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Teoria do Consumidor
Pedro Sabino
pedro.sabino@cefetmg.br
1º semestre de 2023
Teoria do Consumidor é o campo que estuda como o consumidor aloca sua renda dentre as
possíveis opções de bens ou de serviços a serem comprados.
Em particular, a Teoria do Consumidor o processo de escolha entre os trade-offs. Uma vez que a
renda é limitada, o consumidor precisa definir as quantidades de cada item que ele consome.
Uma hipótese usualmente assumida é que essas relações são completas (para qualquer par de
bens (x, y ) tem-se x % y ou y % x) e transitivas (se x % y ou y % z então x % z). Isso permite
que as relações de preferência sejam representadas por Funções de Utilidade, i.e., funções reais
u : X → R onde:
Quanto maior for x, maior será u(x). Todavia, o crescimento em u(x) é cada vez menor. Fazendo
uma analogia, por mais que um consumidor queira beber aguá, a cada gole que ele consome,
ele fica mais saciado/saturado. Assim, a cada gole seu bem-estar/satisfação aumenta mas esse
ganho é cada vez menor.
Pergunta: por que a água, tão necessária à vida humana, é muito mais barata que o diamante?
Curva de Indiferença
A função de utilidade multivariada permite avaliar as variações no bem estar do consumidor ao
alterar a quantidade consumida com cada item. Um problema recorrente é avaliar subistituições
de um item por outro nesse consumo. Nesse caso, a análise pode ser simplificada através da
adoção de Curvas de Indiferença (semelhante às curvas de nível) entre as diferentes cestas de
consumo (x, y ) disponíveis. Por exemplo,
Temos A = (2; 6), B = (3; 4) e assim sucessivamente. Todas as cestas na curva U1 possuem
a mesma utilidade, i.e., U(A) = U(B) = U(C) = U(D). Nesse caso, o consumidor é indiferente
quanto à adquirir a cesta A, a B, a C ou a D.
Pedro Sabino (pedro.sabino@cefetmg.br) Introdução à Economia 1º semestre de 2023 9 / 27
Teoria Utilitarista - Preferências e Função Utilidade
Curva de Indiferença
Neste caso, temos U1 < U2 < U3. Ou seja, o consumidor prefere a cesta H em relação à cesta G
que é preferida às cestas A, B, C e D.
1/2 1/2
Ilustrativamente, considere a função de utilidade U(x1 , x2 ) = x1 x2 . A representação dessa
função de utilidade como curva de indiferença se dá à direita, na figura abaixo:
Restrição Orçamentária
Isto é, dados os valore da renda R e dos preços px e py , a linha de preços ou reta orçamentária
R = y · py + x · px ,
é a fronteira das combinações (x, y ) de quantidades dos respectivos bens, que o consumidor
consegue comprar. Ainda, observem que:
200 = 10 · y + 20 · x ou y = 20 − 2 · x
Exercício
Introdução
Inclinação negativa; e
Convexidade em relação à origem.
Exercício
Um consumidor tem uma renda mensal de R$ 1.000,00 destinada ao consumo de dois bens, cujos
respectivos preços são px = R$ 100,00 e py = R$ 200,00. Se as preferências do consumidor podem
ser expressas pela função de utilidade u(x, y ) = xy , onde x e y são as quantidade consumidas
dos respectivos bens, qual será a escolha ótima (x ∗ ; y ∗ ) desse consumidor.
Para funções ditas “bem comportadas” (convexas), a formulação anterior é suficiente para encon-
trarmos a escolha ótima do consumidor
Adiante, veremos classes de funções de utilidade relativamente comuns que demandam cuidados
especiais na definição da escolha ótima do consumidor. São elas:
Substitutos Perfeitos
Complementos Perfeitos
Complementos Perfeitos são representados por funções de utilidade similares a u(x; y ) = min{x; y }.
Nesses casos, o problema será representado por:
R
Portanto, x ∗ = y ∗ = .
p1 + p2
Demanda Individual
O processo de escolha ótima entre dois bens (ou mais) pode ser relacionado à Demanda Individual
desse consumidor sobre qualquer um dos bens avaliados.
Por exemplo, considere a função de utilidade Cobb-Douglas definida por u(x; y ) = cx a y b . Como
a−1 b
(
UMgx
UMgy
= acx y
bcx a y b−1
ay
= bx = ppx
y
R = px x + py y
O efeito substituição sempre será oposto, um aumento (redução) no preço do bem reduzirá (au-
mentará) sua demanda.
Bens Normais - um aumento (redução) na renda percebida fera maior (menor) demanda pelo
bem.
Bens Inferiores - um aumento (redução) na renda percebida fera menor (maior) demanda pelo
bem.
Bens de Giffen
Em particular, no caso de bens inferiores, o efeito renda pode ser maior - em termos absolutos -
do que o efeito substituição. Consequentemente, o efeito total de uma queda (alta) no preço será
a (o) redução (aumento) da demanda pelo bem - caso denominado como Bem de Giffen.
No gráfico, uma redução de px causa uma queda no consumo de X - portanto, um bem de Giffen.