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(a) Suponha que as preferências do consumidor A possam ser expressas por: U(X,Y) = XY4.
(c.) Suponha agora que o vendedor do bem X ofereça a ambos um desconto de 50% se o
consumidor adquirir mais de duas unidades. As duas primeiras unidades adquiridas continuam
custando 100 reais cada, mas para cada unidade acima de 2 o preço cai para 50 reais.
i. Represente graficamente a nova restrição orçamentária para cada um dos
consumidores, no local apropriado de sua folha de resposta.
ii. A escolha ótima do consumidor A permanece a mesma? Indique no gráfico as
cestas ótimas antes e após o desconto.
iii. E o consumidor B, alterará os seus planos de consumo? Indique no gráfico as
cestas ótimas antes e após o desconto.
iv. Os dois consumidores serão beneficiados pelo desconto? Justifique sua resposta.
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Elaborado por Profa. Claudia Cavalieiri, PP 2017-1
Questão 2. Caridade na Função Utilidade2
As teorias das preferências pró-sociais
baseiam-se na noção de que as pessoas se
preocupam com o bem-estar dos outros.
Nas três formulações mais proeminentes de
preferências pró-sociais, a utilidade dos
outros pode (1) influenciar a própria
utilidade (teorias puras de altruísmo), (2)
influenciar a utilidade em parte, porque
ajudar os outros produz um "warm glow" (teoria do altruísmo impuro), ou (3) ter um efeito sobre
a utilidade de alguém que depende da diferença entre o próprio bem-estar e o bem-estar de outro
(teorias de aversão à desigualdade).
As teorias puras do altruísmo assumem que o consumo ou a utilidade dos outros afetam
positivamente a utilidade de um indivíduo (Becker, 1974). As pessoas se comportam de maneira
pró-social ou contribuem para um bem público porque desfrutam do bem-estar dos outros. As
preferências altruístas são usadas para explicar uma ampla gama de comportamentos pró-sociais:
doações (Smith, Kehoe e Cremer, 1995), voluntariado (Unger 1991), comportamento no local de
trabalho (Rotemberg, 1994) e contribuições em experimentos laboratoriais (Eckel e Grossman,
1996; Andreoni e Miller, 2002). 3
João Altruísta se preocupa com o bem estar dos outros e por isso possui uma função utilidade que
reflete essa preferência e por isso sempre gasta 20% da sua renda mensal com a caridade (que
iremos chamar de bem ) e os 80% restantes são despendidos com bens para a sua sobrevivência
(que chamaremos de bem ).
(b.) Calcule a utilidade marginal para a caridade. Conforme aumenta o montante despendido
em atividades altruístas o nível de bem estar de João aumenta ou diminui? Cada vez mais
ou cada vez menos?
(c.) Obtenha as funções demandas para os bens, supondo que o preço da caridade é dado por
, dos outros bens por e da renda mensal dado por .
(d.) Calcule o valor da elasticidade preço cruzada da demanda para os dois bens. Os bens são
substitutos, independentes ou complementares? Este é o resultado esperado? Por quê?
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Elaborado por Prof. Wagner Monteiro, PP2017-1
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Becker, Gary S. (1974). ″A Theory of Social InteracVons.″ Journal of PoliVcal Economy 82(6): 1063‒1093. Smith, Vincent H., Michael R.
Kehoe, and Mary E.Cremer. (1995). ″The Private Provision of
Public Goods: Altruism and Voluntary Giving.″ Journal of Public Economics 58(1): 107‒26. Unger, LyneYe S. (1991). ″Altruism as a
Motivation to Volunteer.″ Journal of Economic Psychology 12(1): 71‒100. Rotemberg, Julio. (1994). ″Human RelaVons in the
Workplace.″ Journal of PoliVcal Economy 102(4): 684‒717. Eckel, Catherine C., and Philip J. Grossman. (1996). ″Altruism and
Anonymous Dictator Games.″ Games and Economic Behavior 16(2): 181‒191. Andreoni, James, and John H. Miller. (2002). ″Giving
According to Garp: An Experimental Test of the Consistency of Preferences for Altruism.″ Econometrica 70(2): 737‒753.
(e.) (i.) Calcule o valor da elasticidade renda da demanda para o bem . O bem é normal ou
inferior? Explique o significado deste resultado. (ii.) Se a renda aumentar em 15,6% qual
será o impacto em termos percentuais no total dado para a caridade por João?
(f.) Uma função utilidade que considere o comportamento altruísta como um dos bens viola o
axioma de não saciedade (ou seja, mais é melhor do que menos)? Justifique sua reposta.
(h.) Com o objetivo de estimular o comportamento altruísta dos indivíduos o governo decide
promover uma campanha de incentivo de tal comportamento de modo que se João doar
para caridade valores acima de R$ 100 ele receberá um abatimento do imposto de renda
dele de tal forma que seria igual a 0,75 para todo o montante gasto com caridade. Faça
em um mesmo gráfico a restrição orçamentária antes e depois do incentivo do governo.
Neste caso quais serão os valor de e ?
Questão 3. Esportes Radicais e Função Utilidade4
Bruno é um ex-aluno da EAESP que, ao se formar,
criou um app para ser utilizado por personal trainers e
seus clientes e após isso ficou rico, mudando seus
padrões de consumo. Agora ele demanda
basicamente dois bens: um bem composto (X) e
atividades desportivas arriscadas (Y). Um aumento da
renda de Bruno eleva a demanda por tais atividades
perigosas, enquanto reduz a demanda por outras
atividades inofensivas, o bem composto. Ao mesmo tempo, como o prazer adicional da prática do
comportamento perigoso é alto, uma queda de preço de algumas atividades inofensivas pode
causar um efeito renda que estimula práticas perigosas a tal ponto que o consumo de atividade
inofensiva cai. Neste caso a função utilidade de Bruno pode ser representada por:
b d
UX, Y = ax − x + cy + y
2 2
(a.) (i.) Calcule as utilidades marginais para o bem X e para o bem Y. (ii.) Qual a restrição deve ser
imposta para que a utilidade marginal do bem composto seja positiva? (iii.) A utilidade
marginal do bem Y é crescente. Interprete este resultado. Por que isto acontece?
(c.) Como visto ao longo das aulas de Microeconomia sabemos que, no ponto de alocação ótima
de Bruno entre os dois bens, é necessário que:
UMgX P(
=
UMgY P)
UMgX UMgY
= .
P( P)
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Elaborado por Prof. Wagner Monteiro, PP 2016-2
(d.) Se considerarmos que a = 50, b = 1, c = 0,5 e d = 0,5, que os preços do bem X e do bem Y
são ambos iguais a 0,9, e que a renda do consumidor é R, (i.) determine a quantidade do bem
X que o consumidor demandará, em função de R, se quiser maximizar sua utilidade. (ii.) O bem
X é normal ou inferior? Justifique sua resposta.
(e.) (i.) Qual a cesta ótima demandada, supondo que a renda é igual a 55, e que os preços do bem
X e do bem Y são ambos iguais a 0,9? (ii.) Imagine agora que ocorra um aumento no preço do
bem composto, que passa para , = 1. Encontre a nova cesta ótima nesta situação.
(f.) Geralmente, o aumento no preço de um bem gera um efeito renda e um efeito substituição.
Vamos calcular estes efeitos da redução de P( sobre o consumo de X:
(g.) Chamamos de bem de Giffen um bem inferior cujo efeito renda mais do que compensa o efeito
substituição, fazendo com que a curva de demanda tenha inclinação ascendente: um aumento
do preço faz aumentar a quantidade demandada. 5
Com base na explicação anterior, podemos afirmar que o bem composto (X) é um bem de
Giffen para Bruno? Justifique sua resposta, utilizando os cálculos feitos por você nos itens
anteriores.
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O caso clássico proposto por Giffen era o das batatas na Irlanda do século XVIII. Imagine que as batatas fossem um bem inferior cujo
consumo absorvia quase toda a renda disponível das famílias pobres. Uma elevação no preço da batata poderia levar a um maior
consumo de batatas. Isto porque não há outro bem barato capaz de substituir a batata na dieta da família; assim, maiores gastos com
batatas levam a uma redução do consumo de outros bens, obrigando a família a consumir ainda mais batatas para sobreviver.
Questão 4. Tampões de Orelha e Utilidade Quasilinear6
A função utilidade que é composta por uma
função não-linear para um bem (X) mais uma
função linear para um outro bem (Y) é chamada
de função utilidade quasilinear. É quase linear
porque a utilidade aumenta de forma linear para
um bem e para o outro não.
Suponha que Quasimodo tenha preferências que possam ser representadas por uma função
utilidade desse tipo, com a forma a seguir, onde X representa a quantidade de tampões de orelha
(que ele utiliza para poder estudar em paz para a prova unificada) e Y é o bem numerário.
- = $ .,/ + "
(a.) (i.) Calcule as utilidades marginais para o bem X e para o bem Y. (ii.) Podemos afirmar que a
utilidade aumenta a uma taxa constante, conforme se aumenta a quantidade do bem X? E
para o bem Y? Justifique sua resposta.
(b.) Determine a taxa marginal de substituição (TMS = - dY/dX). Interprete. Ela é decrescente?
(c.) Encontre as funções demanda por X e Y, como função dos preços Px , Py e da renda (R)
destinada aos gastos com tampões de orelha e com o bem numerário de Quasimodo. (Você
pode usar Lagrange ou não, mas a resposta só será valida se você mostrar como chegou ao
resultado.)
(d.) (i.) Defina bens substitutos, complementares e independentes. Como podemos classificar os
bens X e Y acima? Justifique sua resposta. (ii.) Defina bens normais e inferiores. Como
podemos classificar os bens X e Y? Justifique sua resposta.
(e.) (i.) Suponha que Px=3 e Py=12 e que a renda do consumidor seja igual a 120. Qual é a cesta
ótima demandada nesta situação? (ii.) Imagine que ocorra um aumento no preço dos tampões
de orelha, que passa para Px=6. Encontre a nova cesta ótima de Quasimodo nesta situação.
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Elaborado por Prof. Wagner Monteiro, PP 2016-1
(f.) Geralmente, o aumento no preço de um bem gera um efeito renda e um efeito substituição.
Vamos calcular estes efeitos do aumento de Px sobre o consumo de X:
i. Calcule o efeito total (ET) sobre o consumo de X;
ii. Calcule a nova renda que permitiria a Quasimodo manter o seu poder de compra
constante, mesmo após o aumento no preço de X;
iii. Calcule o efeito substituição (ES) em termos do consumo de X;
iv. Existe efeito renda (ER) neste caso? Por quê?