Você está na página 1de 8

TEORIA MICROECONÔMICA I

PROFESSORA: MAÍRA FRANCA


ALUNO: MATHEUS DA SILVA FERREIRA
RESUMO DO CAPÍTULO 8 - EQUAÇÃO DE SLUTSKY

O capítulo 8 do Varian apresentará a resposta e o comportamento da


escolha do consumidor baseado na variação do preço de determinado(s)
bem(ns). Numa introdução bem objetiva, mostra os efeitos que uma variação
no preço do bem traz a demanda por esse bem. Neste momento, veremos
esses efeitos, tratando de dois importantes pilares no capítulo, o Efeito
Substituição e o Efeito Renda.

EFEITO SUBSTITUIÇÃO

Para falarmos sobre o Efeito Substituição, imagine que o preço de um


certo bem varia. A variação no preço deste bem, causará dois efeitos distintos
ao consumidor, um na taxa a qual o consumidor poderá trocar esse bem por
outro e o outro efeito estará no poder de compra deste consumidor, então,
falaremos agora do primeiro efeito.

Considere um caso onde um dado consumidor deseja adquirir uma lata de


Nescau, chegando ao mercado o preço do Nescau estava mais barato do que
se esperava, ou seja, houve uma variação no preço deste bem, ao mesmo
tempo, o preço do Toddy estava mais alto, sendo assim, a variação neste preço
permitiu uma modificação nas condições de troca deste consumidor, em
outras palavras, este consumidor terá a possibilidade de substituir uma
quantidade do consumo de Toddy em relação ao Nescau. A isso, podemos
chamar de Efeito Substituição.

No gráfico abaixo, notaremos um caso hipotético em que o preço de um


bem qualquer que levaremos como bem 1 diminuiu. Posto isso, teremos um
giro na reta orçamentária ao redor do intercepto vertical. Atentaremos que
haverá uma possibilidade de dividir este movimento da reta orçamentária em
dois passos, girando a reta orçamentária tendo como ponto principal a cesta
original do consumidor, isto é, uma variação por conta do preço do bem ter se
diminuído mantendo a renda constante, e, depois disso, deslocar a reta obtida
na direção na nova cesta demandada onde a inclinação se mantém e o poder
de compra do consumidor varia. De forma mais direta, no gráfico, veremos a
reta orçamentária traçada na escolha original do consumidor, então, com a
diminuição do preço do bem 1, veremos que o bem 2(x2) se manterá, todavia,
o bem 1(x1) terá seu consumo ampliado, então, a reta orçamentária se desloca
para cima obtendo uma nova curva de indiferença e a escolha final deste
consumidor.

Para calcular o quanto se deverá ajustar a renda para que o consumidor possa
adquirir a sua cesta original, portaremos a quantidade de renda suficiente para
adquirir sua cesta original (m') que está ligada a reta orçamentária que foi
girada. Tem-se então que:

Ao subtrair-se a segunda equação da primeira, obteremos:

E o que isso quer dizer? Teremos então que a variação na renda que o
consumidor precisa para que a cesta original deste seja comprada tendo em
vista os novos preços será igual a quantidade original do consumo do bem 1,
multiplicada pela variação no preço deste mesmo bem. Para representar a
variação destes, teremos:

Observando o gráfico abaixo temos o efeito substituição, ligado ao giro e o


efeito renda, ligado ao deslocamento.

EFEITO RENDA

Agora, falando a respeito do Efeito Renda, assim como no anterior,


imagine que o preço de certo bem variou. Um dos efeitos que terá a variação
deste bem estará diretamente ligado ao poder de compra do consumidor. Esse
efeito está no deslocamento paralelo da reta orçamentária, ou seja, o
movimento que acontecerá quando a renda varia enquanto os preços sem
mantém constantes, vimos no efeito substituição que a primeira etapa do
ajuste é o giro, agora, no efeito renda, veremos a segunda etapa que é o
deslocamento, a renda será variada de m' para m apenas enquanto mantemos
os preços fixos em (p1',p2). Portanto, o efeito renda, é a variação da demanda
do bem 1 quando varia-se a renda de m' para m mantendo o preço do bem 1
contante em p1'.
Para o cálculo do efeito renda teremos que:
∆x1 = x1.(p1',m) - x1.(p1',m')

O efeito renda pode ser negativo ou positivo dependendo se o bem for


normal ou inferior. No caso do efeito substituição, quando o preço de um bem
varia, por exemplo quando diminui, a variação deste bem tenderá a não ser
negativa com x1 (p1',m') ≥ x1 (p1,m), então teremos que a ∆x1 será ≥ 0.
Diremos que o efeito substituição será negativo num espaço onde a variação
na demanda devido a este efeito é oposta à variação no preço, ou seja, se o
preço aumentar, diminui a demanda do bem por conta deste efeito.

A VARIAÇÃO TOTAL NA DEMANDA

A variação total na demanda mais é do que a variação na demanda tendo


em conta a variação do preço, mantendo fixa a renda. Vimos também como
essa variação pode ser dividida em efeito substituição e efeito renda, teremos
então que:

Essa equação nos mostra que a variação total na demanda é igual ao


efeito substituição mais o efeito renda, essa equação é denominada de EFEITO
SLUTSKY. Nele veremos que uma variação na demanda em virtude de um
aumento de preço de um bem normal, por exemplo, significará que:

Analisando os sinais negativos abaixo das variações, pense numa


circunstância de aumento de preço, isso levará a uma redução no poder de
aquisição do consumidor, no caso de um bem normal isso causará uma
diminuição da demanda. No caso de um bem inferior, poderá ocorrer um caso
onde o efeito renda será maior que o efeito substituição, então, observe uma
variação total na demanda associada ligada a um aumento de preço, sendo
essa positiva, teríamos então um caso em que:

Neste caso, se o efeito renda(na direita) for grande, a variação total da


demanda poderá ser positiva, isso resultaria o fato de que um aumento no
preço irá gerar um aumento da demanda. Outro que podemos virar é o bem
de Giffen onde o aumento do preço quando reduz o poder aquisitivo do
consumidor, faz com que o consumidor vá consumir mais do bem inferior. O
Varian nos mostra também que por este fator, os bens de Giffen são raros num
cenário natural, pois os bens consumidos teriam de ser muito inferiores.

TAXAS DE VARIAÇÃO

Sabemos então que a identidade da equação de Slutsky fica em:

Depois dividimos cada lado pela variação de p1, veremos então:

Não podemos esquecer que a variação da renda e a variação do preço estão


relacionadas pela fórmula:

Resolvendo isso, acharemos:

Então, obteremos para uma fórmula final:


Para uma variação devido ao aumento dos preços veremos sem alteração da
renda:

E com o ajuste de renda:

Posteriormente a isso veremos a lei da demanda, que nada mais é do que


o fator onde se a demanda de um bem aumenta quando a renda aumenta, a
demanda desse bem tenderá a diminuir quando seu preço aumentar.

Um exemplo do efeito renda e substituição no caso de Slutsky para bens do


tipo Cobb Douglas:
• Como dados para referência teremos uma renda m=120, p1=8, p2=2 e depois
p1'=6 (diminuição do preço)

RESOLUÇÃO
Passo 1: No item a teremos a escolha ótima de x1 e x2 antes da redução de p1.
Passo 2: No item b teremos a escolha ótima após a redução de p1.
Passo 3: No item c veremos a variação na renda que mantém a utilidade
constante após a mudança de p1 e a variação na renda que manterá o poder
aquisitivo constante.
Passo 4: No item d, finalmente concluímos encontrando o efeito substituição
de Slutsky e o efeito renda, bem como o efeito total na demanda!
EFEITO SUBSTITUIÇÃO DE HICKS

Vimos anteriormente o efeito substituição de Slutsky, dessa vez veremos o


efeito substituição de Hicks. Qual a diferença de um para o outro? O efeito
substituição de Slutsky dá ao consumidor o valor necessário para voltar ao seu
nível original de consumo, já o efeito substituição de Hicks dá ao consumidor a
mesma quantidade de valor necessário para que este consumidor retorne a
sua antiga curva de indiferença, ou seja, visa manter constante a utilidade em
vez de manter constante o poder aquisitivo. O efeito substituição de Hicks
tende a ser negativo pois ele opera na direção contrária da variação de preço,
a prova disso será dada pela preferência revelada.
Graficamente, no efeito substituição de Hicks a reta orçamentária gira em
torno da curva de indiferença em vez de girar em volta da escolha original do
consumidor como no caso de Slutsky. Por fim, neste caso veremos também a
curva de demanda compensada que nada mais é do que a curva de demanda
hicksiana, onde a utilidade permanece constante.

Você também pode gostar