Você está na página 1de 49

Universidade de São Paulo

Escola Politécnica
Departamento de Engenharia de Transportes

Teoria do Consumidor
e da Firma

PTR 5926
Equilı́brio Demanda-Oferta
na Engenharia de Transportes

Prof. Cassiano Isler


2020
Introdução

A Economia pode ser entendida como o estudo sobre como os


recursos escassos são alocados racionalmente entre finalidades que
competem entre si.
A Macroeconomia é o ramo da Economia que se preocupa com os
agregados econômicos como produto, renda, consumo, emprego,
estoque de moeda, juros etc., com as metas de estabilizar preços
e promover o crescimento econômico. Pode ser dividida em cinco
mercados:

de Bens e Serviços: produção agregada e preços;


de Trabalho: salários e empregos;
Monetário: demanda e oferta de moeda e taxa de juros;
de Tı́tulos: agentes econômicos superavitários e deficitários;
de Divisas: exportações e entrada de capital financeiro.

Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 2 / 49


Introdução

A Microeconomia estuda o comportamento das unidades de


consumo representadas pelos indivı́duos e famı́lias, e pelas firmas,
suas produções e custos, e o funcionamento da oferta e demanda
na formação de preços.
Aborda aspectos de:

Teoria do Consumidor: análise do comportamento do


consumidor;
Teoria da Firma: estudo do capital e trabalho para produção
de bens e serviços;
Teoria da Produção: estudo do processo de transformação
da matéria-prima em produtos especı́ficos;
Estrutura de Mercado: configuração de mercados
(concorrência perfeita, oligopólio e monopólio).

Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 3 / 49


Introdução

Uma teoria econômica visa a construção de modelos (abstração


da realidade) que descrevam o comportamento econômico
de unidades individuais (produtores, consumidores e agências
governamentais) e as interações que dão origem ao sistema
econômico de uma região.

Por exemplo, a Teoria da Firma tem o propósito de fornecer


modelos mediante as diversas estruturas de mercado, os
quais devem ser suficientemente genéricos para explicar o
comportamento de um grupo de firmas e possam ser verificados
quanto aos fatos econômicos reais.

O setor de Transporte pode ser interpretado como uma indústria


cujo produto/serviço é o movimento de bens e pessoas entre
origens e destinos.
Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 4 / 49
Introdução

No nı́vel macroeconômico o transporte está vinculado ao nı́vel


de produção, emprego e renda de uma economia nacional, e no
microeconômico ao consumidor (usuário), produtor (empresas ou
firmas) e custos de produção.
Os impactos econômicos do transporte podem ser:

diretos: alterações no emprego, mercados atingidos e


redução de tempo e custo;

indiretos: efeitos multiplicadores onde os preços de bens ou


serviços têm variação devido à oferta de transporte e impactos
sobre as atividades econômicas dependentes do transporte.
Os impactos absorvidos pelos usuários dos sistemas de transportes
e pela sociedade estão associados aos aspectos de mobilidade,
preços, congestionamentos, acidentes, poluição etc.
Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 5 / 49
TEORIA DO CONSUMIDOR

Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 6 / 49


Teoria do Consumidor

Uma das principais caracterı́sticas do transporte é a sua demanda


ser derivada da necessidade de realização de outra atividade.
Sob a hipótese de que o ser humano é racional, a teoria tradicional
considera que o indivı́duo planeja o gasto de sua renda para obter
o máximo possı́vel de satisfação (maximizar a utilidade) mediante
o seu nı́vel de rendimento e os preços de bens e serviços.
Enfoque Cardinalista: a utilidade é definida assumindo-se
conhecimento completo do mercado e caracterı́stica dos
indivı́duos, sendo medida em unidades monetárias pela quantidade
de dinheiro que o consumidor está disposto a gastar por mais uma
unidade de bem/serviço.
Enfoque Ordinalista: considera-se que não é necessário conhecer
a utilidade de bens/serviços em unidades especı́ficas, bastando
apenas ser capaz de ordenar as opções com base na sua satisfação.

Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 7 / 49


Teoria do Consumidor

O nı́vel de satisfação do consumidor pode ser expresso por


uma utilidade caracterizada pela combinação das quantidades
consumidas de cada bem/produto disponı́vel.
U = f (q1 , · · · , qn ) com qn (quantidade do bem/serviço n)

Pindyck, R. S., & Rubinfeld, D. L. (2005). Microeconomia. São Paulo.


Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 8 / 49
Teoria do Consumidor

A curva de indiferença é o conjunto de pontos que resulta na


combinação de quantidades de bens/serviços com mesma utilidade
(satisfação) para o indivı́duo .

Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 9 / 49


Teoria do Consumidor

Taxa Marginal de Substituição ( T M Sx,y ) é a quantidade de


um bem/serviço (y) que o indivı́duo está disposto a deixar de
consumir para obter uma unidade de outro bem/serviço (x).
∆y
T M Sy,x = − ∆x , no exemplo, T M SV,A = − ∆V
∆A

Pindyck, R. S., & Rubinfeld, D. L. (2005). Microeconomia. São Paulo.


Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 10 / 49
Teoria do Consumidor

As curvas de indiferença têm as seguintes propriedades:


possuem inclinação negativa;
quanto mais distantes da origem, maior é a utilidade;
geralmente convexas (T M S diminui sob uma mesma curva);
bens e produtos podem ser substitutos ou complementares,
refletindo no formato da cura de indiferença.

Pindyck, R. S., & Rubinfeld, D. L. (2005). Microeconomia. São Paulo.


Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 11 / 49
Teoria do Consumidor

A linha de orçamento indica todas as combinações de


quantidades de produtos adquiridos aos respectivos preços que
resultem em dinheiro gasto igual à renda disponı́vel. Para o caso
de dois produtos conforme exemplos anteriores:
I = PA · A + PV · V
em que I = renda disponı́vel;
PA = preço da unidade do produto A;
PV = preço da unidade do produto V ;
A = quantidade consumida do produto A;
V = quantidade consumida do produto A.
A quantidade de produto V pode ser determinada em função da
quantidade de produto A consumida, tal que:
I PA
V = PV − PV ·A

Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 12 / 49


Teoria do Consumidor
I PA
V = PV − PV ·A

Pindyck, R. S., & Rubinfeld, D. L. (2005). Microeconomia. São Paulo.


Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 13 / 49
Teoria do Consumidor

I PA
V = PV − PV ·A

Pindyck, R. S., & Rubinfeld, D. L. (2005). Microeconomia. São Paulo.


Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 14 / 49
Teoria do Consumidor

A escolha do consumidor deve:


estar sobre a linha do orçamento;
dar ao consumidor a combinação preferida de bens/serviços
(maximizar a utilidade)

O ponto “A” é o que


maximiza a utilidade e satisfaz
o orçamento, em que a T M S
é igual à inclinação da linha
de orçamento (custo de uma
unidade adicional do produto).

PA
T M SV,A = − ∆V
∆A = − PV

Pindyck, R. S., & Rubinfeld, D. L. (2005). Microeconomia. São Paulo.


Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 15 / 49
Teoria do Consumidor

Pindyck, R. S., & Rubinfeld, D. L. (2005). Microeconomia. São Paulo.


Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 16 / 49
Teoria do Consumidor

A curva preço-consumo representa as combinações


maximizadoras de utilidade que estão associadas a cada um
dos preços de um dos bens/serviços.

A curva de demanda individual relaciona a quantidade de um


bem que um único consumidor adquire em função do preço desse
bem ou serviço.

Quanto mais baixo o preço, maior a utilidade.

Em cada ponto da curva de demanda o indivı́duo maximiza


a utilidade.

Pindyck, R. S., & Rubinfeld, D. L. (2005). Microeconomia. São Paulo.

Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 17 / 49


Teoria do Consumidor

A curva de demanda de mercado pode ser obtida pela soma


das curva de demanda individuais de todos os consumidores.
A curva de demanda de mercado será deslocada para a direita
à medida que mais consumidores entrarem no mercado
Os fatores que influenciam a demanda de muitos
consumidores também afetarão a demanda de mercado.

Pindyck, R. S., & Rubinfeld, D. L. (2005). Microeconomia. São Paulo.


Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 18 / 49
Teoria do Consumidor

A derivação da curva de demanda pela abordagem de curva de


indiferença é executada pela avaliação da utilidade mediante o
aumento do custo para um mesmo valor do bem.

Em transportes, a utilidade de um serviço (uma viagem) é


representada por modelos probabilı́sticos de um indivı́duo escolher
esse serviço (viagem pelo modo de transporte especı́fico).

Os modelos de escolha discreta aplicados à escolha de viagens


são extensivamente utilizados para caracterizar a utilidade e
probabilidade de escolha dos modos de transporte.

Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 19 / 49


Teoria do Consumidor
A elasticidade-preço da demanda é a variação da demanda em
função da variação do preço do bem/serviço, ou seja, informa a
variação percentual da quantidade demandada de uma mercadoria
após o aumento de 1% no preço dessa mercadoria.
Elasticidade-preço geralmente é um número negativo, pois quando
o preço de uma mercadoria aumenta a quantidade demandada
diminui. Em geral refere-se à elasticidade-preço pela sua
magnitude (valor absoluto).
Os determinantes da elasticidade-preço são:
disponibilidade de substitutos;
natureza das necessidades que o produto ou serviço satisfaz;
perı́odo de tempo;
número de usos possı́veis para o bem ou serviço;
proporção de renda gasta no bem ou serviço.
Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 20 / 49
Teoria do Consumidor

A elasticidade-preço no ponto representa a variação da demanda


mediante a variação infinitesimal do preço.
∂q/q ∂q p
ep = = ·
∂p/p ∂p q

A elasticidade-preço no arco representa a variação sob mudanças


substanciais de preço.
∂q (p1 + p2 )
εp = ·
∂p (q1 + q2 )

|ep |> 1 é demanda elástica pois o percentual de redução da


quantidade é maior que o percentual de aumento do preço.
|ep |< 1: demanda inelástica, pois o percentual de redução da
quantidade é menor que o percentual de aumento do preço.
Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 21 / 49
Teoria do Consumidor

Pindyck, R. S., & Rubinfeld, D. L. (2005). Microeconomia. São Paulo.


Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 22 / 49
TEORIA DA FIRMA

Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 23 / 49


Teoria da Firma
Em um processo produtivo, uma empresa (firma) transforma
insumos (fatores de produção) em produtos.
Os fatores de produção são tudo aquilo que a firma utiliza no
processo produtivo:

capital: instalações, terrenos, maquinário, estoques;


trabalho: trabalhadores especializados em uma tarefa;
matéria-prima: materiais a serem transformados.

A função de produção é uma relação puramente técnica entre


insumos e produtos, descrevendo a transformação de um no outro
em determinado perı́odo de tempo.
A função de produção representa o volume de produção (q) que
uma firma produz para uma dada combinação de insumos.

Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 24 / 49


Teoria da Firma
Simplificadamente, considerando os insumos capital (K) e
trabalho (L), a função de produção é dada pela expressão:

q = f (K, L)

Essa função aplica-se a determinada tecnologia tal que, à medida


que esta avança, a quantidade produzida pela firma aumenta para
os mesmos insumos, ou seja, os parâmetros da função de produção
para uma firma alteram-se no tempo.

Uma função de produção recorrente é a de Cobb-Douglas:

q = γ · K α · Lβ

A lei de retornos marginais decrescentes estabelece que, à


medida que aumenta o uso de um insumo (mantendo-se fixos os
demais) a produção adicional decresce a partir de dado ponto.

Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 25 / 49


Teoria da Firma
Por exemplo, mantendo-se constante o capital (K), quando
o insumo trabalho (L) é pequeno, pequenos incrementos pela
contratação de funcionários geram substanciais aumentos de
volume de produção. Porém, à medida que funcionários (com a
mesma qualificação) são admitidos em demasia, alguns se tornarão
ineficientes e o produto marginal final quanto ao insumo trabalho
apresentará queda.

Pindyck, R. S., & Rubinfeld, D. L. (2005). Microeconomia. São Paulo.

Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 26 / 49


Teoria da Firma

Isoquanta é a combinação de fatores de produção e insumos que


resultam no mesmo valor da função de produção.
Um mapa de isoquantas é a representação de um conjunto de
isoquantas em um mesmo gráfico.

Pindyck, R. S., & Rubinfeld, D. L. (2005). Microeconomia. São Paulo.

Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 27 / 49


Teoria da Firma
A taxa marginal de substituição técnica (T M ST ) é a
quantidade em que se pode reduzir o insumo capital quando se
utiliza uma unidade adicional de insumo trabalho, de tal forma
que a produção é mantida constante.

T M ST = − ∆K
∆L

Pindyck, R. S., & Rubinfeld, D. L. (2005). Microeconomia. São Paulo.


Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 28 / 49
Teoria da Firma

Uma linha de isocusto inclui todas as possı́veis combinações de


insumos (trabalho e capital) que resulta em um determinado custo
total.

C =w·L+r·K

em que C = custo total para produção de um produto;


w = custo de uma unidade de trabalho;
L = quantidade de trabalho;
r = custo de uma unidade de capital;
K = quantidade de capital.
A quantidade de capital K pode ser determinada em função da
quantidade de trabalho L, tal que:
C w
K= − ·L
r r
Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 29 / 49
Teoria da Firma

A quantidade q a ser produzida com custo mı́nimo pode ser obtida


pela interseção da curva de isocusto com a isoquanta da função
de produção.

Pindyck, R. S., & Rubinfeld, D. L. (2005). Microeconomia. São Paulo.


Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 30 / 49
Teoria da Firma

O caminho de expansão de uma firma apresenta as combinações


de trabalho e capital pelas quais a empresa optará para minimizar
seus custos em cada um dos nı́veis de produção.

Pindyck, R. S., & Rubinfeld, D. L. (2005). Microeconomia. São Paulo.


Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 31 / 49
Teoria da Firma
As funções de custo derivam das funções de produção, que
descrevem os métodos de produção disponı́veis. Os custos podem
ser classificados em:
custos de curto prazo: em um perı́odo curto em que alguns
fatores de produção são fixos, além da tecnologia.

C = f (q, p, K̄)

em que C = custo total;


q = quantidade produzida;
p = preço dos fatores;
K̄ = fatores fixos.
custo de longo prazo: em um longo perı́odo em que todos
os fatores de produção são variáveis mantendo-se constante
a tecnologia de produção.
C = f (q, p)
Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 32 / 49
Teoria da Firma
No curto prazo, quando alguns fatores de produção são fixos, os custos da
firma são:

Custos Fixos (CF ): não variam com o nı́vel de produção e só podem
ser eliminados se a firma deixar de operar

Custos Variáveis (CV ): varia quando o nı́vel de produção varia

Custos Totais (CT ): custos fixos e variáveis somados


CT = CF + CV

Custo Marginal (CM g): aumento do custo pela produção de uma


unidade adicional do produto
∂CT ∂CV
CM g = =
∂q ∂q

Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 33 / 49


Teoria da Firma

Custo Fixo Médio (CF M e): é a soma de custos fixos dividida pela
produção
CF
CF M e =
q

Custo Variável Médio (CV M e): é a soma de custos variáveis dividida


pela produção
CV
CV M e =
q

Custo Total Médio (CM e): é o custo total dividido pela produção
CT
CM e =
q

Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 34 / 49


Teoria da Firma

Pindyck, R. S., & Rubinfeld, D. L. (2005). Microeconomia. São Paulo.


Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 35 / 49
Teoria da Firma
No longo prazo, todos os fatores de produção são variáveis e os
custos da firma resultam em curvas de planejamento, tal que a
curva de custo médio total de longo prazo deriva das curvas de
custo médio de curto prazo.

Pindyck, R. S., & Rubinfeld, D. L. (2005). Microeconomia. São Paulo.


Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 36 / 49
Teoria da Firma

No caso de sistemas de transportes a função de custo tem múltiplos


atributos que contribuem para os insumos capital e trabalho, os
quais em geral são categorizados em:

Fixos: depreciação, salários e encargos, seguros,


remuneração do prestador do serviço;

Variáveis: combustı́vel, óleo lubrificante, lavagem, material


rodante, pneus, protetores , recapagem, peças e acessórios;

Indiretos ou administrativos: pessoal, de armazéns,


escritório, impressos, publicidade, comunicação etc.

Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 37 / 49


Teoria da Firma

Depreciação é a perda de valor de um ativo no tempo, podendo


ser calculado por diferentes métodos:
constante: taxa de depreciação fixa;
soma dos algarismos dos anos: taxa de depreciação é uma
fração em que o denominador é a soma do número de anos
da vida útil e o numerador é o ano.

Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 38 / 49


Teoria da Firma

Externalidades são os efeitos (em geral negativos) que a oferta


de um bem ou serviço consumido por um usuário do sistema causa
sobre um não-usuário.
Caso haja uma compensação pela externalidade negativa causada,
tem-se um processo de “internalização” desses custos.

Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 39 / 49


EQUILÍBRIO

EM MERCADOS

Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 40 / 49


Equilı́brio em Mercados

A demanda por transporte corresponde o desejo de movimento de


uma entidade vinculada a um modo de transporte em uma rota
especı́fica.

Oferta em transporte refere-se ao conjunto de oportunidades que


uma firma oferece para atender às necessidades da demanda de
consumidores, de maneira a maximizar a utilização racional dos
recursos.

Assim, a relação entre demanda e oferta em transportes caracteriza


um mercado que deve estar em equilı́brio para ser eficiente
do ponto de vista das firmas (empresas ou poder público) e
socialmente justo sob a perspectiva dos consumidores (indivı́duos).

Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 41 / 49


Equilı́brio em Mercados

Precificação é estratégia adotada por uma empresa (firma) no


contexto de um mercado especı́fico (indústria) para definição dos
preços dos seus produtos.
A polı́tica de precificação pode assumir a forma de restrições na
flexibilidade dos preços, tributação ou subsı́dio de firmas.
Existem diferentes estratégias para fixação de preços em mercados:
Preço pelo custo médio: o cálculo baseia-se na tarifa que
iguala o custo médio (por exemplo, custo por quilômetro no
transporte público);

Preço pelo custo marginal: método que visa maximizar o


bem-estar do ofertador (lucro).

Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 42 / 49


Equilı́brio em Mercados

O preço pelo custo médio é a estratégia majoritariamente


utilizada pelo setor de transporte urbano por ônibus no Brasil.
CT CT /km CKM
P = = =
N N/km IP K

em que CT = custo total;


N = número de passageiros pagantes;
CKM = custo por quilômetro percorrido;
IP K = ı́ndice passageiro-quilômetro ponderado.
A Planilha Tarifária da ANTP é um instrumento que facilita o
cálculo da tarifa pelo custo médio.
A estratégia de precificação pelo custo médio pode contribuir para
o ciclo de perda de competitividade do transporte público em que
o aumento da tarifa gera perda de demanda, aumento dos custos
por quilômetro e a necessidade de aumento da tarifa.
Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 43 / 49
Equilı́brio em Mercados

Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 44 / 49


Equilı́brio em Mercados

Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 45 / 49


Equilı́brio em Mercados

O preço pelo custo marginal considera a maximização do lucro


como motivação para as empresas privadas definirem a polı́tica de
preço, sendo que estrutura de mercado é um fator significativo.
Do ponto de vista de classificação de mercados (estrutura) como
função da interação entre compradores, produtores e tipos de
produtos considera-se os seguintes fatores:
quantidade de firmas que caracterizam a indústria;
dimensão das firmas;
grau de interdependência entre firmas;
similaridades e diferenças entre os produtos das firmas;
natureza e quantidade de consumidores;
disponibilidade de informações sobre qualidade e preços;
habilidade da firma de influenciar a demanda;
facilidade para a firma entrar ou sair do mercado.
Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 46 / 49
Equilı́brio em Mercados

Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 47 / 49


Equilı́brio em Mercados

competição perfeita: produtos entre empresas são perfeitos


substitutos, independentemente das demais empresas, e a
entrada é fácil e livre de custo.

monopólio: não há empresa que substitua o produto da


existente, a indústria é a demanda do mercado e a entrada é
bloqueada e restrita.

oligopólio: existem poucas empresas conscientes da


concorrência, a rivalidade é alta, os produtos podem ser
homogêneos (oligopólio puro) ou diferenciados (oligopólio
diferenciado) e as decisões dependem da facilidade de entrada
no mercado.

Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 48 / 49


Referências Bibliográficas

Pindyck, R. S. & Rubinfeld, D. L. (2005). Microeconomia. São


Paulo.

Ortúzar, J.D. & Willumsen, L.G. Modelling transport. 4.ed.


Chichester, John Wiley, 2011.

Prof. Cassiano A. Isler PTR5926 (2020) - Introdução à Economia 49 / 49

Você também pode gostar