aproximar mais da origem no eixo das
quantidades, logo para a esquerda, isto porque, pelo mesmo preço vai procurar menos quantidades.
D – Falso. Temos de calcular a utilidade marginal ponderada do bem. A preferência só vai para
o bem X se a utilidade marginal ponderada for superior à do bem Y. O que não acontece. Pois custa
3x mais, e só tem 2x mais utilidade.
E – Verdadeiro. O consumidor só optará pela mais cara se o excedente que obtém pagando o
preço mais caro é superior ao excedente que obtém pagando o preço mais barato – se ele escolhe
pagar mais caro é porque a satisfação que retira da aquisição do preço mais caro é maior do que a
satisfação que retira quando adquire ao preço mais barato.

Grupo IV
Este episódio só foi possível por causa da discriminação de preços, no mercado de monopólio.
O monopolista tenta sempre encontrar o preço ótimo, no entanto, ele pode praticar mais do que um
preço, praticando discriminação de preços. Os consumidores que se encontram acima do preço de
mercado na curva estão dispostos a pagar mais pelo mesmo bem. Praticando discriminação de
preços, o produtor/vendedor, conseguirá absorver o excedente que quem está disposto a pagar mais
obteria com o preço mais baixo.
É o que está presente nesta situação, uma discriminação de preços de 1ºgrau, isto é, se o
monopolista conseguisse saber o preço de reserva de todas as pessoas, poderia praticar tantos
preços quantas pessoas na curva da oferta. A inteligência artificiar tem este potencial de fazer os
preços à medida dos consumidores, consegue identificar o preço de reserva de cada consumidor e
vender o bem a esse preço. Quer dizer que todos os consumidores são compradores marginais. Aqui,
ele absorve o excedente do consumidor. Nesta situação absorveria o excedente do Miguel.
Pode ainda haver discriminação de preços de 2ºgrau, que consiste na venda de conjuntos,
utilizando critérios quantitativos para fixar preços diferentes (ex: promoções do tipo leve 3 pagues
2), são descontos de quantidade.
Há ainda outro tipo de discriminação, que assenta em cobrar preços diferentes a grupos de
consumidores diferentes, seja em função do território, ou das características pessoais dos
consumidores, em função do tempo, ou das escolhas.

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