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FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO

Departamento de Economia e Gestão


CURSO DE GESTÃO DE EMPRESAS
EXAME DE MICROECONOMIA 2

Nome

PARTE 1-PERGUNTA DE DESENVOLVIMENTO (10 VALORES)

1. Qual o significado económico atribuído à convexidade das curvas de indiferença?


Exemplifique a sua resposta (2 Valores).

A convexidade das curvas de indiferença decorre da hipótese de taxa marginal de substituição


(TMS) decrescente. Esta hipótese estabelece que, ao longo de qualquer curva de indiferença,
quanto maior a quantidade de um bem um consumidor possuir, tanto mais exige receber desse
bem, para renunciar a uma unidade do outro bem. Ou seja, os consumidores estão, geralmente,
dispostos a prescindir de bens que já possuem em grande quantidade, para obterem mais
unidades daqueles que, naquele momento, detêm em menor quantidade. Mas isso significa uma
preferência dos consumidores por diversificação

E esta taxa marginal de Substituição ser decrescente ao longo da mesma curva de Indiferença.

2. Com relação aos efeitos substituição de Slutsky e de Hicks, qual é a melhor medida?
Justifique a sua resposta. (2.5 Valores).

ABORDAGEM DE HICKS

Para decompor a variação total em efeito substituição e efeito rendimento, Hicks determina a
quantidade consumida de X num cenário em que o preço deste bem diminui, mas o bem-estar
do consumidor mantém-se. Ou seja, Hicks encontra uma restrição orçamental com o mesmo
declive que a restrição orçamental final mas que seja tangente à curva de indiferença que
também o é à restrição orçamental inicial.

ABORDAGEM DE SLUTSKY

Para decompor a variação total em efeito substituição e efeito rendimento, Slutsky determina a
quantidade consumida de X num cenário em que o preço deste bem diminui, mas o poder de
compra do consumidor mantém-se. Ou seja, Slutsky encontra uma restrição orçamental com o
mesmo declive que a restrição orçamental final mas que passa pelo cabaz inicial. Dada essa
restrição orçamental, Slutsky calcula a quantidade óptima de X.

3. Um empresário de estrutura perfeitamente competitiva, ao contrário dum empresário no


1
monopólio, produz com ineficiência social. Por isso se justifica a intervenção do governo
impondo um preço igual ao custo marginal.” Comente, recorrendo aos conceitos de
excedente do produtor e do consumido (3 Valores).

Tópicos de Correcção:

Excedente do consumidor: diferença entre os preços de reserva do consumidor (preço que o


consumidor está disposto a pagar) e o preço que efectivamente paga

Excedente do produtor: diferença entre o preço recebido pelo produtor e os seus respectivos
preços de reserva (preço que o produtor está disposto a receber).

A afirmação é falsa porque um empresário numa estrutura perfeitamente competitiva produz


sempre com eficiência social dado que, em equilíbrio, produz a um preço igual ao custo
marginal, situação em que os excedentes dos consumidores e dos produtores são maximizados.
O monopolista, pelo contrário, como estabelece um preço superior ao custo marginal produz com
ineficiência social, impondo um custo à sociedade. A imposição de um preço igual ao custo
marginal por parte do Estado permite maximizar os excedentes dos consumidores e eliminar o
custo social de monopólio, passando a produzir de forma eficiente.

4. Uma empresa monopolista deve produzir e vender o seu bem quando a curva da
procura para o seu bem é decrescente e inelástica, dado que o seu bem não tem
substituto próximo. Comente (2.5 Valores)

Por ser a única firma que fornece o seu produto, a curva da demanda que a firma monopolista
enfrentará é a própria curva de demanda de mercado. Tal curva apresenta como característica o
facto de ser negativamente inclinada, indicando que preço e quantidade variam inversamente.

Nessas condições, se o monopolista estabelecer níveis elevados de preço, a quantidade vendida


diminuirá, inversamente, preços mais baixos farão com que a quantidade vendida aumente.

Contudo o monopolista produz e vende onde o monopolista só opera no ramo elástico da


demanda, no qual a |𝜀| ≥ 1.

PARTE 2-EXERCICIOS PRÁTICOS (10 Valores)

5. A função utilidade do consumidor é a seguinte U= 15 0.5Y 0.5

a) Definir em algumas palavras, o comportamento racional do consumidor? (1 Valor)

Um consumidor racional é aquele que maximiza a satisfação das suas necessidades gastando
todo o seu rendimento, enquanto um consumidor consistente é aquele que respeita as
propriedades das ordenações das preferências.

b) O preço do bem X e de 2u.m e o bem Y é de 1u.m. A receita disponível para o


consumo é de R=200. Calcule as quantidades de bens procuradas pelo consumidor
racional. Qual é o grau de satisfação correspondente a esta procura óptima (2.5
Valores).

2
15.0,5X (1-0.5)Y 0.5/15X0.5Y(1-0.5)= 2/1 X-0.5Y0.5/X0.5Y-0.5=2 Y0.5Y0.5/X0.5X0.5=2

200=2X+Y ----- ---------

Y/X=2 Y=2X Y=2.50=100

200=2X+Y 200=2X+2X 200=4X----- 200/4=X X=50

U= 15 (50*100)0.5=1060,66

c) Se o preço dos bens for: Px= e Py=2, qal é o rendimento necessário para maximizar
a satisfação, mantendo-se na mesma curva de indiferença anterior (2.5 Valores)

Esta situação acontece com Hicks em mantem os cabazes constantes e mantem a sua
satisfação na mesma curva de indiferença.

15.0,5X (1-0.5)Y 0.5/15X0.5Y(1-0.5)= 2/2 X-0.5Y0.5/X0.5Y-0.5=1 Y0.5Y0.5/X0.5X0.5=1

200=2X+2Y ----- ---------

Y/X=1 Y=X

Neste caso partindo de função utilidade teremos

1060,66=15X0.5Y0.5
Sabendo que Y=X podemos substituir na função utilidade
1060,66=15.X0.5X0.5

1060,66/15=X
X= 70,71 entao também o Y = 70,71

Então a renda será R =2.70,71+2.70,1= 282,84

6. Considere uma empresa com poder de monopólio que se defronte com a seguinte curva
de demanda: P = 100 - 3Q + 4A1/2 e que possua a seguinte função de custo total: C =
4Q2 + 10Q + A, onde A é o gasto com propaganda e P e Q são, respectivamente, o
preço e a quantidade produzida.
I. Determine os valores de A, Q, e P que maximizam os lucros dessa empresa (2 Valores).

3
II. Calcule o índice de Lerner do poder de monopólio, L = (P - CMg)/P, dessa empresa para
os níveis de A, Q, e P que maximizam seus lucros (2 Valores)..

4
5

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